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PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE ... - Fundagres

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<strong>PROGRAMA</strong> <strong>DE</strong> <strong>MELHORAMENTO</strong> <strong>GENÉTICO</strong> <strong>DE</strong> CLONES <strong>DE</strong> SERINGUEIRACOM RESISTENCIA AO FUNGO Microcyclus uleiCARLOS R. R. MATTOSPlantações Michelin da Bahia, Caixa Postal 2, CEP 45435-000, Ituberá, BA ; e-mail:carlos.mattos@br.michelin.com;O mal-das-folhas da seringueira (Hevea spp.) causado pelo fungo Microcyclus ulei éa principal doença da seringueira e limita a sua expansão nas áreas tradicionais de cultivo noBrasil, bem como em toda a América Latina, e se constitui em ameaça permanente aosseringais asiáticos responsáveis por 93% da produção mundial de borracha natural. Osprimeiros plantios de seringueira no Brasil ocorreram na década de 30 no Estado do Pará, e osataques do Microcyclus ulei ocorreram logo em seguida inviabilizando os seringais, eforçando o seu deslocamento para outras regiões distantes da Amazônia, a exemplo do Estadoda Bahia. Entretanto, na década de 50 a doença já ocorria de forma severa nos seringais daBahia, e atualmente todos os clones produtivos presentes no Estado são altamente suscetíveisao patógeno.O plantio de clones de seringueira resistentes ao mal-das-folhas, é considerado, desdehá muito tempo, a forma de luta mais eficaz contra o Microcyclus ulei. Os trabalhos demelhoramento genético com o objetivo de selecionar clones resistentes e produtivos, foraminiciados na década de 30, após os ataques severos do patógeno nas plantações FORD no Pará(Gonçalves, 1986). Entretanto, o trabalho de seleção procedeu-se sem que houvesse umconhecimento maior das interações planta/patógeno, e dessa forma priorizou-se a resistênciavertical, descobrindo-se mais tarde a ineficácia desse sistema devido ao aparecimento de raçasfisiológicas, verificado inicialmente por Langford (1960) e confirmado posteriormente porLangdon (1965) e Miller (1966).Embora poucos trabalhos tenham se preocupado com a avaliação da resistênciahorizontal em clones de seringueira, sabe-se que a caracterização desse tipo de resistência éfundamental para um programa de seleção de clones (Peralta et al., 1990). Um avanço nessesentido foi o estudo dos componentes da resistência horizontal da seringueira, desenvolvidopor Junqueira et al. (1990) e Rivano (1997).Outro fator importante a ser considerado em um programa de melhoramento genéticoda seringueira para resistência ao Microcyclus ulei, é o conhecimento da variabilidadegenética desse patógeno (Junqueira, 1986). Nesse aspecto, os trabalhos desenvolvidos porJunqueira et al. (1986), Rivano (1997), e Mattos et al. (2003), avançaram bastante mostrandoa grande variabilidade do Microcyclus ulei. Esse último autor, por exemplo, estudando 50isolados obtidos da “Plantações Michelin da Bahia”, região Sudeste da Bahia, concluiu que,pelo menos, 36 dos 50 isolados estudados possam tratar-se de novas raças do patógeno.Com o objetivo de selecionar clones de seringueira resistentes ao mal-das-folhas ecom alta produção de borracha, a MICHELIN em parceria com o CIRAD (Centre deCoopération Internationale en Rechercehe Agronomique pour le Développement) iniciou em1992 o Projeto CMB (Cirad-Michelin-Brasil) de melhoramento genético da seringueira. Apesquisa está sendo desenvolvida nas Plantações Michelin da Bahia e Mato Grosso, e nasinstalações do CIRAD na Guiana Francesa e em Montpellier na França, estruturado daseguinte forma:1


Plantações Michelin da Bahia* Estudo da variabilidade fisiológica do Microcyclus ulei* Avaliação da resistência de clones de seringueira aoMicrocyclus ulei em condições naturais e controladas* Seleção clonal* Epidemiologia do mal-das-folhasCIRAD(Motpellier, França)* Biologia Molecular* Apoio CientíficoPlantações E. Michelin(Mato Grosso)∗ Polinizações controladasCIRAD(Guiana Francesa)* Avaliação da resistência de clones de seringueira aoMicrocyclus ulei em condições naturais e controladas* Epidemiologia do mal-das-folhas* Biologia molecularForam realizadas 650.000 polinizações desde 1993 entre clones sul-americanosresistentes ao M. ulei e clones asiáticos com alta produção, e 23.000 genótipos estão sendoavaliados em Campos de Avaliação de Seedlings (CAS). Parte dos genótipos foi selecionada e320 clones estão sendo estudados em Campos de Clones a Pequena Escala. Por outro lado, 13clones importados da Guatemala e Libéria (FDR 4575, 5240, 5283, 5597, 5665, 5802, 5788,CDC 56, 312, 1174, MDX 607, 624, PMB 1) estão sendo avaliados em Campos de Clones aGrande Escala (CCGE) em várias locais no Brasil. A seleção foi realizada em função dosníveis de resistência parcial ao Microcyclus ulei em Campos de Clones a Pequena Escala bemcomo em testes de condições controladas com 10 isolados polivirulentos do patógeno, e nopotencial de produção, medido através de teste precoce, além de outras características comovigor, arquitetura da copa, formato do tronco, estrutura do sistema laticífero, e os teores desacarose, fósforo e thiol, obtidos através do diagnóstico de látex (DL). 3 clones de seringueira(FDR 5788, CDC 312, e PMB 1) estão sendo recomendados para plantio nas regiões úmidasdos Estados da Bahia e Espírito Santo.Estudos de Epidemiologia e do Genoma da seringueira estão sendo realizados, e jáforam identificados regiões do genoma implicadas na resistência ao Microcyclus ulei. Oconhecimento do genoma da seringueira através de marcadores moleculares possibilitaavançar mais rápido e com maior segurança na seleção de clones de seringueira resistentes aoM. ulei e de alta produção.2

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