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15. Comunidade, escola, jornal escolar - Universidade Estadual do ...

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interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, desde que algo destoe <strong>do</strong> normal, chame atenção ou acenda a luz<br />

vermelha <strong>do</strong>s manuais de noticiabilidade <strong>jornal</strong>ística, que tenha um alto valor-notícia.<br />

Portanto, foi a partir <strong>do</strong> <strong>jornal</strong> que Itahum passou a ser notícia, considerada como<br />

construção, narrativa. E segun<strong>do</strong> Traquina (1993, p. 168) “as notícias acontecem na<br />

conjunção de acontecimentos e textos. Enquanto o acontecimento cria a notícia, a notícia<br />

cria o acontecimento.”<br />

Foi a partir <strong>do</strong> <strong>jornal</strong> que Itahum passou a ter uma representação, a ter sua história<br />

contada. E, pelo menos dessa vez, uma história contada pelo povo que vive o lugar<br />

Itahum. Lugar aqui entendi<strong>do</strong> como “fenômeno da experiência humana”, segun<strong>do</strong> Serpa<br />

(2011).<br />

Portanto, concordan<strong>do</strong> com Serpa (2011), finalizamos deixan<strong>do</strong> nosso pensamento<br />

de que o direito à cidade, a um lugar, a seu lugar, é também o direito a dizê-lo, a<br />

comunicá-lo, é um direito à comunicação e a espaços de comunicação/representação,<br />

que deve ser garanti<strong>do</strong> às populações, como forma de expressão, de criatividade, de<br />

reflexão, criticidade, rompimento com a hegemonia <strong>do</strong>s meios e discursos e possibilidade<br />

de uma formação para a cidadania.<br />

“Os lugares clamam nossas afeições e obrigações, conhecemos o mun<strong>do</strong> a<br />

partir <strong>do</strong>s lugares nos quais vivemos. Lugares são existenciais e uma fonte de<br />

autoconhecimento e responsabilidade social.” (RELPH, 1979, apud SERPA,<br />

2011, p.23)<br />

O direito a um lugar é também o direito de ser seu conta<strong>do</strong>r de histórias, narra<strong>do</strong>r<br />

e cronista de um tempo, de heróis e anti-heróis, personagens anônimos que constroem<br />

juntos a alma e as experiências desse lugar, como faz o narra<strong>do</strong>r e o cronista de Benjamin:<br />

“o cronista que narra os acontecimentos, sem distinguir entre os grandes e os pequenos,<br />

leva em conta a verdade de que nada <strong>do</strong> que um dia aconteceu pode ser considera<strong>do</strong><br />

perdi<strong>do</strong> para a história.” (1987, p.223)

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