Volume 8 - ceivap
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PEC-2939 - Plano de Recursos Hídricos para a Fase Inicial da Cobrança na Bacia do Rio Paraíba do Sul<br />
século XVIII, a bacia do rio Paraíba do Sul era utilizada apenas como passagem para<br />
as regiões de exploração mineral de Minas Gerais. Somente parte da região do delta<br />
do Paraíba, na Baixada Campista, era utilizada para a pecuária.<br />
Na segunda metade do século XVIII, duas culturas passaram a se expandir para o<br />
interior. A cana-de-açúcar, que entrava em decadência na Baixada da Baía de<br />
Guanabara e passou a dominar a Baixada Campista (onde o número de engenhos<br />
subiu de 55 em 1769 para 400 em 1819) e o café, cultura agrícola que "inaugurou" os<br />
desmatamentos e a ocupação extensiva na bacia do Paraíba do Sul, representando o<br />
início de um processo de alteração drástica da paisagem regional.<br />
As florestas nativas foram sendo gradativamente destruídas e o café passou a<br />
dominar a paisagem até o início do século XX, quando já entrara em decadência por<br />
degradação das terras muito desmatadas e exaustivamente utilizadas. Em lugar do<br />
café, expandiu-se a pecuária leiteira, que predomina nos dias de hoje em todas as<br />
terras da bacia, de forma extensiva e com baixa produtividade. A agricultura, praticada<br />
geralmente sem respeito à capacidade de uso das terras, é pouco expressiva e<br />
representa uma das mais importantes fontes de poluição dos solos e das águas pelo<br />
uso descontrolado de fertilizantes e agrotóxicos.<br />
No século XX, com a capacidade produtiva das terras ameaçada por um intenso uso<br />
inadequado às restrições do ambiente natural, o uso rural entra em crescente<br />
decadência e o desenvolvimento na bacia do rio Paraíba do Sul direciona-se para o<br />
uso urbano, com o avanço do país na era industrial, favorecido na bacia pela facilidade<br />
de acesso e meios de transporte das inúmeras estradas de ferro e de rodagem<br />
oriundas do desenvolvimento do ciclo do café, interligando importantes núcleos<br />
urbanos e comerciais dos três estados, como Taubaté (SP), Resende (RJ) e Juiz de<br />
Fora (MG).<br />
A implantação, em 1946, da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda (RJ),<br />
e a expansão da atividade industrial em São Paulo transformaram o Vale do Paraíba<br />
em um dos principais eixos de comunicação e desenvolvimento da Região Sudeste e<br />
do próprio País, graças a condições excepcionais (mercado consumidor, fácil<br />
escoamento da produção, suprimento abundante de energia e de água, entre outras).<br />
O acelerado desenvolvimento urbano-industrial, tanto na bacia do rio Paraíba do Sul<br />
como nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, trouxe uma grande<br />
demanda de energia e água para abastecimento da crescente população e das<br />
indústrias que se estabeleceram no eixo São Paulo - Rio. Instauraram-se grandes<br />
aproveitamentos hidrelétricos na bacia, destacando-se Paraibuna (da CESP), situado<br />
na confluência dos formadores do rio Paraíba (os rios Paraitinga e Paraibuna); Funil<br />
(de FURNAS Centrais Elétricas S/A), situado no rio Paraíba, em Itatiaia, na divisa<br />
entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro; e, o mais importante e complexo<br />
aproveitamento hidrelétrico da bacia - o Sistema LIGHT, responsável hoje pela<br />
captação de 2/3 da vazão do rio Paraíba do Sul, no seu trecho médio, para<br />
abastecimento de água e energia à maior parte da Região Metropolitana do Rio de<br />
Janeiro.<br />
A pecuária, embora esteja em crescente decadência junto com a agricultura, ocupa a<br />
maior parte das terras da bacia. A paisagem que predomina atualmente é a das<br />
pastagens e campos degradados por erosão e freqüentes queimadas, com uma<br />
produção pecuária de baixa produtividade. Os gráficos 4.1 e 4.2 ilustram a proporção<br />
de área ocupada pelas principais formas de uso da terra, na bacia e em cada estado.<br />
Nos gráficos 4.3 e 4.4 verifica-se a extensão e o percentual de florestas por trechos.<br />
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