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Distrito sanitário indígena - Conselho Nacional de Saúde

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A jornada dos povos indí<br />

A história do índio brasileiro foi contada <strong>de</strong> todas as formas.<br />

Carta <strong>de</strong> Caminha, <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> Rugendas, romance <strong>de</strong> Alencar,<br />

música <strong>de</strong> Gismonti. Os primeiros habitantes da Terra Brasilis<br />

ajudaram a construir a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do povo brasileiro. A herança<br />

tribal está presente não apenas nas manifestações artísticas, mas<br />

na culinária, medicina popular, agricultura, hábitos do dia a dia,<br />

como o banho freqüente. Mas mesmo assim, alguns fios não foram<br />

alinhados ainda.<br />

Relegados durante muito tempo a um papel secundário na trama<br />

social, os índios brasileiros sobreviveram a séculos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scaso.<br />

Assistiram, estarrecidos, à morte <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> irmãos e irmãs, que<br />

sucubiram às doenças e aos problemas trazidos pelos “brancos<br />

civilizados”. No entanto, no ano em que o Brasil comemora 500<br />

anos, se percebe que avançam os passos que po<strong>de</strong>m ajudar na<br />

mudança <strong>de</strong>sse quadro negativo.<br />

Pela primeira vez em décadas, os índios brasileiros apresentam<br />

acelerado crescimento populacional. Hoje existem, no Brasil, 350<br />

mil índios distribuídos entre 210 etnias. Significa dizer que, em<br />

cinco anos, a população nas tribos aumentou 17%. É muito mais do<br />

que a média da população brasileira. Ainda estamos longe dos<br />

milhões que cobriam o Novo Mundo quando da chegada <strong>de</strong> Pedro<br />

Alvares Cabral, mas, pelo menos, se iniciou a reversão <strong>de</strong> uma<br />

curva que apontava para o extermínio étnico <strong>de</strong> alguns grupos.<br />

Só isso já alegra bastante, mas não é o suficiente para nos fazer<br />

fechar os olhos ao dramático cotidiano da população indígena. Claro,<br />

que não há espaço para o pessimismo <strong>de</strong> 15 anos atrás, quando se<br />

acreditava que no século 21 os índios brasileiros seriam uma<br />

lembrança histórica. Mas já existe a consciência <strong>de</strong> que o processo<br />

<strong>de</strong> mudanças ainda necessitará <strong>de</strong> uma aposta <strong>de</strong> toda a socieda<strong>de</strong>.<br />

Nessa primeira edição da Revista da Saú<strong>de</strong> vamos mostrar um<br />

pouco da trajetória dos povos indígenas, no que se refere à questão<br />

sanitária. Uma luta marcada pela busca <strong>de</strong> um direito assegurado<br />

na Constituição <strong>de</strong> 1988: acesso ao atendimento igualitário, gratuito<br />

e universal para os integrantes das tribos nacionais ao serviço<br />

público <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Um esforço no qual vale <strong>de</strong>stacar experiências<br />

importantes e bem sucedidas, junto às comunida<strong>de</strong>s, para<br />

proporcionar mais qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />

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