a aprendizagem interativa e as relações com os processos de auto ...
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potencial, que “é <strong>de</strong>terminado pela resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> sob orientação ou em colaboração <strong>com</strong><br />
<strong>com</strong>panheir<strong>os</strong> mais capacitad<strong>os</strong>”. Assim, segundo Vygotsky (1991, p.98), “aquilo que é a zona <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento proximal hoje, será o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento real amanhã, ou seja, aquilo que uma<br />
criança po<strong>de</strong> fazer <strong>com</strong> <strong>as</strong>sistência hoje, ela será capaz <strong>de</strong> fazer sozinha amanhã”.<br />
Diante disso, Vygotsky (1991, p.98), ressalta que, a zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento proximal<br />
permite-n<strong>os</strong> planejar o <strong>de</strong>senvolvimento da criança e su<strong>as</strong> potencialida<strong>de</strong>s, p<strong>os</strong>sibilitando o acesso ao que<br />
já foi atingido e ao que está em processo <strong>de</strong> maturação.<br />
Conforme Vygotsky (1991, p.96), n<strong>os</strong> estud<strong>os</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento mental d<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong>,<br />
consi<strong>de</strong>rava-se que só era sinal <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> mental d<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> aquilo que el<strong>as</strong> conseguem fazer<br />
sozinh<strong>as</strong>. Não era consi<strong>de</strong>rado o que a criança consegue fazer <strong>com</strong> a ajuda d<strong>os</strong> outr<strong>os</strong>, nem que isso<br />
po<strong>de</strong>ria ser mais revelador sobre seu <strong>de</strong>senvolvimento mental do que <strong>as</strong> ativida<strong>de</strong>s que consegue realizar<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> auxílio.<br />
Para Vygotsky (1991, p. 99), uma profunda <strong>com</strong>preensão do conceito <strong>de</strong> zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
proximal p<strong>os</strong>sibilita a reconsi<strong>de</strong>ração da imitação no aprendizado. Ele diz que<br />
<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> po<strong>de</strong>m imitar uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ações que vão muito além d<strong>os</strong> limites <strong>de</strong> su<strong>as</strong> própri<strong>as</strong><br />
capacida<strong>de</strong>s. Numa ativida<strong>de</strong> coletiva ou sob a orientação <strong>de</strong> adult<strong>os</strong>, usando a imitação, <strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> são<br />
capazes <strong>de</strong> fazer muito mais cois<strong>as</strong>. (VYGOTSKY, 1991, p.99)<br />
Assim, consi<strong>de</strong>ra-se a imitação p<strong>os</strong>itiva, não uma imitação robotizada <strong>de</strong> process<strong>os</strong> mecânic<strong>os</strong>,<br />
m<strong>as</strong> sim <strong>com</strong>o uma d<strong>as</strong> form<strong>as</strong> para apren<strong>de</strong>r, pois psicólog<strong>os</strong> têm <strong>de</strong>monstrado que uma pessoa só<br />
consegue imitar aquilo que está no seu nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
A <strong>auto</strong>-regulação-metacogniva preten<strong>de</strong> ser vista nessa pesquisa, <strong>com</strong>o uma capacida<strong>de</strong> a ser<br />
<strong>de</strong>senvolvida em sala <strong>de</strong> aula, <strong>com</strong> o professor <strong>com</strong>o mediador. Segundo Oliveira (1993, p. 38), o<br />
processo pelo qual o indivíduo internaliza o que foi aprendido na sua cultura, não é um processo <strong>de</strong><br />
absorção p<strong>as</strong>siva, m<strong>as</strong> <strong>de</strong> transformação, <strong>de</strong> síntese.<br />
O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do ser humano, marcado por sua inserção em <strong>de</strong>terminado grupo cultural, se dá<br />
<strong>de</strong> “fora para <strong>de</strong>ntro". Isto é, primeiramente o indivíduo realiza ações extern<strong>as</strong>, que serão interpretad<strong>as</strong> pel<strong>as</strong><br />
pesso<strong>as</strong> a seu redor, <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> <strong>os</strong> significad<strong>os</strong> culturalmente estabelecid<strong>os</strong>. A partir <strong>de</strong>ssa interpretação é<br />
que será p<strong>os</strong>sível para o indivíduo atribuir significad<strong>os</strong> a su<strong>as</strong> própri<strong>as</strong> ações e <strong>de</strong>senvolver process<strong>os</strong><br />
psicológic<strong>os</strong> intern<strong>os</strong> que po<strong>de</strong>m ser interpretad<strong>os</strong> por ele próprio a partir d<strong>os</strong> mecanism<strong>os</strong> estabelecid<strong>os</strong> pelo<br />
grupo cultural e <strong>com</strong>preendid<strong>os</strong> por meio d<strong>os</strong> códig<strong>os</strong> <strong>com</strong>partilhad<strong>os</strong> pel<strong>os</strong> membr<strong>os</strong> <strong>de</strong>sse grupo.<br />
Diante <strong>de</strong>ssa perspectiva, acredita-se que a percepção da própria <strong>aprendizagem</strong>, bem <strong>com</strong>o o<br />
controle e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> nov<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> parecem p<strong>os</strong>síveis por meio da<br />
discussão coletiva sobre <strong>as</strong> ativida<strong>de</strong>s escolares realizad<strong>as</strong>. Pois, quando um colega ouve, observa ou<br />
imita a estratégia <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> realizada pelo professor ou por outro colega, ao aprendê-la po<strong>de</strong>rá,<br />
p<strong>os</strong>teriormente, internalizá-la e vir a utilizar esta nova estratégia <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> durante su<strong>as</strong> ativida<strong>de</strong>s