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Fazer Download da Edição - Supermercado Moderno

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3 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

carta ao leitor<br />

Quem bate um papo<br />

informal com supermercadistas<br />

logo<br />

se surpreende: boa<br />

parte deles já foi son<strong>da</strong><strong>da</strong> ou recebeu<br />

uma proposta concreta de<br />

compra. Pelas conversas, parece<br />

que o mercado está vivendo<br />

uma nova tempora<strong>da</strong> de aquisições.<br />

algumas confirmações de<br />

fato pipocam aqui e ali, mas não<br />

muitas. intriga<strong>da</strong>, a editora alessandra<br />

Morita começou a investigar<br />

esse boom de transações<br />

não realiza<strong>da</strong>s e descobriu, 16<br />

entrevistas depois, que as empresas<br />

têm interesse, sim, em crescer<br />

com aquisições (até porque é um<br />

meio de permanecer no mercado<br />

e aumentar lucros), mas os preços<br />

an<strong>da</strong>m proibitivos. alessandra falou<br />

com varejistas e consultores,<br />

desenhou o cenário com as possíveis<br />

saí<strong>da</strong>s e listou as 53 empresas<br />

mais cota<strong>da</strong>s no mercado de aquisições,<br />

além <strong>da</strong>s redes em condi-<br />

Sheila hiSSa<br />

editora executiva<br />

sheila.hissa@sm.com.br<br />

SuaS empreSaS<br />

eStão <strong>da</strong>ndo o que falar<br />

Veja 53 empresas mais cota<strong>da</strong>s<br />

no mercado de aquisições<br />

ções de abocanhar algumas delas.<br />

É uma matéria que vai ajudá-lo a<br />

entender o desequilíbrio entre a<br />

oferta e a procura. Mas não paramos<br />

aí. Para estimular sua leitura,<br />

a repórter Viviane Sousa foi entender<br />

como funciona o departamento<br />

de trade marketing do Pão<br />

de açúcar, o primeiro do autosserviço<br />

alimentar. ao contrário<br />

do que muitos pensam, ele não é<br />

conflitante com o trade marketing<br />

<strong>da</strong> indústria – na ver<strong>da</strong>de viabiliza<br />

ações mais assertivas e benéficas<br />

para os resultados. a nossa segun<strong>da</strong><br />

ro<strong>da</strong><strong>da</strong> de reportagens sobre o<br />

Natal também está bem quente.<br />

Traz uma pesquisa sobre<br />

o que o consumidor NÃO<br />

gosta na lojas durante as<br />

festas e reportagens sobre<br />

como explorar melhor duas<br />

seções que bombam no período:<br />

açougue e peixaria. Você encontra<br />

ain<strong>da</strong> uma matéria sobre furtos,<br />

que se agrava no fim de ano,<br />

e outra sobre imprevistos nas lojas<br />

às vésperas do Natal. histórias<br />

engraça<strong>da</strong>s e comoventes que reproduzem<br />

o espírito do varejista:<br />

suor, emoção e resultados.<br />

SUPERMERCADO MODERNO<br />

Proprie<strong>da</strong>de de Publicar Mídias Especializa<strong>da</strong>s Lt<strong>da</strong>.<br />

presidência do Grupo<br />

Robert Macody Lund<br />

Publicar Mídias EsPEcializa<strong>da</strong>s lt<strong>da</strong><br />

diretoria<br />

Telefone (11) 3327-4504<br />

Diretor executivo Sergio L. A. <strong>da</strong> Veiga Oliveira<br />

Diretor Mauricio Pacheco<br />

eDitor emérito Valdir Orsetti<br />

conselho executivo<br />

Lauricéia Tavares Bernardino, Mário Nazar<br />

Mauricio Pacheco, Robert Macody Lund,<br />

Sergio L. A. <strong>da</strong> Veiga Oliveira<br />

re<strong>da</strong>ção<br />

Telefone (11) 3327-4514 / e-mail: re<strong>da</strong>cao@sm.com.br<br />

eDitora executiva Sheila Hissa<br />

eDitora-assistente Alessandra Morita<br />

repórteres Adriana Silvestrini, Fernando Salles e Viviane Sousa<br />

estagiária Marcela Della Villa<br />

colaboradores<br />

Diretor De arte e projeto gráfico Alberto Mateus<br />

Diagramação e proDução Crayon Editorial<br />

capa Blu Comunicação Integra<strong>da</strong><br />

fotos João de Freitas<br />

conselho editorial<br />

Bruno Abrantes (Floresta), Carlos Fernandes (Walmart), Celso Furtado<br />

(Coop), Eduardo Adrião (GPA), Flavio Almei<strong>da</strong> (Villarreal), Gabriel Pedreira<br />

(Futurama), José Ricardo Scheurer (Son<strong>da</strong>), Lucas Nassar (Mambo),<br />

Marcio do Valle (Coop), Rubens Kuriyama(Ricoy)<br />

ASSINATURA Sueli Simão (11) 3327-4522 • sueli.simao@sm.com.br<br />

MARKETING ANUNCIANTE Camila Siqueira (11) 3327-4512<br />

• camila.siqueira@sm.com.br<br />

EvENToS Renata Franzini (11) 3327-4463 • renata.franzini@sm.com.br<br />

poRTAl SM Renato Fonseca (11) 3327-4511 • renato.fonseca@sm.com.br<br />

pUBlICIDADE<br />

Telefone (11) 3327-4516 / e-mail: supermercadomoderno@sm.com.br<br />

ApoIo A vENDAS Carla Morais (11) 3327-4505<br />

Gerentes de ven<strong>da</strong>s<br />

Marcelo Luz e Silva (11) 3327-4507 • marcelo.luz@sm.com.br<br />

Gerentes de Contas<br />

Adriana Damião (11)3327-4570 • adriana.<strong>da</strong>miao@sm.com.br<br />

Alexandre Niccolai (11) 3327-4520 • alexandre.niccolai@sm.com.br<br />

Fernando Fernandes (11) 3327-4623 • fernando.fernandes@sm.com.br<br />

Van<strong>da</strong> Mae<strong>da</strong> (11) 3327-4555 • van<strong>da</strong>.mae<strong>da</strong>@sm.com.br<br />

REpRESENTANTES<br />

SÃO PAULO<br />

Ação Representação Com. S/C Lt<strong>da</strong>.: Rua Brigadeiro Tobias, 356,<br />

10º an<strong>da</strong>r, sl. 104-C, 01032-901, São Paulo, SP. Tel./fax (11) 3313-1433.<br />

E-mail: vanderacao@terra.com.br<br />

RIO DE JANEIRO (RJ) e ESPÍRITO SANTO (ES)<br />

Grupo RioBrasil: Av. Dom Hélder Câmara, 10, 136/201, 21380-003,<br />

Rio de Janeiro, RJ. Tel. (21) 2599-8969.<br />

E-mail: riobrasil@gruporiobrasil.com.br<br />

CURITIBA (PR)<br />

Spala Marketing e Representações: R. Conselheiro Laurindo, 825, cjto 704, 80060-<br />

100, Curitiba, PR. Tel./fax (41) 3027-5565. E-mail: gilberto@spalamkt.com.br<br />

PORTO ALEGRE (RS)<br />

In Trade Comunicação Dirigi<strong>da</strong>: Av. do Forte, 1.278, sala 406, V. Ipiranga, 91360-<br />

001, Porto Alegre, RS. Tel./fax (51) 3737-5177. E-mail:cesar.intrade@globo.com<br />

MINAS GERAIS (MG)<br />

SBF Representações Comunicação Propagan<strong>da</strong> e Marketing Lt<strong>da</strong>:<br />

Av. Getúlio Vargas, 1.300 - sala 1704 - Savassi - 30112-021, Belo Horizonte, MG.<br />

Tel. (31) 2125-2900. E-mail: sbfaria@sbfpublici<strong>da</strong>de.com.br<br />

ou cibelle@sbfpublici<strong>da</strong>de.com.br<br />

para obter informações e solicitar serviços<br />

Fax (11) 3228 - 9333 - Site www.sm.com.br<br />

<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong>: R. Brigadeiro Tobias, 356, 3º an<strong>da</strong>r, CEP 01032-901.<br />

São Paulo, SP. Tel. (11) 3327-4400. C. Postal 3349 - 01060-970.<br />

<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong> é envia<strong>da</strong> mensalmente a executivos, proprietários, compradores,<br />

gerentes e encarregados <strong>da</strong>s principais lojas de autosserviço, lojas de conveniência, atacados e<br />

cooperativas responsáveis por 80% do volume de ven<strong>da</strong>s do setor. Coordenador de Produção - Denise<br />

Spedo Maciel (11) 3327- 4569. Distribuição: DTD Distribuição e Courier Lt<strong>da</strong>. Não autorizamos<br />

pessoa alguma a oferecer assinaturas. Se for procurado por alguém, denuncie-o às autori<strong>da</strong>des.<br />

<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong> não aceita matérias pagas no espaço editorial. Proibi<strong>da</strong> reprodução<br />

total ou parcial sem autorização dos editores. Registro de Publicação assentado no ca<strong>da</strong>stro<br />

<strong>da</strong> Divisão de Censura de Diversões Públicas, D.P.F., nº 275.P209/73. Impresso por Oceano<br />

Indústria Gráfica e Editora Lt<strong>da</strong> - Rua Osasco nº 644 - Cajamar/SP<br />

Este produto é<br />

impresso na Oceano,<br />

utilizamos papel com<br />

certificado FSC que<br />

garante o manejo<br />

florestal responsável.<br />

Trabalhamos<br />

comprometidos com<br />

o meio ambiente e<br />

temos uma ótima<br />

impressão do futuro.


ANO 42 | N º 10 • OUTUBRO 2011<br />

C A P A<br />

27<br />

Aquisições estão<br />

mais difíceis<br />

57<br />

PÃES<br />

Versões com grãos<br />

puxam crescimento<br />

<strong>da</strong> categoria<br />

SEÇÕES<br />

CARTA AO LEITOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3<br />

SM RESPONDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6<br />

VOCÊ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11<br />

PORTAL SM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12<br />

PONTO DE VENDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14<br />

MEGAMERCADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50<br />

NOVOS PRODUTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67<br />

CENAS DO VAREJO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106<br />

CAPA<br />

AQUISIÇÕES DIFÍCEIS<br />

Conheça as 53 empresas mais bem cota<strong>da</strong>s para compra . . . . 27<br />

SETOR<br />

TRADE MARKETING NO VAREJO<br />

O bom exemplo do Pão de Açúcar pode ser seguido . . . . . . . . . . . . 19<br />

ESTRATÉGIA<br />

CLASSES CD<br />

Consumidores emergentes têm R$ 1 trilhão para gastar . . . . . . . 41<br />

CATEGORIA<br />

PÃO NOSSO DE CADA DIA<br />

Versões saudáveis respondem por 30% <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s de pães .57<br />

NATAL<br />

TUDO O QUE O CLIENTE NÃO QUER<br />

Atendimento ruim, filas e falta de produtos e marcas . . . . . . . . 69<br />

AÇOUGUE: APOSTE NO CHURRASCO<br />

Esses cortes são opção de 25% dos consumidores . . . . . . . . . . . . . 81<br />

DICAS PARA A PEIXARIA<br />

Ven<strong>da</strong> mais: sugestões de harmonização com vinhos . . . . . . . . . 89<br />

FURTOS CRESCEM NO PERÍODO<br />

Itens mais visados e ideias para diminuir o problema . . . . . . . . . 96<br />

HISTÓRIAS DE NATAL<br />

Imprevistos e emoções vivenciados pelos varejistas . . . . . . . . . . . 101


6 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

sm responde<br />

Faça Sua pergunta<br />

• viviane.sousa@sm.com.br<br />

para manipular alimentos,<br />

a loja precisa ter técnico<br />

em segurança alimentar<br />

Quem dita as regras<br />

quanto à segurança alimentar<br />

marcoS rocha, departamento comercial,<br />

empório Vilela, Viçosa (mG)<br />

SM Estabelecimentos que vendem e manipulam alimentos são<br />

obrigados a seguir as normas de segurança alimentar federais,<br />

instituí<strong>da</strong>s pela Resolução nº 216 <strong>da</strong> Anvisa (Agência de Vigilância<br />

Sanitária), além de regras estaduais e municipais. As normativas<br />

regionais costumam ser diferentes. “Por isso, as redes com lojas<br />

em vários distritos devem ficar atentas”, alerta a Bio Nutry,<br />

consultoria em segurança alimentar.<br />

As fiscalizações ficam a cargo dos Estados e municípios por<br />

meio <strong>da</strong>s Vigilâncias Sanitárias, <strong>da</strong>s Delegacias de Saúde Pública<br />

e <strong>da</strong>s Covisas (Coordenação de Vigilância em Saúde). As punições para os que infringem as normativas variam entre advertências,<br />

multas, interdição, apreensão de mercadorias e equipamentos. O responsável só é detido quando em seu estabelecimento são<br />

flagrados problemas considerados de elevado grau de risco à saúde e ao bem-estar dos consumidores.<br />

As regras <strong>da</strong> Anvisa determinam que, para manipular alimentos perecíveis, os estabelecimentos precisam ter um responsável<br />

técnico em segurança alimentar, um nutricionista ou veterinário, este último no caso de alimentos de origem animal. Se a loja for<br />

microempresa, o proprietário pode fazer um curso técnico de boas práticas, ministrado gratuitamente por algumas prefeituras. Desta<br />

forma, ele se torna responsável pelo cumprimento <strong>da</strong>s normativas de segurança alimentar.<br />

Mais inforMações: Anvisa: portal.anvisa.gov.br • Bio Nutry: www.bionutry.com.br<br />

Edição dE Julho 2011:<br />

Alguns esclarecimentos sobre a matéria Dois (bons) programas de fideli<strong>da</strong>de, publica<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> p. 97. Ao contrário do que publicamos, o<br />

nome correto do programa, que, na ver<strong>da</strong>de é <strong>da</strong> bandeira Pão de Açúcar e não do Grupo, é Pão de Açúcar Mais (ou Programa Mais). O Cartão<br />

Mais, citado na reportagem, não existe desde 2008. O software utilizado para apurar <strong>da</strong>dos dos consumidores não é de frente de caixa. A<br />

Dunnhumby não participou <strong>da</strong> reestruturação do Mais, o que ocorreu dois anos antes <strong>da</strong> associação <strong>da</strong> rede com a empresa. Os 11 segmentos<br />

de clientes citados na reportagem foram desenvolvidos internamente, ou seja, também nesse caso não houve interferência <strong>da</strong> Dunnhumby.<br />

A informação sobre os resultados obtidos com o novo modelo do programa, de ter contribuído com 12 pontos percentuais na taxa de crescimento<br />

<strong>da</strong> rede, também está equivoca<strong>da</strong>.<br />

Top FivE 2011/2012<br />

Informamos que, nas páginas 213 e 217 (categorias vinho branco importado e vinho tinto importado, respectivamente), foi publicado equivoca<strong>da</strong>mente<br />

o site <strong>da</strong> fornecedora VCT Brasil. Na ver<strong>da</strong>de, a página <strong>da</strong> empresa na internet ain<strong>da</strong> está em construção.


11 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

você<br />

Por<br />

VALORIZANDO O PROFISSIONAL DO VAREJO<br />

De atendente<br />

a líder respeita<strong>da</strong><br />

Viviane Sousa |<br />

viviane.sousa@sm.com.br |<br />

I<br />

bra <strong>da</strong> Silva chamou a atenção<br />

de seus superiores logo que foi<br />

contrata<strong>da</strong> para ser atendente<br />

na cafeteria de uma <strong>da</strong>s lojas <strong>da</strong> rede<br />

Pato Branco, em Vilhena (RO).<br />

Ela tinha 35 anos e se destacou pela<br />

determinação em garantir bom<br />

atendimento, por ter espírito de<br />

equipe e postura de líder. Tanto que<br />

não demorou para ser promovi<strong>da</strong><br />

a encarrega<strong>da</strong> <strong>da</strong> área.<br />

“Foi uma surpresa, topei na hora”,<br />

diz. Mas o desafio seria enorme.<br />

“No começo foi muito difícil,<br />

principalmente porque a equipe<br />

não me via como chefe e não me<br />

respeitava. A coisa ficou feia e as<br />

ven<strong>da</strong>s caíram”, lembra. Preocupa<strong>da</strong>,<br />

tornou-se autoritária e chegou<br />

a man<strong>da</strong>r alguns funcionários para<br />

levar advertência no RH.<br />

A história só mudou quando<br />

Ibra decidiu participar de cursos e<br />

palestras de liderança pagos pela<br />

empresa. Na sala de aula, percebeu<br />

que tinha vocação para chefiar,<br />

mas não sabia como fazer. “Fui instruí<strong>da</strong><br />

a elogiar mais em vez de só<br />

dIvulgAção<br />

apontar erros. Vi que precisava respeitar<br />

para ser respeita<strong>da</strong>, ouvir para<br />

ser ouvi<strong>da</strong>”, resume. “A partir<br />

<strong>da</strong>í, não dei mais bronca em subordinado<br />

na frente de outros. Quando<br />

preciso pegar no pé, chamo para<br />

uma conversa reserva<strong>da</strong>”, diz.<br />

Conversas com uma psicóloga<br />

contrata<strong>da</strong> pelo Pato Branco para<br />

apoiar os funcionários a aju<strong>da</strong>ram<br />

a se sentir segura. “Ela ensinou como<br />

impor minha posição sem arrogância”,<br />

conta. Hoje, a relação<br />

Após participar de cursos de liderança, Ibra <strong>da</strong><br />

Silva aprimorou seu relacionamento com a<br />

equipe e hoje comemora bons resultados<br />

Ibra <strong>da</strong><br />

SIlva –<br />

encarrega<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

cafeterias <strong>da</strong> rede<br />

Pato Branco, em<br />

Rondônia<br />

com a equipe é tão boa, que funcionários<br />

com problemas em outras<br />

áreas são transferidos para a<br />

cafeteria, e, sob comando de Ibra,<br />

melhoram a postura no trabalho.<br />

Com motivação, o atendimento<br />

melhorou. “A equipe está mais participativa,<br />

sugere dicas para o cardápio<br />

e as receitas”, afirma Ibra, que<br />

hoje responde pelas três cafeterias<br />

e pelas lojas de conveniência <strong>da</strong> rede.<br />

Como boa líder, ouve tudo e<br />

implanta o que considera importante.<br />

Nos últimos anos, sua área<br />

bateu to<strong>da</strong>s as metas de ven<strong>da</strong>s. “O<br />

próximo passo é criar um sistema<br />

de recompensa para motivar ain<strong>da</strong><br />

mais a equipe”, adianta.<br />

Sm


12 | SUPERMERCADO MODERNO • OUTUBRO 2011<br />

Novas<br />

informações<br />

todos os dias<br />

no portal sm<br />

sm.com.br<br />

Com este código, você entra direto no site de SM. Basta acessar pelo celular<br />

o www.phdmobi.com, baixar o leitor de taggs, abrir o aplicativo e, com a câmera<br />

fotográfica do aparelho, mirar ou tirar foto <strong>da</strong> imagem.<br />

Notícias<br />

mais li<strong>da</strong>s<br />

Saiba quais foram as<br />

matérias mais acessa<strong>da</strong>s<br />

em setembro<br />

1 ª Carrefour fecha cinco lojas<br />

de hipermercados<br />

2 ª Pepsi não consegue<br />

atender deman<strong>da</strong><br />

de promoção em<br />

supermercados<br />

3 ª Ambev decide<br />

distribuir 60 mil latas<br />

de refrigerantes<br />

4 ª Walmart admite<br />

problemas no Brasil<br />

5 ª Rede mineira DMA interessa<br />

a Walmart e Cencosud<br />

SM RESPONDE<br />

Qualquer dúvi<strong>da</strong><br />

que você tenha<br />

sobre o seu negócio<br />

pode nos perguntar.<br />

A editoria SM<br />

Responde existe<br />

para esclarecer suas<br />

questões. Participe.<br />

SUPERMERCADO MODERNO<br />

EM TABLET<br />

Se você tem um tablet já pode<br />

acessar pela App Store ou Android<br />

as edições de SM de agosto e<br />

setembro gratuitamente. Até o fim<br />

do mês poderá baixar também o<br />

anuário especial Top Five.<br />

ÁREAS LÍDERES<br />

EM CONSULTAS<br />

Confira as cinco áreas do site que<br />

foram mais pesquisa<strong>da</strong>s no mês<br />

passado<br />

1 ª Últimas<br />

notícias<br />

ENQUETE<br />

Você acredita que o consumidor,<br />

em breve, passará<br />

a fazer compras nos<br />

supermercados substituindo<br />

o carrinho pelo celular<br />

2 ª Estratégia<br />

3 ª SM<br />

Responde<br />

4 ª Ponto de<br />

Ven<strong>da</strong>s<br />

5 ª Recursos<br />

Humanos<br />

52%<br />

Sim<br />

48%<br />

Não<br />

LOJAS<br />

Que tal tornar a sua loja<br />

ain<strong>da</strong> mais eficiente,<br />

inovadora e atraente aos<br />

consumidores Para isso,<br />

confira as várias dicas<br />

divulga<strong>da</strong>s na seção Lojas.


14 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

ponto ven<strong>da</strong><br />

de<br />

Atacarejo do Zona Sul cresce 7% por mês<br />

Inaugurado em março do ano passado, o Mega Box, bandeira de<br />

atacarejo <strong>da</strong> rede carioca Zona Sul, tem apresentado uma taxa de<br />

crescimento mensal de 7% e faturamento que já passa dos R$ 6<br />

milhões. Inicialmente, a ideia era abrir uma loja <strong>da</strong> marca a ca<strong>da</strong> ano,<br />

mas esse plano só vai acontecer a partir de 2012. Durante o primeiro<br />

ano de funcionamento, o Mega Box sofreu algumas a<strong>da</strong>ptações.<br />

“Tivemos um aprendizado muito grande com o início dessa operação.<br />

Começamos com um mix que não era o ideal e tivemos de promover<br />

ajustes. Hoje, o sortimento está 98% a<strong>da</strong>ptado ao perfil do público”,<br />

afirma Fortunato Leta, presidente <strong>da</strong> empresa. O atacarejo, junto com a abertura de mais duas lojas Zona<br />

Sul, deverão contribuir para que a rede fature neste ano R$ 1,050 bilhão, contra R$ 904 milhões de 2010.<br />

Atualmente, a empresa conta com 33 uni<strong>da</strong>des. pV<br />

divulgação<br />

Software aju<strong>da</strong> a controlar acordoS comercIaIS<br />

o SupplIer BIllIng é uma solução <strong>da</strong> Itim, empresa de origem inglesa. O programa faz uma simulação <strong>da</strong><br />

negociação de compra entre varejo e indústria com to<strong>da</strong>s as variáveis até a conclusão do processo. A solução<br />

compara o valor total de mercadorias bonifica<strong>da</strong>s e acor<strong>da</strong><strong>da</strong>s com o que é recebido periodicamente. Assim, a<br />

rede pode saber o que entrou em seus estoques, evitando divergências de balanço. As soluções <strong>da</strong> empresa são<br />

indica<strong>da</strong>s para empresas com faturamento acima de R$ 300 milhões/ano. Informações: sales_br@itim.com pV


| 15<br />

divulgação<br />

SIStema por<br />

voz agIlIza<br />

Separação<br />

de produtoS<br />

a Seal eStá<br />

dIvulgando um<br />

sistema que pode<br />

tornar a separação<br />

de mercadorias<br />

mais rápi<strong>da</strong>. Em<br />

vez de o operador ter um coletor de <strong>da</strong>dos ou uma<br />

planilha com as instruções sobre o que precisa ser<br />

separado, ele ouve as tarefas que precisa executar e<br />

confirma, também falando, se elas foram realiza<strong>da</strong>s.<br />

A solução é composta basicamente por um terminal<br />

portátil (coletor de <strong>da</strong>dos), um fone de ouvido e um<br />

software de integração com o WMS – aplicativo de<br />

gestão específico para depósitos. O sistema interpreta<br />

a voz humana, interage com <strong>da</strong>dos do WMS e retorna<br />

instruções que podem ser ouvi<strong>da</strong>s pelo funcionário.<br />

Com essa solução, o processo de separação é 35%<br />

mais rápido do que quando feito com coletores<br />

convencionais. Informações: www.seal.com.br pV<br />

ItenS complementareS no<br />

meIo <strong>da</strong> gôndola de vInhoS<br />

ImagIne uma gôndola de ponta a ponta no corredor<br />

de vinhos. E imagine agora separar três módulos<br />

bem no meio dessa gôndola para expor produtos<br />

complementares <strong>da</strong> bebi<strong>da</strong>, como massas, molhos,<br />

queijos e azeites. Tudo isso, claro, rodeado por vinhos<br />

brasileiros e de todos os cantos do mundo. Essa<br />

exposição está disponível em uma <strong>da</strong>s lojas <strong>da</strong> rede<br />

Prezunic, do Rio de Janeiro, 31 uni<strong>da</strong>des. A ideia é<br />

estimular a compra por impulso. pV<br />

arquivo sm


19 Setor <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

Por Viviane Sousa | viviane.sousa@sm.com.br<br />

Vantagens do<br />

trade marketing<br />

O Grupo Pão de Açúcar<br />

é um dos primeiros no<br />

Brasil a criar seu<br />

próprio setor de trade<br />

marketing – um<br />

departamento que,<br />

até agora, só a<br />

indústria tinha. A<br />

tendência é que outras<br />

redes de autosserviço<br />

sigam esse exemplo.<br />

Enten<strong>da</strong> por que e veja<br />

como isso pode mexer<br />

com sua empresa<br />

no varejo<br />

Aumentar o tíquete médio e a rentabili<strong>da</strong>de<br />

era um dos desafios do Grupo Pão de Açúcar<br />

(GPA) quando decidiu investir num projeto<br />

para deixar o checkstand <strong>da</strong> bandeira<br />

Extra Hiper mais estratégico. A ideia era explorar<br />

uma área bastante favorável à compra<br />

por impulso. Entre fim de 2009 e começo de<br />

2010 foi <strong>da</strong>do o primeiro passo. A empresa firmou parceria com<br />

joão freitas


20 Setor <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

um fornecedor, que disponibilizou<br />

uma pesquisa detalha<strong>da</strong> sobre<br />

o comportamento do público<br />

nos checkstands. O estudo revelou<br />

que os produtos capazes de<br />

garantir sensação de recompensa<br />

e aqueles que costumam ser esquecidos,<br />

como fósforos e isqueiros,<br />

têm melhor saí<strong>da</strong> quando<br />

expostos nas regiões próximas<br />

aos checkouts. Outra constatação<br />

foi de que o ideal é padronizar a<br />

exposição nesses equipamentos<br />

para facilitar a visualização. Essas<br />

informações levaram<br />

o Grupo a remodelar as<br />

áreas de checkstand de<br />

cerca de 20 lojas do Extra<br />

Hiper. O trabalho é<br />

especial não apenas pelo<br />

aumento de ven<strong>da</strong>s que<br />

garantiu ao GPA, mas<br />

principalmente porque foi realizado<br />

pelo departamento de trade<br />

marketing <strong>da</strong> própria companhia.<br />

É isso mesmo: há quatro anos, a<br />

empresa decidiu criar sua própria<br />

área de trade com o objetivo<br />

de otimizar os resultados<br />

de ações nas lojas. A ideia<br />

é somar esforços com<br />

o trade marketing <strong>da</strong><br />

indústria e não substituí-lo.<br />

Para se ter<br />

uma ideia de como<br />

o trabalho do novo<br />

departamento pode<br />

o novo setor deve implantar projetos de<br />

exposição de produtos, merchandising e<br />

promoção, preços e gestão de categorias<br />

mu<strong>da</strong>r a vi<strong>da</strong> dos supermercados, os checkstands<br />

do Extra passaram a oferecer – além de itens como<br />

balas, chicletes e biscoitos – produtos de higiene<br />

pessoal, como loções, aparelhos de barbear, escovas<br />

de dentes, antissépticos bucais, pilhas, revistas<br />

e itens sazonais, além de lançamentos.<br />

A organização dos produtos nos expositores também<br />

passou a ser feita por segmentos, além de ser<br />

sinaliza<strong>da</strong>. Já a exposição dos produtos que ficam<br />

nas pontas tem formato de pirâmide. Antes do projeto,<br />

as mercadorias eram escolhi<strong>da</strong>s aleatoriamente<br />

e ca<strong>da</strong> fornecedor tinha seu expositor. O sucesso foi<br />

tanto que, há poucos meses, o Grupo decidiu fazer o<br />

mesmo trabalho em uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> rede Pão de Açúcar,<br />

levando em consideração o perfil do público.<br />

No Brasil, iniciativas como a do GPA ain<strong>da</strong> engatinham.<br />

A empresa é uma <strong>da</strong>s únicas do setor<br />

a contar com uma equipe especializa<strong>da</strong> em trade<br />

marketing. Já no exterior, a estratégia é comum.<br />

Segundo Simone Terra, consultora de varejo, a tendência<br />

é que aos poucos a implementação <strong>da</strong> área<br />

no varejo ganhe força no País. Entre os benefícios<br />

para o autosserviço estão a melhor comunicação<br />

com a indústria para organização de ações no PDV,<br />

o que inclui projetos de exposição de produtos,<br />

merchandising e promoção, além de estratégias de<br />

preço e, até mesmo, de gestão por categorias.<br />

Parceria com a indústria<br />

sozinho é mais difícil o trade <strong>da</strong>r certo<br />

Para simone terra, com<br />

o trade marketing o<br />

varejo implementa melhor<br />

as ações <strong>da</strong> indústria<br />

Até agora, o departamento comercial do varejo tem<br />

sido o responsável por atender a área de trade marketing<br />

<strong>da</strong> indústria. “O problema é que ambos não<br />

falam a mesma língua”, diz Maurício de Almei<strong>da</strong><br />

divulgação


22 Setor <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

Com o trade no varejo,<br />

fica fácil a troca de<br />

<strong>da</strong>dos com a indústria<br />

Prado, sócio e diretor executivo <strong>da</strong><br />

agência de comunicação Plano1. “O<br />

pessoal de compras pensa bem mais<br />

nas negociações de mercadorias do<br />

que em estratégias<br />

Pequenos suPermercados<br />

Podem ter um trade marketing<br />

Uma boa estrutura de trade marketing exige investimentos que<br />

podem ser impeditivos para o pequeno varejo. Se esse for o seu<br />

caso, não desanime. Para Marcelo Heibrich, presidente <strong>da</strong> Ponto de<br />

Criação, os pequenos podem incentivar a área comercial a ter uma<br />

cultura de trade marketing. “Os compradores precisam entender que<br />

parte de sua função é negociar com a indústria boas campanhas<br />

de marketing. "Afinal, as ven<strong>da</strong>s não são feitas apenas de preços<br />

baixos, mas principalmente de ações de marketing de impacto”, diz.<br />

Para ele, tudo é uma questão de cultura, não de tamanho.<br />

para aumentar ven<strong>da</strong>s<br />

nas lojas”, completa.<br />

À medi<strong>da</strong> que o novo<br />

modelo for adotado<br />

pelo autosserviço, as<br />

duas áreas de trade passarão a compartilhar<br />

informações. Isso permitirá<br />

aos supermercados ter maior conhecimento<br />

sobre o que funciona ou não<br />

em suas lojas, podendo recusar ações<br />

que não gerem bons resultados. Já o<br />

fabricante conseguirá implementar<br />

ações que nem sempre são compreendi<strong>da</strong>s<br />

pela área comercial <strong>da</strong>s lojas.<br />

Para Prado, o trabalho em parceria<br />

com a indústria é inevitável, pois<br />

os supermercados trabalham com um<br />

grande número de categorias. “Seria<br />

impossível para uma empresa varejista<br />

investir em pesquisas de apoio ao<br />

trade marketing. Ela teria de conhecer<br />

o desempenho de item por item, e o<br />

comportamento do shopper", avalia.<br />

É por essa razão que o Pão de Açúcar<br />

procura trabalhar com os fornecedores<br />

em seus projetos de trade marketing.<br />

Eles entram com estudos e <strong>da</strong>dos sobre<br />

o comportamento de compras do shopper,<br />

como ocorreu no caso dos checkstands. Se a<br />

rede tivesse comprado uma pesquisa, como a<br />

que foi disponibiliza<strong>da</strong>, o custo teria sido muito<br />

elevado. Em contraparti<strong>da</strong>, a varejista dispõe<br />

de informações estratégicas, como as melhores<br />

áreas para negociação com os fornecedores.<br />

“O importante é que os dois setores trabalhem<br />

juntos e troquem ‘figurinhas’ para desenvolver<br />

ações que façam diferença no PDV”, destaca<br />

Marlety Gübel, diretora executiva <strong>da</strong> Via Ven<strong>da</strong>s,<br />

consultoria de estratégia comercial.<br />

definição de PaPéis<br />

É importante não ter sobreposição de tarefas<br />

A criação de um departamento de trade marketing<br />

exige que o varejista defina claramente<br />

os papéis do próprio setor, além <strong>da</strong> área comercial.<br />

No GPA, o trade é quem se ocupa <strong>da</strong>s<br />

ações mais elabora<strong>da</strong>s, enquanto compras se<br />

responsabiliza por ilhas e pontos extras, além,<br />

é claro, <strong>da</strong>s negociações.<br />

O Grupo também entendeu que era preciso<br />

contar com pessoal qualificado para o novo<br />

departamento e contratou um profissional <strong>da</strong><br />

indústria para iniciar o projeto. Para Marcelo<br />

Heibrich, presidente <strong>da</strong> Ponto de Criação,<br />

agência de comunicação integra<strong>da</strong>, essa foi<br />

uma boa decisão. Ele recomen<strong>da</strong> às redes interessa<strong>da</strong>s<br />

em criar seu próprio trade seguir o<br />

exemplo. “Num primeiro momento, não será<br />

necessário investir em capacitação. O profissional<br />

<strong>da</strong> indústria pode treinar a equipe, que<br />

pode ser forma<strong>da</strong> por funcionários de outros<br />

departamentos”, explica. "Com o tempo convém<br />

investir em cursos específicos."<br />

Já o tamanho do time depende do volume de<br />

atribuições. No GPA, há cerca de 20 profissionais<br />

divididos entre a central, que fica em São<br />

Paulo, e algumas filiais regionais, que a<strong>da</strong>ptam<br />

as ações conforme os costumes locais. A equi-


24 Setor <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

indústria aProva iniciativa do varejo<br />

Alguns fabricantes veem com bons olhos a criação do trade marketing pelas<br />

empresas de super e hipermercados. Eles acreditam que o departamento será seu<br />

interlocutor dentro <strong>da</strong>s lojas, sendo responsável por entender e aju<strong>da</strong>r na aprovação e<br />

implantação de projetos. Para Hugues Godefroy, diretor comercial <strong>da</strong> Sara Lee (na foto),<br />

um dos grandes benefícios é o fim dos conflitos de interesse entre a área comercial <strong>da</strong>s<br />

redes e o trade marketing <strong>da</strong> indústria.<br />

joão freitas<br />

“Teremos um melhor alinhamento de ideias e objetivos e evitaremos problemas, como<br />

a canibalização de uma marca devido a uma ação mal pensa<strong>da</strong> no PDV”, diz Godefroy.<br />

Ain<strong>da</strong> segundo ele, uma boa equipe de trade dentro do varejo pode impedir que<br />

fornecedores “espertinhos” empurrem todos os seus SKUs, empacando produtos nas<br />

prateleiras e gerando estoque desnecessário.<br />

Ricardo Selmi, presidente <strong>da</strong> Selmi, dona <strong>da</strong> marca de biscoitos e massas Renata, acredita<br />

ain<strong>da</strong> que o trade marketing no varejo vai aju<strong>da</strong>r a melhorar a competitivi<strong>da</strong>de entre as<br />

lojas. “Juntos, conseguiremos desenvolver ferramentas que estimularão as compras no<br />

ponto de ven<strong>da</strong>. Isso é muito importante, porque boa parte <strong>da</strong>s decisões de compra<br />

do shopper acontece dentro <strong>da</strong>s lojas”, afirma. “Mesmo com tanta informação sobre a<br />

importância de ações estratégicas no PDV, às vezes nos deparamos com supermercadistas<br />

que barram ações de marketing. Com o trade, isso tende a desaparecer”, observa.<br />

pe também é dividi<strong>da</strong> por tipo de<br />

produto. Há aqueles que cui<strong>da</strong>m<br />

apenas de alimentos e outros de<br />

não alimentos. Segundo Esmeral<strong>da</strong><br />

Queiroz, uma <strong>da</strong>s coordenadoras<br />

do trade marketing do<br />

GPA, o departamento atende as<br />

bandeiras Pão de Açúcar e Extra.<br />

Ficam de fora Assaí, Casas Bahia<br />

e Ponto Frio. “Fazemos as ações<br />

conforme o perfil dos shoppers<br />

de ca<strong>da</strong> bandeira”, diz.<br />

o trade marketing tem de interagir<br />

com as áreas comercial, financeira,<br />

operacional e marketing<br />

Os profissionais do Grupo<br />

Pão de Açúcar li<strong>da</strong>m diretamente<br />

com os responsáveis por ca<strong>da</strong><br />

bandeira para entender o público<br />

e conhecer o layout <strong>da</strong>s lojas.<br />

A equipe mantém ain<strong>da</strong> contato com outras áreas.<br />

Uma delas é a comercial. Quando o trade marketing<br />

decide, por exemplo, realizar uma campanha<br />

ampla, cabe ao setor de compras negociar preços e<br />

condições melhores com os fornecedores. Outros<br />

departamentos que exigem contato constante são<br />

os de marketing e operacional, para desenvolver e<br />

executar as ações, e o de finanças, para conseguir<br />

verbas e viabilizá-las.<br />

O Grupo Pão de Açúcar, portanto, tem apostado<br />

no novo departamento para não desperdiçar<br />

nenhum centavo com ações ineficientes. Já a indústria<br />

está gostando <strong>da</strong> experiência, pois valoriza seus<br />

investimentos em ações.<br />

A iniciativa exige recursos, mas também garante<br />

retorno. Embora o Pão de Açúcar prefira não revelar<br />

números, o fato é que o modelo já foi assimilado<br />

pela organização. A pergunta agora é: e a sua empresa<br />

Vai testar o trade marketing<br />

Sm<br />

Mais i nforM ações:<br />

GPa: www.gpa.com.br<br />

Plano 1: www.plano1.com.br<br />

Ponto de Criação: 11 2196-4700<br />

simone Terra: www.sterra.com.br<br />

Via Ven<strong>da</strong>s: www.viaven<strong>da</strong>s.com.br


27 Capa SuPerMercado <strong>Moderno</strong> • ouTubro 2011<br />

aquisições<br />

estão mais difíceis<br />

| Por Alessandra Morita<br />

| alessandra.morita@sm.com.br<br />

O<br />

empresário Djalma Faria<br />

Cintra é dono <strong>da</strong> rede<br />

Bonanza, de Pernambuco.<br />

Segundo ele, sua empresa<br />

é constantemente assedia<strong>da</strong><br />

por grandes redes que<br />

desejam comprá ‐la. “Eu<br />

corto a conversa pela raiz. Não estou interessado<br />

em vender”, diz ele. Para Cintra, a Bonanza atrai<br />

porque atua num mercado em ascensão – o nordestino<br />

– e tem lojas bem localiza<strong>da</strong>s em ci<strong>da</strong>des<br />

promissoras, como Caruaru e Garanhuns.<br />

Por que ele não vende Porque só a divisão de<br />

varejo alimentar, que inclui 18 supermercados<br />

e um atacarejo, deve faturar R$ 400 milhões<br />

neste ano, 35,5% mais do que em 2010. Além<br />

disso, seus três filhos são diretores <strong>da</strong> empresa e um<br />

neto, de 23 anos, está começando a ser preparado para<br />

trabalhar na companhia. A ideia é que a empresa continue<br />

prosperando, mas nas mãos <strong>da</strong> família.<br />

Outra rede nordestina, a Cardoso, localiza<strong>da</strong> em<br />

Jequié, na Bahia, também foi assedia<strong>da</strong> por uma empresa<br />

de grande porte: a Cencosud, dona do GBarbosa<br />

e do Bretas e quarta maior do setor. Só que depois<br />

de um ano de conversas, o empresário Márcio Cardoso,<br />

em acordo com sua família, também dona do<br />

empreendimento, decidiu arren<strong>da</strong>r as três lojas para a<br />

gigante chilena. “Não tivemos problemas financeiros<br />

ou de posicionamento, mas sentíamos dificul<strong>da</strong>de de<br />

Todo mundo está de olho em todo<br />

mundo. Propostas são feitas, mas as<br />

aquisições não se concretizam. Uma<br />

<strong>da</strong>s razões é o alto preço dos<br />

negócios. Isso dificultará, mas não<br />

impedirá novas compras, até porque<br />

há 53 redes bem cota<strong>da</strong>s no mercado<br />

de aquisições. Veja quais são.


28 | Capa | SuPerMercado <strong>Moderno</strong> • ouTubro 2011<br />

aquiSiçõeS<br />

“Vendemos a<br />

empresa porque<br />

seria difícil ter<br />

acesso a recursos<br />

para acelerar a<br />

expansão <strong>da</strong> rede”<br />

MÁRCIO CARDOSO,<br />

SUPERMERCADOS CARDOSO<br />

DIVuLGAÇÃo<br />

DIVuLGAÇÃo<br />

conseguir recursos para acelerar<br />

o crescimento <strong>da</strong> empresa. Não<br />

alcançávamos a escala necessária<br />

para concorrer com a chega<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong>s grandes redes na região”, afirma<br />

Cardoso. “O processo emocional<br />

foi forte, mas concluímos<br />

que era uma boa alternativa para<br />

todos, inclusive para os colaboradores,<br />

que terão oportuni<strong>da</strong>de de<br />

crescimento ao trabalhar numa<br />

multinacional”, completa.<br />

As histórias acima reproduzem<br />

bem os dois lados do atual<br />

momento de fusões e aquisições<br />

no setor supermercadista. Um<br />

cenário complexo. Ain<strong>da</strong> existem<br />

várias redes interessantes no<br />

mercado – empresas que atuam<br />

em regiões em expansão ou<br />

atendem nichos específicos<br />

capazes de complementar a<br />

atuação de potenciais compradores.<br />

Mas essas redes ou estão menos acessíveis,<br />

sobretudo porque ficaram mais caras, ou enfrentam<br />

compradores calejados, que no passado<br />

fizeram aquisições ruins e no presente não querem<br />

cometer o mesmo erro. Soma‐se a esse cenário a<br />

situação difícil de alguns compradores tradicionais,<br />

como a rede Carrefour. A empresa, que, em vários<br />

momentos, adquiriu inúmeras companhias – a<br />

mais recente, o bem‐sucedido Atacadão –, agora<br />

está mais para rede a ser vendi<strong>da</strong>. Sobram Pão de<br />

Açúcar e Walmart – a primeira ain<strong>da</strong> se recuperando<br />

do desgaste com a sócia Casino, causado pela<br />

tentativa de fusão com o Carrefour, e a segun<strong>da</strong>,<br />

ain<strong>da</strong> em fase de implementação de sua estratégia<br />

de Preço Baixo Todo Dia no País. Apesar disso, as<br />

três players impõem respeito às varejistas do exterior<br />

que olham o Brasil com muito interesse.<br />

Como se vê, o movimento pró‐aquisições atual<br />

tem ingredientes para apimentar a competitivi<strong>da</strong>de<br />

do setor nos próximos<br />

anos. Mas<br />

“Quando me<br />

apresentam<br />

uma proposta de<br />

compra, corto a<br />

conversa pela raiz.<br />

não me interesso<br />

em vender.”<br />

DJALMA FARIA CINTRA,<br />

BONANZA<br />

uma coisa é certa:<br />

é mais difícil hoje<br />

colocar as mãos<br />

em boas oportuni<strong>da</strong>des<br />

do que no<br />

fim <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de<br />

1990 e início dos<br />

anos 2000. Isso<br />

não significa que<br />

as negociações estejam<br />

congela<strong>da</strong>s.<br />

Ao contrário, elas<br />

acontecem a todo<br />

momento. O difícil é<br />

concretizá‐las. Um dos<br />

motivos é a precarie<strong>da</strong>de<br />

de ofertas. Os melhores negócios já aconteceram.<br />

Sobraram menos empresas em condições<br />

de garantir ganhos de escala significativa. “Um<br />

bom negócio é aquele que traz maior capaci‐


30 | Capa | SuPerMercado <strong>Moderno</strong> • ouTubro 2011<br />

aquiSiçõeS<br />

JoÃo DE FrEITAS<br />

“os interessados<br />

em aquisições<br />

precisam pagar<br />

um ‘prêmio’<br />

alto pelas<br />

melhores redes”<br />

ROBERTO LEUZINGER,<br />

BOOZ & COMPANY<br />

<strong>da</strong>de de negociação, mas também<br />

de logística, marketing e mídia”,<br />

afirma Roberto Leuzinger, vice‐<br />

‐presidente <strong>da</strong> área de bens de<br />

consumo e varejo <strong>da</strong> consultoria<br />

Booz & Company.<br />

Como se sabe, os alvos mais<br />

interessantes são as redes regionais.<br />

Boa parte delas elevou<br />

a eficiência operacional<br />

e de gestão e possui marca<br />

forte, além de lojas com boa<br />

localização. Algumas são líderes<br />

de mercado.<br />

“Ou seja, elas representam<br />

as melhores oportuni<strong>da</strong>des<br />

de aquisição<br />

e se tornaram por isso<br />

mais caras”, explica Leuzinger.<br />

Acrescente ao<br />

mérito <strong>da</strong>s redes o aumento<br />

<strong>da</strong> ren<strong>da</strong> e, consequentemente,<br />

do consumo.<br />

O resultado são<br />

ven<strong>da</strong>s maiores do que<br />

no passado, o que também<br />

implica mais fermento<br />

no preço. “Hoje<br />

os interessados em ir às<br />

compras precisam pagar<br />

um ‘prêmio’ alto pelas<br />

empresas”, acrescenta o<br />

executivo <strong>da</strong> Booz.<br />

Em outras palavras,<br />

para vender um negócio<br />

bom e em expansão,<br />

o supermercadista<br />

quer receber<br />

bem mais do que fatura.<br />

Segundo o 40º Ranking de<br />

<strong>Supermercado</strong>s de SM, 13 empresas<br />

com ven<strong>da</strong>s entre R$ 455<br />

milhões e R$ 3,5 bilhões – to<strong>da</strong>s<br />

Hoje, as famílias só<br />

se desfazem de seus<br />

supermercados se estiverem<br />

em situação financeira ruim<br />

com perfil regionalizado –, cresceram 23,3% em<br />

termos reais em 2010, contra 7,5% <strong>da</strong>s três gigantes<br />

do setor – Carrefour, Pão de Açúcar e Walmart.<br />

Juntas, as regionais somaram uma receita de na<strong>da</strong><br />

menos de R$ 18,6 bilhões. É uma fatia tentadora<br />

do bolo supermercadista. Mas, se não bastassem<br />

as regras do mercado – desequilíbrio entre oferta e<br />

procura –, os potenciais<br />

compradores<br />

têm de enfrentar<br />

o apego<br />

dos donos às suas<br />

empresas. Das 13<br />

regionais “tentadoras”,<br />

apenas duas não são familiares. As restantes<br />

só entram fácil num processo de ven<strong>da</strong> se estiverem<br />

em uma situação financeira ruim ou se receberem<br />

uma proposta espetacular, bem superior ao<br />

que vale a companhia”, diz Antônio Sá, professor de<br />

pós ‐graduação <strong>da</strong> Faap (Fun<strong>da</strong>ção Armando Álvares<br />

Penteado). Ari Kertesz, sócio <strong>da</strong> consultoria<br />

McKinsey, explica também que hoje boa parte <strong>da</strong>s<br />

redes familiares consegue operar com crescimento<br />

em ‘mesmas lojas’, o que garante sua permanência<br />

no mercado de maneira competitiva, e descarta a<br />

necessi<strong>da</strong>de de passar o negócio para a frente. De<br />

acordo com a pesquisa de SM publica<strong>da</strong> no 40º<br />

Ranking de <strong>Supermercado</strong>s, 56 empresas com faturamento<br />

anual acima de R$ 10 milhões registraram<br />

crescimento real de 10% no ano passado com igual<br />

número de filiais de 2009. No levantamento anterior,<br />

43 redes conseguiram esse feito – 13 a menos<br />

do que em 2010.<br />

“Ficou realmente caro comprar empresas brasileiras”,<br />

afirma Horst Paulmann, presidente fun<strong>da</strong>dor<br />

do grupo chileno Cencosud, dono <strong>da</strong>s bandeiras<br />

GBarbosa e Bretas. “Nosso crescimento será<br />

principalmente orgânico. É mais vantajoso hoje<br />

construir as próprias lojas do que ir às compras.<br />

Aquisições não estão descarta<strong>da</strong>s, mas só ocorrerão<br />

se a oportuni<strong>da</strong>de for muito interessante”,<br />

acrescentou em entrevista recente.<br />

Não é difícil reconhecer os melhores alvos de


32 | Capa | SuPerMercado <strong>Moderno</strong> • ouTubro 2011<br />

aquiSiçõeS<br />

Veja as<br />

empresas que<br />

podem ser alvo<br />

de aquisições<br />

Empresas com faturamento/m 2 superior a R$ 20 mil/<br />

ano tendem a ser mais lucrativas e, por essa razão,<br />

transformam ‐se em objeto de desejo. Mas, bem<br />

opera<strong>da</strong>s e com lucro alto, o preço costuma ser salgado.<br />

aquisições. Basta analisar o ranking de faturamento do setor,<br />

por Estado ou região, e reconhecer as redes com elevado índice<br />

de ven<strong>da</strong>s por metro quadrado. Elas são mais lucrativas. Para<br />

Kertesz, <strong>da</strong> Mckinsey, empresas com ven<strong>da</strong>s/m 2 acima de R$ 20<br />

mil são as mais atraentes (veja abaixo), enquanto as que ficam<br />

entre R$ 15 mil e R$ 20 mil/ano apresentam resultado mediano.<br />

Estas podem representar boa oportuni<strong>da</strong>de se a empresa<br />

compradora tiver espaço para ampliar esse valor até a faixa<br />

mais produtiva. Isso é possível, por exemplo, com os<br />

chamados ganhos de sinergia ou de eficiência – operacional,<br />

logística, comercial e de gestão.<br />

Luiz Silveira, diretor <strong>da</strong> Apsis, consultoria especializa<strong>da</strong><br />

em avaliação de empresas e marcas,<br />

acredita que também começam a ser cobiça‐<br />

eMPreSaS eSTado Ven<strong>da</strong>S/r$ nº LoJaS<br />

Área<br />

Ven<strong>da</strong>S/M²<br />

cHecKouTS<br />

FaTuraMenTo/r$<br />

L. S. GUARATO MG 47.490 1 1.900 24 90.230.489<br />

SUPERMERCADO ILHA DA PRINCESA SP 38.360 1 750 12 28.769.861<br />

SUPERMERCADO REAL DE ITAIPU RJ 36.954 4 2.900 45 107.166.986<br />

ANDORINHA SUPERMERCADO SP 36.892 1 7.000 84 258.246.612<br />

ORGANIZAÇÃO VERDEMAR MG 35.398 6 7.765 80 274.863.187<br />

PREZUNIC COMERCIAL RJ 34.927 30 70.119 777 2.449.062.246<br />

SUPERMERCADO NOVA EUROPA MG 34.090 1 700 9 23.863.286<br />

ZEBU CARNES SUPERMERCADOS MG 33.859 3 1.250 21 42.323.402<br />

FORMOSA SUPERMERCADO E MAGAZINE PA 33.455 2 12.000 89 401.458.600<br />

JAD ZOGHEIB E CIA. SP 31.094 7 14.430 134 448.685.404<br />

SUPERMERCADO ZONA SUL RJ 30.912 33 29.248 274 904.106.065<br />

L. F. GODOY & CIA. SP 30.278 1 900 11 27.250.000<br />

SUPERMERCADO NORDESTÃO RN 29.780 7 18.135 169 540.068.302<br />

CATRICALA & CIA. SP 29.226 7 8.150 109 238.195.335<br />

SUPERMERCADO PALOMAX SP 28.224 4 3.200 40 90.317.141<br />

ENXUTO SUPERMERCADOS SP 27.884 5 9.980 102 278.279.587<br />

PATREZÃO HIPERMERCADOS SP 27.078 4 8.500 78 230.159.224<br />

R D COMERCIAL BA 26.448 1 1.600 21 42.317.562<br />

MERCADINHO FARIAS PB 26.239 4 4.050 53 106.266.830<br />

M. A. SILVA & SILVA AP 25.206 4 3.450 39 86.962.224<br />

CENTER SHOP COM. IMP. EXP RS 25.025 5 3.480 49 87.085.773<br />

MARANHÃO ATACADO SP 24.631 3 3.810 38 93.844.591<br />

LÍDER SUPERMERCADOS E MAGAZINE PA 24.613 14 52.397 453 1.289.628.430<br />

SUPERMERCADO VIANENSE RJ 24.598 17 13.864 232 341.030.931<br />

SUPERMERCADO BIG BOM SP 24.382 2 5.000 46 121.908.466<br />

SUPERMERCADO DALPIAZ RS 24.183 4 1.672 21 40.433.863<br />

ÂNCORA DISTRIBUIDORA CE 24.095 7 9.082 121 218.830.453


| 33<br />

<strong>da</strong>s redes com 5 a 10 lojas. “Muitas já têm uma boa<br />

marca e não exigem investimento elevado”, diz.<br />

Para se tornar alvo de aquisição, contudo, além<br />

de uma operação eficiente, é preciso ter uma marca<br />

respeita<strong>da</strong> e com força em relação à concorrência,<br />

além de contar com um mercado de consumo vibrante.<br />

É preciso também haver uma boa organização<br />

interna. Quem explica é outra executiva <strong>da</strong><br />

Apsis, Isabel Nielebock. “Para se chegar a um preço<br />

justo, uma empresa depende de informações internas<br />

acura<strong>da</strong>s. É necessário ter controle de todos os<br />

ativos, contar com inventários atualizados e não<br />

possuir pendências fiscais ou trabalhistas”, conta.<br />

O jogo, portanto, entre compradores e compráveis<br />

não está fácil em nenhum aspecto.<br />

Mas isso não significa que<br />

crescer por meio de aquisições<br />

seja hoje inviável. Só demonstra<br />

que as empresas terão de se a<strong>da</strong>ptar<br />

aos novos tempos e encontrar<br />

formas de viabilizar as transações<br />

com sabedoria e benefícios de todos,<br />

inclusive do consumidor.<br />

Mais inforMações<br />

Bonanza: www.bonanza.com.br<br />

Booz & Company: (11) 5501 ‐6200<br />

Cardoso: www.supermercadoscardoso.com.br<br />

faap: www.faap.br<br />

Mckinsey: (11) 5189 ‐1400<br />

eMPreSaS eSTado Ven<strong>da</strong>S/r$ nº LoJaS<br />

Área<br />

Ven<strong>da</strong>S/M²<br />

cHecKouTS<br />

FaTuraMenTo/r$<br />

BARCELOS E CIA. RJ 24.062 9 10.672 119 256.789.279<br />

DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS FARTURA CE 23.657 10 11.430 101 270.396.728<br />

CIA. BEAL DE ALIMENTOS PR 23.142 8 13.008 116 301.034.196<br />

ATAKAREJO DISTRIB. DE ALIMENS. E BEBIDAS BA 23.023 5 14.470 142 333.142.894<br />

COOP.DE CONS. DOS BANCÁRIOS DE ARAÇATUBA SP 22.648 1 1.900 18 43.031.396<br />

LATUF CURY E ROCHA SP 22.563 10 14.100 182 318.134.158<br />

SUPERMERCADO BAHAMAS MG 22.381 24 33.936 327 759.535.770<br />

A. ANGELONI & CIA. SC 22.025 21 82.318 566 1.813.045.219<br />

JORGE BATISTA E CIA. PI 21.796 2 1.988 24 43.330.639<br />

FLORESTA COMÉRCIO E INDÚSTRIA RJ 21.496 18 13.625 200 292.888.876<br />

SUPERMERCADO IRANI PR 21.333 3 6.000 62 128.000.000<br />

REALMAR DISTRIBUIDORA ES 21.279 23 22.937 259 488.073.420<br />

IRMÃOS MUFFATO & CIA. PR 21.128 30 91.163 741 1.926.056.000<br />

COOP. CONSUMO DE INÚBIA PAULISTA SP 21.101 1 4.260 33 89.891.003<br />

SUPERMERCADO BELTRAME. RS 20.951 3 3.050 26 63.901.293<br />

NAZARÉ COMERCIAL PA 20.938 4 20.000 103 418.755.381<br />

VITÓRIA SUPERMERCADOS PA 20.883 2 2.130 26 44.481.548<br />

TAKADA & TAKADA SP 20.618 2 3.900 43 80.409.034<br />

SUPERMERCADO FENIX PE 20.545 6 3.949 54 81.132.930<br />

ABRANCHES E MORAIS MG 20.535 1 1.000 9 20.534.817<br />

SUPERMERCADO A LUZITANA RO 20.498 2 2.700 23 55.343.965<br />

SUPERMERCADO ARCHER SC 20.473 8 9.770 93 200.021.014<br />

COMERCIAL PRAIAS BELAS RN 20.405 4 7.400 62 151.000.000<br />

OBARA & MIYAMOTO CIA. PR 20.400 3 2.500 27 51.000.000<br />

G. BARBOSA COMERCIAL SE 20.342 131 172.110 1396 3.501.144.530<br />

A. DAHER & CIA. SP 20.285 8 6.598 74 133.838.414<br />

FATURAMENTO ACIMA DE R$ 20 MILHÕES


34 | Capa | SuPerMercado <strong>Moderno</strong> • ouTubro 2011<br />

aquiSiçõeS<br />

Quem pode ir às compras<br />

As quatro principais redes são hoje as que<br />

têm maior capaci<strong>da</strong>de de investimento. E<br />

parece que não existem outras empresas<br />

com apetite de crescimento. A pergunta é se<br />

a lacuna será preenchi<strong>da</strong> por estrangeiros.<br />

Se existe um consenso entre<br />

os especialistas em varejo<br />

é que existem no mercado<br />

apenas quatro grandes compradores:<br />

Carrefour, Pão de Açúcar,<br />

Walmart e Cencosud. Eles são capazes<br />

de adquirir não só empresas<br />

de bom porte, mas<br />

Para investir é preciso<br />

ter capital próprio ou<br />

atrair recursos. aí<br />

mora o problema<br />

várias organizações ao<br />

longo dos anos. Estão<br />

capitalizados para isso<br />

ou têm acesso fácil a<br />

recursos. Alguns gigantes,<br />

contudo, não<br />

demonstram interesse neste momento.<br />

O Carrefour é constante<br />

alvo de comentários sobre possível<br />

fusão ou mesmo ven<strong>da</strong> de sua<br />

marca, em função <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des<br />

que vem enfrentando no Brasil<br />

e na Europa pela retração nas ven<strong>da</strong>s<br />

de seus hipermercados. A rede é<br />

desejo de consumo tanto de Abílio Diniz<br />

quanto do Walmart.<br />

Já a chilena Cencosud, dona de GBarbosa e Bretas,<br />

além de marcas menores como Perini e Cardoso,<br />

a maioria no Nordeste, já declarou que não,<br />

não está interessa<strong>da</strong> na mineira DMA, como vem<br />

sendo divulgado na mídia, nem tampouco no grupo<br />

Carrefour. O presidente <strong>da</strong> organização, Horst<br />

Paulmann, já disse, inclusive, que está mais barato<br />

construir do que adquirir lojas.<br />

Evidentemente os gigantes<br />

do ramo não são os únicos<br />

potenciais compradores.<br />

Há negócios que acontecem<br />

ou podem acontecer em<br />

menor escala, entre empresas<br />

de médio porte. Para investir em aquisições, é<br />

preciso ter capital próprio ou capaci<strong>da</strong>de para conseguir<br />

recursos no Brasil ou no exterior. Segundo


36 | Capa | SuP erM ercado <strong>Moderno</strong> • ouTubro 2011<br />

aquiSiçõeS<br />

O VAREJO DO BRASIL É O MAIS<br />

INTERESSANTE DO MUNDO<br />

Pesquisa <strong>da</strong> A.T. Kearney mostra que o País subiu quatro posições no<br />

ranking dos melhores mercados para redes de varejo internacional<br />

investir no mundo. Hoje é o País número 1.<br />

País<br />

Posição no ranKing<br />

eM 2011<br />

Posição no ranKing<br />

eM 2010<br />

Brasil 1º 5º<br />

UrUgUai 2º 8º<br />

Chile 3º 6º<br />

Índia 4º 3º<br />

KUwait 5º 2º<br />

Embora<br />

improvável,<br />

pipocam<br />

notícias sobre<br />

uma possível<br />

entra<strong>da</strong> de<br />

varejistas<br />

estrangeiros<br />

no País<br />

Ari Kertesz, sócio <strong>da</strong> consultoria<br />

internacional McKinsey, hoje em<br />

dia há alternativas, como se associar<br />

a um fundo de private equity.<br />

Em sua opinião, o que faltam<br />

são empresários com objetivo<br />

de criar grandes empresas e<br />

ir além <strong>da</strong>s fronteiras atuais.<br />

“Não há redes no País<br />

com grande apetite para <strong>da</strong>r<br />

saltos de crescimento. Com<br />

isso, a partir <strong>da</strong> quinta colocação<br />

do ranking, está se<br />

criando uma lacuna”, afirma.<br />

Essa lacuna poderá ser<br />

preenchi<strong>da</strong> por varejistas estrangeiros.<br />

O que não falta é<br />

interesse pelo mercado brasileiro.<br />

Fábio Silvestri, líder<br />

de varejo para a América Latina<br />

<strong>da</strong> Accenture, conta que costuma<br />

receber clientes europeus<br />

querendo entender melhor o País.<br />

“O surgimento <strong>da</strong> nova classe<br />

média atrai muito as companhias<br />

de fora. E o Brasil, em comparação<br />

com a Europa, ain<strong>da</strong> é um<br />

país jovem, com concentração de<br />

pessoas entre 25 e 45 anos, a faixa<br />

mais ativa economicamente e,<br />

portanto, mais consumidora. Uma pesquisa anual<br />

feita por outra consultoria, a A.T. Kearney, mostra<br />

ain<strong>da</strong> que o País é hoje o melhor mercado para o<br />

varejo internacional investir. O estudo envolveu 70<br />

países. Nele, o País tem subido de posto ano a ano<br />

e, em 2011, pulou do 5º para o 1º lugar. “O Brasil<br />

passou bem pela crise mundial e o risco país diminuiu,<br />

oferecendo maior confiança aos investidores”,<br />

diz Mar kus Stricker, vice ‐presidente <strong>da</strong> consultoria.<br />

O executivo explica, no entanto, que os supermercados<br />

brasileiros não são exatamente um negócio<br />

imperdível para empresas de fora, entre outras<br />

razões, porque teriam de enfrentar a concorrência<br />

pesa<strong>da</strong> dos três grandes players – Walmart, Pão de<br />

Açúcar e Carrefour. “Não diria que a entra<strong>da</strong> de<br />

redes internacionais seja impossível, mas é pouco<br />

provável”, afirma Stricker.<br />

Segundo ele, a maior parte <strong>da</strong>s empresas “compráveis”<br />

não soma número de lojas e faturamento<br />

comparáveis aos dos gigantes. A competição seria<br />

muito dura em função de uma escala compras/ven<strong>da</strong>s<br />

inferior. Além disso, os gigantes conhecem bem<br />

o mercado brasileiro e têm uma vantagem competitiva<br />

marca<strong>da</strong> pelo posicionamento diferente <strong>da</strong>s<br />

várias bandeiras, o que garante alta penetração.<br />

Soma‐se a isso o fato de os gigantes terem praticamente<br />

blin<strong>da</strong>do algumas regiões: Pão de Açúcar,<br />

Carrefour e Walmart dominam o Sudeste; Walmart<br />

tem forte presença no Sul e no Nordeste, esta também<br />

já está bem ocupa<strong>da</strong> pelo GBarbosa que continua<br />

investindo na área. O fato é que existem hoje<br />

menos oportuni<strong>da</strong>des com escala, e empresas bem<br />

mais caras do que recomen<strong>da</strong> o bom senso. Para<br />

Kertesz, <strong>da</strong> McKinsey, os estrangeiros só terão boas<br />

chances se chegarem com uma proposta diferente<br />

e dirigi<strong>da</strong> a um público específico – uma rede com<br />

100% de produtos naturais, por exemplo. Mas essa<br />

é uma outra história. No mercado de massa, o futuro<br />

ain<strong>da</strong> promete algumas surpresas.<br />

SM<br />

Mais inforM ações<br />

accenture: (11) 5188 ‐3000<br />

a.T. Kearney: (11) 3040 ‐6200<br />

McKinsey: (11) 5189 ‐1400


41 Estratégia <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

nova classe<br />

Por Katia Simões | re<strong>da</strong>cao@sm.com.br<br />

média tem fome<br />

de consumo<br />

o Chambourcy que<br />

tem Danone à vontade”<br />

era um dos versos mais<br />

cantados pelo conjunto<br />

Negritude Junior nos anos<br />

1990. O sucesso <strong>da</strong>s rádios<br />

“Avisa<br />

traduzia na letra <strong>da</strong> música<br />

as aspirações de milhões de consumidores que, uma<br />

déca<strong>da</strong> mais tarde, deixariam a base <strong>da</strong> pirâmide para se<br />

transformar na nova classe média. Não é sem razão que os<br />

itens <strong>da</strong> cesta de compras com maiores altas de ven<strong>da</strong> em<br />

um primeiro momento foram os iogurtes, seguidos pelos<br />

achocolatados, bolachas rechea<strong>da</strong>s, salgadinhos e sucos<br />

prontos. Entre 2005 e 2009, quase 4 milhões de domicílios<br />

migraram para a classe C (ren<strong>da</strong> média familiar de R$<br />

2.295), ampliando sua participação no consumo de 38%<br />

para 41%. Estima-se que só em 2011 a nova classe média<br />

brasileira tenha R$ 1 trilhão para gastar.<br />

Com R$ 1 trilhão no bolso<br />

para gastar só este ano, os<br />

consumidores <strong>da</strong> classe C<br />

vivem um novo momento.<br />

Estão mais exigentes na<br />

hora <strong>da</strong> compra e dão<br />

preferência a produtos que<br />

garantam mais<br />

pratici<strong>da</strong>de e saúde


42 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> moderno • outubro 2011<br />

cLaSSeS cd<br />

CESTA DE CONSUMO<br />

Saiba qual é a distribuição de gastos do brasileiro <strong>da</strong>s classes<br />

mais baixas a ca<strong>da</strong> r$ 100 reais recebidos<br />

PRESENÇA FORTE EM TODO O PAÍS<br />

reGiÃo norTe<br />

reGiÃo nordesTe<br />

15,6 milhões de habitantes 54,4 milhões de habitantes<br />

CLasse C → 40% <strong>da</strong> população<br />

CLasse C → 33,2% <strong>da</strong> população<br />

6,9% do brasil 20,1% do brasil<br />

reGiÃo sudesTe<br />

reGiÃo sul<br />

81 milhões de habitantes 28 milhões de habitantes<br />

CLasse C → 53,6% <strong>da</strong> população<br />

CLASSE A<br />

CLASSE B<br />

CLASSE C<br />

CLASSE D<br />

CLASSE C<br />

CLasse C → 55,3% <strong>da</strong> população<br />

48,4% do brasil 17,2% do brasil<br />

ano 2002<br />

6 milhões de pessoas<br />

8,1 milhões<br />

CLASSES D/E<br />

Lar R$ 33,30 Lar R$ 32,82<br />

Alimentos e bebi<strong>da</strong>s R$ 21,83 Alimentos e bebi<strong>da</strong>s R$ 24,02<br />

Serviços R$ 19,03 Saúde e beleza R$ 17,75<br />

Transportes R$ 7,69 Serviços R$ 12,46<br />

Saúde e beleza R$ 7,34 Transportes R$ 5,70<br />

Vestuário R$ 5,71 Vestuário R$ 5,13<br />

Educação R$ 1,82 Educação R$ 1,06<br />

Entretenimento R$ 1,67 Viagens R$ 1,01<br />

Viagens R$ 1,61 Entretenimento R$ 0,05<br />

EXPANSÃO GARANTIDA<br />

37 milhões<br />

38,2 milhões<br />

FONTE: INSTITUTO DATA POPULAR<br />

O aumento de ren<strong>da</strong> desse consumidor foi tão<br />

significativo que, mesmo diante <strong>da</strong> pressão inflacionária<br />

do primeiro semestre de 2011, ele não<br />

deixou de ir às compras. Segundo estudo <strong>da</strong> Kantar<br />

Worldpanel, a inflação obrigou os brasileiros<br />

a manter estável o volume de compras, mas não a<br />

nova classe média. “Eles levam menos uni<strong>da</strong>des,<br />

mas não deixam de comprar”, afirma Fátima Merlim,<br />

diretora de varejo <strong>da</strong> Kantar. “A curva de crescimento<br />

do consumo diminuiu, mas ain<strong>da</strong> é bem<br />

atraente e revela boas oportuni<strong>da</strong>des para quem espera<br />

atrair essa faixa de público”, diz ela. Na lista <strong>da</strong><br />

Kantar, os produtos que mais elevaram ven<strong>da</strong>s nos<br />

primeiros seis meses deste ano foram os de sofisticação<br />

e indulgência, como detergente líquido para<br />

roupas, insetici<strong>da</strong>, petit suisse, sobremesa pronta e<br />

sorvete – alta de 6% sobre igual período de 2010.<br />

desejo de ConsuMo<br />

Produtos que valorizam sua origem<br />

Diferentemente dos primeiros anos, a nova classe<br />

média revela hoje um novo patamar de exigência,<br />

busca nas gôndolas soluções para driblar a falta de<br />

tempo, dá preferência a versões saudáveis e procura<br />

pratici<strong>da</strong>de. Quer lançamentos que valorizem sua<br />

origem e modo de vi<strong>da</strong>, novi<strong>da</strong>des, bom atendimento<br />

e preço justo. Mais bem informa<strong>da</strong> e consciente<br />

<strong>da</strong> sua importância, diz o que quer comprar e onde.<br />

“A indústria soube detectar essas deman<strong>da</strong>s com<br />

agili<strong>da</strong>de, colocando no mercado embalagens econômicas<br />

de bolachas premium e sachês de diversos<br />

produtos, como o de molho de tomate, o que barateou<br />

os preços e permitiu que mais pessoas tives-<br />

CLASSE E<br />

10,7 milhões<br />

ano 2009<br />

ano 2014<br />

CLASSE A<br />

CLASSE B<br />

CLASSE C<br />

CLASSE D<br />

CLASSE E<br />

5,7 milhões de pessoas<br />

9,8 milhões<br />

28 milhões<br />

6,8 milhões<br />

49,7 milhões<br />

CLASSE A<br />

CLASSE B<br />

CLASSE C<br />

CLASSE D<br />

CLASSE E<br />

6 milhões de pessoas<br />

11,6 milhões<br />

20,3 milhões<br />

3,7 milhões<br />

58,4 milhões<br />

FONTE: INSTITUTO DATA POPULAR


44 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

cLaSSeS cd<br />

Para os especialistas,<br />

a pequena loja<br />

de vizinhança é a<br />

que mais conhece esse público. Tanto<br />

que a procura pelo pequeno varejo<br />

subiu de 70%, no segundo semestre<br />

de 2010, para 75% de janeiro a junho<br />

deste ano. Isso significa que 2,4<br />

milhões de novos lares passaram a<br />

comprar no canal. A preferência por<br />

esse segmento do varejo é uma resposta<br />

às grandes redes que ain<strong>da</strong> insistem<br />

em ter lojas de 50 checkouts,<br />

mas apenas 10% em operação. Essas<br />

empresas adotam uma comunicação<br />

nem sempre adequa<strong>da</strong> à cultura <strong>da</strong><br />

área onde estão instala<strong>da</strong>s e oferecem<br />

um mix reduzido para essa classe, de<br />

marcas não tão cobiça<strong>da</strong>s, apostando<br />

exclusivamente no fator preço. “Não<br />

basta instalar uma loja na periferia <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong>de, é preciso entender como esse<br />

consumidor funciona, o que procura”,<br />

diz Fátima. “Lojas suntuosas, por<br />

exemplo, chamam a atenção, mas não<br />

são convi<strong>da</strong>tivas e dificilmente serão<br />

coloca<strong>da</strong>s no roteiro de compras”, diz.<br />

É certo que o preço e as promoções<br />

ain<strong>da</strong> têm apelo forte para esse público,<br />

capaz de correr duas ou três lojas<br />

atrás <strong>da</strong> melhor oferta do congelado<br />

que passou a consumir, mas esses não<br />

são os únicos atributos. “O varejo precisa<br />

a<strong>da</strong>ptar seu mix de ofertas à nova<br />

classe média, mesclando marcas báofertas<br />

para classe C<br />

devem mesclar marcas<br />

premium e básicas<br />

Com sete lojas na ci<strong>da</strong>de de São Paulo, algumas<br />

volta<strong>da</strong>s para o público C/D, a rede Futurama<br />

percebeu na prática a mu<strong>da</strong>nça de comportamento<br />

<strong>da</strong> nova classe média e tratou de adotar<br />

nova conduta. “Algumas pontas de gôndolas e<br />

ilhas que antes abrigavam os chamados produtos<br />

de combate, de marcas menos conheci<strong>da</strong>s<br />

e preço mais barato, hoje exibem mercadorias<br />

de maior valor agregado”, comenta Gabriel Habka,<br />

terceira geração <strong>da</strong> família à frente do negócio.<br />

Como exemplo, ele cita a boa saí<strong>da</strong> de<br />

um shake diet, a R$ 8,90 ca<strong>da</strong>, que até pouco<br />

tempo esquentaria a prateleira pela falta de<br />

preocupação do consumidor com a saúde. Outro<br />

exemplo é a alta nas ven<strong>da</strong>s de desodoransem<br />

acesso a essas e a outras categorias”,<br />

diz Fátima. “Agora chegou a vez<br />

de o varejo entender como funciona<br />

a cabeça e o bolso desse consumidor.”<br />

Pequeno varejo<br />

Mais procurado<br />

sicas e premium, sempre com boa varie<strong>da</strong>de”,<br />

afirma Cláudio Czarnobai, analista <strong>da</strong> Nielsen.<br />

Ponta de gôndola<br />

Sai de cena a marca combate<br />

joão de freitaS<br />

nas lojas para a classe C <strong>da</strong> rede Futurama,<br />

as pontas de gôndola agora ganham produtos<br />

mais nobres, como o azeite


46 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

cLaSSe cd<br />

tes mais sofisticados, com preços<br />

R$ 4 acima dos populares.<br />

O que o Futurama registra na<br />

boca do caixa é confirmado pelas<br />

pesquisas. Levantamento do Data<br />

Popular revela que o carrinho de<br />

compras <strong>da</strong> classe C tem novos<br />

ingredientes. Com a maior participação<br />

<strong>da</strong> mulher no mercado<br />

de trabalho, as famílias passaram<br />

a consumir mais alimentos semiprontos<br />

e congelados, como<br />

pizza e lasanha, a comprar itens<br />

de beleza e a investir nos de entretenimento.<br />

“Antes o consumidor<br />

levava para casa a massa, o<br />

molho e a carne moí<strong>da</strong> para fazer<br />

o almoço do domingo. Agora,<br />

boa parte prefere levar a lasanha<br />

pronta congela<strong>da</strong>. É mais cara,<br />

mas dá menos trabalho e já não é<br />

considera<strong>da</strong> um luxo”, diz Habka.<br />

Mu<strong>da</strong>nças nas ProMoções<br />

entra em cena o produto sofisticado<br />

No Ricoy, com 70 lojas no Estado<br />

de São Paulo e 95% <strong>da</strong> receita an-<br />

a mulher <strong>da</strong> nova classe média<br />

No comando <strong>da</strong> nova classe média estão 52,9 milhões<br />

de mulheres. Elas têm grau de escolari<strong>da</strong>de superior ao<br />

dos homens e somarão massa de rendimento de R$ 333,3<br />

bilhões este ano. “Elas trazem mais dinheiro para casa do<br />

que as colegas <strong>da</strong> classe A, pois respondem por 41% <strong>da</strong> ren<strong>da</strong><br />

familiar. As mulheres do topo <strong>da</strong> pirâmide contribuem com<br />

apenas 25% <strong>da</strong> ren<strong>da</strong>”, afirma Renato Meirelles, sócio-diretor<br />

do Instituto Data Popular. A mulher responde por 70% <strong>da</strong>s<br />

compras <strong>da</strong> casa e incluiu em sua lista de priori<strong>da</strong>des itens de<br />

beleza, com os quais gastaram R$ 19,7 bilhões em 2010, contra<br />

R$ 6 bilhões no início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong>. Mais: elas preferem alimentos<br />

semiprontos, que permitem <strong>da</strong>r um toque de tempero pessoal<br />

ao prato, mas também aderem aos congelados. Pesquisa do<br />

Data Popular revelou que 6,4 milhões de mulheres <strong>da</strong> classe<br />

C admitiram ter comprado pelo menos um congelado em<br />

agosto. “A classe média deixou de ser o segmento de mercado<br />

para ser o próprio mercado”, declara Meirelles.<br />

cora<strong>da</strong> nas classes C/D/E, o cenário não é diferente.<br />

“O mix mudou pouco, o que procuramos alterar foi<br />

o conjunto de marcas, com versões de maior valor”,<br />

diz Rubens Kuriyama, diretor comercial. As promoções<br />

também foram redireciona<strong>da</strong>s para categorias<br />

antes não consumi<strong>da</strong>s por esse público. “As<br />

ven<strong>da</strong>s dos itens de marcas mais conheci<strong>da</strong>s cresceram<br />

15% no último ano”. Exatamente quando boa<br />

parte do varejo ain<strong>da</strong> engatinha no entendimento<br />

<strong>da</strong> nova classe média, já há quem diga que é preciso<br />

olhar para o futuro com atenção. “Nos próximos<br />

três anos, a classe D terá a mesma força que a C tem<br />

hoje no crescimento do consumo”, afirma Wagner<br />

Sarnelli, sócio do Data Popular. “Seus representantes,<br />

porém, terão postura de compra diferente <strong>da</strong><br />

dos consumidores que ascenderam nos últimos<br />

quatro anos, seja pelo grau de educação, seja pelos<br />

códigos financeiros e visuais”. Assim, se indústria e<br />

varejo trabalharem bem necessi<strong>da</strong>des de consumo<br />

e marcas, podem se transformar em líderes <strong>da</strong> futura<br />

nova classe média. Vale a pena refletir.<br />

Sm<br />

os tabloides anunciam produtos que até pouco tempo<br />

tinham baixo consumo pelo público C, como suco pronto<br />

Mais i nforM ações:<br />

Data Popular: www.<strong>da</strong>tapopular.com.br<br />

futurama: www.superfuturama.com.br<br />

Kantar WorldPanel: www.kantarworldpanel.com/br<br />

nielsen: (11) 4613-7000<br />

ricoy: www.ricoy.com.br


50 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

megamercado<br />

divulgação<br />

Bombril inaugura espaço de<br />

capacitação de domésticas<br />

A mArcA Abriu no dia 30 de agosto a Casa Bombril, projeto<br />

social cujo objetivo é aju<strong>da</strong>r a profissionalizar - por<br />

meio de cursos gratuitos - o serviço realizado pelas<br />

emprega<strong>da</strong>s domésticas. A ideia também é promover<br />

debates em prol do fortalecimento do protagonismo<br />

feminino, resgatar a história <strong>da</strong> empresa e do País<br />

através do Espaço Memória e ain<strong>da</strong> propiciar uma<br />

experimentação diferencia<strong>da</strong> <strong>da</strong> marca. Localiza<strong>da</strong><br />

no número 525 <strong>da</strong> Av. Francisco Morato, no bairro<br />

Butantã, em São<br />

Paulo, a Casa é<br />

uma iniciativa do<br />

Instituto Roberto<br />

Sampaio Ferreira,<br />

braço para ações<br />

sociais e de<br />

suntentabili<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> Bombril. mm<br />

Papaiz<br />

lança novo<br />

website<br />

com umA propostA<br />

mais dinâmica<br />

e funcional,<br />

tanto para seus<br />

representantes<br />

quanto para o<br />

consumidor final, a<br />

Papaiz apresenta<br />

seu novo<br />

portal, o www.papaiz.com.br. O internauta encontra<br />

informações diárias, downloads e visualizações de<br />

catálogos, além de materiais de pontos de ven<strong>da</strong><br />

e imagens. O novo site estará disponível em três<br />

idiomas: português, inglês e espanhol. A Papaiz<br />

também está empenha<strong>da</strong> no planejamento de ações<br />

em redes sociais. No momento a marca já tem uma fan<br />

Page no Facebook. mm<br />

divulgação


| 51<br />

Dermacyd promove<br />

ação entre amigas<br />

divulgação<br />

pArA entender um pouco mais <strong>da</strong> intimi<strong>da</strong>de feminina,<br />

a marca Dermacyd criou a promoção “Dermacyd entre<br />

amigas”, pela qual irá sortear R$ 12 mil em compras para<br />

as consumidoras gastarem com a sua melhor amiga.<br />

Para participar basta comprar o produto e ca<strong>da</strong>strar o<br />

número do cupom fiscal, o próprio nome e o nome <strong>da</strong><br />

melhor amiga no site www.dermacydentreamigas.com.<br />

br. Serão sortea<strong>da</strong>s 10 participantes. As inscrições vão<br />

até o dia 30 de novembro e o sorteio será realizado no dia<br />

24 de dezembro. mm<br />

Desafio Nesfit aju<strong>da</strong><br />

mulheres a entrar em forma<br />

A nesfit lAnçA pelo quarto ano consecutivo a Operação Biquíni. A ação propõe um<br />

programa de 14 dias, estampado nas embalagens do produto, com dicas para que<br />

as consumidoras se sintam bem e tenham uma alimentação equilibra<strong>da</strong> no verão.<br />

As interessa<strong>da</strong>s devem acompanhar as informações no site www.nesfit.com.br,<br />

totalmente repaginado para esta edição <strong>da</strong> Operação Biquíni. mm<br />

divulgação


52 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

megamercado<br />

Phisalia incentiva a garota<strong>da</strong> a soltar a voz no chuveiro<br />

Quem comprAr o kit com shampoo e condicionador <strong>da</strong> Phisalia Produtos de Beleza terá uma<br />

surpresa assim que abrir a caixa que envolve os produtos: a melodia do Trá Lá Lá irá ecoar<br />

pelo ar, com a intenção de colocar a criança<strong>da</strong> para cantar no chuveiro. O hit musical<br />

está disponível em três versões: para meninos a Linha Nutrikids; para meninas a Linha<br />

Hidrakids; e a Linha Sem Embaraço, para ambos os sexos. Os kits têm edição limita<strong>da</strong> e<br />

estão disponíveis nas principais redes supermercadistas. mm<br />

divulgação<br />

Crunch Cereal apresenta campanha nas redes sociais<br />

o cereAl crunch iniciou no dia 15 de setembro a promoção ‘Não faça igual, faça barulho’, que vai levar os<br />

vencedores para tomar um café <strong>da</strong> manhã nos lugares mais ba<strong>da</strong>lados do mundo: Barcelona, Londres e Paris.<br />

Para participar, o internauta precisa entrar na fan page de Crunch Cereal (www.facebook.com/crunchcereal) e<br />

convi<strong>da</strong>r até quatro amigos para formar uma equipe. Depois disso, qualquer comentário que for curtido de ca<strong>da</strong><br />

membro do time conta um ponto. Quanto mais divulgação, mais pontos a equipe ganha. A promoção é vali<strong>da</strong><br />

para maiores de 15 anos. mm


| 53<br />

divulgação<br />

Bauducco faz parceria com<br />

Ades em ação no varejo<br />

com A finAlidAde de oferecer lanches saborosos e<br />

nutritivos, desde setembro Bauducco e Ades se uniram<br />

para realizar uma promoção. Na compra do pack<br />

promocional composto de três uni<strong>da</strong>des de suco de<br />

soja Ades 200 ml, o consumidor ganha uma uni<strong>da</strong>de<br />

de Duo, novo sanduichinho doce <strong>da</strong> Bauducco. Recémlançado,<br />

o Duo é feito<br />

com o tradicional<br />

bolo Bauducco e<br />

enriquecido com<br />

vitaminas B1, B2, A e<br />

cálcio. A Ades Frutas<br />

traz a combinação de<br />

soja e suco natural de<br />

fruta, com vitaminas<br />

C, B2, B3, B6, B12 e<br />

ácido fólico. mm<br />

Sorriso cria Coro<br />

Virtual para premiar<br />

consumidores jovens<br />

pelA primeirA vez, a marca Sorriso<br />

investe na plataforma digital para<br />

se aproximar ain<strong>da</strong> mais do público<br />

jovem. A nova campanha estimula<br />

a criativi<strong>da</strong>de e a interativi<strong>da</strong>de com<br />

a garota<strong>da</strong>, promovendo concursos<br />

para ingressos de shows, com to<strong>da</strong>s<br />

as despesas pagas e acesso ao<br />

camarim de artistas consagrados.<br />

No dia 2 de setembro, a ação Coro<br />

Virtual estreou com a dupla sertaneja<br />

Jorge e Mateus. Haverá ain<strong>da</strong><br />

outras duas ações, com as ban<strong>da</strong>s<br />

Chiclete com Banana e Jota Quest.<br />

As novi<strong>da</strong>des serão anuncia<strong>da</strong>s na<br />

Fan Page <strong>da</strong> marca (www.facebook.<br />

com/BrasilSorriso). mm


57 Categoria <strong>Supermercado</strong> moderno • outubro 2011<br />

Katia Simões | re<strong>da</strong>cao@sm.com.br<br />

o pão nosso<br />

de ca<strong>da</strong> dia<br />

está mais saudável<br />

nos últimos cinco anos o mercado de pães industrializados cresceu 45,6%<br />

impulsionado pela alta do consumo <strong>da</strong>s versões à base de grãos. existem<br />

atualmente 25 tipos, responsáveis por 30% do volume total <strong>da</strong> categoria.<br />

e já há exemplos de redes em que as ven<strong>da</strong>s têm subido acima do mercado.<br />

Aveia com linhaça, girassol, castanha, granola,<br />

quinoa, amaranto, multigrãos, centeio e soja<br />

são algumas <strong>da</strong>s opções de pães com grãos<br />

disponíveis no mercado. Uma varie<strong>da</strong>de<br />

que deixa o consumidor confuso na hora<br />

<strong>da</strong> escolha, mas que, sem dúvi<strong>da</strong>, aposta<br />

no apelo à saúde, um dos atributos mais<br />

valorizados pelo cliente atualmente.<br />

De acordo com a Abima (Associação Brasileira <strong>da</strong> Indústria<br />

de Massas Alimentícias), em 2010, as ven<strong>da</strong>s de pães industrializados,<br />

incluindo todos os tipos, subiram 5,8% em volume<br />

frente ao ano anterior. O consumo per capita teve alta<br />

de 2,2% e a produção, de 4,7%. No primeiro semestre deste<br />

ano, o comportamento do mercado continuou na mesma toa<strong>da</strong>.<br />

Pesquisa <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de em parceria com a Nielsen registrou<br />

acréscimo de 4,7% no faturamento do segmento em relação ao<br />

mesmo período de 2010, quando a categoria alcançou 176 mil<br />

pontos de ven<strong>da</strong> em todo o País.<br />

“Se levarmos em conta os últimos cinco anos, a categoria<br />

obteve alta de 45,6% no faturamento”, afirma Cláudio Zanão,


58 | Categoria | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

pÃeS<br />

divulgação<br />

30% <strong>da</strong> população<br />

do País nunca comeu<br />

pão industrializado<br />

presidente <strong>da</strong> Abima. “Boa parte<br />

desse desempenho está diretamente<br />

liga<strong>da</strong> ao aumento do consumo<br />

de pães com grãos", explica.<br />

Atualmente existem nas prateleiras<br />

25 tipos com diferentes<br />

grãos, que respondem por 30%<br />

do volume total de pães industrializados,<br />

enquanto<br />

os brancos<br />

são responsáveis<br />

por 50%<br />

e os especiais,<br />

por 20%. “Os<br />

industrializados estão presentes<br />

em 70% dos lares brasileiros, o<br />

que significa que 30% <strong>da</strong> população<br />

nunca consumiu esse produto.<br />

Ou seja, o mercado ain<strong>da</strong> tem<br />

alto potencial para a versão embala<strong>da</strong><br />

em função do aumento do<br />

Na rede Pão de Açúcar, pães light e com grãos cresceram em<br />

2010 entre 12% e 13%, bem acima do mercado<br />

joão de freitas<br />

O segredO <strong>da</strong> bOa expOsiçãO<br />

distribuir as novi<strong>da</strong>des nas prateleiras tem seus segredos.<br />

Para aumentar as ven<strong>da</strong>s e despertar a atenção dos<br />

consumidores, a equipe de trade marketing <strong>da</strong> Seven Boys<br />

recomen<strong>da</strong> expor os pães integrais e especiais após as linhas<br />

brancas e bisnaguinhas, posicionando-os no centro <strong>da</strong> gôndola<br />

de maneira que o consumidor possa ter uma boa visualização.<br />

Lisiane Cohen, gerente de marketing <strong>da</strong> Seven Boys, ressalta<br />

ain<strong>da</strong> que o consumidor prefere os produtos agrupados por<br />

segmento. Primeiro, todos os brancos, depois todos os integrais<br />

e, por fim, os de grãos.<br />

poder de compra <strong>da</strong>s classes C e D”, afirma Zanão.<br />

Uma <strong>da</strong>s pioneiras no lançamento de pães light<br />

no País, no início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990, a Wickbold<br />

faz <strong>da</strong> sau<strong>da</strong>bili<strong>da</strong>de uma bandeira no desenvolvimento<br />

de novos produtos. Fun<strong>da</strong><strong>da</strong> há 73 anos, a<br />

empresa de origem familiar e 100% nacional, fabrica<br />

80 itens derivados de trigo. Entre eles, as versões<br />

centeio, integral, aveia e linhaça, iogurte com cenoura,<br />

multigrãos, amaranto, quinoa e granola.<br />

Líder no mercado de pães especiais (integral, light<br />

e funcional), está disposta a investir ca<strong>da</strong> vez<br />

mais em receitas exclusivas e diferencia<strong>da</strong>s, cria<strong>da</strong>s<br />

com a aju<strong>da</strong> de nutricionistas. Há dois anos, a empresa<br />

colocou no mercado o primeiro pão funcional<br />

do Brasil registrado pela Anvisa. Trata-se <strong>da</strong> linha<br />

EstarBem, nas versões Forma (330 g) e Aveia e<br />

Linhaça (400 g), que possui um ingrediente exclusivo,<br />

a inulina, uma fibra 100% natural, extraí<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

raiz <strong>da</strong> chicória, que estimula o funcionamento do<br />

intestino. É uma fibra invisível, solúvel, que não altera<br />

o sabor do pão e é probiótica: não é absorvi<strong>da</strong><br />

pelo sistema digestivo, o que multiplica as bactérias<br />

benéficas do organismo e melhora o trânsito intestinal.<br />

Foram necessários dois anos de estudos para<br />

que a empresa pudesse cumprir to<strong>da</strong>s as exigências<br />

necessárias para a aprovação <strong>da</strong> Anvisa.<br />

Os pães <strong>da</strong> linha EstarBem custam R$ 5,89, enquanto<br />

o tradicional <strong>da</strong> Wickbold (de 500 g) custa<br />

R$ 2,79. As versões funcionais estão sendo distribuí<strong>da</strong>s<br />

nos nove Estados brasileiros onde a fabricante<br />

Wickbold atua (SP, RJ, ES, MG, PR, SC, RS e<br />

GO, além do Distrito Federal).


60 | Categoria | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

pÃeS<br />

Pão de AçúcAr e fAbricANtes:<br />

acordo para estimular consumo<br />

“O mercado tem se desenvolvido muito<br />

graças aos investimentos <strong>da</strong> indústria<br />

em lançamentos. Afinal, o brasileiro<br />

costuma enjoar dos grãos que já<br />

conhece e, por isso, gosta de alternar<br />

o consumo e de experimentar novi<strong>da</strong>des”,<br />

conta Andrea Sylos, gerente<br />

comercial de pa<strong>da</strong>ria <strong>da</strong> bandeira Pão<br />

“enquanto todos<br />

correram para<br />

a classe a ou a<br />

C em ascensão,<br />

decidimos falar<br />

com a classe b.<br />

deu certo”<br />

Lisiane Cohen, seven boys<br />

de Açúcar. Em 2010, com uma média<br />

de crescimento nas ven<strong>da</strong>s de grãos e<br />

light entre 12% e 13%, a rede pretende<br />

investir ain<strong>da</strong> mais no segmento.<br />

Já fez acordos com os principais fornecedores<br />

para veicular até o fim do<br />

ano publici<strong>da</strong>de em revistas nacionais<br />

gourmets e de saúde, incentivando o<br />

consumo dos pães com grãos. A ideia<br />

é continuar desenvolvendo a categoria.<br />

Andrea lembra, contudo, que as<br />

Grãos que mais saem no Pão de açúCar<br />

divulgação<br />

Castanha com quinoa<br />

linhaça<br />

integral<br />

Combinações (12 grãos, 7 grãos)<br />

versões de grãos, por serem mais caras, são<br />

consumi<strong>da</strong>s principalmente pelo público de<br />

maior ren<strong>da</strong>. Isso explica por que o desempenho<br />

no Pão de Açúcar, dirigido às classes A e<br />

B, tem sido tão bom. Na rede Extra, que atende<br />

to<strong>da</strong>s as cama<strong>da</strong>s sociais, o crescimento <strong>da</strong> categoria<br />

como um todo é alto – em 2010 a média<br />

foi de 10%, contra 5,8% do mercado –, mas<br />

o pão branco industrializado respondeu pela<br />

maior parte <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s. “O segmento de grãos<br />

deve continuar crescendo entre o seu principal<br />

público: mulheres de alta e média<br />

ren<strong>da</strong>, que dão muita importância<br />

à pratici<strong>da</strong>de, boa forma e saúde”,<br />

acredita Andrea.<br />

A fabricante Seven Boys confirma<br />

essa expectativa e explica<br />

que sua estratégia se pauta por ela.<br />

“Enquanto todo mundo correu<br />

para atender o topo <strong>da</strong> pirâmide<br />

ou a classe C em ascensão, decidimos<br />

falar com a classe B, que ficou<br />

descoberta”, afirma Lisiane Cohen,<br />

gerente de marketing <strong>da</strong> empresa.<br />

“Resultado: a linha de integrais,<br />

com os diferentes grãos, cresce a taxas superiores<br />

a 30% desde 2007 (contra 10% dos pães<br />

brancos) e responde por 35% <strong>da</strong> produção”. A<br />

intenção <strong>da</strong> empresa é de que a versão chegue<br />

a 50% <strong>da</strong> produção até 2012.<br />

A Seven Boys lançou no ano passado sua<br />

primeira linha premium, composta por pães<br />

redondos com ingredientes diferenciados,<br />

como castanha e nozes, granola e passas, 12<br />

grãos, amaranto e linhaça doura<strong>da</strong>, nas versões<br />

normal e light. Os preços variam de<br />

R$ 4 a R$ 6 no ponto de ven<strong>da</strong>. “Tínhamos<br />

uma meta arroja<strong>da</strong> de comercialização para<br />

o primeiro semestre. Surpreendentemente, os<br />

números foram batidos em quatro meses”, revela.<br />

Já são 16 produtos na linha Benefice, que<br />

abriga os pães integrais, com grãos e versão<br />

funcional, dos 50 produzidos pela marca.


62 | Categoria | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

pÃeS<br />

A linha premium <strong>da</strong> seven boys atingiu em quatro meses<br />

a meta de ven<strong>da</strong>s para o primeiro semestre<br />

as pessoas mais<br />

interessa<strong>da</strong>s na categoria<br />

são as que valorizam a<br />

pratici<strong>da</strong>de<br />

rede PArAeNse YAmAdA:<br />

privilégio às marcas regionais<br />

Embora a fabricante tenha distribuição<br />

nacional, Lisiane não<br />

esconde que a empresa sofre com<br />

a concorrência <strong>da</strong>s marcas regionais<br />

no Sul e no Norte. Essa não<br />

é uma dificul<strong>da</strong>de só <strong>da</strong> Seven<br />

Boys, mas de<br />

qualquer indústria<br />

que não consegue<br />

instalar fábricas<br />

em várias<br />

partes do País,<br />

o que dificulta a<br />

logística de entrega<br />

de um produto<br />

com vi<strong>da</strong> útil de 10 dias.<br />

Com 18 lojas nos Estados do<br />

Pará e do Amapá, a rede Yama<strong>da</strong><br />

só trabalha com pães industrializados<br />

produzidos na região. “O<br />

próprio consumidor prefere, pois<br />

acredita que, ao estar perto <strong>da</strong> indústria,<br />

a entrega é contínua e o<br />

produto mais fresco”, afirma Marinilde<br />

Barbosa, uma <strong>da</strong>s respondivulgação<br />

sáveis pela área de panificação. Segundo ela, apesar<br />

de uma oferta mais reduzi<strong>da</strong> e <strong>da</strong> pequena varie<strong>da</strong>de,<br />

a presença dos pães especiais nas gôndolas é<br />

crescente. Antes ficavam restritos a 10% do espaço<br />

de exposição. Hoje, ocupam 40%. O campeão de<br />

ven<strong>da</strong> é mesmo o pão de forma light, seguido pelas<br />

versões com fibras, aveia e grãos, que custam cerca<br />

de 20% mais que a versão forma tradicional.<br />

Pagar um pouco mais por produtos que assegurem<br />

uma vi<strong>da</strong> mais saudável já é aceito por boa parte<br />

<strong>da</strong> população brasileira. “Ao contrário de outros<br />

tempos, hoje as pessoas confirmam que escolhem<br />

determinado produto porque, além de gostoso, faz<br />

bem à sáude”, diz Enzo Donna, <strong>da</strong> ECD Consultoria<br />

de Food Service. Segundo ele, 34,7% dos consumidores<br />

se preocupam com a sau<strong>da</strong>bili<strong>da</strong>de na hora<br />

de se alimentar, contra 24,7% registrados em 2007,<br />

conforme a XTC World Inovation no estudo Panorama<br />

Mundial de Inovação 2009.<br />

A indústria <strong>da</strong> panificação foi uma <strong>da</strong>s primeiras<br />

a investir no novo conceito de alimento saudável.<br />

Para Zanão, <strong>da</strong> Abima, a iniciativa tem aju<strong>da</strong>do<br />

a mu<strong>da</strong>r os hábitos de consumo do brasileiro. Mas<br />

não é só o fato de fazer bem à saúde que tem incentivado<br />

o crescimento dessa categoria. A pratici<strong>da</strong>de<br />

também tem forte apelo. Estudo feito pela consultoria<br />

internacional Kantar WordPanel constatou<br />

que as pessoas que mais se interessam pelos pães<br />

industrializados são aquelas que colocam a pratici<strong>da</strong>de<br />

em primeiro lugar, estão abertas à experimentação<br />

e têm pressa.<br />

Assim, com a agen<strong>da</strong> ca<strong>da</strong> vez mais aperta<strong>da</strong> e<br />

torcendo para o dia ter 48 horas, os consumidores<br />

dão preferência a produtos nutritivos que propiciem<br />

uma alimentação rápi<strong>da</strong>. Ganhará mais espaço<br />

no mercado quem resolver essa equação a preços<br />

atraentes, asseguram os especialistas.<br />

Sm<br />

Mais i nforM ações:<br />

abima: www.abima.com.br<br />

eCD Consultoria: www.ecdfoodservice.com.br<br />

Pão de açúcar: www.paodeacucar.com.br<br />

seven Boys: www.sevenboys.com.br<br />

Wickbold: www.wickbold.com.br


67 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

novos produtos<br />

Cenoura & bronze<br />

traz novi<strong>da</strong>des para o verão<br />

Ao todo são seis novos produtos com foco no verão.<br />

São eles: Loção Kids com FPS 30 ou<br />

50 e até cinco horas de resistência<br />

à água; Protetor Facial e Labial com<br />

FPS 30; Stick Facial, proteção em<br />

bastão nas versões Kids e Sport com<br />

FPS 50 e Pós Sol com ação repelente<br />

e que age contra queimaduras do sol.<br />

Informações: (11) 3627-4000<br />

divulgação<br />

Suco de soja<br />

vitaminado<br />

A General Brands acaba de<br />

entrar no segmento de<br />

bebi<strong>da</strong> à base de soja, cujo<br />

mercado cresce 17% ao ano. O novo Camp Soja é<br />

feito para pessoas que buscam uma vi<strong>da</strong> saudável. É<br />

enriquecido com vitamina C, tem baixa caloria e está<br />

disponível em oito sabores. Preço sugerido é R$ 3.<br />

Informações: (11) 3133-1500<br />

divulgação<br />

achocolatado tem ação no Pdv<br />

A Parmalat lança o Parmalatinho, bebi<strong>da</strong> láctea sabor chocolate, em<br />

embalagem de 200 ml. Além de ser fonte de cálcio, é enriquecido com<br />

sete vitaminas. Seu mascote foi criado para interagir com as crianças em<br />

jogos na embalagem. O lançamento conta com ações no PDV. O preço<br />

sugerido é de R$ 1,10. Informações: (11) 3172-1320<br />

divulgação<br />

divulgação<br />

Cereal com frutas para atender deman<strong>da</strong> de mercado<br />

O Nesfit & Frutas <strong>da</strong> Nestlé tem baixa caloria e vem com frutas desidrata<strong>da</strong>s para serem<br />

acrescenta<strong>da</strong>s ao cereal, que é feito com grãos integrais. Está disponível em embalagem de<br />

300 g. Foi lançando para atender o mercado de cereais para adultos que, segundo a Nielsen, teve o volume<br />

de ven<strong>da</strong>s ampliado em 14% em 2010 na comparação com o ano anterior. Informações: (11) 5508-9737


DivulgAção<br />

68 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • outubro 2011<br />

novos produtos<br />

Pesquisa pauta lançamento de edição<br />

limita<strong>da</strong> de bebi<strong>da</strong> de soja<br />

Pelo sexto ano, uma nova edição limita<strong>da</strong> <strong>da</strong> bebi<strong>da</strong> de soja Ades chega ao mercado. Para<br />

este verão, a novi<strong>da</strong>de é o sabor melão <strong>da</strong> versão pronta para beber. Também está<br />

sendo reeditado o frutas cítricas, lançado pela primeira vez em 2008. O lançamento<br />

de ambas as versões foi pautado na preferência dos consumidores por meio de<br />

pesquisas. A linha não contém conservantes ou corantes artificiais e é isenta de<br />

lactose e colesterol. Informações: (11) 3568-8000<br />

Antitranspirante aerossol<br />

sem perfume para mulheres com alergia<br />

Para atender o público feminino, a Unilever apresenta o Rexona antitranspirante aerossol sem<br />

perfume, até então disponível apenas em roll-on. A fórmula foi desenvolvi<strong>da</strong> especificamente<br />

para esse tipo de aplicador e oferece a mesma quanti<strong>da</strong>de de ativos antitranspirantes,<br />

garantindo proteção durante 48 horas. O produto também é hipoalergênico e já está disponível<br />

em redes de todo o Brasil. O preço sugerido é de R$ 8, 40. Informações: (11) 3568-9274<br />

DivulgAção<br />

DivulgAção<br />

Detergente<br />

líquido para roupa de<br />

1,05 litro rende igual<br />

ao de 3 litros<br />

Chega às gôndolas a nova<br />

embalagem de Omo Líquido<br />

Super Concentrado de 1,05 litro,<br />

que rende o equivalente a 3 litros<br />

<strong>da</strong> versão comum. O produto já vinha<br />

sendo comercializado nas versões 315 ml e 630 ml.<br />

De acordo com Paula Lopes, gerente de marketing<br />

<strong>da</strong> marca, a versão líqui<strong>da</strong> permite que o consumidor<br />

leve para casa um produto compacto e que rende<br />

tanto quanto um detergente líquido de roupas. O<br />

lançamento faz parte também do plano global de<br />

sustentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Unilever, intitulado “Por Um<br />

Planeta Mais Limpo”. O preço sugerido do novo<br />

produto é de R$ 12,98. Informações: (11) 3568-9274<br />

Chocolate em<br />

sachê para lojas menores<br />

A Mead Johnson Nutrition, dona <strong>da</strong> marca Sustagen,<br />

lança o sachê de 30 g do achocolatado Sustagen<br />

Kids. O produto já era comercializado<br />

na versão lata 380 g e em sachê<br />

de 190 g. Segundo a fabricante,<br />

essa versão permite a expansão<br />

e a presença <strong>da</strong> marca<br />

principalmente nos<br />

supermercados<br />

pequenos,<br />

tradicionais de bairro,<br />

nos quais o tíquete<br />

médio gasto pelo<br />

consumidor é menor.<br />

Informações: www.<br />

sustagenkids.com.br.<br />

DivulgAção


71 Natal <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />

Por Alessandra Morita |<br />

alessandra.morita@sm.com.br |<br />

Tudo o que o cliente<br />

nÃo quer neste natal<br />

Ninguém melhor do que<br />

os próprios clientes para<br />

apontar os gargalos encontrados<br />

nos supermercados<br />

durante o período<br />

de festas. Muito do que<br />

eles indicam como ruim,<br />

você já conhece. Mas o fato é que os problemas<br />

persistem e é preciso resolvê-los. Mau atendimento,<br />

falta de produtos e de marcas e filas nos caixas<br />

continuam sendo as reclamações mais frequentes<br />

do brasileiro durante as compras de dezembro. É o<br />

que mostra pesquisa online com 200 consumidores<br />

de todo o País, feita pela consultoria Around Research<br />

com exclusivi<strong>da</strong>de para SM, pelo terceiro ano<br />

consecutivo. O que salta aos olhos é o fato de que<br />

algumas dessas queixas foram aponta<strong>da</strong>s por bem<br />

mais consumidores neste ano do<br />

que em 2010. Caso do atendimento,<br />

cuja insatisfação atinge<br />

hoje 54% dos entrevistados contra<br />

apenas 28% no ano passado.<br />

Essa insatisfação está associa<strong>da</strong> ao<br />

excesso de pessoas nas lojas, o que<br />

provoca outro problema, filas nos<br />

caixas, apontado por 93% dos participantes<br />

do estudo, contra 76%<br />

em 2010.<br />

Estudo anual <strong>da</strong> Around Research mostra que<br />

o cliente an<strong>da</strong> bem mais insatisfeito com as<br />

lojas no Natal. Subiu de 28% para 54% os que<br />

se queixam de atendimento e de 34% para<br />

56% os que reclamam de falta de produtos.<br />

Filas no caixa<br />

continuam irritando<br />

o consumidor nas<br />

compras de fim de ano<br />

divUlgaçãO


72 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />

cliente<br />

“É muito difícil evitar o grande<br />

fluxo de consumidores nos<br />

supermercados nessa época do<br />

ano. Mas cabe ao varejista manter<br />

a loja organiza<strong>da</strong>, com os funcionários<br />

treinados para orientar<br />

os clientes, levá-los até o produto<br />

Planejamento aju<strong>da</strong><br />

a resolver PrinciPais<br />

Problemas<br />

Com 15 lojas em Mato Grosso, a rede Modelo já está<br />

com seu planejamento de Natal ro<strong>da</strong>ndo há algum<br />

tempo. Nele, não entram apenas questões liga<strong>da</strong>s à<br />

área comercial, mas a todos os departamentos. “Não<br />

adianta encher os supermercados de mercadorias e veicular<br />

publici<strong>da</strong>de e se esquecer de combinar com a logística<br />

o abastecimento <strong>da</strong>s lojas e com o RH as escalas<br />

de trabalho”, diz Altevir Magalhães, sócio <strong>da</strong> empresa.<br />

Segundo ele, a rede procura listar todos os processos<br />

de ca<strong>da</strong> área e, principalmente, estabelecer quem é responsável<br />

por ca<strong>da</strong> tarefa. “No período de festas, logo cedo,<br />

na abertura <strong>da</strong>s lojas, é checado se todos os funcionários<br />

estão presentes ou se há faltas, o que deverá exigir uma<br />

solução rápi<strong>da</strong>”, diz. O mesmo ocorre com as entregas de<br />

mercadorias marca<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> dia. “No caso do RH,<br />

analisamos com antecedência se há realmente necessi<strong>da</strong>de<br />

de contratação de temporários ou se podemos cobrir o<br />

aumento de trabalho com o banco de horas. Nos últimos<br />

anos, essa tem sido a nossa alternativa. É mais econômico<br />

e produtivo”, conta o supermercadista.<br />

Outra iniciativa que tem <strong>da</strong>do certo, também fruto do<br />

planejamento, é checar de hora em hora, nas semanas que<br />

antecedem o Natal e o Ano Novo, se há problemas em alguma<br />

seção e loja, tarefa feita pelos responsáveis de ca<strong>da</strong><br />

área. “Armamos um esquema de guerra”, diz Magalhães.<br />

“Mas vale a pena. No último ano até esqueci que era Natal”,<br />

afirma o sócio do Modelo, cuja expectativa é de que as<br />

ven<strong>da</strong>s do período empatem com as de 2010. Já considerando<br />

uma nova uni<strong>da</strong>de aberta em 2011, a alta deverá ser<br />

de 5%. Em dezembro de 2010, o aumento foi de 4%. "É<br />

um percentual realista, que nos anima", diz o empresário.<br />

que procuram, esclarecer dúvi<strong>da</strong>s. Investir em treinamento<br />

é fun<strong>da</strong>mental”, diz Daniela Casabona,<br />

coordenadora de atendimento <strong>da</strong> Around Research.<br />

Para Dalton Viesti, coordenador de graduação<br />

<strong>da</strong> Trevisan Escola de Negócios, as empresas<br />

contratam mais funcionários para o período, mas<br />

se esquecem de treiná-los. O problema, diz ele, se<br />

agrava em setores ligados a um atendimento mais<br />

pessoal, como açougue e peixaria – seções cujas<br />

ven<strong>da</strong>s crescem no fim do ano. “Falta orientação de<br />

como a loja precisa funcionar e de como o cliente<br />

deve ser tratado. Se a equipe estiver bem prepara<strong>da</strong><br />

e suficientemente motiva<strong>da</strong>, o atendimento será<br />

muito melhor", afirma.<br />

Grandes filas no caixa também entraram na lista<br />

de reclamações de bem mais consumidores neste<br />

ano. Daniela, <strong>da</strong> Around, recomen<strong>da</strong> abrir todos<br />

os checkouts nos dias e horários de pico. “Assim,<br />

o consumidor vai entender que a rede está se esforçando<br />

ao máximo para atendê-lo melhor”, defende.<br />

Ederson de Oliveira, consultor <strong>da</strong> E-Varejo,<br />

concor<strong>da</strong>. Em pesquisa feita pela sua consultoria<br />

em supermercados, foi confirmado que a principal<br />

queixa não é a fila em si, pois o cliente entende<br />

que há mais pessoas nas lojas no fim do ano, mas<br />

a existência de checkouts fechados.<br />

conheça a metodologia<br />

Realiza<strong>da</strong> pela Around Research, a pedido de SM,<br />

pelo terceiro ano consecutivo, a pesquisa contou com a<br />

participação de 200 pessoas em todo o Brasil, que responderam<br />

a questionários online entre o fim de julho e o<br />

início de agosto. Do total de participantes, 63% são mulheres<br />

e 37% homens. O público predominante é o jovem<br />

de 18 a 35 anos (47% do total). Cerca de 28% <strong>da</strong> amostra<br />

corresponde a pessoas acima de 48 anos e 25%, entre<br />

26 e 47 anos. A maioria dos respondentes (70%) é<br />

moradora <strong>da</strong> região Sudeste. A Around possui um painel<br />

com 120 mil consumidores ativos pela web. Faz pesquisas<br />

quali e quantitativas e atende clientes como Carrefour,<br />

Redecard, Porsche, entre outros. Contato: (11) 3255-<br />

7294, www.aroundresearch.com.


74 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />

cliente<br />

mais consumidores<br />

vão Pagar à vista<br />

Segundo a pesquisa Around/SM, subiu de 74% para 88% o<br />

percentual de consumidores que deve pagar à vista as<br />

compras de alimentos e bebi<strong>da</strong>s para o Natal. Segundo<br />

Ederson de Oliveira, consultor <strong>da</strong> E-Varejo, essa é uma boa<br />

notícia para o varejista. Como os tíquetes no período são<br />

maiores, o supermercado consegue aumentar seu dinheiro<br />

em caixa e realizar compras de itens de alta rotativi<strong>da</strong>de<br />

para colocar em promoção ap ós as Festas.<br />

Formas de pagamento mais usa<strong>da</strong>s no Natal<br />

5%<br />

3 a 4 vezes<br />

88%<br />

À vista<br />

7%<br />

2 vezes<br />

O estudo <strong>da</strong> Around traz ain<strong>da</strong><br />

outra informação que merece<br />

atenção: embora os supermercados<br />

sejam o principal canal de<br />

compras de hortifrútis durante<br />

o período de festas, outros varejos<br />

crescem na preferência do<br />

público. Neste ano, os sacolões<br />

serão a opção de compra de 17%<br />

dos entrevistados, contra apenas<br />

7% no ano passado; as feiras livres<br />

mobilizarão 10%, contra 5%;<br />

e os mercadões receberão a visita<br />

de 20%, contra 12% em 2010. Os<br />

supermercados, em compensação,<br />

vão atrair menos pessoas: 61%,<br />

contra 81% no ano passado. Já os<br />

hipermercados continuarão interessando<br />

praticamente o mesmo<br />

número de clientes, o que equivale<br />

a 68% dos consumidores. Para<br />

Daniela, <strong>da</strong> Around, a escolha de<br />

feiras, sacolões e mercadões se explica<br />

pela quali<strong>da</strong>de e frescor dos<br />

produtos “O atendimento nesse<br />

tipo de varejo também melhorou.<br />

Hoje é possível ir a um sacolão e<br />

estacionar tranquilamente o carro”,<br />

afirma ela. A executiva<br />

lembra ain<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

boa localização desses<br />

canais nos bairros. Já<br />

Jorge Inafuco, diretor<br />

<strong>da</strong> consultoria empresarial<br />

Oficina de Negócios e Talentos, atribui o<br />

crescimento dos outros varejos às dificul<strong>da</strong>des enfrenta<strong>da</strong>s<br />

pelos supermercados nas ven<strong>da</strong>s de frutas,<br />

legumes e verduras. Ele explica que o canal negocia<br />

volumes altos para conseguir maiores descontos e<br />

melhores condições de pagamento. Em função disso,<br />

precisa receber frutas mais verdes para evitar<br />

maturação rápi<strong>da</strong> e consequentes per<strong>da</strong>s. “Assim, o<br />

cliente que deseja um produto pronto para consumo<br />

fica insatisfeito e vai atrás de feiras e sacolões.<br />

Esse movimento é comum nos dias que antecedem<br />

o Natal e o Ano Novo”, comenta. É ver<strong>da</strong>de que os<br />

outros canais costumam perder em competitivi<strong>da</strong>de<br />

de preços, pois compram quanti<strong>da</strong>des menores, mas<br />

“O atendimento nos sacolões melhorou muito. Hoje,<br />

é possível ir até uma uni<strong>da</strong>de e estacionar<br />

tranquilamente o carro.”<br />

Daniela Casabona, coordenadora de atendimento <strong>da</strong> around<br />

divUlgaçãO


76 | Natal | <strong>Supermercado</strong> moderno • OUTUBRO 2011<br />

cliente<br />

“No Natal,<br />

aumenta<br />

a disposição<br />

do cliente em<br />

pagar mais por<br />

produtos de<br />

quali<strong>da</strong>de”<br />

JoRGe inaFUCo, diretor <strong>da</strong> Oficina<br />

de Negócios e Talentos<br />

compensam essa desvantagem<br />

oferecendo hortifrútis maduros.<br />

“Nas compras de Natal, aumenta a<br />

disposição do consumidor em pagar<br />

mais por produtos de quali<strong>da</strong>de”,<br />

enfatiza Inafuco. Para ele, no<br />

caso <strong>da</strong> feira livre, a proximi<strong>da</strong>de<br />

do vendedor aju<strong>da</strong> a controlar o<br />

manuseio inadequado do cliente<br />

– um dos grandes causadores de<br />

per<strong>da</strong>s, principalmente em produtos<br />

prontos para consumo. Isso<br />

não acontece nos supermercados.<br />

soLuçÃo,<br />

iMite A FeiRA LiVRe<br />

Para o especialista, uma alternativa<br />

seria os supermercados imitarem<br />

a feira livre, deslocando<br />

funcionários para esse<br />

setor. Além de aju<strong>da</strong>r<br />

o consumidor a escolher<br />

as melhores frutas<br />

e verduras, a medi<strong>da</strong><br />

reduziria o manuseio<br />

inadequado, permitindo<br />

trabalhar com produtos<br />

mais maduros e<br />

diminuindo as per<strong>da</strong>s<br />

no período.<br />

Com 10 lojas espalha<strong>da</strong>s<br />

pelas ci<strong>da</strong>des de<br />

Mogi <strong>da</strong>s Cruzes, Suzano<br />

e Ferraz de Vasconcelos<br />

– na região metropolitana de<br />

São Paulo –, além de uma na capital,<br />

a rede Veran negocia a entrega<br />

de frutas de maior saí<strong>da</strong> no período<br />

em caminhões refrigerados.<br />

Com isso, recebe produtos frescos<br />

e maduros nos dias que antecedem<br />

o Natal e Ano Novo. “Também to-<br />

Os problemas que<br />

mais incomo<strong>da</strong>m o cliente e os<br />

principais canais de compra<br />

Estudo Around/SM revela os itens que<br />

geram mais insatisfação no brasileiro<br />

durante as festas de fim de ano e os<br />

canais que ele privilegia para as compras<br />

93%<br />

80%<br />

Hipermercados<br />

Os canais mais procurados<br />

(múltipla escolha - em percentual de respondentes)<br />

68%<br />

61%<br />

supermercados<br />

56% 54%<br />

22%<br />

Filas nos<br />

caixas<br />

excesso de<br />

pessoas nas lojas<br />

Falta de produtos/marcas<br />

atendimento ruim<br />

O que mais aborrece<br />

(múltipla escolha - em percentual de respondentes)<br />

Dificul<strong>da</strong>de de localizar produtos<br />

20% 17% 17%<br />

12%<br />

10%<br />

Mercadão<br />

sacolão<br />

17%<br />

Falta de entrega domiciliar<br />

Falta de produtos para presente<br />

Rotisseria<br />

12% 12%<br />

5%<br />

Falta de compras pela internet<br />

ofertas<br />

açougue<br />

Feira livre


78 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />

cliente<br />

Dica<br />

mamos cui<strong>da</strong>do com a quanti<strong>da</strong>de<br />

do pedido. É preciso ser muito<br />

eficiente no cálculo de deman<strong>da</strong>,<br />

para não comprar mais do que o<br />

necessário", alerta Eduardo Luz,<br />

sócio-proprietário <strong>da</strong> rede.<br />

RuptuRA,<br />

eteRNA RuptuRA<br />

Produtos sazonais<br />

aju<strong>da</strong>m a vender<br />

outros itens<br />

Os produtos de época, como panetones e carnes natalinas,<br />

podem ser úteis para incentivar a compra de outras<br />

mercadorias. Para Daniela Casabona, o varejista pode, por<br />

exemplo, colocar cartazes próximos a esses produtos para<br />

divulgar pratos natalinos produzidos pela rotisseria. Segundo<br />

ela, é muito importante o consumidor saber que pode encontrar<br />

soluções prontas para a festivi<strong>da</strong>de. “Como é comum<br />

entre os brasileiros que a ceia seja composta por pratos fornecidos<br />

por ca<strong>da</strong> convi<strong>da</strong>do, fica mais barato e prático comprar<br />

as opções <strong>da</strong> rotisseria. Ao conhecer o serviço, o cliente<br />

não precisa recorrer às rotisserias do bairro”, diz ela.<br />

Outro problema que se agrava na<br />

<strong>da</strong>ta é a falta de produtos e marcas.<br />

Segundo a pesquisa Around/SM,<br />

56% dos consumidores apontam<br />

essa situação nas compras volta<strong>da</strong>s<br />

às festas de fim de ano. Em 2010,<br />

esse problema foi citado por apenas<br />

34% dos respondentes. “Isso<br />

significa que boa parte dos clientes<br />

vai procurar outras lojas", adverte<br />

o consultor Ederson de Oliveira.<br />

Ele conta que já fez estudos entre os<br />

clientes sobre o impacto <strong>da</strong> ruptura<br />

nas ven<strong>da</strong>s e descobriu que, em períodos<br />

regulares, 55% dos consumidores<br />

buscam outro supermercado<br />

ou deixam para adquirir o produto quando voltar<br />

à loja”, comenta. “É possível imaginar que no Natal<br />

a migração se torne ain<strong>da</strong> maior, uma vez que não<br />

dá para visitar o mesmo supermercado várias vezes."<br />

Para Dalton Viesti, <strong>da</strong> Escola Trevisan, a ruptura<br />

aumenta porque a maioria dos supermercadistas<br />

não tem ferramentas para dimensionar as ven<strong>da</strong>s<br />

perdi<strong>da</strong>s pela ausência <strong>da</strong> mercadoria na gôndola.<br />

Ele explica: “Quando começa a planejar as compras<br />

de Natal, o varejista se baseia no que foi vendido<br />

nos anos anteriores acrescido de uma variação na<br />

população local e <strong>da</strong> expectativa de ven<strong>da</strong>s para<br />

aquele ano. É com base nisso que começa a fazer<br />

seus pedidos. Mas essa conta não corresponde à<br />

deman<strong>da</strong> efetiva, pois não mede as compras que<br />

deixaram de ser feitas porque o cliente não encontrou<br />

a mercadoria na loja.”<br />

Uma sugestão do especialista é aproveitar a presença<br />

de funcionários na área de ven<strong>da</strong>s para identificar<br />

as mercadorias não encontra<strong>da</strong>s pela clientela.<br />

O mais importante, segundo Viesti, é criar processos<br />

para que as informações sejam registra<strong>da</strong>s. Ou<br />

seja, sempre que um consumidor acusar a ausência<br />

de qualquer item, o funcionário deve anotá-lo em<br />

uma planilha, para encaminhar à área comercial.<br />

O material poderá engrossar as estatísticas para o<br />

planejamento de compras do ano seguinte. É uma<br />

medi<strong>da</strong> simples e barata, mas que pode funcionar<br />

muito bem na <strong>da</strong>ta e em qualquer época do ano. A<br />

prática de perguntar no caixa o que não foi encontrado<br />

também não pode ser esqueci<strong>da</strong> nem mesmo<br />

nos períodos de pico.<br />

Portanto, o que fica claro dos resultados <strong>da</strong> pesquisa<br />

SM/Around é que, embora alguns problemas<br />

enfrentados pelos varejistas no período natalino<br />

sejam inevitáveis, boa parte pode ser minimiza<strong>da</strong>.<br />

Isso depende apenas de três decisões: planejamento,<br />

atitude, acompanhamento.<br />

Sm<br />

M A is iNFo RMAções:<br />

Around Research: (11) 3255-7294<br />

e-Varejo: www.evarejo.com<br />

oficina de Negócios e talentos: www.oficinadetalentos.com.br<br />

Modelo: www.modeliga.com.br<br />

trevisan: www.trevisan.edu.br<br />

Veran: www.veran.com.br


83 Natal <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />

açougue<br />

Destaque os cortes<br />

de churrasco<br />

Cerca de um quarto dos consumidores vai comemorar as Festas<br />

perto <strong>da</strong> churrasqueira. Amplie o espaço dos cortes típicos para o<br />

público, mas sem esquecer as carnes do dia a dia<br />

De churrasco o brasileiro gosta o ano todo. Em<br />

momento de celebração, então, reunir-se em<br />

volta <strong>da</strong> churrasqueira é a escolha natural<br />

para muita gente. Essa preferência deve<br />

se consoli<strong>da</strong>r ain<strong>da</strong> mais neste ano: pesquisa<br />

Around Research/SM com 200<br />

consumidores de todo o Brasil mostra<br />

que 23% pretendem optar pelo churrasco na comemoração<br />

do Natal. Já no Ano Novo, o percentual chega a 26%.<br />

Isso significa maior movimento no setor de açougue,<br />

o que é ótimo, mas exige preparação. No Condor, com<br />

33 lojas no Estado do Paraná, as ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> seção aumentam<br />

40% em relação a outras épocas do ano.<br />

No fim de 2011, João Luiz de Lima Silva, gerente<br />

comercial do Condor Supercenter, conta que a<br />

expectativa é de o setor crescer 30% em comparação<br />

com o final do ano passado.<br />

| Por Fernando Salles<br />

| fernando.salles@sm.com.br<br />

diVUlgaçãO


84 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />

açougue<br />

Carnes embala<strong>da</strong>s<br />

são alternativas<br />

para reduzir filas<br />

na seção<br />

a<strong>da</strong>pte espaços,<br />

mas não tire na<strong>da</strong> do mix<br />

Segundo Silva, os cortes bovinos<br />

mais vendidos são contra- filé, alcatra,<br />

picanha e costela. Entre os<br />

suínos, destaque para pernil, paleta<br />

e lombo. O gerente comercial<br />

conta que não tira nenhum item<br />

do sortimento durante a <strong>da</strong>ta comemorativa.<br />

“Trabalhamos normalmente<br />

com todos os cortes de<br />

bovinos, pois temos uma cultura<br />

de anunciá- los semanalmente”,<br />

afirma. A principal mu<strong>da</strong>nça é a<br />

redefinição de espaços para privilegiar<br />

itens sazonais. “No caso<br />

dos suínos, aumentamos principalmente<br />

a linha de temperados<br />

congelados e incluímos no mix os<br />

lançamentos para a época”, diz.<br />

A iniciativa de apenas redefinir<br />

espaços é aprova<strong>da</strong> por Romualdo<br />

Coelho, diretor<br />

comercial <strong>da</strong> RTC<br />

Consultoria. Ele lembra<br />

que o setor atrai<br />

diariamente um número grande<br />

de pessoas, mesmo fora do período<br />

sazonal, e segundo ele, é um<br />

diVUlgaçãO<br />

risco retirar as carnes do dia a dia, pois o cliente<br />

acostumado a comprar pode se sentir frustrado ao<br />

não encontrar o que procura.<br />

Com 5 lojas no interior de São Paulo, a rede<br />

Goodbom também mantém a exposição de todos<br />

os cortes tradicionais, ain<strong>da</strong> que em espaço menor,<br />

na <strong>da</strong>ta. Outro cui<strong>da</strong>do é mantê- los no mesmo lugar,<br />

para não confundir os habitués. A parte inferior<br />

do balcão é destina<strong>da</strong> aos cortes para churrasco. Já<br />

carnes como pernil, costela suína e lombo ficam<br />

em bandejas maiores, pois necessitam de espaço.<br />

agilize atendimento,<br />

invista em carnes embala<strong>da</strong>s<br />

Há alguns anos, o Goodbom trocou o balcão de<br />

atendimento de uma <strong>da</strong>s lojas pelo de autosserviço.<br />

Na época, a iniciativa teve como alvo reduzir per<strong>da</strong>s,<br />

melhorar o atendimento e evitar que os funcionários<br />

ficassem sobrecarregados. Deu tão certo,<br />

que as quebras despencaram de 6% para 3% e a<br />

loja, que vendia 60 tonela<strong>da</strong>s de carne/mês, passou<br />

a comercializar 110 tonela<strong>da</strong>s.<br />

Mesmo sem um balcão de atendimento, o público<br />

não ficou “abandonado” na <strong>da</strong>ta. Sidney Sanna,<br />

gerente <strong>da</strong> seção, fica, pessoalmente, a maior parte<br />

do tempo na frente do balcão de autosserviço para<br />

auxiliar os clientes. “Além disso, temos 21 profissionais,<br />

sempre abastecendo a seção, trabalhando na<br />

arrumação e pesando carnes a vácuo”, conta.<br />

A maioria dos supermercados, porém, atua tanto<br />

com balcão de atendimento<br />

quanto com o de autosserviço.<br />

Contra-filé,<br />

picanha e alcatra<br />

são muito vendidos<br />

no fim do ano<br />

Para estes, uma dica é aumentar<br />

a presença <strong>da</strong>s carnes já<br />

embala<strong>da</strong>s para churrasco, a<br />

fim de reduzir filas na seção.<br />

É o que faz o Condor. “Nosso<br />

cliente prefere o balcão de atendimento,<br />

e isso não mu<strong>da</strong> com<br />

o maior volume de ven<strong>da</strong>s. O que acontece é que<br />

nesse período vendemos muitos produtos resfriados<br />

ou congelados já embalados, que fazem parte


86 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />

açougue<br />

<strong>da</strong> mesa do cliente em época de festas.<br />

Eles aju<strong>da</strong>m a dividir o atendimento”,<br />

garante Silva, gerente comercial.<br />

diVUlgaçãO<br />

Compra ConCentra<strong>da</strong><br />

reta final responde por 70%<br />

Negocie entregas fraciona<strong>da</strong>s de carnes<br />

para evitar per<strong>da</strong>s na estocagem<br />

Por se tratar de produtos perecíveis,<br />

a procura pela carne de churrasco é<br />

concentra<strong>da</strong> na reta final. No Condor,<br />

as semanas que antecedem Natal e Réveillon<br />

representam 70% <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s<br />

do açougue em dezembro. Para evitar<br />

o caos nesse momento, a rede aumenta<br />

em cerca de 30% o número de funcionários<br />

na seção. João Ab<strong>da</strong>lla Neto,<br />

consultor de marketing do Sebrae-SP,<br />

lembra apenas a importância de esses<br />

funcionários serem preparados antes<br />

do momento de pico, para que consigam<br />

manter o padrão de atendimento.<br />

Outro cui<strong>da</strong>do é definir compras<br />

condizentes com a alta <strong>da</strong> deman<strong>da</strong>.<br />

No Goodbom, o cálculo é feito com<br />

base no histórico dos anos anteriores,<br />

mas com o cui<strong>da</strong>do de garantir um<br />

estoque de segurança, para não faltar<br />

produtos. Romualdo Coelho, <strong>da</strong> RTC,<br />

recomen<strong>da</strong> que sejam combina<strong>da</strong>s entregas<br />

parciais com os fornecedores.<br />

“Os altos estoques provenientes de<br />

compras em excesso podem ocasionar<br />

per<strong>da</strong> na quali<strong>da</strong>de do armazenamento”,<br />

lembra, com a ressalva de que<br />

uma boa gestão de açougue começa<br />

por uma compra correta. “É preciso<br />

considerar as sazonali<strong>da</strong>des do período,<br />

a média de ven<strong>da</strong>, o período de<br />

Agrupar itens para<br />

churrasco perto do<br />

açougue pode<br />

elevar as ven<strong>da</strong>s<br />

visita dos fornecedores e o prazo de entrega,<br />

entre outros fatores”, recomen<strong>da</strong>.<br />

ações de divulgação:<br />

tabloides podem aju<strong>da</strong>r<br />

Apesar do crescimento na procura, divulgação<br />

nunca é demais. E uma <strong>da</strong>s principais armas<br />

é o tabloide. No Condor, são três publicações<br />

alusivas às festas de fim de ano, nas quais há<br />

anúncios de carnes vendi<strong>da</strong>s a preços competitivos.<br />

Quase to<strong>da</strong>s as lojas promovem degustação<br />

de itens com apelo sazonal. O mesmo<br />

recurso costuma surtir efeito na rede paulista<br />

Goodbom, que aproveita dias movimentados<br />

para incentivar experimentação de opções<br />

recém-incorpora<strong>da</strong>s ao mix. Outras formas de<br />

divulgação podem trazer resultados igualmente<br />

positivos, como boa comunicação visual na<br />

loja. O importante é conhecer o seu público e<br />

entender quais ações mais agra<strong>da</strong>rão a ele. Sm<br />

m ais i nformações:<br />

Condor: www.condor.com.br<br />

goodBom: www.goodbom.com.br<br />

rtC Consultoria: www.rtcconsultoria.com.br<br />

sebrae -s p: www.sebraesp.com.br


91 Natal <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />

Peixaria<br />

ações simples<br />

Por Fernando Salles |<br />

fernando.salles@sm.com.br |<br />

elevam ven<strong>da</strong>s<br />

No ano passado, o Grupo Pão de Açúcar vendeu<br />

mais bacalhau no Natal do que na Páscoa,<br />

época em que a sazonali<strong>da</strong>de é historicamente<br />

superior. O bom desempenho <strong>da</strong><br />

iguaria no fim do ano não é um fato isolado<br />

dentro do setor de peixaria <strong>da</strong> rede, cujas<br />

ven<strong>da</strong>s totais costumam dobrar no período,<br />

O consumo no Brasil é<br />

pequeno e o giro cresce<br />

pouco, mas o potencial<br />

do mercado é grande.<br />

Que o digam duas<br />

redes. Elas ignoram<br />

estatísticas, investem<br />

no setor e vendem<br />

ain<strong>da</strong> mais no Natal<br />

jOãO de fReiTas<br />

No Pão de Açúcar peixes é uma<br />

categoria destino que, no Natal,<br />

tem sua varie<strong>da</strong>de divulga<strong>da</strong> em<br />

tabloides exclusivos


92 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />

peixaria<br />

Dicas práticas<br />

Bacalhau<br />

Mostre ao consuMidor coMo<br />

dessalgar o bacalhau<br />

Há quem não compre bacalhau por considerar complexo<br />

o seu preparo. Uma <strong>da</strong>s maiores fontes de dúvi<strong>da</strong><br />

tem relação com o dessalgue do peixe, processo<br />

que, quando mal executado, prejudica o sabor final do<br />

prato. Boa alternativa para resolver o problema é orientar<br />

o consumidor por meio de comunicação visual na<br />

seção ou mesmo folhetos e tabloides. Aí vão as dicas:<br />

• Para ser dessalgado, o bacalhau precisa ser imerso em<br />

uma vasilha com água dentro <strong>da</strong> geladeira<br />

• As lascas devem ser dessalga<strong>da</strong>s por 6 horas, com uma<br />

troca de água após as três primeiras horas<br />

• Já o bacalhau em postas precisa de 24 horas para ficar livre<br />

do excesso de sal. O melhor a fazer, nesse caso, é trocar<br />

a água a ca<strong>da</strong> seis horas<br />

• Quando as postas são muito grossas, o processo de dessalgue<br />

pode durar 48 horas, com troca de água a ca<strong>da</strong> seis<br />

• A água que sobrar pode ser usa<strong>da</strong> para cozinhar arroz e<br />

batatas, dois ótimos acompanhamentos para o pescado.<br />

É preciso ter cui<strong>da</strong>do, apenas, com o excesso de sal<br />

Confira outras dicas para espalhar pela loja e cativar<br />

os clientes:<br />

• Vai servir bacalhau na ceia Então calcule uma média de<br />

200 gramas por convi<strong>da</strong>do. Mas lembre-se: após dessalgado,<br />

o peixe perde entre 30% e 40% de seu peso<br />

• Quem for congelar o bacalhau, deve fazer isso apenas depois<br />

de o peixe ser dessalgado<br />

• Além de delicioso, o pescado é rico em ômega 3 e vitaminas<br />

A, E, B6 e B12<br />

• Para se livrar do odor de bacalhau que permanece nas<br />

mãos, a dica é utilizar limão<br />

Fonte: Pão de Açúcar<br />

jOãO de fReiTas<br />

conforme conta Pedro Henrique dos Santos Pereira,<br />

diretor de carnes, aves e peixaria <strong>da</strong> empresa.<br />

Segundo ele, o maior poder aquisitivo de<br />

grande parte <strong>da</strong> população tem feito com que<br />

o cardápio <strong>da</strong>s ceias e comemorações do fim de<br />

ano se torne mais variado. Não é à toa que na<br />

pesquisa feita sobre hábitos de consumo no Natal<br />

– veja matéria na edição de setembro –, a intenção<br />

do brasileiro de adquirir "outras" carnes,<br />

entre elas, peixes, subiu de 2%, em 2010, para<br />

13% neste ano. Mas não é só isso. O sucesso <strong>da</strong><br />

peixaria <strong>da</strong>s lojas do Pão de Açúcar não teria sido<br />

conquistado se a empresa aguar<strong>da</strong>sse passivamente<br />

o crescimento na procura. Afinal, <strong>da</strong>dos do Ceagesp<br />

(veja gráfico na próxima página) mostram<br />

que, ao contrário do que acontece nas lojas <strong>da</strong><br />

rede, a comercialização de peixes no Brasil entre<br />

os meses de outubro e dezembro cresceu apenas<br />

2,3% nos últimos quatro anos. Ou seja, deman<strong>da</strong><br />

se cria quando existe potencial de consumo.<br />

ApostA do pão de AçúCAr:<br />

Tabloide só com pescados<br />

No Pão de Açúcar a história é diferente porque o<br />

investimento na peixaria é forte. A empresa é a<br />

terceira maior compradora de bacalhau em todo<br />

o mundo e oferece to<strong>da</strong>s as versões do produto,<br />

com o cui<strong>da</strong>do de disponibilizar folhetos com receitas<br />

em to<strong>da</strong>s as épocas do ano. Mas para que<br />

o impacto sazonal do fim do ano não se restrinja<br />

ao bacalhau, investe em ações relativamente simples<br />

e com resultados comprovados. Uma delas é<br />

distribuir aos consumidores, 20 a 30 dias antes do<br />

Natal, um tabloide exclusivo com todos os pescados<br />

comercializados na loja. Por ele, os clientes<br />

percebem que a varie<strong>da</strong>de é grande e inclui, além<br />

de itens sempre procurados como salmão e camarão,<br />

varie<strong>da</strong>des mais “exóticas” de peixes e frutos<br />

do mar, como vôngole, lagosta, mexilhão, vieiras<br />

e até king crab ou centolla – caranguejo gigante<br />

encontrado em poucas regiões do Pacífico.


94 | Natal | <strong>Supermercado</strong> moderno • OUTUBRO 2011<br />

peixaria<br />

fONTe: CeaGesP<br />

sem se importar<br />

com baixo<br />

consumo de<br />

peixes, Pão de<br />

açúcar e Hippo<br />

faturam bem<br />

com a seção<br />

Ven<strong>da</strong> de peixes em<br />

volume no 4º trimestre<br />

Crescimento entre outubro e<br />

dezembro do ano passado foi só<br />

de 2,3%, mas potencial do<br />

segmento de pescados é grande<br />

10.242<br />

tonela<strong>da</strong>s<br />

10.013<br />

tonela<strong>da</strong>s<br />

2010 2009<br />

A varejista também utiliza a<br />

comunicação visual para informar<br />

que os balcões <strong>da</strong> peixaria<br />

são abastecidos diariamente, o<br />

que aumenta a segurança na hora<br />

<strong>da</strong> compra. A mesma mensagem<br />

orienta o público a consumir filés<br />

e postas até o dia seguinte, e peixes<br />

inteiros, crustáceos e moluscos em<br />

no máximo dois dias.<br />

Há também a preocupação<br />

de disponibilizar<br />

promotores em parceria<br />

com fornecedores. Um<br />

exemplo são as profissionais<br />

que abor<strong>da</strong>m a<br />

clientela para apresentar<br />

o bacalhau já dessalgado,<br />

item com apelo à pratici<strong>da</strong>de<br />

disponível na seção<br />

de congelados. “Eles já representam<br />

18% <strong>da</strong>s nossas ven<strong>da</strong>s<br />

totais de bacalhau”, afirma Pedro<br />

dos Santos Pereira. Nas lojas Pão de Açúcar, é feito<br />

ain<strong>da</strong> um trabalho integrado com os atendentes<br />

de vinho, para sugerir harmonizações com peixes<br />

e frutos do mar (saiba mais no fim desta matéria).<br />

eM sAntA CAtArinA:<br />

Hippo deve vender 15% mais<br />

Consumir pescados é comum durante o ano todo<br />

no Estado de Santa Catarina, porém mesmo por<br />

lá a sazonali<strong>da</strong>de é relevante. Tanto que o Hippo<br />

<strong>Supermercado</strong>s, duas lojas em Florianópolis,<br />

espera elevar em pelo menos 15% as ven<strong>da</strong>s de<br />

pescados neste fim de ano. A bandeira atende,<br />

sobretudo, clientes <strong>da</strong>s classes AB, o que inclui<br />

muita gente preocupa<strong>da</strong> em cultivar uma boa<br />

saúde. Esse, diga-se, é outro apelo importante no<br />

consumo de pescados, algo que pode ser reforçado<br />

na comunicação visual <strong>da</strong> seção, mesmo nas<br />

lojas foca<strong>da</strong>s em outro perfil de público.<br />

Por exigência dos clientes, o Hippo trabalha<br />

tanto com peixe fresco quanto congelado. Neste<br />

último, tem o cui<strong>da</strong>do de antecipar a compra para<br />

não perder ven<strong>da</strong>s na reta final. O supermercado<br />

investe também em atendimento personalizado<br />

para orientar o consumidor na hora <strong>da</strong> compra,<br />

com profissionais <strong>da</strong> própria loja encarregados<br />

de oferecer atendimento atencioso.<br />

Além do bacalhau, filés de salmão, camarão<br />

e kani estão entre os pescados mais vendidos no<br />

supermercado catarinense. Nos últimos anos, porém,<br />

tem crescido muito a procura por linguado e<br />

pelo congrio rosa, peixe muito conhecido na região.<br />

Com operação bem ajusta<strong>da</strong>, Hippo e Pão<br />

de Açúcar não sofrem com o fato de os brasileiros<br />

consumirem, em média, apenas 7 quilos de pescados<br />

ao ano, quando a recomen<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Organização<br />

Mundial de Saúde é de 12 quilos. Mais uma<br />

prova de que há espaço para elevar as ven<strong>da</strong>s de<br />

peixe, principalmente se a seção receber um tratamento<br />

especial. Veja nas próximas páginas ações<br />

que você poderá desenvolver, e potencialize as<br />

ven<strong>da</strong>s como fizeram Pão de Açúcar e Hippo.


96 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />

peixaria<br />

Peixes e vinhos: ótima combinação<br />

O consultor de vinhos<br />

Carlos Cabral mostra<br />

como combinar peixes<br />

com vinhos e alavancar as<br />

ven<strong>da</strong>s dos dois<br />

produtos. Acompanhe.<br />

Pescados combinam apenas com vinho branco. Essa é uma regra<br />

na qual muita gente acredita, mesmo quem não dá importância<br />

para essa história de harmonizar corretamente comi<strong>da</strong> e bebi<strong>da</strong>.<br />

Mas será ver<strong>da</strong>de Carlos Cabral, consultor de vinhos do Pão de Açúcar,<br />

explica que essa é realmente a combinação mais comum. No entanto,<br />

dependendo do molho ou acompanhamento, o especialista faz outras<br />

recomen<strong>da</strong>ções. Cabral é responsável pelo projeto pioneiro de treinar<br />

atendentes de vinho para atuar nas lojas <strong>da</strong> bandeira Pão de Açúcar,<br />

trabalho iniciado há cerca de 10 anos. Informar os clientes é sempre boa<br />

alternativa para elevar as ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> seção e aumentar o tíquete médio<br />

no período. Confira, a seguir, as dicas de harmonização com peixes.:<br />

Bacalhau<br />

A combinação clásica é com o vinho verde<br />

português, sobretudo quando o peixe<br />

é servido assado e sem grandes misturas<br />

de ingredientes no preparo. Quando<br />

o preparo envolve muitos temperos e<br />

acompanhamentos, como ovos, tomate<br />

e cebola, um vinho tinto também pode<br />

cair bem, sobretudo aqueles elaborados<br />

na região portuguesa do Alentejo.<br />

Badejo<br />

O essencial é combinar com uma <strong>da</strong>s<br />

principais uvas brancas: Riesling,<br />

Sauvignon Blanc ou Gewurztraminer.<br />

Quando esse peixe é servido com bastante<br />

molho, a lógica mu<strong>da</strong>, e um vinho<br />

tinto jovem passa a ser a melhor<br />

solução para acompanhá-lo.<br />

Bolinho de Bacalhau<br />

Para acompanhar o delicioso tira-gosto,<br />

não há dúvi<strong>da</strong>s: vá sem medo de<br />

vinho verde português.<br />

jOãO de fReiTas<br />

centolla/King craB<br />

Champagne e espumante brut são as melhores<br />

companhias para degustar o caranguejo gigante,<br />

cuja carne apresenta sabor marcante no começo<br />

e delicado no final. Pelo nível de acidez e por elaborarem<br />

vinhos perfumados, Sauvignon Blanc e<br />

Chardonnay são as uvas recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />

lagosta<br />

Boa companhia ao crustáceo<br />

são os vinhos feitos<br />

a partir de Riesling, Sauvignon<br />

Blanc ou Chenin<br />

Blanc. “No calor, com um<br />

espumante brut Macabeu,<br />

também desce como<br />

refresco”, garante o consultor do Pão de Açúcar.<br />

jOãO de fReiTas


98 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />

peixaria<br />

linguado<br />

Muito consumido no Brasil, o peixe vai bem com<br />

um Chardonnay francês, que é menos frutado em<br />

comparação com o de outros países. Um vinho chileno<br />

feito com a mesma uva e envelhecido em carvalho<br />

é outra opção.<br />

lula/Mexilhão/Polvo/vôngole<br />

Ao servir essas quatro varie<strong>da</strong>des de frutos do mar, Sauvignon<br />

Blanc e Chardonnay leves costumam cair bem.<br />

Paella<br />

Há duas possibili<strong>da</strong>des para harmonizar esse prato espanhol.<br />

Quando a paella é valenciana, aquela que leva<br />

carnes como o frango, a pedi<strong>da</strong> é um tinto elaborado<br />

com a casta Tempranillo. Já a paella feita apenas com<br />

frutos do mar pode ser servi<strong>da</strong> com um espumante seco<br />

feito com uva Macabeu ou vinho branco Chardonnay.<br />

Pintado<br />

Sirva com Sauvignon Blanc ou Riesling, com a ressalva<br />

de que devem estar bem gelados para segurar a<br />

acidez dessa varie<strong>da</strong>de de pescado.<br />

roBalo<br />

Peixe com carne pouco gordurosa, é uma boa companhia<br />

para um vinho branco Chardonnay ou Trebbiano<br />

de origem italiana.<br />

saint Peter<br />

salMão<br />

defuMado<br />

Vinhos brancos elaborados<br />

com as castas Riesling<br />

ou Gewurztraminer fazem<br />

bom par com o salmão. Outra opção considera<strong>da</strong><br />

por Carlos Cabral são os rótulos elaborados com a<br />

varie<strong>da</strong>de Chardonnay.<br />

jOãO de fReiTas<br />

sardinha<br />

Assa<strong>da</strong> na brasa, a sardinha fica ain<strong>da</strong> melhor ao lado<br />

do vinho verde português Trajadura. Quando cozi<strong>da</strong> e<br />

tempera<strong>da</strong>, recomen<strong>da</strong>-se optar por um Chardonnay.<br />

Se for escabeche, a dica é um rótulo envelhecido e com<br />

mais potência para acompanhar o sabor marcante.<br />

sushi<br />

Se a festa de Réveillon vai ter direito à iguaria<br />

oriental, os espumantes brut branco e rosé não fazem<br />

feio, desde que servidos bem gelado.<br />

tiláPia<br />

Vinho verde Trajadura, típico português, acompanha<br />

muito bem esse pescado.<br />

jOãO de fReiTas<br />

jOãO de fReiTas<br />

Peixe cujo consumo registrou<br />

importante crescimento<br />

nos últimos anos, o Saint<br />

Peter cai bem com Riesling<br />

(alemão), Chardonnay e até<br />

mesmo o Riesling Itálico<br />

(brasileiro), cuja acidez é<br />

mais eleva<strong>da</strong>.<br />

M A is i nforMAções:<br />

vieiras<br />

Para não ofuscar o sabor, três vinhos são sugeridos:<br />

Riesling, Gewurztraminer e Sauvignon Blanc. Sm<br />

Ceagesp: www.ceagesp.gov.br<br />

Grupo pão de Açúcar: www.grupopaodeacucar.com.br<br />

Hippo: www.hippo.com.br


100 Natal <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />

Saiba<br />

evitar<br />

furtos<br />

O risco de mercadorias<br />

furta<strong>da</strong>s é maior nos dias<br />

que antecedem o Natal,<br />

mas a solução para o<br />

problema está em<br />

estratégias de longo<br />

prazo. Enten<strong>da</strong>.<br />

O<br />

cliente chegou<br />

ao guar<strong>da</strong>-volume<br />

com uma<br />

caixa cheia de<br />

livros fiscais e<br />

disse ao atendente<br />

que não<br />

poderia deixá-la guar<strong>da</strong><strong>da</strong> por conter<br />

documentos importantes. Confiando<br />

no que dizia o homem de boa aparência,<br />

o funcionário o autorizou a entrar<br />

com a caixa, dentro do carrinho de<br />

compras. Entre uma gôndola e outra,<br />

percebeu-se que não existiam livros no<br />

interior dela e que o fundo era falso, o<br />

que permitia ao consumidor esconder<br />

ali produtos furtados, principalmente<br />

garrafas de uísque. A cena pode parecer<br />

ficção, mas aconteceu de ver<strong>da</strong>de,<br />

| Por Adriana Silvestrini<br />

| adriana.silvestrini@sm.com.br<br />

em uma <strong>da</strong>s 19 lojas <strong>da</strong> rede Rondelli <strong>Supermercado</strong>s,<br />

com sede na Bahia. “Ao verificar a atitude de<br />

má-fé do cliente, os seguranças o abor<strong>da</strong>ram e, na<br />

delegacia, ele confessou que aquela era uma prática<br />

comum para roubar mercadorias nos supermercados”,<br />

conta Antonio José Dorna, diretor operacional<br />

e de expansão do Rondelli.<br />

O problema enfrentado pela varejista, infelizmente,<br />

faz parte <strong>da</strong>s estatísticas que atingem o autosserviço.<br />

Duas pesquisas mostram a dimensão<br />

do que se perde com furtos em geral, prejuízos que<br />

podem aumentar consideravelmente nas semanas<br />

que antecedem o Natal em função do grande número<br />

de pessoas nas lojas. Para se ter uma ideia,<br />

levantamento <strong>da</strong> FIA (Fun<strong>da</strong>ção Instituto de Administração),<br />

liga<strong>da</strong> à Universi<strong>da</strong>de de São Paulo,<br />

indicam que os furtos representam 34,5% de to<strong>da</strong><br />

a per<strong>da</strong> com mercadorias nos super e hipermercados.<br />

Outro estudo, que está saindo do forno neste<br />

mês de outubro, o Barômetro Global de Furtos no<br />

Varejo, do Centro de Pesquisa do Varejo, do Reino<br />

Unido, confirma que o problema ain<strong>da</strong> é grave.<br />

Segundo a pesquisa, patrocina<strong>da</strong> pela Checkpoint<br />

Systems Brasil, fornecedora de soluções de segu-


| 101<br />

rança, as per<strong>da</strong>s no Brasil chegam<br />

a 1,69% <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s empresas<br />

do setor – uma alta de 3 pontos<br />

percentuais em relação a 2010 –,<br />

sendo que furtos realizados por<br />

ladrões de lojas, como aconteceu<br />

com o Rondelli, são 33,2% do valor<br />

total perdido.<br />

itens saZonais<br />

Os mais visados<br />

Assim como acontece nas demais<br />

<strong>da</strong>tas sazonais, o Natal também<br />

tem seus alvos preferidos de furtos.<br />

Nesse período, as mercadorias<br />

mais visa<strong>da</strong>s são as bebi<strong>da</strong>s<br />

comemorativas, como espumante<br />

e uísque. “Notamos também que<br />

acontecem muitas trocas de etiquetas<br />

de preço com a finali<strong>da</strong>de<br />

de a pessoa se beneficiar de alguns<br />

reais”, revela Dorna, do Rondelli.<br />

Outros produtos que merecem<br />

cui<strong>da</strong>dos durante as festas de fim de ano são as carnes<br />

típicas – como peru, chester, pernil, entre outras<br />

–, além de panetones e frutas secas. Segundo Fernando<br />

Sambugaro, diretor de comunicação <strong>da</strong> Gateway<br />

Security, esses itens podem ser escondidos embaixo<br />

de roupas, em sacolas ou bolsas. Além dessas mercadorias,<br />

há um consenso entre supermercadistas<br />

e fabricantes de equipamentos de segurança de que<br />

qualquer produto caro, que seja fácil de esconder e<br />

tenha apelo de reven<strong>da</strong> ou para uso próprio, está na<br />

mira de furtos dentro <strong>da</strong> loja.<br />

o ceNÁrio <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s/furtos No brasiL<br />

No País, os funcionários ain<strong>da</strong><br />

são os principais responsáveis<br />

pelo furto de mercadorias,<br />

seguidos por ladrões<br />

profissionais. Enten<strong>da</strong> mais a<br />

partir dos <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> pesquisa<br />

Barômetro Global de Furtos.<br />

43%<br />

Funcionários<br />

Responsáveis pelas<br />

per<strong>da</strong>s e furtos<br />

16,4%<br />

erro interno<br />

33,2%<br />

ladrões de loja<br />

7,4%<br />

Fornecedor<br />

(vendedor)<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Percentual de per<strong>da</strong>s *<br />

(sobre ven<strong>da</strong>s)<br />

N O BRASIL<br />

1,64% 1,69%<br />

N O MUNDO<br />

1,42%<br />

1,49%<br />

2010 2011 2010 2011<br />

Número de ocorrências<br />

identifica<strong>da</strong>s/apreensões<br />

69.889<br />

Total<br />

62.458<br />

Ladrões<br />

de loja<br />

7.431<br />

Funcionários<br />

*A pesquisa tem foco principal em furtos<br />

"Conscientizamos<br />

os funcionários<br />

mais jovens sobre<br />

as consequências<br />

de praticar furtos no<br />

trabalho"<br />

EDSON INÁCIO, CONFIANÇA<br />

seMana Do nataL<br />

É só a ponta do iceberg<br />

Deslocar as câmeras de segurança e funcionários<br />

para seções mais críticas do supermercado no período<br />

de fim de ano é uma alternativa para inibir os<br />

furtos. Mas esse é apenas um paliativo. O problema<br />

precisa ser combatido no dia a<br />

dia. Quem garante é Edson Aparecido<br />

Inácio, coordenador de<br />

prevenção e per<strong>da</strong>s do Confiança<br />

<strong>Supermercado</strong>s, com 9 lojas na<br />

região de Bauru (SP). Segundo


102 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />

furtoS<br />

Fonte: ConSultoreS e FabriCanteS de equipamentoS<br />

8 dicas<br />

para combater furtos<br />

1 Adote uma estratégia de prevenção de furtos para evitar o<br />

problema a longo prazo. É mais indicado do que apenas recorrer<br />

a ações reativas.<br />

2 Treine e qualifique as pessoas. Os funcionários devem estar<br />

motivados e engajados com todo o processo. Assim, eles terão<br />

a confiança <strong>da</strong> empresa e vice-versa.<br />

3 Promova auditorias e crie indicadores de resultados para<br />

medir as ações que estão sendo executa<strong>da</strong>s.<br />

4 É indicado investir também em tecnologia com softwares,<br />

hardwares, sistemas de CFTV (Circuito Fechado de Televisão),<br />

VEM (Vigilância Eletrônica de Mercadoria), sistemas<br />

de identificação de documentos falsos, entre outros.<br />

5 Não é indicado tirar <strong>da</strong>s gôndolas produtos de alto valor<br />

agregado, principalmente bebi<strong>da</strong>s. Com prevenção, é possível<br />

atrair o consumidor com tranquili<strong>da</strong>de até esse produto.<br />

6 Não há per<strong>da</strong> zero e nenhum equipamento é 100% eficaz.<br />

É necessário combinar sistema com pessoas treina<strong>da</strong>s.<br />

7 Lembre-se de que produtos protegidos levam os mal-intencionados<br />

a mu<strong>da</strong>r sua rotina de roubo. Quando entram no supermercado,<br />

fazem avaliação sobre a forma de proteção adota<strong>da</strong>.<br />

8 Uma solução sozinha não vai reduzir furtos. Colocar a<br />

câmera mais potente no teto <strong>da</strong> loja não vai fazer milagre. É<br />

preciso, além disso, cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> retaguar<strong>da</strong> e orientar sobre a<br />

melhor forma de abor<strong>da</strong>r os consumidores.<br />

ele, a prevenção deve ser feita no<br />

ano todo e passa pelo treinamento<br />

<strong>da</strong> equipe e por ações para reduzir<br />

a rotativi<strong>da</strong>de nesse setor.<br />

Para Rodrigo Barros, gerente<br />

de produtos <strong>da</strong> fabricante Plastrom<br />

Sensormatic, o autosserviço<br />

tem evoluído nessa área. “Há três<br />

anos não se viam gestores focados<br />

na área de prevenção de per<strong>da</strong>s e<br />

de furtos, e hoje já se vê”, diz ele.<br />

Apesar disso, outro executivo <strong>da</strong><br />

companhia, Carlos Eduardo Santos,<br />

diretor de soluções, acredita<br />

que algumas empresas do setor<br />

ain<strong>da</strong> não investem em prevenção,<br />

principalmente nos equi-<br />

pamentos, porque têm dificul<strong>da</strong>de em calcular o<br />

retorno do investimento (ROI) devido à falta de<br />

informação. Ou seja, ain<strong>da</strong> há muitos supermercados<br />

que não conseguem identificar quanto e o que<br />

perdem com furtos e demais tipos de per<strong>da</strong>s.<br />

equiPe interna<br />

Ain<strong>da</strong> a principal responsável<br />

por furtos<br />

É justamente essa dificul<strong>da</strong>de dos supermercados<br />

em mensurar o tamanho <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s e suas principais<br />

causas que fazem do Brasil o quinto colocado<br />

no ranking dos países com maiores índices<br />

de per<strong>da</strong>s, com percentual de 1,69% sobre o total<br />

de ven<strong>da</strong>s do setor, segundo a pesquisa Barômetro<br />

Global de Furtos no Varejo, feita em 43 países. Do<br />

Brasil, participaram 40 empresas de varejo. Entre<br />

as redes nacionais, um <strong>da</strong>do continua inalterado:<br />

os funcionários ain<strong>da</strong> são os principais responsáveis<br />

pelos furtos, respondendo por 43% de tudo o<br />

que se perde numa empresa varejista.<br />

Para reduzir a participação de colaboradores<br />

em furtos, a rede Confiança procura conscientizar<br />

a equipe. “Como trabalhamos com uma faixa etária<br />

jovem, muitos deles ain<strong>da</strong> não têm noção <strong>da</strong>s<br />

consequências de um furto praticado no local de<br />

trabalho. Passamos noções de todos os riscos profissionais<br />

e familiares que esse ato pode causar”,<br />

afirma Inácio, coordenador do Confiança.<br />

Esse é o tipo de iniciativa que o supermercadista<br />

pode começar a adotar desde já. Mas, seja como<br />

for, não há dúvi<strong>da</strong> que o combate às per<strong>da</strong>s precisa<br />

acontecer todos os dias, do momento em que a loja<br />

é aberta até a hora em que é fecha<strong>da</strong>. Para isso,<br />

Gustavo Velehov, <strong>da</strong> Checkpoint, tem uma dica:<br />

apostar em três ferramentas preciosas: equipamentos,<br />

pessoas e procedimentos.<br />

Sm<br />

Mais inforM ações:<br />

Checkpoint systems Brasil: (11) 5078-2333<br />

Confiança supermercado: 0800-131331<br />

Gateway security: (11) 3732-6626<br />

Plastrom sensormatic: (11) 4166-4400<br />

rondelli supermercados: (73) 3511-2000


105 Natal <strong>Supermercado</strong> moderno • OUTUBRO 2011<br />

| Por Adriana Silvestrini<br />

| adriana.silvestrini@sm.com.br<br />

Imprevistos na loja<br />

Sufoco e emoção<br />

Dia 24 de dezembro, fim de expediente, portas<br />

fecha<strong>da</strong>s. Todo mundo ansioso para<br />

voltar para casa, quando (problema, problema)<br />

uma cliente entra aflita: a ceia que<br />

tinha encomen<strong>da</strong>do na loja concorrente<br />

não havia sido entregue. Ela precisava,<br />

PRECISAVA de uma ceia. Os funcionários<br />

viram as costas e despacham a cliente infiel Não. Nunca. Correm<br />

para a área de preparo do restaurante e criam uma saborosa<br />

e diverti<strong>da</strong> ceia. O caso é ver<strong>da</strong>deiro, aconteceu em uma <strong>da</strong>s lojas<br />

do Pão de Açúcar do Distrito Federal. E, assim como este episódio,<br />

muitos outros têm ocorrido em supermercados de todo o Brasil<br />

na época do Natal. Histórias de imprevistos, que provocam susto,<br />

inquietação e até raiva, mas também incentivam os profissionais<br />

do varejo do jeitinho que eles gostam: com muitos desafios e muita<br />

vontade de acertar. Ou seja, não basta encarar a correria <strong>da</strong>s festas,<br />

a reposição frenética, o consumidor impaciente, o importante é<br />

encerrar o dia com tudo bem resolvido. SM publica aqui quatro<br />

histórias saborosas que alarmaram<br />

os funcionários, mas foram enfrenta<strong>da</strong>s<br />

com atitude e emoção.<br />

To<strong>da</strong>s com final feliz.<br />

ceIa<br />

de última hora<br />

Imagine um açougue<br />

desfalcado de pessoal no<br />

dia 24 de dezembro.<br />

Imagine um Papai Noel<br />

que simplesmente não<br />

aparece no dia<br />

combinado. E imagine<br />

ain<strong>da</strong> encontrar uma<br />

carta triste de uma<br />

criança carente (e<br />

faminta). São os<br />

imprevistos de fim de ano<br />

que o varejo enfrenta<br />

com muita (muita)<br />

vontade de <strong>da</strong>r certo.<br />

“A cliente que chegou desespera<strong>da</strong><br />

à loja do Pão de Açúcar<br />

era d. Ângela. Ela tinha convi<strong>da</strong>do<br />

parentes e amigos para a<br />

ceia de Natal e não sabia o que<br />

fazer”, conta Ana Maria Zei<strong>da</strong>n


106 | Natal | <strong>Supermercado</strong> moderno • OUTUBRO 2011<br />

HISTÓrIaS<br />

Ataíde, operadora líder <strong>da</strong> rede<br />

em Águas Claras (DF). “Estava<br />

tão nervosa, que ficava resmungando<br />

de um caixa para outro,<br />

implorando por uma solução. Na<br />

hora reuni os colegas e disparei:<br />

Pessoal, aperta o botão do Papai<br />

Noel, porque ain<strong>da</strong> há muito o<br />

que fazer hoje. Foi interessante.<br />

Combinamos de preparar a ceia<br />

de maneira rápi<strong>da</strong>, bem feita e<br />

sem estresse. Curiosamente foi<br />

surgindo, sem na<strong>da</strong> combinado,<br />

um bem-humorado código natalino,<br />

inventado por nós à medi<strong>da</strong><br />

que trabalhávamos. Era como se<br />

tudo estivesse sendo preparado<br />

dentro <strong>da</strong> casa do Papai Noel. De<br />

início, avisei, empostando a voz:<br />

Papai Noel pronto para a tarefa!<br />

Duendes auxiliares… a<br />

postos Todos responderam<br />

juntos: “Siiim!” Claro que<br />

alguém teve a ideia de colocar<br />

uma música natalina<br />

para animar o ambiente e<br />

eu fui logo avisando: “Alguém<br />

escreveu uma cartinha<br />

aqui pedindo um<br />

chester, ho, ho, ho!”. Essa<br />

foi a senha para que<br />

um dos duendes<br />

<strong>da</strong> equipe<br />

descongelasse<br />

o produto em<br />

água fervente.<br />

Ouviu-se, então,<br />

uma voz: Atenção!<br />

A rena do trenó empacou!<br />

Era alguém<br />

que não sabia que<br />

temperos usar na<br />

ave. Um outro duende<br />

(o Carlão), que até então tinha se limitado a<br />

observar o corre-corre, se apresentou para pegar<br />

os ingredientes e seguir na empreita<strong>da</strong>. Em pouco<br />

tempo, o chester já estava assando no forno. “Vamos<br />

lá, senhores, preciso pôr tudo no trenó antes <strong>da</strong><br />

meia-noite. Que tal um lombo e um salmão, hein”<br />

A dona Ângela, antes tensa e preocupa<strong>da</strong>, relaxava<br />

e se divertia com as brincadeiras, enquanto aceitava<br />

as sugestões <strong>da</strong> intrépi<strong>da</strong> turma. Tínhamos um<br />

arroz já pronto, e ela concordou em enriquecê-lo<br />

com amêndoas, passas e <strong>da</strong>mascos. Ain<strong>da</strong> tivemos<br />

o cui<strong>da</strong>do de emprestar algumas peças de louça <strong>da</strong><br />

rotisseria para compor a ceia. Quando a d. Ângela<br />

viu todos os pratos prontinhos e no jeito para<br />

levar para casa, ficou comovi<strong>da</strong>. Tive, então, uma<br />

ideia. Pedi a ela que agradecesse no mesmo tom <strong>da</strong><br />

brincadeira. Ela pensou e arriscou: “Vocês tiraram<br />

o Papai Noel que estava entalado na chaminé <strong>da</strong><br />

minha casa”. Foi uma explosão de gargalha<strong>da</strong>s e um<br />

pré-Natal feliz”.<br />

carTa para o<br />

bom velhinho<br />

Em novembro de 2010, uma colaboradora estava<br />

organizando os produtos na perfumaria quando<br />

encontrou uma carta endereça<strong>da</strong> à rede onde trabalhava,<br />

a paulista Russi. A carta, de uma criança<br />

de 7 anos, era destina<strong>da</strong> ao Papai Noel. Ela contava<br />

que a mãe era faxineira e estava desemprega<strong>da</strong> e<br />

que o pai trabalhava como pintor autônomo e com<br />

frequência ficava sem qualquer ren<strong>da</strong>. Na cartinha,<br />

pedia alimentos como macarrão instantâneo “Miojo”,<br />

“Danoninho”, “Biscoito Club Social”, produtos<br />

que seus pais não podiam comprar.<br />

“Não demorou muito, a notícia <strong>da</strong> carta se espalhou<br />

entre os colaboradores”, conta Rita Húngaro,<br />

atendente promocional de uma <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des. “E,<br />

rapi<strong>da</strong>mente, eles se mobilizaram para transformar<br />

o Natal <strong>da</strong>quela criança. Todos contribuíram com<br />

valores de R$ 2,00 a R$ 20,00, arreca<strong>da</strong>ndo R$


| 107<br />

600,00. Com o dinheiro, montaram<br />

uma cesta com produtos de primeira<br />

necessi<strong>da</strong>de, uma outra com os produtos<br />

pedidos e ain<strong>da</strong> uma terceira<br />

só com frutas. Além <strong>da</strong>s cestas, o<br />

pessoal comprou três bonecas, sendo<br />

uma para a autora <strong>da</strong> cartinha e<br />

outras duas para as irmãs. A equipe<br />

convidou então os pais e as<br />

crianças para visitarem a loja<br />

e os surpreendeu com os presentes.<br />

“Todos participaram<br />

e foi uma emoção enorme. A<br />

família adorou a surpresa e ca<strong>da</strong><br />

funcionário se sentiu premiado<br />

pela própria atitude. Aliás, bem condizente<br />

com o espírito natalino”, comemora<br />

Rita.<br />

papaI noeL maGro<br />

vindo do céu<br />

Quando a loja Futurama do bairro de Santo Amaro,<br />

em São Paulo, foi inaugura<strong>da</strong>, an<strong>da</strong>va meio devagar<br />

nas ven<strong>da</strong>s, apesar do esforço e <strong>da</strong>s iniciativas do então<br />

gerente Antonio Ferreira de Souza. “Fazíamos<br />

de tudo para atrair clientes, mas estava difícil”, relembra<br />

Souza. “Como estávamos próximos do Natal,<br />

inventei de trazer um Papai Noel em grande estilo,<br />

descendo de um helicóptero, carregado de presentes.<br />

No dia marcado, dezenas de crianças e adultos<br />

se amontoavam na frente <strong>da</strong> loja, ansiosas pelo espetáculo.<br />

Estava tudo saindo conforme planejado,<br />

quando fui avisado que o Papai Noel simplesmente<br />

não ia aparecer. Imediatamente chamei um conhecido<br />

que tinha o apelido de Grilo, por ser muito magro.<br />

Ele topou na hora e correu para o local onde o<br />

helicóptero esperava para decolar. Na pressa, Grilo<br />

vestiu a roupa do Papai Noel mas nem teve tempo<br />

de improvisar uma barriga. O helicóptero saiu com<br />

o Papai Noel magrinho e seguiu até a loja. Quando<br />

estava sobrevoando a região, fui<br />

avisando que o local não estava<br />

liberado para a desci<strong>da</strong><br />

do Papai Noel. Imagine<br />

eu recebendo aquela<br />

informação rodeado<br />

por centenas de<br />

crianças gritando,<br />

felizes <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />

Tive que pensar<br />

rápido. Lembreime<br />

de um estacionamento<br />

vazio<br />

do outro lado<br />

<strong>da</strong> rua <strong>da</strong> loja e<br />

não tive dúvi<strong>da</strong>:<br />

autorizei a desci<strong>da</strong><br />

do helicóptero<br />

no local e imediatamente<br />

me<br />

defrontei com outro<br />

problema: como<br />

deslocar as crianças até<br />

lá Sem pestanejar, parei o<br />

trânsito em plena Aveni<strong>da</strong> Adolfo<br />

Pinheiro e atravessei todo mundo.<br />

O helicóptero pousou e o Papai<br />

Noéis desembarcou com todos os<br />

presentes. Anima<strong>da</strong>s, as crianças<br />

comentaram que o velhinho era<br />

muito magro e começaram a rir<br />

dele. Fiquei um pouco desapontado,<br />

mas no final deu tudo certo.<br />

As crianças se divertiram, os pais<br />

ficaram contentes e, coincidência<br />

ou não, vencemos a resistência<br />

dos consumidores à nova loja. E<br />

começamos a vender mais. Isso<br />

aconteceu há oito anos. Desde<br />

então, na<strong>da</strong> de helicópteros e de<br />

Papais Noel, sejam gordinhos e<br />

barrigudos ou magros como um<br />

faquir”, comenta Souza.


108 | Natal | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OUTUBRO 2011<br />

HISTÓrIaS<br />

ImprovIso<br />

(bem-sucedIdo)<br />

no açougue<br />

“Todos sabemos que um dos setores<br />

mais exigentes no Natal é<br />

o açougue. O volume de peças<br />

se multiplica, o movimento de<br />

consumidores cresce exponencialmente<br />

e o atendimento tem<br />

de ser rápido e eficiente,” afirma<br />

Cássio Roberto Reis, gerente <strong>da</strong><br />

filial 53, do Supper Rissul, do<br />

Rio Grande do Sul. “Pois bem,<br />

lembra ele, naquele dia 24 de dezembro<br />

de 2010, deveríamos ter<br />

nove funcionários trabalhando<br />

no departamento. Não foi o que<br />

aconteceu. Compareceram (pasmem!)<br />

apenas três profissionais:<br />

o encarregado, uma funcionária<br />

com uma semana de loja e outra<br />

recém-saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> fiambreria. E o<br />

açougue não é uma área que absorve<br />

facilmente pessoas de outros<br />

setores. Afinal, não dá para<br />

colocar um empacotador para<br />

serrar costela. Ele não tem conhecimento<br />

técnico de cortes, não sabe o que é dianteira,<br />

não conhece facas, serra-fita. Diante<br />

dessa situação, pensei: e agora, o que<br />

faço Chamei, então, o colega A<strong>da</strong>ir e fiz<br />

a seguinte pergunta: “Você conhece carne”<br />

Ele respondeu timi<strong>da</strong>mente: “só no<br />

prato”. Já era um começo. Peguei um avental,<br />

touca e boné, convoquei-o para atender<br />

no balcão e expliquei: se não conhecer algum<br />

tipo carne, pergunta para mim ou para o encarregado,<br />

vai <strong>da</strong>r tudo certo. Lá foi o A<strong>da</strong>ir<br />

para a árdua tarefa ao lado <strong>da</strong>s duas moças<br />

no atendimento. O encarregado foi para a<br />

serra e eu, virei “servente” transportando costelas<br />

e chuletas para a área de preparo e motivando<br />

a equipe novata sem parar. A ca<strong>da</strong> costela serra<strong>da</strong>,<br />

eu vibrava, afinal o açougue abria uma fila de<br />

mais de 50 pessoas. To<strong>da</strong>s atrás <strong>da</strong>s carnes para a<br />

ceia. Nas pequenas pausas eu ia para o lado de fora<br />

do balcão e perguntava a ca<strong>da</strong> cliente se ele estava<br />

sendo bem atendido. Coloquei minha cara “a tapa”.<br />

Mas, para minha surpresa, todos, absolutamente<br />

todos, estavam achando o atendimento ágil e cortês.<br />

“Esse rapaz sempre atende bem”, disse-me um<br />

deles, referindo-se ao A<strong>da</strong>ir, um chefe de loja, improvisado<br />

de balconista, que jamais havia atendido<br />

no açougue. Ao final do dia, todos exaustos, o resultado:<br />

vendemos muito e percebemos que a meta<br />

do açougue tinha sido supera<strong>da</strong> em 23%. Foi uma<br />

alegria geral! Fizemos com quatro profissionais o<br />

que talvez não fizéssemos com nove, nem com 12.<br />

Com a loja fecha<strong>da</strong>, estouramos uma champanhe<br />

e brin<strong>da</strong>mos o nosso surpreendente dia 24 de dezembro.<br />

A vitória pessoal foi como um presente<br />

para nós mesmos. Se eu toparia outro desafio desse<br />

porte Toparia, claro! Mas prefiro que não aconteça<br />

mais”, conclui rindo o vitorioso Reis.<br />

Sm<br />

m a I s Informações:<br />

futurama: (11) 3825-9946<br />

pão de açúcar: www.grupopaodeacucar.com.br<br />

supper rissul: www.supperrissul.com.br<br />

russi: www.supermercadosrussi.com.br


110 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • OutubrO 2011<br />

cenas do varejo<br />

Pizza ao gosto do freguês<br />

Em sua mais nova loja, inaugura<strong>da</strong> em julho na ci<strong>da</strong>de do<br />

rio de Janeiro (rJ), o prezunic realiza uma ação promocional,<br />

de tempos em tempos, na qual o cliente escolhe os sabores<br />

<strong>da</strong> sua própria pizza. um funcionário faz a montagem na<br />

hora de acordo com o pedido do consumidor. chegando em<br />

casa, é só levar a pizza ao forno. Quando realiza<strong>da</strong>, a ação<br />

eleva as ven<strong>da</strong>s do produto em cinco vezes o volume normal.<br />

divulgaçãO<br />

EnviE uma foto curiosa do passado ou prEsEntE para o E-mail: vivianE.sousa@sm.com.br<br />

sm sElEcionará as mElhorEs.

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