imagem e invisualidade: a leitura tátil de ilustrações em relevo - anpap
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18º Encontro da Associação Nacional <strong>de</strong> Pesquisadores <strong>em</strong> Artes Plásticas<br />
Transversalida<strong>de</strong>s nas Artes Visuais – 21 a 26/09/2009 - Salvador, Bahia<br />
compreen<strong>de</strong>r melhor o seu entorno, apesar <strong>de</strong> não ver. Este repertório gráfico,<br />
na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser apreendido visualmente, necessita <strong>de</strong> um<br />
aprendizado tátil perceptivo. A criança cega ao “tatear o objeto <strong>em</strong> sua<br />
tridimensionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve encontrar paralelismo com a necessária simplificação<br />
e esqu<strong>em</strong>atismo do <strong>de</strong>senho bidimensional <strong>em</strong> linha com <strong>relevo</strong> tátil” (DUARTE,<br />
2005).<br />
Os limites da percepção tátil nos mostram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se construir<br />
uma m<strong>em</strong>ória da representação através do <strong>de</strong>senho, que então se organizará<br />
como m<strong>em</strong>ória tátil. “O esqu<strong>em</strong>a gráfico é quase uma palavra, um nome, a<br />
i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>senhada <strong>de</strong> um objeto. Não é arte n<strong>em</strong> poesia. É apenas o<br />
substituto mais simples e direto, um substituto visual para a visualida<strong>de</strong> do<br />
próprio objeto”. Além disso, se nós conhec<strong>em</strong>os as coisas não apenas pela sua<br />
forma visual, mas também pela “totalida<strong>de</strong>, unicida<strong>de</strong> e generalida<strong>de</strong> que seu<br />
esqu<strong>em</strong>a gráfico proporciona”, também para os cegos po<strong>de</strong>r conhecer e<br />
m<strong>em</strong>orizar o esqu<strong>em</strong>a gráfico dos objetos po<strong>de</strong> ser uma maneira <strong>de</strong> lhes<br />
possibilitar uma maior compreensão s<strong>em</strong>ântica <strong>de</strong>stes objetos. (DUARTE,<br />
2009).<br />
Algumas consi<strong>de</strong>rações<br />
Se hipoteticamente existe uma relação direta entre o reconhecimento<br />
tátil <strong>de</strong> imagens <strong>em</strong> <strong>relevo</strong> e a produção gráfica <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos, é necessário que<br />
este discurso se aprofun<strong>de</strong>. Por outro lado, oportunizar o aprendizado do<br />
<strong>de</strong>senho aos indivíduos cegos, po<strong>de</strong> trazer-nos respostas fundamentais no<br />
sentido <strong>de</strong> uma maior compreensão sobre que espécie <strong>de</strong> representação<br />
gráfica teria para eles um melhor reconhecimento tátil.<br />
A dificulda<strong>de</strong> para reconhecer figuras <strong>em</strong> <strong>relevo</strong>, encontrada pela<br />
maioria dos entrevistados aponta na mesma direção: linhas, formas<br />
geométricas básicas, figuras simples, com contornos <strong>de</strong>finidos são s<strong>em</strong>pre<br />
mais fáceis para i<strong>de</strong>ntificar. Imagens que <strong>de</strong>ixam pouca marg<strong>em</strong> à<br />
ambigüida<strong>de</strong>, assim como o uso da redundância e da repetição <strong>de</strong> figuras,<br />
po<strong>de</strong>m significar para a percepção seqüencial <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> tátil, aspectos positivos<br />
para a sua i<strong>de</strong>ntificação. Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que, <strong>em</strong> hipótese, a <strong>imag<strong>em</strong></strong> <strong>em</strong><br />
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