Fazer Download da Edição - Supermercado Moderno
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3 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
carta ao leitor<br />
Quem bate um papo<br />
informal com supermercadistas<br />
logo<br />
se surpreende: boa<br />
parte deles já foi son<strong>da</strong><strong>da</strong> ou recebeu<br />
uma proposta concreta de<br />
compra. Pelas conversas, parece<br />
que o mercado está vivendo<br />
uma nova tempora<strong>da</strong> de aquisições.<br />
algumas confirmações de<br />
fato pipocam aqui e ali, mas não<br />
muitas. intriga<strong>da</strong>, a editora alessandra<br />
Morita começou a investigar<br />
esse boom de transações<br />
não realiza<strong>da</strong>s e descobriu, 16<br />
entrevistas depois, que as empresas<br />
têm interesse, sim, em crescer<br />
com aquisições (até porque é um<br />
meio de permanecer no mercado<br />
e aumentar lucros), mas os preços<br />
an<strong>da</strong>m proibitivos. alessandra falou<br />
com varejistas e consultores,<br />
desenhou o cenário com as possíveis<br />
saí<strong>da</strong>s e listou as 53 empresas<br />
mais cota<strong>da</strong>s no mercado de aquisições,<br />
além <strong>da</strong>s redes em condi-<br />
Sheila hiSSa<br />
editora executiva<br />
sheila.hissa@sm.com.br<br />
SuaS empreSaS<br />
eStão <strong>da</strong>ndo o que falar<br />
Veja 53 empresas mais cota<strong>da</strong>s<br />
no mercado de aquisições<br />
ções de abocanhar algumas delas.<br />
É uma matéria que vai ajudá-lo a<br />
entender o desequilíbrio entre a<br />
oferta e a procura. Mas não paramos<br />
aí. Para estimular sua leitura,<br />
a repórter Viviane Sousa foi entender<br />
como funciona o departamento<br />
de trade marketing do Pão<br />
de açúcar, o primeiro do autosserviço<br />
alimentar. ao contrário<br />
do que muitos pensam, ele não é<br />
conflitante com o trade marketing<br />
<strong>da</strong> indústria – na ver<strong>da</strong>de viabiliza<br />
ações mais assertivas e benéficas<br />
para os resultados. a nossa segun<strong>da</strong><br />
ro<strong>da</strong><strong>da</strong> de reportagens sobre o<br />
Natal também está bem quente.<br />
Traz uma pesquisa sobre<br />
o que o consumidor NÃO<br />
gosta na lojas durante as<br />
festas e reportagens sobre<br />
como explorar melhor duas<br />
seções que bombam no período:<br />
açougue e peixaria. Você encontra<br />
ain<strong>da</strong> uma matéria sobre furtos,<br />
que se agrava no fim de ano,<br />
e outra sobre imprevistos nas lojas<br />
às vésperas do Natal. histórias<br />
engraça<strong>da</strong>s e comoventes que reproduzem<br />
o espírito do varejista:<br />
suor, emoção e resultados.<br />
SUPERMERCADO MODERNO<br />
Proprie<strong>da</strong>de de Publicar Mídias Especializa<strong>da</strong>s Lt<strong>da</strong>.<br />
presidência do Grupo<br />
Robert Macody Lund<br />
Publicar Mídias EsPEcializa<strong>da</strong>s lt<strong>da</strong><br />
diretoria<br />
Telefone (11) 3327-4504<br />
Diretor executivo Sergio L. A. <strong>da</strong> Veiga Oliveira<br />
Diretor Mauricio Pacheco<br />
eDitor emérito Valdir Orsetti<br />
conselho executivo<br />
Lauricéia Tavares Bernardino, Mário Nazar<br />
Mauricio Pacheco, Robert Macody Lund,<br />
Sergio L. A. <strong>da</strong> Veiga Oliveira<br />
re<strong>da</strong>ção<br />
Telefone (11) 3327-4514 / e-mail: re<strong>da</strong>cao@sm.com.br<br />
eDitora executiva Sheila Hissa<br />
eDitora-assistente Alessandra Morita<br />
repórteres Adriana Silvestrini, Fernando Salles e Viviane Sousa<br />
estagiária Marcela Della Villa<br />
colaboradores<br />
Diretor De arte e projeto gráfico Alberto Mateus<br />
Diagramação e proDução Crayon Editorial<br />
capa Blu Comunicação Integra<strong>da</strong><br />
fotos João de Freitas<br />
conselho editorial<br />
Bruno Abrantes (Floresta), Carlos Fernandes (Walmart), Celso Furtado<br />
(Coop), Eduardo Adrião (GPA), Flavio Almei<strong>da</strong> (Villarreal), Gabriel Pedreira<br />
(Futurama), José Ricardo Scheurer (Son<strong>da</strong>), Lucas Nassar (Mambo),<br />
Marcio do Valle (Coop), Rubens Kuriyama(Ricoy)<br />
ASSINATURA Sueli Simão (11) 3327-4522 • sueli.simao@sm.com.br<br />
MARKETING ANUNCIANTE Camila Siqueira (11) 3327-4512<br />
• camila.siqueira@sm.com.br<br />
EvENToS Renata Franzini (11) 3327-4463 • renata.franzini@sm.com.br<br />
poRTAl SM Renato Fonseca (11) 3327-4511 • renato.fonseca@sm.com.br<br />
pUBlICIDADE<br />
Telefone (11) 3327-4516 / e-mail: supermercadomoderno@sm.com.br<br />
ApoIo A vENDAS Carla Morais (11) 3327-4505<br />
Gerentes de ven<strong>da</strong>s<br />
Marcelo Luz e Silva (11) 3327-4507 • marcelo.luz@sm.com.br<br />
Gerentes de Contas<br />
Adriana Damião (11)3327-4570 • adriana.<strong>da</strong>miao@sm.com.br<br />
Alexandre Niccolai (11) 3327-4520 • alexandre.niccolai@sm.com.br<br />
Fernando Fernandes (11) 3327-4623 • fernando.fernandes@sm.com.br<br />
Van<strong>da</strong> Mae<strong>da</strong> (11) 3327-4555 • van<strong>da</strong>.mae<strong>da</strong>@sm.com.br<br />
REpRESENTANTES<br />
SÃO PAULO<br />
Ação Representação Com. S/C Lt<strong>da</strong>.: Rua Brigadeiro Tobias, 356,<br />
10º an<strong>da</strong>r, sl. 104-C, 01032-901, São Paulo, SP. Tel./fax (11) 3313-1433.<br />
E-mail: vanderacao@terra.com.br<br />
RIO DE JANEIRO (RJ) e ESPÍRITO SANTO (ES)<br />
Grupo RioBrasil: Av. Dom Hélder Câmara, 10, 136/201, 21380-003,<br />
Rio de Janeiro, RJ. Tel. (21) 2599-8969.<br />
E-mail: riobrasil@gruporiobrasil.com.br<br />
CURITIBA (PR)<br />
Spala Marketing e Representações: R. Conselheiro Laurindo, 825, cjto 704, 80060-<br />
100, Curitiba, PR. Tel./fax (41) 3027-5565. E-mail: gilberto@spalamkt.com.br<br />
PORTO ALEGRE (RS)<br />
In Trade Comunicação Dirigi<strong>da</strong>: Av. do Forte, 1.278, sala 406, V. Ipiranga, 91360-<br />
001, Porto Alegre, RS. Tel./fax (51) 3737-5177. E-mail:cesar.intrade@globo.com<br />
MINAS GERAIS (MG)<br />
SBF Representações Comunicação Propagan<strong>da</strong> e Marketing Lt<strong>da</strong>:<br />
Av. Getúlio Vargas, 1.300 - sala 1704 - Savassi - 30112-021, Belo Horizonte, MG.<br />
Tel. (31) 2125-2900. E-mail: sbfaria@sbfpublici<strong>da</strong>de.com.br<br />
ou cibelle@sbfpublici<strong>da</strong>de.com.br<br />
para obter informações e solicitar serviços<br />
Fax (11) 3228 - 9333 - Site www.sm.com.br<br />
<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong>: R. Brigadeiro Tobias, 356, 3º an<strong>da</strong>r, CEP 01032-901.<br />
São Paulo, SP. Tel. (11) 3327-4400. C. Postal 3349 - 01060-970.<br />
<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong> é envia<strong>da</strong> mensalmente a executivos, proprietários, compradores,<br />
gerentes e encarregados <strong>da</strong>s principais lojas de autosserviço, lojas de conveniência, atacados e<br />
cooperativas responsáveis por 80% do volume de ven<strong>da</strong>s do setor. Coordenador de Produção - Denise<br />
Spedo Maciel (11) 3327- 4569. Distribuição: DTD Distribuição e Courier Lt<strong>da</strong>. Não autorizamos<br />
pessoa alguma a oferecer assinaturas. Se for procurado por alguém, denuncie-o às autori<strong>da</strong>des.<br />
<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong> não aceita matérias pagas no espaço editorial. Proibi<strong>da</strong> reprodução<br />
total ou parcial sem autorização dos editores. Registro de Publicação assentado no ca<strong>da</strong>stro<br />
<strong>da</strong> Divisão de Censura de Diversões Públicas, D.P.F., nº 275.P209/73. Impresso por Oceano<br />
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Este produto é<br />
impresso na Oceano,<br />
utilizamos papel com<br />
certificado FSC que<br />
garante o manejo<br />
florestal responsável.<br />
Trabalhamos<br />
comprometidos com<br />
o meio ambiente e<br />
temos uma ótima<br />
impressão do futuro.
ANO 42 | N º 10 • OUTUBRO 2011<br />
C A P A<br />
27<br />
Aquisições estão<br />
mais difíceis<br />
57<br />
PÃES<br />
Versões com grãos<br />
puxam crescimento<br />
<strong>da</strong> categoria<br />
SEÇÕES<br />
CARTA AO LEITOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3<br />
SM RESPONDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6<br />
VOCÊ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11<br />
PORTAL SM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12<br />
PONTO DE VENDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14<br />
MEGAMERCADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50<br />
NOVOS PRODUTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67<br />
CENAS DO VAREJO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106<br />
CAPA<br />
AQUISIÇÕES DIFÍCEIS<br />
Conheça as 53 empresas mais bem cota<strong>da</strong>s para compra . . . . 27<br />
SETOR<br />
TRADE MARKETING NO VAREJO<br />
O bom exemplo do Pão de Açúcar pode ser seguido . . . . . . . . . . . . 19<br />
ESTRATÉGIA<br />
CLASSES CD<br />
Consumidores emergentes têm R$ 1 trilhão para gastar . . . . . . . 41<br />
CATEGORIA<br />
PÃO NOSSO DE CADA DIA<br />
Versões saudáveis respondem por 30% <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s de pães .57<br />
NATAL<br />
TUDO O QUE O CLIENTE NÃO QUER<br />
Atendimento ruim, filas e falta de produtos e marcas . . . . . . . . 69<br />
AÇOUGUE: APOSTE NO CHURRASCO<br />
Esses cortes são opção de 25% dos consumidores . . . . . . . . . . . . . 81<br />
DICAS PARA A PEIXARIA<br />
Ven<strong>da</strong> mais: sugestões de harmonização com vinhos . . . . . . . . . 89<br />
FURTOS CRESCEM NO PERÍODO<br />
Itens mais visados e ideias para diminuir o problema . . . . . . . . . 96<br />
HISTÓRIAS DE NATAL<br />
Imprevistos e emoções vivenciados pelos varejistas . . . . . . . . . . . 101
6 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
sm responde<br />
Faça Sua pergunta<br />
• viviane.sousa@sm.com.br<br />
para manipular alimentos,<br />
a loja precisa ter técnico<br />
em segurança alimentar<br />
Quem dita as regras<br />
quanto à segurança alimentar<br />
marcoS rocha, departamento comercial,<br />
empório Vilela, Viçosa (mG)<br />
SM Estabelecimentos que vendem e manipulam alimentos são<br />
obrigados a seguir as normas de segurança alimentar federais,<br />
instituí<strong>da</strong>s pela Resolução nº 216 <strong>da</strong> Anvisa (Agência de Vigilância<br />
Sanitária), além de regras estaduais e municipais. As normativas<br />
regionais costumam ser diferentes. “Por isso, as redes com lojas<br />
em vários distritos devem ficar atentas”, alerta a Bio Nutry,<br />
consultoria em segurança alimentar.<br />
As fiscalizações ficam a cargo dos Estados e municípios por<br />
meio <strong>da</strong>s Vigilâncias Sanitárias, <strong>da</strong>s Delegacias de Saúde Pública<br />
e <strong>da</strong>s Covisas (Coordenação de Vigilância em Saúde). As punições para os que infringem as normativas variam entre advertências,<br />
multas, interdição, apreensão de mercadorias e equipamentos. O responsável só é detido quando em seu estabelecimento são<br />
flagrados problemas considerados de elevado grau de risco à saúde e ao bem-estar dos consumidores.<br />
As regras <strong>da</strong> Anvisa determinam que, para manipular alimentos perecíveis, os estabelecimentos precisam ter um responsável<br />
técnico em segurança alimentar, um nutricionista ou veterinário, este último no caso de alimentos de origem animal. Se a loja for<br />
microempresa, o proprietário pode fazer um curso técnico de boas práticas, ministrado gratuitamente por algumas prefeituras. Desta<br />
forma, ele se torna responsável pelo cumprimento <strong>da</strong>s normativas de segurança alimentar.<br />
Mais inforMações: Anvisa: portal.anvisa.gov.br • Bio Nutry: www.bionutry.com.br<br />
Edição dE Julho 2011:<br />
Alguns esclarecimentos sobre a matéria Dois (bons) programas de fideli<strong>da</strong>de, publica<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> p. 97. Ao contrário do que publicamos, o<br />
nome correto do programa, que, na ver<strong>da</strong>de é <strong>da</strong> bandeira Pão de Açúcar e não do Grupo, é Pão de Açúcar Mais (ou Programa Mais). O Cartão<br />
Mais, citado na reportagem, não existe desde 2008. O software utilizado para apurar <strong>da</strong>dos dos consumidores não é de frente de caixa. A<br />
Dunnhumby não participou <strong>da</strong> reestruturação do Mais, o que ocorreu dois anos antes <strong>da</strong> associação <strong>da</strong> rede com a empresa. Os 11 segmentos<br />
de clientes citados na reportagem foram desenvolvidos internamente, ou seja, também nesse caso não houve interferência <strong>da</strong> Dunnhumby.<br />
A informação sobre os resultados obtidos com o novo modelo do programa, de ter contribuído com 12 pontos percentuais na taxa de crescimento<br />
<strong>da</strong> rede, também está equivoca<strong>da</strong>.<br />
Top FivE 2011/2012<br />
Informamos que, nas páginas 213 e 217 (categorias vinho branco importado e vinho tinto importado, respectivamente), foi publicado equivoca<strong>da</strong>mente<br />
o site <strong>da</strong> fornecedora VCT Brasil. Na ver<strong>da</strong>de, a página <strong>da</strong> empresa na internet ain<strong>da</strong> está em construção.
11 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
você<br />
Por<br />
VALORIZANDO O PROFISSIONAL DO VAREJO<br />
De atendente<br />
a líder respeita<strong>da</strong><br />
Viviane Sousa |<br />
viviane.sousa@sm.com.br |<br />
I<br />
bra <strong>da</strong> Silva chamou a atenção<br />
de seus superiores logo que foi<br />
contrata<strong>da</strong> para ser atendente<br />
na cafeteria de uma <strong>da</strong>s lojas <strong>da</strong> rede<br />
Pato Branco, em Vilhena (RO).<br />
Ela tinha 35 anos e se destacou pela<br />
determinação em garantir bom<br />
atendimento, por ter espírito de<br />
equipe e postura de líder. Tanto que<br />
não demorou para ser promovi<strong>da</strong><br />
a encarrega<strong>da</strong> <strong>da</strong> área.<br />
“Foi uma surpresa, topei na hora”,<br />
diz. Mas o desafio seria enorme.<br />
“No começo foi muito difícil,<br />
principalmente porque a equipe<br />
não me via como chefe e não me<br />
respeitava. A coisa ficou feia e as<br />
ven<strong>da</strong>s caíram”, lembra. Preocupa<strong>da</strong>,<br />
tornou-se autoritária e chegou<br />
a man<strong>da</strong>r alguns funcionários para<br />
levar advertência no RH.<br />
A história só mudou quando<br />
Ibra decidiu participar de cursos e<br />
palestras de liderança pagos pela<br />
empresa. Na sala de aula, percebeu<br />
que tinha vocação para chefiar,<br />
mas não sabia como fazer. “Fui instruí<strong>da</strong><br />
a elogiar mais em vez de só<br />
dIvulgAção<br />
apontar erros. Vi que precisava respeitar<br />
para ser respeita<strong>da</strong>, ouvir para<br />
ser ouvi<strong>da</strong>”, resume. “A partir<br />
<strong>da</strong>í, não dei mais bronca em subordinado<br />
na frente de outros. Quando<br />
preciso pegar no pé, chamo para<br />
uma conversa reserva<strong>da</strong>”, diz.<br />
Conversas com uma psicóloga<br />
contrata<strong>da</strong> pelo Pato Branco para<br />
apoiar os funcionários a aju<strong>da</strong>ram<br />
a se sentir segura. “Ela ensinou como<br />
impor minha posição sem arrogância”,<br />
conta. Hoje, a relação<br />
Após participar de cursos de liderança, Ibra <strong>da</strong><br />
Silva aprimorou seu relacionamento com a<br />
equipe e hoje comemora bons resultados<br />
Ibra <strong>da</strong><br />
SIlva –<br />
encarrega<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />
cafeterias <strong>da</strong> rede<br />
Pato Branco, em<br />
Rondônia<br />
com a equipe é tão boa, que funcionários<br />
com problemas em outras<br />
áreas são transferidos para a<br />
cafeteria, e, sob comando de Ibra,<br />
melhoram a postura no trabalho.<br />
Com motivação, o atendimento<br />
melhorou. “A equipe está mais participativa,<br />
sugere dicas para o cardápio<br />
e as receitas”, afirma Ibra, que<br />
hoje responde pelas três cafeterias<br />
e pelas lojas de conveniência <strong>da</strong> rede.<br />
Como boa líder, ouve tudo e<br />
implanta o que considera importante.<br />
Nos últimos anos, sua área<br />
bateu to<strong>da</strong>s as metas de ven<strong>da</strong>s. “O<br />
próximo passo é criar um sistema<br />
de recompensa para motivar ain<strong>da</strong><br />
mais a equipe”, adianta.<br />
Sm
12 | SUPERMERCADO MODERNO • OUTUBRO 2011<br />
Novas<br />
informações<br />
todos os dias<br />
no portal sm<br />
sm.com.br<br />
Com este código, você entra direto no site de SM. Basta acessar pelo celular<br />
o www.phdmobi.com, baixar o leitor de taggs, abrir o aplicativo e, com a câmera<br />
fotográfica do aparelho, mirar ou tirar foto <strong>da</strong> imagem.<br />
Notícias<br />
mais li<strong>da</strong>s<br />
Saiba quais foram as<br />
matérias mais acessa<strong>da</strong>s<br />
em setembro<br />
1 ª Carrefour fecha cinco lojas<br />
de hipermercados<br />
2 ª Pepsi não consegue<br />
atender deman<strong>da</strong><br />
de promoção em<br />
supermercados<br />
3 ª Ambev decide<br />
distribuir 60 mil latas<br />
de refrigerantes<br />
4 ª Walmart admite<br />
problemas no Brasil<br />
5 ª Rede mineira DMA interessa<br />
a Walmart e Cencosud<br />
SM RESPONDE<br />
Qualquer dúvi<strong>da</strong><br />
que você tenha<br />
sobre o seu negócio<br />
pode nos perguntar.<br />
A editoria SM<br />
Responde existe<br />
para esclarecer suas<br />
questões. Participe.<br />
SUPERMERCADO MODERNO<br />
EM TABLET<br />
Se você tem um tablet já pode<br />
acessar pela App Store ou Android<br />
as edições de SM de agosto e<br />
setembro gratuitamente. Até o fim<br />
do mês poderá baixar também o<br />
anuário especial Top Five.<br />
ÁREAS LÍDERES<br />
EM CONSULTAS<br />
Confira as cinco áreas do site que<br />
foram mais pesquisa<strong>da</strong>s no mês<br />
passado<br />
1 ª Últimas<br />
notícias<br />
ENQUETE<br />
Você acredita que o consumidor,<br />
em breve, passará<br />
a fazer compras nos<br />
supermercados substituindo<br />
o carrinho pelo celular<br />
2 ª Estratégia<br />
3 ª SM<br />
Responde<br />
4 ª Ponto de<br />
Ven<strong>da</strong>s<br />
5 ª Recursos<br />
Humanos<br />
52%<br />
Sim<br />
48%<br />
Não<br />
LOJAS<br />
Que tal tornar a sua loja<br />
ain<strong>da</strong> mais eficiente,<br />
inovadora e atraente aos<br />
consumidores Para isso,<br />
confira as várias dicas<br />
divulga<strong>da</strong>s na seção Lojas.
14 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
ponto ven<strong>da</strong><br />
de<br />
Atacarejo do Zona Sul cresce 7% por mês<br />
Inaugurado em março do ano passado, o Mega Box, bandeira de<br />
atacarejo <strong>da</strong> rede carioca Zona Sul, tem apresentado uma taxa de<br />
crescimento mensal de 7% e faturamento que já passa dos R$ 6<br />
milhões. Inicialmente, a ideia era abrir uma loja <strong>da</strong> marca a ca<strong>da</strong> ano,<br />
mas esse plano só vai acontecer a partir de 2012. Durante o primeiro<br />
ano de funcionamento, o Mega Box sofreu algumas a<strong>da</strong>ptações.<br />
“Tivemos um aprendizado muito grande com o início dessa operação.<br />
Começamos com um mix que não era o ideal e tivemos de promover<br />
ajustes. Hoje, o sortimento está 98% a<strong>da</strong>ptado ao perfil do público”,<br />
afirma Fortunato Leta, presidente <strong>da</strong> empresa. O atacarejo, junto com a abertura de mais duas lojas Zona<br />
Sul, deverão contribuir para que a rede fature neste ano R$ 1,050 bilhão, contra R$ 904 milhões de 2010.<br />
Atualmente, a empresa conta com 33 uni<strong>da</strong>des. pV<br />
divulgação<br />
Software aju<strong>da</strong> a controlar acordoS comercIaIS<br />
o SupplIer BIllIng é uma solução <strong>da</strong> Itim, empresa de origem inglesa. O programa faz uma simulação <strong>da</strong><br />
negociação de compra entre varejo e indústria com to<strong>da</strong>s as variáveis até a conclusão do processo. A solução<br />
compara o valor total de mercadorias bonifica<strong>da</strong>s e acor<strong>da</strong><strong>da</strong>s com o que é recebido periodicamente. Assim, a<br />
rede pode saber o que entrou em seus estoques, evitando divergências de balanço. As soluções <strong>da</strong> empresa são<br />
indica<strong>da</strong>s para empresas com faturamento acima de R$ 300 milhões/ano. Informações: sales_br@itim.com pV
| 15<br />
divulgação<br />
SIStema por<br />
voz agIlIza<br />
Separação<br />
de produtoS<br />
a Seal eStá<br />
dIvulgando um<br />
sistema que pode<br />
tornar a separação<br />
de mercadorias<br />
mais rápi<strong>da</strong>. Em<br />
vez de o operador ter um coletor de <strong>da</strong>dos ou uma<br />
planilha com as instruções sobre o que precisa ser<br />
separado, ele ouve as tarefas que precisa executar e<br />
confirma, também falando, se elas foram realiza<strong>da</strong>s.<br />
A solução é composta basicamente por um terminal<br />
portátil (coletor de <strong>da</strong>dos), um fone de ouvido e um<br />
software de integração com o WMS – aplicativo de<br />
gestão específico para depósitos. O sistema interpreta<br />
a voz humana, interage com <strong>da</strong>dos do WMS e retorna<br />
instruções que podem ser ouvi<strong>da</strong>s pelo funcionário.<br />
Com essa solução, o processo de separação é 35%<br />
mais rápido do que quando feito com coletores<br />
convencionais. Informações: www.seal.com.br pV<br />
ItenS complementareS no<br />
meIo <strong>da</strong> gôndola de vInhoS<br />
ImagIne uma gôndola de ponta a ponta no corredor<br />
de vinhos. E imagine agora separar três módulos<br />
bem no meio dessa gôndola para expor produtos<br />
complementares <strong>da</strong> bebi<strong>da</strong>, como massas, molhos,<br />
queijos e azeites. Tudo isso, claro, rodeado por vinhos<br />
brasileiros e de todos os cantos do mundo. Essa<br />
exposição está disponível em uma <strong>da</strong>s lojas <strong>da</strong> rede<br />
Prezunic, do Rio de Janeiro, 31 uni<strong>da</strong>des. A ideia é<br />
estimular a compra por impulso. pV<br />
arquivo sm
19 Setor <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
Por Viviane Sousa | viviane.sousa@sm.com.br<br />
Vantagens do<br />
trade marketing<br />
O Grupo Pão de Açúcar<br />
é um dos primeiros no<br />
Brasil a criar seu<br />
próprio setor de trade<br />
marketing – um<br />
departamento que,<br />
até agora, só a<br />
indústria tinha. A<br />
tendência é que outras<br />
redes de autosserviço<br />
sigam esse exemplo.<br />
Enten<strong>da</strong> por que e veja<br />
como isso pode mexer<br />
com sua empresa<br />
no varejo<br />
Aumentar o tíquete médio e a rentabili<strong>da</strong>de<br />
era um dos desafios do Grupo Pão de Açúcar<br />
(GPA) quando decidiu investir num projeto<br />
para deixar o checkstand <strong>da</strong> bandeira<br />
Extra Hiper mais estratégico. A ideia era explorar<br />
uma área bastante favorável à compra<br />
por impulso. Entre fim de 2009 e começo de<br />
2010 foi <strong>da</strong>do o primeiro passo. A empresa firmou parceria com<br />
joão freitas
20 Setor <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
um fornecedor, que disponibilizou<br />
uma pesquisa detalha<strong>da</strong> sobre<br />
o comportamento do público<br />
nos checkstands. O estudo revelou<br />
que os produtos capazes de<br />
garantir sensação de recompensa<br />
e aqueles que costumam ser esquecidos,<br />
como fósforos e isqueiros,<br />
têm melhor saí<strong>da</strong> quando<br />
expostos nas regiões próximas<br />
aos checkouts. Outra constatação<br />
foi de que o ideal é padronizar a<br />
exposição nesses equipamentos<br />
para facilitar a visualização. Essas<br />
informações levaram<br />
o Grupo a remodelar as<br />
áreas de checkstand de<br />
cerca de 20 lojas do Extra<br />
Hiper. O trabalho é<br />
especial não apenas pelo<br />
aumento de ven<strong>da</strong>s que<br />
garantiu ao GPA, mas<br />
principalmente porque foi realizado<br />
pelo departamento de trade<br />
marketing <strong>da</strong> própria companhia.<br />
É isso mesmo: há quatro anos, a<br />
empresa decidiu criar sua própria<br />
área de trade com o objetivo<br />
de otimizar os resultados<br />
de ações nas lojas. A ideia<br />
é somar esforços com<br />
o trade marketing <strong>da</strong><br />
indústria e não substituí-lo.<br />
Para se ter<br />
uma ideia de como<br />
o trabalho do novo<br />
departamento pode<br />
o novo setor deve implantar projetos de<br />
exposição de produtos, merchandising e<br />
promoção, preços e gestão de categorias<br />
mu<strong>da</strong>r a vi<strong>da</strong> dos supermercados, os checkstands<br />
do Extra passaram a oferecer – além de itens como<br />
balas, chicletes e biscoitos – produtos de higiene<br />
pessoal, como loções, aparelhos de barbear, escovas<br />
de dentes, antissépticos bucais, pilhas, revistas<br />
e itens sazonais, além de lançamentos.<br />
A organização dos produtos nos expositores também<br />
passou a ser feita por segmentos, além de ser<br />
sinaliza<strong>da</strong>. Já a exposição dos produtos que ficam<br />
nas pontas tem formato de pirâmide. Antes do projeto,<br />
as mercadorias eram escolhi<strong>da</strong>s aleatoriamente<br />
e ca<strong>da</strong> fornecedor tinha seu expositor. O sucesso foi<br />
tanto que, há poucos meses, o Grupo decidiu fazer o<br />
mesmo trabalho em uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> rede Pão de Açúcar,<br />
levando em consideração o perfil do público.<br />
No Brasil, iniciativas como a do GPA ain<strong>da</strong> engatinham.<br />
A empresa é uma <strong>da</strong>s únicas do setor<br />
a contar com uma equipe especializa<strong>da</strong> em trade<br />
marketing. Já no exterior, a estratégia é comum.<br />
Segundo Simone Terra, consultora de varejo, a tendência<br />
é que aos poucos a implementação <strong>da</strong> área<br />
no varejo ganhe força no País. Entre os benefícios<br />
para o autosserviço estão a melhor comunicação<br />
com a indústria para organização de ações no PDV,<br />
o que inclui projetos de exposição de produtos,<br />
merchandising e promoção, além de estratégias de<br />
preço e, até mesmo, de gestão por categorias.<br />
Parceria com a indústria<br />
sozinho é mais difícil o trade <strong>da</strong>r certo<br />
Para simone terra, com<br />
o trade marketing o<br />
varejo implementa melhor<br />
as ações <strong>da</strong> indústria<br />
Até agora, o departamento comercial do varejo tem<br />
sido o responsável por atender a área de trade marketing<br />
<strong>da</strong> indústria. “O problema é que ambos não<br />
falam a mesma língua”, diz Maurício de Almei<strong>da</strong><br />
divulgação
22 Setor <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
Com o trade no varejo,<br />
fica fácil a troca de<br />
<strong>da</strong>dos com a indústria<br />
Prado, sócio e diretor executivo <strong>da</strong><br />
agência de comunicação Plano1. “O<br />
pessoal de compras pensa bem mais<br />
nas negociações de mercadorias do<br />
que em estratégias<br />
Pequenos suPermercados<br />
Podem ter um trade marketing<br />
Uma boa estrutura de trade marketing exige investimentos que<br />
podem ser impeditivos para o pequeno varejo. Se esse for o seu<br />
caso, não desanime. Para Marcelo Heibrich, presidente <strong>da</strong> Ponto de<br />
Criação, os pequenos podem incentivar a área comercial a ter uma<br />
cultura de trade marketing. “Os compradores precisam entender que<br />
parte de sua função é negociar com a indústria boas campanhas<br />
de marketing. "Afinal, as ven<strong>da</strong>s não são feitas apenas de preços<br />
baixos, mas principalmente de ações de marketing de impacto”, diz.<br />
Para ele, tudo é uma questão de cultura, não de tamanho.<br />
para aumentar ven<strong>da</strong>s<br />
nas lojas”, completa.<br />
À medi<strong>da</strong> que o novo<br />
modelo for adotado<br />
pelo autosserviço, as<br />
duas áreas de trade passarão a compartilhar<br />
informações. Isso permitirá<br />
aos supermercados ter maior conhecimento<br />
sobre o que funciona ou não<br />
em suas lojas, podendo recusar ações<br />
que não gerem bons resultados. Já o<br />
fabricante conseguirá implementar<br />
ações que nem sempre são compreendi<strong>da</strong>s<br />
pela área comercial <strong>da</strong>s lojas.<br />
Para Prado, o trabalho em parceria<br />
com a indústria é inevitável, pois<br />
os supermercados trabalham com um<br />
grande número de categorias. “Seria<br />
impossível para uma empresa varejista<br />
investir em pesquisas de apoio ao<br />
trade marketing. Ela teria de conhecer<br />
o desempenho de item por item, e o<br />
comportamento do shopper", avalia.<br />
É por essa razão que o Pão de Açúcar<br />
procura trabalhar com os fornecedores<br />
em seus projetos de trade marketing.<br />
Eles entram com estudos e <strong>da</strong>dos sobre<br />
o comportamento de compras do shopper,<br />
como ocorreu no caso dos checkstands. Se a<br />
rede tivesse comprado uma pesquisa, como a<br />
que foi disponibiliza<strong>da</strong>, o custo teria sido muito<br />
elevado. Em contraparti<strong>da</strong>, a varejista dispõe<br />
de informações estratégicas, como as melhores<br />
áreas para negociação com os fornecedores.<br />
“O importante é que os dois setores trabalhem<br />
juntos e troquem ‘figurinhas’ para desenvolver<br />
ações que façam diferença no PDV”, destaca<br />
Marlety Gübel, diretora executiva <strong>da</strong> Via Ven<strong>da</strong>s,<br />
consultoria de estratégia comercial.<br />
definição de PaPéis<br />
É importante não ter sobreposição de tarefas<br />
A criação de um departamento de trade marketing<br />
exige que o varejista defina claramente<br />
os papéis do próprio setor, além <strong>da</strong> área comercial.<br />
No GPA, o trade é quem se ocupa <strong>da</strong>s<br />
ações mais elabora<strong>da</strong>s, enquanto compras se<br />
responsabiliza por ilhas e pontos extras, além,<br />
é claro, <strong>da</strong>s negociações.<br />
O Grupo também entendeu que era preciso<br />
contar com pessoal qualificado para o novo<br />
departamento e contratou um profissional <strong>da</strong><br />
indústria para iniciar o projeto. Para Marcelo<br />
Heibrich, presidente <strong>da</strong> Ponto de Criação,<br />
agência de comunicação integra<strong>da</strong>, essa foi<br />
uma boa decisão. Ele recomen<strong>da</strong> às redes interessa<strong>da</strong>s<br />
em criar seu próprio trade seguir o<br />
exemplo. “Num primeiro momento, não será<br />
necessário investir em capacitação. O profissional<br />
<strong>da</strong> indústria pode treinar a equipe, que<br />
pode ser forma<strong>da</strong> por funcionários de outros<br />
departamentos”, explica. "Com o tempo convém<br />
investir em cursos específicos."<br />
Já o tamanho do time depende do volume de<br />
atribuições. No GPA, há cerca de 20 profissionais<br />
divididos entre a central, que fica em São<br />
Paulo, e algumas filiais regionais, que a<strong>da</strong>ptam<br />
as ações conforme os costumes locais. A equi-
24 Setor <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
indústria aProva iniciativa do varejo<br />
Alguns fabricantes veem com bons olhos a criação do trade marketing pelas<br />
empresas de super e hipermercados. Eles acreditam que o departamento será seu<br />
interlocutor dentro <strong>da</strong>s lojas, sendo responsável por entender e aju<strong>da</strong>r na aprovação e<br />
implantação de projetos. Para Hugues Godefroy, diretor comercial <strong>da</strong> Sara Lee (na foto),<br />
um dos grandes benefícios é o fim dos conflitos de interesse entre a área comercial <strong>da</strong>s<br />
redes e o trade marketing <strong>da</strong> indústria.<br />
joão freitas<br />
“Teremos um melhor alinhamento de ideias e objetivos e evitaremos problemas, como<br />
a canibalização de uma marca devido a uma ação mal pensa<strong>da</strong> no PDV”, diz Godefroy.<br />
Ain<strong>da</strong> segundo ele, uma boa equipe de trade dentro do varejo pode impedir que<br />
fornecedores “espertinhos” empurrem todos os seus SKUs, empacando produtos nas<br />
prateleiras e gerando estoque desnecessário.<br />
Ricardo Selmi, presidente <strong>da</strong> Selmi, dona <strong>da</strong> marca de biscoitos e massas Renata, acredita<br />
ain<strong>da</strong> que o trade marketing no varejo vai aju<strong>da</strong>r a melhorar a competitivi<strong>da</strong>de entre as<br />
lojas. “Juntos, conseguiremos desenvolver ferramentas que estimularão as compras no<br />
ponto de ven<strong>da</strong>. Isso é muito importante, porque boa parte <strong>da</strong>s decisões de compra<br />
do shopper acontece dentro <strong>da</strong>s lojas”, afirma. “Mesmo com tanta informação sobre a<br />
importância de ações estratégicas no PDV, às vezes nos deparamos com supermercadistas<br />
que barram ações de marketing. Com o trade, isso tende a desaparecer”, observa.<br />
pe também é dividi<strong>da</strong> por tipo de<br />
produto. Há aqueles que cui<strong>da</strong>m<br />
apenas de alimentos e outros de<br />
não alimentos. Segundo Esmeral<strong>da</strong><br />
Queiroz, uma <strong>da</strong>s coordenadoras<br />
do trade marketing do<br />
GPA, o departamento atende as<br />
bandeiras Pão de Açúcar e Extra.<br />
Ficam de fora Assaí, Casas Bahia<br />
e Ponto Frio. “Fazemos as ações<br />
conforme o perfil dos shoppers<br />
de ca<strong>da</strong> bandeira”, diz.<br />
o trade marketing tem de interagir<br />
com as áreas comercial, financeira,<br />
operacional e marketing<br />
Os profissionais do Grupo<br />
Pão de Açúcar li<strong>da</strong>m diretamente<br />
com os responsáveis por ca<strong>da</strong><br />
bandeira para entender o público<br />
e conhecer o layout <strong>da</strong>s lojas.<br />
A equipe mantém ain<strong>da</strong> contato com outras áreas.<br />
Uma delas é a comercial. Quando o trade marketing<br />
decide, por exemplo, realizar uma campanha<br />
ampla, cabe ao setor de compras negociar preços e<br />
condições melhores com os fornecedores. Outros<br />
departamentos que exigem contato constante são<br />
os de marketing e operacional, para desenvolver e<br />
executar as ações, e o de finanças, para conseguir<br />
verbas e viabilizá-las.<br />
O Grupo Pão de Açúcar, portanto, tem apostado<br />
no novo departamento para não desperdiçar<br />
nenhum centavo com ações ineficientes. Já a indústria<br />
está gostando <strong>da</strong> experiência, pois valoriza seus<br />
investimentos em ações.<br />
A iniciativa exige recursos, mas também garante<br />
retorno. Embora o Pão de Açúcar prefira não revelar<br />
números, o fato é que o modelo já foi assimilado<br />
pela organização. A pergunta agora é: e a sua empresa<br />
Vai testar o trade marketing<br />
Sm<br />
Mais i nforM ações:<br />
GPa: www.gpa.com.br<br />
Plano 1: www.plano1.com.br<br />
Ponto de Criação: 11 2196-4700<br />
simone Terra: www.sterra.com.br<br />
Via Ven<strong>da</strong>s: www.viaven<strong>da</strong>s.com.br
27 Capa SuPerMercado <strong>Moderno</strong> • ouTubro 2011<br />
aquisições<br />
estão mais difíceis<br />
| Por Alessandra Morita<br />
| alessandra.morita@sm.com.br<br />
O<br />
empresário Djalma Faria<br />
Cintra é dono <strong>da</strong> rede<br />
Bonanza, de Pernambuco.<br />
Segundo ele, sua empresa<br />
é constantemente assedia<strong>da</strong><br />
por grandes redes que<br />
desejam comprá ‐la. “Eu<br />
corto a conversa pela raiz. Não estou interessado<br />
em vender”, diz ele. Para Cintra, a Bonanza atrai<br />
porque atua num mercado em ascensão – o nordestino<br />
– e tem lojas bem localiza<strong>da</strong>s em ci<strong>da</strong>des<br />
promissoras, como Caruaru e Garanhuns.<br />
Por que ele não vende Porque só a divisão de<br />
varejo alimentar, que inclui 18 supermercados<br />
e um atacarejo, deve faturar R$ 400 milhões<br />
neste ano, 35,5% mais do que em 2010. Além<br />
disso, seus três filhos são diretores <strong>da</strong> empresa e um<br />
neto, de 23 anos, está começando a ser preparado para<br />
trabalhar na companhia. A ideia é que a empresa continue<br />
prosperando, mas nas mãos <strong>da</strong> família.<br />
Outra rede nordestina, a Cardoso, localiza<strong>da</strong> em<br />
Jequié, na Bahia, também foi assedia<strong>da</strong> por uma empresa<br />
de grande porte: a Cencosud, dona do GBarbosa<br />
e do Bretas e quarta maior do setor. Só que depois<br />
de um ano de conversas, o empresário Márcio Cardoso,<br />
em acordo com sua família, também dona do<br />
empreendimento, decidiu arren<strong>da</strong>r as três lojas para a<br />
gigante chilena. “Não tivemos problemas financeiros<br />
ou de posicionamento, mas sentíamos dificul<strong>da</strong>de de<br />
Todo mundo está de olho em todo<br />
mundo. Propostas são feitas, mas as<br />
aquisições não se concretizam. Uma<br />
<strong>da</strong>s razões é o alto preço dos<br />
negócios. Isso dificultará, mas não<br />
impedirá novas compras, até porque<br />
há 53 redes bem cota<strong>da</strong>s no mercado<br />
de aquisições. Veja quais são.
28 | Capa | SuPerMercado <strong>Moderno</strong> • ouTubro 2011<br />
aquiSiçõeS<br />
“Vendemos a<br />
empresa porque<br />
seria difícil ter<br />
acesso a recursos<br />
para acelerar a<br />
expansão <strong>da</strong> rede”<br />
MÁRCIO CARDOSO,<br />
SUPERMERCADOS CARDOSO<br />
DIVuLGAÇÃo<br />
DIVuLGAÇÃo<br />
conseguir recursos para acelerar<br />
o crescimento <strong>da</strong> empresa. Não<br />
alcançávamos a escala necessária<br />
para concorrer com a chega<strong>da</strong><br />
<strong>da</strong>s grandes redes na região”, afirma<br />
Cardoso. “O processo emocional<br />
foi forte, mas concluímos<br />
que era uma boa alternativa para<br />
todos, inclusive para os colaboradores,<br />
que terão oportuni<strong>da</strong>de de<br />
crescimento ao trabalhar numa<br />
multinacional”, completa.<br />
As histórias acima reproduzem<br />
bem os dois lados do atual<br />
momento de fusões e aquisições<br />
no setor supermercadista. Um<br />
cenário complexo. Ain<strong>da</strong> existem<br />
várias redes interessantes no<br />
mercado – empresas que atuam<br />
em regiões em expansão ou<br />
atendem nichos específicos<br />
capazes de complementar a<br />
atuação de potenciais compradores.<br />
Mas essas redes ou estão menos acessíveis,<br />
sobretudo porque ficaram mais caras, ou enfrentam<br />
compradores calejados, que no passado<br />
fizeram aquisições ruins e no presente não querem<br />
cometer o mesmo erro. Soma‐se a esse cenário a<br />
situação difícil de alguns compradores tradicionais,<br />
como a rede Carrefour. A empresa, que, em vários<br />
momentos, adquiriu inúmeras companhias – a<br />
mais recente, o bem‐sucedido Atacadão –, agora<br />
está mais para rede a ser vendi<strong>da</strong>. Sobram Pão de<br />
Açúcar e Walmart – a primeira ain<strong>da</strong> se recuperando<br />
do desgaste com a sócia Casino, causado pela<br />
tentativa de fusão com o Carrefour, e a segun<strong>da</strong>,<br />
ain<strong>da</strong> em fase de implementação de sua estratégia<br />
de Preço Baixo Todo Dia no País. Apesar disso, as<br />
três players impõem respeito às varejistas do exterior<br />
que olham o Brasil com muito interesse.<br />
Como se vê, o movimento pró‐aquisições atual<br />
tem ingredientes para apimentar a competitivi<strong>da</strong>de<br />
do setor nos próximos<br />
anos. Mas<br />
“Quando me<br />
apresentam<br />
uma proposta de<br />
compra, corto a<br />
conversa pela raiz.<br />
não me interesso<br />
em vender.”<br />
DJALMA FARIA CINTRA,<br />
BONANZA<br />
uma coisa é certa:<br />
é mais difícil hoje<br />
colocar as mãos<br />
em boas oportuni<strong>da</strong>des<br />
do que no<br />
fim <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de<br />
1990 e início dos<br />
anos 2000. Isso<br />
não significa que<br />
as negociações estejam<br />
congela<strong>da</strong>s.<br />
Ao contrário, elas<br />
acontecem a todo<br />
momento. O difícil é<br />
concretizá‐las. Um dos<br />
motivos é a precarie<strong>da</strong>de<br />
de ofertas. Os melhores negócios já aconteceram.<br />
Sobraram menos empresas em condições<br />
de garantir ganhos de escala significativa. “Um<br />
bom negócio é aquele que traz maior capaci‐
30 | Capa | SuPerMercado <strong>Moderno</strong> • ouTubro 2011<br />
aquiSiçõeS<br />
JoÃo DE FrEITAS<br />
“os interessados<br />
em aquisições<br />
precisam pagar<br />
um ‘prêmio’<br />
alto pelas<br />
melhores redes”<br />
ROBERTO LEUZINGER,<br />
BOOZ & COMPANY<br />
<strong>da</strong>de de negociação, mas também<br />
de logística, marketing e mídia”,<br />
afirma Roberto Leuzinger, vice‐<br />
‐presidente <strong>da</strong> área de bens de<br />
consumo e varejo <strong>da</strong> consultoria<br />
Booz & Company.<br />
Como se sabe, os alvos mais<br />
interessantes são as redes regionais.<br />
Boa parte delas elevou<br />
a eficiência operacional<br />
e de gestão e possui marca<br />
forte, além de lojas com boa<br />
localização. Algumas são líderes<br />
de mercado.<br />
“Ou seja, elas representam<br />
as melhores oportuni<strong>da</strong>des<br />
de aquisição<br />
e se tornaram por isso<br />
mais caras”, explica Leuzinger.<br />
Acrescente ao<br />
mérito <strong>da</strong>s redes o aumento<br />
<strong>da</strong> ren<strong>da</strong> e, consequentemente,<br />
do consumo.<br />
O resultado são<br />
ven<strong>da</strong>s maiores do que<br />
no passado, o que também<br />
implica mais fermento<br />
no preço. “Hoje<br />
os interessados em ir às<br />
compras precisam pagar<br />
um ‘prêmio’ alto pelas<br />
empresas”, acrescenta o<br />
executivo <strong>da</strong> Booz.<br />
Em outras palavras,<br />
para vender um negócio<br />
bom e em expansão,<br />
o supermercadista<br />
quer receber<br />
bem mais do que fatura.<br />
Segundo o 40º Ranking de<br />
<strong>Supermercado</strong>s de SM, 13 empresas<br />
com ven<strong>da</strong>s entre R$ 455<br />
milhões e R$ 3,5 bilhões – to<strong>da</strong>s<br />
Hoje, as famílias só<br />
se desfazem de seus<br />
supermercados se estiverem<br />
em situação financeira ruim<br />
com perfil regionalizado –, cresceram 23,3% em<br />
termos reais em 2010, contra 7,5% <strong>da</strong>s três gigantes<br />
do setor – Carrefour, Pão de Açúcar e Walmart.<br />
Juntas, as regionais somaram uma receita de na<strong>da</strong><br />
menos de R$ 18,6 bilhões. É uma fatia tentadora<br />
do bolo supermercadista. Mas, se não bastassem<br />
as regras do mercado – desequilíbrio entre oferta e<br />
procura –, os potenciais<br />
compradores<br />
têm de enfrentar<br />
o apego<br />
dos donos às suas<br />
empresas. Das 13<br />
regionais “tentadoras”,<br />
apenas duas não são familiares. As restantes<br />
só entram fácil num processo de ven<strong>da</strong> se estiverem<br />
em uma situação financeira ruim ou se receberem<br />
uma proposta espetacular, bem superior ao<br />
que vale a companhia”, diz Antônio Sá, professor de<br />
pós ‐graduação <strong>da</strong> Faap (Fun<strong>da</strong>ção Armando Álvares<br />
Penteado). Ari Kertesz, sócio <strong>da</strong> consultoria<br />
McKinsey, explica também que hoje boa parte <strong>da</strong>s<br />
redes familiares consegue operar com crescimento<br />
em ‘mesmas lojas’, o que garante sua permanência<br />
no mercado de maneira competitiva, e descarta a<br />
necessi<strong>da</strong>de de passar o negócio para a frente. De<br />
acordo com a pesquisa de SM publica<strong>da</strong> no 40º<br />
Ranking de <strong>Supermercado</strong>s, 56 empresas com faturamento<br />
anual acima de R$ 10 milhões registraram<br />
crescimento real de 10% no ano passado com igual<br />
número de filiais de 2009. No levantamento anterior,<br />
43 redes conseguiram esse feito – 13 a menos<br />
do que em 2010.<br />
“Ficou realmente caro comprar empresas brasileiras”,<br />
afirma Horst Paulmann, presidente fun<strong>da</strong>dor<br />
do grupo chileno Cencosud, dono <strong>da</strong>s bandeiras<br />
GBarbosa e Bretas. “Nosso crescimento será<br />
principalmente orgânico. É mais vantajoso hoje<br />
construir as próprias lojas do que ir às compras.<br />
Aquisições não estão descarta<strong>da</strong>s, mas só ocorrerão<br />
se a oportuni<strong>da</strong>de for muito interessante”,<br />
acrescentou em entrevista recente.<br />
Não é difícil reconhecer os melhores alvos de
32 | Capa | SuPerMercado <strong>Moderno</strong> • ouTubro 2011<br />
aquiSiçõeS<br />
Veja as<br />
empresas que<br />
podem ser alvo<br />
de aquisições<br />
Empresas com faturamento/m 2 superior a R$ 20 mil/<br />
ano tendem a ser mais lucrativas e, por essa razão,<br />
transformam ‐se em objeto de desejo. Mas, bem<br />
opera<strong>da</strong>s e com lucro alto, o preço costuma ser salgado.<br />
aquisições. Basta analisar o ranking de faturamento do setor,<br />
por Estado ou região, e reconhecer as redes com elevado índice<br />
de ven<strong>da</strong>s por metro quadrado. Elas são mais lucrativas. Para<br />
Kertesz, <strong>da</strong> Mckinsey, empresas com ven<strong>da</strong>s/m 2 acima de R$ 20<br />
mil são as mais atraentes (veja abaixo), enquanto as que ficam<br />
entre R$ 15 mil e R$ 20 mil/ano apresentam resultado mediano.<br />
Estas podem representar boa oportuni<strong>da</strong>de se a empresa<br />
compradora tiver espaço para ampliar esse valor até a faixa<br />
mais produtiva. Isso é possível, por exemplo, com os<br />
chamados ganhos de sinergia ou de eficiência – operacional,<br />
logística, comercial e de gestão.<br />
Luiz Silveira, diretor <strong>da</strong> Apsis, consultoria especializa<strong>da</strong><br />
em avaliação de empresas e marcas,<br />
acredita que também começam a ser cobiça‐<br />
eMPreSaS eSTado Ven<strong>da</strong>S/r$ nº LoJaS<br />
Área<br />
Ven<strong>da</strong>S/M²<br />
cHecKouTS<br />
FaTuraMenTo/r$<br />
L. S. GUARATO MG 47.490 1 1.900 24 90.230.489<br />
SUPERMERCADO ILHA DA PRINCESA SP 38.360 1 750 12 28.769.861<br />
SUPERMERCADO REAL DE ITAIPU RJ 36.954 4 2.900 45 107.166.986<br />
ANDORINHA SUPERMERCADO SP 36.892 1 7.000 84 258.246.612<br />
ORGANIZAÇÃO VERDEMAR MG 35.398 6 7.765 80 274.863.187<br />
PREZUNIC COMERCIAL RJ 34.927 30 70.119 777 2.449.062.246<br />
SUPERMERCADO NOVA EUROPA MG 34.090 1 700 9 23.863.286<br />
ZEBU CARNES SUPERMERCADOS MG 33.859 3 1.250 21 42.323.402<br />
FORMOSA SUPERMERCADO E MAGAZINE PA 33.455 2 12.000 89 401.458.600<br />
JAD ZOGHEIB E CIA. SP 31.094 7 14.430 134 448.685.404<br />
SUPERMERCADO ZONA SUL RJ 30.912 33 29.248 274 904.106.065<br />
L. F. GODOY & CIA. SP 30.278 1 900 11 27.250.000<br />
SUPERMERCADO NORDESTÃO RN 29.780 7 18.135 169 540.068.302<br />
CATRICALA & CIA. SP 29.226 7 8.150 109 238.195.335<br />
SUPERMERCADO PALOMAX SP 28.224 4 3.200 40 90.317.141<br />
ENXUTO SUPERMERCADOS SP 27.884 5 9.980 102 278.279.587<br />
PATREZÃO HIPERMERCADOS SP 27.078 4 8.500 78 230.159.224<br />
R D COMERCIAL BA 26.448 1 1.600 21 42.317.562<br />
MERCADINHO FARIAS PB 26.239 4 4.050 53 106.266.830<br />
M. A. SILVA & SILVA AP 25.206 4 3.450 39 86.962.224<br />
CENTER SHOP COM. IMP. EXP RS 25.025 5 3.480 49 87.085.773<br />
MARANHÃO ATACADO SP 24.631 3 3.810 38 93.844.591<br />
LÍDER SUPERMERCADOS E MAGAZINE PA 24.613 14 52.397 453 1.289.628.430<br />
SUPERMERCADO VIANENSE RJ 24.598 17 13.864 232 341.030.931<br />
SUPERMERCADO BIG BOM SP 24.382 2 5.000 46 121.908.466<br />
SUPERMERCADO DALPIAZ RS 24.183 4 1.672 21 40.433.863<br />
ÂNCORA DISTRIBUIDORA CE 24.095 7 9.082 121 218.830.453
| 33<br />
<strong>da</strong>s redes com 5 a 10 lojas. “Muitas já têm uma boa<br />
marca e não exigem investimento elevado”, diz.<br />
Para se tornar alvo de aquisição, contudo, além<br />
de uma operação eficiente, é preciso ter uma marca<br />
respeita<strong>da</strong> e com força em relação à concorrência,<br />
além de contar com um mercado de consumo vibrante.<br />
É preciso também haver uma boa organização<br />
interna. Quem explica é outra executiva <strong>da</strong><br />
Apsis, Isabel Nielebock. “Para se chegar a um preço<br />
justo, uma empresa depende de informações internas<br />
acura<strong>da</strong>s. É necessário ter controle de todos os<br />
ativos, contar com inventários atualizados e não<br />
possuir pendências fiscais ou trabalhistas”, conta.<br />
O jogo, portanto, entre compradores e compráveis<br />
não está fácil em nenhum aspecto.<br />
Mas isso não significa que<br />
crescer por meio de aquisições<br />
seja hoje inviável. Só demonstra<br />
que as empresas terão de se a<strong>da</strong>ptar<br />
aos novos tempos e encontrar<br />
formas de viabilizar as transações<br />
com sabedoria e benefícios de todos,<br />
inclusive do consumidor.<br />
Mais inforMações<br />
Bonanza: www.bonanza.com.br<br />
Booz & Company: (11) 5501 ‐6200<br />
Cardoso: www.supermercadoscardoso.com.br<br />
faap: www.faap.br<br />
Mckinsey: (11) 5189 ‐1400<br />
eMPreSaS eSTado Ven<strong>da</strong>S/r$ nº LoJaS<br />
Área<br />
Ven<strong>da</strong>S/M²<br />
cHecKouTS<br />
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BARCELOS E CIA. RJ 24.062 9 10.672 119 256.789.279<br />
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ATAKAREJO DISTRIB. DE ALIMENS. E BEBIDAS BA 23.023 5 14.470 142 333.142.894<br />
COOP.DE CONS. DOS BANCÁRIOS DE ARAÇATUBA SP 22.648 1 1.900 18 43.031.396<br />
LATUF CURY E ROCHA SP 22.563 10 14.100 182 318.134.158<br />
SUPERMERCADO BAHAMAS MG 22.381 24 33.936 327 759.535.770<br />
A. ANGELONI & CIA. SC 22.025 21 82.318 566 1.813.045.219<br />
JORGE BATISTA E CIA. PI 21.796 2 1.988 24 43.330.639<br />
FLORESTA COMÉRCIO E INDÚSTRIA RJ 21.496 18 13.625 200 292.888.876<br />
SUPERMERCADO IRANI PR 21.333 3 6.000 62 128.000.000<br />
REALMAR DISTRIBUIDORA ES 21.279 23 22.937 259 488.073.420<br />
IRMÃOS MUFFATO & CIA. PR 21.128 30 91.163 741 1.926.056.000<br />
COOP. CONSUMO DE INÚBIA PAULISTA SP 21.101 1 4.260 33 89.891.003<br />
SUPERMERCADO BELTRAME. RS 20.951 3 3.050 26 63.901.293<br />
NAZARÉ COMERCIAL PA 20.938 4 20.000 103 418.755.381<br />
VITÓRIA SUPERMERCADOS PA 20.883 2 2.130 26 44.481.548<br />
TAKADA & TAKADA SP 20.618 2 3.900 43 80.409.034<br />
SUPERMERCADO FENIX PE 20.545 6 3.949 54 81.132.930<br />
ABRANCHES E MORAIS MG 20.535 1 1.000 9 20.534.817<br />
SUPERMERCADO A LUZITANA RO 20.498 2 2.700 23 55.343.965<br />
SUPERMERCADO ARCHER SC 20.473 8 9.770 93 200.021.014<br />
COMERCIAL PRAIAS BELAS RN 20.405 4 7.400 62 151.000.000<br />
OBARA & MIYAMOTO CIA. PR 20.400 3 2.500 27 51.000.000<br />
G. BARBOSA COMERCIAL SE 20.342 131 172.110 1396 3.501.144.530<br />
A. DAHER & CIA. SP 20.285 8 6.598 74 133.838.414<br />
FATURAMENTO ACIMA DE R$ 20 MILHÕES
34 | Capa | SuPerMercado <strong>Moderno</strong> • ouTubro 2011<br />
aquiSiçõeS<br />
Quem pode ir às compras<br />
As quatro principais redes são hoje as que<br />
têm maior capaci<strong>da</strong>de de investimento. E<br />
parece que não existem outras empresas<br />
com apetite de crescimento. A pergunta é se<br />
a lacuna será preenchi<strong>da</strong> por estrangeiros.<br />
Se existe um consenso entre<br />
os especialistas em varejo<br />
é que existem no mercado<br />
apenas quatro grandes compradores:<br />
Carrefour, Pão de Açúcar,<br />
Walmart e Cencosud. Eles são capazes<br />
de adquirir não só empresas<br />
de bom porte, mas<br />
Para investir é preciso<br />
ter capital próprio ou<br />
atrair recursos. aí<br />
mora o problema<br />
várias organizações ao<br />
longo dos anos. Estão<br />
capitalizados para isso<br />
ou têm acesso fácil a<br />
recursos. Alguns gigantes,<br />
contudo, não<br />
demonstram interesse neste momento.<br />
O Carrefour é constante<br />
alvo de comentários sobre possível<br />
fusão ou mesmo ven<strong>da</strong> de sua<br />
marca, em função <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des<br />
que vem enfrentando no Brasil<br />
e na Europa pela retração nas ven<strong>da</strong>s<br />
de seus hipermercados. A rede é<br />
desejo de consumo tanto de Abílio Diniz<br />
quanto do Walmart.<br />
Já a chilena Cencosud, dona de GBarbosa e Bretas,<br />
além de marcas menores como Perini e Cardoso,<br />
a maioria no Nordeste, já declarou que não,<br />
não está interessa<strong>da</strong> na mineira DMA, como vem<br />
sendo divulgado na mídia, nem tampouco no grupo<br />
Carrefour. O presidente <strong>da</strong> organização, Horst<br />
Paulmann, já disse, inclusive, que está mais barato<br />
construir do que adquirir lojas.<br />
Evidentemente os gigantes<br />
do ramo não são os únicos<br />
potenciais compradores.<br />
Há negócios que acontecem<br />
ou podem acontecer em<br />
menor escala, entre empresas<br />
de médio porte. Para investir em aquisições, é<br />
preciso ter capital próprio ou capaci<strong>da</strong>de para conseguir<br />
recursos no Brasil ou no exterior. Segundo
36 | Capa | SuP erM ercado <strong>Moderno</strong> • ouTubro 2011<br />
aquiSiçõeS<br />
O VAREJO DO BRASIL É O MAIS<br />
INTERESSANTE DO MUNDO<br />
Pesquisa <strong>da</strong> A.T. Kearney mostra que o País subiu quatro posições no<br />
ranking dos melhores mercados para redes de varejo internacional<br />
investir no mundo. Hoje é o País número 1.<br />
País<br />
Posição no ranKing<br />
eM 2011<br />
Posição no ranKing<br />
eM 2010<br />
Brasil 1º 5º<br />
UrUgUai 2º 8º<br />
Chile 3º 6º<br />
Índia 4º 3º<br />
KUwait 5º 2º<br />
Embora<br />
improvável,<br />
pipocam<br />
notícias sobre<br />
uma possível<br />
entra<strong>da</strong> de<br />
varejistas<br />
estrangeiros<br />
no País<br />
Ari Kertesz, sócio <strong>da</strong> consultoria<br />
internacional McKinsey, hoje em<br />
dia há alternativas, como se associar<br />
a um fundo de private equity.<br />
Em sua opinião, o que faltam<br />
são empresários com objetivo<br />
de criar grandes empresas e<br />
ir além <strong>da</strong>s fronteiras atuais.<br />
“Não há redes no País<br />
com grande apetite para <strong>da</strong>r<br />
saltos de crescimento. Com<br />
isso, a partir <strong>da</strong> quinta colocação<br />
do ranking, está se<br />
criando uma lacuna”, afirma.<br />
Essa lacuna poderá ser<br />
preenchi<strong>da</strong> por varejistas estrangeiros.<br />
O que não falta é<br />
interesse pelo mercado brasileiro.<br />
Fábio Silvestri, líder<br />
de varejo para a América Latina<br />
<strong>da</strong> Accenture, conta que costuma<br />
receber clientes europeus<br />
querendo entender melhor o País.<br />
“O surgimento <strong>da</strong> nova classe<br />
média atrai muito as companhias<br />
de fora. E o Brasil, em comparação<br />
com a Europa, ain<strong>da</strong> é um<br />
país jovem, com concentração de<br />
pessoas entre 25 e 45 anos, a faixa<br />
mais ativa economicamente e,<br />
portanto, mais consumidora. Uma pesquisa anual<br />
feita por outra consultoria, a A.T. Kearney, mostra<br />
ain<strong>da</strong> que o País é hoje o melhor mercado para o<br />
varejo internacional investir. O estudo envolveu 70<br />
países. Nele, o País tem subido de posto ano a ano<br />
e, em 2011, pulou do 5º para o 1º lugar. “O Brasil<br />
passou bem pela crise mundial e o risco país diminuiu,<br />
oferecendo maior confiança aos investidores”,<br />
diz Mar kus Stricker, vice ‐presidente <strong>da</strong> consultoria.<br />
O executivo explica, no entanto, que os supermercados<br />
brasileiros não são exatamente um negócio<br />
imperdível para empresas de fora, entre outras<br />
razões, porque teriam de enfrentar a concorrência<br />
pesa<strong>da</strong> dos três grandes players – Walmart, Pão de<br />
Açúcar e Carrefour. “Não diria que a entra<strong>da</strong> de<br />
redes internacionais seja impossível, mas é pouco<br />
provável”, afirma Stricker.<br />
Segundo ele, a maior parte <strong>da</strong>s empresas “compráveis”<br />
não soma número de lojas e faturamento<br />
comparáveis aos dos gigantes. A competição seria<br />
muito dura em função de uma escala compras/ven<strong>da</strong>s<br />
inferior. Além disso, os gigantes conhecem bem<br />
o mercado brasileiro e têm uma vantagem competitiva<br />
marca<strong>da</strong> pelo posicionamento diferente <strong>da</strong>s<br />
várias bandeiras, o que garante alta penetração.<br />
Soma‐se a isso o fato de os gigantes terem praticamente<br />
blin<strong>da</strong>do algumas regiões: Pão de Açúcar,<br />
Carrefour e Walmart dominam o Sudeste; Walmart<br />
tem forte presença no Sul e no Nordeste, esta também<br />
já está bem ocupa<strong>da</strong> pelo GBarbosa que continua<br />
investindo na área. O fato é que existem hoje<br />
menos oportuni<strong>da</strong>des com escala, e empresas bem<br />
mais caras do que recomen<strong>da</strong> o bom senso. Para<br />
Kertesz, <strong>da</strong> McKinsey, os estrangeiros só terão boas<br />
chances se chegarem com uma proposta diferente<br />
e dirigi<strong>da</strong> a um público específico – uma rede com<br />
100% de produtos naturais, por exemplo. Mas essa<br />
é uma outra história. No mercado de massa, o futuro<br />
ain<strong>da</strong> promete algumas surpresas.<br />
SM<br />
Mais inforM ações<br />
accenture: (11) 5188 ‐3000<br />
a.T. Kearney: (11) 3040 ‐6200<br />
McKinsey: (11) 5189 ‐1400
41 Estratégia <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
nova classe<br />
Por Katia Simões | re<strong>da</strong>cao@sm.com.br<br />
média tem fome<br />
de consumo<br />
o Chambourcy que<br />
tem Danone à vontade”<br />
era um dos versos mais<br />
cantados pelo conjunto<br />
Negritude Junior nos anos<br />
1990. O sucesso <strong>da</strong>s rádios<br />
“Avisa<br />
traduzia na letra <strong>da</strong> música<br />
as aspirações de milhões de consumidores que, uma<br />
déca<strong>da</strong> mais tarde, deixariam a base <strong>da</strong> pirâmide para se<br />
transformar na nova classe média. Não é sem razão que os<br />
itens <strong>da</strong> cesta de compras com maiores altas de ven<strong>da</strong> em<br />
um primeiro momento foram os iogurtes, seguidos pelos<br />
achocolatados, bolachas rechea<strong>da</strong>s, salgadinhos e sucos<br />
prontos. Entre 2005 e 2009, quase 4 milhões de domicílios<br />
migraram para a classe C (ren<strong>da</strong> média familiar de R$<br />
2.295), ampliando sua participação no consumo de 38%<br />
para 41%. Estima-se que só em 2011 a nova classe média<br />
brasileira tenha R$ 1 trilhão para gastar.<br />
Com R$ 1 trilhão no bolso<br />
para gastar só este ano, os<br />
consumidores <strong>da</strong> classe C<br />
vivem um novo momento.<br />
Estão mais exigentes na<br />
hora <strong>da</strong> compra e dão<br />
preferência a produtos que<br />
garantam mais<br />
pratici<strong>da</strong>de e saúde
42 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> moderno • outubro 2011<br />
cLaSSeS cd<br />
CESTA DE CONSUMO<br />
Saiba qual é a distribuição de gastos do brasileiro <strong>da</strong>s classes<br />
mais baixas a ca<strong>da</strong> r$ 100 reais recebidos<br />
PRESENÇA FORTE EM TODO O PAÍS<br />
reGiÃo norTe<br />
reGiÃo nordesTe<br />
15,6 milhões de habitantes 54,4 milhões de habitantes<br />
CLasse C → 40% <strong>da</strong> população<br />
CLasse C → 33,2% <strong>da</strong> população<br />
6,9% do brasil 20,1% do brasil<br />
reGiÃo sudesTe<br />
reGiÃo sul<br />
81 milhões de habitantes 28 milhões de habitantes<br />
CLasse C → 53,6% <strong>da</strong> população<br />
CLASSE A<br />
CLASSE B<br />
CLASSE C<br />
CLASSE D<br />
CLASSE C<br />
CLasse C → 55,3% <strong>da</strong> população<br />
48,4% do brasil 17,2% do brasil<br />
ano 2002<br />
6 milhões de pessoas<br />
8,1 milhões<br />
CLASSES D/E<br />
Lar R$ 33,30 Lar R$ 32,82<br />
Alimentos e bebi<strong>da</strong>s R$ 21,83 Alimentos e bebi<strong>da</strong>s R$ 24,02<br />
Serviços R$ 19,03 Saúde e beleza R$ 17,75<br />
Transportes R$ 7,69 Serviços R$ 12,46<br />
Saúde e beleza R$ 7,34 Transportes R$ 5,70<br />
Vestuário R$ 5,71 Vestuário R$ 5,13<br />
Educação R$ 1,82 Educação R$ 1,06<br />
Entretenimento R$ 1,67 Viagens R$ 1,01<br />
Viagens R$ 1,61 Entretenimento R$ 0,05<br />
EXPANSÃO GARANTIDA<br />
37 milhões<br />
38,2 milhões<br />
FONTE: INSTITUTO DATA POPULAR<br />
O aumento de ren<strong>da</strong> desse consumidor foi tão<br />
significativo que, mesmo diante <strong>da</strong> pressão inflacionária<br />
do primeiro semestre de 2011, ele não<br />
deixou de ir às compras. Segundo estudo <strong>da</strong> Kantar<br />
Worldpanel, a inflação obrigou os brasileiros<br />
a manter estável o volume de compras, mas não a<br />
nova classe média. “Eles levam menos uni<strong>da</strong>des,<br />
mas não deixam de comprar”, afirma Fátima Merlim,<br />
diretora de varejo <strong>da</strong> Kantar. “A curva de crescimento<br />
do consumo diminuiu, mas ain<strong>da</strong> é bem<br />
atraente e revela boas oportuni<strong>da</strong>des para quem espera<br />
atrair essa faixa de público”, diz ela. Na lista <strong>da</strong><br />
Kantar, os produtos que mais elevaram ven<strong>da</strong>s nos<br />
primeiros seis meses deste ano foram os de sofisticação<br />
e indulgência, como detergente líquido para<br />
roupas, insetici<strong>da</strong>, petit suisse, sobremesa pronta e<br />
sorvete – alta de 6% sobre igual período de 2010.<br />
desejo de ConsuMo<br />
Produtos que valorizam sua origem<br />
Diferentemente dos primeiros anos, a nova classe<br />
média revela hoje um novo patamar de exigência,<br />
busca nas gôndolas soluções para driblar a falta de<br />
tempo, dá preferência a versões saudáveis e procura<br />
pratici<strong>da</strong>de. Quer lançamentos que valorizem sua<br />
origem e modo de vi<strong>da</strong>, novi<strong>da</strong>des, bom atendimento<br />
e preço justo. Mais bem informa<strong>da</strong> e consciente<br />
<strong>da</strong> sua importância, diz o que quer comprar e onde.<br />
“A indústria soube detectar essas deman<strong>da</strong>s com<br />
agili<strong>da</strong>de, colocando no mercado embalagens econômicas<br />
de bolachas premium e sachês de diversos<br />
produtos, como o de molho de tomate, o que barateou<br />
os preços e permitiu que mais pessoas tives-<br />
CLASSE E<br />
10,7 milhões<br />
ano 2009<br />
ano 2014<br />
CLASSE A<br />
CLASSE B<br />
CLASSE C<br />
CLASSE D<br />
CLASSE E<br />
5,7 milhões de pessoas<br />
9,8 milhões<br />
28 milhões<br />
6,8 milhões<br />
49,7 milhões<br />
CLASSE A<br />
CLASSE B<br />
CLASSE C<br />
CLASSE D<br />
CLASSE E<br />
6 milhões de pessoas<br />
11,6 milhões<br />
20,3 milhões<br />
3,7 milhões<br />
58,4 milhões<br />
FONTE: INSTITUTO DATA POPULAR
44 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
cLaSSeS cd<br />
Para os especialistas,<br />
a pequena loja<br />
de vizinhança é a<br />
que mais conhece esse público. Tanto<br />
que a procura pelo pequeno varejo<br />
subiu de 70%, no segundo semestre<br />
de 2010, para 75% de janeiro a junho<br />
deste ano. Isso significa que 2,4<br />
milhões de novos lares passaram a<br />
comprar no canal. A preferência por<br />
esse segmento do varejo é uma resposta<br />
às grandes redes que ain<strong>da</strong> insistem<br />
em ter lojas de 50 checkouts,<br />
mas apenas 10% em operação. Essas<br />
empresas adotam uma comunicação<br />
nem sempre adequa<strong>da</strong> à cultura <strong>da</strong><br />
área onde estão instala<strong>da</strong>s e oferecem<br />
um mix reduzido para essa classe, de<br />
marcas não tão cobiça<strong>da</strong>s, apostando<br />
exclusivamente no fator preço. “Não<br />
basta instalar uma loja na periferia <strong>da</strong><br />
ci<strong>da</strong>de, é preciso entender como esse<br />
consumidor funciona, o que procura”,<br />
diz Fátima. “Lojas suntuosas, por<br />
exemplo, chamam a atenção, mas não<br />
são convi<strong>da</strong>tivas e dificilmente serão<br />
coloca<strong>da</strong>s no roteiro de compras”, diz.<br />
É certo que o preço e as promoções<br />
ain<strong>da</strong> têm apelo forte para esse público,<br />
capaz de correr duas ou três lojas<br />
atrás <strong>da</strong> melhor oferta do congelado<br />
que passou a consumir, mas esses não<br />
são os únicos atributos. “O varejo precisa<br />
a<strong>da</strong>ptar seu mix de ofertas à nova<br />
classe média, mesclando marcas báofertas<br />
para classe C<br />
devem mesclar marcas<br />
premium e básicas<br />
Com sete lojas na ci<strong>da</strong>de de São Paulo, algumas<br />
volta<strong>da</strong>s para o público C/D, a rede Futurama<br />
percebeu na prática a mu<strong>da</strong>nça de comportamento<br />
<strong>da</strong> nova classe média e tratou de adotar<br />
nova conduta. “Algumas pontas de gôndolas e<br />
ilhas que antes abrigavam os chamados produtos<br />
de combate, de marcas menos conheci<strong>da</strong>s<br />
e preço mais barato, hoje exibem mercadorias<br />
de maior valor agregado”, comenta Gabriel Habka,<br />
terceira geração <strong>da</strong> família à frente do negócio.<br />
Como exemplo, ele cita a boa saí<strong>da</strong> de<br />
um shake diet, a R$ 8,90 ca<strong>da</strong>, que até pouco<br />
tempo esquentaria a prateleira pela falta de<br />
preocupação do consumidor com a saúde. Outro<br />
exemplo é a alta nas ven<strong>da</strong>s de desodoransem<br />
acesso a essas e a outras categorias”,<br />
diz Fátima. “Agora chegou a vez<br />
de o varejo entender como funciona<br />
a cabeça e o bolso desse consumidor.”<br />
Pequeno varejo<br />
Mais procurado<br />
sicas e premium, sempre com boa varie<strong>da</strong>de”,<br />
afirma Cláudio Czarnobai, analista <strong>da</strong> Nielsen.<br />
Ponta de gôndola<br />
Sai de cena a marca combate<br />
joão de freitaS<br />
nas lojas para a classe C <strong>da</strong> rede Futurama,<br />
as pontas de gôndola agora ganham produtos<br />
mais nobres, como o azeite
46 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
cLaSSe cd<br />
tes mais sofisticados, com preços<br />
R$ 4 acima dos populares.<br />
O que o Futurama registra na<br />
boca do caixa é confirmado pelas<br />
pesquisas. Levantamento do Data<br />
Popular revela que o carrinho de<br />
compras <strong>da</strong> classe C tem novos<br />
ingredientes. Com a maior participação<br />
<strong>da</strong> mulher no mercado<br />
de trabalho, as famílias passaram<br />
a consumir mais alimentos semiprontos<br />
e congelados, como<br />
pizza e lasanha, a comprar itens<br />
de beleza e a investir nos de entretenimento.<br />
“Antes o consumidor<br />
levava para casa a massa, o<br />
molho e a carne moí<strong>da</strong> para fazer<br />
o almoço do domingo. Agora,<br />
boa parte prefere levar a lasanha<br />
pronta congela<strong>da</strong>. É mais cara,<br />
mas dá menos trabalho e já não é<br />
considera<strong>da</strong> um luxo”, diz Habka.<br />
Mu<strong>da</strong>nças nas ProMoções<br />
entra em cena o produto sofisticado<br />
No Ricoy, com 70 lojas no Estado<br />
de São Paulo e 95% <strong>da</strong> receita an-<br />
a mulher <strong>da</strong> nova classe média<br />
No comando <strong>da</strong> nova classe média estão 52,9 milhões<br />
de mulheres. Elas têm grau de escolari<strong>da</strong>de superior ao<br />
dos homens e somarão massa de rendimento de R$ 333,3<br />
bilhões este ano. “Elas trazem mais dinheiro para casa do<br />
que as colegas <strong>da</strong> classe A, pois respondem por 41% <strong>da</strong> ren<strong>da</strong><br />
familiar. As mulheres do topo <strong>da</strong> pirâmide contribuem com<br />
apenas 25% <strong>da</strong> ren<strong>da</strong>”, afirma Renato Meirelles, sócio-diretor<br />
do Instituto Data Popular. A mulher responde por 70% <strong>da</strong>s<br />
compras <strong>da</strong> casa e incluiu em sua lista de priori<strong>da</strong>des itens de<br />
beleza, com os quais gastaram R$ 19,7 bilhões em 2010, contra<br />
R$ 6 bilhões no início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong>. Mais: elas preferem alimentos<br />
semiprontos, que permitem <strong>da</strong>r um toque de tempero pessoal<br />
ao prato, mas também aderem aos congelados. Pesquisa do<br />
Data Popular revelou que 6,4 milhões de mulheres <strong>da</strong> classe<br />
C admitiram ter comprado pelo menos um congelado em<br />
agosto. “A classe média deixou de ser o segmento de mercado<br />
para ser o próprio mercado”, declara Meirelles.<br />
cora<strong>da</strong> nas classes C/D/E, o cenário não é diferente.<br />
“O mix mudou pouco, o que procuramos alterar foi<br />
o conjunto de marcas, com versões de maior valor”,<br />
diz Rubens Kuriyama, diretor comercial. As promoções<br />
também foram redireciona<strong>da</strong>s para categorias<br />
antes não consumi<strong>da</strong>s por esse público. “As<br />
ven<strong>da</strong>s dos itens de marcas mais conheci<strong>da</strong>s cresceram<br />
15% no último ano”. Exatamente quando boa<br />
parte do varejo ain<strong>da</strong> engatinha no entendimento<br />
<strong>da</strong> nova classe média, já há quem diga que é preciso<br />
olhar para o futuro com atenção. “Nos próximos<br />
três anos, a classe D terá a mesma força que a C tem<br />
hoje no crescimento do consumo”, afirma Wagner<br />
Sarnelli, sócio do Data Popular. “Seus representantes,<br />
porém, terão postura de compra diferente <strong>da</strong><br />
dos consumidores que ascenderam nos últimos<br />
quatro anos, seja pelo grau de educação, seja pelos<br />
códigos financeiros e visuais”. Assim, se indústria e<br />
varejo trabalharem bem necessi<strong>da</strong>des de consumo<br />
e marcas, podem se transformar em líderes <strong>da</strong> futura<br />
nova classe média. Vale a pena refletir.<br />
Sm<br />
os tabloides anunciam produtos que até pouco tempo<br />
tinham baixo consumo pelo público C, como suco pronto<br />
Mais i nforM ações:<br />
Data Popular: www.<strong>da</strong>tapopular.com.br<br />
futurama: www.superfuturama.com.br<br />
Kantar WorldPanel: www.kantarworldpanel.com/br<br />
nielsen: (11) 4613-7000<br />
ricoy: www.ricoy.com.br
50 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
megamercado<br />
divulgação<br />
Bombril inaugura espaço de<br />
capacitação de domésticas<br />
A mArcA Abriu no dia 30 de agosto a Casa Bombril, projeto<br />
social cujo objetivo é aju<strong>da</strong>r a profissionalizar - por<br />
meio de cursos gratuitos - o serviço realizado pelas<br />
emprega<strong>da</strong>s domésticas. A ideia também é promover<br />
debates em prol do fortalecimento do protagonismo<br />
feminino, resgatar a história <strong>da</strong> empresa e do País<br />
através do Espaço Memória e ain<strong>da</strong> propiciar uma<br />
experimentação diferencia<strong>da</strong> <strong>da</strong> marca. Localiza<strong>da</strong><br />
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Paulo, a Casa é<br />
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Sampaio Ferreira,<br />
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sociais e de<br />
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tanto para seus<br />
representantes<br />
quanto para o<br />
consumidor final, a<br />
Papaiz apresenta<br />
seu novo<br />
portal, o www.papaiz.com.br. O internauta encontra<br />
informações diárias, downloads e visualizações de<br />
catálogos, além de materiais de pontos de ven<strong>da</strong><br />
e imagens. O novo site estará disponível em três<br />
idiomas: português, inglês e espanhol. A Papaiz<br />
também está empenha<strong>da</strong> no planejamento de ações<br />
em redes sociais. No momento a marca já tem uma fan<br />
Page no Facebook. mm<br />
divulgação
| 51<br />
Dermacyd promove<br />
ação entre amigas<br />
divulgação<br />
pArA entender um pouco mais <strong>da</strong> intimi<strong>da</strong>de feminina,<br />
a marca Dermacyd criou a promoção “Dermacyd entre<br />
amigas”, pela qual irá sortear R$ 12 mil em compras para<br />
as consumidoras gastarem com a sua melhor amiga.<br />
Para participar basta comprar o produto e ca<strong>da</strong>strar o<br />
número do cupom fiscal, o próprio nome e o nome <strong>da</strong><br />
melhor amiga no site www.dermacydentreamigas.com.<br />
br. Serão sortea<strong>da</strong>s 10 participantes. As inscrições vão<br />
até o dia 30 de novembro e o sorteio será realizado no dia<br />
24 de dezembro. mm<br />
Desafio Nesfit aju<strong>da</strong><br />
mulheres a entrar em forma<br />
A nesfit lAnçA pelo quarto ano consecutivo a Operação Biquíni. A ação propõe um<br />
programa de 14 dias, estampado nas embalagens do produto, com dicas para que<br />
as consumidoras se sintam bem e tenham uma alimentação equilibra<strong>da</strong> no verão.<br />
As interessa<strong>da</strong>s devem acompanhar as informações no site www.nesfit.com.br,<br />
totalmente repaginado para esta edição <strong>da</strong> Operação Biquíni. mm<br />
divulgação
52 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
megamercado<br />
Phisalia incentiva a garota<strong>da</strong> a soltar a voz no chuveiro<br />
Quem comprAr o kit com shampoo e condicionador <strong>da</strong> Phisalia Produtos de Beleza terá uma<br />
surpresa assim que abrir a caixa que envolve os produtos: a melodia do Trá Lá Lá irá ecoar<br />
pelo ar, com a intenção de colocar a criança<strong>da</strong> para cantar no chuveiro. O hit musical<br />
está disponível em três versões: para meninos a Linha Nutrikids; para meninas a Linha<br />
Hidrakids; e a Linha Sem Embaraço, para ambos os sexos. Os kits têm edição limita<strong>da</strong> e<br />
estão disponíveis nas principais redes supermercadistas. mm<br />
divulgação<br />
Crunch Cereal apresenta campanha nas redes sociais<br />
o cereAl crunch iniciou no dia 15 de setembro a promoção ‘Não faça igual, faça barulho’, que vai levar os<br />
vencedores para tomar um café <strong>da</strong> manhã nos lugares mais ba<strong>da</strong>lados do mundo: Barcelona, Londres e Paris.<br />
Para participar, o internauta precisa entrar na fan page de Crunch Cereal (www.facebook.com/crunchcereal) e<br />
convi<strong>da</strong>r até quatro amigos para formar uma equipe. Depois disso, qualquer comentário que for curtido de ca<strong>da</strong><br />
membro do time conta um ponto. Quanto mais divulgação, mais pontos a equipe ganha. A promoção é vali<strong>da</strong><br />
para maiores de 15 anos. mm
| 53<br />
divulgação<br />
Bauducco faz parceria com<br />
Ades em ação no varejo<br />
com A finAlidAde de oferecer lanches saborosos e<br />
nutritivos, desde setembro Bauducco e Ades se uniram<br />
para realizar uma promoção. Na compra do pack<br />
promocional composto de três uni<strong>da</strong>des de suco de<br />
soja Ades 200 ml, o consumidor ganha uma uni<strong>da</strong>de<br />
de Duo, novo sanduichinho doce <strong>da</strong> Bauducco. Recémlançado,<br />
o Duo é feito<br />
com o tradicional<br />
bolo Bauducco e<br />
enriquecido com<br />
vitaminas B1, B2, A e<br />
cálcio. A Ades Frutas<br />
traz a combinação de<br />
soja e suco natural de<br />
fruta, com vitaminas<br />
C, B2, B3, B6, B12 e<br />
ácido fólico. mm<br />
Sorriso cria Coro<br />
Virtual para premiar<br />
consumidores jovens<br />
pelA primeirA vez, a marca Sorriso<br />
investe na plataforma digital para<br />
se aproximar ain<strong>da</strong> mais do público<br />
jovem. A nova campanha estimula<br />
a criativi<strong>da</strong>de e a interativi<strong>da</strong>de com<br />
a garota<strong>da</strong>, promovendo concursos<br />
para ingressos de shows, com to<strong>da</strong>s<br />
as despesas pagas e acesso ao<br />
camarim de artistas consagrados.<br />
No dia 2 de setembro, a ação Coro<br />
Virtual estreou com a dupla sertaneja<br />
Jorge e Mateus. Haverá ain<strong>da</strong><br />
outras duas ações, com as ban<strong>da</strong>s<br />
Chiclete com Banana e Jota Quest.<br />
As novi<strong>da</strong>des serão anuncia<strong>da</strong>s na<br />
Fan Page <strong>da</strong> marca (www.facebook.<br />
com/BrasilSorriso). mm
57 Categoria <strong>Supermercado</strong> moderno • outubro 2011<br />
Katia Simões | re<strong>da</strong>cao@sm.com.br<br />
o pão nosso<br />
de ca<strong>da</strong> dia<br />
está mais saudável<br />
nos últimos cinco anos o mercado de pães industrializados cresceu 45,6%<br />
impulsionado pela alta do consumo <strong>da</strong>s versões à base de grãos. existem<br />
atualmente 25 tipos, responsáveis por 30% do volume total <strong>da</strong> categoria.<br />
e já há exemplos de redes em que as ven<strong>da</strong>s têm subido acima do mercado.<br />
Aveia com linhaça, girassol, castanha, granola,<br />
quinoa, amaranto, multigrãos, centeio e soja<br />
são algumas <strong>da</strong>s opções de pães com grãos<br />
disponíveis no mercado. Uma varie<strong>da</strong>de<br />
que deixa o consumidor confuso na hora<br />
<strong>da</strong> escolha, mas que, sem dúvi<strong>da</strong>, aposta<br />
no apelo à saúde, um dos atributos mais<br />
valorizados pelo cliente atualmente.<br />
De acordo com a Abima (Associação Brasileira <strong>da</strong> Indústria<br />
de Massas Alimentícias), em 2010, as ven<strong>da</strong>s de pães industrializados,<br />
incluindo todos os tipos, subiram 5,8% em volume<br />
frente ao ano anterior. O consumo per capita teve alta<br />
de 2,2% e a produção, de 4,7%. No primeiro semestre deste<br />
ano, o comportamento do mercado continuou na mesma toa<strong>da</strong>.<br />
Pesquisa <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de em parceria com a Nielsen registrou<br />
acréscimo de 4,7% no faturamento do segmento em relação ao<br />
mesmo período de 2010, quando a categoria alcançou 176 mil<br />
pontos de ven<strong>da</strong> em todo o País.<br />
“Se levarmos em conta os últimos cinco anos, a categoria<br />
obteve alta de 45,6% no faturamento”, afirma Cláudio Zanão,
58 | Categoria | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
pÃeS<br />
divulgação<br />
30% <strong>da</strong> população<br />
do País nunca comeu<br />
pão industrializado<br />
presidente <strong>da</strong> Abima. “Boa parte<br />
desse desempenho está diretamente<br />
liga<strong>da</strong> ao aumento do consumo<br />
de pães com grãos", explica.<br />
Atualmente existem nas prateleiras<br />
25 tipos com diferentes<br />
grãos, que respondem por 30%<br />
do volume total de pães industrializados,<br />
enquanto<br />
os brancos<br />
são responsáveis<br />
por 50%<br />
e os especiais,<br />
por 20%. “Os<br />
industrializados estão presentes<br />
em 70% dos lares brasileiros, o<br />
que significa que 30% <strong>da</strong> população<br />
nunca consumiu esse produto.<br />
Ou seja, o mercado ain<strong>da</strong> tem<br />
alto potencial para a versão embala<strong>da</strong><br />
em função do aumento do<br />
Na rede Pão de Açúcar, pães light e com grãos cresceram em<br />
2010 entre 12% e 13%, bem acima do mercado<br />
joão de freitas<br />
O segredO <strong>da</strong> bOa expOsiçãO<br />
distribuir as novi<strong>da</strong>des nas prateleiras tem seus segredos.<br />
Para aumentar as ven<strong>da</strong>s e despertar a atenção dos<br />
consumidores, a equipe de trade marketing <strong>da</strong> Seven Boys<br />
recomen<strong>da</strong> expor os pães integrais e especiais após as linhas<br />
brancas e bisnaguinhas, posicionando-os no centro <strong>da</strong> gôndola<br />
de maneira que o consumidor possa ter uma boa visualização.<br />
Lisiane Cohen, gerente de marketing <strong>da</strong> Seven Boys, ressalta<br />
ain<strong>da</strong> que o consumidor prefere os produtos agrupados por<br />
segmento. Primeiro, todos os brancos, depois todos os integrais<br />
e, por fim, os de grãos.<br />
poder de compra <strong>da</strong>s classes C e D”, afirma Zanão.<br />
Uma <strong>da</strong>s pioneiras no lançamento de pães light<br />
no País, no início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990, a Wickbold<br />
faz <strong>da</strong> sau<strong>da</strong>bili<strong>da</strong>de uma bandeira no desenvolvimento<br />
de novos produtos. Fun<strong>da</strong><strong>da</strong> há 73 anos, a<br />
empresa de origem familiar e 100% nacional, fabrica<br />
80 itens derivados de trigo. Entre eles, as versões<br />
centeio, integral, aveia e linhaça, iogurte com cenoura,<br />
multigrãos, amaranto, quinoa e granola.<br />
Líder no mercado de pães especiais (integral, light<br />
e funcional), está disposta a investir ca<strong>da</strong> vez<br />
mais em receitas exclusivas e diferencia<strong>da</strong>s, cria<strong>da</strong>s<br />
com a aju<strong>da</strong> de nutricionistas. Há dois anos, a empresa<br />
colocou no mercado o primeiro pão funcional<br />
do Brasil registrado pela Anvisa. Trata-se <strong>da</strong> linha<br />
EstarBem, nas versões Forma (330 g) e Aveia e<br />
Linhaça (400 g), que possui um ingrediente exclusivo,<br />
a inulina, uma fibra 100% natural, extraí<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />
raiz <strong>da</strong> chicória, que estimula o funcionamento do<br />
intestino. É uma fibra invisível, solúvel, que não altera<br />
o sabor do pão e é probiótica: não é absorvi<strong>da</strong><br />
pelo sistema digestivo, o que multiplica as bactérias<br />
benéficas do organismo e melhora o trânsito intestinal.<br />
Foram necessários dois anos de estudos para<br />
que a empresa pudesse cumprir to<strong>da</strong>s as exigências<br />
necessárias para a aprovação <strong>da</strong> Anvisa.<br />
Os pães <strong>da</strong> linha EstarBem custam R$ 5,89, enquanto<br />
o tradicional <strong>da</strong> Wickbold (de 500 g) custa<br />
R$ 2,79. As versões funcionais estão sendo distribuí<strong>da</strong>s<br />
nos nove Estados brasileiros onde a fabricante<br />
Wickbold atua (SP, RJ, ES, MG, PR, SC, RS e<br />
GO, além do Distrito Federal).
60 | Categoria | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
pÃeS<br />
Pão de AçúcAr e fAbricANtes:<br />
acordo para estimular consumo<br />
“O mercado tem se desenvolvido muito<br />
graças aos investimentos <strong>da</strong> indústria<br />
em lançamentos. Afinal, o brasileiro<br />
costuma enjoar dos grãos que já<br />
conhece e, por isso, gosta de alternar<br />
o consumo e de experimentar novi<strong>da</strong>des”,<br />
conta Andrea Sylos, gerente<br />
comercial de pa<strong>da</strong>ria <strong>da</strong> bandeira Pão<br />
“enquanto todos<br />
correram para<br />
a classe a ou a<br />
C em ascensão,<br />
decidimos falar<br />
com a classe b.<br />
deu certo”<br />
Lisiane Cohen, seven boys<br />
de Açúcar. Em 2010, com uma média<br />
de crescimento nas ven<strong>da</strong>s de grãos e<br />
light entre 12% e 13%, a rede pretende<br />
investir ain<strong>da</strong> mais no segmento.<br />
Já fez acordos com os principais fornecedores<br />
para veicular até o fim do<br />
ano publici<strong>da</strong>de em revistas nacionais<br />
gourmets e de saúde, incentivando o<br />
consumo dos pães com grãos. A ideia<br />
é continuar desenvolvendo a categoria.<br />
Andrea lembra, contudo, que as<br />
Grãos que mais saem no Pão de açúCar<br />
divulgação<br />
Castanha com quinoa<br />
linhaça<br />
integral<br />
Combinações (12 grãos, 7 grãos)<br />
versões de grãos, por serem mais caras, são<br />
consumi<strong>da</strong>s principalmente pelo público de<br />
maior ren<strong>da</strong>. Isso explica por que o desempenho<br />
no Pão de Açúcar, dirigido às classes A e<br />
B, tem sido tão bom. Na rede Extra, que atende<br />
to<strong>da</strong>s as cama<strong>da</strong>s sociais, o crescimento <strong>da</strong> categoria<br />
como um todo é alto – em 2010 a média<br />
foi de 10%, contra 5,8% do mercado –, mas<br />
o pão branco industrializado respondeu pela<br />
maior parte <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s. “O segmento de grãos<br />
deve continuar crescendo entre o seu principal<br />
público: mulheres de alta e média<br />
ren<strong>da</strong>, que dão muita importância<br />
à pratici<strong>da</strong>de, boa forma e saúde”,<br />
acredita Andrea.<br />
A fabricante Seven Boys confirma<br />
essa expectativa e explica<br />
que sua estratégia se pauta por ela.<br />
“Enquanto todo mundo correu<br />
para atender o topo <strong>da</strong> pirâmide<br />
ou a classe C em ascensão, decidimos<br />
falar com a classe B, que ficou<br />
descoberta”, afirma Lisiane Cohen,<br />
gerente de marketing <strong>da</strong> empresa.<br />
“Resultado: a linha de integrais,<br />
com os diferentes grãos, cresce a taxas superiores<br />
a 30% desde 2007 (contra 10% dos pães<br />
brancos) e responde por 35% <strong>da</strong> produção”. A<br />
intenção <strong>da</strong> empresa é de que a versão chegue<br />
a 50% <strong>da</strong> produção até 2012.<br />
A Seven Boys lançou no ano passado sua<br />
primeira linha premium, composta por pães<br />
redondos com ingredientes diferenciados,<br />
como castanha e nozes, granola e passas, 12<br />
grãos, amaranto e linhaça doura<strong>da</strong>, nas versões<br />
normal e light. Os preços variam de<br />
R$ 4 a R$ 6 no ponto de ven<strong>da</strong>. “Tínhamos<br />
uma meta arroja<strong>da</strong> de comercialização para<br />
o primeiro semestre. Surpreendentemente, os<br />
números foram batidos em quatro meses”, revela.<br />
Já são 16 produtos na linha Benefice, que<br />
abriga os pães integrais, com grãos e versão<br />
funcional, dos 50 produzidos pela marca.
62 | Categoria | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
pÃeS<br />
A linha premium <strong>da</strong> seven boys atingiu em quatro meses<br />
a meta de ven<strong>da</strong>s para o primeiro semestre<br />
as pessoas mais<br />
interessa<strong>da</strong>s na categoria<br />
são as que valorizam a<br />
pratici<strong>da</strong>de<br />
rede PArAeNse YAmAdA:<br />
privilégio às marcas regionais<br />
Embora a fabricante tenha distribuição<br />
nacional, Lisiane não<br />
esconde que a empresa sofre com<br />
a concorrência <strong>da</strong>s marcas regionais<br />
no Sul e no Norte. Essa não<br />
é uma dificul<strong>da</strong>de só <strong>da</strong> Seven<br />
Boys, mas de<br />
qualquer indústria<br />
que não consegue<br />
instalar fábricas<br />
em várias<br />
partes do País,<br />
o que dificulta a<br />
logística de entrega<br />
de um produto<br />
com vi<strong>da</strong> útil de 10 dias.<br />
Com 18 lojas nos Estados do<br />
Pará e do Amapá, a rede Yama<strong>da</strong><br />
só trabalha com pães industrializados<br />
produzidos na região. “O<br />
próprio consumidor prefere, pois<br />
acredita que, ao estar perto <strong>da</strong> indústria,<br />
a entrega é contínua e o<br />
produto mais fresco”, afirma Marinilde<br />
Barbosa, uma <strong>da</strong>s respondivulgação<br />
sáveis pela área de panificação. Segundo ela, apesar<br />
de uma oferta mais reduzi<strong>da</strong> e <strong>da</strong> pequena varie<strong>da</strong>de,<br />
a presença dos pães especiais nas gôndolas é<br />
crescente. Antes ficavam restritos a 10% do espaço<br />
de exposição. Hoje, ocupam 40%. O campeão de<br />
ven<strong>da</strong> é mesmo o pão de forma light, seguido pelas<br />
versões com fibras, aveia e grãos, que custam cerca<br />
de 20% mais que a versão forma tradicional.<br />
Pagar um pouco mais por produtos que assegurem<br />
uma vi<strong>da</strong> mais saudável já é aceito por boa parte<br />
<strong>da</strong> população brasileira. “Ao contrário de outros<br />
tempos, hoje as pessoas confirmam que escolhem<br />
determinado produto porque, além de gostoso, faz<br />
bem à sáude”, diz Enzo Donna, <strong>da</strong> ECD Consultoria<br />
de Food Service. Segundo ele, 34,7% dos consumidores<br />
se preocupam com a sau<strong>da</strong>bili<strong>da</strong>de na hora<br />
de se alimentar, contra 24,7% registrados em 2007,<br />
conforme a XTC World Inovation no estudo Panorama<br />
Mundial de Inovação 2009.<br />
A indústria <strong>da</strong> panificação foi uma <strong>da</strong>s primeiras<br />
a investir no novo conceito de alimento saudável.<br />
Para Zanão, <strong>da</strong> Abima, a iniciativa tem aju<strong>da</strong>do<br />
a mu<strong>da</strong>r os hábitos de consumo do brasileiro. Mas<br />
não é só o fato de fazer bem à saúde que tem incentivado<br />
o crescimento dessa categoria. A pratici<strong>da</strong>de<br />
também tem forte apelo. Estudo feito pela consultoria<br />
internacional Kantar WordPanel constatou<br />
que as pessoas que mais se interessam pelos pães<br />
industrializados são aquelas que colocam a pratici<strong>da</strong>de<br />
em primeiro lugar, estão abertas à experimentação<br />
e têm pressa.<br />
Assim, com a agen<strong>da</strong> ca<strong>da</strong> vez mais aperta<strong>da</strong> e<br />
torcendo para o dia ter 48 horas, os consumidores<br />
dão preferência a produtos nutritivos que propiciem<br />
uma alimentação rápi<strong>da</strong>. Ganhará mais espaço<br />
no mercado quem resolver essa equação a preços<br />
atraentes, asseguram os especialistas.<br />
Sm<br />
Mais i nforM ações:<br />
abima: www.abima.com.br<br />
eCD Consultoria: www.ecdfoodservice.com.br<br />
Pão de açúcar: www.paodeacucar.com.br<br />
seven Boys: www.sevenboys.com.br<br />
Wickbold: www.wickbold.com.br
67 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
novos produtos<br />
Cenoura & bronze<br />
traz novi<strong>da</strong>des para o verão<br />
Ao todo são seis novos produtos com foco no verão.<br />
São eles: Loção Kids com FPS 30 ou<br />
50 e até cinco horas de resistência<br />
à água; Protetor Facial e Labial com<br />
FPS 30; Stick Facial, proteção em<br />
bastão nas versões Kids e Sport com<br />
FPS 50 e Pós Sol com ação repelente<br />
e que age contra queimaduras do sol.<br />
Informações: (11) 3627-4000<br />
divulgação<br />
Suco de soja<br />
vitaminado<br />
A General Brands acaba de<br />
entrar no segmento de<br />
bebi<strong>da</strong> à base de soja, cujo<br />
mercado cresce 17% ao ano. O novo Camp Soja é<br />
feito para pessoas que buscam uma vi<strong>da</strong> saudável. É<br />
enriquecido com vitamina C, tem baixa caloria e está<br />
disponível em oito sabores. Preço sugerido é R$ 3.<br />
Informações: (11) 3133-1500<br />
divulgação<br />
achocolatado tem ação no Pdv<br />
A Parmalat lança o Parmalatinho, bebi<strong>da</strong> láctea sabor chocolate, em<br />
embalagem de 200 ml. Além de ser fonte de cálcio, é enriquecido com<br />
sete vitaminas. Seu mascote foi criado para interagir com as crianças em<br />
jogos na embalagem. O lançamento conta com ações no PDV. O preço<br />
sugerido é de R$ 1,10. Informações: (11) 3172-1320<br />
divulgação<br />
divulgação<br />
Cereal com frutas para atender deman<strong>da</strong> de mercado<br />
O Nesfit & Frutas <strong>da</strong> Nestlé tem baixa caloria e vem com frutas desidrata<strong>da</strong>s para serem<br />
acrescenta<strong>da</strong>s ao cereal, que é feito com grãos integrais. Está disponível em embalagem de<br />
300 g. Foi lançando para atender o mercado de cereais para adultos que, segundo a Nielsen, teve o volume<br />
de ven<strong>da</strong>s ampliado em 14% em 2010 na comparação com o ano anterior. Informações: (11) 5508-9737
DivulgAção<br />
68 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />
novos produtos<br />
Pesquisa pauta lançamento de edição<br />
limita<strong>da</strong> de bebi<strong>da</strong> de soja<br />
Pelo sexto ano, uma nova edição limita<strong>da</strong> <strong>da</strong> bebi<strong>da</strong> de soja Ades chega ao mercado. Para<br />
este verão, a novi<strong>da</strong>de é o sabor melão <strong>da</strong> versão pronta para beber. Também está<br />
sendo reeditado o frutas cítricas, lançado pela primeira vez em 2008. O lançamento<br />
de ambas as versões foi pautado na preferência dos consumidores por meio de<br />
pesquisas. A linha não contém conservantes ou corantes artificiais e é isenta de<br />
lactose e colesterol. Informações: (11) 3568-8000<br />
Antitranspirante aerossol<br />
sem perfume para mulheres com alergia<br />
Para atender o público feminino, a Unilever apresenta o Rexona antitranspirante aerossol sem<br />
perfume, até então disponível apenas em roll-on. A fórmula foi desenvolvi<strong>da</strong> especificamente<br />
para esse tipo de aplicador e oferece a mesma quanti<strong>da</strong>de de ativos antitranspirantes,<br />
garantindo proteção durante 48 horas. O produto também é hipoalergênico e já está disponível<br />
em redes de todo o Brasil. O preço sugerido é de R$ 8, 40. Informações: (11) 3568-9274<br />
DivulgAção<br />
DivulgAção<br />
Detergente<br />
líquido para roupa de<br />
1,05 litro rende igual<br />
ao de 3 litros<br />
Chega às gôndolas a nova<br />
embalagem de Omo Líquido<br />
Super Concentrado de 1,05 litro,<br />
que rende o equivalente a 3 litros<br />
<strong>da</strong> versão comum. O produto já vinha<br />
sendo comercializado nas versões 315 ml e 630 ml.<br />
De acordo com Paula Lopes, gerente de marketing<br />
<strong>da</strong> marca, a versão líqui<strong>da</strong> permite que o consumidor<br />
leve para casa um produto compacto e que rende<br />
tanto quanto um detergente líquido de roupas. O<br />
lançamento faz parte também do plano global de<br />
sustentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Unilever, intitulado “Por Um<br />
Planeta Mais Limpo”. O preço sugerido do novo<br />
produto é de R$ 12,98. Informações: (11) 3568-9274<br />
Chocolate em<br />
sachê para lojas menores<br />
A Mead Johnson Nutrition, dona <strong>da</strong> marca Sustagen,<br />
lança o sachê de 30 g do achocolatado Sustagen<br />
Kids. O produto já era comercializado<br />
na versão lata 380 g e em sachê<br />
de 190 g. Segundo a fabricante,<br />
essa versão permite a expansão<br />
e a presença <strong>da</strong> marca<br />
principalmente nos<br />
supermercados<br />
pequenos,<br />
tradicionais de bairro,<br />
nos quais o tíquete<br />
médio gasto pelo<br />
consumidor é menor.<br />
Informações: www.<br />
sustagenkids.com.br.<br />
DivulgAção
71 Natal <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />
Por Alessandra Morita |<br />
alessandra.morita@sm.com.br |<br />
Tudo o que o cliente<br />
nÃo quer neste natal<br />
Ninguém melhor do que<br />
os próprios clientes para<br />
apontar os gargalos encontrados<br />
nos supermercados<br />
durante o período<br />
de festas. Muito do que<br />
eles indicam como ruim,<br />
você já conhece. Mas o fato é que os problemas<br />
persistem e é preciso resolvê-los. Mau atendimento,<br />
falta de produtos e de marcas e filas nos caixas<br />
continuam sendo as reclamações mais frequentes<br />
do brasileiro durante as compras de dezembro. É o<br />
que mostra pesquisa online com 200 consumidores<br />
de todo o País, feita pela consultoria Around Research<br />
com exclusivi<strong>da</strong>de para SM, pelo terceiro ano<br />
consecutivo. O que salta aos olhos é o fato de que<br />
algumas dessas queixas foram aponta<strong>da</strong>s por bem<br />
mais consumidores neste ano do<br />
que em 2010. Caso do atendimento,<br />
cuja insatisfação atinge<br />
hoje 54% dos entrevistados contra<br />
apenas 28% no ano passado.<br />
Essa insatisfação está associa<strong>da</strong> ao<br />
excesso de pessoas nas lojas, o que<br />
provoca outro problema, filas nos<br />
caixas, apontado por 93% dos participantes<br />
do estudo, contra 76%<br />
em 2010.<br />
Estudo anual <strong>da</strong> Around Research mostra que<br />
o cliente an<strong>da</strong> bem mais insatisfeito com as<br />
lojas no Natal. Subiu de 28% para 54% os que<br />
se queixam de atendimento e de 34% para<br />
56% os que reclamam de falta de produtos.<br />
Filas no caixa<br />
continuam irritando<br />
o consumidor nas<br />
compras de fim de ano<br />
divUlgaçãO
72 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />
cliente<br />
“É muito difícil evitar o grande<br />
fluxo de consumidores nos<br />
supermercados nessa época do<br />
ano. Mas cabe ao varejista manter<br />
a loja organiza<strong>da</strong>, com os funcionários<br />
treinados para orientar<br />
os clientes, levá-los até o produto<br />
Planejamento aju<strong>da</strong><br />
a resolver PrinciPais<br />
Problemas<br />
Com 15 lojas em Mato Grosso, a rede Modelo já está<br />
com seu planejamento de Natal ro<strong>da</strong>ndo há algum<br />
tempo. Nele, não entram apenas questões liga<strong>da</strong>s à<br />
área comercial, mas a todos os departamentos. “Não<br />
adianta encher os supermercados de mercadorias e veicular<br />
publici<strong>da</strong>de e se esquecer de combinar com a logística<br />
o abastecimento <strong>da</strong>s lojas e com o RH as escalas<br />
de trabalho”, diz Altevir Magalhães, sócio <strong>da</strong> empresa.<br />
Segundo ele, a rede procura listar todos os processos<br />
de ca<strong>da</strong> área e, principalmente, estabelecer quem é responsável<br />
por ca<strong>da</strong> tarefa. “No período de festas, logo cedo,<br />
na abertura <strong>da</strong>s lojas, é checado se todos os funcionários<br />
estão presentes ou se há faltas, o que deverá exigir uma<br />
solução rápi<strong>da</strong>”, diz. O mesmo ocorre com as entregas de<br />
mercadorias marca<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> dia. “No caso do RH,<br />
analisamos com antecedência se há realmente necessi<strong>da</strong>de<br />
de contratação de temporários ou se podemos cobrir o<br />
aumento de trabalho com o banco de horas. Nos últimos<br />
anos, essa tem sido a nossa alternativa. É mais econômico<br />
e produtivo”, conta o supermercadista.<br />
Outra iniciativa que tem <strong>da</strong>do certo, também fruto do<br />
planejamento, é checar de hora em hora, nas semanas que<br />
antecedem o Natal e o Ano Novo, se há problemas em alguma<br />
seção e loja, tarefa feita pelos responsáveis de ca<strong>da</strong><br />
área. “Armamos um esquema de guerra”, diz Magalhães.<br />
“Mas vale a pena. No último ano até esqueci que era Natal”,<br />
afirma o sócio do Modelo, cuja expectativa é de que as<br />
ven<strong>da</strong>s do período empatem com as de 2010. Já considerando<br />
uma nova uni<strong>da</strong>de aberta em 2011, a alta deverá ser<br />
de 5%. Em dezembro de 2010, o aumento foi de 4%. "É<br />
um percentual realista, que nos anima", diz o empresário.<br />
que procuram, esclarecer dúvi<strong>da</strong>s. Investir em treinamento<br />
é fun<strong>da</strong>mental”, diz Daniela Casabona,<br />
coordenadora de atendimento <strong>da</strong> Around Research.<br />
Para Dalton Viesti, coordenador de graduação<br />
<strong>da</strong> Trevisan Escola de Negócios, as empresas<br />
contratam mais funcionários para o período, mas<br />
se esquecem de treiná-los. O problema, diz ele, se<br />
agrava em setores ligados a um atendimento mais<br />
pessoal, como açougue e peixaria – seções cujas<br />
ven<strong>da</strong>s crescem no fim do ano. “Falta orientação de<br />
como a loja precisa funcionar e de como o cliente<br />
deve ser tratado. Se a equipe estiver bem prepara<strong>da</strong><br />
e suficientemente motiva<strong>da</strong>, o atendimento será<br />
muito melhor", afirma.<br />
Grandes filas no caixa também entraram na lista<br />
de reclamações de bem mais consumidores neste<br />
ano. Daniela, <strong>da</strong> Around, recomen<strong>da</strong> abrir todos<br />
os checkouts nos dias e horários de pico. “Assim,<br />
o consumidor vai entender que a rede está se esforçando<br />
ao máximo para atendê-lo melhor”, defende.<br />
Ederson de Oliveira, consultor <strong>da</strong> E-Varejo,<br />
concor<strong>da</strong>. Em pesquisa feita pela sua consultoria<br />
em supermercados, foi confirmado que a principal<br />
queixa não é a fila em si, pois o cliente entende<br />
que há mais pessoas nas lojas no fim do ano, mas<br />
a existência de checkouts fechados.<br />
conheça a metodologia<br />
Realiza<strong>da</strong> pela Around Research, a pedido de SM,<br />
pelo terceiro ano consecutivo, a pesquisa contou com a<br />
participação de 200 pessoas em todo o Brasil, que responderam<br />
a questionários online entre o fim de julho e o<br />
início de agosto. Do total de participantes, 63% são mulheres<br />
e 37% homens. O público predominante é o jovem<br />
de 18 a 35 anos (47% do total). Cerca de 28% <strong>da</strong> amostra<br />
corresponde a pessoas acima de 48 anos e 25%, entre<br />
26 e 47 anos. A maioria dos respondentes (70%) é<br />
moradora <strong>da</strong> região Sudeste. A Around possui um painel<br />
com 120 mil consumidores ativos pela web. Faz pesquisas<br />
quali e quantitativas e atende clientes como Carrefour,<br />
Redecard, Porsche, entre outros. Contato: (11) 3255-<br />
7294, www.aroundresearch.com.
74 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />
cliente<br />
mais consumidores<br />
vão Pagar à vista<br />
Segundo a pesquisa Around/SM, subiu de 74% para 88% o<br />
percentual de consumidores que deve pagar à vista as<br />
compras de alimentos e bebi<strong>da</strong>s para o Natal. Segundo<br />
Ederson de Oliveira, consultor <strong>da</strong> E-Varejo, essa é uma boa<br />
notícia para o varejista. Como os tíquetes no período são<br />
maiores, o supermercado consegue aumentar seu dinheiro<br />
em caixa e realizar compras de itens de alta rotativi<strong>da</strong>de<br />
para colocar em promoção ap ós as Festas.<br />
Formas de pagamento mais usa<strong>da</strong>s no Natal<br />
5%<br />
3 a 4 vezes<br />
88%<br />
À vista<br />
7%<br />
2 vezes<br />
O estudo <strong>da</strong> Around traz ain<strong>da</strong><br />
outra informação que merece<br />
atenção: embora os supermercados<br />
sejam o principal canal de<br />
compras de hortifrútis durante<br />
o período de festas, outros varejos<br />
crescem na preferência do<br />
público. Neste ano, os sacolões<br />
serão a opção de compra de 17%<br />
dos entrevistados, contra apenas<br />
7% no ano passado; as feiras livres<br />
mobilizarão 10%, contra 5%;<br />
e os mercadões receberão a visita<br />
de 20%, contra 12% em 2010. Os<br />
supermercados, em compensação,<br />
vão atrair menos pessoas: 61%,<br />
contra 81% no ano passado. Já os<br />
hipermercados continuarão interessando<br />
praticamente o mesmo<br />
número de clientes, o que equivale<br />
a 68% dos consumidores. Para<br />
Daniela, <strong>da</strong> Around, a escolha de<br />
feiras, sacolões e mercadões se explica<br />
pela quali<strong>da</strong>de e frescor dos<br />
produtos “O atendimento nesse<br />
tipo de varejo também melhorou.<br />
Hoje é possível ir a um sacolão e<br />
estacionar tranquilamente o carro”,<br />
afirma ela. A executiva<br />
lembra ain<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />
boa localização desses<br />
canais nos bairros. Já<br />
Jorge Inafuco, diretor<br />
<strong>da</strong> consultoria empresarial<br />
Oficina de Negócios e Talentos, atribui o<br />
crescimento dos outros varejos às dificul<strong>da</strong>des enfrenta<strong>da</strong>s<br />
pelos supermercados nas ven<strong>da</strong>s de frutas,<br />
legumes e verduras. Ele explica que o canal negocia<br />
volumes altos para conseguir maiores descontos e<br />
melhores condições de pagamento. Em função disso,<br />
precisa receber frutas mais verdes para evitar<br />
maturação rápi<strong>da</strong> e consequentes per<strong>da</strong>s. “Assim, o<br />
cliente que deseja um produto pronto para consumo<br />
fica insatisfeito e vai atrás de feiras e sacolões.<br />
Esse movimento é comum nos dias que antecedem<br />
o Natal e o Ano Novo”, comenta. É ver<strong>da</strong>de que os<br />
outros canais costumam perder em competitivi<strong>da</strong>de<br />
de preços, pois compram quanti<strong>da</strong>des menores, mas<br />
“O atendimento nos sacolões melhorou muito. Hoje,<br />
é possível ir até uma uni<strong>da</strong>de e estacionar<br />
tranquilamente o carro.”<br />
Daniela Casabona, coordenadora de atendimento <strong>da</strong> around<br />
divUlgaçãO
76 | Natal | <strong>Supermercado</strong> moderno • OUTUBRO 2011<br />
cliente<br />
“No Natal,<br />
aumenta<br />
a disposição<br />
do cliente em<br />
pagar mais por<br />
produtos de<br />
quali<strong>da</strong>de”<br />
JoRGe inaFUCo, diretor <strong>da</strong> Oficina<br />
de Negócios e Talentos<br />
compensam essa desvantagem<br />
oferecendo hortifrútis maduros.<br />
“Nas compras de Natal, aumenta a<br />
disposição do consumidor em pagar<br />
mais por produtos de quali<strong>da</strong>de”,<br />
enfatiza Inafuco. Para ele, no<br />
caso <strong>da</strong> feira livre, a proximi<strong>da</strong>de<br />
do vendedor aju<strong>da</strong> a controlar o<br />
manuseio inadequado do cliente<br />
– um dos grandes causadores de<br />
per<strong>da</strong>s, principalmente em produtos<br />
prontos para consumo. Isso<br />
não acontece nos supermercados.<br />
soLuçÃo,<br />
iMite A FeiRA LiVRe<br />
Para o especialista, uma alternativa<br />
seria os supermercados imitarem<br />
a feira livre, deslocando<br />
funcionários para esse<br />
setor. Além de aju<strong>da</strong>r<br />
o consumidor a escolher<br />
as melhores frutas<br />
e verduras, a medi<strong>da</strong><br />
reduziria o manuseio<br />
inadequado, permitindo<br />
trabalhar com produtos<br />
mais maduros e<br />
diminuindo as per<strong>da</strong>s<br />
no período.<br />
Com 10 lojas espalha<strong>da</strong>s<br />
pelas ci<strong>da</strong>des de<br />
Mogi <strong>da</strong>s Cruzes, Suzano<br />
e Ferraz de Vasconcelos<br />
– na região metropolitana de<br />
São Paulo –, além de uma na capital,<br />
a rede Veran negocia a entrega<br />
de frutas de maior saí<strong>da</strong> no período<br />
em caminhões refrigerados.<br />
Com isso, recebe produtos frescos<br />
e maduros nos dias que antecedem<br />
o Natal e Ano Novo. “Também to-<br />
Os problemas que<br />
mais incomo<strong>da</strong>m o cliente e os<br />
principais canais de compra<br />
Estudo Around/SM revela os itens que<br />
geram mais insatisfação no brasileiro<br />
durante as festas de fim de ano e os<br />
canais que ele privilegia para as compras<br />
93%<br />
80%<br />
Hipermercados<br />
Os canais mais procurados<br />
(múltipla escolha - em percentual de respondentes)<br />
68%<br />
61%<br />
supermercados<br />
56% 54%<br />
22%<br />
Filas nos<br />
caixas<br />
excesso de<br />
pessoas nas lojas<br />
Falta de produtos/marcas<br />
atendimento ruim<br />
O que mais aborrece<br />
(múltipla escolha - em percentual de respondentes)<br />
Dificul<strong>da</strong>de de localizar produtos<br />
20% 17% 17%<br />
12%<br />
10%<br />
Mercadão<br />
sacolão<br />
17%<br />
Falta de entrega domiciliar<br />
Falta de produtos para presente<br />
Rotisseria<br />
12% 12%<br />
5%<br />
Falta de compras pela internet<br />
ofertas<br />
açougue<br />
Feira livre
78 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />
cliente<br />
Dica<br />
mamos cui<strong>da</strong>do com a quanti<strong>da</strong>de<br />
do pedido. É preciso ser muito<br />
eficiente no cálculo de deman<strong>da</strong>,<br />
para não comprar mais do que o<br />
necessário", alerta Eduardo Luz,<br />
sócio-proprietário <strong>da</strong> rede.<br />
RuptuRA,<br />
eteRNA RuptuRA<br />
Produtos sazonais<br />
aju<strong>da</strong>m a vender<br />
outros itens<br />
Os produtos de época, como panetones e carnes natalinas,<br />
podem ser úteis para incentivar a compra de outras<br />
mercadorias. Para Daniela Casabona, o varejista pode, por<br />
exemplo, colocar cartazes próximos a esses produtos para<br />
divulgar pratos natalinos produzidos pela rotisseria. Segundo<br />
ela, é muito importante o consumidor saber que pode encontrar<br />
soluções prontas para a festivi<strong>da</strong>de. “Como é comum<br />
entre os brasileiros que a ceia seja composta por pratos fornecidos<br />
por ca<strong>da</strong> convi<strong>da</strong>do, fica mais barato e prático comprar<br />
as opções <strong>da</strong> rotisseria. Ao conhecer o serviço, o cliente<br />
não precisa recorrer às rotisserias do bairro”, diz ela.<br />
Outro problema que se agrava na<br />
<strong>da</strong>ta é a falta de produtos e marcas.<br />
Segundo a pesquisa Around/SM,<br />
56% dos consumidores apontam<br />
essa situação nas compras volta<strong>da</strong>s<br />
às festas de fim de ano. Em 2010,<br />
esse problema foi citado por apenas<br />
34% dos respondentes. “Isso<br />
significa que boa parte dos clientes<br />
vai procurar outras lojas", adverte<br />
o consultor Ederson de Oliveira.<br />
Ele conta que já fez estudos entre os<br />
clientes sobre o impacto <strong>da</strong> ruptura<br />
nas ven<strong>da</strong>s e descobriu que, em períodos<br />
regulares, 55% dos consumidores<br />
buscam outro supermercado<br />
ou deixam para adquirir o produto quando voltar<br />
à loja”, comenta. “É possível imaginar que no Natal<br />
a migração se torne ain<strong>da</strong> maior, uma vez que não<br />
dá para visitar o mesmo supermercado várias vezes."<br />
Para Dalton Viesti, <strong>da</strong> Escola Trevisan, a ruptura<br />
aumenta porque a maioria dos supermercadistas<br />
não tem ferramentas para dimensionar as ven<strong>da</strong>s<br />
perdi<strong>da</strong>s pela ausência <strong>da</strong> mercadoria na gôndola.<br />
Ele explica: “Quando começa a planejar as compras<br />
de Natal, o varejista se baseia no que foi vendido<br />
nos anos anteriores acrescido de uma variação na<br />
população local e <strong>da</strong> expectativa de ven<strong>da</strong>s para<br />
aquele ano. É com base nisso que começa a fazer<br />
seus pedidos. Mas essa conta não corresponde à<br />
deman<strong>da</strong> efetiva, pois não mede as compras que<br />
deixaram de ser feitas porque o cliente não encontrou<br />
a mercadoria na loja.”<br />
Uma sugestão do especialista é aproveitar a presença<br />
de funcionários na área de ven<strong>da</strong>s para identificar<br />
as mercadorias não encontra<strong>da</strong>s pela clientela.<br />
O mais importante, segundo Viesti, é criar processos<br />
para que as informações sejam registra<strong>da</strong>s. Ou<br />
seja, sempre que um consumidor acusar a ausência<br />
de qualquer item, o funcionário deve anotá-lo em<br />
uma planilha, para encaminhar à área comercial.<br />
O material poderá engrossar as estatísticas para o<br />
planejamento de compras do ano seguinte. É uma<br />
medi<strong>da</strong> simples e barata, mas que pode funcionar<br />
muito bem na <strong>da</strong>ta e em qualquer época do ano. A<br />
prática de perguntar no caixa o que não foi encontrado<br />
também não pode ser esqueci<strong>da</strong> nem mesmo<br />
nos períodos de pico.<br />
Portanto, o que fica claro dos resultados <strong>da</strong> pesquisa<br />
SM/Around é que, embora alguns problemas<br />
enfrentados pelos varejistas no período natalino<br />
sejam inevitáveis, boa parte pode ser minimiza<strong>da</strong>.<br />
Isso depende apenas de três decisões: planejamento,<br />
atitude, acompanhamento.<br />
Sm<br />
M A is iNFo RMAções:<br />
Around Research: (11) 3255-7294<br />
e-Varejo: www.evarejo.com<br />
oficina de Negócios e talentos: www.oficinadetalentos.com.br<br />
Modelo: www.modeliga.com.br<br />
trevisan: www.trevisan.edu.br<br />
Veran: www.veran.com.br
83 Natal <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />
açougue<br />
Destaque os cortes<br />
de churrasco<br />
Cerca de um quarto dos consumidores vai comemorar as Festas<br />
perto <strong>da</strong> churrasqueira. Amplie o espaço dos cortes típicos para o<br />
público, mas sem esquecer as carnes do dia a dia<br />
De churrasco o brasileiro gosta o ano todo. Em<br />
momento de celebração, então, reunir-se em<br />
volta <strong>da</strong> churrasqueira é a escolha natural<br />
para muita gente. Essa preferência deve<br />
se consoli<strong>da</strong>r ain<strong>da</strong> mais neste ano: pesquisa<br />
Around Research/SM com 200<br />
consumidores de todo o Brasil mostra<br />
que 23% pretendem optar pelo churrasco na comemoração<br />
do Natal. Já no Ano Novo, o percentual chega a 26%.<br />
Isso significa maior movimento no setor de açougue,<br />
o que é ótimo, mas exige preparação. No Condor, com<br />
33 lojas no Estado do Paraná, as ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> seção aumentam<br />
40% em relação a outras épocas do ano.<br />
No fim de 2011, João Luiz de Lima Silva, gerente<br />
comercial do Condor Supercenter, conta que a<br />
expectativa é de o setor crescer 30% em comparação<br />
com o final do ano passado.<br />
| Por Fernando Salles<br />
| fernando.salles@sm.com.br<br />
diVUlgaçãO
84 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />
açougue<br />
Carnes embala<strong>da</strong>s<br />
são alternativas<br />
para reduzir filas<br />
na seção<br />
a<strong>da</strong>pte espaços,<br />
mas não tire na<strong>da</strong> do mix<br />
Segundo Silva, os cortes bovinos<br />
mais vendidos são contra- filé, alcatra,<br />
picanha e costela. Entre os<br />
suínos, destaque para pernil, paleta<br />
e lombo. O gerente comercial<br />
conta que não tira nenhum item<br />
do sortimento durante a <strong>da</strong>ta comemorativa.<br />
“Trabalhamos normalmente<br />
com todos os cortes de<br />
bovinos, pois temos uma cultura<br />
de anunciá- los semanalmente”,<br />
afirma. A principal mu<strong>da</strong>nça é a<br />
redefinição de espaços para privilegiar<br />
itens sazonais. “No caso<br />
dos suínos, aumentamos principalmente<br />
a linha de temperados<br />
congelados e incluímos no mix os<br />
lançamentos para a época”, diz.<br />
A iniciativa de apenas redefinir<br />
espaços é aprova<strong>da</strong> por Romualdo<br />
Coelho, diretor<br />
comercial <strong>da</strong> RTC<br />
Consultoria. Ele lembra<br />
que o setor atrai<br />
diariamente um número grande<br />
de pessoas, mesmo fora do período<br />
sazonal, e segundo ele, é um<br />
diVUlgaçãO<br />
risco retirar as carnes do dia a dia, pois o cliente<br />
acostumado a comprar pode se sentir frustrado ao<br />
não encontrar o que procura.<br />
Com 5 lojas no interior de São Paulo, a rede<br />
Goodbom também mantém a exposição de todos<br />
os cortes tradicionais, ain<strong>da</strong> que em espaço menor,<br />
na <strong>da</strong>ta. Outro cui<strong>da</strong>do é mantê- los no mesmo lugar,<br />
para não confundir os habitués. A parte inferior<br />
do balcão é destina<strong>da</strong> aos cortes para churrasco. Já<br />
carnes como pernil, costela suína e lombo ficam<br />
em bandejas maiores, pois necessitam de espaço.<br />
agilize atendimento,<br />
invista em carnes embala<strong>da</strong>s<br />
Há alguns anos, o Goodbom trocou o balcão de<br />
atendimento de uma <strong>da</strong>s lojas pelo de autosserviço.<br />
Na época, a iniciativa teve como alvo reduzir per<strong>da</strong>s,<br />
melhorar o atendimento e evitar que os funcionários<br />
ficassem sobrecarregados. Deu tão certo,<br />
que as quebras despencaram de 6% para 3% e a<br />
loja, que vendia 60 tonela<strong>da</strong>s de carne/mês, passou<br />
a comercializar 110 tonela<strong>da</strong>s.<br />
Mesmo sem um balcão de atendimento, o público<br />
não ficou “abandonado” na <strong>da</strong>ta. Sidney Sanna,<br />
gerente <strong>da</strong> seção, fica, pessoalmente, a maior parte<br />
do tempo na frente do balcão de autosserviço para<br />
auxiliar os clientes. “Além disso, temos 21 profissionais,<br />
sempre abastecendo a seção, trabalhando na<br />
arrumação e pesando carnes a vácuo”, conta.<br />
A maioria dos supermercados, porém, atua tanto<br />
com balcão de atendimento<br />
quanto com o de autosserviço.<br />
Contra-filé,<br />
picanha e alcatra<br />
são muito vendidos<br />
no fim do ano<br />
Para estes, uma dica é aumentar<br />
a presença <strong>da</strong>s carnes já<br />
embala<strong>da</strong>s para churrasco, a<br />
fim de reduzir filas na seção.<br />
É o que faz o Condor. “Nosso<br />
cliente prefere o balcão de atendimento,<br />
e isso não mu<strong>da</strong> com<br />
o maior volume de ven<strong>da</strong>s. O que acontece é que<br />
nesse período vendemos muitos produtos resfriados<br />
ou congelados já embalados, que fazem parte
86 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />
açougue<br />
<strong>da</strong> mesa do cliente em época de festas.<br />
Eles aju<strong>da</strong>m a dividir o atendimento”,<br />
garante Silva, gerente comercial.<br />
diVUlgaçãO<br />
Compra ConCentra<strong>da</strong><br />
reta final responde por 70%<br />
Negocie entregas fraciona<strong>da</strong>s de carnes<br />
para evitar per<strong>da</strong>s na estocagem<br />
Por se tratar de produtos perecíveis,<br />
a procura pela carne de churrasco é<br />
concentra<strong>da</strong> na reta final. No Condor,<br />
as semanas que antecedem Natal e Réveillon<br />
representam 70% <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s<br />
do açougue em dezembro. Para evitar<br />
o caos nesse momento, a rede aumenta<br />
em cerca de 30% o número de funcionários<br />
na seção. João Ab<strong>da</strong>lla Neto,<br />
consultor de marketing do Sebrae-SP,<br />
lembra apenas a importância de esses<br />
funcionários serem preparados antes<br />
do momento de pico, para que consigam<br />
manter o padrão de atendimento.<br />
Outro cui<strong>da</strong>do é definir compras<br />
condizentes com a alta <strong>da</strong> deman<strong>da</strong>.<br />
No Goodbom, o cálculo é feito com<br />
base no histórico dos anos anteriores,<br />
mas com o cui<strong>da</strong>do de garantir um<br />
estoque de segurança, para não faltar<br />
produtos. Romualdo Coelho, <strong>da</strong> RTC,<br />
recomen<strong>da</strong> que sejam combina<strong>da</strong>s entregas<br />
parciais com os fornecedores.<br />
“Os altos estoques provenientes de<br />
compras em excesso podem ocasionar<br />
per<strong>da</strong> na quali<strong>da</strong>de do armazenamento”,<br />
lembra, com a ressalva de que<br />
uma boa gestão de açougue começa<br />
por uma compra correta. “É preciso<br />
considerar as sazonali<strong>da</strong>des do período,<br />
a média de ven<strong>da</strong>, o período de<br />
Agrupar itens para<br />
churrasco perto do<br />
açougue pode<br />
elevar as ven<strong>da</strong>s<br />
visita dos fornecedores e o prazo de entrega,<br />
entre outros fatores”, recomen<strong>da</strong>.<br />
ações de divulgação:<br />
tabloides podem aju<strong>da</strong>r<br />
Apesar do crescimento na procura, divulgação<br />
nunca é demais. E uma <strong>da</strong>s principais armas<br />
é o tabloide. No Condor, são três publicações<br />
alusivas às festas de fim de ano, nas quais há<br />
anúncios de carnes vendi<strong>da</strong>s a preços competitivos.<br />
Quase to<strong>da</strong>s as lojas promovem degustação<br />
de itens com apelo sazonal. O mesmo<br />
recurso costuma surtir efeito na rede paulista<br />
Goodbom, que aproveita dias movimentados<br />
para incentivar experimentação de opções<br />
recém-incorpora<strong>da</strong>s ao mix. Outras formas de<br />
divulgação podem trazer resultados igualmente<br />
positivos, como boa comunicação visual na<br />
loja. O importante é conhecer o seu público e<br />
entender quais ações mais agra<strong>da</strong>rão a ele. Sm<br />
m ais i nformações:<br />
Condor: www.condor.com.br<br />
goodBom: www.goodbom.com.br<br />
rtC Consultoria: www.rtcconsultoria.com.br<br />
sebrae -s p: www.sebraesp.com.br
91 Natal <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />
Peixaria<br />
ações simples<br />
Por Fernando Salles |<br />
fernando.salles@sm.com.br |<br />
elevam ven<strong>da</strong>s<br />
No ano passado, o Grupo Pão de Açúcar vendeu<br />
mais bacalhau no Natal do que na Páscoa,<br />
época em que a sazonali<strong>da</strong>de é historicamente<br />
superior. O bom desempenho <strong>da</strong><br />
iguaria no fim do ano não é um fato isolado<br />
dentro do setor de peixaria <strong>da</strong> rede, cujas<br />
ven<strong>da</strong>s totais costumam dobrar no período,<br />
O consumo no Brasil é<br />
pequeno e o giro cresce<br />
pouco, mas o potencial<br />
do mercado é grande.<br />
Que o digam duas<br />
redes. Elas ignoram<br />
estatísticas, investem<br />
no setor e vendem<br />
ain<strong>da</strong> mais no Natal<br />
jOãO de fReiTas<br />
No Pão de Açúcar peixes é uma<br />
categoria destino que, no Natal,<br />
tem sua varie<strong>da</strong>de divulga<strong>da</strong> em<br />
tabloides exclusivos
92 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />
peixaria<br />
Dicas práticas<br />
Bacalhau<br />
Mostre ao consuMidor coMo<br />
dessalgar o bacalhau<br />
Há quem não compre bacalhau por considerar complexo<br />
o seu preparo. Uma <strong>da</strong>s maiores fontes de dúvi<strong>da</strong><br />
tem relação com o dessalgue do peixe, processo<br />
que, quando mal executado, prejudica o sabor final do<br />
prato. Boa alternativa para resolver o problema é orientar<br />
o consumidor por meio de comunicação visual na<br />
seção ou mesmo folhetos e tabloides. Aí vão as dicas:<br />
• Para ser dessalgado, o bacalhau precisa ser imerso em<br />
uma vasilha com água dentro <strong>da</strong> geladeira<br />
• As lascas devem ser dessalga<strong>da</strong>s por 6 horas, com uma<br />
troca de água após as três primeiras horas<br />
• Já o bacalhau em postas precisa de 24 horas para ficar livre<br />
do excesso de sal. O melhor a fazer, nesse caso, é trocar<br />
a água a ca<strong>da</strong> seis horas<br />
• Quando as postas são muito grossas, o processo de dessalgue<br />
pode durar 48 horas, com troca de água a ca<strong>da</strong> seis<br />
• A água que sobrar pode ser usa<strong>da</strong> para cozinhar arroz e<br />
batatas, dois ótimos acompanhamentos para o pescado.<br />
É preciso ter cui<strong>da</strong>do, apenas, com o excesso de sal<br />
Confira outras dicas para espalhar pela loja e cativar<br />
os clientes:<br />
• Vai servir bacalhau na ceia Então calcule uma média de<br />
200 gramas por convi<strong>da</strong>do. Mas lembre-se: após dessalgado,<br />
o peixe perde entre 30% e 40% de seu peso<br />
• Quem for congelar o bacalhau, deve fazer isso apenas depois<br />
de o peixe ser dessalgado<br />
• Além de delicioso, o pescado é rico em ômega 3 e vitaminas<br />
A, E, B6 e B12<br />
• Para se livrar do odor de bacalhau que permanece nas<br />
mãos, a dica é utilizar limão<br />
Fonte: Pão de Açúcar<br />
jOãO de fReiTas<br />
conforme conta Pedro Henrique dos Santos Pereira,<br />
diretor de carnes, aves e peixaria <strong>da</strong> empresa.<br />
Segundo ele, o maior poder aquisitivo de<br />
grande parte <strong>da</strong> população tem feito com que<br />
o cardápio <strong>da</strong>s ceias e comemorações do fim de<br />
ano se torne mais variado. Não é à toa que na<br />
pesquisa feita sobre hábitos de consumo no Natal<br />
– veja matéria na edição de setembro –, a intenção<br />
do brasileiro de adquirir "outras" carnes,<br />
entre elas, peixes, subiu de 2%, em 2010, para<br />
13% neste ano. Mas não é só isso. O sucesso <strong>da</strong><br />
peixaria <strong>da</strong>s lojas do Pão de Açúcar não teria sido<br />
conquistado se a empresa aguar<strong>da</strong>sse passivamente<br />
o crescimento na procura. Afinal, <strong>da</strong>dos do Ceagesp<br />
(veja gráfico na próxima página) mostram<br />
que, ao contrário do que acontece nas lojas <strong>da</strong><br />
rede, a comercialização de peixes no Brasil entre<br />
os meses de outubro e dezembro cresceu apenas<br />
2,3% nos últimos quatro anos. Ou seja, deman<strong>da</strong><br />
se cria quando existe potencial de consumo.<br />
ApostA do pão de AçúCAr:<br />
Tabloide só com pescados<br />
No Pão de Açúcar a história é diferente porque o<br />
investimento na peixaria é forte. A empresa é a<br />
terceira maior compradora de bacalhau em todo<br />
o mundo e oferece to<strong>da</strong>s as versões do produto,<br />
com o cui<strong>da</strong>do de disponibilizar folhetos com receitas<br />
em to<strong>da</strong>s as épocas do ano. Mas para que<br />
o impacto sazonal do fim do ano não se restrinja<br />
ao bacalhau, investe em ações relativamente simples<br />
e com resultados comprovados. Uma delas é<br />
distribuir aos consumidores, 20 a 30 dias antes do<br />
Natal, um tabloide exclusivo com todos os pescados<br />
comercializados na loja. Por ele, os clientes<br />
percebem que a varie<strong>da</strong>de é grande e inclui, além<br />
de itens sempre procurados como salmão e camarão,<br />
varie<strong>da</strong>des mais “exóticas” de peixes e frutos<br />
do mar, como vôngole, lagosta, mexilhão, vieiras<br />
e até king crab ou centolla – caranguejo gigante<br />
encontrado em poucas regiões do Pacífico.
94 | Natal | <strong>Supermercado</strong> moderno • OUTUBRO 2011<br />
peixaria<br />
fONTe: CeaGesP<br />
sem se importar<br />
com baixo<br />
consumo de<br />
peixes, Pão de<br />
açúcar e Hippo<br />
faturam bem<br />
com a seção<br />
Ven<strong>da</strong> de peixes em<br />
volume no 4º trimestre<br />
Crescimento entre outubro e<br />
dezembro do ano passado foi só<br />
de 2,3%, mas potencial do<br />
segmento de pescados é grande<br />
10.242<br />
tonela<strong>da</strong>s<br />
10.013<br />
tonela<strong>da</strong>s<br />
2010 2009<br />
A varejista também utiliza a<br />
comunicação visual para informar<br />
que os balcões <strong>da</strong> peixaria<br />
são abastecidos diariamente, o<br />
que aumenta a segurança na hora<br />
<strong>da</strong> compra. A mesma mensagem<br />
orienta o público a consumir filés<br />
e postas até o dia seguinte, e peixes<br />
inteiros, crustáceos e moluscos em<br />
no máximo dois dias.<br />
Há também a preocupação<br />
de disponibilizar<br />
promotores em parceria<br />
com fornecedores. Um<br />
exemplo são as profissionais<br />
que abor<strong>da</strong>m a<br />
clientela para apresentar<br />
o bacalhau já dessalgado,<br />
item com apelo à pratici<strong>da</strong>de<br />
disponível na seção<br />
de congelados. “Eles já representam<br />
18% <strong>da</strong>s nossas ven<strong>da</strong>s<br />
totais de bacalhau”, afirma Pedro<br />
dos Santos Pereira. Nas lojas Pão de Açúcar, é feito<br />
ain<strong>da</strong> um trabalho integrado com os atendentes<br />
de vinho, para sugerir harmonizações com peixes<br />
e frutos do mar (saiba mais no fim desta matéria).<br />
eM sAntA CAtArinA:<br />
Hippo deve vender 15% mais<br />
Consumir pescados é comum durante o ano todo<br />
no Estado de Santa Catarina, porém mesmo por<br />
lá a sazonali<strong>da</strong>de é relevante. Tanto que o Hippo<br />
<strong>Supermercado</strong>s, duas lojas em Florianópolis,<br />
espera elevar em pelo menos 15% as ven<strong>da</strong>s de<br />
pescados neste fim de ano. A bandeira atende,<br />
sobretudo, clientes <strong>da</strong>s classes AB, o que inclui<br />
muita gente preocupa<strong>da</strong> em cultivar uma boa<br />
saúde. Esse, diga-se, é outro apelo importante no<br />
consumo de pescados, algo que pode ser reforçado<br />
na comunicação visual <strong>da</strong> seção, mesmo nas<br />
lojas foca<strong>da</strong>s em outro perfil de público.<br />
Por exigência dos clientes, o Hippo trabalha<br />
tanto com peixe fresco quanto congelado. Neste<br />
último, tem o cui<strong>da</strong>do de antecipar a compra para<br />
não perder ven<strong>da</strong>s na reta final. O supermercado<br />
investe também em atendimento personalizado<br />
para orientar o consumidor na hora <strong>da</strong> compra,<br />
com profissionais <strong>da</strong> própria loja encarregados<br />
de oferecer atendimento atencioso.<br />
Além do bacalhau, filés de salmão, camarão<br />
e kani estão entre os pescados mais vendidos no<br />
supermercado catarinense. Nos últimos anos, porém,<br />
tem crescido muito a procura por linguado e<br />
pelo congrio rosa, peixe muito conhecido na região.<br />
Com operação bem ajusta<strong>da</strong>, Hippo e Pão<br />
de Açúcar não sofrem com o fato de os brasileiros<br />
consumirem, em média, apenas 7 quilos de pescados<br />
ao ano, quando a recomen<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Organização<br />
Mundial de Saúde é de 12 quilos. Mais uma<br />
prova de que há espaço para elevar as ven<strong>da</strong>s de<br />
peixe, principalmente se a seção receber um tratamento<br />
especial. Veja nas próximas páginas ações<br />
que você poderá desenvolver, e potencialize as<br />
ven<strong>da</strong>s como fizeram Pão de Açúcar e Hippo.
96 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />
peixaria<br />
Peixes e vinhos: ótima combinação<br />
O consultor de vinhos<br />
Carlos Cabral mostra<br />
como combinar peixes<br />
com vinhos e alavancar as<br />
ven<strong>da</strong>s dos dois<br />
produtos. Acompanhe.<br />
Pescados combinam apenas com vinho branco. Essa é uma regra<br />
na qual muita gente acredita, mesmo quem não dá importância<br />
para essa história de harmonizar corretamente comi<strong>da</strong> e bebi<strong>da</strong>.<br />
Mas será ver<strong>da</strong>de Carlos Cabral, consultor de vinhos do Pão de Açúcar,<br />
explica que essa é realmente a combinação mais comum. No entanto,<br />
dependendo do molho ou acompanhamento, o especialista faz outras<br />
recomen<strong>da</strong>ções. Cabral é responsável pelo projeto pioneiro de treinar<br />
atendentes de vinho para atuar nas lojas <strong>da</strong> bandeira Pão de Açúcar,<br />
trabalho iniciado há cerca de 10 anos. Informar os clientes é sempre boa<br />
alternativa para elevar as ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> seção e aumentar o tíquete médio<br />
no período. Confira, a seguir, as dicas de harmonização com peixes.:<br />
Bacalhau<br />
A combinação clásica é com o vinho verde<br />
português, sobretudo quando o peixe<br />
é servido assado e sem grandes misturas<br />
de ingredientes no preparo. Quando<br />
o preparo envolve muitos temperos e<br />
acompanhamentos, como ovos, tomate<br />
e cebola, um vinho tinto também pode<br />
cair bem, sobretudo aqueles elaborados<br />
na região portuguesa do Alentejo.<br />
Badejo<br />
O essencial é combinar com uma <strong>da</strong>s<br />
principais uvas brancas: Riesling,<br />
Sauvignon Blanc ou Gewurztraminer.<br />
Quando esse peixe é servido com bastante<br />
molho, a lógica mu<strong>da</strong>, e um vinho<br />
tinto jovem passa a ser a melhor<br />
solução para acompanhá-lo.<br />
Bolinho de Bacalhau<br />
Para acompanhar o delicioso tira-gosto,<br />
não há dúvi<strong>da</strong>s: vá sem medo de<br />
vinho verde português.<br />
jOãO de fReiTas<br />
centolla/King craB<br />
Champagne e espumante brut são as melhores<br />
companhias para degustar o caranguejo gigante,<br />
cuja carne apresenta sabor marcante no começo<br />
e delicado no final. Pelo nível de acidez e por elaborarem<br />
vinhos perfumados, Sauvignon Blanc e<br />
Chardonnay são as uvas recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />
lagosta<br />
Boa companhia ao crustáceo<br />
são os vinhos feitos<br />
a partir de Riesling, Sauvignon<br />
Blanc ou Chenin<br />
Blanc. “No calor, com um<br />
espumante brut Macabeu,<br />
também desce como<br />
refresco”, garante o consultor do Pão de Açúcar.<br />
jOãO de fReiTas
98 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />
peixaria<br />
linguado<br />
Muito consumido no Brasil, o peixe vai bem com<br />
um Chardonnay francês, que é menos frutado em<br />
comparação com o de outros países. Um vinho chileno<br />
feito com a mesma uva e envelhecido em carvalho<br />
é outra opção.<br />
lula/Mexilhão/Polvo/vôngole<br />
Ao servir essas quatro varie<strong>da</strong>des de frutos do mar, Sauvignon<br />
Blanc e Chardonnay leves costumam cair bem.<br />
Paella<br />
Há duas possibili<strong>da</strong>des para harmonizar esse prato espanhol.<br />
Quando a paella é valenciana, aquela que leva<br />
carnes como o frango, a pedi<strong>da</strong> é um tinto elaborado<br />
com a casta Tempranillo. Já a paella feita apenas com<br />
frutos do mar pode ser servi<strong>da</strong> com um espumante seco<br />
feito com uva Macabeu ou vinho branco Chardonnay.<br />
Pintado<br />
Sirva com Sauvignon Blanc ou Riesling, com a ressalva<br />
de que devem estar bem gelados para segurar a<br />
acidez dessa varie<strong>da</strong>de de pescado.<br />
roBalo<br />
Peixe com carne pouco gordurosa, é uma boa companhia<br />
para um vinho branco Chardonnay ou Trebbiano<br />
de origem italiana.<br />
saint Peter<br />
salMão<br />
defuMado<br />
Vinhos brancos elaborados<br />
com as castas Riesling<br />
ou Gewurztraminer fazem<br />
bom par com o salmão. Outra opção considera<strong>da</strong><br />
por Carlos Cabral são os rótulos elaborados com a<br />
varie<strong>da</strong>de Chardonnay.<br />
jOãO de fReiTas<br />
sardinha<br />
Assa<strong>da</strong> na brasa, a sardinha fica ain<strong>da</strong> melhor ao lado<br />
do vinho verde português Trajadura. Quando cozi<strong>da</strong> e<br />
tempera<strong>da</strong>, recomen<strong>da</strong>-se optar por um Chardonnay.<br />
Se for escabeche, a dica é um rótulo envelhecido e com<br />
mais potência para acompanhar o sabor marcante.<br />
sushi<br />
Se a festa de Réveillon vai ter direito à iguaria<br />
oriental, os espumantes brut branco e rosé não fazem<br />
feio, desde que servidos bem gelado.<br />
tiláPia<br />
Vinho verde Trajadura, típico português, acompanha<br />
muito bem esse pescado.<br />
jOãO de fReiTas<br />
jOãO de fReiTas<br />
Peixe cujo consumo registrou<br />
importante crescimento<br />
nos últimos anos, o Saint<br />
Peter cai bem com Riesling<br />
(alemão), Chardonnay e até<br />
mesmo o Riesling Itálico<br />
(brasileiro), cuja acidez é<br />
mais eleva<strong>da</strong>.<br />
M A is i nforMAções:<br />
vieiras<br />
Para não ofuscar o sabor, três vinhos são sugeridos:<br />
Riesling, Gewurztraminer e Sauvignon Blanc. Sm<br />
Ceagesp: www.ceagesp.gov.br<br />
Grupo pão de Açúcar: www.grupopaodeacucar.com.br<br />
Hippo: www.hippo.com.br
100 Natal <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />
Saiba<br />
evitar<br />
furtos<br />
O risco de mercadorias<br />
furta<strong>da</strong>s é maior nos dias<br />
que antecedem o Natal,<br />
mas a solução para o<br />
problema está em<br />
estratégias de longo<br />
prazo. Enten<strong>da</strong>.<br />
O<br />
cliente chegou<br />
ao guar<strong>da</strong>-volume<br />
com uma<br />
caixa cheia de<br />
livros fiscais e<br />
disse ao atendente<br />
que não<br />
poderia deixá-la guar<strong>da</strong><strong>da</strong> por conter<br />
documentos importantes. Confiando<br />
no que dizia o homem de boa aparência,<br />
o funcionário o autorizou a entrar<br />
com a caixa, dentro do carrinho de<br />
compras. Entre uma gôndola e outra,<br />
percebeu-se que não existiam livros no<br />
interior dela e que o fundo era falso, o<br />
que permitia ao consumidor esconder<br />
ali produtos furtados, principalmente<br />
garrafas de uísque. A cena pode parecer<br />
ficção, mas aconteceu de ver<strong>da</strong>de,<br />
| Por Adriana Silvestrini<br />
| adriana.silvestrini@sm.com.br<br />
em uma <strong>da</strong>s 19 lojas <strong>da</strong> rede Rondelli <strong>Supermercado</strong>s,<br />
com sede na Bahia. “Ao verificar a atitude de<br />
má-fé do cliente, os seguranças o abor<strong>da</strong>ram e, na<br />
delegacia, ele confessou que aquela era uma prática<br />
comum para roubar mercadorias nos supermercados”,<br />
conta Antonio José Dorna, diretor operacional<br />
e de expansão do Rondelli.<br />
O problema enfrentado pela varejista, infelizmente,<br />
faz parte <strong>da</strong>s estatísticas que atingem o autosserviço.<br />
Duas pesquisas mostram a dimensão<br />
do que se perde com furtos em geral, prejuízos que<br />
podem aumentar consideravelmente nas semanas<br />
que antecedem o Natal em função do grande número<br />
de pessoas nas lojas. Para se ter uma ideia,<br />
levantamento <strong>da</strong> FIA (Fun<strong>da</strong>ção Instituto de Administração),<br />
liga<strong>da</strong> à Universi<strong>da</strong>de de São Paulo,<br />
indicam que os furtos representam 34,5% de to<strong>da</strong><br />
a per<strong>da</strong> com mercadorias nos super e hipermercados.<br />
Outro estudo, que está saindo do forno neste<br />
mês de outubro, o Barômetro Global de Furtos no<br />
Varejo, do Centro de Pesquisa do Varejo, do Reino<br />
Unido, confirma que o problema ain<strong>da</strong> é grave.<br />
Segundo a pesquisa, patrocina<strong>da</strong> pela Checkpoint<br />
Systems Brasil, fornecedora de soluções de segu-
| 101<br />
rança, as per<strong>da</strong>s no Brasil chegam<br />
a 1,69% <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s empresas<br />
do setor – uma alta de 3 pontos<br />
percentuais em relação a 2010 –,<br />
sendo que furtos realizados por<br />
ladrões de lojas, como aconteceu<br />
com o Rondelli, são 33,2% do valor<br />
total perdido.<br />
itens saZonais<br />
Os mais visados<br />
Assim como acontece nas demais<br />
<strong>da</strong>tas sazonais, o Natal também<br />
tem seus alvos preferidos de furtos.<br />
Nesse período, as mercadorias<br />
mais visa<strong>da</strong>s são as bebi<strong>da</strong>s<br />
comemorativas, como espumante<br />
e uísque. “Notamos também que<br />
acontecem muitas trocas de etiquetas<br />
de preço com a finali<strong>da</strong>de<br />
de a pessoa se beneficiar de alguns<br />
reais”, revela Dorna, do Rondelli.<br />
Outros produtos que merecem<br />
cui<strong>da</strong>dos durante as festas de fim de ano são as carnes<br />
típicas – como peru, chester, pernil, entre outras<br />
–, além de panetones e frutas secas. Segundo Fernando<br />
Sambugaro, diretor de comunicação <strong>da</strong> Gateway<br />
Security, esses itens podem ser escondidos embaixo<br />
de roupas, em sacolas ou bolsas. Além dessas mercadorias,<br />
há um consenso entre supermercadistas<br />
e fabricantes de equipamentos de segurança de que<br />
qualquer produto caro, que seja fácil de esconder e<br />
tenha apelo de reven<strong>da</strong> ou para uso próprio, está na<br />
mira de furtos dentro <strong>da</strong> loja.<br />
o ceNÁrio <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s/furtos No brasiL<br />
No País, os funcionários ain<strong>da</strong><br />
são os principais responsáveis<br />
pelo furto de mercadorias,<br />
seguidos por ladrões<br />
profissionais. Enten<strong>da</strong> mais a<br />
partir dos <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> pesquisa<br />
Barômetro Global de Furtos.<br />
43%<br />
Funcionários<br />
Responsáveis pelas<br />
per<strong>da</strong>s e furtos<br />
16,4%<br />
erro interno<br />
33,2%<br />
ladrões de loja<br />
7,4%<br />
Fornecedor<br />
(vendedor)<br />
DIVULGAÇÃO<br />
Percentual de per<strong>da</strong>s *<br />
(sobre ven<strong>da</strong>s)<br />
N O BRASIL<br />
1,64% 1,69%<br />
N O MUNDO<br />
1,42%<br />
1,49%<br />
2010 2011 2010 2011<br />
Número de ocorrências<br />
identifica<strong>da</strong>s/apreensões<br />
69.889<br />
Total<br />
62.458<br />
Ladrões<br />
de loja<br />
7.431<br />
Funcionários<br />
*A pesquisa tem foco principal em furtos<br />
"Conscientizamos<br />
os funcionários<br />
mais jovens sobre<br />
as consequências<br />
de praticar furtos no<br />
trabalho"<br />
EDSON INÁCIO, CONFIANÇA<br />
seMana Do nataL<br />
É só a ponta do iceberg<br />
Deslocar as câmeras de segurança e funcionários<br />
para seções mais críticas do supermercado no período<br />
de fim de ano é uma alternativa para inibir os<br />
furtos. Mas esse é apenas um paliativo. O problema<br />
precisa ser combatido no dia a<br />
dia. Quem garante é Edson Aparecido<br />
Inácio, coordenador de<br />
prevenção e per<strong>da</strong>s do Confiança<br />
<strong>Supermercado</strong>s, com 9 lojas na<br />
região de Bauru (SP). Segundo
102 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />
furtoS<br />
Fonte: ConSultoreS e FabriCanteS de equipamentoS<br />
8 dicas<br />
para combater furtos<br />
1 Adote uma estratégia de prevenção de furtos para evitar o<br />
problema a longo prazo. É mais indicado do que apenas recorrer<br />
a ações reativas.<br />
2 Treine e qualifique as pessoas. Os funcionários devem estar<br />
motivados e engajados com todo o processo. Assim, eles terão<br />
a confiança <strong>da</strong> empresa e vice-versa.<br />
3 Promova auditorias e crie indicadores de resultados para<br />
medir as ações que estão sendo executa<strong>da</strong>s.<br />
4 É indicado investir também em tecnologia com softwares,<br />
hardwares, sistemas de CFTV (Circuito Fechado de Televisão),<br />
VEM (Vigilância Eletrônica de Mercadoria), sistemas<br />
de identificação de documentos falsos, entre outros.<br />
5 Não é indicado tirar <strong>da</strong>s gôndolas produtos de alto valor<br />
agregado, principalmente bebi<strong>da</strong>s. Com prevenção, é possível<br />
atrair o consumidor com tranquili<strong>da</strong>de até esse produto.<br />
6 Não há per<strong>da</strong> zero e nenhum equipamento é 100% eficaz.<br />
É necessário combinar sistema com pessoas treina<strong>da</strong>s.<br />
7 Lembre-se de que produtos protegidos levam os mal-intencionados<br />
a mu<strong>da</strong>r sua rotina de roubo. Quando entram no supermercado,<br />
fazem avaliação sobre a forma de proteção adota<strong>da</strong>.<br />
8 Uma solução sozinha não vai reduzir furtos. Colocar a<br />
câmera mais potente no teto <strong>da</strong> loja não vai fazer milagre. É<br />
preciso, além disso, cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> retaguar<strong>da</strong> e orientar sobre a<br />
melhor forma de abor<strong>da</strong>r os consumidores.<br />
ele, a prevenção deve ser feita no<br />
ano todo e passa pelo treinamento<br />
<strong>da</strong> equipe e por ações para reduzir<br />
a rotativi<strong>da</strong>de nesse setor.<br />
Para Rodrigo Barros, gerente<br />
de produtos <strong>da</strong> fabricante Plastrom<br />
Sensormatic, o autosserviço<br />
tem evoluído nessa área. “Há três<br />
anos não se viam gestores focados<br />
na área de prevenção de per<strong>da</strong>s e<br />
de furtos, e hoje já se vê”, diz ele.<br />
Apesar disso, outro executivo <strong>da</strong><br />
companhia, Carlos Eduardo Santos,<br />
diretor de soluções, acredita<br />
que algumas empresas do setor<br />
ain<strong>da</strong> não investem em prevenção,<br />
principalmente nos equi-<br />
pamentos, porque têm dificul<strong>da</strong>de em calcular o<br />
retorno do investimento (ROI) devido à falta de<br />
informação. Ou seja, ain<strong>da</strong> há muitos supermercados<br />
que não conseguem identificar quanto e o que<br />
perdem com furtos e demais tipos de per<strong>da</strong>s.<br />
equiPe interna<br />
Ain<strong>da</strong> a principal responsável<br />
por furtos<br />
É justamente essa dificul<strong>da</strong>de dos supermercados<br />
em mensurar o tamanho <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s e suas principais<br />
causas que fazem do Brasil o quinto colocado<br />
no ranking dos países com maiores índices<br />
de per<strong>da</strong>s, com percentual de 1,69% sobre o total<br />
de ven<strong>da</strong>s do setor, segundo a pesquisa Barômetro<br />
Global de Furtos no Varejo, feita em 43 países. Do<br />
Brasil, participaram 40 empresas de varejo. Entre<br />
as redes nacionais, um <strong>da</strong>do continua inalterado:<br />
os funcionários ain<strong>da</strong> são os principais responsáveis<br />
pelos furtos, respondendo por 43% de tudo o<br />
que se perde numa empresa varejista.<br />
Para reduzir a participação de colaboradores<br />
em furtos, a rede Confiança procura conscientizar<br />
a equipe. “Como trabalhamos com uma faixa etária<br />
jovem, muitos deles ain<strong>da</strong> não têm noção <strong>da</strong>s<br />
consequências de um furto praticado no local de<br />
trabalho. Passamos noções de todos os riscos profissionais<br />
e familiares que esse ato pode causar”,<br />
afirma Inácio, coordenador do Confiança.<br />
Esse é o tipo de iniciativa que o supermercadista<br />
pode começar a adotar desde já. Mas, seja como<br />
for, não há dúvi<strong>da</strong> que o combate às per<strong>da</strong>s precisa<br />
acontecer todos os dias, do momento em que a loja<br />
é aberta até a hora em que é fecha<strong>da</strong>. Para isso,<br />
Gustavo Velehov, <strong>da</strong> Checkpoint, tem uma dica:<br />
apostar em três ferramentas preciosas: equipamentos,<br />
pessoas e procedimentos.<br />
Sm<br />
Mais inforM ações:<br />
Checkpoint systems Brasil: (11) 5078-2333<br />
Confiança supermercado: 0800-131331<br />
Gateway security: (11) 3732-6626<br />
Plastrom sensormatic: (11) 4166-4400<br />
rondelli supermercados: (73) 3511-2000
105 Natal <strong>Supermercado</strong> moderno • OUTUBRO 2011<br />
| Por Adriana Silvestrini<br />
| adriana.silvestrini@sm.com.br<br />
Imprevistos na loja<br />
Sufoco e emoção<br />
Dia 24 de dezembro, fim de expediente, portas<br />
fecha<strong>da</strong>s. Todo mundo ansioso para<br />
voltar para casa, quando (problema, problema)<br />
uma cliente entra aflita: a ceia que<br />
tinha encomen<strong>da</strong>do na loja concorrente<br />
não havia sido entregue. Ela precisava,<br />
PRECISAVA de uma ceia. Os funcionários<br />
viram as costas e despacham a cliente infiel Não. Nunca. Correm<br />
para a área de preparo do restaurante e criam uma saborosa<br />
e diverti<strong>da</strong> ceia. O caso é ver<strong>da</strong>deiro, aconteceu em uma <strong>da</strong>s lojas<br />
do Pão de Açúcar do Distrito Federal. E, assim como este episódio,<br />
muitos outros têm ocorrido em supermercados de todo o Brasil<br />
na época do Natal. Histórias de imprevistos, que provocam susto,<br />
inquietação e até raiva, mas também incentivam os profissionais<br />
do varejo do jeitinho que eles gostam: com muitos desafios e muita<br />
vontade de acertar. Ou seja, não basta encarar a correria <strong>da</strong>s festas,<br />
a reposição frenética, o consumidor impaciente, o importante é<br />
encerrar o dia com tudo bem resolvido. SM publica aqui quatro<br />
histórias saborosas que alarmaram<br />
os funcionários, mas foram enfrenta<strong>da</strong>s<br />
com atitude e emoção.<br />
To<strong>da</strong>s com final feliz.<br />
ceIa<br />
de última hora<br />
Imagine um açougue<br />
desfalcado de pessoal no<br />
dia 24 de dezembro.<br />
Imagine um Papai Noel<br />
que simplesmente não<br />
aparece no dia<br />
combinado. E imagine<br />
ain<strong>da</strong> encontrar uma<br />
carta triste de uma<br />
criança carente (e<br />
faminta). São os<br />
imprevistos de fim de ano<br />
que o varejo enfrenta<br />
com muita (muita)<br />
vontade de <strong>da</strong>r certo.<br />
“A cliente que chegou desespera<strong>da</strong><br />
à loja do Pão de Açúcar<br />
era d. Ângela. Ela tinha convi<strong>da</strong>do<br />
parentes e amigos para a<br />
ceia de Natal e não sabia o que<br />
fazer”, conta Ana Maria Zei<strong>da</strong>n
106 | Natal | <strong>Supermercado</strong> moderno • OUTUBRO 2011<br />
HISTÓrIaS<br />
Ataíde, operadora líder <strong>da</strong> rede<br />
em Águas Claras (DF). “Estava<br />
tão nervosa, que ficava resmungando<br />
de um caixa para outro,<br />
implorando por uma solução. Na<br />
hora reuni os colegas e disparei:<br />
Pessoal, aperta o botão do Papai<br />
Noel, porque ain<strong>da</strong> há muito o<br />
que fazer hoje. Foi interessante.<br />
Combinamos de preparar a ceia<br />
de maneira rápi<strong>da</strong>, bem feita e<br />
sem estresse. Curiosamente foi<br />
surgindo, sem na<strong>da</strong> combinado,<br />
um bem-humorado código natalino,<br />
inventado por nós à medi<strong>da</strong><br />
que trabalhávamos. Era como se<br />
tudo estivesse sendo preparado<br />
dentro <strong>da</strong> casa do Papai Noel. De<br />
início, avisei, empostando a voz:<br />
Papai Noel pronto para a tarefa!<br />
Duendes auxiliares… a<br />
postos Todos responderam<br />
juntos: “Siiim!” Claro que<br />
alguém teve a ideia de colocar<br />
uma música natalina<br />
para animar o ambiente e<br />
eu fui logo avisando: “Alguém<br />
escreveu uma cartinha<br />
aqui pedindo um<br />
chester, ho, ho, ho!”. Essa<br />
foi a senha para que<br />
um dos duendes<br />
<strong>da</strong> equipe<br />
descongelasse<br />
o produto em<br />
água fervente.<br />
Ouviu-se, então,<br />
uma voz: Atenção!<br />
A rena do trenó empacou!<br />
Era alguém<br />
que não sabia que<br />
temperos usar na<br />
ave. Um outro duende<br />
(o Carlão), que até então tinha se limitado a<br />
observar o corre-corre, se apresentou para pegar<br />
os ingredientes e seguir na empreita<strong>da</strong>. Em pouco<br />
tempo, o chester já estava assando no forno. “Vamos<br />
lá, senhores, preciso pôr tudo no trenó antes <strong>da</strong><br />
meia-noite. Que tal um lombo e um salmão, hein”<br />
A dona Ângela, antes tensa e preocupa<strong>da</strong>, relaxava<br />
e se divertia com as brincadeiras, enquanto aceitava<br />
as sugestões <strong>da</strong> intrépi<strong>da</strong> turma. Tínhamos um<br />
arroz já pronto, e ela concordou em enriquecê-lo<br />
com amêndoas, passas e <strong>da</strong>mascos. Ain<strong>da</strong> tivemos<br />
o cui<strong>da</strong>do de emprestar algumas peças de louça <strong>da</strong><br />
rotisseria para compor a ceia. Quando a d. Ângela<br />
viu todos os pratos prontinhos e no jeito para<br />
levar para casa, ficou comovi<strong>da</strong>. Tive, então, uma<br />
ideia. Pedi a ela que agradecesse no mesmo tom <strong>da</strong><br />
brincadeira. Ela pensou e arriscou: “Vocês tiraram<br />
o Papai Noel que estava entalado na chaminé <strong>da</strong><br />
minha casa”. Foi uma explosão de gargalha<strong>da</strong>s e um<br />
pré-Natal feliz”.<br />
carTa para o<br />
bom velhinho<br />
Em novembro de 2010, uma colaboradora estava<br />
organizando os produtos na perfumaria quando<br />
encontrou uma carta endereça<strong>da</strong> à rede onde trabalhava,<br />
a paulista Russi. A carta, de uma criança<br />
de 7 anos, era destina<strong>da</strong> ao Papai Noel. Ela contava<br />
que a mãe era faxineira e estava desemprega<strong>da</strong> e<br />
que o pai trabalhava como pintor autônomo e com<br />
frequência ficava sem qualquer ren<strong>da</strong>. Na cartinha,<br />
pedia alimentos como macarrão instantâneo “Miojo”,<br />
“Danoninho”, “Biscoito Club Social”, produtos<br />
que seus pais não podiam comprar.<br />
“Não demorou muito, a notícia <strong>da</strong> carta se espalhou<br />
entre os colaboradores”, conta Rita Húngaro,<br />
atendente promocional de uma <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des. “E,<br />
rapi<strong>da</strong>mente, eles se mobilizaram para transformar<br />
o Natal <strong>da</strong>quela criança. Todos contribuíram com<br />
valores de R$ 2,00 a R$ 20,00, arreca<strong>da</strong>ndo R$
| 107<br />
600,00. Com o dinheiro, montaram<br />
uma cesta com produtos de primeira<br />
necessi<strong>da</strong>de, uma outra com os produtos<br />
pedidos e ain<strong>da</strong> uma terceira<br />
só com frutas. Além <strong>da</strong>s cestas, o<br />
pessoal comprou três bonecas, sendo<br />
uma para a autora <strong>da</strong> cartinha e<br />
outras duas para as irmãs. A equipe<br />
convidou então os pais e as<br />
crianças para visitarem a loja<br />
e os surpreendeu com os presentes.<br />
“Todos participaram<br />
e foi uma emoção enorme. A<br />
família adorou a surpresa e ca<strong>da</strong><br />
funcionário se sentiu premiado<br />
pela própria atitude. Aliás, bem condizente<br />
com o espírito natalino”, comemora<br />
Rita.<br />
papaI noeL maGro<br />
vindo do céu<br />
Quando a loja Futurama do bairro de Santo Amaro,<br />
em São Paulo, foi inaugura<strong>da</strong>, an<strong>da</strong>va meio devagar<br />
nas ven<strong>da</strong>s, apesar do esforço e <strong>da</strong>s iniciativas do então<br />
gerente Antonio Ferreira de Souza. “Fazíamos<br />
de tudo para atrair clientes, mas estava difícil”, relembra<br />
Souza. “Como estávamos próximos do Natal,<br />
inventei de trazer um Papai Noel em grande estilo,<br />
descendo de um helicóptero, carregado de presentes.<br />
No dia marcado, dezenas de crianças e adultos<br />
se amontoavam na frente <strong>da</strong> loja, ansiosas pelo espetáculo.<br />
Estava tudo saindo conforme planejado,<br />
quando fui avisado que o Papai Noel simplesmente<br />
não ia aparecer. Imediatamente chamei um conhecido<br />
que tinha o apelido de Grilo, por ser muito magro.<br />
Ele topou na hora e correu para o local onde o<br />
helicóptero esperava para decolar. Na pressa, Grilo<br />
vestiu a roupa do Papai Noel mas nem teve tempo<br />
de improvisar uma barriga. O helicóptero saiu com<br />
o Papai Noel magrinho e seguiu até a loja. Quando<br />
estava sobrevoando a região, fui<br />
avisando que o local não estava<br />
liberado para a desci<strong>da</strong><br />
do Papai Noel. Imagine<br />
eu recebendo aquela<br />
informação rodeado<br />
por centenas de<br />
crianças gritando,<br />
felizes <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />
Tive que pensar<br />
rápido. Lembreime<br />
de um estacionamento<br />
vazio<br />
do outro lado<br />
<strong>da</strong> rua <strong>da</strong> loja e<br />
não tive dúvi<strong>da</strong>:<br />
autorizei a desci<strong>da</strong><br />
do helicóptero<br />
no local e imediatamente<br />
me<br />
defrontei com outro<br />
problema: como<br />
deslocar as crianças até<br />
lá Sem pestanejar, parei o<br />
trânsito em plena Aveni<strong>da</strong> Adolfo<br />
Pinheiro e atravessei todo mundo.<br />
O helicóptero pousou e o Papai<br />
Noéis desembarcou com todos os<br />
presentes. Anima<strong>da</strong>s, as crianças<br />
comentaram que o velhinho era<br />
muito magro e começaram a rir<br />
dele. Fiquei um pouco desapontado,<br />
mas no final deu tudo certo.<br />
As crianças se divertiram, os pais<br />
ficaram contentes e, coincidência<br />
ou não, vencemos a resistência<br />
dos consumidores à nova loja. E<br />
começamos a vender mais. Isso<br />
aconteceu há oito anos. Desde<br />
então, na<strong>da</strong> de helicópteros e de<br />
Papais Noel, sejam gordinhos e<br />
barrigudos ou magros como um<br />
faquir”, comenta Souza.
108 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />
HISTÓrIaS<br />
ImprovIso<br />
(bem-sucedIdo)<br />
no açougue<br />
“Todos sabemos que um dos setores<br />
mais exigentes no Natal é<br />
o açougue. O volume de peças<br />
se multiplica, o movimento de<br />
consumidores cresce exponencialmente<br />
e o atendimento tem<br />
de ser rápido e eficiente,” afirma<br />
Cássio Roberto Reis, gerente <strong>da</strong><br />
filial 53, do Supper Rissul, do<br />
Rio Grande do Sul. “Pois bem,<br />
lembra ele, naquele dia 24 de dezembro<br />
de 2010, deveríamos ter<br />
nove funcionários trabalhando<br />
no departamento. Não foi o que<br />
aconteceu. Compareceram (pasmem!)<br />
apenas três profissionais:<br />
o encarregado, uma funcionária<br />
com uma semana de loja e outra<br />
recém-saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> fiambreria. E o<br />
açougue não é uma área que absorve<br />
facilmente pessoas de outros<br />
setores. Afinal, não dá para<br />
colocar um empacotador para<br />
serrar costela. Ele não tem conhecimento<br />
técnico de cortes, não sabe o que é dianteira,<br />
não conhece facas, serra-fita. Diante<br />
dessa situação, pensei: e agora, o que<br />
faço Chamei, então, o colega A<strong>da</strong>ir e fiz<br />
a seguinte pergunta: “Você conhece carne”<br />
Ele respondeu timi<strong>da</strong>mente: “só no<br />
prato”. Já era um começo. Peguei um avental,<br />
touca e boné, convoquei-o para atender<br />
no balcão e expliquei: se não conhecer algum<br />
tipo carne, pergunta para mim ou para o encarregado,<br />
vai <strong>da</strong>r tudo certo. Lá foi o A<strong>da</strong>ir<br />
para a árdua tarefa ao lado <strong>da</strong>s duas moças<br />
no atendimento. O encarregado foi para a<br />
serra e eu, virei “servente” transportando costelas<br />
e chuletas para a área de preparo e motivando<br />
a equipe novata sem parar. A ca<strong>da</strong> costela serra<strong>da</strong>,<br />
eu vibrava, afinal o açougue abria uma fila de<br />
mais de 50 pessoas. To<strong>da</strong>s atrás <strong>da</strong>s carnes para a<br />
ceia. Nas pequenas pausas eu ia para o lado de fora<br />
do balcão e perguntava a ca<strong>da</strong> cliente se ele estava<br />
sendo bem atendido. Coloquei minha cara “a tapa”.<br />
Mas, para minha surpresa, todos, absolutamente<br />
todos, estavam achando o atendimento ágil e cortês.<br />
“Esse rapaz sempre atende bem”, disse-me um<br />
deles, referindo-se ao A<strong>da</strong>ir, um chefe de loja, improvisado<br />
de balconista, que jamais havia atendido<br />
no açougue. Ao final do dia, todos exaustos, o resultado:<br />
vendemos muito e percebemos que a meta<br />
do açougue tinha sido supera<strong>da</strong> em 23%. Foi uma<br />
alegria geral! Fizemos com quatro profissionais o<br />
que talvez não fizéssemos com nove, nem com 12.<br />
Com a loja fecha<strong>da</strong>, estouramos uma champanhe<br />
e brin<strong>da</strong>mos o nosso surpreendente dia 24 de dezembro.<br />
A vitória pessoal foi como um presente<br />
para nós mesmos. Se eu toparia outro desafio desse<br />
porte Toparia, claro! Mas prefiro que não aconteça<br />
mais”, conclui rindo o vitorioso Reis.<br />
Sm<br />
m a I s Informações:<br />
futurama: (11) 3825-9946<br />
pão de açúcar: www.grupopaodeacucar.com.br<br />
supper rissul: www.supperrissul.com.br<br />
russi: www.supermercadosrussi.com.br
110 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OutubrO 2011<br />
cenas do varejo<br />
Pizza ao gosto do freguês<br />
Em sua mais nova loja, inaugura<strong>da</strong> em julho na ci<strong>da</strong>de do<br />
rio de Janeiro (rJ), o prezunic realiza uma ação promocional,<br />
de tempos em tempos, na qual o cliente escolhe os sabores<br />
<strong>da</strong> sua própria pizza. um funcionário faz a montagem na<br />
hora de acordo com o pedido do consumidor. chegando em<br />
casa, é só levar a pizza ao forno. Quando realiza<strong>da</strong>, a ação<br />
eleva as ven<strong>da</strong>s do produto em cinco vezes o volume normal.<br />
divulgaçãO<br />
EnviE uma foto curiosa do passado ou prEsEntE para o E-mail: vivianE.sousa@sm.com.br<br />
sm sElEcionará as mElhorEs.