08.11.2014 Views

Ninhos de espécies ameaçadas, endêmicas e outras de ...

Ninhos de espécies ameaçadas, endêmicas e outras de ...

Ninhos de espécies ameaçadas, endêmicas e outras de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Ninhos</strong> <strong>de</strong> <strong>espécies</strong> <strong>ameaçadas</strong>, <strong>endêmicas</strong> e <strong>outras</strong> <strong>de</strong><br />

comportamento reprodutivo pouco conhecido, na pátria<br />

da arara-azul-<strong>de</strong>-lear (Anodorhynchus leari) (Psittaciformes:<br />

Pedro Cerqueira Lima; Rolf Grantsau; Rita <strong>de</strong> Cássia<br />

Ferreira da Rocha Lima; Thyers Novaes <strong>de</strong> Cerqueira<br />

Lima Neto & Luiz Eduardo Souza Silva<br />

Sumário: O presente trabalho apresenta dados sobre a reprodução <strong>de</strong> algumas<br />

<strong>espécies</strong> <strong>de</strong> aves, <strong>de</strong>ntre elas <strong>espécies</strong> listadas como ameaçada <strong>de</strong><br />

extinção, <strong>endêmicas</strong>, raras e algumas, que apesar <strong>de</strong> não se enquadrarem<br />

em nenhuma das características anteriores, seus comportamentos reprodutivos<br />

são pouco conhecidos. O presente estudo foi <strong>de</strong>senvolvido no Raso<br />

da Catarina (pátria da espécie A. leari,) em ambientes <strong>de</strong> caatinga arbustiva<br />

e floresta semidécidua, entre os anos <strong>de</strong> 2005 a 2010. Durante os anos<br />

<strong>de</strong> 2002 a 2005 realizamos campanhas <strong>de</strong> inventário, empregando métodos<br />

<strong>de</strong> observação direta, registro fonográfico e captura em re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> neblina,<br />

em que foi possível i<strong>de</strong>ntificar 212 <strong>espécies</strong> <strong>de</strong> aves (Lima 2005).<br />

Palavras Chave: Anodorhynchus leari; ninhos <strong>de</strong> <strong>espécies</strong> <strong>ameaçadas</strong>,<br />

<strong>endêmicas</strong> e raras.<br />

ISSN 1981-8874<br />

9 771981 887003 0 0 1 5 3<br />

Psittacidae), <strong>de</strong>stacando-se novos dados sobre o comportamento reprodutivo<br />

do besourinho-<strong>de</strong>-cauda-larga (Phaethornis gounellei) (Apodiformes: Trochilidae)<br />

a <strong>de</strong>scrição do ninho da choca-do-nor<strong>de</strong>ste (Sakesphorus cristatus) (Passeriformes:<br />

Thamnophilidae) e do jacucaca (Penelope jacucaca) (Galliformes: Cracidae)<br />

Introdução<br />

Durante muito tempo, não se sabia qual era verda<strong>de</strong>ira pátria da espécie<br />

Anodorhynchus leari. Bonaparte, em 1856, <strong>de</strong>screveu a espécie baseando-<br />

Casal <strong>de</strong> Phaethornis gounellei no ninho<br />

Áreas <strong>de</strong> estudos e metodologias<br />

se em um exemplar taxi<strong>de</strong>rmizado <strong>de</strong>positado no Museu <strong>de</strong> Paris e em ou- As pesquisas foram <strong>de</strong>senvolvidas na área <strong>de</strong> influência do povoado<br />

tro indivíduo que vivia no Jardim Zoológico <strong>de</strong> Anvers. Em 1978, Helmut <strong>de</strong> Água Branca pertencente a município <strong>de</strong> Jeremoabo, cuja vegetação<br />

Sick e seus discípulos, Luiz Pedreira Gonzaga e Dante Martins Teixeira, se caracteriza por uma caatinga arbustiva <strong>de</strong>nsa ou raleada, com altura<br />

<strong>de</strong>scobriram a verda<strong>de</strong>ira pátria da A. leari, situada no sertão da Bahia en- máxima <strong>de</strong> cinco metros, e que, em alguns trechos, forma um aglomeratre<br />

os municípios <strong>de</strong> Jeremoabo, Canudos e Eucli<strong>de</strong>s da Cunha e, especifi- do compacto <strong>de</strong> difícil acesso, principalmente por causa da vegetação<br />

camente, dois pontos <strong>de</strong> dormida e reprodução: Toca Velha, no município espinhosa. Para nossas observações diretas, utilizamos binóculos<br />

<strong>de</strong> Canudos e Serra Branca, no município <strong>de</strong> Jeremoabo. Em 1994, Lima SWAROVSKI e Bushnell 10 x 40, além <strong>de</strong> uma luneta Kawa TSN2 60x.<br />

incentivou um “mateiro” da região a procurar novas populações <strong>de</strong> A. leari As campanhas com as comunida<strong>de</strong>s foram realizadas em fevereiro, mare<br />

em 1995, fruto <strong>de</strong>sta iniciativa, foi <strong>de</strong>scoberta uma nova população loca- ço e abril por ser esse o período em que a gran<strong>de</strong> maioria das <strong>espécies</strong> se<br />

lizada no município <strong>de</strong> Campo Formoso Munn (1995). Por muito tempo a reproduz, após o período das chuvas, quando há abundância <strong>de</strong> alimenpopulação<br />

<strong>de</strong> A. leari não passava <strong>de</strong> 170 indivíduos, mas com a inclusão tos. Os dados biométricos foram aferidos usando-se régua milimetrada<br />

das comunida<strong>de</strong>s nas pesquisas foi possível <strong>de</strong>scobrir novos dormitórios e paquímetros e o peso foi obtido com uma balança digital Tanita mo<strong>de</strong>elevando<br />

a população a mais <strong>de</strong> 1000 aves. Várias palestras foram realiza- lo 1479 capacida<strong>de</strong> máxima 100 g. precisão <strong>de</strong> 0,1 g. As fotografias fodas,<br />

inclusão <strong>de</strong> membros das comunida<strong>de</strong>s nas pesquisas <strong>de</strong> campo, docu- ram feitas com câmara fotográfica digital Nikon COOLPIX 8800VR<br />

mentários em TV rádios e jornais. Um <strong>de</strong>sses documentários merece <strong>de</strong>s- com lente 35-350 mm. Uma segunda câmera digital NIKON D90 com<br />

taque por abordar a dificulda<strong>de</strong> da comunida<strong>de</strong> em conviver com uma espé- Lente objetivaTAMRON <strong>de</strong> 500 mm foi utilizada para fotografar algucie<br />

rara e cobiçada: As Cores da Caatinga, da jornalista Isana Pontes. O pro- mas <strong>espécies</strong> mais ariscas. Para os registros fonográficos, utilizamos<br />

grama <strong>de</strong> Educação Ambiental causou uma verda<strong>de</strong>ira revolução ambien- um gravador digital EDIROL R-09HR e um microfone direcional Sental,<br />

que mereceu <strong>de</strong>staque na revista PsittaScene com o título Lear's home- nheiser k6. No programa <strong>de</strong> educação ambiental a metodologia utilizaland<br />

inspires comunity revolution (Simões, 2005). O Raso da Catarina tem da foi a elaboração <strong>de</strong> cartazes com diversas fotos da espécie A. leari e<br />

sido alvo da atenção <strong>de</strong> ornitólogos pesquisadores e conservacionistas <strong>de</strong> <strong>de</strong>mais <strong>espécies</strong> <strong>ameaçadas</strong> e <strong>endêmicas</strong> da região, sendo que esses cartodo<br />

mundo, porém essas ações estiveram sempre voltadas para as araras, tazes foram distribuídos em diversas comunida<strong>de</strong>s. Foram distribuídos<br />

relegando para um segundo plano as ativida<strong>de</strong>s com as <strong>outras</strong> <strong>espécies</strong> da ainda dois lotes <strong>de</strong> transparências, um para a Secretaria <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong><br />

região. Sick e seus colaboradores foram os primeiros a divulgarem dados Jeremoabo e outro para a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Água Branca (comunida<strong>de</strong> masobre<br />

o levantamento da ornitofauna da pátria da A. leari, quando relata- is próxima do habitat da espécie A. leari) com 100 fotografias das aves<br />

ram a presença <strong>de</strong> 132 <strong>espécies</strong> <strong>de</strong> aves (Sick et al. 1987). Lima e colabora- da região, além <strong>de</strong> <strong>outras</strong> <strong>espécies</strong> animais. As transparências foram utidores<br />

(1996, 2000, 2002, 2003, 2003, 2004, 2004, 2005, 2008, 2008, lizadas pelos professores das comunida<strong>de</strong>s com o objetivo <strong>de</strong> instruir<br />

2008) <strong>de</strong>dicaram-se a estudar mais profundamente a região. A inclusão <strong>de</strong> os alunos sobre a fauna local. Outra estratégia utilizada foi o envolvi-<br />

Grantsau nas pesquisas <strong>de</strong> campo foi <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância. Uma <strong>de</strong>las foi mento dos membros das comunida<strong>de</strong>s, principalmente professores nas<br />

a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> uma nova subespécie <strong>de</strong> Caprimulgus (Grantsau 2008). Os ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> anilhamento, para que adquirissem conhecimentos sobre<br />

nossos estudos sobre o comportamento das <strong>espécies</strong> <strong>de</strong> aves do Raso da Ca- a fauna local e assim participassem mais diretamente da conservação<br />

tarina é uma pequena contribuição que visa à conservação do bioma como do habitat como um todo. Também foram realizadas palestras se<strong>de</strong> do<br />

todo, sem esquecer-se da importância, e da inclusão, das comunida<strong>de</strong>s nas município, Jeremoabo, em diversas escolas, no povoado <strong>de</strong> Água Branações<br />

conservacionistas.<br />

ca e Brejo Gran<strong>de</strong>.<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br<br />

69


Resultados<br />

O besourinho-<strong>de</strong>-cauda-larga (Phaethornis gounellei).<br />

Nas campanhas realizadas nos meses <strong>de</strong> fevereiro a abril entre os anos O ninho <strong>de</strong>ssa espécie foi <strong>de</strong>scrito por Lima et al. (2008). Dois ninhos fo<strong>de</strong><br />

2005 a 2010 foram <strong>de</strong>scobertos centenas <strong>de</strong> ninhos, <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 100 espé- ram encontrados fixados na parte inferior <strong>de</strong> uma folha <strong>de</strong> trepa<strong>de</strong>ira. Não foi<br />

cies <strong>de</strong> aves da região. Aqui abordaremos apenas 24 das <strong>espécies</strong> consi<strong>de</strong>tinha<br />

comido algumas folhas da trepa<strong>de</strong>ira no qual o ninho tinha sido fixado e<br />

possível registrar nem os ovos nem a fêmea chocando, uma vez que uma vaca<br />

radas <strong>ameaçadas</strong>, <strong>endêmicas</strong> e <strong>outras</strong> pouco estudadas. Este artigo tamos<br />

dois ovos caíram. Essa <strong>de</strong>scoberta ocorreu no dia 23 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2008.<br />

bém acrescenta novos dados sobre o comportamento reprodutivo do besourinho-<strong>de</strong>-cauda-larga<br />

(Phaethornis gounellei) (Lima et al. 2008) a <strong>de</strong>sninho.<br />

No dia 12 <strong>de</strong> fevereiro viajamos até Jeremoabo para registrar o fato.<br />

No dia 10 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2010, fomos informados da <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> mais um<br />

crição do ninho da choca-do-nor<strong>de</strong>ste (Sakesphorus cristatus) e do jacucaca<br />

(Penelope jacucaca).<br />

Dessa vez ao chegarmos estava acabando <strong>de</strong> nascer um filhote; o segundo ovo<br />

havia sumido. O ninho assemelhava-se ao <strong>de</strong>scrito, no entanto estava fixado<br />

A codorna-amarela (Nothura maculosa).<br />

na parte inferior <strong>de</strong> uma folha <strong>de</strong> cansanção (Cnidoscolus urens), vegetal da fa-<br />

Constrói uma pequena cavida<strong>de</strong> no solo forrada com penas <strong>de</strong> si mesma. mília Euphorbiaceae, que provoca uma sensação <strong>de</strong> queimadura ao toque da<br />

Localizamos um ninho contendo seis ovos <strong>de</strong> cor roxa brilhante pesando pele. Essa planta é comum no Nor<strong>de</strong>ste do Brasil, sendo evitadas e temidas.<br />

em média 24 g e medindo 44 mm x 33 mm.<br />

Um fato que merece <strong>de</strong>staque é que o macho <strong>de</strong> P. gounellei visita o ninho du-<br />

rante o período em que a fêmea está incubando, observa o interior quando a fêmea<br />

esta ausente, também visita o ninho e observa o seu interior após o nasci-<br />

O jacucaca (Penelope jacucaca).<br />

Constrói o seu ninho em forma <strong>de</strong> uma tigela confeccionada <strong>de</strong> gravetos mento do filhote. Está sempre nas proximida<strong>de</strong>s do ninho <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a postura até<br />

e forrado internamente com folhas secas. Ele é feito em arbustos, nos pés o nascimento do filhote. A proteção do macho <strong>de</strong> beija-flor durante o período<br />

<strong>de</strong> mandacaru ou nas hastes da palmeira ouricuri (Cyagrus coronta). A pos- <strong>de</strong> incubação e cria dos filhotes foi observado pela primeira vez com a espécie<br />

tura consta <strong>de</strong> dois a três ovos <strong>de</strong> cor branca, pesando em média 92 g e meesse<br />

fato ocorra pelo menos no gênero Phaethornis. Portanto, torna-se neces-<br />

Phaethornis pretrei (Lima 2007). Essa <strong>de</strong>scoberta abre uma possibilida<strong>de</strong> que<br />

dindo 68 mm x 50 mm. A casca pesa 14,8 g equivale a 13,6 % do peso do<br />

ovo. O ninho <strong>de</strong>sta espécie nunca tinha sido <strong>de</strong>scrito (<strong>de</strong>l Hoyo 1994).<br />

sário estudar, com mais profundida<strong>de</strong>, os representantes <strong>de</strong>sse gênero.<br />

Bacurau-chintã (Caprimulgus parvulus).<br />

O ninho do picapauzinho-anão (Venliornis passerinus).<br />

A postura consta <strong>de</strong> dois ovos <strong>de</strong> cor creme, manchados com algumas<br />

É construído em árvores mortas ou vivas e também po<strong>de</strong> construir em espintas<br />

<strong>de</strong> cor marrom, pesando em média 4,7 g medindo 25 mm x 19 mm.<br />

tacas <strong>de</strong> cercas. A boca me<strong>de</strong> 25 mm x 25 mm e a profundida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> che-<br />

São postos diretamente no solo e dificilmente vistos. Quando da presença<br />

gar a 150 mm. A postura consta <strong>de</strong> dois ovos <strong>de</strong> cor branca, pesam em média<br />

2,5 g e me<strong>de</strong>m 19,5 mm x 15 mm. Macho e fêmea participam da incu<strong>de</strong><br />

um intruso no momento em que estão incubando, voam para longe do nibação<br />

e alimentação dos filhotes.<br />

nho talvez para não <strong>de</strong>nunciar o local do ninho. Quando estão com filhotes,<br />

costumam fingir que estão com as asas quebradas e, <strong>de</strong>ssa maneira, tentam<br />

O papa-lagarto-canelado (Coccyzus melacoryphus).<br />

afastar o intruso das proximida<strong>de</strong>s dos filhotes.<br />

Constrói o ninho em forma <strong>de</strong> tigela, confeccionado <strong>de</strong> gravetos, medindo<br />

100 mm <strong>de</strong> diâmetro por 30 mm <strong>de</strong> altura por 20 mm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. É for-<br />

O bacurauzinho (Chor<strong>de</strong>iles pusillus xerophilus).<br />

rado internamente com folhas secas e fixado <strong>de</strong>baixo das folhagens dos ar-<br />

É o menor bacurau da Caatinga. Possui uma plumagem amarronzada, dibustos.<br />

A postura po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> três a quatro ovos, o peso po<strong>de</strong> variar entre 7,2<br />

ferindo <strong>de</strong> Chor<strong>de</strong>iles p. pusillus, que é cinza escuro. Em relação à reprog<br />

a 8,9g e a medida po<strong>de</strong> variar entre 27 mmm x 21 mm a 30 mm x 23 mm.<br />

dução também existe uma gran<strong>de</strong> diferença, o primeiro reproduz em lajedos<br />

<strong>de</strong> cor avermelhada, assemelhando-se à sua plumagem. A postura cons-<br />

O garrinchão-<strong>de</strong>-bico-gran<strong>de</strong> (Thryothorus longirostris).<br />

ta <strong>de</strong> dois ovos que são postos junto às centenas <strong>de</strong> pedras <strong>de</strong> diversos tama-<br />

Constrói o ninho em forma <strong>de</strong> uma bola, confeccionado <strong>de</strong> fibras <strong>de</strong> plannhos,<br />

próximo a uma pequena moita que lhe proporciona sombra que será<br />

tas. Esses ninhos são construídos em locais <strong>de</strong> difícil acesso: pé <strong>de</strong> cansan<strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> importância tanto, durante o período <strong>de</strong> incubação e principalção,<br />

cactos e muitas vezes próximo <strong>de</strong> casas <strong>de</strong> vespas. A postura po<strong>de</strong> ser<br />

mente quando do nascimento do filhote. Os filhotes, na ausência dos pais,<br />

<strong>de</strong> dois a três ovos <strong>de</strong> cor creme com pintas <strong>de</strong> cor castanha, pesando em<br />

no horário <strong>de</strong> sol quente, busam abrigo embaixo <strong>de</strong>ssa moita. As pedras média 2,3 g e medindo 20,5 mm x 14 mm.<br />

próximas aos ovos ou filhotes proporcionam uma perfeita camuflagem, on<strong>de</strong><br />

dificilmente serão avistados. O filhote durante o processo <strong>de</strong> cresci- O choro-boi (Taraba major)<br />

mento vai sendo confundido com diversas pedras <strong>de</strong> tamanhos diferentes e Constrói o ninho em forma <strong>de</strong> um cesto fixado em uma forquilha, em ar<strong>de</strong><br />

colorações diversas. Chor<strong>de</strong>les p. pusillus costuma reproduzir em áreas bustos no meio das folhagens numa altura entre 1,5 m a 3,0 m do solo. Pos<strong>de</strong><br />

vegetação rasteira próximo às pequenas moitas on<strong>de</strong> o solo e as folhas sui entrada <strong>de</strong> 100 mm x 100 mm, altura 65 mm e 60 mm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>.<br />

<strong>de</strong>positadas no solo assemelhem-se à sua coloração acinzentada. Seus A postura consta <strong>de</strong> dois ovos pesando em média 6.2 g e medindo 27,5 mm<br />

ovos são <strong>de</strong> cor creme com várias pintas <strong>de</strong> cor castanha. Não temos certe- x 21 mm. Macho e fêmea participam da incubação.<br />

za sobre a cor dos ovos <strong>de</strong> Chor<strong>de</strong>les p. xerophilus. Certa vez, encontramos<br />

um ovo <strong>de</strong> cor branca que pesava 2,3 g e media 26 mm x 16 mm, que estava A choca-barrada (Thamnophilus doliatus).<br />

posto no solo junto com <strong>de</strong>zena <strong>de</strong> pedras <strong>de</strong> diversas cores. Esse ovo pare- Constrói o ninho em forma <strong>de</strong> um cesto fixado em uma forquilha, em arcia<br />

muito com o padrão dos bacuraus, no entanto, estava abandonado. bustos no meio das folhagens numa altura entre um a três metros do solo. A<br />

postura consta <strong>de</strong> dois ovos pesando em média 3,8 g. Os filhotes possuem a<br />

A rolinha-<strong>de</strong>-asa-canela (Columbina minuta).<br />

cor interna do bico <strong>de</strong> cor laranja intensa.<br />

Constrói o seu ninho em forma <strong>de</strong> tigela, confeccionado <strong>de</strong> maneira rala<br />

com gravetos, forrado com gramíneas e fixado <strong>de</strong>baixo das folhagens dos A choca-do-nor<strong>de</strong>ste (Sakesphorus cristatus).<br />

arbustos. A postura consta <strong>de</strong> dois ovos <strong>de</strong> cor branca que pesam em média Constrói o ninho em forma <strong>de</strong> um cesto fixado em uma forquilha, em ar-<br />

2,4 g e me<strong>de</strong>m 21 mm x 15 mm. bustos próximos ao solo, a 70 cm do solo, aproximadamente. Possui boca<br />

<strong>de</strong> 60 mm x 50 mm, altura 50 mm e profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 45 mm, forrado com lí-<br />

A rolinha picui (Columbina picui).<br />

quen externamente. A postura consta <strong>de</strong> dois ovos pesando em média 3,3 g<br />

Constrói o seu ninho em forma <strong>de</strong> tigela, confeccionado <strong>de</strong> maneira rala e medindo 22 mm x 17 mm. Macho e fêmea participam da incubação. O nicom<br />

gravetos, forrado com gramíneas e fixado <strong>de</strong>baixo das folhagens dos nho <strong>de</strong>sta espécie nunca tinha sido <strong>de</strong>scrito (<strong>de</strong>l Hoyo 2003).<br />

arbustos. Po<strong>de</strong> construir embaixo <strong>de</strong> telhados nas varandas <strong>de</strong> casas do<br />

campo. A postura consta <strong>de</strong> dois ovos <strong>de</strong> cor brancos puros que pesam em O formigueiro-<strong>de</strong>-barriga-preta (Formicivora melanogaster).<br />

média 3,4 g e me<strong>de</strong>m 24 mm x 17 mm.<br />

Constrói o ninho em forma <strong>de</strong> um cesto fixado em uma forquilha, em arbustos<br />

bem próximos ao solo. É parecido muito com o <strong>de</strong> Formicivora gri-<br />

A pararu-azul (Claravis pretiosa).<br />

sea, mas os ovos diferem <strong>de</strong>ste uma vez que o <strong>de</strong> F. melanogaster possui<br />

Constrói o seu ninho em forma <strong>de</strong> tigela, confeccionados <strong>de</strong> maneira ra- uma cor creme com várias pintas <strong>de</strong> cor castanha concentradas no pólo sula<br />

com gravetos, forrado com gramíneas e fixado <strong>de</strong>baixo das folhagens perior, sendo que em F. grisea as pintas são espalhadas por toda a superfídos<br />

arbustos. A postura consta <strong>de</strong> dois ovos <strong>de</strong> cor branca que pesam em cie do ovo. Tanto o macho como a fêmea chocam e a postura consta <strong>de</strong> dois<br />

média 3,8 g e me<strong>de</strong>m 23 mm x 18 mm.<br />

ovos que pesam em média 1,9 g medindo 28 mm x 17 mm.<br />

70<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


A choca-do-planalto (Thamnophilus pelzelni).<br />

gran<strong>de</strong> amante da natureza que nasceu, cresceu e morreu no mesmo local,<br />

Constrói seu ninho em forma <strong>de</strong> um cesto fixado em uma forquilha, em Barreira, on<strong>de</strong> também foi enterrado. Agra<strong>de</strong>cemos a Eliane Ribeiro da Silarbustos<br />

com alturas variáveis <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 80 cm do solo até mais <strong>de</strong> dois me- va, Elizangela Silva Souza, Rosivane Ribeiro da Silva, Zezito <strong>de</strong> Jesus, Ziltros.<br />

Tanto o macho como a fêmea chocam. A postura consta <strong>de</strong> dois ovos domar Souza Magalhães pela participação direta nas campanhas <strong>de</strong> campo<br />

que pesam em média 3,0 g medindo 27 mm x 16,5 mm.<br />

e especialmente a Carlos Silva Ribeiro e Zacarias <strong>de</strong> Jesus, o <strong>de</strong>scobridor<br />

dos ninhos. Agra<strong>de</strong>cemos a alta direção da Cetrel em nome do Dr. Ney Sil-<br />

O guaracavuçu (Cnemotriccus fuscatus).<br />

va que sempre incentivou as nossas pesquisas <strong>de</strong> campo. Agra<strong>de</strong>cemos à<br />

Constrói o ninho em forma <strong>de</strong> um pequeno cesto com boca medindo 50 comissão editorial <strong>de</strong> AO, que muito contribuiu na revisão <strong>de</strong>ste artigo.<br />

mm x 50 mm, altura <strong>de</strong> 70 mm e profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 48 mm. A postura consta<br />

<strong>de</strong> dois ovos pesam em média 2,0 g e me<strong>de</strong>m 17 mm x 14 mm. Esse pássaro Referências Bibliográficas<br />

é muito arisco ao perceber um intruso nas proximida<strong>de</strong>s do ninho voa para Bencke, G. A. & G. N. Maurício (2002). Programa <strong>de</strong> IBAs no Brasil. Fase I. Relatório Final.<br />

longe e só retorna <strong>de</strong>pois que o intruso <strong>de</strong>saparece.<br />

(Goerck, J.M., D. Wege & A. Estrada, coords) BirdLife International.<br />

Colaço, M., T. A. Moreira, C. S. Santana & C. G. Machado (2002). As <strong>espécies</strong> <strong>de</strong> aves registradas<br />

na Reserva Indígena Pankararé, no município <strong>de</strong> Glória, Estado da Bahia. In: Resu-<br />

O ninho do papa-moscas-do-sertão (Stigmatura napensis).<br />

mos do X Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Ornitologia e VIII Encontro Nacional <strong>de</strong> Anilhadores<br />

Fica bem escondido em meio às folhagens do arbusto, a uma altura que po<strong>de</strong><br />

variar entre 70 cm do solo a um metro e meio. Possui boca <strong>de</strong> 40 mm x 40 <strong>de</strong>l Hoyo, J. A. Elliott & J.Sargatal, (eds) (1994). Handbook of the brids of the world. New<br />

<strong>de</strong> Aves. Resumo 025, pgs. 47-48, Fortaleza, CE.<br />

World Vulture to Guineafow v. 2.Barcelona: Lynx Edicions.<br />

mm, uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 25 mm e uma altura <strong>de</strong> 30 mm. A postura po<strong>de</strong> <strong>de</strong>l Hoyo, J. A. Elliott & J. Sargatal (eds) (2003). Handbook of the brids of the world. Broadbills<br />

constar <strong>de</strong> dois a três ovos, pesam em média 1,2 g e me<strong>de</strong>m 17 mm x 12 mm. to Tapaculos. v. 8.Barcelona: Lynx Edicions.<br />

Grantsau, R. (1989). Os beija-flores do Brasil. Editora Expressão e Cultura, RJ.<br />

A gralha-cancã (Cyanocorax cyanopogon)<br />

Grantsau. R. (2008). Uma nova subespécie <strong>de</strong> Caprimulgus longirostris (Aves, Caprimulgidae).<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas Nº 145 – setembro-outubro. www.ao.com.br<br />

Constrói o ninho em forma <strong>de</strong> tigela, semelhante a um ninho <strong>de</strong> Mimus sa-<br />

Marini, A. M. & R.B. Cavalcanti (1990). Migrações <strong>de</strong> Elaenia albiceps chilensis e Elaenia chiturninus,<br />

confeccionado <strong>de</strong> gravetos, forrado com gravetos menores. A postu- riquensis albiventer (Aves: Tyrannidae) Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série<br />

ra po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> dois a três ovos <strong>de</strong> cor ver<strong>de</strong> claro com pintas <strong>de</strong> cor marrom es- Zoologia 6(1): 55-64.<br />

palhadas por toda a superfície do ovo e com maior concentração no pólo Supe- Munn, C. A. (1995). Lear's macaw: A second Population Confirmed. Psitta Scene, Vol 7 N. 4.<br />

rior. Pesam em média 7,1 g e me<strong>de</strong>m 30 mm x 20 mm. O casal é muito arisco. Pp. 1-3.<br />

Lima, P. C., C.Munn & D. V. Lima (1996).O status ecológico da arara azul <strong>de</strong> lear. In: I Congres-<br />

Ao perceber que o ninho foi <strong>de</strong>scoberto voa para longe do ninho e fica obser- so baiano <strong>de</strong> meio ambiente, Salvador. Anais do I Congresso Baiano <strong>de</strong> Meio Ambiente.<br />

vando à distância só retornando para o ninho <strong>de</strong>pois que o perigo <strong>de</strong>saparece. Salvador, Bahia.: 1996. p. 160-162.<br />

Lima, P. C. & S. S. Santos (1999). Illegal traffic in Brazil´s Wildlife. Psitta Scene, United kingdom.<br />

v. 11, n. 4, p. 8-9.<br />

O pássaro-preto (Gnorimpsar chopi).<br />

Lima, P. C. & S.S. Santos (2000). Cetas: an important tool to fight illegal traffic of sylvan ani-<br />

Constrói o ninho em ocos <strong>de</strong> árvores, utilizando fibras <strong>de</strong> vegetais. Pos- mals and reintroduction of species in protected habitats in light of eco-tourism activities.<br />

sui boca <strong>de</strong> 80 mm x 90 mm e a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 65 mm. A postura po<strong>de</strong> In: II International Congress & Exibition on Ecotourism, 2000, Salvador. Annals II International<br />

Congress & Exibition on Ecotourism. Salvador, Bahia.: p. 29-33.<br />

conter <strong>de</strong> dois a três ovos <strong>de</strong> cor esver<strong>de</strong>ados, pesando em média 6.2 g e medindo<br />

28.0 mm x 20 mm. O período <strong>de</strong> incubação é <strong>de</strong> 16 dias. Caso obte<strong>de</strong><br />

- Rural, Salvador, Bahia. p. 4- 5, 26 ago.<br />

Lima, P. C., S. S. Santos, J. Ribamar & O. N. Faria (2002). O tráfico <strong>de</strong> animais na Bahia. A Tar-<br />

nha sucesso reprodutivo, po<strong>de</strong>m utilizar o mesmo ninho por vários anos.<br />

Lima, P.C., S. S. Santos & R. C. F. R. Lima (2003). Levantamento e anilhamento da ornitofauna<br />

Várias aves cuidam do ninho. Já contamos até cinco indivíduos cuidando na Pátria da Arara-azul-<strong>de</strong>-lear (Anodorhynchus leari, Bonaparte, 1856): um complemento<br />

ao levantamento realizado por H. Sick, L. P. Gonzaga e D. M. Teixeira, 1987. Atuado<br />

mesmo ninho, acreditamos tratar-se <strong>de</strong> filhotes <strong>de</strong> ninhadas anteriores<br />

que ajudam criar os seus irmãos. Retiram as fezes do interior do ninho.<br />

lida<strong>de</strong>s ornitológicas, Ivaiporã, Paraná. v.112, p. 11.<br />

Lima, P. C., S. S. Santos & R. C. F. R. Lima Rocha (2003). Novas informações sobre o levantamento<br />

e anilhamento da ornitofauna na Pátria da Arara-azul-<strong>de</strong>-lear (Anodorhynchus lea-<br />

A polícia-inglesa-do-sul (Sturnella superciliaris). ri, Bonaparte, 1856), Bahia, Brasil. Atualida<strong>de</strong>s ornitológicas, Ivaiporã, Paraná. v. 115,<br />

Constrói o ninho em forma <strong>de</strong> um cesto fixado entre a vegetação. Costu- p. 3-4.<br />

ma se reproduzir em colônia. Já encontramos aproximadamente 10 ninhos Lima, P. C., S.S. Santos, R. C. F. R. Lima, O. C. Nunes & M. R. Torres (2004). Novos registros<br />

da ornitofauna Da Pátria da Arara-azul-<strong>de</strong>-lear (Anodorhynchus leari, Bonaparte, 1856),<br />

distantes um dos outros cerca <strong>de</strong> dois metros. Todos os ninhos que encon- Bahia, Brasil. Destacando-se a presença <strong>de</strong> Cabeça-seca Mycteria americana, Linné,<br />

tramos foram em áreas alagadiças. A postura consta <strong>de</strong> dois ovos que pe- 1758). Atualida<strong>de</strong>s ornitológicas, Ivaiporã, Paraná. v. 118, p. 6.<br />

sam em média 3,0 g, medindo 21 mm x 16 mm.<br />

Lima, P. C., LIMA, R. C. F. R Lima & S. S. Santos( 2004). Coccyzus americanus Linné, 1758<br />

na Pátria da Arara-azul-<strong>de</strong>-lear (Anodorhynchus leari Bonaparte, 1856): primeiro registro<br />

para a Caatinga na Bahia, Brasil. Atualida<strong>de</strong>s ornitológicas, Ivaiporã, Paraná.<br />

O azulão (Cyanocompsa brissonii).<br />

v.120, p.5-6.<br />

Constrói o ninho em forma <strong>de</strong> um pequeno cesto com boca medindo 70 Lima, P. C., T. N. C. Lima Neto R. C. F. R Lima & B. G. Pita (2005). Novos Registros da Ornitofauna<br />

na Pátria da Arara- azul-<strong>de</strong>- Lear (Anodorhynchus leari, Bonaparte, 1856), Bahia,<br />

mm <strong>de</strong> diâmetro, altura <strong>de</strong> 48 mm e profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 30 mm. A postura<br />

consta <strong>de</strong> dois ovos pesando em média 2,5 g e me<strong>de</strong>m 21 mm x 15 mm.<br />

Brasil, <strong>de</strong>stacando-se a presença e reprodução da Saracura-da-praia, Arami<strong>de</strong>s mangle<br />

(Spix, 1825). Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas, Ivaiporã, Paraná. v. 125, p. 11.<br />

Lima, P. C. (2005). As aves da pátria da Leari (2005). Atualida<strong>de</strong>s ornitológicas Nº . 128, No-<br />

O ninho do tico-tico (Zonotrichia capensis). vembro-<strong>de</strong>zembro. 2a Edição. 259 pg. 17.27 MB – www.ao.com.br<br />

O ninho fica bem escondido em meio às folhagens do arbusto, a uma altupretrei<br />

pretrei (Lesson & DeLattre, 1839), para o sucesso reprodutivo da subespécie.Um<br />

Lima, P. C., R. Grantsau, & T. N. C. Lima Neto (2007). Contribuição do macho <strong>de</strong> Phaethornis<br />

ra que po<strong>de</strong> variar entre 10 cm do solo a dois metros. Possui boca <strong>de</strong> aproensaio<br />

fotográfico. Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas Nº 136 - Março/Abril www.ao.com.br<br />

ximadamente 50 mm <strong>de</strong> diâmetro e uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 35 mm. A postu-<br />

Lima , P. C., L. E. Silva & T. N. C. Lima Neto (2008). Primeiro registro documentado do ninho<br />

ra po<strong>de</strong> constar <strong>de</strong> dois a três ovos, que pesam em média 2,4 g e me<strong>de</strong>m 21 <strong>de</strong> Phaethornis gounellei (Boucard, 1891) na pátria da Anodorhynchus leari (Bonaparte,<br />

mm x 15 mm. Encontramos um ninho construído em um pequeno arbusto 1858) uma homenagem aos 80 anos <strong>de</strong> Rolf Grantsau. Atualida<strong>de</strong>s ornitológicas Nº 141 –<br />

que não passava <strong>de</strong> 20 cm <strong>de</strong> atura, que ficava no centro <strong>de</strong> uma estrada ru- Janeiro/Fevereiro - www.ao.com.br<br />

Lima, P. C., T. N. C. Lima Neto & L. E. Silva (2008). Primeiro registro documentado da reproral<br />

pouco frequentada. Os carros que circulavam, passavam literalmente dução do tem-farinha-aí? (Myrmorchilus strigilatus strigilatus Wied, 1831). Na pátria da<br />

por cima do ninho. No entanto o casal conseguiu criar os filhotes.<br />

Anodorhynchus leari. Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas Nº 143 - Maio/Junho www.ao.com.br<br />

Lima, P. C., T. N. C. Lima Neto & L. E. S. Silva (2008) Primeiro registro documentado da Reprodução<br />

do João-chique-chique (Gyalophylax hellmayri Reiser, 1905) na pátria da Ano-<br />

O ninho do tico-tico-rei-cinza (Coryphosphigus pileatus).<br />

dorhynchus leari. Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas Nº 144 - Julho/Agosto – www.ao.com.br<br />

O ninho fica bem escondido em meio às folhagens do arbusto, a uma altu-<br />

Reynolds, M. (1998). Lears Macaw, some history, the current situation, and proposals for its prera<br />

que po<strong>de</strong> variar entre 70 cm do solo a um metro e meio <strong>de</strong> altura. A pos- servation. Psitta Scene Vol. 10, N. 4. Pp. 2-4.<br />

tura consta <strong>de</strong> dois ovos <strong>de</strong> cor ver<strong>de</strong> clara pesando em média 2,0 g.<br />

Sick, H., L. P. Gonzaga & D. M. Teixeira (1987). A arara-azul-<strong>de</strong> lear, Anodorhynchus leari Bonaparte,<br />

1856. Revista Brasileira <strong>de</strong> Zoologia 3(7):441-463.<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

Sick, H. (1997). Ornitologia Brasileira. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Editora Nova Fronteira<br />

Simões, C. (2005). Lear's homeland inspires community revolution. Psitta Scene, Vol 17 N. 2.<br />

Este artigo é <strong>de</strong>dicado a Zé Gran<strong>de</strong> das Barreiras, município <strong>de</strong> Eucli<strong>de</strong>s Pp. 15.<br />

da Cunha, área <strong>de</strong> ocorrência da A. leari. Ele viveu seus mais <strong>de</strong> noventa<br />

anos em perfeita harmonia com as araras, plantava milho para subsistên- Cetrel S/A Empresa <strong>de</strong> Proteção Ambiental do Pólo Petroquímico<br />

cia, que eram comidos pelas araras, preservava <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> pés <strong>de</strong> ouricuri <strong>de</strong> Camaçari. Via Atlântica, km 9, Interligação Estrada do Coco -<br />

na sua roça para que as araras pu<strong>de</strong>ssem se alimentar. Zé gran<strong>de</strong> foi um CEP 42810000 - Camaçari - Bahia. Email: pedro@cetrel.com.br<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br<br />

71


<strong>Ninhos</strong> <strong>de</strong> <strong>espécies</strong> <strong>ameaçadas</strong>, <strong>endêmicas</strong> e <strong>outras</strong> <strong>de</strong> comportamento reprodutivos pouco<br />

conhecidos, na Pátria da Arara-Azul-<strong>de</strong>-Lear (Anodorhynchus leari, Bonaparte, 1856).<br />

Destacando-se novos dados sobre o comportamento reprodutivo do<br />

besourinho-<strong>de</strong>-cauda-larga (Phaethornis gounellei): uma pequena contribuição.<br />

72<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Codorna-amarela (Nothura maculosa)<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 73


Jacucaca (Penelope jacucaca)<br />

74<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 75


76<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Bacurau-chintã (Caprimulgus parvulus)<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 77


78<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Babacurauzinho (Chor<strong>de</strong>iles pusillus xerophilus)<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 79


80<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 81


82<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 83


84<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Rolinha-<strong>de</strong>-asa-canela (Columbina minuta)<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 85


86<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 87


88<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Rolinha picui (Columbina picui)<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 89


90<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 91


92<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 93


Pararu-azul (Claravis pretiosa)<br />

94<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 95


96<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Besourinho-<strong>de</strong>-cauda-larga (Phaethornis gounellei)<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 97


98<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 99


100<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 101


Picapauzinho-anão (Venliornis passerinus)<br />

102<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 103


104<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 105


106<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Papa-lagarto-canelado (Coccyzus melacoryphus)<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 107


108<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Garrinchão-<strong>de</strong>-bico-gran<strong>de</strong> (Thryothorus longirostris)<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 109


110<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 111


Choro-boi (Taraba major)<br />

112<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 113


114<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 115


Choca-barrada (Thamnophilus doliatus)<br />

116<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 117


118<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 119


120<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Choca-do-nor<strong>de</strong>ste (Sakesphorus cristatus)<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 121


122<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 123


124<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 125


Formigueiro-<strong>de</strong>-barriga-preta (Formicivora melanogaster)<br />

126<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 127


128<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Papa-foriga-pardo (Formicivora grisea)<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 129


Choca-do-planalto (Thamnophilus pelzelni)<br />

130<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 131


132<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Guaracavuçu (Cnemotriccus fuscatus)<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 133


134<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 135


Papa-moscas-do-sertão (Stigmatura napensis)<br />

136<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 137


138<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 139


Gralha-cancã (Cyanocorax cyanopogon)<br />

140<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 141


142<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Pássaro-preto (Gnorimpsar chopi)<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 143


144<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 145


Policia-inglesa-do-sul (Sturnella superciliaris)<br />

146<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 147


148<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 149


Azulão (Cyanocompsa brissonii)<br />

150<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 151


152<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 153


Tico-tico (Zonotrichia capensis)<br />

154<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 155


156<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 157


158<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Tico-tico-rei-cinza (Coryphosphigus pileatus)<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 159


160<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br


Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010 - www.ao.com.br 161

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!