15.03.2015 Views

Edição 10 - Revista PIB

Edição 10 - Revista PIB

Edição 10 - Revista PIB

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Mercado<br />

Trem da Vale<br />

com minérios:<br />

recordes de<br />

exportação<br />

para a China<br />

em 2009<br />

contribuíram<br />

para a<br />

explosão das<br />

commodities<br />

AGENCIA VALE<br />

O<br />

barato<br />

sai caro<br />

O Brasil passa a<br />

exportar mais produtos<br />

básicos em relação<br />

aos manufaturados –<br />

e isso acende um<br />

sinal de alerta na<br />

economia e no<br />

dia a dia das indústrias<br />

A N D R É A A N T O N ACC I E<br />

W. F. PA D O VA N I<br />

Uma mudança significativa<br />

ocorreu no cenário<br />

do comércio exterior<br />

do Brasil – o país passou<br />

a exportar ainda<br />

mais produtos básicos e semimanufaturados,<br />

as commodities, em relação<br />

aos industrializados. Há cinco<br />

anos, o Brasil exportava US$ 118,5<br />

bilhões e, desse total, 29,3% era formado<br />

por produtos básicos. Hoje,<br />

o Brasil exporta US$ 153 bilhões e,<br />

desse total, 40,5% resultam da venda<br />

de produtos básicos – apenas de<br />

2008 para 2009 houve queda de<br />

27,3% na exportação de produtos<br />

manufaturados. Para muitos, essa<br />

não é uma boa notícia. Para outros,<br />

não é tão ruim assim. Quem está no<br />

primeiro grupo alega que as commodities<br />

têm preços mais voláteis do<br />

que os produtos industrializados, e<br />

um movimento mais abrupto nas<br />

cotações do mercado pode deixar o<br />

Brasil em maus lençóis. Os produtos<br />

industrializados, em comparação,<br />

têm preços mais estáveis. Mais<br />

importante ainda, o produtor industrial<br />

pode, ao menos em parte, fazer<br />

seu preço. Já no caso das commodities,<br />

quem exporta não tem controle<br />

sobre o preço e fica submetido às<br />

oscilações do mercado global.<br />

“O Brasil vem deixando de lado<br />

uma lição de casa importante: não é<br />

bom baixar o nível dos produtos industrializados<br />

na balança do comércio<br />

exterior, porque, além dos preços<br />

mais estáveis, eles possuem alto<br />

valor agregado”, explica Celso Grisi,<br />

economista da FEA - Faculdade de<br />

Economia e Administração da USP<br />

e especialista em comércio exterior.<br />

Por valor agregado, entendam-se os<br />

ganhos resultantes da elaboração e<br />

da inovação incorporadas aos produtos<br />

de um parque industrial desenvolvido<br />

e diversificado – e tudo<br />

o que isso representa em termos de<br />

ciência, tecnologia e educação.<br />

Já para Welber Barral, secretário<br />

de Comércio Exterior do Ministério<br />

do Desenvolvimento, a exportação<br />

de produtos básicos foi fundamental<br />

para o país num ano de crise, como<br />

2009 – período em que, ainda que reforçadas<br />

pelo peso a mais das commodities,<br />

as exportações, como um<br />

todo, declinaram. Barral argumenta<br />

que elas têm procura mais estável<br />

que os bens manufaturados e, por<br />

isso, a demanda, mesmo em período<br />

de recessão, não cai tanto quanto a<br />

dos bens industrializados. “O governo<br />

brasileiro sabe que é essencial<br />

não só aumentar as exportações de<br />

produtos industrializados como também<br />

incrementar a intensidade tecnológica<br />

de nossas exportações”, diz<br />

Barral. “Mas o Brasil é um país muito<br />

competitivo nas exportações de commodities<br />

e, se não fossem as vendas<br />

de produtos básicos, o país teria registrado<br />

uma queda muito maior nas<br />

exportações gerais em 2009.”<br />

60 P I B P I B 61

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!