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8 escolares também, desenvolvendo capacidades diferentes das que já possuía. Doly (1999, p.32) ao relacionar a metacognição com a teoria de Vygotsky, enfatiza a importância da consideração da zona de desenvolvimento proximal do aluno. Para ela a zona proximal define a zona de aprendizagem de um indivíduo e a aprendizagem “torna-se assim um momento constitutivo essencial do desenvolvimento” (VYGOTSKY, 1985). É sobretudo porque a criança aprende os seus saberes na escola sob o efeito de fatores externos a ajuda do professor (tutor), o tipo de situação, a participação dos colegas, etc, - que ela desenvolve a sua inteligência e não o inverso. Para Doly (1999, p. 30), reside na concepção de aprendizagem de Piaget, o ponto de ruptura com a metacognição, já que segundo a psicologia piagetiana o desenvolvimento da inteligência é definido como o conjunto das estruturas mentais que permitem aprender, precede e permite a aprendizagem. Acredita-se que será por meio da aprendizagem por interação com todos os envolvidos atuando como mediadores e como aprendizes, que as atividades metacognitivas parecem tornar-se possíveis na prática. Como exemplifica Doly (1999, p.32), (...) é preciso conceber sessões de reflexão e de avaliação dos alunos sobre as suas produções e procedimentos, primeiros que as conduzam, com a mediação do professor, a passar de uma avaliação intuitiva e imprecisa, sempre possível se a situação estiver em zona proximal - do "isto vai" a "isto não vai" - a, uma avaliação explícita e precisa dizendo porque é que "isto vai" ou "isto não vai". Quer dizer, levá-los a elaborar e a conceitualizar critérios que dizem simultaneamente respeito ao produto e aos procedimentos e que em seguida devem servir para a auto-avaliação-regulação ou controle da atividade de produção ou de reprodução, e isto a partir da sua produção e da localização dos seus erros. Nessa perspectiva, para a pesquisadora, o ponto chave dessa relação da metacognição com a teoria de Vygotsky, está em confiar que a auto-regulação-metacognitiva poderá ajudar os alunos a ampliarem suas capacidades para aprenderem mais e melhor. Isso se justifica ao se considerar que, quanto mais aprendemos, mais nos desenvolvemos, e vice-versa; então, quanto mais nós formos capacitados para aprender, maior será a aprendizagem e o desenvolvimento. Nesse contexto a proposição de relacionar os processos de aprendizagem interativa no desenvolvimento da auto-percepção e auto-avaliação enquanto aprendiz parece contribuir para a auto-regulação-metacognitiva da aprendizagem. Essa experiência de discussão coletiva com os alunos sobre seus processos de auto-regualaçãometacognitiva, demonstraram a mediação como favorecedora da auto-avaliação e auto-regulação. Assim, a reflexão sobre a maneira de aprender contribui para a auto-avaliação daquilo que já se sabe e do que precisará saber. Infere-se, portanto, que os diálogos de reflexão coletiva realizados durante esta pesquisa, podem contribuir para o aluno perceber a si próprio enquanto aprendiz e ampliar suas capacidades de aprendizagem.
9 Neste caso, me remete a pensar que a zona de desenvolvimento proximal dos estudos vygotskianos constitua o campo de interação dos alunos. A aprendizagem interativa com a mediação pelo coletivo . Os dados obtidos por meio do diálogo coletivo sobre a aprendizagem são riquíssimos para serem analisados e aprofundados em pesquisas. Portanto, considera-se relevante dar continuidade ao estudo da auto-regulação-metacognitiva associada a teoria da mediação de Vygostsky, bem como ampliá-la a outros níveis de ensino além do superior, o que requer o prosseguimento da pesquisa para analisar como se desenvolvem esses processos no ensino fundamental e médio. REFERÊNCIAS COUCEIRO FIGUEIRA, Ana Paula, Metacognição e seus contornos. Revista Iberoamericana de Educación (ISSN: 1681-5653).Disponível em: Universidade de Coimbra, Portugal. 199-. Acesso em 30 de maio de 2004. DEVELAY, Michel. Prefácio. In GRANGEAT, Michel (coord.). A Metacognição, um Apoio ao Trabalho dos Alunos. Tradutora: Teresa Maria Estrela. Porto Editora. Porto Portugal, 1999. DOLY, Anne-Marie. Metacognição e mediação na escola. In GRANGEAT, Michel (coord.). A Metacognição, um Apoio ao Trabalho dos Alunos. Tradutora: Teresa Maria Estrela. Porto Editora. Porto Portugal, 1999. FERREIRA, Luis de França (orgs). A evolução dos ambientes de aprendizagem construtivistas: Cognitivismo X Construtivismo. Disponível em: Universidade Federal do Rio Grande do Sul / Pós-Graduação em Informática na Educação Laboratório de Teleducação. Acesso em 05 de outubro de 2004. FLAVEL, J. H; MILLER, P.H. e MILLER, S. Desenvolvimento cognitivo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. GRANGEAT, Michel (coord.). A Metacognição, um Apoio ao Trabalho dos Alunos. Tradutora: Teresa Maria Estrela. Porto Editora. Porto Portugal, 1999. LUDOVICO, Renata Lima, SANTOS, Carlos Roberto O. De A., DALDEGAN, Cleomar Rogério, GALVÃO, João Fernando Dal Bem, Entendendo a Magia de Aprender: A Psicologia Cognitiva da Instrução. Revista o PEC/Associação Franciscana Bom Jesus. Programa de Educação Corporativa. N.1 (2001) Curitiba, 2001. OLIVEIRA, João Batista Araujo e; CHADWICK, Clifton. Aprender e Ensinar. 2.ed.São Paulo: Global, 2001. OLIVEIRA, Marta Kohl. Três Questões sobre Desenvolvimento Conceitual. In OLIVEIRA, Marcos Barbosa de, OLIVEIRA, Marta Kohl (orgs.). Investigações Cognitivas: conceitos, linguagem e cultura. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
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