CURSO DE VENDAS - Faber-Castell
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PROJETO JORNAL.qxd 08.08.06 08:15 Page 1<br />
Edição julho/agosto/setembro 2006 Ano II www.faber-castell.com.br<br />
<strong>CURSO</strong> <strong>DE</strong> <strong>VENDAS</strong><br />
Capítulo 1 - Comportamento do Consumidor
PROJETO JORNAL.qxd 08.08.06 08:15 Page 2<br />
COMO É O <strong>CURSO</strong>?<br />
O Curso de Vendas <strong>Faber</strong>-<br />
<strong>Castell</strong> é uma iniciativa da<br />
empresa para auxiliar o<br />
papeleiro a desenvolver e<br />
aperfeiçoar seus negócios<br />
com informações rápidas<br />
práticas e úteis, para<br />
simplificar o seu dia-a-dia<br />
e o trabalho de seus<br />
colaboradores na área de<br />
vendas. Ele virá<br />
encartado nas próximas<br />
edições do Negócios<br />
em Foco, o informativo<br />
trimestral da<br />
<strong>Faber</strong>-<strong>Castell</strong>.<br />
Se você perder alguma<br />
edição, basta entrar no<br />
Espaço Lojista em nosso<br />
site (www.fabercastell.com.br)<br />
e imprimir<br />
os capítulos, que serão<br />
disponibilizados no<br />
formato PDF.<br />
apresentação<br />
Destaque<br />
Conhecimento é a<br />
estratégia<br />
Conseguir sucesso no<br />
varejo é uma questão<br />
que envolve<br />
vários fatores. Ainda mais<br />
atualmente, quando o consumidor<br />
tem infinitas formas<br />
de comprar e um leque<br />
de escolhas que aumenta<br />
em progressões geométricas<br />
a cada ano. Por isso,<br />
muito mais do que estar<br />
atento apenas a questões de<br />
preço e da concorrência<br />
local, o varejista precisa<br />
dedicar-se à principal<br />
engrenagem do processo de<br />
compra: o consumidor.<br />
Neste primeiro capítulo do<br />
Curso de Vendas <strong>Faber</strong>-<br />
<strong>Castell</strong>, você, profissional<br />
papeleiro vai conhecer um pouco mais<br />
do comportamento do consumidor e da<br />
evolução da cultura de consumo, com<br />
inspiração no livro "Vamos às<br />
Compras!", do norte-americano Paco<br />
Underhill. Ele é especialista no assunto<br />
e fundador da chamada Ciência do<br />
Consumo, que estuda os hábitos envolvidos<br />
na compra e que, muitas vezes,<br />
são instintivos e difíceis de serem<br />
percebidos.<br />
Para lidarmos com consumidores cada<br />
vez mais instruídos e exigentes,<br />
em constante transformação, é preciso<br />
pesquisa, observação e muita perspicácia.<br />
Estar atento a todos os recursos que nos<br />
permitam entender como pensa e o que<br />
atrai o consumidor para a "minha"<br />
papelaria (e não para a do vizinho) é<br />
descobrir como fazer transformar esta<br />
pessoa em consumidor fidelizado.<br />
A equipe de Paco Underhill observou<br />
mais de setenta mil compradores num<br />
ano, em suas experiências em lojas,<br />
bancos, shoppings etc. Por meio da<br />
análise de centenas de horas de filmagens,<br />
chegou-se a algumas conclusões<br />
muito interessantes, que estão resumidas<br />
neste primeiro capítulo e serão de<br />
grande valia para o nosso setor.<br />
Expediente:<br />
O Curso encartada na Revista Negócios em Foco é uma publicação trimestral da A.W. <strong>Faber</strong>-<strong>Castell</strong> S.A. Avenida das Nações Unidas, 10.989 – cj.<br />
142 – São Paulo – SP – 04578-000 – Tel. (11) 2108 5100 – www.faber-castell.com – Email: negocios-em-foco@faber-castell.com.br – Tiragem 7.000<br />
exemplares – Distribuíção Gratuíta. Comitê Editorial: Eduardo Ruschel, Wilson Marcel Fontana Alves e Marcelo Tabacchi. Coordenação editorial:<br />
KMT Eventos e Soluções Empresariais. E-mail: keilataira@terra.com.br. Jornalista responsável: Cíntia Marcucci (Mtb 35.293) Redação e Edição:<br />
Cíntia Marcucci e Keila Taira. Projeto Gráfico e Diagramação Sidnei Peixoto Franco. Fotos: StockXCHNG e divulgação <strong>Faber</strong>-<strong>Castell</strong>.<br />
Impressão e CTP: Off-Set do Brasil
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Mais do que se pode ver<br />
O ato da compra traz gestos implícitos, movimentos e atitudes inconscientes que, se<br />
compreendidos e bem explorados pelos lojistas são garantia de aumento nas vendas.<br />
Uma pessoa, quando entra em uma<br />
loja, reage a tudo o que encontra<br />
nela, mesmo que inconscientemente.<br />
Quando o vendedor conhece<br />
essas reações, fica muito mais fácil<br />
administrá-las de forma que sejam<br />
positivas para o fim do processo, lá<br />
na boca do caixa. Foi seguindo esse<br />
raciocínio que foi desenvolvida a<br />
"Ciência das Compras", que nada<br />
mais é do que o estudo dos consumidores<br />
no ato de comprar. É a<br />
observação de como o consumidor<br />
interage ou reage às vitrines, às<br />
prateleiras, às estantes, aos balcões,<br />
a cada sinalização, faixa, folheto,<br />
escada, rampa, fila no caixa,<br />
ou seja, a cada detalhe desde quando<br />
estaciona o carro ou passa pela<br />
calçada até o pagamento.<br />
Para aproveitar esta ciência de<br />
forma prática, é preciso observar e<br />
analisar como o consumidor da sua<br />
papelaria reage à vitrine, à disposição<br />
dos balcões e das<br />
prateleiras e fazer um questionamento<br />
a partir daí. A forma como<br />
os produtos estão expostos é conveniente?<br />
É atrativa? Faz vender?<br />
Uma pequena mudança, muitas<br />
vezes pode fazer com que a venda<br />
de um determinado produto cresça<br />
consideravelmente pelo simples<br />
aumento de sua visibilidade.<br />
Fila não vende - Outro ponto que<br />
merece muita atenção é a área do<br />
caixa, que pode ser considerada<br />
inclusive o segundo aspecto mais<br />
importante da loja. Com a pressa e<br />
a falta de tempo que dominam cada<br />
vez mais as pessoas do mundo moderno,<br />
em especial nas grandes<br />
cidades, se as transações não forem<br />
ágeis as pessoas se frustram e vão<br />
embora mesmo. Isso se não<br />
deixarem de entrar na papelaria ao<br />
virem uma fila que pareça grande.<br />
Tente também observar quantas<br />
pessoas entram na sua loja com<br />
uma intenção de compra que muda<br />
no meio do processo. Muitas<br />
• Crise Visual - a comunicação<br />
visual, o projeto e<br />
design da loja são fundamentais<br />
para atrair o<br />
consumidor e fazê-lo<br />
comprar<br />
• Poder da mulher - ela é<br />
responsável por 83% de<br />
todas as compras. Ou se<br />
entende as mulheres... ou<br />
não se vende nada para<br />
ninguém<br />
• Tempo é dinheiro - o<br />
mundo valoriza o tempo<br />
agregado à rapidez. Seja<br />
objetivo, saiba perguntar<br />
e ser eficiente nas explicações<br />
técnicas sobre os<br />
produtos.<br />
decisões são tomadas e podem ser<br />
influenciadas no local de compra.<br />
Os consumidores são fortemente<br />
influenciados pelas informações que<br />
o profissional de vendas lhes transmite<br />
e pela forma como é atendido.<br />
Há diversos estudos que comprovam<br />
que, quanto mais tempo<br />
alguém permanece em uma loja,<br />
mais comprará. E o tempo que um<br />
consumidor passa em uma loja<br />
depende do conforto e do prazer da<br />
experiência. Por isso, alguns<br />
fatores são decisivos para que as<br />
vendas sejam um sucesso ou um fracasso.<br />
Pode-se resumir em quatro<br />
as grandes questões que enlouquecem<br />
os varejistas:<br />
• Globalização - o consumidor<br />
pode ter qualquer<br />
coisa, do mundo inteiro na<br />
porta da sua casa. Os<br />
orçamentos se modificaram<br />
muito e hoje estão divididos<br />
em muito mais partes:<br />
há 10 anos não existiam<br />
contas de celular, de TV a<br />
cabo, de conexão à<br />
internet e por isso a<br />
competição é não somente<br />
com outras papelarias. O<br />
salário dele é o mesmo,<br />
porém, com opções cada<br />
vez mais diversificadas de<br />
consumo, é preciso concorrer<br />
com uma boa oferta de<br />
produtos a preços competitivos.<br />
03
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O varejo<br />
trabalha com o<br />
conceito de venda<br />
consumidorvendedor<br />
e começa com a<br />
noção de que uma<br />
loja possui três<br />
aspectos<br />
diferentes:<br />
o ambiente,<br />
merchandising<br />
(o sistema de<br />
exposição dos<br />
produtos) e o<br />
atendimento<br />
Comportamento do Consumidor<br />
Apelo Visual<br />
O visual da<br />
papelaria<br />
O que o coração do consumidor compra depende do que seus olhos vêem<br />
Amaioria dos varejistas não<br />
valoriza a iluminação de sua<br />
loja e isso é fundamental<br />
para a visibilidade da vitrine, principalmente<br />
em locais de alto fluxo<br />
de pedestres: quanto mais rápido se<br />
anda, menor é o campo de visão<br />
periférica e os produtos das vitrines<br />
podem se tornar indistinguíveis se<br />
não estiverem realmente dispostos<br />
de forma atrativa.<br />
No layout da entrada da loja é<br />
importante que haja espaço para<br />
que o consumidor entre, olhe para o<br />
interior e sinta-se à vontade para<br />
iniciar as compras. Um caloroso<br />
"bom dia" (ou boa tarde / noite) para<br />
saudar as pessoas pode<br />
ser um bom início de<br />
sedução. Além disso,<br />
segundo Sam Walton,<br />
fundador da rede norteamericana<br />
de supermercados<br />
Wal-Mart, se você<br />
contratar uma senhora<br />
simpática só para dizer<br />
"oi" aos consumidores<br />
que entram, dificilmente<br />
alguém ousará roubar.<br />
Especialistas em segurança<br />
confirmam a afirmação<br />
acima, dizendo<br />
que a forma mais eficaz<br />
de desencorajar roubos<br />
em lojas é fazer com que<br />
os vendedores reconheçam a presença<br />
de cada consumidor.<br />
Você pode oferecer um folheto com<br />
promoções, um cupom de desconto,<br />
mas a cesta de compras muitas<br />
vezes deverá ser oferecida somente<br />
depois que o consumidor estiver<br />
com mais de três produtos nas<br />
mãos. Ele pode ter entrado para<br />
comprar somente um lápis ou um<br />
pacote de sulfite, mas vai perceber<br />
pela disposição das gôndolas - nos<br />
casos de papelarias maiores - ou<br />
pela distribuição atrativa das<br />
prateleiras que há outros produtos<br />
dos quais necessita e também lançamentos<br />
interessantes.
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Nos velhos tempos:<br />
Produto certo,<br />
no local certo,<br />
com preço certo<br />
era sucesso garantido.<br />
Atualmente, esta<br />
é a condição<br />
simplesmente para<br />
sobreviver<br />
Como expor<br />
seus produtos<br />
Quando as pessoas entram numa loja, tendem ir para a direita, mas fazem esse movimento<br />
não em ângulo reto, mas como um desvio natural. As experiências do livro "Vamos às compras"<br />
comprovam esta tese, mas você pode fazer um teste de observação em sua papelaria. Basta colocar<br />
um produto que se deseje divulgar ligeiramente à direita do local de entrada do consumidor.<br />
Portanto, a loja inteligente é projetada de acordo com a maneira de andar dos consumidores<br />
e os lugares que são mais facilmente procurados. Por definição, uma boa loja é aquela que<br />
expõe o máximo de produtos para o máximo de pessoas, pelo período mais longo. Em outras<br />
palavras, a loja que põe as mercadorias em nosso caminho e campo de visão dos consumidores<br />
de forma a chamar a atenção.<br />
Há uma zona confiável em que as pessoas provavelmente verão as mercadorias. Ela desce<br />
da região um pouco acima do nível dos olhos para mais ou menos o nível do joelho. Se o produto<br />
estiver muito acima ou muito abaixo deste nível, provavelmente não será visto, a não ser que<br />
seja intencionalmente procurado. Porém, a maioria das lojas não pode se dar ao luxo de desperdiçar<br />
espaço. Uma dica é exibir produtos grandes acima e abaixo dessa zona de visão, como<br />
pastas, malas escolares, caixas organizadoras etc.<br />
05
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Comportamento do Consumidor<br />
Poder Feminino<br />
O que as mulheres<br />
querem<br />
Comprar é uma atividade explicitamente feminina e não há nada melhor do que<br />
fidelizar as consumidoras mulheres<br />
Homens e mulheres diferem em<br />
quase tudo e não seria diferente<br />
nas compras.<br />
Mulheres se orgulham da habilidade de<br />
comprar e os homens não têm paciência,<br />
86% das mulheres consultam a etiqueta<br />
de preços, contra 72% dos homens e,<br />
talvez por isso, o tíquete médio dos homens<br />
tenha valor maior do que o das<br />
mulheres.<br />
Quando um casal está comprando junto,<br />
invariavelmente são os homens que<br />
pagam a conta e se uma mulher for às<br />
compras acompanhada de outra demora<br />
o dobro do tempo do que se estivesse com<br />
um homem. Isso significa que as mulheres<br />
exigem mais do que os homens dos<br />
ambientes de compras.<br />
As necessidades espaciais das mulheres<br />
são visíveis em toda parte do varejo. As<br />
lojas de presentes de aeroportos estão<br />
divididas entre a "zona de alta rotatividade",<br />
perto da caixa registradora, onde<br />
as pessoas entram às pressas para comprar<br />
um chiclete ou balas, pagam e saem<br />
rapidamente; e a "zona de permanência",<br />
mais para dentro da loja, onde artigos de<br />
presente costumam estar expostos. É<br />
assim que as mulheres preferem comprar;<br />
podendo ver o fluxo principal de movimento,<br />
mas abrigadas em áreas separadas<br />
sem precisarem esbarrar com tudo<br />
e com todos enquanto escolhem o que<br />
querem.
ue<br />
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Escolha Escolha cuidadosa cuidadosa<br />
Outra característica interessante é que<br />
as mulheres gostam de estudar os produtos<br />
antes de comprar, sobretudo se<br />
for um produto novo no mercado.<br />
No caso de cartões de felicitações, por<br />
exemplo, as mulheres dedicarão bastante<br />
tempo examinado um modelo<br />
após o outro em busca daquele que fala<br />
ao seu coração. Portanto, o ideal é que<br />
o display de cartões esteja em algum<br />
lugar mais espaçoso para que ela possa<br />
ler muitos deles antes de comprar. Um<br />
local apertado, propenso a esbarrões,<br />
certamente fará com que as vendas<br />
caiam.<br />
No caso da venda de produtos para<br />
computadores, predominam os consumidores<br />
homens, porém, a taxa de conversão<br />
- a porcentagem de consumidores<br />
que compram algo de fato - é<br />
maior entre as mulheres. A maioria das<br />
mulheres prefere aprender o estritamente<br />
necessário para fazer o equipamento<br />
funcionar, por isso na compra de<br />
um cd regravável ou de cartuchos para<br />
impressora, ela será prática e rápida.<br />
Neste caso específico os papéis se<br />
invertem e os homens preferem olhar e<br />
A posse é um<br />
processo emocional,<br />
não técnico. A principal<br />
função de uma loja<br />
é estimular o contato<br />
consumidor-mercadoria<br />
Isso é fazer compras<br />
pesquisar, enquanto as mulheres são<br />
objetivas.<br />
No caso de mulheres acompanhadas com<br />
crianças, apesar de tecnicamente serem<br />
os adultos que selecionam e compram o<br />
material escolar como lápis de cor, apontadores<br />
e cadernos, atenção para com as<br />
crianças, já que são elas quem realmente<br />
tomam as decisões neste caso, influenciando<br />
os pais e induzindo à compra.<br />
Permitir que elas interajam com os produtos<br />
é importante, porém existe um<br />
equilíbrio que deve ser perseguido: não<br />
há mãe que não se aborreça se tiver que<br />
fazer compras e cuidar das crianças.<br />
Uma boa opção é ter algo que distraia<br />
um pouco os pequenos, como televisões<br />
sintonizadas em programas infantis e até<br />
mesmo um simples pirulito.<br />
07
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Só consumidor<br />
fidelizado dá lucro<br />
E para crescer,<br />
precisamos que<br />
ele volte para<br />
comprar e<br />
comentem para<br />
seus amigos<br />
Comportamento do Consumidor<br />
Experiência sensorial<br />
Veja-me, sinta-me,<br />
compre-me<br />
A dinâmica das compras envolve diversas experiências sensoriais que não<br />
podem ser deixadas de lado<br />
As boas lojas travam um tipo de "judô<br />
varejista": elas usam o impulso do<br />
próprio consumidor, suas inclinações<br />
e desejos, para movê-lo em uma<br />
direção muitas vezes não-planejada e despercebida.<br />
As compras são uma das poucas chances<br />
de experimentar livremente o mundo<br />
material em primeira mão. Quase todas as<br />
compras não-planejadas - e as planejadas<br />
também - resultam de utilizarmos nossos<br />
sentidos: visão, tato, olfato, audição, mas<br />
principalmente o tocar, experimentar algo<br />
no recinto de uma loja - razão pela qual o<br />
merchandising pode ser mais poderoso que<br />
o marketing. Olhar dá uma boa idéia de<br />
qual será a sensação, mas nada substitui a<br />
própria mão.<br />
Colocar lápis para serem testados próximo<br />
da prateleira de apontadores; ter um bloco<br />
de papéis próximo às canetas e aos lápis é<br />
fundamental. Imagine se sua papelaria<br />
tivesse espaço físico suficiente para uma<br />
área com mesas e cadeiras ou bancos, com<br />
papéis, lápis de cores, guaches, canetas<br />
hidrográficas para crianças e adultos<br />
experimentarem os produtos? E se algum<br />
vendedor mais hábil pudesse orientá-los<br />
com novas técnicas de utilização desses<br />
itens?<br />
Vale a pena repensar no layout da loja nos<br />
períodos de menor movimento, pois as<br />
compras poderiam ser incentivadas e aumentadas<br />
por meio de um passeio sensorial.<br />
Sem dúvida, a posse é um processo emocional,<br />
não técnico. Começa nos olhos e<br />
depois, no tato. Uma vez que o produto<br />
está nas mãos de uma pessoa pode-se dizer<br />
que ela começou a se apropriar daquilo.<br />
Pagar é um mero processo técnico; portanto,<br />
quanto mais cedo um produto for posto<br />
na mão do consumidor ou quanto mais<br />
fácil for para que ele o experimente, mais<br />
facilmente ele mudará de proprietário,<br />
do vendedor ao comprador. Isso é fazer<br />
compras.<br />
APREN<strong>DE</strong>NDO NA PRÁTICA<br />
Na Zona Norte de São Paulo, a Papelaria Ruby é um exemplo de que alguns poucos cuidados e<br />
muita observação só geram lucros. Minoru Takahashi trabalha no ramo papeleiro há 27 anos e sua<br />
experiência e modo de trabalho são um caso de como a observação é importante para fazer as<br />
coisas certas, mesmo sem seguir teorias ou livros.<br />
A reportagem do "Negócios em Foco" foi à Ruby sem avisar com antecedência e foi recebida no<br />
primeiro momento como consumidor comum e cumprimentada assim que passou pela porta de<br />
entrada. Ponto para seu Minoru, que além da cordialidade está deixando claro que sabe muito bem<br />
quem está dentro de sua loja.<br />
Ele também está muito atento às características atuais do mercado em que atua: "quero investir<br />
nos profissionais liberais que, por terem pouco tempo disponível, precisam de tudo com agilidade e<br />
se preocupa mais com a qualidade dos produtos do que com preço", explica.<br />
Nos quesitos conforto e atrativos visuais, a Ruby também ganha pontos, distribuindo produtos de<br />
maior valor agregado por toda a loja e valorizando o seu consumidor. "Invisto em produtos bons,<br />
mesmo que minha loja esteja localizada em um bairro de população de renda mais baixa, pois isso<br />
não importa. Para coisas boas e bons vendedores, sempre tem comprador."