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marcha de absorção dos micronutrientes em frutos de mamoeiro uc ...

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MARCHA DE ABSORÇÃO DOS MICRONUTRIENTES EM FRUTOS DE MAMOEIROUC-01 DA ANTESE A COLHEITASávio da Silva Berilli 1 ; Jurandi Gonçalves <strong>de</strong> Oliveira 3 e Messias Gonzaga Pereira 31 Estudante <strong>de</strong> Doutorado; do Laboratório <strong>de</strong> Fitotecnia (LFIT). Universida<strong>de</strong> Estadual do NorteFluminense. Campos <strong>dos</strong> Goytacazes-RJ. Cep: 28012-600. e-mail: berilli@uenf.br .2 Professores da Universida<strong>de</strong> Estadual do Norte Fluminense.INTRODUÇÃOEm um país on<strong>de</strong> a tecnologia <strong>de</strong> produção do <strong>mamoeiro</strong> é extr<strong>em</strong>amente avançada como noBrasil, a preocupação com o s<strong>uc</strong>esso da cultura é cada vez mais relevante, <strong>de</strong>vido os altoscustos <strong>de</strong> produção, exigindo monitoramentos constantes <strong>de</strong> vários fatores, a ex<strong>em</strong>plo dasexigências por <strong>micronutrientes</strong>, visto que o <strong>mamoeiro</strong> apresenta exigências nutricionaiscrescentes e contínuas durante o seu ciclo, principalmente no primeiro ano, atingindo o máximoaos doze meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (COELHO; OLIVEIRA, 2003).Alguns <strong>micronutrientes</strong>, como o boro, são essenciais para manter uma boa qualida<strong>de</strong> ehomogeneida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>frutos</strong>, visto que sua <strong>de</strong>ficiência provoca anomalias e <strong>de</strong>ixa os <strong>frutos</strong>imprestáveis para a comercialização (AHMED et al., 1992). Porém, informações relacionandoos níveis <strong>dos</strong> nutrientes nos <strong>frutos</strong> <strong>em</strong> seus diferentes estádios <strong>de</strong> maturação, ainda são b<strong>em</strong>escassas, o que dificulta o aprimoramento no processo <strong>de</strong> nutrição <strong>de</strong> plantas.O conhecimento da flutuação <strong>dos</strong> níveis <strong>dos</strong> <strong>micronutrientes</strong> durante o crescimento <strong>dos</strong> <strong>frutos</strong>po<strong>de</strong>m fornecer informações valiosas a respeito <strong>de</strong> quais momentos cada el<strong>em</strong>ento é maiscrítico no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>dos</strong> <strong>frutos</strong>, porém, tais trabalhos <strong>de</strong>mandam muitas e longaspesquisas.


O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho t<strong>em</strong> por fim o acompanhamento <strong>dos</strong> níveis <strong>dos</strong> <strong>micronutrientes</strong> <strong>dos</strong><strong>frutos</strong> do <strong>mamoeiro</strong> híbrido UENF/CALIMAN 01 – UC01 – durante o período da antese àcolheita.MATERIAL E MÉTODOSMATERIAL VEGETAL, TRATAMENTOS E DELINEAMENTO EXPERIMENTALO experimento foi conduzido na Fazenda Caliman Agrícola S/A, localizada no município <strong>de</strong>Linhares, ES.O sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> irrigação utilizado foi um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> irrigação por microaspersão, com medidores<strong>de</strong> vazão por lamina <strong>de</strong> irrigação e um microaspersor para quatro plantas, com reposição <strong>de</strong>70% da evapotranspiração <strong>de</strong> referência (ET 0). Os tratos culturais como adubações, controle <strong>de</strong>plantas daninhas e controle fitossanitário, foram os habitualmente pratica<strong>dos</strong> pela FazendaCaliman Agrícola S/A. O plantio foi feito <strong>em</strong> fileiras duplas com espaçamento <strong>de</strong> 3,8 x 2,0 x 1,8m, com área <strong>de</strong> 5,22 m 2 por planta.Neste experimento foi avaliado o híbrido UENF/Caliman 01, on<strong>de</strong> os tratamentos foram osdiferentes perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a antese até o período <strong>de</strong> colheita <strong>dos</strong> <strong>frutos</strong>. Asamostras foram retiradas aos 20, 40, 105, 133 e 150 dias após antese. Para cada período <strong>de</strong>avaliação foram colhidas 24 amostras, sendo que cada amostra foi composta <strong>de</strong> 3 <strong>frutos</strong>. Osda<strong>dos</strong> foram submeti<strong>dos</strong> a analise <strong>de</strong> variância e posteriormente ao teste <strong>de</strong> média Tukey aonível <strong>de</strong> 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.


MARCAÇÃO DAS FLORES E COLETA DAS AMOSTRASPara o acompanhamento das diferentes fases do fruto, foram marcadas várias flores numamesma s<strong>em</strong>ana (três dias consecutivos) num total <strong>de</strong> 192 plantas, sendo que <strong>em</strong> uma mesmaplanta mais <strong>de</strong> uma flor po<strong>de</strong> ter sido marcada. O período <strong>de</strong> marcação à colheita compreen<strong>de</strong>uaos meses <strong>de</strong> agosto a janeiro respectivamente (2005/2006).As amostras foram compostas por três <strong>frutos</strong>, sendo os <strong>frutos</strong> secciona<strong>dos</strong> na regiãomeridional, <strong>de</strong>scartando-se as extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s acima e abaixo <strong>de</strong>ssa região. Imediatamente apósa coleta das amostras, estas foram encaminhadas para análise química laboratorial <strong>dos</strong>nutrientes (FULLIN - laboratório <strong>de</strong> análise agronômica e consultoria ltda. Linhares-ES).RESULTADOS E DISCUSSÃOOs resulta<strong>dos</strong> das analises químicas <strong>dos</strong> <strong>frutos</strong> apresentaram diferenças significativas <strong>em</strong> to<strong>dos</strong>os estádios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>dos</strong> <strong>frutos</strong> (perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> amostragens), como mostra a Tabela1.TABELA 1- Resultado das análises do fruto para os <strong>micronutrientes</strong> expressos <strong>em</strong> gramas do el<strong>em</strong>entopor quilo <strong>de</strong> fruta <strong>em</strong> diferentes perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong>.Dias após antese Fe Zn Cu Mn B Namg/kg <strong>de</strong> fruto20 89,63a 65,54a 4,17c 28,00a 26,71a 1896c40 51,54c 40,29b 4,67c 18,92b 23,17b 4121a105 64,29bc 59,13a 9,83a 19,21b 29,79a 4115a133 72,58b 28,58b 7,79b 13,33b 26,83a 3784b150 65,63bc 29,88b 6,96b 15,38b 20,21b 4135aMédias seguidas <strong>de</strong> uma mesma letra nas colunas indicam que não houve diferença significativa ao nível<strong>de</strong> 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> pelo teste Tukey.Os el<strong>em</strong>entos Ferro, Zinco e Manganês, apresentaram os maiores teores médios <strong>dos</strong> <strong>frutos</strong> naprimeira avaliação, ou seja, na fase mais jov<strong>em</strong> do fruto. Os el<strong>em</strong>entos Fe e Zn estão


diretamente envolvi<strong>dos</strong> <strong>em</strong> reações redox, pois são componentes <strong>de</strong> enzimas envolvidas natransferência <strong>de</strong> elétrons (TAIZ; ZEIGER 2004), sendo assim, a intensa ativida<strong>de</strong> metabólicanessa fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do fruto, naturalmente requer um maior conteúdo <strong>de</strong>ssesel<strong>em</strong>entos nos <strong>frutos</strong>. Apesar do manganês não pertencer ao mesmo grupo do Fe e do Zn(reações redox), ele é responsável pela ativação <strong>de</strong> várias enzimas, no tocante algumas doCiclo <strong>de</strong> Krebs (TAIZ; ZEIGER 2004), sendo bastante exigido nessa fase do <strong>de</strong>senvolvimentodo fruto.Apesar do cobre fazer parte do grupo <strong>de</strong> nutrientes envolvi<strong>dos</strong> nas reações redox, seu teor maiselevado não foi encontrado na primeira avaliação, como ocorrido com o Fe e o Zn, e sim naterceira avaliação. Fato s<strong>em</strong>elhante ocorre com o boro, on<strong>de</strong> seu maior teor foi encontrado naterceira avaliação. Apesar disso, não houve diferença estatística entre a primeira, terceira equarta avaliação. Os <strong>frutos</strong> não apresentaram nenhuma evi<strong>de</strong>ncia ou anomalia visual<strong>de</strong>correntes da <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> boro, porém não se t<strong>em</strong> na literatura parâmetros paracomparação entre os teores <strong>de</strong> boro <strong>em</strong> <strong>frutos</strong> <strong>em</strong> diferentes estádios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.Teores <strong>de</strong> boro encontra<strong>dos</strong> por Marinho (1999), na fase <strong>de</strong> colheita, variando <strong>de</strong> 15,9 a 19,8 g/kg <strong>de</strong> fruto (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da varieda<strong>de</strong> estudada), não ficaram tão distante <strong>dos</strong> valoresencontra<strong>dos</strong> para este trabalho, on<strong>de</strong> o período <strong>de</strong> colheita correspon<strong>de</strong>u a última avaliação<strong>de</strong>sse experimento (20,2 g/kg <strong>de</strong> fruto). Porém, quando comparado a teores <strong>de</strong> boroencontra<strong>dos</strong> <strong>em</strong> outras partes da planta como pecíolo (22 a 55 g/kg <strong>de</strong> fruto) e limbo foliar (12 a16 g/kg <strong>de</strong> fruto), os valores não são tão coinci<strong>de</strong>ntes, sendo que nestes órgãos, estes valoresvariam <strong>de</strong> acordo com a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água aplicada nos plantios (ALMEIDA et al., 2002), oque sugere que o mesmo possa ocorrer para os teores nos <strong>frutos</strong>. Fato relevante, é que o maiorteor <strong>de</strong> boro encontrado neste experimento ocorreu na avaliação do mês <strong>em</strong> que houve a maiorprecipitação (Quadro 1), o que po<strong>de</strong> ter contribuído para uma maior concentração <strong>de</strong>sseel<strong>em</strong>ento.


Mês (2005/2006) T média (ºC) UR (%) P (mm)agosto 21,6 94 22set<strong>em</strong>bro 22,1 95 92outubro 24,2 90 41nov<strong>em</strong>bro 23,4 96 286<strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro 24,6 93 139janeiro 25,5 90 67Total/Média 23,5 94 1599QUADRO 1- Valores médio e totais <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura média (T med <strong>em</strong> 0C), umida<strong>de</strong> relativa (UR, <strong>em</strong> %)e precipitação total (P, <strong>em</strong> mm). O período <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> está compreendido entre agosto<strong>de</strong> 2005 a janeiro <strong>de</strong> 2006.Os teores <strong>de</strong> Sódio encontra<strong>dos</strong> nos <strong>frutos</strong> <strong>de</strong>monstram uma quantida<strong>de</strong> relativamente gran<strong>de</strong><strong>de</strong>sse el<strong>em</strong>ento nesses teci<strong>dos</strong>, mesmo na primeira avaliação, on<strong>de</strong> foram constata<strong>dos</strong> osmenores teores. Esses teores encontra<strong>dos</strong> nos <strong>frutos</strong> (1,89 a 4,13 g/kg <strong>de</strong> fruto) sãoequivalentes a teores <strong>de</strong> macronutrientes, como P, Mg, Ca e S, ainda assim, não sendoconsi<strong>de</strong>rado um nutriente essencial.Apesar <strong>de</strong>ste trabalho revelar a influência <strong>dos</strong> diferentes estádios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>dos</strong><strong>frutos</strong> do <strong>mamoeiro</strong> sob o teor <strong>de</strong> álbuns <strong>micronutrientes</strong>, outros estu<strong>dos</strong> mais aprofunda<strong>dos</strong>levando <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração outros perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação são necessários, visto que já é sabidoque exist<strong>em</strong> padrões <strong>de</strong> respostas diferentes para <strong>frutos</strong> cresci<strong>dos</strong> nas diferentes épocas doano (BERILLI et al., 2007). Al<strong>em</strong> disso, estu<strong>dos</strong> sob outras condições climáticas, tratosculturais, <strong>de</strong>ntre outros fatores, po<strong>de</strong>m revelar resulta<strong>dos</strong> diferentes <strong>dos</strong> encontra<strong>dos</strong> nestetrabalho.CONCLUSÃOMicronutrientes como o ferro, zinco e Manganês, <strong>de</strong>monstraram estar <strong>em</strong> maioresconcentrações na fase mais jov<strong>em</strong> do fruto, enquanto os outros el<strong>em</strong>entos apresentaramflutuações dispersas nas diferentes fases <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>dos</strong> <strong>frutos</strong>, possivelmenteestimula<strong>dos</strong> por fatores ambientais para as condições <strong>de</strong>sse experimento.


REFERÊNCIAAHMED, A.; BISWAS, M.; AMZAD HOSSION, A. K. M. Effect of lime and boron on yield and quality ofpapaya fruit. Acta Horticulturae. V: 321, p. 653-658, 1992.ALMEIDA F; T.; BERNARDO S.; MARINHO C. S.; MARIN S. L. D.; SOUSA E. F. Teores <strong>de</strong> nutrientes do<strong>mamoeiro</strong> 'improved sunrise solo 72/12' sob diferentes lâminas <strong>de</strong> irrigação, no norte fluminense. RevistaBrasileira <strong>de</strong> Fruticultura. Jaboticabal. v.24, n. 2, p. 547-551, 2002.AWAD, M. Fisiologia Pós-colheita. São Paulo: Nobel, 1993. 113 p.BERILLI, S. S.; OLIVEIRA, J. G.; MARINHO, A. B.; LYRA, G. B.; SOUSA, E. F.; VIANA, A. P.;BERNARDO, S.; PEREIRA M. G. Avaliação da taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> <strong>frutos</strong> <strong>de</strong> mamão (carica papayal.) <strong>em</strong> função das épocas do ano e graus-dias acumula<strong>dos</strong>. Revista Brasileira <strong>de</strong> Fruticultura.,Jaboticabal - SP, v. 29, n. 1, p. 011-014, 2007.COELHO, E.F.; OLIVEIRA, A. M. G. Fertirrigação do <strong>mamoeiro</strong>. in: MARTINS, D.S. Papaya Brasil:Qualida<strong>de</strong> do mamão para o mercado interno. Vitória: Incaper, 2003. p. 237 – 250.MARINHO, C. S. Avaliação do estado nutricional e adubação do <strong>mamoeiro</strong> (Carica papaya L.) no NorteFluminense.1999. 80f. Tese (Doutorado <strong>em</strong> Produção Vegetal) - Centro <strong>de</strong> Ciências e TecnologiasAgropecuárias, Universida<strong>de</strong> Estadual do Norte Fluminense, Campos, 2009.TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. Porto Alegre, Artmed, 2004. 719p.

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