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A Utilização do Software Geogebra no Ensino da Geometria ... - Senid

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A Utilização <strong>do</strong> <strong>Software</strong> <strong>Geogebra</strong> <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Geometria</strong> Plana: Uma Experiência PIBID<br />

Rita Salete Kusiak 1 , Rosangela Ferreira Prestes 1 , Daniela Schmidt 1 Rozelaine de<br />

Fátima Franzin 1<br />

1 Departamento <strong>da</strong>s Ciências Exatas e <strong>da</strong> Terra - Universi<strong>da</strong>de Regional Integra<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

Alto Uruguai e <strong>da</strong>s Missões, URI - Santo Ângelo, RS – Brasil.<br />

{ritinha.kusiak, ro.fprestes}@yahoo.com.br, <strong>da</strong>niela.sch_@hotmail.com,<br />

rozelaine@urisan.tche.br<br />

Resumo. Este artigo tem como objetivo descrever uma <strong>da</strong>s experiências<br />

vivencia<strong>da</strong>s por acadêmicos integrantes <strong>do</strong> PIBID 1 , subprojeto de<br />

Matemática. Tal experiência corresponde à elaboração de uma oficina<br />

pe<strong>da</strong>gógica utilizan<strong>do</strong> o software <strong>Geogebra</strong>, que teve em seu desenvolvimento<br />

a organização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des em quatro etapas: estu<strong>do</strong> teórico sobre a<br />

inserção <strong>da</strong>s tec<strong>no</strong>logias <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong> Matemática; seleção, análise e escolha<br />

<strong>do</strong> software livre; elaboração de material didático; e aplicação <strong>da</strong> oficina.<br />

Como resulta<strong>do</strong> verificou-se a contribuição deste trabalho, tanto para os<br />

alu<strong>no</strong>s, que puderam estu<strong>da</strong>r matemática de forma diferencia<strong>da</strong>, bem como a<br />

nós acadêmicos, que tivemos a oportuni<strong>da</strong>de de vivenciar práticas <strong>do</strong>centes e<br />

experiências meto<strong>do</strong>lógicas desde a <strong>no</strong>ssa formação inicial.<br />

Abstract. This article aims to describe the experiences of an academic<br />

members of PIBID, subproject of Mathematics. This experience<br />

corresponds to the development of a pe<strong>da</strong>gogical workshop using<br />

the software <strong>Geogebra</strong>, who played in his development the organization of<br />

activities in four stages: theoretical study on the integration of tech<strong>no</strong>logy in<br />

mathematics education, selection, analysis and choice of free software,<br />

development of instructional materials and application of the workshop. As a<br />

result there was a contribution of this work, both for students who could study<br />

mathematics differently, as well as academics to us, we had the opportunity to<br />

experience teaching practices and experiences from<br />

our metho<strong>do</strong>logical training.<br />

Introdução<br />

O curso de licenciatura em Matemática integrou-se ao Programa Institucional de Bolsa<br />

de Iniciação a Docência (PIBID) em 2010, e conta com a participação de cinco<br />

acadêmicos <strong>do</strong> 6º e 8º semestres, que desenvolvem ativi<strong>da</strong>des didático-pe<strong>da</strong>gógicas<br />

junto a alu<strong>no</strong>s <strong>do</strong> Ensi<strong>no</strong> Fun<strong>da</strong>mental de uma Escola Estadual de Santo Ângelo. O<br />

objetivo desse Programa é promover o contato de licencian<strong>do</strong>s com a reali<strong>da</strong>de escolar,<br />

valorizan<strong>do</strong> e incentivan<strong>do</strong> os estu<strong>da</strong>ntes que optaram pela carreira <strong>do</strong>cente, além de<br />

inseri-los <strong>no</strong> cotidia<strong>no</strong> <strong>da</strong>s escolas, permitin<strong>do</strong> a realização de ações <strong>do</strong>centes com o<br />

intuito de elevar a quali<strong>da</strong>de de sua formação.<br />

1 Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência


Durante a vigência <strong>do</strong> respectivo Programa, um <strong>do</strong>s objetivos <strong>do</strong> grupo era<br />

munir a escola de materiais que pudessem servir de apoio para o processo de ensi<strong>no</strong> e<br />

aprendizagem de Matemática, e uma <strong>da</strong>s ações realiza<strong>da</strong>s corresponde ao<br />

desenvolvimento de oficinas <strong>no</strong> Laboratório de Informática <strong>da</strong> Escola, utilizan<strong>do</strong><br />

softwares educacionais. A presença <strong>do</strong>s acadêmicos na escola proporcio<strong>no</strong>u discussões<br />

sobre a necessi<strong>da</strong>de de tornar as aulas de Matemática mais atrativas e consideran<strong>do</strong> o<br />

fato <strong>da</strong> escola dispor de um laboratório de informática bem equipa<strong>do</strong>, buscou-se a<br />

integração <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>s em sala de aula com os recursos tec<strong>no</strong>lógicos<br />

gratuitos e de fácil utilização, tais como os softwares educacionais livres.<br />

Nosso entendimento é de que se a matemática for trabalha<strong>da</strong> de forma<br />

mecaniza<strong>da</strong> pouco contribuirá para o desenvolvimento de <strong>no</strong>vas habili<strong>da</strong>des <strong>no</strong> alu<strong>no</strong>,<br />

mas se trabalha<strong>da</strong> com ferramentas dinâmicas e diferencia<strong>da</strong>s poderá contribuir para a<br />

aprendizagem. Neste senti<strong>do</strong>, os recursos tec<strong>no</strong>lógicos, tais como o computa<strong>do</strong>r,<br />

tornam-se elementos fun<strong>da</strong>mentais <strong>no</strong> âmbito escolar, e devem ser gra<strong>da</strong>tivamente<br />

inseri<strong>do</strong>s nas aulas de matemática, deixan<strong>do</strong> de ser apenas uma simples tec<strong>no</strong>logia e<br />

passan<strong>do</strong> a ser um recurso didático, que pode contribuir e acrescentar <strong>no</strong><br />

desenvolvimento <strong>da</strong>s potenciali<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s educan<strong>do</strong>s.<br />

Por este motivo foi necessário estruturar a proposta em diferentes etapas, as<br />

quais envolveram desde reflexões sobre a utilização <strong>do</strong>s softwares educacionais <strong>no</strong><br />

ensi<strong>no</strong> de Matemática, identificação de critérios técnicos e pe<strong>da</strong>gógicos para a análise e<br />

seleção de um software antes de sua utilização em sala de aula, elaboração de material<br />

didático instrucional, até atingirmos a fase <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> oficina com o público alvo.<br />

Participaram <strong>da</strong>s oficinas os alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong> 8ª série <strong>do</strong> Ensi<strong>no</strong> Fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> Escola<br />

Campo em que o Projeto está sen<strong>do</strong> desenvolvi<strong>do</strong>.<br />

Este artigo apresenta a descrição de uma <strong>da</strong>s oficinas realiza<strong>da</strong>s, a qual envolve<br />

o estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>Geometria</strong> Plana, utilizan<strong>do</strong> o software <strong>Geogebra</strong>, bem como as percepções<br />

<strong>do</strong> grupo enquanto acadêmicos, suas reflexões e indicações para trabalhos futuros após<br />

a realização dessa experiência.<br />

1. As Tec<strong>no</strong>logias <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> de Matemática<br />

O uso de tec<strong>no</strong>logias <strong>da</strong> informática na educação foi um fato que produziu diferentes<br />

opiniões e previsões, inicialmente, imaginava-se que os professores seriam substituí<strong>do</strong>s,<br />

assim como alguns funcionários foram demiti<strong>do</strong>s de grandes indústrias e outros setores<br />

<strong>da</strong> eco<strong>no</strong>mia que passaram a utilizar máquinas computa<strong>do</strong>riza<strong>da</strong>s em seus setores de<br />

produção e administração. Isso ocorreu em razão <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de aprimorar, buscar<br />

qualificar e aumentar a produção, bem como a eco<strong>no</strong>mia de tempo e capital investi<strong>do</strong>.<br />

No setor <strong>da</strong> educação, o fenôme<strong>no</strong> <strong>da</strong> substituição em relação ao avanço <strong>da</strong>s tec<strong>no</strong>logias<br />

mostrou-se como algo que não necessitava de preocupação. Ao contrário, revelou um<br />

lugar de destaque ao professor diante <strong>da</strong>s i<strong>no</strong>vações para os setores educacionais.<br />

Ten<strong>do</strong> em vista que o avanço tec<strong>no</strong>lógico está ca<strong>da</strong> vez mais acelera<strong>do</strong> e<br />

presente em to<strong>da</strong>s as áreas sociais, é proeminente que a escola como alicerce de<br />

conhecimentos básicos não fique imune às tec<strong>no</strong>logias, pois se bem utiliza<strong>da</strong>s, podem<br />

tornar mais rápi<strong>do</strong>s e precisos os resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> aprendizagem. Segun<strong>do</strong> Tajra (2001) a<br />

escola precisa estar inseri<strong>da</strong> <strong>no</strong> contexto tec<strong>no</strong>lógico e cotidia<strong>no</strong> de to<strong>do</strong>s nós,<br />

apresentan<strong>do</strong> aos alu<strong>no</strong>s situações mais reais e tornan<strong>do</strong> as ativi<strong>da</strong>des mais<br />

significativas e me<strong>no</strong>s abstratas.


O uso de Tec<strong>no</strong>logias de Informação e Comunicação (TICs) na educação<br />

matemática é um <strong>no</strong>vo desafio na busca de quali<strong>da</strong>de de ensi<strong>no</strong>. Estu<strong>do</strong>s indicam que<br />

um educa<strong>do</strong>r que utiliza tec<strong>no</strong>logias em suas aulas, pode obter resulta<strong>do</strong>s positivos, que<br />

além de contribuir para um ensi<strong>no</strong> qualifica<strong>do</strong>, contribuem para a melhoria de sua<br />

prática pe<strong>da</strong>gógica. (Borba e Pentea<strong>do</strong>, 2005).<br />

Diversas são as dificul<strong>da</strong>des apresenta<strong>da</strong>s pelos alu<strong>no</strong>s na compreensão <strong>do</strong>s<br />

conteú<strong>do</strong>s matemáticos, o índice de reprovação nessa disciplina é preocupante, e<br />

perguntamo-<strong>no</strong>s: Quais são os motivos que levam a esses índices Uma possível<br />

resposta para essa questão é a forma tradicional de ensi<strong>no</strong>, ou seja, o uso exclusivo <strong>do</strong><br />

livro, quadro e giz em sala de aula. De acor<strong>do</strong> com Borba (1996) os <strong>no</strong>ssos alu<strong>no</strong>s<br />

vivem num mun<strong>do</strong> “midiocêntrico”, rodea<strong>do</strong>s de mídias e tec<strong>no</strong>logias e estão sen<strong>do</strong><br />

força<strong>do</strong>s a aprender com lápis e papel, o que pode ser extremamente prejudicial. Sem<br />

contar, que muitas vezes, a criança vem desde a infância com a ideia de que matemática<br />

é difícil por apresentar muitas fórmulas, cálculos, símbolos e etc.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, os recursos tec<strong>no</strong>lógicos permitem que o professor tenha ousadia<br />

<strong>no</strong> preparo de suas aulas, possibilitan<strong>do</strong>-o diversificar e i<strong>no</strong>var, sain<strong>do</strong> <strong>da</strong> rotina de aulas<br />

tradicionais, poden<strong>do</strong> com isso, auxiliar na aprendizagem <strong>do</strong> alu<strong>no</strong> e até mesmo<br />

provocar nele o interesse pelo estu<strong>do</strong>.<br />

Podemos perceber <strong>no</strong>s Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática<br />

(PCNs), a importância de promover o contato <strong>do</strong>s alu<strong>no</strong>s com as tec<strong>no</strong>logias:<br />

É espera<strong>do</strong> que nas aulas de Matemática se possa oferecer uma<br />

educação tec<strong>no</strong>lógica, que não signifique apenas uma formação<br />

especializa<strong>da</strong>, mas, antes, uma sensibilização para o conhecimento <strong>do</strong>s<br />

recursos <strong>da</strong> tec<strong>no</strong>logia, pela aprendizagem de alguns conteú<strong>do</strong>s sobre sua<br />

estrutura, funcionamento e linguagem e pelo reconhecimento <strong>da</strong>s diferentes<br />

aplicações <strong>da</strong> informática, em particular nas situações de aprendizagem, e<br />

valorização <strong>da</strong> forma como ela vem sen<strong>do</strong> incorpora<strong>da</strong> nas práticas sociais.<br />

(BRASIL, 1998, p. 46).<br />

Do mesmo mo<strong>do</strong>, isso pode ser confirma<strong>do</strong> por Borba e Pentea<strong>do</strong> (2005, p.17),<br />

onde diz que “O acesso à informática deve ser visto como um direito e, portanto, nas<br />

escolas públicas e particulares o estu<strong>da</strong>nte deve poder usufruir de uma educação que <strong>no</strong><br />

momento atual, inclua <strong>no</strong> mínimo uma alfabetização tec<strong>no</strong>lógica.”<br />

Dentre os diversos recursos tec<strong>no</strong>lógicos disponíveis, acreditamos que para a<br />

educação matemática, o computa<strong>do</strong>r merece destaque, pois pode auxiliar na construção<br />

de conceitos algébricos, facilitar a visualização gráfica e geométrica, e ain<strong>da</strong>, contribuir<br />

para o aumento <strong>da</strong>s competências e habili<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s alu<strong>no</strong>s. Segun<strong>do</strong> Allevato, Onuchic<br />

e Jahn (2010) o computa<strong>do</strong>r privilegia o pensamento visual sem, contu<strong>do</strong>, implicar na<br />

eliminação <strong>do</strong> algébrico. Além disso, a abor<strong>da</strong>gem visual tem demonstra<strong>do</strong> facilitar ao<br />

alu<strong>no</strong> a formulação de conjecturas, refutações e explicações, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> espaço, portanto, à<br />

reflexão.<br />

Juntamente com o computa<strong>do</strong>r, os softwares educacionais têm papel importante<br />

<strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong> matemática. Existe uma infini<strong>da</strong>de de softwares livres que podem ser<br />

utiliza<strong>do</strong>s nas aulas. Cabe ao professor escolher o aplicativo adequa<strong>do</strong>, basea<strong>do</strong> <strong>no</strong><br />

conteú<strong>do</strong> que deseja trabalhar e <strong>no</strong>s objetivos que pretende atingir. Podemos observar<br />

nas palavras de Tajra (2001) que o que se espera com a utilização de softwares<br />

educacionais é a realização de aulas mais criativas, motiva<strong>do</strong>ras e dinâmicas, que


envolvam os alu<strong>no</strong>s para <strong>no</strong>vas descobertas e para a aprendizagem. Entretanto, para que<br />

isso seja alcança<strong>do</strong>, fica destina<strong>da</strong> ao professor a incumbência de avaliar técnica e<br />

meto<strong>do</strong>logicamente o software educativo anterior a sua práxis.<br />

2. A Análise de um <strong>Software</strong> antes de sua Utilização<br />

O número de softwares educacionais que encontram-se disponíveis gratuitamente em<br />

rede é bastante significativo, são inúmeras as opções de aplicativos que podem subsidiar<br />

o professor em sua prática pe<strong>da</strong>gógica, entretanto é fun<strong>da</strong>mental que antes de levar<br />

qualquer programa à sala de aula, faça-se uma avaliação sistemática <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de e <strong>da</strong>s<br />

implicações de tais programas na educação, uma vez que nem to<strong>do</strong>s podem ser<br />

classifica<strong>do</strong>s como contribuintes à aprendizagem. Segun<strong>do</strong> Nascimento:<br />

Ao avaliar um software educativo, sob uma ótica construtivista, é<br />

primordial a identificação <strong>da</strong> concepção teórica de aprendizagem que está<br />

subjacente a ele, a sua compreensão enquanto programa de cunho educativo e<br />

ain<strong>da</strong>, vislumbrar <strong>no</strong> usuário um aprendiz que, ao interagir com o programa,<br />

o transforme em um ambiente virtual de aprendizagem significativa, capaz de<br />

gerar um conhecimento <strong>no</strong>vo, com potencial para promover mu<strong>da</strong>nças <strong>no</strong><br />

cotidia<strong>no</strong> escolar ou fora dele. (NASCIMENTO, 2007, p. 10).<br />

Desse mo<strong>do</strong>, de acor<strong>do</strong> com Nascimento (2007) e também Batista, Barcelos,<br />

Rapkiewick e Hora (2003), para que se obtenha sucesso na utilização de um software<br />

educacional, faz-se necessário identificar nele presença de alguns aspectos pe<strong>da</strong>gógicos,<br />

dentre os quais destacam-se:<br />

• Capaci<strong>da</strong>de de gerar concentração e motivação;<br />

• Espaço para o desenvolvimento de competências e habili<strong>da</strong>des;<br />

• Preservação <strong>do</strong> ritmo individual de aprendizagem;<br />

• Geração de auto<strong>no</strong>mia para que o usuário construa seu próprio<br />

conhecimento;<br />

• Promoção de interativi<strong>da</strong>de;<br />

• Contextualização com a proposta curricular;<br />

E além <strong>do</strong>s pe<strong>da</strong>gógicos, os mesmos autores afirmam que é necessário levar em<br />

conta também, os aspectos técnicos, como:<br />

• Compatibili<strong>da</strong>de;<br />

• Portabili<strong>da</strong>de;<br />

• Exigências para instalação;<br />

• Interface atrativa;<br />

• Facili<strong>da</strong>de <strong>no</strong> manuseio;<br />

• Ferramentas explicativas;<br />

• Disponibili<strong>da</strong>de de tutorial e menu aju<strong>da</strong>;<br />

• Opção de registro e impressão;


Nesse contexto, para a escolha <strong>do</strong> software utiliza<strong>do</strong> na oficina, observou-se a<br />

presença de to<strong>do</strong>s esses aspectos, o que permitiu a verificação <strong>da</strong>s condições necessárias<br />

para o funcionamento adequa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aplicativo, e inclusive quais os recursos seriam<br />

ofereci<strong>do</strong>s pelo próprio programa.<br />

2.1 Análise <strong>do</strong> <strong>Software</strong> <strong>Geogebra</strong><br />

O <strong>Geogebra</strong> é um software de matemática dinâmico, cria<strong>do</strong> pelo professor Dr. Markus<br />

Hohenwarter <strong>da</strong> Flóri<strong>da</strong> Atlantic University, em 2001, que reúne recursos de geometria,<br />

álgebra e cálculo. É um software gratuito, escrito na linguagem JAVA e disponível em<br />

rede para <strong>do</strong>wnload <strong>no</strong> seguinte endereço: http://www.geogebra.org/cms/pt_BR. É<br />

compatível com diferentes sistemas operacionais, entre eles, o Microsoft Win<strong>do</strong>ws 98,<br />

2000, XP, Vista, Seven (32 e 64 bits) e Linux. O trabalho <strong>no</strong> software é simples e fácil,<br />

e por isso pode ser usa<strong>do</strong> tanto na educação básica como <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior.<br />

Segun<strong>do</strong> Hohenwarter (2007), cria<strong>do</strong>r <strong>do</strong> software, a característica mais<br />

destacável <strong>do</strong> <strong>Geogebra</strong> é a percepção dupla <strong>do</strong>s objetos: ca<strong>da</strong> expressão na janela<br />

algébrica corresponde a um objeto na janela gráfica e vice-versa. Dessa forma o alu<strong>no</strong><br />

tem a possibili<strong>da</strong>de de visualizar aquilo que está calculan<strong>do</strong>, facilitan<strong>do</strong> a compreensão<br />

<strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>.<br />

Esse aplicativo permite a realização de diferentes ativi<strong>da</strong>des, entre elas, podemos<br />

destacar a construção de pontos, segmentos de reta, retas paralelas e perpendiculares,<br />

construção de gráficos de funções, construção de figuras geométricas, permite ain<strong>da</strong><br />

calcular o ponto médio <strong>do</strong>s segmentos, a área, o perímetro <strong>da</strong>s figuras, medir ângulos,<br />

entre outras.<br />

O software possui na parte superior uma barra conten<strong>do</strong> to<strong>da</strong>s as ferramentas<br />

necessárias para a realização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des. Ca<strong>da</strong> ícone tem ao la<strong>do</strong> a sua função<br />

específica facilitan<strong>do</strong> a compreensão de quem está manusean<strong>do</strong>-o.<br />

Podemos observar a janela inicial <strong>do</strong> <strong>Geogebra</strong> na figura 1:<br />

Figura 1. Tela Inicial <strong>do</strong> <strong>Software</strong> <strong>Geogebra</strong>


3. Desenvolvimento <strong>da</strong> Oficina<br />

A organização <strong>da</strong> oficina ocorreu a partir de quatro etapas fun<strong>da</strong>mentais.<br />

Primeira Etapa: Estu<strong>do</strong> teórico referente à inserção <strong>da</strong>s tec<strong>no</strong>logias <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> de<br />

Matemática por meio <strong>da</strong> busca na literatura atual de algumas pesquisas realiza<strong>da</strong>s que<br />

abor<strong>da</strong>m o respectivo tema. Esta ativi<strong>da</strong>de surgiu <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> grupo refletir e<br />

tomar conhecimento <strong>da</strong>s concepções relativas à presença <strong>da</strong> informática <strong>no</strong> contexto<br />

educacional.<br />

Segun<strong>da</strong> Etapa: Identificação e seleção de softwares livres que poderiam ser<br />

utiliza<strong>do</strong>s <strong>no</strong> trabalho de <strong>Geometria</strong> e análise <strong>da</strong> presença <strong>do</strong>s aspectos técnicos e<br />

meto<strong>do</strong>lógicos cita<strong>do</strong>s anteriormente em ca<strong>da</strong> um deles. A partir dessa análise, optou-se<br />

por utilizar nesse trabalho, o software <strong>Geogebra</strong>, uma vez que entre os outros,<br />

apresentou destaque <strong>no</strong> que diz respeito às características em questão.<br />

Terceira Etapa: Estu<strong>do</strong> <strong>da</strong>s ferramentas e funcionali<strong>da</strong>des <strong>do</strong> software e<br />

elaboração de material didático instrucional, conten<strong>do</strong> as ativi<strong>da</strong>des propostas,<br />

acompanha<strong>da</strong> de um exemplo desenvolvi<strong>do</strong> passo a passo, em busca de facilitar a<br />

compreensão <strong>do</strong> alu<strong>no</strong> participante <strong>da</strong> oficina.<br />

Quarta Etapa: Como última etapa, aplicação <strong>da</strong> oficina junto aos alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong> 8ª<br />

série <strong>da</strong> Escola Campo.<br />

Nosso objetivo com a realização dessa oficina foi trabalhar os conceitos<br />

geométricos básicos utilizan<strong>do</strong> uma meto<strong>do</strong>logia diferencia<strong>da</strong> <strong>da</strong> que é desenvolvi<strong>da</strong> até<br />

o presente momento na escola, ten<strong>do</strong> como princípio <strong>no</strong>rtea<strong>do</strong>r tornar o alu<strong>no</strong> agente de<br />

sua própria aprendizagem através <strong>da</strong> visualização, análise e identificação de erros de<br />

suas construções e/ou ain<strong>da</strong> <strong>da</strong>s construções de seus colegas, uma vez que a<br />

interativi<strong>da</strong>de é característica destacável <strong>do</strong> <strong>Geogebra</strong>.<br />

As figuras 2 e 3 representam exemplos de ativi<strong>da</strong>des realiza<strong>da</strong>s pelos alu<strong>no</strong>s. Na<br />

primeira estu<strong>do</strong>u-se os tipos de triângulos e a soma de seus ângulos inter<strong>no</strong>s, e na<br />

segun<strong>da</strong> a construção de figuras geométricas compostas e o cálculo de seu perímetro e<br />

área.<br />

Figura 2. Exemplo de ativi<strong>da</strong>de realiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> <strong>Geogebra</strong>


4. Resulta<strong>do</strong>s Obti<strong>do</strong>s<br />

Figura 3. Exemplo de ativi<strong>da</strong>de realiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> <strong>Geogebra</strong><br />

A aplicação <strong>da</strong> oficina obteve grande aceitação por parte <strong>do</strong>s alu<strong>no</strong>s, que mostraram-se<br />

interessa<strong>do</strong>s em participar e relataram ter gosta<strong>do</strong> <strong>da</strong> experiência de trabalhar com o<br />

software <strong>Geogebra</strong>, uma vez que o aplicativo os possibilitou visualizar as figuras, fazer<br />

comparações, aprender com seus erros e assimilar de forma dinâmica os conceitos<br />

geométricos.<br />

Segun<strong>do</strong> Brousseau (1996, apud CONTIERO e GRAVINA, 2011, p. 9):<br />

O trabalho com o software produz uma situação em que os alu<strong>no</strong>s se engajam<br />

nas ativi<strong>da</strong>des não mais para atender a exigência <strong>do</strong> professor, mas movi<strong>do</strong>s<br />

por interesse próprio, chaman<strong>do</strong> a si a responsabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s procedimentos de<br />

investigação, e desta forma estão <strong>da</strong><strong>da</strong>s as condições para o desenvolvimento<br />

de habili<strong>da</strong>des e atitudes que caracterizam o raciocínio matemático.<br />

Esse engajamento destaca<strong>do</strong> pelo autor foi identifica<strong>do</strong> <strong>no</strong>s alu<strong>no</strong>s, que<br />

envolveram-se nas ativi<strong>da</strong>des, fizeram questionamentos e tiraram suas próprias<br />

conclusões.<br />

Do diálogo realiza<strong>do</strong> com o grupo envolvi<strong>do</strong>, pode-se afirmar que a proposta<br />

teve o resulta<strong>do</strong> espera<strong>do</strong>, os relatos obti<strong>do</strong>s foram de que os participantes gostaram <strong>da</strong><br />

meto<strong>do</strong>logia utiliza<strong>da</strong> e conseguiram aprenderam um pouco mais sobre os conceitos<br />

geométricos, fato evidencia<strong>do</strong> por Albuquerque e Santos (2009, p.3), na afirmação de<br />

que o uso de softwares educacionais permite que os alu<strong>no</strong>s “construam e realizem<br />

investigações sobre proprie<strong>da</strong>des e conceitos matemáticos manipulan<strong>do</strong> o objeto e seus<br />

elementos dinamicamente, na tela <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r, e identifiquem especialmente as<br />

características <strong>da</strong>s figuras geométricas”.<br />

No que diz respeito ao estabelecimento de ensi<strong>no</strong>, o espaço proporciona<strong>do</strong><br />

contribuiu na realização deste trabalho e segue contribuin<strong>do</strong> de forma significativa com<br />

o grupo PIBID <strong>no</strong> desenvolvimento <strong>da</strong>s ações planeja<strong>da</strong>s. A receptivi<strong>da</strong>de ocorre de


forma <strong>no</strong>tória, e to<strong>do</strong>s mostram-se anima<strong>do</strong>s para a participação <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des, o que<br />

serve como um incentivo para nós acadêmicos.<br />

5. Considerações Finais<br />

O trabalho <strong>no</strong> PIBID tem si<strong>do</strong> uma experiência bastante enriquece<strong>do</strong>ra para nós<br />

acadêmicos, uma vez que possibilita o contato com a reali<strong>da</strong>de escolar, fazen<strong>do</strong> com<br />

que se conheça desde já as dificul<strong>da</strong>des, anseios e desejos <strong>do</strong>s alu<strong>no</strong>s, e ain<strong>da</strong> tenha-se<br />

uma visão <strong>do</strong> dia a dia de um professor em sala de aula.<br />

As ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s com o software <strong>Geogebra</strong> mostraram-<strong>no</strong>s que é<br />

possível ensinar <strong>Geometria</strong> de forma dinâmica, tornan<strong>do</strong> a aula instigante e atrativa, na<br />

qual o alu<strong>no</strong> participa, interage com seus colegas, e através de suas construções vai<br />

formulan<strong>do</strong> o seu próprio conhecimento. Tu<strong>do</strong> isso vem a contribuir para o aumento <strong>da</strong>s<br />

habili<strong>da</strong>des e potenciali<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s educan<strong>do</strong>s, que na<strong>da</strong> mais é, <strong>do</strong> que <strong>no</strong>sso objetivo<br />

como futuros <strong>do</strong>centes.<br />

Esta experiência mostrou-<strong>no</strong>s também, a importância <strong>da</strong> inserção <strong>do</strong>s recursos<br />

tec<strong>no</strong>lógicos <strong>no</strong> âmbito escolar de forma geral, pois muitas são as contribuições que os<br />

mesmos podem proporcionar à aprendizagem. Segun<strong>do</strong> Pais (2008, p. 106) através de<br />

seu uso é possível “ampliar as oportuni<strong>da</strong>des de aprendizagem <strong>do</strong> usuário, além de<br />

contribuir na estruturação de um raciocínio diferencia<strong>do</strong> em termos de eficiência,<br />

rapidez e precisão”. Apresenta-se nesse trabalho uma <strong>da</strong>s possíveis ativi<strong>da</strong>des a serem<br />

realiza<strong>da</strong>s com o uso <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r e softwares matemáticos, o que significa que<br />

<strong>no</strong>ssas ações não encerram aqui.<br />

Em relação aos professores envolvi<strong>do</strong>s <strong>da</strong> escola, propiciou-se um espaço para<br />

reflexão <strong>da</strong> sua prática pe<strong>da</strong>gógica, e obteve-se o convite para <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong>de ao<br />

trabalho desenvolvi<strong>do</strong> como formação continua<strong>da</strong>, para a realização de discussões sobre<br />

a inserção de <strong>no</strong>vos recursos pe<strong>da</strong>gógicos que possam ser agrega<strong>do</strong>s ao planejamento de<br />

suas aulas servin<strong>do</strong> de subsídio para o processo de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem. De acor<strong>do</strong><br />

com Valente (1993, p.23) “a formação <strong>do</strong> professor deve prover condições para que ele<br />

construa conhecimento sobre as técnicas computacionais e enten<strong>da</strong> por que e como<br />

integrar o computa<strong>do</strong>r na sua prática pe<strong>da</strong>gógica”.<br />

Desta ação, constatou-se ain<strong>da</strong>, que a análise de um software é uma etapa<br />

bastante demora<strong>da</strong>, entretanto fun<strong>da</strong>mental, pois há necessi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> avalia<strong>do</strong>r conhecer<br />

os potenciais e recursos ofereci<strong>do</strong>s pelo aplicativo, bem como identificar <strong>no</strong> software a<br />

possibili<strong>da</strong>de de explorar o conteú<strong>do</strong> deseja<strong>do</strong> e atingir seu objetivo como educa<strong>do</strong>r.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, um <strong>do</strong>s direcionamentos para trabalhos futuros corresponde à análise de<br />

outros softwares que serão utiliza<strong>do</strong>s nas próximas oficinas, bem como a reestruturação<br />

e aprimoramento <strong>da</strong>s já desenvolvi<strong>da</strong>s.<br />

6. Referências<br />

Albuquerque, L. e Santos, C. H. (2009). “O programa <strong>Geogebra</strong>: relato de experiência<br />

<strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> de geometria plana de 5ª a 8ª séries e na socialização com professores <strong>da</strong><br />

rede de ensi<strong>no</strong> estadual”, Disponível em <br />

[Acesso em 18 de out. 2011].<br />

Allevato, N. S. G., Onuchic, L. R. e Jahn A. P. (2010). “Tec<strong>no</strong>logias e Educação<br />

Matemática: Ensi<strong>no</strong>, Aprendizagem e Formação de Professores, in: O computa<strong>do</strong>r <strong>no</strong>


Ensi<strong>no</strong> – Aprendizagem - Avaliação: Reflexões sob a Perspectiva <strong>da</strong> Resolução de<br />

Problemas”, Recife: SEBEM.<br />

Barcelos, G. T., Batista, S. C. F., Hora, H.e Rapkiewicz, C. E. “Avaliar é Preciso: o<br />

Caso de <strong>Software</strong>s educacionais para Matemática <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> Médio”, Disponível em:<br />

[Acesso em: 18 de out.<br />

2011].<br />

Borba, M. C. (1996) “Informática trará mu<strong>da</strong>nças na educação brasileira”, Zetetiké,<br />

Campinas, V. 4, p. 123-134, julho.<br />

Borba, M. C. e Pentea<strong>do</strong>, M. G. (2005) “Informática e educação matemática”, 3. ed.<br />

Belo Horizonte: Autêntica.<br />

Brasil, Secretaria de Educação Fun<strong>da</strong>mental. (1998). “Parâmetros curriculares<br />

nacionais: Matemática / Secretaria de Educação Fun<strong>da</strong>mental”, Brasília: MEC / SEF,<br />

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