assistência de enfermagem a parturiente com depressão pós-parto
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Trabalho 184<br />
po<strong>de</strong>m enten<strong>de</strong>r que os sintomas que ela apresenta <strong>de</strong>vem-se ao cansaço e<br />
<strong>de</strong>sgaste natural do processo do puerpério, causado pelo acúmulo <strong>de</strong> tarefas<br />
domésticas e pelos cuidados dispensados ao bebê. Dessa forma po<strong>de</strong>-se<br />
<strong>com</strong>preen<strong>de</strong>r porque não é <strong>com</strong>um que a mãe <strong>de</strong>primida reconheça que seus<br />
sintomas são consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong>pressão, indicando a importância da família em ajudar<br />
a mulher a buscar ajuda quando ela não se sente bem após a chegada do bebê.<br />
De acordo <strong>com</strong> Cantilino et al (2010) no puerpério, período <strong>com</strong>preendido<br />
após o <strong>parto</strong>, ocorrem bruscas mudanças nos níveis dos hormônios gonadais, nos<br />
níveis <strong>de</strong> ocitocina e no eixo hipotálamo-hipófiseadrenal, que estão relacionados ao<br />
sistema neurotransmissor. Além das alterações biológicas, a transição para a<br />
maternida<strong>de</strong> é marcada por mudanças psicológicas e sociais. Confirmam ainda que<br />
no puerpério há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reorganização social e adaptação a um novo papel,<br />
a mulher tem um súbito aumento <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> por se tornar referência <strong>de</strong><br />
uma pessoa in<strong>de</strong>fesa, sofre privação <strong>de</strong> sono e isolamento social. Além disso, é<br />
preciso reestruturação da sexualida<strong>de</strong>, da imagem corporal e da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
feminina.<br />
Ao trabalhar <strong>com</strong> grávidas privilegiando a intervenção em grupo, este<br />
funciona <strong>com</strong>o suporte, contendo as ansieda<strong>de</strong>s e fomentando as trocas <strong>de</strong><br />
vivências e a reflexão sobre as mesmas. A interligação do falar, refletir e receber<br />
informação científica contribui para a redução dos medos e consequentemente para<br />
o alívio da ansieda<strong>de</strong> relativa à gravi<strong>de</strong>z. Quanto mais oportunida<strong>de</strong>s tiverem <strong>de</strong><br />
falar sobre a percepção que vão tendo das suas modificações, mais aumentam as<br />
suas hipóteses <strong>de</strong> adaptação (NASCIMENTO, 2003).<br />
Neste contexto, o enfermeiro profissional que, normalmente, está presente<br />
no atendimento às necessida<strong>de</strong>s da gestante e da puérpera, <strong>de</strong>ve estar atento a<br />
esses fatores <strong>de</strong> risco, <strong>de</strong> forma a prevenir o fracasso do estabelecimento do vínculo<br />
mãe-bebê. O conhecimento <strong>de</strong>sses fatores <strong>de</strong> risco pela equipe <strong>de</strong> <strong>enfermagem</strong> é<br />
fundamental para prevenir transtornos mentais na mãe. É importante ressaltar que a<br />
saú<strong>de</strong> do bebê <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do equilíbrio emocional da mãe e que o sucesso da<br />
formação <strong>de</strong> um vínculo saudável e consistente entre mãe e seu filho, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, em<br />
gran<strong>de</strong> parte, da assistência <strong>de</strong> <strong>enfermagem</strong> prestada a ambos (MENDES;<br />
GALDEANO, 2006).<br />
Nascimento (2003) aponta, ainda, que os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dos<br />
cuidados primários e secundários <strong>de</strong>verão estar conscientes das mudanças sociais<br />
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