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protocolo de tratamento fisioterápico na artroplastia do quadril

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PROTOCOLO DE TRATAMENTO FISIOTERÁPICO NA ARTROPLASTIA DO QUADRIL:<br />

Antonio Vital Sampol<br />

Este estu<strong>do</strong> preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>screver um <strong>protocolo</strong> <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong> fisioterápico para a <strong>artroplastia</strong> <strong>do</strong> <strong>quadril</strong><br />

através da vivência <strong>do</strong> autor em sua residência <strong>de</strong> Fisioterapia em Ortopedia no H.U.P. E. e <strong>do</strong> trabalho<br />

voluntário em vários hospitais e em conjunto com a revisão da literatura com o objetivo <strong>de</strong> estabelecer a<br />

importância <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> fisioterápico <strong>de</strong> forma precoce , isto é <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fase pré-operatória com<br />

cuida<strong>do</strong>s e orientações fundamentais para a evolução satisfatória continuan<strong>do</strong> <strong>na</strong>s fases <strong>de</strong> pósoperátório<br />

e manten<strong>do</strong> acompanhamento até ás quatro sema<strong>na</strong>s <strong>de</strong> opera<strong>do</strong> alcançan<strong>do</strong> sua recuperação<br />

funcio<strong>na</strong>l <strong>de</strong>sejada.<br />

This study intends to <strong>de</strong>scribe a protocol of treatment physioterapy for the <strong>artroplastia</strong> of the hip through<br />

the author's existence in its resi<strong>de</strong>nce of Physiotherapy in Orthopedics in H.U.P. E. and of the voluntary<br />

work in several hospitals and together with the revision of the literature with the objective of establishing<br />

the importance of the treatment physioterapy in a precocious way, that is from the pré-operative phase<br />

with cares and fundamental orientations for the satisfactory evolution continuing in the pós-operátório<br />

phases and maintaining accompaniment to ace four weeks of having operated reaching its wanted<br />

functio<strong>na</strong>l recovery.<br />

PALAVRAS CHAVES: FISIOTERAPIA; ARTROPLASTIA; QUADRIL<br />

INTRODUÇÃO:<br />

O <strong>quadril</strong> é a articulação proximal <strong>do</strong> membro inferior . ela tem como função orientá-lo em todas as<br />

direções no espaço , razão pela qual ela possui 03 eixos e três graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> . os movimentos <strong>do</strong><br />

<strong>quadril</strong> são realiza<strong>do</strong>s por uma única articulação que é a coxo femural , a qual é uma articulação tipo<br />

esferói<strong>de</strong> , bem encaixada . é <strong>do</strong>tada <strong>de</strong> uma menor amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento compensada <strong>de</strong> uma certa<br />

forma pela colu<strong>na</strong> lombar , mas contrariamente ela é mais estável , é a articulação mais difícil <strong>de</strong> ser<br />

luxada em to<strong>do</strong> o corpo. Essas características <strong>do</strong> <strong>quadril</strong> são condicio<strong>na</strong>das pela função <strong>de</strong> peso <strong>do</strong> corpo<br />

e <strong>de</strong> locomoção assumida pelo membro inferior .<br />

A <strong>artroplastia</strong> total <strong>do</strong> <strong>quadril</strong> em acetábulos <strong>de</strong>ficientes foi sempre consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> problema <strong>de</strong> difícil<br />

solução, porém gran<strong>de</strong>s reconstruções articulares começaram em 1962, quan<strong>do</strong> John Charnley realizou<br />

pela primeira vez uma <strong>artroplastia</strong> <strong>de</strong> <strong>quadril</strong> utilizan<strong>do</strong> um componente femoral metálico e um<br />

componente acetabular <strong>de</strong> polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e cimento ósseo acrílico auto-secante.<br />

Um <strong>do</strong>s principais objetivos da <strong>artroplastia</strong> é o alívio da <strong>do</strong>r e a restauração da função articular, sen<strong>do</strong><br />

sua principal indicação o <strong>tratamento</strong> da coxartrose em pacientes da 3ª ida<strong>de</strong>.<br />

Em nossa experiência os diagnósticos mais comuns foram: coxartrose primária, necrose da cabeça <strong>do</strong><br />

fêmur, artrite reumatói<strong>de</strong>, fratura <strong>do</strong> colo femoral, espondilite anquilosante entre outros.<br />

Porem as próteses têm inúmeros problemas : quanto a dimensão da esfera protética ; <strong>na</strong>tureza das<br />

superfícies <strong>de</strong> contato , ligadas às questões <strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> atrito, resistência ao uso ; toxida<strong>de</strong><br />

eventual conseqüente ao <strong>de</strong>sgaste normal e sobretu<strong>do</strong> pelo mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> ligação com o osso vivo , da<strong>do</strong> pela<br />

questão da fixação . por isso as pesquisas sobre as próteses <strong>de</strong> <strong>quadril</strong> foram as que mais se<br />

<strong>de</strong>senvolveram e on<strong>de</strong> o número <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los é maior . consequentemente a recuperação funcio<strong>na</strong>l é<br />

objetivo <strong>de</strong> preocupação pois o <strong>tratamento</strong> fisioterápico <strong>de</strong>ve iniciar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fase pré-operatória que é<br />

uma fase fundamental para <strong>na</strong> evolução <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong>, é nesta fase que o fisioterapeuta iniciará um<br />

programa <strong>de</strong> fortalecimento muscular , orientações para um bom posicio<strong>na</strong>mento no leito, prevenção das<br />

complicações respiratórias e quanto as escaras <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito, prescrições <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> rodas e<br />

anda<strong>do</strong>res, ao passarmos para o pós operatório continuaremos com to<strong>do</strong> o <strong>protocolo</strong> fisioterápico <strong>de</strong><br />

forma mais intensa e os cuida<strong>do</strong>s <strong>na</strong>s posições <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito, ortostática e senta<strong>do</strong> durante as quatro<br />

primeiras sema<strong>na</strong>s .<br />

Avaliação e <strong>tratamento</strong> fisioterápico <strong>na</strong> fase pré-operatória da <strong>artroplastia</strong> <strong>do</strong> <strong>quadril</strong><br />

Quan<strong>do</strong> ocorre um trabalho <strong>de</strong> equipe nós fisioterapeutas iniciamos um <strong>tratamento</strong> precoce começan<strong>do</strong><br />

no pré operatório, <strong>de</strong>sta forma proporcio<strong>na</strong>remos ao paciente informações <strong>de</strong> toda a sua recuperação<br />

funcio<strong>na</strong>l.<br />

1


Na avaliação fisioterápica <strong>de</strong>vemos observar o esta<strong>do</strong> emocio<strong>na</strong>l e psicológico <strong>do</strong> paciente, como se<br />

encontra, tenso, <strong>de</strong>primi<strong>do</strong>, conforma<strong>do</strong> com a situação, sua orientação quanto ao tempo e espaço<br />

verifican<strong>do</strong> durante o contato com o paciente seu nível <strong>de</strong> consciência e a velocida<strong>de</strong> para a obtenção da<br />

resposta aos estímulos. Continuaremos com o exame cardio-respiratório para verificarmos a condição<br />

pulmo<strong>na</strong>r através da ausculta pela presença <strong>do</strong> murmúrio vesicular ou ruí<strong>do</strong>s adventícios <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>n<strong>do</strong><br />

portanto a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> aparelho respiratório. O exame motor <strong>de</strong>ve ser inicia<strong>do</strong> precocemente e será<br />

avalia<strong>do</strong> sua força muscular, amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento , coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção e sensibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> paciente.<br />

O <strong>tratamento</strong> fisioterápico <strong>na</strong> fase pré operatória <strong>de</strong>ve ter uma função preventiva o qual seria prevenir as<br />

complicações respiratórias, motoras e evitar as escaras <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito, sen<strong>do</strong> assim iniciaremos da seguinte<br />

forma o <strong>tratamento</strong>:<br />

• Cinesioterapia motora <strong>do</strong>s membros inferiores associa<strong>do</strong>s a respiração profunda e lenta , procuran<strong>do</strong><br />

expandir o máximo o pulmão e manter as articulações preservadas , pois no pós operatório imediato<br />

o paciente ten<strong>de</strong> a ficar confi<strong>na</strong><strong>do</strong> a leito e ao quadro álgico presente;<br />

• Posicio<strong>na</strong>mento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> no leito para os membros inferiores <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> manter as per<strong>na</strong>s abduzidas,<br />

porque os movimentos <strong>de</strong> flexão, abdução, rotação inter<strong>na</strong> ou exter<strong>na</strong> acentuada po<strong>de</strong>m luxar a<br />

prótese, evitan<strong>do</strong> também a flexão da articulação coxo-femural acima 45º <strong>de</strong> como medida<br />

preventiva para a luxação;<br />

• Cinesioterapia motora para os membros inferiores procuran<strong>do</strong> potencializar a musculatura abdutora<br />

<strong>do</strong> segmento a ser opera<strong>do</strong>;<br />

• Manutenção das articulações <strong>do</strong> segmento que vai ser opera<strong>do</strong> evitan<strong>do</strong> assim bloqueio <strong>do</strong> joelho e<br />

tornozelo <strong>de</strong>snecessariamente;<br />

• Fortalecer o membro oposto ao que vai ser opera<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ve ser bem trabalha<strong>do</strong>, pois ele é quem vai<br />

suportar após a cirurgia , gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> peso corporal<br />

• Orientação para a mudança <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito, pois o paciente não po<strong>de</strong> ficar em <strong>de</strong>cúbito lateral para o<br />

la<strong>do</strong> da cirurgia, orientar o posicio<strong>na</strong>mento correto <strong>na</strong> cama e a transferência para uma mesa<br />

ortostática ou caso não haja a mesa ortostática, facilitar a mudança <strong>de</strong> <strong>de</strong>ita<strong>do</strong> para senta<strong>do</strong> e<br />

posteriormente em pé.<br />

• Orientar sentar em ca<strong>de</strong>iras e vasos sanitários, o paciente <strong>de</strong>verá manter a per<strong>na</strong> que será operada<br />

em extensão, senta<strong>do</strong> com a região lombossacral <strong>na</strong> ca<strong>de</strong>ira evitan<strong>do</strong> assim uma angulação<br />

exagerada <strong>na</strong> ca<strong>de</strong>ira.<br />

• Orientação e prescrição quanto ao uso <strong>de</strong> muletas ou anda<strong>do</strong>r<br />

• Orientar como será a reeducação <strong>de</strong> marcha, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser inicia<strong>do</strong> quase sempre um anda<strong>do</strong>r,<br />

manter as per<strong>na</strong>s abduzidas, evitan<strong>do</strong> girar o segmento opera<strong>do</strong> em rotação inter<strong>na</strong> ou exter<strong>na</strong>.<br />

• Iniciar contrações isométricas <strong>de</strong> quadríceps e glúteos;<br />

• Flexão e extensão <strong>de</strong> tibio-társica com exercícios ativos livres/resisti<strong>do</strong>s , assim como movimentos <strong>de</strong><br />

inversão e eversão;<br />

• Quanto mais esclareci<strong>do</strong> o paciente estiver mais fácil será sua recuperação e <strong>de</strong>sta forma evitaremos<br />

uma série <strong>de</strong> complicações.<br />

Fatores que contribuem para luxação e subluxação <strong>do</strong> <strong>quadril</strong>:<br />

A posição i<strong>na</strong><strong>de</strong>quada <strong>de</strong> um ou ambos os componentes da <strong>artroplastia</strong>, o encurtamento <strong>do</strong> fêmur,<br />

fraqueza <strong>do</strong>s músculos abdutores , avulsão <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> trocanter, adução excessiva e flexão <strong>do</strong> <strong>quadril</strong> no<br />

perío<strong>do</strong> pós operatório inicial acima <strong>do</strong>s limites <strong>de</strong> angulação segura.<br />

TIPOS DE PRÓTESES MAIS USADAS :<br />

• Charnley e Muller: são próteses utilizadas <strong>na</strong>s <strong>artroplastia</strong>s totais, on<strong>de</strong> é substitui<strong>do</strong> o componente<br />

acetabular e femural.<br />

• *Thompson e Bipolar: são próteses utlizadas <strong>na</strong>s <strong>artroplastia</strong>s parciais, on<strong>de</strong> ape<strong>na</strong>s é troca<strong>do</strong> o<br />

componente femoral preservan<strong>do</strong> o acetábulo.<br />

Consi<strong>de</strong>rações sobre a utilização ou não <strong>do</strong> cimento ósseo:<br />

• Drumond & Brasil (1990), acredita que há tendência hoje a utilizar também componentes não<br />

cimenta<strong>do</strong> em revisões, pois o uso <strong>do</strong> exerto para uso <strong>do</strong> acetábulo tem si<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> superior ao<br />

cimento, visan<strong>do</strong> preencher a cavida<strong>de</strong>, como Charnley inicialmente preconiza ou os anéis e telas<br />

sugeri<strong>do</strong>s por Eichker e Muller.<br />

• Oliveira & Barros (1992), <strong>de</strong>screvem que no pós-operatório imediato, os pacientes que receberam<br />

prótese sem utilização <strong>de</strong> cimento, permaneceram com coxim abdutor por uma sema<strong>na</strong>. A marcha<br />

sem apoio foi liberada tão logo o paciente conseguiu auto sustentar-se e a carga total, liberada após<br />

90 dias.<br />

2


Nos pacientes que receberam prótese com cimento, foi inicia<strong>do</strong> exercícios isométricos no pós-operatório<br />

imediato e carga total permitida após 10 dias.<br />

Segun<strong>do</strong> a experiência <strong>do</strong> autor <strong>de</strong>ste trabalho em relação à recuperação funcio<strong>na</strong>l as próteses<br />

cimentadas são melhores pois permitem ao paciente uma carga precoce a partir <strong>do</strong> 2º ou 3º dia <strong>de</strong> pós<br />

operatório, já a não cimentada terá que aguardar a consolidação o que po<strong>de</strong> ocasio<strong>na</strong>r complicações no<br />

pós operatório que já possui uma alta taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> <strong>na</strong> 3º ida<strong>de</strong> em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> complicações<br />

respiratórias, escaras <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito, contraturas musculares e etc.<br />

TRATAMENTO FISIOTERÁPICO NO PÓS-OPERATÓRIO:<br />

A) Esta segunda fase inicia-se, no dia seguinte <strong>do</strong> pós-cirúrgico, permitin<strong>do</strong> assim que o paciente<br />

<strong>de</strong>scanse <strong>do</strong> próprio ato cirúrgico e anestesia;<br />

B) Deve ser coloca<strong>do</strong> um coxim triangular, caso não tenha, um travesseiro serviria para manter ambas as<br />

per<strong>na</strong>s em abdução;<br />

C) Evitar os movimentos <strong>de</strong> flexão acima <strong>de</strong> 45º, adução e rotação inter<strong>na</strong> e também a rotação exter<strong>na</strong>,<br />

os quais po<strong>de</strong>m luxar o <strong>quadril</strong>;<br />

D) Proporcio<strong>na</strong>r mudança <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito para prevenir escaras, com o máximo <strong>de</strong> cuida<strong>do</strong> para que não<br />

haja o <strong>de</strong>slizamento <strong>do</strong> la<strong>do</strong> opera<strong>do</strong> o que irá favorecer a adução e conseqüentemente a luxação da<br />

prótese;<br />

E) O paciente não <strong>de</strong>ve ser coloca<strong>do</strong> sobre o la<strong>do</strong> opera<strong>do</strong>;<br />

F) A cinesioterapia respiratória <strong>de</strong>ve ser intensificada, pois agora o paciente está mais preso ao leito;<br />

E) A patela <strong>de</strong>ve ser mobilizada, assim como o joelho, <strong>de</strong>slocan<strong>do</strong> o paciente <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que ele fique em<br />

diago<strong>na</strong>l <strong>na</strong> cama e com a per<strong>na</strong> <strong>do</strong> membro opera<strong>do</strong> para fora, manten<strong>do</strong> o <strong>quadril</strong> imóvel;<br />

F) Fortalecimento muscular: no caso <strong>do</strong>s abdutores, po<strong>de</strong>m ser usa<strong>do</strong>s patins para diminuir o atrito no<br />

leito, isometria <strong>de</strong> quadríceps e glúteos. Colocaremos o paciente em diago<strong>na</strong>l no leito manten<strong>do</strong> a coxo<br />

femoral em posição neutra permitin<strong>do</strong> que o joelho opera<strong>do</strong> fique pen<strong>de</strong>nte e realizaremos exercícios<br />

isotonicos para flexão e extensão <strong>de</strong> joelho passiva, assistida, livre ou resistida <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá ape<strong>na</strong>s das<br />

condições <strong>do</strong> paciente;<br />

G) Nos primeiros dias o paciente é coloca<strong>do</strong> <strong>na</strong> posição ortostática através <strong>de</strong> uma mesa ortostática, duas<br />

vezes ao dia;<br />

H) No terceiro dia ele é coloca<strong>do</strong> <strong>de</strong> pé com ajuda <strong>de</strong> um anda<strong>do</strong>r e progressivamente <strong>de</strong>ambula com<br />

uma marcha <strong>de</strong> carga parcial on<strong>de</strong> o paciente divi<strong>de</strong> o peso <strong>de</strong> seu membro opera<strong>do</strong> com as muletas ou<br />

anda<strong>do</strong>r, lembran<strong>do</strong> que o membro opera<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser manti<strong>do</strong> em abdução e o pé em posição neutra;<br />

I) No quarto dia o paciente po<strong>de</strong>rá sentar em uma ca<strong>de</strong>ira <strong>na</strong> posição semi-ereta, porém o <strong>quadril</strong> não<br />

<strong>de</strong>ve ser fleti<strong>do</strong> mais <strong>do</strong> que 45 graus, ele sentará mais propriamente sobre o sacro e a região lombar;<br />

J) Do quarto dia até a alta hospitalar manteremos esta ativida<strong>de</strong> com aumento gradativo sen<strong>do</strong> mais<br />

intensos em relação à amplitu<strong>de</strong> e incentiva<strong>do</strong>s e realizar com mais freqüência aumentan<strong>do</strong> sua<br />

resistência e força muscular.<br />

CUIDADOS A SEREM TOMADOS APÓS A ALTA HOSPITALAR DURANTE AS<br />

PRIMEIRAS 04 SEMANAS:<br />

1 ) PACIENTE DEITADO :<br />

Manter as per<strong>na</strong>s abertas, não <strong>do</strong>rmir sobre o la<strong>do</strong> opera<strong>do</strong>, colocar <strong>do</strong>is travesseiros entre os<br />

joelhos ou coxim triangular feito <strong>de</strong> espuma quan<strong>do</strong> for virar para o la<strong>do</strong> não opera<strong>do</strong>, po<strong>de</strong> se<br />

utiliza<strong>do</strong> uma tipóia para manter tracio<strong>na</strong><strong>do</strong> em abdução.<br />

3


2) PACIENTE SENTADO :<br />

Não sentar reto <strong>na</strong> ca<strong>de</strong>ira, po<strong>de</strong> sentar somente incli<strong>na</strong>n<strong>do</strong> o tronco para trás com a região<br />

lombo-sacra, evitar cruzar o membro afeta<strong>do</strong> sobre o la<strong>do</strong> não opera<strong>do</strong>, não sentar em ca<strong>de</strong>iras<br />

baixas, não cortas as unhas.<br />

3) PACIENTE EM PÉ :<br />

Evitar girar o membro opera<strong>do</strong> sobre ele mesmo, po<strong>de</strong> <strong>do</strong>brar o joelho opera<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> andar<br />

pois não vai alterar no aumento da flexão <strong>do</strong> <strong>quadril</strong>, utilizar muletas ou anda<strong>do</strong>r , colocan<strong>do</strong><br />

carga progressiva sobre a extremida<strong>de</strong> operada, andar com as per<strong>na</strong>s abertas<br />

4) PACIENTE NO BANHEIRO<br />

Não tomar banho <strong>de</strong> banheira , não pegar objetos no chão, só tomar banho no chuveiro em pé,<br />

evitar o uso <strong>de</strong> tapetes e a presença <strong>de</strong> animais que possam escorregar, tropeçar e provocar<br />

tombos<br />

5) ORIENTAÇÃO AVDs :<br />

Abster-se <strong>do</strong> trabalho e das ativida<strong>de</strong>s sexuais, não dirigir veículos, qualquer alteração no <strong>quadril</strong>,<br />

<strong>do</strong>r torácica , e<strong>de</strong>ma <strong>na</strong>s per<strong>na</strong>s , dre<strong>na</strong>gem sangüínea ou purulenta no <strong>quadril</strong> <strong>de</strong>ve ser<br />

notificada;<br />

Normalmente os pacientes po<strong>de</strong>m voltar as ativida<strong>de</strong>s se<strong>de</strong>ntárias após 4 a 6 sema<strong>na</strong>s e após 3<br />

meses po<strong>de</strong>rão retor<strong>na</strong>r as ativida<strong>de</strong>s que exigem em pouco <strong>de</strong> flexão lombar e <strong>do</strong>s joelhos<br />

CONCLUSÃO<br />

É necessário compreen<strong>de</strong>r bem o mecanismo das <strong>artroplastia</strong>s <strong>de</strong> <strong>quadril</strong>, pois nem sempre os<br />

<strong>tratamento</strong>s seguem a mesma linha <strong>de</strong> conduta, o que implicará em modificações e adaptações <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com cada paciente e complicação que por ventura tenha apresenta<strong>do</strong>. Quanto ao <strong>tratamento</strong><br />

fisioterápico quanto mais precoce for a atuação <strong>do</strong> fisioterapeuta mais rápi<strong>do</strong> será a recuperação<br />

funcio<strong>na</strong>l <strong>do</strong> paciente sem complicações para os componentes cirúrgicos, motores e respiratorios para<br />

uma a<strong>de</strong>quada reabilitação as ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida diária e profissio<strong>na</strong>is.<br />

Bibliografia:<br />

1- Defino, Helton L. A. et alii (1991 ). Tratamento da necrose avascular da cabeça <strong>do</strong> fêmur pela técnica<br />

<strong>de</strong> Descompressão. Revista Brasileira <strong>de</strong> Ortopedia. Vol 26, Nºs , p. 395 a 402, Nov/Dez.<br />

2 - Drumond, Sérgio Nogueira & Brasil, Nelson Alexandre (1990 ). O uso <strong>do</strong> enxerto ósseo em<br />

<strong>de</strong>ficiências acetabulares <strong>na</strong> <strong>artroplastia</strong> total <strong>do</strong> <strong>quadril</strong>. Revista Brasileira <strong>de</strong> Ortopedia. Vol 25, Nº 5,<br />

Maio.<br />

3 - Elias, nelson et alii (1990 ). Afrouxamento asséptico em <strong>artroplastia</strong> total <strong>de</strong> <strong>quadril</strong>. Revista<br />

Brasileira De Ortopedia. Vol 25, nº5, p. 137 a 142, Maio.<br />

4 - Oliveira, E.F. & Barros, J.W. ( 1992 ), Tratamento das Fraturas <strong>do</strong> colo <strong>do</strong> fêmur com Prótese Bipolar.<br />

Revista Brasileira <strong>de</strong> Ortopedia. Vol 27, Nº s, p. 873 a 876<br />

5 - Wachelke, Adria<strong>na</strong> Gutierrez & Matschinske, Cesar Ricar<strong>do</strong> ( ). Fisioterapia no pós-operatório <strong>de</strong><br />

<strong>artroplastia</strong> <strong>de</strong> <strong>quadril</strong> ( fase hospitalar ). Revista Fisioterapia em Movimento. Vol p. 81 a 87,<br />

Autor: Antonio Vital Sampol<br />

Disponível em: http://www.foa.org.br/vitalsampol/Artigos/Artigo02/artigo02.html<br />

Acesso em 11/04/2005<br />

4


• Resi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Fisioterapia no Serviço <strong>de</strong> Ortopedia <strong>do</strong> Hospital Universitário Pedro Ernesto (H.U.P.E.)<br />

• Professor da Universida<strong>de</strong> Unigranrio e SUAM<br />

• Presi<strong>de</strong>nte da Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fisioterapia em Traumato Ortopedia <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

(SOFITOERJ)<br />

En<strong>de</strong>reço: Rua Ivinheima , 186 – Bento Ribeiro – RJ – BR – Cep: 21.550.390 Tel: ( 021) 9688-1168<br />

Artigo publica<strong>do</strong> <strong>na</strong> Revista Fisio & terapia <strong>de</strong> 1999<br />

Tel: 0xx021 Cel 9688-1168 - Email vitalsam@bol.com.br<br />

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