trabalho em condições análogas à de escravo ... - Fabsoft - Cesupa

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agrícolas; os grandes latifúndios e a presença dos grileiros; a pobreza e o
subdesenvolvimento nas regiões rurais; a falta de ação efetiva do Estado.
“Investigação realizada pelo Greenpeace Internacional, da Holanda,
sobre a expansão da indústria da soja no Brasil revela novas evidências
sobre a relação entre multinacionais norte-americanas com o
desmatamento, a grilagem de terras e o trabalho escravo na Amazônia.
Ao construir silos e infraestrutura no coração da floresta, financiar a
abertura de estradas e comprar soja produzida em fazendas ilegais ou
proveniente de desmatamento, inclusive com o uso de trabalho escravo,
Cargill, ADM e Bunge estão, ao mesmo tempo, estimulando e se
beneficiando da invasão da soja na Amazônia” 15
Além disso, há uma grande dificuldade de implementação dos Programas
de Governo no controle e fiscalização da exploração do trabalhador, uma vez que
estas propriedades localizam-se em áreas de difícil acesso. Isto sem falar na
insuficiência de fiscais do trabalho 16 e na violência praticada contra estes, já que
muitos perderam suas vidas durante o exercício de suas funções.
3 DIREITOS HUMANOS
3.1 NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS NA SOCIEDADE INTERNACIONAL
Todos os homens são iguais entre si. Apesar de esta afirmativa ser
notória, gozando inclusive de premissa constitucional, nem todos os homens
compartilham desta igualdade, seja nos dias atuais, seja em qualquer tempo de
nossa história. Muitos são subjugados pelo poder de outrem, tolhidos de direitos
e desrespeitados em sua dignidade.
O trabalho escravo, como prática cerceadora de liberdade e direitos e
promotor de desigualdades, afronta diretamente o princípio da dignidade do
homem que é tão veemente protegido pelos Direitos Humanos.
Desde o período Axial, compreendido entre os anos 600 e 480 a.c, a partir
das inúmeras ideologias de vida formadas por Buda, Zaratustra, Lao Tsé,
Pitágoras, Confúcio, foram enunciados grandes princípios e estabelecidas novas
diretrizes da vida humana, que até hoje se perpetuam. Foi o período em que
15 COMENDO a Amazônia. Disponível em:
http://www.greenpeace.org.br/amazonia/comendoamz_sumexec.pdf. Acesso: 07 abr. 2006. 22:30:00.
16 CHIAVENTO, Júlio José, 1939 – Violência no campo: o latifúndio e a reforma agrária – São
Paulo: Moderna. 1996
Saber. Ciências Sociais Aplicadas, Belém, v.7, n. 1, p.271-292, jan./jun. 2008.