11.07.2015 Views

monitoramento da pinta preta do mamoeiro no ... - Fundagres

monitoramento da pinta preta do mamoeiro no ... - Fundagres

monitoramento da pinta preta do mamoeiro no ... - Fundagres

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MONITORAMENTO DA PINTA PRETA DO MAMOEIRO NO MUNICÍPIO DEITAMARAJU, BA, COM ÊNFASE NA PRODUÇÃO INTEGRADA1Antonio Alberto Rocha Oliveira; 1 Hermes Peixoto Santos Filho; 1 Nilton Fritzons Sanches;1Jailson Lopes Cruz; 1 Arlene Maria Gomes Oliveira; 2 Paulo Roberto Oliveira de Andrade; 2 FláviaFernandes Lopes. E-mail: alberto@cnpmf.embrapa.br1Pesquisa<strong>do</strong>res <strong>da</strong> Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical C. Postal 007, CEP: 44380-000Cruz <strong>da</strong>s Almas – Bahia; 2 Engenheiros Agrô<strong>no</strong>mos <strong>da</strong> Agência Estadual de DefesaAgropecuária <strong>da</strong> Bahia – ADAB - Av. Lomanto Jr, 168 - 3º an<strong>da</strong>r - Centro - CEP: 45995-000E-mail: paulo.andrade@a<strong>da</strong>b.ba.gov.brINTRODUÇÃOA quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> fruta, através <strong>da</strong> certificação, passou a ser uma exigência <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>simporta<strong>do</strong>res e consumi<strong>do</strong>res que buscam, além <strong>do</strong> aspecto exter<strong>no</strong>, a garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>deinterna <strong>do</strong> produto. Isto pode ser obti<strong>do</strong> através de programas e legislações específicas quegarantam o controle e fiscalização permanente de to<strong>da</strong> a cadeia produtiva <strong>no</strong> país produtor eexporta<strong>do</strong>r. Para essa verificação, o Sistema <strong>da</strong> Produção Integra<strong>da</strong> <strong>do</strong> Mamão defineparâmetros para o uso racional de agroquímicos, mediante a aplicação <strong>do</strong> criterioso<strong>monitoramento</strong> <strong>da</strong>s pragas. Isso permite a a<strong>do</strong>ção de práticas fitossanitárias me<strong>no</strong>s agressivasao ambiente, nas quais a aplicação de agroquímicos só é permiti<strong>da</strong> <strong>no</strong>s casos em que pragas e<strong>do</strong>enças começam a significar <strong>da</strong><strong>no</strong>s econômicos à produção, e há regras rigorosas sobrequais produtos podem ser utiliza<strong>do</strong>s e em que <strong>do</strong>sagens. Assim, o manejo integra<strong>do</strong> de pragastem como uma <strong>da</strong>s suas bases a determinação <strong>do</strong> nível de controle e o momento maisadequa<strong>do</strong> para se iniciá-lo de mo<strong>do</strong> que seja utiliza<strong>do</strong> um me<strong>no</strong>r número de aplicações deprodutos químicos. Para a execução desse manejo é necessário o conhecimento <strong>da</strong>s pragasexistentes na região e seus inimigos naturais, quantifican<strong>do</strong>-se o nível de <strong>da</strong><strong>no</strong> por meio de


inspeções periódicas com amostragem mínima, de mo<strong>do</strong> a fornecer <strong>da</strong><strong>do</strong>s seguros para asdecisões de controle a serem toma<strong>da</strong>s, contribuin<strong>do</strong> para a preservação <strong>do</strong>s inimigos naturais.Dentre as pragas de importância econômica <strong>do</strong> <strong>mamoeiro</strong>, destaca-se a <strong>do</strong>ença fúngica <strong>pinta</strong><strong>preta</strong>, causa<strong>da</strong> pelo fungo Asperisporium caricae. É a fitomoléstia mais comum na cultura eocorre tanto em pomares comerciais como em pomares <strong>do</strong>mésticos. A infecção ocorre,comumente, na página inferior <strong>da</strong>s folhas mais velhas. Aí, o fungo desenvolve frutificaçõespulverulentas que formam manchas pequenas, geralmente me<strong>no</strong>res <strong>do</strong> que 4mm de diâmetro,circulares, ligeiramente angulosas e de coloração escura. Correspondente à lesão, na páginasuperior, localizam-se lesões semelhantes, de coloração par<strong>do</strong>-clara, envolvi<strong>da</strong>s por umapequena depressão e halo amarelo. Os primeiros sintomas <strong>no</strong>s frutos são verifica<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong>estes, ain<strong>da</strong> peque<strong>no</strong>s e verdes, apresentam áreas circulares com aspecto encharca<strong>do</strong>, emcujo centro <strong>no</strong>tam-se pontos esbranquiça<strong>do</strong>s, os quais posteriormente tornam-se par<strong>da</strong>centos esalientes. Com o desenvolvimento <strong>do</strong>s frutos, as manchas tornam-se maiores e adquiremcoloração mais escura. O trabalho teve por objetivo determinar o índice de progresso <strong>da</strong> <strong>pinta</strong><strong>preta</strong> em folhas de <strong>mamoeiro</strong>, permitin<strong>do</strong> a aplicação de critérios de decisão <strong>no</strong> controlequímico.MATERIAL E MÉTODOSAs ativi<strong>da</strong>des de <strong>monitoramento</strong> <strong>da</strong> <strong>pinta</strong> <strong>preta</strong> foram conduzi<strong>da</strong>s em uma área de produçãocomercial de mamão ‘Sunrise Solo’, localiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> município de Itamaraju, <strong>no</strong> extremo sul <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bahia, seleciona<strong>da</strong> de acor<strong>do</strong> com o perfil para a<strong>do</strong>ção <strong>do</strong> Sistema de ProduçãoIntegra<strong>da</strong>. No <strong>monitoramento</strong>, realiza<strong>do</strong> a partir de fevereiro de 2009, visitou-se três plantas porhectare, escolhen<strong>do</strong>-as aleatoriamente, sain<strong>do</strong> de um extremo ao outro <strong>do</strong> talhão e voltan<strong>do</strong> <strong>no</strong>senti<strong>do</strong> inverso, num percurso em ziguezague. As avaliações foram repeti<strong>da</strong>s a ca<strong>da</strong> 7 dias,alternan<strong>do</strong>-se, em ca<strong>da</strong> semana, o ponto de parti<strong>da</strong> <strong>no</strong> talhão. Daí em diante, as plantas foramescolhi<strong>da</strong>s inteiramente ao acaso, <strong>no</strong> senti<strong>do</strong> diagonal até a bor<strong>da</strong> <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> talhão.


Para determinação <strong>do</strong> índice de progresso <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença nas folhas, avaliou-se as plantas combase em escala diagramática desenvolvi<strong>da</strong> para a <strong>pinta</strong> <strong>preta</strong> (OLIVEIRA; DANTAS, 2002),a<strong>no</strong>tan<strong>do</strong>-se, <strong>no</strong> quadro correspondente à planta inspeciona<strong>da</strong>: (0) para folha sem lesão, (1)para folha com até 5 lesões, (2) para folha com mais de 5 lesões, limita<strong>da</strong>s a 20 e (3) parafolhas com mais de 20 lesões ou áreas coalesci<strong>da</strong>s. Nas plantas ain<strong>da</strong> sem frutos, foi escolhi<strong>da</strong>a primeira folha verde, de baixo para cima, logo <strong>no</strong> aparecimento <strong>da</strong>s primeiras lesões. Nasavaliações seguintes, observou-se a presença de lesões na <strong>no</strong>na folha, a partir <strong>da</strong> última ain<strong>da</strong>verde, de baixo para cima, <strong>no</strong>rmalmente aquela mais próxima <strong>da</strong> última flor recém-aberta(SANTOS FILHO et al., 2007). A toma<strong>da</strong> de decisão para controle <strong>da</strong> <strong>pinta</strong> <strong>preta</strong>, em folhas,acontecia quan<strong>do</strong> o cálculo <strong>do</strong> índice <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença (ID) atingia 0,35, obti<strong>do</strong> pela média pondera<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>no</strong>tas, onde “n” representava o número de plantas com diferentes lesões, conforme afórmula a seguir (McKINNEY, 1923):(n.0+n.1+n.2+n.3)ID = ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Número de plantas avalia<strong>da</strong>s x número de <strong>no</strong>tas <strong>da</strong> escalaOs <strong>da</strong><strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s relativos à incidência <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença nas plantas monitora<strong>da</strong>s foram a<strong>no</strong>ta<strong>do</strong>sem planilhas desenvolvi<strong>da</strong>s pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical e analisa<strong>do</strong>s deforma descritiva. Mediante a análise <strong>da</strong> planilha, pôde-se observar se a <strong>do</strong>ença atingiu o nívelde ação e, quan<strong>do</strong> esse nível foi atingi<strong>do</strong>, a<strong>do</strong>tou-se a aplicação de produtos químicosregistra<strong>do</strong>s para o controle <strong>da</strong> <strong>pinta</strong> <strong>preta</strong>.RESULTADOS E DISCUSSÃOA ocorrência <strong>da</strong> <strong>pinta</strong> <strong>preta</strong>, nas folhas, foi registra<strong>da</strong> em to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> avalia<strong>do</strong>, com maiorincidência <strong>no</strong>s meses de maio, junho e julho (Figura 1).


0,4Média <strong>do</strong> índice <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença (ID)0,30,20,10,0Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago SetMesesFIGURA 1 - Média mensal <strong>do</strong> Índice <strong>da</strong> Doença (ID), obti<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong>s avaliações semanais <strong>do</strong><strong>monitoramento</strong> <strong>da</strong> <strong>pinta</strong> <strong>preta</strong> em folhas de <strong>mamoeiro</strong>.Na primeira avaliação, realiza<strong>da</strong> em 05 de fevereiro de 2009, o índice <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença (ID) foi 0,18,não sen<strong>do</strong> necessária a pulverização com fungici<strong>da</strong>s, conforme as recomen<strong>da</strong>ções de controle<strong>do</strong> manejo integra<strong>do</strong>. Na produção integra<strong>da</strong>, a permissão para a utilização <strong>do</strong>s agroquímicos érestritiva, de acor<strong>do</strong> com a toxici<strong>da</strong>de e o potencial residual. Desta forma, são permiti<strong>do</strong>ssomente os agroquímicos mais eficientes e seletivos, reduzin<strong>do</strong> o risco de intoxicação <strong>do</strong>produtor e o impacto ambiental, além <strong>da</strong> produção de frutas com me<strong>no</strong>r risco de contaminação(ANDRIGUETO; KOSOSKI, 2002). Esse controle químico foi realiza<strong>do</strong> sempre que o somatório<strong>do</strong>s níveis de incidência <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença atingia 0,35, o que se refletiu na redução <strong>da</strong> média mensal<strong>do</strong> ID. Nos oito meses monitora<strong>do</strong>s, esse o índice médio manteve-se abaixo de 0,35,


egistran<strong>do</strong>-se, na última avaliação, realiza<strong>da</strong> em 10 de setembro, um ID de 0,19, similar àqueleobti<strong>do</strong> na avaliação inicial.Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>monitoramento</strong>, <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> avalia<strong>do</strong>, demonstram que a incidência <strong>da</strong> <strong>pinta</strong> <strong>preta</strong><strong>do</strong> <strong>mamoeiro</strong> exige atenção constante para a toma<strong>da</strong> de decisão de forma a viabilizar o controle<strong>da</strong> <strong>do</strong>ença e, ao mesmo tempo, reduzir o número de pulverizações, minimizan<strong>do</strong> riscos depoluição ambiental e de segurança alimentar, além de contribuir para a manutenção <strong>do</strong>sinimigos naturais. Essas ativi<strong>da</strong>des de <strong>monitoramento</strong> <strong>da</strong> <strong>pinta</strong> <strong>preta</strong>, e também de outraspragas <strong>do</strong> <strong>mamoeiro</strong>, serão continua<strong>da</strong>s nesse município e em outras áreas <strong>da</strong> região produtora<strong>do</strong> extremo sul <strong>da</strong> Bahia, visan<strong>do</strong> a consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s estratégias e estabelecimento de níveisde ação de controle para ca<strong>da</strong> praga.CONCLUSÕESA análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s evidencia que o <strong>monitoramento</strong> <strong>da</strong> <strong>pinta</strong> <strong>preta</strong>, com base nadeterminação <strong>do</strong> índice de incidência, permite controlar a <strong>do</strong>ença e contribui para a redução <strong>do</strong>número de aplicação de fungici<strong>da</strong>s, diminuin<strong>do</strong> o impacto negativo <strong>do</strong> processo produtivo sobreo meio ambiente.REFERÊNCIASANDRIGUETO, J. R.; KOSOSKI, A. R. Marco legal <strong>da</strong> produção integra<strong>da</strong> de frutas <strong>do</strong>Brasil. Brasília: MAPA/SARC, 2002. 60p.McKINNEY, H. H. Influence of soil temperature and moisture on infection of wheat seedlings byHelminthosporium sativum. Journal of Agricultural Research, Washington, v.26, p.195-217,1923.OLIVEIRA, A. A. R.; DANTAS, J. L. L. Reação de genótipos de mamão à varíola (Asperisporium


caricae), sob condições de campo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 17,Belém. Anais... Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Fruticultura: Belém, PA, 2002. 4p.SANTOS FILHO, H. P.; NORONHA, A. C. S.; SANCHES, N. F. ; OLIVEIRA, A. A. R. de;LOPES, F. F.; ANDRADE, P.R.O.; SOUZA, J. A, de; SANTOS, M. de J.; OLIVEIRA, A. M. G.;Níveis de ação para o controle de pragas em <strong>mamoeiro</strong>. In: MARTINS, D. S. (Org.). PapayaBrasil: Manejo, Quali<strong>da</strong>de e Merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> Mamão. Vitória: Incaper, 2007. p. 445 - 447.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!