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6 o<br />

jornal batista – domingo, 27/07/14 reflexão<br />

Francisco de Assis Pereira<br />

de Lima,<br />

pastor da Igreja Batista de<br />

Tabua, São Fidélis – RJ<br />

Sonho. Euforia. Tudo<br />

começa por aqui. O<br />

esporte está entrelaçado<br />

com a vida humana.<br />

Não se sabe exatamente<br />

desde quando ele surgiu,<br />

mas sabe-se que está dentro<br />

do ser humano competir,<br />

ganhar, vibrar, sonhar. Há<br />

inúmeras modalidades esportivas.<br />

Algumas são individuais,<br />

outras coletivas: com<br />

dois, três, seis, onze, enfim, é<br />

o esporte; exigente, competitivo,<br />

desafiador. Através dele<br />

muitos escrevem o nome na<br />

história, alguns por serem os<br />

melhores, outros por serem<br />

os piores. Independente se<br />

é amador ou de alto rendimento,<br />

todos sonham em<br />

ganhar, todos são esforçados<br />

em competir e todos são eufóricos<br />

e vibrantes em torcer.<br />

Mas reparem como o esporte<br />

também pode ser ingrato,<br />

porque não dizer, egoísta;<br />

basta fazer algumas contas<br />

simples para se perceber<br />

que isso. Vejam, existe mais<br />

de sete bilhões de pessoas<br />

no planeta, desses, apenas,<br />

cerca de 270 milhões estão<br />

ligadas ao futebol profissional;<br />

e, apenas 736 são convocados<br />

para participar numa<br />

copa do mundo, e apenas<br />

23 (jogadores de linha) são<br />

coroados campeões, sendo<br />

que apenas 11 deles entram<br />

em campo como titulares<br />

e apenas um é escolhido o<br />

melhor de todos. Para onde<br />

vão os demais? O que fazem<br />

os outros? Diante de uma<br />

estatística tão destoante, resta<br />

ao ser humano APRENDER.<br />

Aprender o que o esporte ensina.<br />

Mas o que de principal<br />

ele ensina? À priori, ensina-<br />

-nos mais a superar a derrota<br />

do que celebrar as vitórias.<br />

Ensina que poucos sobem<br />

aos degraus mais elevados da<br />

vida, mesmo para os que já<br />

são considerados melhores,<br />

até mesmo porque há poucos<br />

degraus para serem ocupados,<br />

pois a massa é constituída<br />

do povão, dos simples,<br />

do normal, do comum, dos<br />

que lotam as arquibancadas<br />

e não dos que competem no<br />

gramado e sobem ao pódio<br />

para levantar a taça. Ensina<br />

também que a vitória camufla<br />

os verdadeiros problemas<br />

da vida e que o senso comum<br />

é tão instável quanto<br />

perder e ganhar: em poucos<br />

dias se passa de herói para<br />

vilão, de crack para perna<br />

de pau, de treinadores campeões<br />

para burros desqualificados,<br />

mas não há nada de<br />

novidade aqui – vê-se isso<br />

o ano inteiro nos campeonatos<br />

nacionais, principalmente<br />

no Brasil. Outra questão<br />

destoante é a tremenda<br />

inconstância e incoerência<br />

da imprensa, lógico, com<br />

algumas exceções, é claro.<br />

Comentaristas mudam de<br />

opinião como o tempo muda<br />

em regiões litorâneas: faz sol,<br />

fica nublado, chove, e o sol<br />

volta a brilhar novamente em<br />

um curto espaço de tempo.<br />

Parece que muitos estão tão<br />

preocupados em alcançar<br />

audiência, que se esquecem<br />

do verdadeiro proposito da<br />

imprensa que é: informar<br />

para formar uma opinião que<br />

some, que acrescente para<br />

transformação.<br />

O esporte é lindo, mas na<br />

maioria das vezes nos ensina<br />

mais a perder do a ganhar;<br />

ou melhor, nos ensina mais<br />

a competir, a perseverar do<br />

que a conquistar, afinal, todos<br />

lutam muito para poder<br />

conquistar algo. Ele nos faz<br />

mais chorar, sofrer, angustiar,<br />

do que sorrir; porém, nem<br />

por isso devemos deixá-lo<br />

pra lá, pois ele representa<br />

a vida. A luta do esporte é<br />

o espelho da vida comum,<br />

lutamos sempre, mas não<br />

ganhamos todas, uma hora<br />

perdemos, ou melhor, uma<br />

hora ganhamos... Por isso,<br />

aprendamos a competir sempre<br />

e ganhar às vezes.<br />

Temo por essa filosofia egoísta<br />

que defende que “ganhar<br />

é o que importa”, “acertar<br />

sempre é o que vale”, ou<br />

como disse certo jornalista:<br />

“A história é escrita pelos<br />

vencedores”, será? Talvez<br />

seja necessário conceituar<br />

vencedor. Temo que por trás<br />

de tal filosofia escondamos as<br />

nossas próprias frustrações,<br />

nossas próprias fraquezas e limitações.<br />

Responda a si mesmo:<br />

ganhamos todas sempre?<br />

Gabaritamos todas as provas?<br />

Acertamos sempre o ponto<br />

do condimento, do sal, do<br />

açúcar, das palavras, enfim.<br />

Responda de novo: deveríamos<br />

queimar esses jogadores<br />

em praça pública, como ouvi<br />

certa pessoa sugerir? Fiquei<br />

preocupado! Deveríamos<br />

queimar-nos a nós mesmos<br />

quando falhamos, quando<br />

somos maus maridos, más<br />

esposas, maus filhos, maus<br />

pais, maus profissionais, enfim,<br />

quando damos um apagão<br />

mesmo que seja de 6<br />

minutos ou, de 6 segundos?<br />

Uma derrota não pode apagar<br />

nossa história vencedora,<br />

7 a 1 foi feio? Foi horrível!<br />

Mas ele pode ser comparado<br />

aos piores dias da nossa<br />

vida, aqueles nos quais<br />

respondemos atravessado<br />

a uma pessoa a quem amamos,<br />

a alguma negligencia<br />

intencional, a qualquer tipo<br />

de vacilo semelhante à escalação<br />

do Felipão. Na vida,<br />

muitas vezes, somos como<br />

ele, falhamos feio! Por que<br />

não compreender? Por que<br />

não nos conformar? Por que<br />

não continuar apoiando? Não<br />

estaria a nossa cultura – e nós<br />

mesmos, sendo exigentes<br />

demais? Egoístas demais? Ou,<br />

talvez, orgulhosos demais? Se<br />

nós podemos perder, porque<br />

eles não? Também são humanos.<br />

Carecem de forças.<br />

Querer ganhar sempre faz<br />

parte do esporte e da vida,<br />

mas só aceitar a vitória é um<br />

grotesco sinal de orgulho.<br />

Se fosse depender dos<br />

critérios provenientes dessa<br />

filosofia do ganhar, ganhar,<br />

ganhar, Thomas Edson, o<br />

inventor da lâmpada elétrica,<br />

teria sido o mais fracassado<br />

de toda a história e<br />

certamente teria desistido.<br />

Depois de haver tentado<br />

milhares de vezes, foi perguntado<br />

se não estaria cansado<br />

de fracassar: “Não,<br />

nunca! Agora conheço mais<br />

de 3.000 formas de como<br />

não fazer”, retrucou.<br />

Muitas vezes é preciso<br />

aprender também a reconhecer<br />

a superioridade dos<br />

outros. Há gente melhor do<br />

que nós; há time melhor que<br />

o nosso. E precisamos aprender<br />

também a respeitar tanto<br />

os outros como a nós mesmos.<br />

Cobranças justas são<br />

válidas e necessárias, mas<br />

nada de blasfêmias, nada de<br />

jogar a toalha, nada de virar<br />

a casaca. Uma vergonhosa<br />

derrota pode ser uma grande<br />

oportunidade de profundas<br />

reflexões e mudanças.<br />

Vamos valorizar o que temos<br />

e não ficar reclamado<br />

o que não temos. Somos do<br />

único país do mundo a possuir<br />

cinco títulos, muitos não<br />

têm um sequer. Não que não<br />

devamos buscar o hexa, mas<br />

que seja com naturalidade,<br />

de acordo com as condições<br />

favoráveis, não por pressão<br />

extremista, não por ambição<br />

egoísta, não somente para<br />

saciar nossa sede de títulos.<br />

Agora é hora de mostrar<br />

nossa força, Brasil, não mais<br />

colocando o amor na chuteira<br />

por que a copa já acabou,<br />

mas acolhendo e compreendendo<br />

cada jogador.<br />

Eu tenho plena certeza que<br />

nenhum jogou para perder,<br />

assim como nós, que sempre<br />

desejamos acertar. Todos<br />

buscaram a vitória, mas ninguém<br />

ganha todas, ou melhor,<br />

às vezes ganhamos, e<br />

faz parte do esporte e da vida<br />

ganhar e perder.<br />

Cleverson Pereira do Valle,<br />

pastor da Primeira Igreja<br />

Batista em Artur Nogueira<br />

No dia 13 de Julho<br />

de 2014, a seleção<br />

Alemã se sagrou<br />

campeã do<br />

mundo de futebol pela quarta<br />

vez. Durante toda a Copa ela<br />

se mostrou mais preparada.<br />

Vou derrotando os seus adversários<br />

um a um. Na partida<br />

de estreia da Alemanha<br />

goleou Portugal por 4 a 0. E<br />

quando o Brasil enfrentou a<br />

Alemanha na semifinal, foi<br />

um massacre Alemão 7 a 1.<br />

O técnico da Alemanha era<br />

auxiliar na Copa de 2002 e<br />

há 12 anos vem trabalhando<br />

com essa seleção. O título<br />

vem coroar uma seleção<br />

bem treinada, organizada e<br />

determinada.<br />

São exemplos dentro de<br />

campo, mas fora de campo a<br />

seleção Alemã também deu<br />

um show.<br />

Quando não estavam treinando,<br />

estavam socializando<br />

com as pessoas na cidade<br />

e na praia, participaram de<br />

festas com a população brasileira.<br />

Algo que chamou a atenção<br />

foram as doações; dez<br />

mil euros para a Comunidade<br />

Indígena local entre outras<br />

coisas.<br />

Exemplos devem ser seguidos,<br />

não podemos ficar<br />

observando de longe sem<br />

fazer a nossa parte.<br />

Deus nos deu sabedoria,<br />

inteligência para usarmos em<br />

benefício do próximo.<br />

Não podemos esquecer-<br />

-nos da ordem de Jesus que<br />

é amar ao próximo, fazer o<br />

bem às pessoas.<br />

A seleção Alemã mostrou<br />

isso, atenção para com as<br />

pessoas da Comunidade<br />

onde estavam hospedados.

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