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Relatorio_Final_CNV_Parte_4

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Oficial de grande valor profissional, vem levando a cabo uma excelente tarefa à<br />

frente da difícil, arriscada e trabalhosa Divisão de Operações. [...] ativo, enérgico<br />

e sempre presente em todos os momentos em que situações difíceis exigiam a sua<br />

atuação. Como exemplo podemos citar [...] a Operação Pajussara.<br />

93. Informe da agência central do SNI, de 19 de novembro de 1971, alerta para o<br />

ambiente propício encontrado no sertão da Bahia para o estabelecimento de focos de guerrilha<br />

rural. Segundo o documento, outras regiões pobres do interior do Brasil poderiam ser palco de<br />

iniciativas similares:<br />

Neste ambiente hostil, a pregação subversiva encontrou solo fértil e, se medidas<br />

adequadas não forem adotadas, a experiência poderá ser repetida em outras regiões<br />

similares, escoimada dos erros cometidos e implicando, consequentemente,<br />

em maior ônus às forças de repressão. 52<br />

94. Depois de diligência da <strong>CNV</strong>, a Santa Casa da Misericórdia localizou os documentos<br />

dos sepultamentos de Zequinha e Otoniel Barreto, constando os nomes do coronel Luiz Artur de<br />

Carvalho, que comandou os procedimentos, e do agente Rogério Martinez, que teria pago pelas<br />

sepulturas. 53<br />

comissão nacional da verdade – relatório – volume i – dezembro de 2014<br />

95. No local onde Zequinha e Lamarca foram mortos foi construído o Memorial dos<br />

Mártires, um local de memória, por iniciativa do bispo Luiz Flávio Cappio. O terreno foi adquirido<br />

pela cooperativa fundada por Olderico Barreto, que voltou a morar na região. Desde 2009, no dia 17<br />

de setembro, em Brotas de Macaúbas, realiza-se a Celebração dos Mártires, evento em homenagem às<br />

vítimas, que foi instituído feriado municipal. Desde então, diversas atividades buscam reconstituir a<br />

história, um convite a testemunhas que, por medo, jamais falaram sobre o episódio.<br />

2. Eliminação do Movimento de Libertação Popular (Molipo): os casos Maria Augusta<br />

Thomaz e Márcio Beck Machado (1973)<br />

“Neusa, Raimundo! Levanta pra morrer!”, meu pai acordou primeiro e disse: “Tem um<br />

doido aí”. [...] Teve muito tiro. Muito barulho. Até nós sentados lá no pau lá, tinha hora<br />

que dava uma rajada. Quando eles mataram a mulher, nós estávamos sentados no<br />

pau lá, ela deu um grito que nós escutamos. Só que o homem já estava morto.<br />

[Depoimento de Eurípedes João da Silva à <strong>CNV</strong> em setembro de 2013, na fazenda<br />

Rio Doce, em Rio Verde (GO).]<br />

96. O Movimento de Libertação Popular (Molipo) foi criado em São Paulo em 1971, a partir<br />

de dissidências e discussões no interior da Ação Libertadora Nacional (ALN). Efêmero, congregou<br />

militantes com treinamento em Cuba para a realização da guerrilha rural. A maioria de seus membros<br />

foi vítima de execução sumária ou morta sob tortura, como Antônio Benetazzo e José Roberto Arantes<br />

de Almeida. Entre os militantes do Molipo, além de Maria Augusta Thomaz e Márcio Beck Machado,<br />

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