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Volume 8 - ceivap

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PEC-2939 - Plano de Recursos Hídricos para a Fase Inicial da Cobrança na Bacia do Rio Paraíba do Sul<br />

5.6.3 Sub-bacia do rio Muriaé<br />

Abrangendo 65% do Trecho 6, a sub-bacia do rio Muriaé é a segunda grande subbacia<br />

mais desmatada da bacia do Paraíba do Sul, depois da sub-bacia do rio Pomba.<br />

A bacia do rio Muriaé e a bacia do rio Pomba, juntas, configuram o trecho mineiro<br />

como uma imensa região desprotegida de cobertura florestal. Com menor quantidade<br />

de chuvas e distribuição irregular ao longo do ano, essa região apresenta períodos<br />

secos mais ou menos extensos, entre os meses de maio e setembro, caracterizandose<br />

pela predominância de floresta estacional semidecidual. Nesses períodos, os<br />

poucos remanescentes florestais ficam mais suscetíveis às freqüentes queimadas,<br />

além das reduções causadas pela ampliação das pastagens e lavouras e pela própria<br />

exploração de madeira.<br />

A exploração de matas nativas para lenha e carvão vegetal ainda é grande na região e<br />

em todo o estado mineiro. Segundo dados do IBGE para o período 1990-97, Minas<br />

Gerais foi o maior extrator de carvão vegetal de matas nativas do país, responsável<br />

pela metade da extração nacional, e o terceiro maior extrator de lenha. Nos municípios<br />

mineiros que fazem parte da bacia do Paraíba do Sul, o IBGE registrou, no período,<br />

um total de 85.000 toneladas de carvão produzidos de matas nativas (uma quantidade<br />

superior a produzida por 13 estados brasileiros) e 2,3 milhões de m³ de lenha. Juiz de<br />

Fora, Lima Duarte, Bias Forte e Leopoldina aparecem com as maiores quantidades de<br />

carvão e também Juiz de Fora e Leopoldina, além de Carangola e Antônio Carlos com<br />

as maiores quantidades de lenha extraída de matas nativas.<br />

Com relativa facilidade de ocupação, proporcionada por um relevo colinoso, com<br />

poucas serras, a exploração e destruição das florestas na bacia do rio Muriaé reduziu<br />

sua cobertura florestal a menos de 5%. A escassez de florestas é significativa em toda<br />

a bacia, sendo mais crítica na região do médio curso para jusante, a partir da foz do rio<br />

Carangola.<br />

O rio Carangola é o maior afluente do rio Muriaé. Sua bacia, com uma área total de<br />

202.500 ha, apresenta baixa vulnerabilidade à erosão na maior parte, com algumas<br />

áreas de cabeceiras com média vulnerabilidade e poucas áreas com alta<br />

vulnerabilidade. Tendo em vista a escassez de florestas e o uso agrícola, maior do que<br />

o mapeado pelo GEROE, a erosão laminar pode ser um problema nessa bacia, a ser<br />

avaliado principalmente no sentido de promover a sustentabilidade do uso da terra em<br />

áreas onde relevo e solos se mostram menos restritivos na bacia do Paraíba do Sul.<br />

Com um déficit de 23.560 hectares de florestas, para atingir 20%, a recuperação das<br />

APPs deve priorizar as cabeceiras e margens de rios (especialmente a montante da<br />

captação para abastecimento da cidade de Carangola) e considerar a inclusão e a<br />

proteção de parte dos 16.530 ha de capoeiras.<br />

O segundo maior afluente do Muriaé é o rio Glória, onde existem 3.440 hectares de<br />

terras com alta vulnerabilidade à erosão, situadas na metade superior da bacia, em<br />

terras dos municípios de Fervedouro e Miradouro. O IBGE registrou em 1995/6 uma<br />

área agrícola total nesses municípios 4 vezes maior do que o mapeamento do<br />

GEROE. Os 5.630 ha de florestas, que cobrem 5% desta bacia, estão concentradas<br />

ao longo dos divisores, na Serra do Brigadeiro (área protegida por Parque Estadual).<br />

Ressalta-se que o rio Glória é o principal manancial de abastecimento de água da<br />

cidade de Muriaé (segunda maior cidade do trecho mineiro) e a captação situa-se no<br />

curso inferior do rio.<br />

A montante da cidade de Muriaé, destaca-se a sub-bacia do rio Preto, com a subbacia<br />

de seu afluente, o rio Fumaça. onde se verificam apenas 570 hectares com alta<br />

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