Estimativa 2012: Incidência de Câncer no Brasil
Publicação bienal do Instituto Nacional de Câncer (INCA) com informações atualizadas sobre o número de casos novos esperados de câncer, para os anos 2012 e 2013
Publicação bienal do Instituto Nacional de Câncer (INCA) com informações atualizadas sobre o número de casos novos esperados de câncer, para os anos 2012 e 2013
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Introdução<br />
ESTIMATIVA | <strong>2012</strong><br />
Conhecido há muitos séculos, o câncer foi amplamente consi<strong>de</strong>rado como uma doença<br />
dos países <strong>de</strong>senvolvidos e com gran<strong>de</strong>s recursos financeiros. Há aproximadamente quatro<br />
décadas, a situação vem mudando, e a maior parte do ônus global do câncer po<strong>de</strong> ser observada<br />
em países em <strong>de</strong>senvolvimento, principalmente aqueles com poucos e médios recursos.<br />
Assim, nas últimas décadas, o câncer ganhou uma dimensão maior, convertendo-se<br />
em um evi<strong>de</strong>nte problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública mundial. A Organização Mundial da Saú<strong>de</strong><br />
(OMS) estimou que, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> 2030, po<strong>de</strong>m-se esperar 27 milhões <strong>de</strong> casos inci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />
câncer, 17 milhões <strong>de</strong> mortes por câncer e 75 milhões <strong>de</strong> pessoas vivas, anualmente, com<br />
câncer. O maior efeito <strong>de</strong>sse aumento vai incidir em países <strong>de</strong> baixa e média rendas.<br />
Em países com gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> recursos financeiros, predominam os cânceres<br />
<strong>de</strong> pulmão, mama, próstata e cólon. Em países <strong>de</strong> baixo e médio recursos, os cânceres<br />
predominantes são os <strong>de</strong> estômago, fígado, cavida<strong>de</strong> oral e colo do útero. Mesmo na tentativa<br />
<strong>de</strong> se criar padrões mais característicos <strong>de</strong> países ricos em relação aos <strong>de</strong> baixa e média rendas,<br />
o padrão está mudando rapidamente, e vem-se observando um aumento progressivo <strong>no</strong>s<br />
cânceres <strong>de</strong> pulmão, mama e cólon e reto, os quais, historicamente, não apresentavam essa<br />
importância e magnitu<strong>de</strong>.<br />
O câncer e outras doenças crônicas não transmissíveis vêm se tornando cada vez<br />
mais comuns <strong>no</strong> mundo todo e po<strong>de</strong>m causar da<strong>no</strong>s <strong>de</strong>vastadores para famílias inteiras,<br />
principalmente quando o chefe da família adoece, sendo ele o provedor da única fonte <strong>de</strong><br />
renda; bem como quando um dos pais é acometido pela doença e os filhos passam a exercer<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cuidado da família, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> levar suas vidas <strong>de</strong>ntro do padrão esperado<br />
para a ida<strong>de</strong>.<br />
Medidas preventivas <strong>de</strong>vem ser implementadas agora para reduzir a carga do câncer,<br />
como, por exemplo, o controle do tabagismo, contra os cânceres tabaco-relacionados, e a<br />
vacinação para hepatite, contra o câncer do fígado.<br />
A prevenção e o controle do câncer precisam adquirir o mesmo foco e a mesma atenção<br />
que a área <strong>de</strong> serviços assistenciais, pois, quando o número <strong>de</strong> casos <strong>no</strong>vos aumentar <strong>de</strong><br />
forma rápida, não haverá recursos suficientes para dar conta das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> diagnóstico,<br />
tratamento e acompanhamento. Então mais e mais pessoas terão câncer e correrão o risco <strong>de</strong><br />
morrer prematuramente por causa da doença. As consequências po<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong>vastadoras<br />
<strong>no</strong>s aspectos social e econômico. O câncer po<strong>de</strong> se tornar um gran<strong>de</strong> obstáculo para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico <strong>de</strong> países emergentes como o <strong>Brasil</strong>.<br />
Seguindo tendência mundial, <strong>no</strong>tam-se, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, processos <strong>de</strong> transição que têm<br />
produzido importantes mudanças <strong>no</strong> perfil das enfermida<strong>de</strong>s que acometem a população,<br />
observando-se, a partir dos a<strong>no</strong>s 1960, que as doenças infecciosas e parasitárias <strong>de</strong>ixaram<br />
<strong>de</strong> ser a principal causa <strong>de</strong> morte, sendo substituídas pelas doenças do aparelho circulatório<br />
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