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Farmácia Popular<br />

Programa chegará a municípios com IDH menor<br />

O Conselho Nacional de Saúde avaliou distorções na sua execução e aprovou propostas<br />

que visam solucionar problemas, como maior investimento no sistema público de saúde.<br />

O<br />

programa Farmácia Popular foi criado<br />

para facilitar e ampliar o acesso a medicamentos<br />

essenciais para o tratamento<br />

de doenças de grande ocorrência no país,<br />

como diabetes, hipertensão e asma. O público-<br />

-alvo é a população de baixa renda.<br />

Atualmente, o Sistema Único de Saúde<br />

(SUS) financia três modalidades: farmácias nas<br />

Unidades Básicas de Saúde do SUS (UBS); farmácia<br />

pública (sob a gestão do governo federal<br />

em parceria com estados e municípios) e farmácias<br />

privadas com o nome “Aqui tem Farmácia<br />

Popular” (onde o usuário do SUS ou da rede<br />

privada paga valor de custo); e o Saúde não<br />

tem preço -lista que amplia medicamentos no<br />

“Aqui tem Farmácia Popular” (os medicamentos<br />

não são pagos).<br />

O Farmácia Popular inclui 19.769 farmácias<br />

e drogarias credenciadas, contemplando<br />

3.362 municípios, sendo 1.087 no Plano Brasil<br />

sem Miséria. Segundo balanço do Ministério<br />

da Saúde, de janeiro de 2011 a agosto de 2012<br />

houve um crescimento de pacientes atendidos.<br />

Somente em agosto de 2012 foram 5,31<br />

milhões de atendidos. Enquanto que no período<br />

de agosto de 2011 a agosto de 2012 foram<br />

quase 14 milhões. Segundo o secretário de Políticas<br />

Sociais da CONTAG, José Wilson, o programa<br />

será ampliado para os municípios com<br />

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo.<br />

“Essa medida fará com que mulheres e homens<br />

do campo reduzam o custo das despesas<br />

com medicamentos, que hoje é maior que o das<br />

famílias que moram nas cidades. É importante<br />

que os gestores da saúde ampliem também a<br />

oferta de serviços para a população e assegurem<br />

o atendimento de qualidade às consultas,<br />

exames e medicamentos”.<br />

José Wilson destaca a importância de divulgar<br />

programas como esse. Afinal, por falta de<br />

informação, muitas pessoas deixam de assegurar<br />

seus direitos e se beneficiar dos serviços<br />

ofertados pelo SUS. “Muitas delas deixam de<br />

fazer tratamentos preventivos e descobrem a<br />

doença em um estágio mais avançado”. Nesse<br />

sentido, o dirigente afirmou que é papel do movimento<br />

sindical lutar por esses direitos básicos<br />

e informar os trabalhadores(as) rurais sobre os<br />

serviços ofertados pelo SUS. “Não podemos<br />

permitir que haja distorções. Em caso de irregularidades<br />

devemos denunciar na Ouvidoria<br />

do SUS 136”.<br />

AVALIAÇÃO – Durante a reunião do Conselho<br />

Nacional de Saúde (CNS) de setembro foram<br />

apresentados dados da pesquisa da CONTAG<br />

com os trabalhadores(as) rurais de 55 a 80<br />

anos: 80% são usuários exclusivos do SUS;<br />

85% avaliaram como regular o acesso a medicamentos;<br />

48% tem gasto para adquirir o medicamento<br />

não oferecido pelo SUS; 60% possui<br />

renda familiar de até dois salários mínimos; e<br />

15% reivindica a presença do farmacêutico no<br />

atendimento.<br />

Como essa reunião tratou das distorções do<br />

Programa Farmácia Popular, depois dos debates<br />

o CNS aprovou como propostas: deliberar<br />

pela inversão do modelo de investimento no<br />

programa, garantindo o retorno de recursos<br />

para o sistema público; solicitar ao MS que retome<br />

o GT de Estruturação da Assistência Farmacêutica;<br />

delegar a definição de proposta de<br />

atualização da Política Nacional de Assistência<br />

Farmacêutica, a ser apresentada ao CNS; e sugerir<br />

ao MS que avalie a possibilidade de uso<br />

de analgesia no parto normal como mecanismo<br />

para estimular esse tipo de parto.<br />

Cuidados necessários para<br />

adquirir o medicamento: ter<br />

em mãos a receita médica; ter<br />

atendimento de farmacêutico<br />

nas farmácias; e evitar o uso<br />

abusivo de medicação.<br />

agriCULTURA<br />

dica de livro<br />

“Extensão ou<br />

comunicação?”<br />

de Paulo Freire<br />

Neste livro, o educador e filósofo<br />

brasileiro Paulo Freire<br />

analisa a comunicação entre o<br />

técnico agrônomo e o camponês<br />

no processo de desenvolvimento<br />

de uma nova sociedade agrária, apontando<br />

os problemas recorrentes deste contato. Nesta<br />

análise, ele condena o processo extensionista deste<br />

trabalho, a limitação imposta aos camponeses pelos<br />

agrônomos, e faz defesa da educação que se<br />

dá pela troca, diálogo e comunicação entre as partes<br />

que ensinam e as que aprendem, o que gera,<br />

consequentemente, um aprendizado mútuo e um<br />

conhecimento mais aberto, que é enriquecido com<br />

mais visões de mundo e convicções.<br />

Apesar de abordar a questão agrária, e ter sido escrito<br />

há mais de 40 anos (em 1968), a interpretação<br />

deste livro pode ser levada para outras realidades<br />

educacionais, contribuindo para reflexões sobre<br />

como são feitos os processos educacionais hoje.<br />

Mulheres<br />

Trabalhadoras rurais realizam debates<br />

e lutam para garantir mais espaço<br />

A participação das mulheres no 11º Congresso<br />

Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras<br />

Rurais (CNTTR) se iniciou com um amplo processo<br />

de mobilização, de organização e de intervenção<br />

em diversos espaços. A Plenária Nacional<br />

de Mulheres (outubro) foi o marco político de<br />

articulação e proposição das mulheres. Agora,<br />

nas Plenárias Estaduais e Regionais preparatórias<br />

para o CNTTR, as dirigentes sindicais incorporam<br />

o que acumularam e lutam para garantir<br />

uma maior participação na escolha de delegadas<br />

e fazer um debate qualificado sobre o conteúdo<br />

da plataforma da CONTAG, levando em conta os<br />

dois grandes vieses que pautam os debates para<br />

o Congresso, o desenvolvimento e a organização<br />

sindical.<br />

Segundo Carmen Foro, secretária de Mulheres<br />

Trabalhadoras Rurais da CONTAG, vários<br />

temas desse debate mobilizam muito mais<br />

as mulheres, mas todos giram em torno do<br />

reforço da participação política desse público.<br />

“O tema mais picante do congresso será a<br />

paridade e nós, mulheres trabalhadoras rurais,<br />

não queremos fazer essa reflexão numa lógica<br />

numérica, mas sim de avanços do que acumulamos<br />

ao longo de toda a história da CONTAG.<br />

Faremos o debate da igualdade, do respeito,<br />

da participação política, da liberdade e do fortalecimento<br />

da autonomia das mulheres. Assim,<br />

chegaremos no 11º Congresso com uma<br />

proposta concreta para aumentar nossa participação<br />

política nos espaços de poder e decisão<br />

do movimento sindical”.<br />

Carmen argumenta que as mulheres são<br />

maioria como filiadas nos sindicatos e como<br />

contribuintes, mas que isso ainda não se reflete<br />

no direcionamento político do MSTTR. A cota<br />

mínima de 30% virou cota máxima e, segundo<br />

ela, não é por falta de capacidade “porque organizamos<br />

a maior marcha do país (a Marcha das<br />

Margaridas) e isso demonstra nosso poder de<br />

mobilização nos níveis local e nacional”.<br />

Jornal da <strong>Contag</strong><br />

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