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“Quando vi a foto do bebê negro com a Sandra Bullock, meu coração se cobriu de alegria. Apesar da<br />
burocracia, a adoção não é tão difícil. O problema é que o brasileiro quer o bebê branquinho de olho azul. O<br />
entrave, então, não está apenas no trâmite da adoção, mas no perfil desejado pelos pais. A preparação das<br />
famílias tenta quebrar essa visão, muitas vezes alimentada por puro preconceito. No Brasil, o Cadastro Nacional<br />
de Adoção (CNA) aponta que existem 80 mil crianças brasileiras esperando por uma família. Mais de 70% delas<br />
é feita com crianças brancas, contra 23,8% de pardas, 5,3% de negras e 0,4% de amarelas. São poucas as<br />
adoções interraciais”, afirma a desembargadora Conceição Mousnier, que está à frente da criação dos Grupos<br />
Institucionais de Apoio à Adoção (GIAA). Para o juiz da Vara da Infância e Juventude, Emerson Camargo, “As<br />
pessoas precisam mudar a mentalidade. A adoção, seja interracial ou dentro do mesmo grupo étnico, é saudável<br />
quando a decisão é tomada pelas razões corretas. As celebridades têm um papel fundamental na quebra do<br />
paradigma racial”, completa.<br />
Do meu lado, ainda vejo que a adoção interracial por pessoas brancas deve nos levar a questionar as<br />
nossas próprias limitações e preconceitos. Eu, por exemplo, antes de ver, na capa da revista People, a atriz<br />
Sandra Bullock com o seu filho, já imaginava que a criança seria negra. Por mais que eu queira acreditar<br />
incondicionalmente na boa intenção das celebridades quando adotam, não consigo ignorar as questões que<br />
pipocam na minha cabeça: adoção interracial de crianças, por celebridades, é um ato de puro amor,<br />
obsessão, marketing ou novo acessório da moda?<br />
Fonte: Texto adaptado de www.veja.com/extras e blog BYPreta-à-Porter ON 05 de maio 2010<br />
Proposta de redação A: Com base nas informações oferecidas acima e nas suas leituras prévias sobre este<br />
tema, construa um texto opinativo, a partir da questão levantada pelo autor no título e negritada ao final do<br />
texto.<br />
3<br />
TEMA B: BIENAL abre as portas para o vandalismo que pretende ser arte?<br />
Funcionária da Bienal tenta deter pichador em ataque ao evento, em 2008.<br />
Episódio terminou em convite oficial.<br />
(Foto: Choque/Folha Imagem/ Folhapress)<br />
A 29ª Bienal de Arte de São Paulo, um dos<br />
momentos culturais mais importantes do<br />
Brasil, em setembro de 2010, vai tratar do<br />
tema arte e política. O evento deve reunir sob<br />
um mesmo slogan – o da arte de rua – as<br />
várias linguagens estéticas da urbe: o grafite,<br />
o “pixo”, os stickers (adesivos) e os lambelambes.<br />
A ideia é instituir no calendário<br />
cultural da cidade uma grande mostra que<br />
celebre essa produção contemporânea<br />
periodicamente. Para fazer companhia a<br />
obras de nomes consagrados e aos<br />
convidados internacionais – Banksy, o<br />
grafiteiro britânico que se consagrou como o artista de rua mais famoso da atualidade, e o italiano Blu –, os<br />
curadores do evento convidaram dois pichadores e um fotógrafo do "movimento do pixo". Os três são os<br />
mesmos que, em 2008, estiveram no ataque às paredes da faculdade Belas Artes, às obras da galeria Choque<br />
Cultural e à própria Bienal. Acusados de vandalismo e terrorismo, vão entrar na 29ª edição da mostra com<br />
credencial de artista. A iniciativa gera, no mínimo, muita polêmica. (Milene Chaves , 6 de maio de 2010, adaptado)<br />
Proposta de Redação B: Com base no texto e na coletânea, posicione-se a respeito do tema B, a favor ou contra<br />
a proposta da Bienal.<br />
Arte ou transgressão? De acordo com a Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605), quem "pichar, grafitar ou por<br />
outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano" está sujeito a pena de prisão que varia de três meses a<br />
um ano, além de multa. Em prédios tombados, a punição é mais severa: vai de seis meses a um ano.” (Em VEJA<br />
de 05/12/2009: Grafite para colecionadores)<br />
A BIENAL 2010: “O que realmente queremos incluir aí é a pixação, ou simplesmente o pixo, com ‘x’ mesmo,<br />
grafia usada por seus praticantes para diferenciar o que fazem hoje em São Paulo e outras capitais das pichações<br />
político-partidárias, religiosas, musicais, ou mesmo ligadas à propaganda que há vários anos enchem os muros e<br />
UNAMA – Processo Seletivo 2010 / 2