Enquitreídeos: o que são e sua importância no solo - Fundagres
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Enquitreídeos: o que são e sua importância no solo - Fundagres
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<strong>Enquitreídeos</strong><br />
deos: : o<br />
<strong>que</strong> <strong>são</strong> e <strong>sua</strong><br />
<strong>importância</strong> <strong>no</strong> <strong>solo</strong><br />
Cintia Carla Niva<br />
Pós-doutoranda<br />
PNPD/ / MCT/ FINEP/ CNPq<br />
Embrapa Florestas, , Colombo-PR<br />
cintiacn@gmail.com
Niva CC – Fertbio2010<br />
O <strong>que</strong> <strong>são</strong> s enquitreídeos<br />
deos?<br />
Enquitreídeo, enquitréia, “minhoca branca”<br />
Potworm, white worm<br />
Hábito: Terrestre, aquático, semi-terrestre<br />
Tamanho: ~ 40 mm x 0.05- 1 mm<br />
Mesofauna edáfica<br />
Annelida<br />
Clitellata<br />
Oligochaeta<br />
Enchytraeidae
Niva CC – Fertbio2010<br />
Morfologia externa e interna<br />
- corpo alongado e com sulcos intersegmentais<br />
exter<strong>no</strong>s e, internamente,<br />
por septos<br />
- cada segmento (anel) constitui-se do<br />
mesmo conjunto de órgãos<br />
espermateca<br />
(seg. V)<br />
- 2 pares de feixes de cerdas dorsais e 2<br />
pares ventrais/ segmento a partir do seg. II<br />
- clitelo <strong>no</strong>s segmentos XII-XIII<br />
- poro cefálico (prostomium) e dorsais (VII<br />
em diante)<br />
- glândulas epidérmicas<br />
vesícula seminal<br />
testes (seg. XI)<br />
- poros genitais<br />
Dash 1983<br />
Schmelz & Collado 2010<br />
ovário (seg. XII)
Niva CC – Fertbio2010<br />
Diversidade de Enchytraeidae<br />
No mundo<br />
1000 espécies<br />
(690 válidas)<br />
(Schmelz 2010, pers. com.)<br />
América do Sul<br />
78 espécies<br />
(47 válidas)<br />
Brasil<br />
~50 espécies<br />
(28 válidas)<br />
(Römbke, 2007; Christoffersen, 2009)<br />
?<br />
Diversidade muito maior esperada,<br />
pois o Brasil ainda foi pouco<br />
explorado.<br />
Ex. Região Nordeste sem<br />
registro oficial de ocorrência<br />
América do Sul: Possível centro de origem da família Enchytraeidae!!!!<br />
(Coates, 1989)
Onde vivem os enquitreídeos?<br />
Em todos os continentes<br />
Distribuição vertical<br />
Abundantes nas camadas<br />
superiores do <strong>solo</strong><br />
(0 – 5 cm)<br />
Niva CC – Fertbio2010
Niva CC – Fertbio2010<br />
Abundância e diversidade de enquitreídeos<br />
Florestas<br />
Temperado<br />
5000 ~ 146.000/ m2<br />
7 ~ 27 spp<br />
Tropical<br />
0 ~ 23.000/ m2<br />
xx<br />
9 ~ 25 spp<br />
Pastagens<br />
Temperado<br />
31.000 ~ 74.000/ m2<br />
4 ~ 28 spp<br />
xx<br />
Tropical<br />
500 ~ 7.000/ m2<br />
6 ~ 12 spp<br />
Römbke<br />
2007
Niva CC – Fertbio2010<br />
Método de coleta<br />
ISO 23611-3 3 (2007)<br />
Coletor: ¨Split<br />
soil corer¨<br />
Extração a frio<br />
(método<br />
Römbke)<br />
?<br />
TSBF<br />
(monólitos)<br />
20cm comp x 6 cm diam<br />
<strong>Enquitreídeos</strong> <strong>no</strong><br />
sedimento decantado<br />
Niva et al. 2010
Niva CC – Fertbio2010<br />
Funções <strong>no</strong> <strong>solo</strong><br />
Decomposição da matéria orgânica<br />
Matéria orgânica semi-digerida e triturada estimula<br />
recolonização microbiana e facilita ação decompositora<br />
Disper<strong>são</strong> de esporos de fungos<br />
Misturam matéria orgânica ao <strong>solo</strong><br />
Micro-porosidade do <strong>solo</strong><br />
Dependente da espécie e das condições abióticas e bióticas<br />
Relevância ecológica da função depende da abundância<br />
(Didden 1993, Didden et al 1997, Dash 1983, van Vliet et al 2004)
Niva CC – Fertbio2010<br />
Fatores abióticos x enquitreídeos<br />
- Umidade –<br />
Sensíveis devido à cutícula delicada e respiração cutânea<br />
- pH -<br />
<strong>Enquitreídeos</strong> parecem ser mais fre<strong>que</strong>ntes em <strong>solo</strong>s neutros<br />
ou levemente ácidos, mas acidofilia depende da espécie<br />
Ex. Cognettia sphagnetorum<br />
- Temperatura -<br />
Podem sobreviver <strong>no</strong> gelo (ice worms) ou suportar até 37˚ C<br />
- reprodução ocorre entre 8 e 28˚ C<br />
- Compactação<br />
do <strong>solo</strong> -<br />
Sobrevivem pouco, dificuldade em recolonizar<br />
Aragem altera distribuição vertical<br />
Didden et al 1997 , Dash 1983, Rohrig et al 1998
Niva CC – Fertbio2010<br />
A diversidade e abundância de enquitreídeos <strong>são</strong><br />
influenciadas pelas características abióticas e<br />
bióticas do <strong>solo</strong><br />
BIOINDICADORES<br />
DA QUALIDADE<br />
DO SOLO
<strong>Enquitreídeos</strong><br />
na Mata Atlântica (Solobioma(<br />
Solobioma)<br />
Abundância (indivíduos/ m2)<br />
(Römbke, Collado & Schmelz 2007)<br />
- Maior abundância em<br />
cambi<strong>solo</strong> de floresta<br />
primária (não houve<br />
diferença em gleis<strong>solo</strong>)<br />
% de indivíduos em cada tipo de vegetação<br />
-Enchytraeus e Fridericia<br />
<strong>são</strong> sensíveis ao<br />
tipo de vegetação,<br />
preferem <strong>solo</strong>s antropizados<br />
Niva CC – Fertbio2010
Niva CC – Fertbio2010<br />
poluição industrial e mineração<br />
agrotóxicos e<br />
fertilizantes químicos<br />
radiação<br />
lixo urba<strong>no</strong><br />
produtos<br />
farmacêuticos<br />
Niveis tróficos<br />
Saúde do <strong>solo</strong><br />
Saúde do alimento<br />
e da água<br />
Saúde humana<br />
Como avaliar<br />
o impacto de<br />
poluentes <strong>no</strong> <strong>solo</strong>?
Niva CC – Fertbio2010<br />
ENQUITREÍDEOS COMO<br />
BIOINDICADORES<br />
DA CONTAMINAÇÃO DO SOLO<br />
Sensibilidade a contaminantes<br />
presentes <strong>no</strong> <strong>solo</strong><br />
Parâmetros biológicos<br />
mensuráveis para avaliar efeitos<br />
diretos e indiretos <strong>no</strong> laboratório<br />
e campo<br />
Photo by Niva<br />
Facilidade de criação em massa
Protocolo ISO n°16387 n<br />
(2004)<br />
“Efeitos de poluentes sobre a reprodução e sobrevivência<br />
de Enchytraeus sp”<br />
Substrato:<br />
20 g<br />
de <strong>solo</strong> artificial OECD<br />
(areia + caulim + “sphagnum peat“)<br />
Alimento:<br />
50 mg/ 25 mg de aveia<br />
Organismos-teste:<br />
10 adultos<br />
(Enchytraeus albidus,<br />
Enchytraeus crypticus)<br />
Adaptações para<br />
melhor utilização<br />
do ensaio em<br />
condições brasileiras<br />
Tempo de exposição: 28 dias<br />
Temperatura: 18-20°C<br />
Niva CC – Fertbio2010
Perspectivas com<br />
enquitreídeos<br />
<strong>no</strong> Brasil<br />
- Diversidade e ecologia<br />
- Bioindicadores<br />
- onde estão, quantos <strong>são</strong>?<br />
- função <strong>no</strong> <strong>solo</strong> tropical?<br />
- filogenia e sistemática tica molecular<br />
- impacto da antropização<br />
- avaliação da contaminação<br />
- biomarcadores moleculares<br />
- impacto do a<strong>que</strong>cimento global<br />
- Biologia da regeneração<br />
Niva CC – Fertbio2010<br />
Photo by Niva -Barra do Turvo - SP
Niva CC – Fertbio2010<br />
Referências<br />
Briones, M. J. I.; Carreira J.; Ineson, P. (1998) Cognettia sphagnetorum (Enchytraeidae) and<br />
nutrient cycling in organic soils: a microcosm experiment. under your organization's agreement<br />
with Elsevier. Applied Soil Ecology 9(1-3): 289-294.<br />
Briones, M. J. I.; Ineson, P. (2002) Use of 14C carbon dating to determine feeding behaviour of<br />
enchytraeids. Soil Biology and Biochemistry 34(6): 881-884.<br />
Coates, K.A. (1989) ‘Phylogeny and origins of Enchytraeidae’, Hydrobiologia, vol 180, pp17–33.<br />
Dash, M.C. (1983) Biology of enchytraeidae (Oligochaeta). International Book Distributors,<br />
Dehradun, 171p.<br />
Didden, W.H.A.; Frund, H.C.; Graefe, U. (1997) Enchytraeids. In: Fauna in soil Ecosystems. Ed.<br />
Benckiser G, Marcel Dekker Inc., New York, 135-172.<br />
Didden, W.A.M. & Römbke, J. (2001) Enchytraeids as indicator organisms for chemical stress in<br />
terrestrial ecosystems. Ecotox. Envir. Safety 50: 25-43.<br />
ISO (International Organization for Standardization) (2004) Soil Quality - Effects of pollutants<br />
on Enchytraeidae (Enchytraeus sp.). Determination of effects on reproduction and survival. ISO<br />
16387. Geneve, Switzerland.<br />
ISO (International Organization for Standardization) (2007) Soil Quality – Sampling of soil<br />
invertebrates – Part 3: sampling and soil extraction of enchytraeids. ISO 23611-3. Geneve,<br />
Switzerland.<br />
Jänsh, S. & Römbke, J. (2003) Ecological characterization of selected enchytraeid species<br />
(Enchytraeidae, Oligochaeta) A literature research. Newsletter on Enchytraeidae 8: 57-68.<br />
Myohara M, Niva CC, Lee JM (2006) Molecular approach to annelid regeneration: cDNA<br />
subtraction cloning reveals various <strong>no</strong>vel genes that are upregulated during the large-scale<br />
regeneration of the oligochaete, Enchytraeus japonensis. Developmental Dynamics 235: 2051-<br />
2070.<br />
continua<br />
continua
Niva CC – Fertbio2010<br />
Referências (cont.)<br />
Niva, , C.C.; Rombke, , J.; Schmelz, R.M.; ; Brown, G.G. (2010) <strong>Enquitreídeos</strong><br />
(Enchytraeidae,Oligochaeta, Annelida). In: Fatima M. S. Moreira; E. Jeroen Huising;<br />
David E. Bignell. (Org.). Manual de Biologia dos Solos Tropicais Amostragem e<br />
Caracterização da Biodiversidade. 1 ed. Lavras: UFLA, 2010, p. 351-361.<br />
Rohrig, , R; Langmaack, , M.; Schrader, S. Larink, , O. (1998) Tillage systems and soil<br />
compaction - their impact on abundance and vertical distribution of Enchytraeidae. Soil &<br />
Tillage Research. 46(1-2): 117-127.<br />
Römbke<br />
mbke, , J. (1991) Estimates of the Enchytraeidae (Oligochaeta, Annelida) contribution to<br />
energy flow in the soil system of an acid beech wood forest. Biol. Fertil. Soils 11: 255-260.<br />
Römbke<br />
mbke, , J. (2003) The role of Gilberto Righi in the development of tropical microdrile<br />
taxo<strong>no</strong>my. Pedobiologia, 47: 405-412.<br />
Römbke<br />
mbke, , J. (2007) Enchytraeidae of tropical soils: State of the art, with special emphasis<br />
on Latin America. Folia Facultatis scientiarum naturalium Universitatis Masarykianae<br />
Brunensis, Biologia, v. 110, 157-181, 2007.<br />
Römbke<br />
mbke, , J., R.; Collado, , R.; Schmelz, , R. M. (2007) Abundance, distribution, and indicator<br />
potential of enchytraeid genera (Enchytraeidae, Clitellata) in secondary forests and<br />
pastures of the Mata Atlântica. Acta Hydrobiologica Sinica, 31: 1-12.<br />
van Vliet PCJ, Beare MH, Coleman DC, Hendrix PF (2004) Effects of enchytraeids<br />
(Annelida: Oligochaeta) on soil carbon and nitrogen dynamics in laboratory incubations.<br />
Applied Soil Ecology, 25: 147-160<br />
van Vliet PCJ, Coleman DC, Hendrix PF (1997) Population dynamics of Enchytraeidae<br />
(Oligochaeta) in different agricultural systems. Biology and Fertility of Soils, 25:123–129
G.G. Brown<br />
(Embrapa)<br />
J. Römbke<br />
(ECT Oecologie)<br />
Bolsa e apoio<br />
PNPD/MCT/FINEP/CNPq<br />
Embrapa Florestas<br />
M. Myohara<br />
(NIAS)<br />
R.M. Schmelz<br />
(U. Coruña)<br />
F. Hansel<br />
(Embrapa)<br />
F. Moreira<br />
(UFLA)<br />
J.P. Sousa<br />
(U. Coimbra)<br />
Niva CC – Fertbio2010<br />
Estudantes<br />
Rafaela Kovalski<br />
Andressa Buch<br />
Lúcio Lourençato<br />
Katy Cantelly<br />
Wagner Maschio<br />
Daniel Andrade<br />
Debora Moskven<br />
Gustavo Mascarenhas<br />
H.C.S. Assis<br />
(UFPR)
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