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Tratamento da síndrome do impacto em tenistas* - Portal Saude ...

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P. DONEUX S., A.N. MIYAZAKI, J.A. PINHEIRO JR., L.F.Z. FUNCHAL & S.L. CHECCHIA<br />

O sist<strong>em</strong>a de avaliação escolhi<strong>do</strong> foi o <strong>da</strong> UCLA (University<br />

of California at Los Angeles) (23) . O retorno à prática esportiva,<br />

com a mesma freqüência que antes <strong>do</strong> início <strong>da</strong> incapaci<strong>da</strong>de,<br />

ou a eventual modificação <strong>do</strong> tipo de esporte,<br />

foi também considera<strong>do</strong> como importante na avaliação <strong>do</strong>s<br />

resulta<strong>do</strong>s.<br />

O méto<strong>do</strong> estatístico utiliza<strong>do</strong> foi o <strong>do</strong> qui-quadra<strong>do</strong> (*) .<br />

RESULTADOS<br />

To<strong>do</strong>s os 28 pacientes foram segui<strong>do</strong>s por um perío<strong>do</strong> pósoperatório<br />

de 49 meses <strong>em</strong> média (seis a 92 meses).<br />

De acor<strong>do</strong> com o méto<strong>do</strong> <strong>da</strong> UCLA (23) , 23 pacientes obtiveram<br />

resulta<strong>do</strong>s considera<strong>do</strong>s excelentes e cinco, bons; portanto,<br />

os 28 pacientes obtiveram resulta<strong>do</strong>s satisfatórios (tabela<br />

1).<br />

To<strong>do</strong>s retornaram aos esportes; apenas um paciente optou<br />

pela mu<strong>da</strong>nça <strong>do</strong> tipo de esporte, passan<strong>do</strong> à prática de handebol<br />

(paciente 10). Cinco pacientes permaneceram com <strong>do</strong>r<br />

residual, porém de leve intensi<strong>da</strong>de (pacientes 7, 15, 17, 21 e<br />

22). Outros nove pacientes não conseguiram atingir força<br />

muscular igual à <strong>do</strong> ombro não afeta<strong>do</strong> (pacientes 5, 7, 8, 9,<br />

12, 16, 17, 24 e 28).<br />

Não tiv<strong>em</strong>os nenhuma complicação, tanto intra como pósoperatória.<br />

DISCUSSÃO<br />

Encontramos pre<strong>do</strong>minância importante de acometimento<br />

<strong>do</strong> m<strong>em</strong>bro <strong>do</strong>minante; 25 ombros <strong>do</strong>minantes para três<br />

não <strong>do</strong>minantes. Convém ressaltar que esses três pacientes<br />

praticavam, além <strong>do</strong> tênis, outras mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des esportivas que<br />

utilizam os <strong>do</strong>is m<strong>em</strong>bros superiores: natação, handebol e<br />

musculação (pacientes 3, 10 e 21).<br />

Analisan<strong>do</strong> separa<strong>da</strong>mente a i<strong>da</strong>de média <strong>do</strong>s pacientes<br />

que tinham lesões completas <strong>do</strong>s tendões <strong>do</strong> manguito rota<strong>do</strong>r<br />

e a <strong>da</strong>queles que tinham lesões incompletas, verificamos<br />

diferença de 48,8 para 40,5 anos de i<strong>da</strong>de, que, provavelmente,<br />

poderia ser explica<strong>da</strong>, pois a LMR é uma evolução<br />

<strong>da</strong> SI quan<strong>do</strong> não trata<strong>da</strong> (45) .<br />

Comparan<strong>do</strong>-se a i<strong>da</strong>de média <strong>do</strong>s pacientes esportistas<br />

com lesões completas <strong>do</strong> manguito rota<strong>do</strong>r com a de pacientes<br />

não esportistas com lesões completas e também trata<strong>do</strong>s<br />

(*) Guedes, M.L.S. & Guedes, J.S.: Bioestatística para profissionais de saúde,<br />

Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico S/A, 1988.<br />

por nós (6,8) , verifica-se diferença de i<strong>da</strong>de de 48,8 para 57<br />

anos. Quan<strong>do</strong> compara<strong>da</strong>s as i<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s pacientes esportistas<br />

e não esportistas (6,8) , com lesões incompletas <strong>do</strong> manguito<br />

rota<strong>do</strong>r, verifica-se diferença de i<strong>da</strong>de de 40,5 para 44 anos.<br />

Embora essas diferenças sejam observa<strong>da</strong>s e eventualmente<br />

explica<strong>da</strong>s pelo over use (1,22) , não pud<strong>em</strong>os confirmá-las pelo<br />

méto<strong>do</strong> estatístico utiliza<strong>do</strong>.<br />

Quanto ao tratamento cirúrgico realiza<strong>do</strong>, verificamos que<br />

três pacientes com LMR incompletas foram trata<strong>do</strong>s por via<br />

aberta. Destes, <strong>do</strong>is não foram trata<strong>do</strong>s por artroscopia por<br />

ser casos opera<strong>do</strong>s, <strong>em</strong> média, há sete anos e, na época, não<br />

tínhamos o conhecimento adequa<strong>do</strong> desta técnica (pacientes<br />

6 e 25); <strong>em</strong> outro (paciente 10) a acromioplastia foi feita<br />

pela própria via deltopeitoral quan<strong>do</strong> <strong>da</strong> realização <strong>da</strong> capsuloplastia.<br />

A artroscopia é o méto<strong>do</strong> de eleição para esses casos, pois<br />

permite recuperação mais rápi<strong>da</strong> e com menor morbi<strong>da</strong>de (12,<br />

14-16,18,20,24-26,40,41)<br />

. Mesmo nos pacientes <strong>em</strong> que há LMR completa,<br />

desde que a lesão não seja grande e retraí<strong>da</strong>, é possível<br />

o uso <strong>da</strong> artroscopia, pois pod<strong>em</strong>os realizar a descompressão<br />

subacromial artroscópica e a LMR pode ser trata<strong>da</strong> pela técnica<br />

<strong>da</strong> “mini-incisão” (3,17,33) ou mesmo pela sutura artroscópica<br />

(42) (pacientes 9, 16, 18, 20 e 27).<br />

Pod<strong>em</strong>os notar que, <strong>do</strong>s 16 casos de LMR completa, nove<br />

evoluíram com diminuição <strong>da</strong> força muscular; destes, oito<br />

tinham LMR classifica<strong>da</strong>s como grandes e apenas um, LMR<br />

média. Esse fato é freqüent<strong>em</strong>ente cita<strong>do</strong> na literatura (19) ; raramente<br />

uma LMR completa grande, mesmo que repara<strong>da</strong>,<br />

evolui com força normal, pois a degeneração gordurosa <strong>da</strong>s<br />

fibras musculares é definitiva (7,21,30) . Diferent<strong>em</strong>ente, <strong>do</strong>s oito<br />

pacientes que tinham lesões considera<strong>da</strong>s pequenas ou médias,<br />

apenas um evoluiu com diminuição <strong>da</strong> força muscular<br />

(paciente 9). Isso pode ser explica<strong>do</strong> pelo melhor prognóstico<br />

<strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> sutura dessas lesões. Obviamente, podese<br />

criticar o méto<strong>do</strong> manual de avaliação <strong>da</strong> força muscular,<br />

pois há grande variação de interpretação <strong>do</strong> que seja força<br />

subnormal (37) . Entretanto, nenhum <strong>do</strong>s pacientes se queixou,<br />

quan<strong>do</strong> <strong>da</strong> avaliação final, de per<strong>da</strong> de força significativa<br />

que dificultasse o retorno à prática <strong>do</strong> tênis.<br />

Interessante é verificar que, <strong>do</strong>s oito casos de LMR considera<strong>da</strong>s<br />

grandes, apenas <strong>do</strong>is queixavam-se de <strong>do</strong>r residual<br />

leve e, <strong>do</strong>s 12 pacientes com LMR incompletas, três tinham<br />

essa mesma queixa. Dev<strong>em</strong>os ressaltar que esses cinco pacientes,<br />

apesar <strong>da</strong> <strong>do</strong>r, retornaram normalmente à prática esportiva.<br />

Apenas um paciente, de 25 anos de i<strong>da</strong>de, modificou sua<br />

ativi<strong>da</strong>de esportiva, passan<strong>do</strong> a jogar exclusivamente hande-<br />

942 Rev Bras Ortop _ Vol. 33, Nº 12 – Dez<strong>em</strong>bro, 1998

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