reforma agrária em santana do livramento/rs - alasru
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Comércio de Produtos Agrícolas Ltda., <strong>em</strong>presa que compra a colheita <strong>do</strong>s assenta<strong>do</strong>s,<br />
encaminha<strong>do</strong>-a para a exportação.<br />
Figura 5: Pastag<strong>em</strong> após a aplicação <strong>do</strong> secante (Glifosato). À esquerda, a pastag<strong>em</strong> seca resultante da<br />
aplicação <strong>do</strong> herbicida. Ela contrasta com a área imediatamente vizinha que é coberta por soja, muito verde<br />
e aparent<strong>em</strong>ente sadia. Na mesma imag<strong>em</strong>, <strong>em</strong> meio ao capão posiciona<strong>do</strong> ao fun<strong>do</strong>, está a a comunidadeterritório<br />
construída pelo conjunto de quatro famílias assentadas que ali reside. O micro-clima cria<strong>do</strong> por esse<br />
quebra-vento possibilita o cultivo de grande variedade de espécies vegetais e animais no interior de seu<br />
perímetro. / PA Bom Será<br />
Nos assentamentos Coqueiro e Nova Santa Rita (figura 2), o assenta<strong>do</strong> Rogério e<br />
sua família também estão envolvi<strong>do</strong>s na atividade da soja. O pequeno coletivo que<br />
formaram é representativo de um fenômeno de reorganização espontânea <strong>do</strong>s lotes,<br />
processo que se desencadeia com a instalação <strong>do</strong>s assentamentos. Nessa intensa<br />
movimentação, <strong>em</strong> alguns PAs chegam-se a trocar a quase totalidade <strong>do</strong>s lotes, de mo<strong>do</strong><br />
informal, reunin<strong>do</strong> famílias com integrantes assenta<strong>do</strong>s <strong>em</strong> diferentes partes <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />
novamente <strong>em</strong> uma mesma área 12 . Esse processo, de reconfiguração social das<br />
comunidades, tende após um perío<strong>do</strong> de acomodação, a formar coletivos menores e mais<br />
estáveis (Mello, 2006). Conforme explica Rogério:<br />
Quan<strong>do</strong> vi<strong>em</strong>os para cá, <strong>em</strong> 1996, estava só eu. O meu pai já era assenta<strong>do</strong> <strong>em</strong> Júlio de<br />
Castilhos. Com o passar <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, o meu irmão também foi para o acampamento e adquiriu<br />
um lote aqui na região. Aí nós fiz<strong>em</strong>os a permuta de lote, trocamos o lote dele para cá e o <strong>do</strong><br />
pai também para cá, para nós nos juntarmos para facilitar de comprar os equipamentos para<br />
produzir. Por que com os recu<strong>rs</strong>os que a gente tinha, a gente não conseguiria adquirir os<br />
impl<strong>em</strong>entos. Aí com o passar <strong>do</strong>s t<strong>em</strong>pos, nós nos envolv<strong>em</strong>os plantan<strong>do</strong> soja, milho e tu<strong>do</strong><br />
mais. Aí devi<strong>do</strong> à necessidade de adquirir to<strong>do</strong> o equipamento, por que se tu planta tu t<strong>em</strong><br />
12 Mello (2006) registra no PA Apolo, de um total de 35 lotes, 34 foram troca<strong>do</strong>s. Leite (2003) também relata<br />
processo s<strong>em</strong>elhante <strong>em</strong> assentamentos de outras regiões brasileiras.