Aplicação do Cadastro Único à gestão da politica de assistência
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ilustrativa a constatação feita no Estu<strong>do</strong> nº 273, <strong>de</strong> 2003, <strong>da</strong> consultoria legislativa <strong>do</strong><br />
Sena<strong>do</strong> Fe<strong>de</strong>ral referente <strong>à</strong> unificação <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.<br />
A unificação <strong>de</strong> programas sociais como os que temos atualmente no Brasil –<br />
oficialmente 16, sem consi<strong>de</strong>rar os trabalha<strong>do</strong>res rurais aposenta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> INSS e o<br />
recém-lança<strong>do</strong> Primeiro Emprego –, em um país <strong>de</strong> dimensão continental e com<br />
heranças patrimonialistas como o Brasil, não é tarefa fácil. Evi<strong>de</strong>ntemente, <strong>do</strong> ponto<br />
<strong>de</strong> vista <strong>da</strong> economici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> gasto público e <strong>da</strong> eficácia <strong>do</strong> atendimento <strong>à</strong>s<br />
pessoas que necessitam <strong>do</strong>s benefícios, a unificação é positiva. Há, porém, pedras<br />
no meio <strong>do</strong> caminho, entre as quais a divisão <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r que o assunto envolve. Com<br />
efeito, a pulverização existente em governos anteriores e, até o momento, no atual,<br />
não <strong>de</strong>ve menosprezar os impasses políticos, especialmente quan<strong>do</strong> se preten<strong>de</strong><br />
além <strong>da</strong> unificação, a integração nos três níveis <strong>de</strong> governo. (BRASIL, 2003, p. 11).<br />
Quer dizer, mesmo sen<strong>do</strong> evi<strong>de</strong>ntes os benefícios <strong>da</strong> unificação, pela eficácia e<br />
economici<strong>da</strong><strong>de</strong> que se conseguiriam, os autores <strong>do</strong> parecer <strong>de</strong>stacam como obstáculos<br />
mais importantes a herança <strong>do</strong> patrimonialismo brasileiro, a “divisão <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res” que o<br />
assunto envolve uma forma eufemística <strong>de</strong> expressar que ca<strong>da</strong> nível (fe<strong>de</strong>ral, estadual e<br />
municipal) tem interesse em manter sob seu controle a manipulação <strong>do</strong>s recursos e a<br />
<strong>gestão</strong> <strong>do</strong>s programas.<br />
Mas, o que interessa <strong>de</strong>stacar é que a utilização <strong>do</strong> ca<strong>da</strong>stro único na <strong>gestão</strong> <strong>da</strong>s<br />
políticas sociais é parte <strong>do</strong> esforço pela transformação <strong>de</strong> práticas assistencialistas,<br />
clientelistas, empíricas e <strong>de</strong>sconexas em políticas públicas, ou seja, objeto <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento<br />
estatal e usufruí<strong>do</strong> pelos ci<strong>da</strong>dãos enquanto direitos.<br />
O outro movimento importante é a crescente incorporação <strong>da</strong>s Tecnologias <strong>de</strong><br />
Informação (TI´s) na <strong>gestão</strong> <strong>da</strong>s políticas sociais.<br />
O impacto <strong>de</strong>stas mo<strong>de</strong>rnas tecnologias <strong>de</strong> informação se <strong>de</strong>ve ao amplo espectro<br />
<strong>de</strong> aplicações que propiciam na educação, diversão, cultura, comunicação e, claro, nos<br />
processos <strong>de</strong> trabalho. No caso <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as “primitivas” máquinas<br />
<strong>de</strong> controle numérico aos sofistica<strong>do</strong>s supercomputa<strong>do</strong>res que monitoram as viagens<br />
espaciais, trata-se <strong>de</strong> instrumentos que potencializam o trabalho humano, tornan<strong>do</strong>-o mais<br />
preciso e produtivo.<br />
Des<strong>de</strong> as iniciais aplicações na indústria, a utilização <strong>de</strong>stas tecnologias abarca hoje<br />
to<strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> trabalho, incluí<strong>do</strong> o <strong>do</strong>s serviços e a <strong>gestão</strong> estatal. Da<strong>da</strong> a<br />
convergência <strong>da</strong>s tecnologias <strong>da</strong> informática com as telecomunicações, estes são hoje<br />
utiliza<strong>do</strong>s largamente pelos esta<strong>do</strong>s, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> lugar a gigantescos e sofistica<strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong><br />
informação.<br />
O Esta<strong>do</strong> brasileiro recorre a elas para uma crescente lista <strong>de</strong> funções públicas na<br />
sua relação com os ci<strong>da</strong>dãos: urna eletrônica nas eleições; <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> imposto <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>;<br />
processamento <strong>de</strong> benefícios previ<strong>de</strong>nciários; impostos e taxas diversas e muitas outras.<br />
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