EDUCAÃÃO E LEMBRANÃAS DA ESCOLA: O IMAGINÃRIO ... - Unifra
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que, de maneira geral, o professor fosse apenas mais um, em um espaço de poderia ser<br />
palco de parcerias e aprendizados mútuos e significativos.<br />
A segunda série não me traz nenhuma lembrança, com exceção do nome da<br />
professora, chamada Tia Ana Cláudia. Acho que talvez por isso, nos dias de<br />
hoje, não tenho interesse algum por lecionar nessa série. Parece que ficou<br />
uma lacuna em minhas lembranças dessa época (Relato autobiográfico de<br />
B.X.H., 08/2005).<br />
Por outro lado, o medo de fracassar pode ser o motor que vai impulsionar novas<br />
conquistas, posições e atitudes, considerando que na maioria das vezes precisa-se de<br />
desafios para conseguir-se os objetivos que de outra forma não seriam alcançados.<br />
Dentro da perspectiva do imaginário, é possível apreender que a criação de novas<br />
possibilidades, ou até mesmo o rompimento com determinadas posições e concepções, é<br />
importante para que cada pessoa possa passar de uma posição instituída para uma<br />
instituinte.<br />
O imaginário instituinte nessa análise é marcado pela superação dos obstáculos<br />
encontrados na escola e nas práticas educativas, por meio da figura de professores que<br />
apoiaram as colaboradoras e se envolveram de maneira diferenciada nas suas trajetórias<br />
educativas.<br />
Nesse sentido, à medida que cada pessoa vai criando formas de romper com a<br />
alienação de determinadas situações impostas (situações de que muitas vezes nem nos<br />
damos conta, pois estão tão enraizadas que passam despercebidas em nosso dia-a-dia),<br />
ela pode através do imaginário radical conquistar sua autonomia. Segundo Castoriadis<br />
(2000), essa autonomia só pode ser alcançada enquanto projeto coletivo, mas que requer<br />
a parcela particular de tomada de consciência sobre a responsabilidade individual para<br />
que se concretize.<br />
Na fala da estagiária B.X.H., observa-se que, ao mesmo tempo em que o medo<br />
do fracasso está presente em toda a vida, desde seu processo inicial de escolarização até<br />
os dias de sua entrevista para essa pesquisa, ele a impulsiona na busca por novas<br />
possibilidades de superação.<br />
Ainda sinto uma certa insegurança, certas dúvidas em relação ao estágio.<br />
Tenho muito medo do fracasso, mas isso só me faz persistir e buscar o sucesso.<br />
São obstáculos que eu irei vencer, com garra e amor à profissão (Relato<br />
autobiográfico de B.X.H., 08/2005).<br />
O medo do novo, da novidade, da desacomodação, é combustível para a<br />
perpetuação de práticas consagradas como certas e intocáveis. Contudo, considerando e<br />
retomando as constantes evoluções e transformações que se fazem sentir na sociedade<br />
atual, a procura por novas possibilidades para trabalhar as transições por que as pessoas,