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2331 RIMA 5Layout 1 - Firjan

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ÍNDICE<br />

Neste Relatório de Impacto Ambiental (<strong>RIMA</strong>) você poderá conferir os principais resultados alcançados pelo Estudo de Impacto<br />

Ambiental (EIA) do Porto Sudeste.<br />

Para que essas informações se tornassem acessíveis a um público amplo e diversificado, foram utilizados recursos de linguagem e<br />

de comunicação visual capazes de tornar o conteúdo mais objetivo, claro e dinâmico. As próximas páginas estão divididas em:<br />

Apresentação para que você conheça, em linhas gerais, o que é o projeto do Porto Sudeste<br />

Quem é a LLX? porque conhecer a empresa é fundamental para entender a proposta<br />

O que é o empreendimento e suas principais características,<br />

apresentando suas justificativas e objetivos<br />

Diagnóstico Ambiental são apresentadas as características de todo o<br />

meio ambiente das áreas de influência do empreendimento<br />

Avaliação de Impactos porque é preciso assegurar uma atuação sustentável<br />

Programas Ambientais para pensar em soluções concretas<br />

Equipe Técnica


APRESENTAÇÃO<br />

Construir empreendimentos<br />

de forma eficiente e<br />

garantir que a sua<br />

infra-estrutura seja de alta<br />

qualidade e com<br />

capacidade de integração<br />

com a indústria são os<br />

objetivos da empresa<br />

LLX Operações Portuárias.<br />

A empresa LLX Operações Portuárias S.A. foi<br />

criada em março de 2007 com o objetivo de im -<br />

plan tar um novo conceito de porto no mercado,<br />

focado na aliança entre eficiência, alto padrão<br />

de infra-estrutura e capacidade de integração<br />

com a indústria.<br />

Uma das suas propostas é construir um Ter mi -<br />

nal Marítimo na Baía de Sepe ti ba, no RJ: o Porto<br />

Sudeste. Se cons truí do, esse porto possi bili tará<br />

a ex por ta ção de 50.000.000 t/ano de minério de<br />

ferro. Para que o empreendimento possa se<br />

tornar reali da de, é necessário passar por um pro -<br />

ces so de licencia mento ambiental cri te rio so, que<br />

ava lia se o empreen de dor está aten den do à le -<br />

gis la ção am biental do país e do estado onde<br />

pretende ser implantado.<br />

Por isso, a LLX Operações Portuárias rea li zou<br />

um Estudo de Impacto Am biental (EIA) e este<br />

Relatório de Impacto Ambiental (<strong>RIMA</strong>), ambos<br />

submetidos ao órgão licenciador da atividade em<br />

questão – a Fundação Estadual de Engenharia do<br />

Meio Ambiente (FEEMA).<br />

O EIA apresenta detalhadamente os resul ta dos<br />

técnicos de todo o universo que compõe o em -<br />

preendimento propos to. Para facilitar o enten di -<br />

mento dos seus resultados e torná-los acessí veis<br />

ao público em geral, é elaborado o do cu men to<br />

que aqui se apresenta, o <strong>RIMA</strong>.<br />

Nas próximas páginas serão apresen tadas as<br />

características da atividade proposta, das suas<br />

áreas de influência, bem como os possíveis<br />

impactos e as medidas propostas para reduzi-los.<br />

QUEM É<br />

A LLX?<br />

NOME OFICIAL DA ATIVIDADE: Porto Sudeste<br />

EMPREENDEDOR: LLX Sudeste Operações Portuárias S.A.<br />

CNPJ: 08.310.839/0001-38<br />

ENDEREÇO: Praia do Flamengo 154 / 4º andar - Flamengo, Rio de Janeiro/RJ<br />

PESSOA DE CONTATO: Cláudio Henrique Lyra Miranda<br />

TELEFONE E E-MAIL: 21 2555-5661/ claudio.lyra@llx.com.br<br />

5


O QUE É O EMPREENDIMENTO<br />

A atividade prevista é a implantação de um Porto para exportação de<br />

minério de ferro, denominado Porto Sudeste. Ele será construído na Ilha da<br />

Madeira, em Zona Industrial e Portuária, no município de Itaguaí (RJ).<br />

A construção do Porto Sudeste tem como<br />

obje tivo expandir o sistema portuário nacional,<br />

de forma a viabilizar a exportação de minério e<br />

o crescimento da indústria siderúrgica nacio -<br />

nal, imprimindo mais competitividade e dina -<br />

mis mo ao setor, contribuindo assim para o<br />

desenvolvimento do país.<br />

Este empreendimento possibilitará a ex por -<br />

ta ção de 50 milhões de toneladas de minério<br />

de ferro/ano, provenientes de minas da própria<br />

empresa, aumentando o grau de inserção da<br />

economia brasileira na economia mundial.<br />

Apesar de o Brasil possuir uma faixa litorâ -<br />

nea equivalente ao tamanho da Argentina, o<br />

país não possui bons sítios portuários. Além<br />

de se rem reduzidos em número, eles tam -<br />

bém apre sen tam sérios problemas com<br />

relação à área física disponível para a ex -<br />

pansão da orla por tuária e retroportuária e às<br />

limitações de calado*.<br />

Neste sentido, a Baía de Sepetiba, mais es -<br />

pe cificamente a Ilha da Madeira, apresenta-se<br />

como a solução natural para a implantação<br />

deste novo Ter minal. Características naturais<br />

como águas abri gadas, grandes profun dida -<br />

des, proximidade dos grandes centros urba -<br />

nos e compatibilidade com o zoneamento<br />

muni cipal favorecem a im plan tação de um<br />

empreendimento dessa natureza.<br />

*distância da superfície da água até o fundo do<br />

casco, calculada com a maior carga do navio.<br />

6


MAPA DE LOCALIZAÇÃO<br />

7


OBRAS<br />

As obras do Porto Sudeste prevêem a construção das seguintes estruturas:<br />

• um ramal ferroviário contendo uma pêra ferroviária<br />

• duas áreas para estocagem de minério<br />

• um túnel para acesso marítimo e<br />

• um terminal marítimo.<br />

Ramal Ferroviário contendo uma Pêra Ferroviária<br />

Consiste na instalação de uma linha férrea e<br />

uma pêra ferroviária.<br />

Um trecho ferroviário ligando a ferrovia já<br />

existente no pátio de Brisamar à pêra locali za -<br />

da dentro das instalações da LLX será cons -<br />

truído para o transporte do minério de ferro.<br />

O acesso ferroviário ao terminal se dará por<br />

um ramal que, partindo do pátio de Brisamar,<br />

se guirá entre a atual rodovia e o ramal de<br />

aces so ao Porto de Itaguaí até o rio Cação.<br />

Após a ponte do rio Cação, o ramal deriva à<br />

di reita, atravessa a rodovia de acesso ao Porto<br />

de Itaguaí e segue sobre a estrada até a pêra<br />

fer ro viária. Esse trecho de estrada será cons -<br />

truí do antes da ferrovia, paralelamente a atual<br />

estrada de acesso à Fábrica Ingá, de forma a<br />

não haver paralisação da via pública.<br />

O ramal terá um comprimento de apro xi -<br />

madamente 4.700 m, considerando a pêra, o<br />

pátio de manobras e a linha de aces so ao<br />

pátio de Brisamar.<br />

8


Pêra Ferroviária<br />

Consiste de uma via férrea acessória (de<br />

traçado curvilíneo) destinada a inverter a po -<br />

sição do trem.<br />

Sua construção é necessária para a manobra<br />

do trem e para o descarregamento dos va gões.<br />

Na parte interna desta pêra existirá um pátio<br />

para armazenamento de parte do minério.<br />

Para a instalação da pêra ferroviária será<br />

necessário realizar o desmonte de parte do<br />

Mor ro do Capitão, retirar os sedimentos, os<br />

resíduos comuns e especiais que ficarão no<br />

terreno após a conclusão das atividades<br />

da pedreira.<br />

Toda a infra-estrutura vinculada à instalação<br />

do ramal e da pêra ferroviária se concentrará<br />

nos canteiros de obra do empreendimento.<br />

Para a instalação da pêra ferroviária e do pá -<br />

tio de minério será necessário relocar a Es tra -<br />

da Joaquim Fernandes. Esta rodovia é a<br />

prin cipal via de acesso para os moradores da<br />

Ilha da Madeira e demais residentes nas de -<br />

mais ilhas situadas no interior da Baía de Se -<br />

petiba. A nova rodovia se estenderá por 1 km,<br />

iniciando-se na entrada da Ilha da Madeira e<br />

terminando na altura da Ponta da Mariquita e<br />

será instalada ao longo do terreno onde estará<br />

a pêra ferroviária.<br />

Área de estocagem de minério<br />

O minério será estocado em pilhas em duas<br />

áreas: uma onde hoje se localiza a Pedreira Se -<br />

petiba (pátio de estocagem cota 32), que será<br />

desativada para a implantação do Porto e a<br />

outra na parte interna da pêra ferro viária (pátio<br />

de estocagem cota 06). Além da es to cagem de<br />

minério, serão instala das a esteira, a Estação<br />

de Tratamento de Esgotos (ETE) e a Estação<br />

de Trata mento de Água (ETA), as Subestações<br />

de energia e o Laboratório de Análise do Mi né -<br />

rio, além de demais estruturas administrativas.<br />

Túnel para acesso marítimo<br />

O transporte do minério será feito através de<br />

um túnel que liga o pátio de estocagem ao Ter -<br />

mi nal Portuário por meio de esteiras e uma via<br />

pavimentada para a realização da manu ten ção<br />

dos equipamentos. Este túnel atraves sa rá o<br />

morro onde atualmente vem sendo exe cu tada<br />

a lavra da Pedreira Sepetiba, li gando a re -<br />

troárea ao píer. Ele terá aproxima damente<br />

1.500 m de comprimento, uma largura de<br />

aproximadamente 12 m e 8 m de altura.<br />

A movimentação de minério através das<br />

estei ras localizadas no interior do túnel evitará<br />

a dis per são de material particulado, diminuin -<br />

do a poeira.<br />

Terminal marítimo<br />

Será construído um terminal para descar re -<br />

ga mento e carregamento dos navios. Os pro -<br />

dutos chegarão ao terminal por correias, que<br />

fa rão o transporte entre a área de estocagem e<br />

o terminal. Ele compreenderá estruturas da<br />

pon te de acesso, plataforma de transição e píer<br />

de atracação, além das estru tu ras admi nis tra -<br />

tivas necessárias às opera ções portuá rias.<br />

Também será implantado um berço do píer<br />

com cerca de 766 m de comprimento e 24 m<br />

de lar gura, que possibilitará a movimentação de<br />

equipamentos e atracação de navios.<br />

A construção dessas estruturas será feita com<br />

material pré-moldado, fabricado no can teiro de<br />

obras localizado no Terminal de Coroa Grande.<br />

Para a instalação do píer será neces sá ria a<br />

utilização de balsas devidamente auto ri zadas e<br />

apro vadas pela Marinha do Brasil, que trans por -<br />

tarão os pré-moldados e demais equipamentos<br />

através do saco da Coroa Grande.<br />

Os principais equipamentos utilizados para<br />

a construção do terminal marítimo serão uma<br />

máquina para cravação de estaca (bate-esta-<br />

ca) e guindastes para a montagem das peças<br />

pré-moldadas, uma vez que tanto o píer<br />

quanto a ponte serão pré-moldados pelo fabri -<br />

can te e montados no lugar.<br />

9


Terminal marítimo (continuação)<br />

Para que as embarcações tenham acesso ao<br />

ter minal, serão necessárias obras de draga gem.<br />

No processo de dragagem, o solo mari nho é re -<br />

ti rado para que o navio não encalhe quando es -<br />

ti ver acessando o Terminal. Para tal, serão<br />

u ti li zadas dragas tipo “Hopper”, capazes de su -<br />

gar o solo, armazená-lo no porão do navio e lan -<br />

çar o material em local adequado, o bota-fora.<br />

Dessa forma, será realizada a dra ga gem de<br />

aproximadamente 10.000.000 m 3 de se di men -<br />

to para o canal de acesso e bacia de evo lução.<br />

Além da dragagem será realizada a der ro ca -<br />

gem (retirada das rochas que estão enter ra -<br />

das) de 16.000 m 3 de rochas localiza das no<br />

ca nal, com o objetivo de diminuir os riscos de<br />

acidente com as em bar cações e viabilizar a<br />

en trada de navios de gran de porte, destinados<br />

a importação e ex por ta ção de minério de ferro.<br />

O canal a ser derro ca do também atenderá a<br />

outros portos da região.<br />

Bate estaca típico<br />

As tecnologias a serem utilizadas para a<br />

realização dos serviços de dragagem serão:<br />

• dragas de sucção e recalque: para a<br />

dra gagem de material contaminado e rea li -<br />

za ção dos CDFs*.<br />

• draga tipo hooper: para dragagem e<br />

transporte de material dragado sem con ta -<br />

minação, a serem encaminhados para as<br />

áreas de bota-fora.<br />

* CDF (confined disposal facility) é<br />

uma técnica que vem sendo largamen -<br />

te utilizada em regiões portuárias da<br />

Europa e Esta dos Unidos para o des -<br />

car te dos mate riais dragados que pos -<br />

suem con ta mi nação.<br />

O CDF é re co berto por uma camada<br />

de sedi mentos capaz de confinar o ma -<br />

terial contaminado recebido e não con -<br />

taminar o ambiente marinho.<br />

Modelo de guindaste que será utilizado para a<br />

construção do terminal marítimo<br />

10


LOCAL PARA A<br />

CONSTRUÇÃO DO CDF<br />

Terminal Marítimo<br />

Bacia de<br />

Evolução<br />

LOCAL PARA A CONSTRUÇÃO DO CDF<br />

Canal de acesso ao Porto<br />

ÁREA A SER DRAGADA


A parte do sedimento dragado (escavado), que estiver sem conta mi na -<br />

ção, será lançada fora da Baía de Sepetiba, conforme a figura abaixo. A<br />

área selecionada para o bota-fora foi estudada pelo Instituto Nacional de<br />

Pesquisas Hidroviárias e demonstrou ser capaz de receber esse material.<br />

A draga<br />

A draga tipo Hopper é montada dentro de um tipo especial<br />

de embarcação, projetada para executar várias funções que<br />

digam respeito ao fundo de qualquer curso d’água, desde<br />

que não seja muito profundo. Sua função mais comum é a<br />

de apro fundar portos e vias navegáveis, removen do parte do<br />

fundo do mar ou do leito dos rios e ca nais. Geralmente junto<br />

à draga operam uma chata e um rebocador, para recolhi -<br />

men to e des carte do material extraído.<br />

Local onde o material dragado será lançado<br />

Desenho de uma<br />

draga tipo Hopper<br />

Exemplo de como o material<br />

dragado será lançado<br />

Navio draga tipo Hopper<br />

12


Características Gerais<br />

do empreendimento


OPERAÇÃO<br />

A operação do Porto Sudeste pode ser resumida em:<br />

• Operação de Exportação de minério<br />

Operação de Exportação de minério<br />

O minério chegará por trem no pátio de arma -<br />

ze na mento, onde será descarregado. Ele será<br />

trans portado para o terminal por correias, atra -<br />

ves sando o túnel e colocado diretamente<br />

dentro dos porões do navio pelo equi pa mento<br />

para exportação.<br />

Este equipamento trabalha continuamente e é<br />

preparado para dividir a carga nos porões e<br />

diminuir a poeira.<br />

O quadro ao lado apresenta a capacidade<br />

operacional do Porto Sudeste.<br />

SISTEMA<br />

Recepção<br />

Pátio de Estocagem<br />

Expedição e Carregamento de Navios<br />

CAPACIDADES MÁXIMAS<br />

Pêra com 2 linhas ferroviárias<br />

2 viradores de vagões duplos<br />

11 composições/dia<br />

50.000.000 t/ano<br />

2.500.000 t nos pátios<br />

50.000.000 t/ano (5% da movimentação anual)<br />

28 navios por mês<br />

2 carregadores 10.000 t/h<br />

50.000.000 t/ano (Ocupação de 68,8% no berço)<br />

1 2<br />

1- Carregador de Navios.<br />

2- Sistema de aspersão na correia transportadora.<br />

14


Água<br />

A água suficiente para a construção e operação do<br />

Porto Sudeste será parte fornecida pelo Terminal de<br />

Coroa Grande, parte reaproveitada de todos os siste -<br />

mas implantados no porto (drenagem, ETE e chuvas)<br />

e parte da CEDAE aproveitando a ligação existente da<br />

Pedreira Sepetiba.<br />

Energia<br />

A energia elétrica suficiente para as obras será<br />

fornecida pela ligação já existente na área da Pedreira<br />

Sepetiba. Para a operação do Porto será necessário<br />

modernizar a linha existente que abastecia a antiga<br />

empresa Ingá, já fechada. Será necessária apenas a<br />

substituição dos fios e equipamentos de apoio.<br />

Tratamento de Esgotos<br />

Os efluentes sanitários oriundos dos banheiros e refeitórios<br />

serão encaminhados, via tubulação, para tratamento em<br />

Estações de Tratamento de Esgotos que serão construídas<br />

dentro da retroárea . Após tratada, a água será encaminhada<br />

para (re)utilização no próprio Porto.<br />

As águas pluviais (da chuva) coletadas nos pátios de arma -<br />

zenamento de minério que apresentem grande quantidade de<br />

partículas de ferro serão encaminhadas para caixas de<br />

decantação, onde o minério será separado da água.<br />

Resíduos<br />

O Porto Sudeste buscará a destinação adequada para<br />

to dos os resíduos gerados.<br />

Os resíduos sólidos gerados na área do Porto serão<br />

se gregados e sempre que possível encaminhados pa -<br />

ra reciclagem. Os resíduos não recicláveis serão enca -<br />

mi nha dos para aterro devidamente licenciado.<br />

15


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL<br />

Antes da construção de um empreendimento é fundamental conhecer o meio ambiente local.<br />

Por isso, no diagnóstico são apresentadas as áreas de influência do Porto Sudeste e as suas<br />

características socioambientais. Estas informações possibilitam que todos os envolvidos no<br />

projeto (empreendedor, população, órgão licenciador, poder público e associações) conheçam<br />

as riquezas e fragilidades do meio ambiente da região analisada.<br />

Os itens a seguir são partes desse diagnóstico, que se encontram disponíveis na íntegra no<br />

Estudo de Impacto Ambiental (EIA).


Áreas de influência<br />

As áreas de influência do Porto Sudeste são<br />

aquelas que estão relacionadas às ações do<br />

empreendimento durante as suas etapas de<br />

construção e/ou operação.<br />

As Áreas de Influência Direta (AID) são<br />

aquelas passíveis às influências das alterações<br />

positivas e negativas decorrentes da sua<br />

construção. Para a definição dessas áreas,<br />

foram considerados:<br />

1) áreas destinadas à instalação das de pen -<br />

dên cias do Porto Sudeste: locais onde serão<br />

implantados a área de armazenamento de<br />

minério; o canteiro de obras e as estruturas de<br />

atracação costeiras e marinhas.<br />

2) áreas destinadas à instalação do ramal<br />

ferroviário e relocação da E strada Joa -<br />

quim Fernandes.<br />

3) área correspondente à bacia de evo lução<br />

(área de manobra dos navios), canal de<br />

acesso e Terminal Portuário.<br />

4) área destinada ao descarte do<br />

ma terial dragado.<br />

5) área de segurança de 500 m de raio em<br />

torno da extensão da área marítima dire -<br />

tamente afetada.<br />

Já os locais onde os impactos da constru ção<br />

do Porto Sudeste serão sentidos com menor<br />

intensidade e freqüência em relação à AID são<br />

chamados de Área de Influência Indireta (AII).<br />

Essas áreas foram definidas com base em :<br />

Aspectos socioeconômicos: os territórios<br />

das regiões administrativas (RA) de Santa Cruz<br />

e Guaratiba no município do Rio de Janeiro, e<br />

os municípios de Itaguaí e Mangaratiba.<br />

Meios físico e biótico: áreas circunvizinhas<br />

à baia de Sepetiba, incluindo as áreas con -<br />

tinentais e marinhas.<br />

A seguir apresenta-se o mapa de influência.<br />

A região<br />

A região onde será instalado o Porto Sudeste<br />

consiste em um ambiente litorâneo de laguna<br />

costeira – a Baía de Sepetiba, cujos limites<br />

geomorfológicos são:<br />

Norte: continente<br />

Sul: a restinga de marambaia<br />

Oeste: uma cadeia de ilhas (Itacuruçá,<br />

Jaguanum, etc.)<br />

Leste: na altura de Barra de Guaratiba a baía é<br />

ligada ao mar por um estreito canal<br />

Devido às características ambientais da região,<br />

como relevos íngremes, grande incidência de<br />

chuvas, a existência de cursos de rios signifi ca -<br />

tivos, os solos formados nas adjacências da baía<br />

possuem aspectos típicos de ambientes estu a -<br />

rinos*, com grandes concentrações de matéria<br />

orgânica e granulometria fina.<br />

Também são encontrados depósitos de<br />

areia e argila formados pelo mar. Neste caso,<br />

os depósitos se encontram nos fundos mari -<br />

nhos das baías de Sepetiba e da Ilha Grande,<br />

formando também as praias.<br />

*estuário é a parte de um rio que se encontra em contato com o mar.<br />

A geologia de um ambiente é definida pelos<br />

aspectos físicos e naturais de uma região.<br />

Dentre estas propriedades estão o relevo e<br />

a composição dos solos de uma área.<br />

17


18<br />

MAPA DA ÁREA DE INFLUÊNCIA


A bacia hidrográfica contribuinte à Baía de Se -<br />

pe tiba tem uma superfície de 2.654 km² e atra -<br />

vessa dois ambientes característicos da região:<br />

• Domínio Serrano, representado por monta -<br />

nhas e escarpas da vertente oceânica da Serra<br />

do Mar e pelos maciços costeiros (Pedra Bran -<br />

ca, Mendanha, Ilha da Marambaia), domínio<br />

es te mais afastado da Baía de Sepetiba;<br />

• Domínio da Baixada, representado por<br />

uma extensa planície flúvio-marinha adjacente<br />

ao corpo hídrico.<br />

Os principais rios desta bacia são: Guandu,<br />

da Guarda, Canal Guandu, Mazomba, Piraquê,<br />

Piracão, Portinho, Ingaíba, São Bráz, do Saco<br />

e Saí, com destaque para o rio Guandu.<br />

A maioria dos rios apresenta seus baixos<br />

cursos (trechos que ficam próximos à foz do<br />

rio) bastante modificados em relação ao que<br />

eram originalmente. Em função da sua to po -<br />

grafia plana, esta região fica sujeita às<br />

inundações constantes e, por isso, desde o<br />

século XVII seus rios vêm sendo retificados,<br />

dragados, canalizados ou unidos por valões.<br />

Estes rios estão ainda sujeitos à ação das<br />

marés que, por sua vez, influenciam no escoa -<br />

mento e na penetração das águas “salgadas”<br />

em áreas continentais, o que eleva os teores<br />

de cloretos e oxigênio, criando assim condi -<br />

ções para que os manguezais se instalem nas<br />

suas margens.<br />

A área do empreendimento encontra-se na<br />

trajetória de deslocamentos de frentes frias em<br />

todas as épocas do ano, o que pode resultar<br />

em significativas variações de pressão atmo s -<br />

férica em curto intervalo de tempo, sobretudo<br />

em rápidas passagens frontais.<br />

Além dos fatores que influenciam as carac te -<br />

rísticas do clima no Estado do Rio de Janeiro<br />

— latitude, relevo, altitude e maritimidade – é<br />

importante ressaltar o fato de seu território<br />

encontrar-se submetido a ventos de Leste e<br />

Nordeste na maior parte do ano. Tal sistema<br />

ainda é responsável pela manutenção das<br />

temperaturas médias em patamares mais ou<br />

menos elevados, com altos níveis de umidade<br />

relativa e “tempo bom” — geralmente asso cia -<br />

do a céu claro, de cor azul, livre de nebulosi -<br />

dade e ausência de qualquer hidrometeoro*.<br />

* Hidrometeoro - fenômenos atmosféricos originados pelo<br />

vapor de água, como nuvens, chuvas, granizo, etc.)<br />

Rio Guandu<br />

Possui 108 km de comprimento e suas<br />

nascentes localizam-se na Serra do Mar em<br />

diversos municípios. Sua água abastece<br />

cerca de 80% da população do Grande Rio.<br />

Alguns riachos se unem na represa de<br />

Ribeirão das Lajes, um dos formadores do<br />

Guandu. Após passar pela represa, o<br />

Ribeirão das Lajes recebe as águas do Rio<br />

Paraíba do Sul, que através de transposição<br />

em Barra do Piraí, passa finalmente a<br />

denominar-se rio Guandu.<br />

OCEANOGRAFIA DA<br />

BAÍA DE SEPETIBA<br />

A baía possui uma variação mínima do<br />

nível do mar referente à maré e suas<br />

águas demoram 4,17 dias para se reno -<br />

va rem. Suas águas são consideradas<br />

cal mas e a penetração de ondas oceâ -<br />

nic as na baía pode ser considerada<br />

pequena ou desprezível.<br />

19


20<br />

No entorno da Baía de Sepetiba existem<br />

importantes ecossistemas ainda preservados,<br />

tais como florestas, restingas e manguezais.<br />

Em Mangaratiba e Itaguaí podem ser obser -<br />

va das áreas remanescentes do Bioma Mata<br />

Atlântica, principalmente nas encostas da<br />

Serra do Mar. Nas baixadas, em menor quan -<br />

tidade, ainda existem pequenos trechos de<br />

formações florestais típicas de terras baixas,<br />

que estão devastadas pela ocupação urbana<br />

e núcleos industriais em crescente expansão.<br />

Na margem dos rios e riachos locais ocorrem<br />

também as formações aluviais, também co -<br />

nhe cidas como matas ciliares, fundamen tais<br />

para a proteção dos recursos hídricos (águas,<br />

rios, lagos e lagoas).<br />

No Brasil, a Floresta Ombrófila Densa –<br />

como também é chamada a Mata Atlântica -<br />

estende-se pelas regiões Nordeste, Sudeste e<br />

Sul, abrigando grande diversidade de es pé -<br />

cies vivas (biodiversidade).<br />

A Mata Atlântica foi devastada durante mais<br />

de 500 anos. Hoje resta apenas cerca de 7%<br />

de sua área original preservada. Portanto,<br />

devido à alta riqueza biológica e o grande nível<br />

de ameaça que a Mata Atlântica sofre, ela é<br />

considerada hoje uma das 25 áreas mais<br />

importantes para a conservação da biodiver -<br />

si dade em todo o mundo.<br />

A maior ameaça para as espécies da Mata<br />

Atlântica é representada pela fragmentação do<br />

hábitat, ou seja, a destruição da própria flo -<br />

resta. Algumas destas são mais resistentes às


Estima-se que somente na mata atlântica existem mais de<br />

20.000 espécies vegetais, além de centenas de anfíbios,<br />

répteis, aves e mamíferos.<br />

perturbações causadas pelo homem, a exemplo<br />

de pequenos mamíferos como o gambá-deorelhas-pretas<br />

(Didelphis aurita), o ouriço-cacheiro<br />

(Sphiggurus villosus), o preá (Cavea aperea), a<br />

capivara (Hydrochaeris hydrochaeris) e os morce -<br />

gos-das-frutas (Artibeus lituratus e Sturnira lilium),<br />

assim como algumas aves como o bem-te-vi (Pitan-<br />

gus sulphuratus), o anu-preto (Crotophaga ani) e o<br />

sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris). Por outro lado,<br />

outras espécies têm alta sensibilidade e não<br />

conseguem sobreviver em áreas degra da das pelo<br />

homem, ou porque são caçadas ilegal men te, como<br />

os jacus (Penelope spp.), o ca chor ro-do-mato<br />

(Cerdocyon thous) e a paca (Agouti paca), ou<br />

porque dependem de amplas áreas flores tadas<br />

para sobreviver ou manter suas po pu lações<br />

geneticamente viáveis, como a preguiça-de-trêsdedos<br />

(Bradypus variegatus), o gato-maracajá<br />

(Leopardus wiedii) e a cuíca (Caluromys philander).<br />

Trinta-réis-de-bico-amarelo<br />

(Sterna eurygnatha)<br />

No entorno da Baía de Sepetiba, a Mata Atlân -<br />

tica sofre inúmeras ameaças, seja pela ocupação<br />

desordenada das encostas, pela substituição da<br />

floresta pela cultura da banana ou pela expansão<br />

imobiliária da faixa litorânea.<br />

21


A Baía de Sepetiba é um importante refúgio para aves cos -<br />

teiras, tais como a garça-branca-pequena (Egretta thula), o<br />

socó-grande (Ardea cocoi) e o piru-piru (Haematopus<br />

palliatus). Na Restinga da Marambaia, o cordão arenoso<br />

da Ponta das Pombebas é a principal área de descanso<br />

para os bandos do trinta-réis-de-bico-amarelo (Sterna<br />

eurygnatha) e do trinta-réis-real (Sterna maxima), que<br />

aglomeram-se às centenas e proporcionam com suas<br />

revoadas um espetáculo à parte.


Situação atual do domínio da Mata Atlântica<br />

no Estado do Rio de Janeiro<br />

As matas remanescentes de Mangaratiba<br />

e da Ilha da Marambaia ainda abrigam<br />

espécies nativas, endêmicas e ameaçadas<br />

de extinção, tais como o gavião-pombo<br />

(Leucopternis lacernulatus) e papagaiochauá<br />

(Amazona rhodocorytha).<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

Tiê-sangue (Ramphocelus bresilius) - 1<br />

Gavião-pombo (Leucopternis lacernulatus) - 2<br />

Beija-flor-de-garganta-verde (Amazilia fimbriata) - 3<br />

Papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha) - 4<br />

Lagartixa-da-areia (Liolaemus lutzae) - 5<br />

Lagarto-da-cauda-azul (Cnemidophorus littoralis) - 6<br />

5<br />

Pelo menos 12 espécies de lagartos<br />

ocorrem no entorno da Baía de<br />

Sepetiba. Destas, a lagartixa-daareia<br />

e o lagarto-da-cauda-azul<br />

estão ameaçadas de extinção.<br />

FONTES: www.aracruz.co.hu •http://www.arthurgrosset.com/sabirds/glittering-throated%20emerald.html • cienciahoje.uol.com.br/view/2077<br />

6<br />

23


Ambientes estuarinos<br />

e marinhos<br />

Os estuários são conhecidos pela sua gran -<br />

de riqueza biológica natural resultante de as -<br />

pec tos típicos de ambientes de transição. Na<br />

Baía de Sepetiba, a água doce dos rios de -<br />

sem boca no mar e forma a água salobra.<br />

Mangue vermelho (Rhizophora mangle)<br />

Siriúba (Avicennia schaueriana)<br />

Manguezais da Barra de Guaratiba – RJ<br />

Entre as raízes submersas da vegetação do<br />

mangue, os alevinos (peixes em estágio inicial<br />

de desenvolvimento) vão buscar proteção con -<br />

tra os predadores. É nas árvores de mangue<br />

que aves como garças e socós fazem seus ni -<br />

nhos e, ainda, na lama do manguezal vivem<br />

animais que servem de alimento para o ho -<br />

mem. Na Baía de Sepetiba os principais man -<br />

gue zais locali zam-se em Barra de Guarati ba e<br />

na Ilha da Madeira.<br />

Os ecossistemas marinhos, por sua vez, são<br />

compostos por três comunidades principais de<br />

organismos, que possuem denominações dife -<br />

ren tes dependendo de sua capacidade de lo -<br />

comoção e de sua posição na coluna d’água:<br />

• comunidade planctônica que vive na su -<br />

per fície da coluna d’água. Possuem nenhuma<br />

ou limitada capacidade de locomoção;<br />

• comunidade nectônica que pode freqüen -<br />

tar todas as camadas da coluna d`água, pos -<br />

suin do grande capacidade de locomoção;<br />

• comunidade bentônica que vive no fundo<br />

do mar ou aderido a substratos como rochas.<br />

Fontes:<br />

www.images.google.com.br<br />

www.amobarradeguaratiba.kit.net/<br />

24


Rhizosolenia sp. Fitoplâncton encontrado na baía de Sepetiba<br />

A comunidade<br />

planctônica<br />

É formada por organismos (macro e micros -<br />

có picos) que representam a base da cadeia<br />

alimentar nos mares e oceanos. Possuem<br />

pou ca capacidade de locomoção e, por isso,<br />

vivem livremente na coluna d’água, sendo mui -<br />

tas vezes arrastados pelas correntes oceâni -<br />

cas. Eles podem ser subdivididos em<br />

fi to plâncton e zooplâncton.<br />

As comunidades<br />

fitoplanctônicas das Baías de<br />

Sepetiba e da Ilha Grande<br />

estão sendo muito utilizadas<br />

em testes para avaliar a<br />

poluição ambiental aquática.<br />

Comunidade Bentônica<br />

São organismos, animais ou vegetais que ha -<br />

bitam o fundo do mar. Eles desempenham pa -<br />

pel de grande importância na cadeia ali mentar<br />

oceânica e por isso são fundamentais para o<br />

equilí brio ecológico. O bentos é fre qüen te men -<br />

te utilizado como indicador de degra dação ou<br />

recuperação ambiental, uma vez que possui<br />

capacidade de refletir as condições ambientais<br />

a qual está submetido.<br />

São divididos em dois grupos: fitobentos,<br />

que abrange os vegetais marinhos bentônicos,<br />

e o zoobentos, que engloba todos os animais<br />

marinhos bentônicos.<br />

Como exemplo de fitobentos, temos as<br />

algas pardas, as algas vermelhas e as algas<br />

verdes. Estas algas realizam fotossíntese e,<br />

por dependerem da luz, são encontradas<br />

somen te nas camadas superficiais do ambien -<br />

te marinho, vivendo em profundidades máxi -<br />

mas entre 30-100 metros (com exceção de<br />

algumas algas vermelhas que podem viver a<br />

240 m de profundidade).<br />

Ulva lactuca, representante das algas verdes.<br />

Foto: Carlos E. Amâncio.<br />

Corallina officinalis. representante das algas<br />

vermelhas. Foto: Guilherme H. Pereira Filho<br />

Sargassum sp. Típica alga parda, encontrada na<br />

baía de Sepetiba. Foto: Carlos E. Amâncio.<br />

25


26<br />

O zoobentos é um conjunto diverso e extremamente rico de<br />

animais pertencentes a diferentes grupos. Estes animais podem ser:<br />

• sésseis - que não se deslocam por von ta de própria - como as<br />

esponjas do mar;<br />

• de pouca mobilidade - como os ouriços-do-mar;<br />

• de grande mobilidade, mas sempre asso cia dos ao fundo,<br />

como alguns crustáceos.<br />

Chondrilla núcula. Esponja do mar que pode<br />

ser encontrada na Baía de Sepetiba. É<br />

considerada espécie sensível à poluição,<br />

podendo ser utilizada como bioindicadora.<br />

Ucides cordatus.<br />

É reconhecidamente<br />

o caranguejo comer -<br />

cia li zado com maior<br />

freqüência em<br />

todo Brasil. Fonte:<br />

www.pesca.sp.gov.br<br />

Na área de dragagem foi realizado um estudo sobre caracte ri za -<br />

ção da comunidade zoobentônica e os moluscos foram os animais<br />

mais abundantes de todos os encontrados, seguido de poliquetas<br />

(vermes marinhos), nematódeos e crustáceos. Na área de descarte<br />

de sedimento, fora da Baía, moluscos e poliquetas também foram<br />

os mais abundantes.<br />

Echinometra lucunter.<br />

São tidos como indicadores<br />

ambientais de grande impor -<br />

tância e são muito utilizados<br />

em testes de toxicidade.<br />

A comunidade<br />

nectônica<br />

OS PEIXES<br />

A Baía de Sepetiba é considerada<br />

um dos mais importantes ecossiste -<br />

mas aquáticos do Estado do Rio de<br />

Janeiro, sendo uma área na tural de<br />

cria para peixes de importância eco -<br />

nô mica local, tais como o parati<br />

(Mugil sp), a manjuba (Família En -<br />

grau lidae) e a sardinha (Família Clu -<br />

peidae). Os diversos estudos so bre<br />

a ictiofauna (peixes) da região suge -<br />

rem que, nos primeiros anos de seus<br />

ci clos de vida, muitos peixes utilizam<br />

a Baía como área de criação.<br />

No EIA foram identificadas 97 es -<br />

pé cies de peixes, incluindo peixes<br />

ós seos e elasmobrân quios (tuba -<br />

rões e arraias), o que configura uma<br />

das maiores diversidades registra -<br />

das pa ra sistemas semi-abertos da<br />

costa brasileira. O padrão de distr i -<br />

buição da riqueza da ictio fau na re -<br />

tra tado no levanta mento verificou<br />

uma elevada diversidade, especial -<br />

mente de peixes jovens.<br />

Fonte: http://www.fishbase.org<br />

Sardinha (Sardinella brasiliensis)<br />

Enchova (Pomatomus saltatrix)<br />

Peixe-espada (Trichiurus lepturus)<br />

Manjuba (Anchoviella lepidentostole)<br />

Parati (Mugil curema)<br />

Tainha (Mugil platanus)


TARTARUGAS (Quelônios)<br />

Na costa brasileira são encontradas cinco<br />

espécies de tartarugas-marinhas: tartarugaverde;<br />

tartaruga-de-pente; tartaruga-de-cou ro;<br />

tartaruga cabeçuda ou amarela e tar ta rugaoliva.<br />

Na Baía de Sepetiba estão presentes a<br />

tartaruga-verde, a tartaruga cabeçuda e a<br />

tartaruga-de-couro.<br />

Como algumas dessas espécies preferem<br />

águas rasas para se alimentar, na Baía de<br />

Sepetiba é muito comum encontrar tartarugas<br />

marinhas próximo à costa, tornando-as<br />

susceptíveis às capturas incidentais por redes<br />

de pesca costeira.<br />

? Você<br />

sabia?<br />

As tatarugas marinhas são animais<br />

migratórios. Dados do Projeto<br />

Boto Cinza relatam que uma<br />

tartaruga-de-couro encontrada<br />

na Ilha de Jagua num, Baía de<br />

Sepetiba, foi marcada para<br />

identificação no Gabão, África.<br />

Boto-cinza (Sotalia guianensis)<br />

Foto: L. Flach.<br />

CETÁCEOS<br />

Os cetáceos - baleias, botos e golfinhos - são<br />

mamíferos exclusivamente aquáticos, co mo as<br />

baleias, botos e golfinhos. A espécie mais fre -<br />

qüente de cetáceo que ocorre no interior da Baía<br />

de Sepetiba é o boto-cinza (Sotalia guianensis),<br />

que pode ser obser vado ao longo de todo o<br />

ano. As estimativas dessa população local de<br />

botos indicam que ela é a mais numerosa dentre<br />

todas as obser va das na área de distribuição<br />

geo grá fica da es pécie (entre Honduras e Santa<br />

Cata ri na). Atualmen te, as maiores ameaças que<br />

os bo tos enfren tam são as redes de pesca, o<br />

aumento no trá fego de embarcações e a<br />

poluição dos ecossistemas marinhos.<br />

Eventualmente também podem ocorrer na<br />

Baía de Sepetiba a orca (Orcinus orca) e a ba -<br />

leia-franca-do-sul (Eubalaena australis), sendo<br />

que esta última é uma espécie migratória que<br />

utiliza águas rasas do litoral brasileiro entre ju -<br />

Baleia-franca-do-Sul (Eubalaena australis)<br />

Fonte: www.parks.tas.gov.au<br />

Golfinho-de-dentes-rugosos (Steno bredanensis).<br />

Fonte: www.marineteam.com/.../dolphins/pgjrtdgom02.jpg<br />

lho e novembro para reprodução e cria de fi -<br />

lho tes e está incluída na categoria de ameaça<br />

“Vulnerável” pela IUCN (União Mundial para a<br />

Conservação da Natureza) e o MMA (Ministério<br />

de Meio Ambiente).<br />

No caminho entre a área de descarte de<br />

sedimento e a entrada da Baía de Sepetiba po -<br />

dem ocorrer, além da baleia-franca-do-Sul, ou -<br />

tras três espécies de baleias que freqüentam<br />

áreas costeiras: as migratórias baleia-jubarte<br />

(Megaptera novaeangliae) e baleia-minke-anã<br />

(Balaenoptera acutorostrata), assim como a<br />

baleia-de-Bryde (Balaenoptera edeni), única<br />

espécie residente o ano todo na região. Além<br />

da orca, outras três espécies de golfi nhos<br />

costeiros também podem ser encon tra dos<br />

nesse trajeto, tais como o golfi nho-de-dentesrugosos<br />

(Steno bredanensis), o gol finhopintado-do-Atlântico<br />

(Stenella frontalis) e o<br />

golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus).<br />

Baleia-de-Bryde (Balaenoptera edeni).<br />

Fonte: Baleias, botos e golfinhos na Bacia de Campos.<br />

Siciliano et al. (2006).<br />

27


Unidades de Conservação<br />

As áreas protegidas são chamadas pela legis la ção<br />

brasileira de Unidades de Conservação e fazem par te do<br />

sistema brasileiro de proteção ao meio ambiente. Es sas<br />

áreas são controladas pelo órgão federal, o Ins ti tu to<br />

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu rais<br />

Renováveis (IBAMA), compondo o Sistema Nacional de<br />

Uni da des de Conservação da Natureza (SNUC), que foi<br />

instituído em 18 de julho de 2000, através da Lei Nº 9.985.<br />

As Unidades de Conservação (UCs) representam<br />

uma das melhores estratégias de proteção aos atribu -<br />

tos e patrimônios naturais. Nestas áreas, a fauna e a<br />

flora são conservadas, assim como os processos eco -<br />

lógicos que regem os ecossistemas, garantindo a<br />

manutenção da biodiversidade.<br />

Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba<br />

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO<br />

APA de Mangaratiba<br />

RPPN Reserva Rio das Pedras<br />

RPPN Fazenda Santa Izabel<br />

RPPN Fazenda Cachoeirinha<br />

RBAG - Reserva Biológica e<br />

Arqueológica de Guaratiba<br />

APA do Rio Guandu<br />

ARIE da Baía de Sepetiba<br />

Área<br />

Município(s)<br />

23.000 hectares<br />

Itaguaí e Mangaratiba. Inclui as ilhas Guaíba, Guaibinha, Itacuruçá,<br />

Furtada, Jaguanum e da Marambaia.<br />

1.260 hectares<br />

Mangaratiba<br />

525 hectares<br />

Mangaratiba<br />

650 hectares<br />

Mangaratiba<br />

3.600 hectares<br />

Rio de Janeiro<br />

74.000 hectares<br />

Seropédica, Queimados e Nova Iguaçu<br />

300 km 2 Mangaratiba, Itaguaí e Rio de Janeiro<br />

28


MAPA DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO<br />

29


Características Socioeconômicas<br />

A Baía de Sepetiba é um importante pólo in dustrial do Estado do Rio de Janeiro. Neste tre cho, o USO E OCUPAÇÃO DA ÁREA<br />

são ca rac terizados pela coexistência de indus tria li zação, urbanização, áreas de mata atlântica, além da ocorrência de ecossistemas<br />

de gran de relevância ambiental, como descrito ante rior mente. Dada a geografia do local, as áreas ur ba nas são limitadas pelo mar<br />

e pela serra, res tri n gindo-se a faixa costeira existente. As áreas planas, situadas nas costas dos muni cí pios de Itaguaí e Rio de<br />

Janeiro, concentram as ativi dades industriais, com destaque para o Porto de Itaguaí e para a Base Aérea de Santa Cruz.


Ilha Martins<br />

Ilha da Marambaia<br />

Ilha Jaguanum<br />

Ilha Itacuruçá<br />

Na área, vários PROBLEMAS AMBIENTAIS<br />

encontrados são conseqüências da atividade<br />

industrial, em especial oriundos da Cia. Ingá<br />

Mercantil, antiga fábrica de zinco instalada nos<br />

anos 60 na Ilha da Madeira que, ainda hoje, ar -<br />

ma zena resíduos com metais pesados ao ar li -<br />

vre no local da produção. Atualmente, o terreno<br />

da Ingá foi arrematado pela Usiminas e toda vez<br />

que chove forte, retorna a preo cu pa ção da po -<br />

pu lação residente e dos ambien talis tas sobre a<br />

possibilidade de contaminação do ecossis te ma<br />

por metais pesados, por transbor da men to do<br />

dique conforme já ocorreu anterior mente. Por<br />

isto, acompanhar e fiscalizar as ativi dades<br />

industriais é fundamental para a prevenção de<br />

acidentes ambientais, além de servir de indica -<br />

dor no sentido do desenvo lvimento susten tá vel.<br />

Destaca-se que estes passivos ambientais mo -<br />

tivaram a organização social das comuni da des<br />

residentes, especial men te na Ilha da Madeira,<br />

na defesa de seus interesses e na participação<br />

popular no com bate a poluição ambiental.<br />

A atividade industrial na Baía de Sepetiba te -<br />

ve início nos anos 60, e, a partir da década de<br />

70, com a implantação da Rodovia BR-101 e<br />

com a ampliação do Porto de Itaguaí, antigo<br />

Porto de Sepetiba, vivenciou um crescimento<br />

acelerado. Com isso, a partir de 1980, a região<br />

pas sou a apresentar taxas elevadas de cres ci -<br />

mento da população, em especial o muni cípio<br />

de Itaguaí. Este crescimento foi resultado de<br />

dois fatores: as atividades relacionadas ao<br />

porto da região e o crescimento da atividade<br />

de turismo. Essa população está concentrada<br />

predominante men te nas áreas urbanas.<br />

Com exceção da região de Santa Cruz, onde<br />

a maior parte da população trabalha no centro<br />

e na área do entorno da cidade do Rio de<br />

Janeiro, nos municípios de Itaguaí e Manga ra -<br />

tiba, a população residente encontra-se ocu pa -<br />

da nos setores de turismo e pesca.<br />

De modo geral, os atrativos naturais, em es pe -<br />

cial as enseadas e as ilhas (da Madeira, Martins,<br />

Jaguarnum e Itacuruçá), garantem a forte<br />

vocação para as ATIVIDADES TURÍSTI CAS. O<br />

turismo, associado aos esportes náuti cos, com<br />

destaque para a pesca esportiva é bas tante<br />

praticado em função da riqueza do patri mô nio<br />

natural e do ecossistema associa do.<br />

O turismo de veraneio transformou-se em<br />

uma das mais importantes fontes de geração<br />

de emprego e renda da população da área de<br />

Influência do Porto Sudeste. O período de<br />

maior fluxo de turistas corresponde aos meses<br />

de verão (janeiro e fevereiro) e o ápice anual<br />

ocorre durante o período do carnaval.<br />

Além das atividades turísticas, o espaço<br />

marítimo também é utilizado para a realização<br />

das atividades pesqueiras, transporte marítimo<br />

e maricultura. A pesca é a principal atividade<br />

comercial das comunidades residentes às<br />

margens da Baía de Sepetiba.<br />

Atividades Portuárias<br />

Uma das principais atividades relacio nadas à<br />

navegação na região é feita por navios de trans -<br />

porte de cargas e con têineres. Estas em barca -<br />

ções seguem por um canal de aces so até o<br />

Porto de Itaguaí. Também existem as em barca -<br />

ções militares que fazem a fiscalização da Baía e<br />

patrulham a área da restinga da Ma ra mbaia,<br />

bem como as embarcações dos práticos que<br />

guiam os navios da entrada da Baía até o Porto.<br />

31


A ILHA DA MADEIRA<br />

Em função das seis praias existentes no lo cal,<br />

os moradores não consideram a Ilha da ma -<br />

deira co mo uma área terrestre, e se referem a<br />

ela co mo praia. A denominação do local co mo<br />

praia tam bém está associada ao grande nú -<br />

mero de casas de veraneio existentes. O lo cal é<br />

uma re fe rência para a atividade pes quei ra no<br />

município de Itaguaí, exercendo um pa pel fun -<br />

da mental para outras atividades ma rí timas, pois<br />

apresenta uma empresa de trans porte de pas -<br />

sageiros e um Iate Clube. A pesca é de grande<br />

importância socioeconô mi ca para a população<br />

local, dis pon do de pon tos de desembarque do<br />

pescado, supri men tos para a tripulação, venda<br />

de pesca do e compra de gelo.<br />

A Pesca na Baía de Sepetiba<br />

Na área de influência direta do empreendimento foram<br />

identificadas as seguintes modalidades de pesca:<br />

Pesca Artesanal<br />

Caracterizada por aqueles<br />

pescadores que durante todo o processo<br />

da pesca (captura e desembarque)<br />

trabalham sozinhos e/ou utilizam a mão-deobra<br />

familiar ou de vizinhos. As técnicas de<br />

pesca utilizadas são rudimentares e não<br />

proporcionam muitos ganhos no mercado.<br />

Além disso, eles pescam normalmente<br />

próximo à costa em função do tipo de<br />

embarcações utilizadas.<br />

“<br />

A pesca é uma das<br />

atividades mais antigas<br />

exercidas pelo homem.<br />

Indícios históricos indicam<br />

que a atividade é realizada<br />

há pelo menos 12 mil anos<br />

antes de cristo.<br />

”<br />

Herubel,1928.<br />

32


Pesca Industrial<br />

Essa modalidade de pesca é realizada<br />

por embarcações com maior autonomia, casco<br />

de aço ou de madeira, e capazes de operar em<br />

regiões mais distantes da costa, em profundidades<br />

maiores e, em alguns casos, também beneficia o pescado a<br />

bordo. Geralmente, o proprietário da embarcação (traineira) e<br />

dos equipamentos é conhecido como armador, que é o<br />

indivíduo que detém os meios de exploração, embora não<br />

participe diretamente do processo. Nestes casos, o armador<br />

tem um homem de confiança conhecido como “mestre da<br />

embarcação” que é o responsável pela embarcação.<br />

Dentro dela, as tarefas são divididas segundo a<br />

habilidade de cada tripulante: mestre,<br />

cozinheiro, gelador, maquinista,<br />

pescador, etc.<br />

Maricultura<br />

Além da pesca, há uma<br />

atividade, também associada ao<br />

cultivo de moluscos. A maricultura vem<br />

ganhando espaço e organização nos<br />

últimos anos. Essa realidade, segundo<br />

informações locais, está associada à<br />

necessidade de criar alternativas de<br />

renda para as famílias de<br />

pescadores da área.<br />

33


Todas estas atividades envolvem não apenas os indivíduos isoladamente, mas conjuntos de organizações voltadas para o tipo de atividade realizada.<br />

A atuação destas instituições e seus associados vão além dos limites da área de influência do empreendimento, estendendo-se por toda a Baía de<br />

Sepetiba. Conforme indicaram as pesquisas realizadas, as instituições, as áreas de pesca e tipo de pescado se dividem da seguinte forma:<br />

34<br />

Principais pesqueiros e respectivas espécies capturadas; e pontos de cultivo e extração de moluscos.<br />

ENTIDADE<br />

Z 14<br />

Z 16<br />

AMAR<br />

APAS<br />

APAIM<br />

AMACOR<br />

AMCOVERI<br />

PESQUEIRO<br />

Canal do meio<br />

Canto da praia<br />

Pernambuco<br />

Rio Vermelho<br />

Laje da Marambaia<br />

Laje do Mero<br />

Laje do fundo<br />

Ilha da Marambaia<br />

Ilha Grande<br />

Ilha da Guaíba<br />

Ilha do Cutiatá-açu<br />

Ilha do Cutiatá-mirim<br />

Baía de Mangaratiba<br />

Pombeba<br />

São Francisco<br />

Rio Vermelho<br />

Rio Capão<br />

Saco da Ilha da Madeira<br />

Restinga da Marambaia<br />

Praia do Recife (Angra)<br />

Restinga da Marambia<br />

Praia de Coroa Grande<br />

Lagoa de Saquarema<br />

Costões de Mangaratiba<br />

Manguezal de Itaguaí<br />

Manguezal de<br />

Mangaratiba<br />

Saco da Pombeba<br />

Praia Itacoticoara<br />

Laje branca<br />

Ponta do Boi<br />

ESPÉCIE ALVO<br />

corvina, tainha, parati, camarão<br />

corvina, tainha, parati, camarão<br />

corvina, tainha, parati, camarão<br />

corvina, tainha, parati, camarão<br />

anchova, cação, corvina, pargo<br />

garopa, corvina<br />

garopa, corvina<br />

corvina<br />

lula, corvina, baiacu<br />

corvina, anchova, robalo, cultivo de mexilhão, coquile e ostra.<br />

Extração de mexilhão<br />

corvina, anchova, robalo<br />

corvina, anchova, robalo<br />

corvina, anchova, robalo, camarão, cultivo de mexilhão, coquile e<br />

ostra. Extração de mexilhão<br />

camarão, piraúna, corvina, linguado<br />

camarão<br />

tainha, corvina, pirauna, arraia<br />

tainha, corvina, pirauna, arraia<br />

camarão, corvina, tainha, arraia<br />

camarão, corvina, tainha, arraia, piraúna, bagre<br />

vongole<br />

vongole<br />

vongole<br />

vongole<br />

mexilhão<br />

sururu<br />

sururu<br />

camarão, corvina, linguado, tainha<br />

camarão, corvina, linguado, tainha<br />

camarão, corvina, linguado, tainha<br />

cultivo de ostra-giga, vieira, mexilhão, ostra nativa e algas


MAPA DE ÁREAS DE PESCAS<br />

35


IMPACTOS AMBIENTAIS<br />

Com base nos diagnósticos ambientais apresentados nos capítulos anteriores referentes aos<br />

diferentes meios (físico, biótico e socioeconômico) foi realizada a Identificação e Avaliação dos<br />

Impactos Ambientais para a atividade de construção e operação do Porto Sudeste. Para esta<br />

avaliação foi considerada a atividade em condições normais de operação (impactos efetivos) e<br />

em situações de emergência/acidentes (impactos potenciais).<br />

37


Para a elaboração da Avaliação de Impactos Ambientais foi utilizado um<br />

modelo simplificado de visualização dos possíveis impactos gerados pelo<br />

Porto Sudeste. A metodologia empregada foi baseada no Modelo de<br />

Avaliação e Gestão de Impactos Ambientais – MAGIA – que buscou men -<br />

surar, comparar e avaliar as transformações que a atividade pode vir a gerar<br />

na área de influência. Utilizando a lógica de causa e efeito, são reunidos em<br />

um mesmo fluxograma os diferentes momentos das atividades.<br />

Para a implantação do empreendimento é necessária a execução de<br />

determinadas ações que interferem no ambiente. Essas ações são<br />

denominadas de Intervenções (INAs). Como ação direta, estas inter -<br />

venções (INAs) introduzem no ambiente novos elementos que podem<br />

afetar as dinâmicas bióticas, físicas ou socioeconômicas anteriormente<br />

existentes. Esses processos são denominados Processos Induto res<br />

(PINs), ou seja, cada intervenção é responsável por um processo indutor,<br />

gerando a seguinte ordem de eventos: empreen dimento-intervençõesprocessos<br />

indutores.<br />

O resultado dos processos indutores (PINs) é o Impacto Ambiental<br />

(IMP), que é o momento final do fluxograma, que passa a apresentar<br />

o seguinte arranjo:<br />

empreendimento - intervenções - processos indutores - impactos ambientais.<br />

A confecção dessas redes de interação (entre causas e efeitos) permite<br />

identificar os eventos responsáveis pelas transformações ambientais mais<br />

importantes e definir/organizar as ações que objetivem prevenir, anular,<br />

mitigar ou potencializar essas mudanças. Para tanto, realizou-se uma<br />

análise comparando, hipoteticamente, os diferentes cenários da região<br />

(com ou sem a implantação do empreendimento) para avaliar as medidas<br />

ambientais que serão necessárias para a manutenção da qualidade<br />

ambiental da área afetada. Cabe destacar que a análise e avaliação dos<br />

impactos do Porto Sudeste foi conservativa. Isso significa que se<br />

considerou, em todo momento, a possibilidade de ocorrência das piores<br />

situações e cenários ambientais, mesmo que hipotéticos.<br />

A produção do fluxograma de interação de causas e efeitos auxiliou na<br />

elaboração de uma Matriz Ambiental, ferramenta utilizada para auxiliar na<br />

tomada de decisão quanto à viabilidade do empreendimento. Essa matriz<br />

pos sibilita a avaliação dos impactos que deverão ser objeto de maior atenção<br />

de medidas ambientais (sejam elas mitigadoras, quando negativas, e poten -<br />

cia lizadoras, quando positivas). Dada à complexidade da Matriz de Impacto<br />

Am biental utilizada, optou-se por apresentar no <strong>RIMA</strong> uma tabela simplificada<br />

con tendo uma lista dos principais impactos avaliados. Os impactos serão<br />

abor dados por sentido (positivo e negativo) e presença e ausência de ocor -<br />

rência em virtude das principais intervenções previstas pelo empreendimento.<br />

38


FLUXOGRAMA DE INTERAÇÃO DE CAUSAS E EFEITOS<br />

39


Seguindo a Resolução Conama nº 01/86,<br />

que, entre outras coisas, estabelece que a<br />

análise dos im pactos ambientais do projeto<br />

deve ser desen vol vida considerando a sua<br />

magnitude e importância, levou-se em<br />

consi deração se os impactos serão:<br />

• Positivos ou Negativos<br />

• Diretos ou Indiretos<br />

• Imediatos, a médio ou a longo prazo<br />

• Temporários ou Permanentes<br />

Os impactos e seus possíveis efeitos<br />

sobre os di ver sos compartimentos foram<br />

identificados e ava lia dos partindo-se das<br />

seguintes ações geradoras:<br />

• Dragagem<br />

• Disposição de Resíduos de Dragagem<br />

(Bota-fora);<br />

• Armazenamento de Minério<br />

(dique de contenção);<br />

• Obras de infra-estrutura;<br />

• Transporte de Material;<br />

• Geração de Ruído;<br />

• Riscos acidentais;<br />

• Poluição atmosférica;<br />

• Construção do píer (Mudança do padrão<br />

de circulação).<br />

Dentre os possíveis impactos sobre o Construções na linha costeira e de<br />

meio físico pode-se citar as mudanças na ater ros decorrentes das obras de insta -<br />

qualidade da água e do sedimento, na la ção do Porto Sudeste podem influen -<br />

estrutura de correntes e na geologia. ciar di re ta mente na quantidade de<br />

se di mento dis po nível na faixa litorânea.<br />

As atividades executadas no período de<br />

Isso pode levar a(o):<br />

instalação do empreendimento incluem a<br />

dra gagem de certas áreas para garantir • Assoreamento ou erosão, modifi can do a<br />

pro fundidades suficientes para a passa - morfologia costeira (forma da linha da costa);<br />

gem de embarcações de maior porte e<br />

• Alterações de morfologia costeiras ou<br />

obras relacionadas à construção do píer<br />

estuários, o que pode comprometer as<br />

de atra ca ção. Essas obras podem resultar<br />

estruturas biológicas originais no ecos sis -<br />

na res sus pensão de sedimento bem como<br />

tema em questão;<br />

in fluen ciar nas correntes atuantes no am -<br />

biente, modificando o seu padrão de cir - • Alterações na rede de drenagem do<br />

cu lação do meio. Assim sendo, co mo terreno, o que pode ser crítico em uma área<br />

res posta podem ocorrer:<br />

como a baixada litorânea da Baía de<br />

Sepetiba, onde as características geomor -<br />

• Impacto sobre a qualidade das águas<br />

fo lógicas determinam um ambiente de<br />

da Baía de Sepetiba, através do aumento<br />

solos hidromórficos (muito úmidos);<br />

na turbidez* da água, remobilização de<br />

poluentes originalmente depositados nos • Alterações na textura do sedi men to.<br />

sedimentos das áreas do canal principal e O aumento das atividades indus triais<br />

na bacia de evolução entre outros fatores; e co merciais no meio ambiente po -<br />

• Alterações nos padrões de correntes dem cau sar:<br />

locais, modificando os pontos de erosão e • Alteração da qualidade do ar por gases<br />

deposição de material, podendo compro - de veículos e por material particulado em<br />

me ter áreas protegidas, a biota ou criar ris - suspensão na atmosfera, o que em excesso<br />

cos para a navegação.<br />

pode prejudicar as comunidades locais.<br />

*grau de opacidade da água resultante da quan tidade de material em suspensão na coluna d’água.<br />

MEIO FÍSICO<br />

42


De um modo geral, os impactos sobre o meio<br />

físico anteriormente citados afetam dire ta mente<br />

também as comunidades biológicas lo cais, uma<br />

vez que estas resultam do meio ambiente em<br />

questão. A instalação da infra-estrutura de apoio<br />

do Porto Sudeste pode levar a:<br />

• Interferências sobre manguezais e rema -<br />

nescente de Mata Atlântica em função das<br />

eventuais necessidades de supressão (retirada<br />

da vegetação) em determinados pontos para a<br />

construção da retroárea do Porto Sudeste;<br />

• Perda de indivíduos da fauna bentônica e<br />

deslocamento da fauna nectônica, devido a impor -<br />

tância que os ecossistemas de mangue zais exer -<br />

cem sobre o ciclo biológico destas comunidades;<br />

• Potencial aumento na acumulação de me tais<br />

pela biota, como resultado da biodis po ni bi lidade<br />

de contaminantes depositados nos fundos<br />

sedimentares;<br />

MEIO BIÓTICO<br />

Com relação à população residente na área, a mudança de “ritmo diário”<br />

local, decorrente da instalação de uma nova atividade pode levar<br />

principalmente a(o):<br />

• Mudança na logística da rotina da popu la ção local, como o esta -<br />

belecimento da zona de segurança, onde os pescadores deverão respei -<br />

tar um perímetro de trânsito da draga, para sua própria segurança, ou até<br />

o aumento do trânsito de embarcações maiores como navios cargueiros;<br />

• Aumento da pressão sobre a estrutura de serviços públicos, resultante<br />

do incremento das atividades comerciais e industriais locais que, por sua<br />

vez, tendem a aumentar o número de moradores na região.<br />

• Perda da qualidade de vida e saúde da população, em fun ção da<br />

variação da qualidade dos corpos hídricos, alte ra ção da qualidade do ar e<br />

aumento da geração de ruídos.<br />

• Alteração na dinâmica socioeconômica e deses truturação dos laços<br />

comunitários, em função da alteração na circulação e no acesso das<br />

comunidades das Vilas do Engenho e Mariquita à escola, ao posto de<br />

saúde, ao centro comunitário e a outros locais de serviços públicos.<br />

MEIO SOCIOECONÔMICO<br />

• Modificação das características do fundo do<br />

mar, em função da formação de um novo subs trato<br />

para a fauna bentônica como resultado da<br />

alteração da granulometria de uma área;<br />

• Aumento da opacidade da água resultante<br />

do impacto do particulado em suspensão so bre<br />

a biota.<br />

• Aumento da geração de ruídos que, em uma<br />

análise imediata pode levar ao afu gen tamento<br />

de espécies pertencentes à co mu nidade<br />

biológica local;<br />

VOCÊ<br />

SABIA?<br />

Biodisponibilidade é a capacidade dos<br />

contaminantes de serem concentrados<br />

no corpo de um ser vivo. Um exemplo<br />

são os metais pesados em suspensão<br />

na coluna d’água, que estão sujeitos a<br />

se rem “seqüestrados” por organismos fil -<br />

tradores, como moluscos (ex.:mexilhões<br />

e ostras). Como conseqüência, esses<br />

metais ficam acumulados no organismo<br />

desses seres, contaminando-os.<br />

43


PROGRAMAS AMBIENTAIS<br />

As medidas mitigadoras são ações previstas para minimizar problemas que foram identificados<br />

como possíveis de serem provocados pela construção e/ou operação do Porto. Elas têm como<br />

objetivo preservar a qualidade do meio ambiente e da dinâmica socioeconômica na região em<br />

que o Porto Sudeste será instalado.<br />

Assim, todas as atividades de obra obedecerão a uma estrutura de Gestão Ambiental, respon sá -<br />

vel por organizar os procedimentos de cuidado com o meio ambiente e com a comunidade local.


Plano de Gestão Ambiental - PGA<br />

Programa de Gerenciamento de Risco - PGR<br />

Programa de Controle Ambiental da Obra - PCAO<br />

Programa de Monitoramento da Qualidade da<br />

Água, Sedimento e Biota Associada<br />

Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar e Ruídos<br />

Programa de Controle da Poluição - PCP<br />

Os programas ambientais<br />

planejados para este<br />

empreendimento são:<br />

Programa de Comunicação Social - PCS<br />

Programa de Apoio à Contratação da<br />

Mão-de-Obra Local<br />

Programa de Compensação da Atividade da Pesca<br />

Programa de Indenização e Relocação de<br />

População Afetada<br />

Programa de Educação Ambiental - PEA<br />

Programa de Educação Ambiental dos Trabalhadores<br />

Programa de Apoio às Atividades Produtivas Locais<br />

Programa de Monitoramento das Interferências<br />

Socioeconômicas<br />

Programa de Compensação pela Supressão de Vegetação<br />

Programa de Apoio ao Gerenciamento Costeiro na<br />

Baía de Sepetiba<br />

45


Plano de Gestão Ambiental - PGA<br />

O objetivo do Plano de Gestão Ambiental<br />

(PGA) é criar ferramentas capazes de organizar<br />

todas as ações ambientais e garantir a execução<br />

e controle das ações planejadas nos programas<br />

ambientais. Dessa forma, ele é um instrumento<br />

destinado a garantir que as medidas previstas<br />

nos programas ambientais sejam corretamente<br />

aplicadas de modo a eliminar ou minimizar os<br />

impactos ambientais e sociais previstos.<br />

O PGA será implementado antes e durante as<br />

obras, estendendo-se até a fase de pré-opera -<br />

ção do Porto Sudeste.<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

• Trabalhadores envolvidos com a construção<br />

• Trabalhadores do Porto Sudeste<br />

• Órgãos públicos diretamente ligados à<br />

implantação<br />

• Comunidades presentes na área de influência<br />

Programa de Gerenciamento de Risco - PGR<br />

O PGR tem como objetivo identificar, classificar e<br />

avaliar os riscos sociais e ambientais decorrentes da<br />

construção do empreendimento, bem como formular<br />

e implantar procedimentos técnicos e administrativos<br />

para prevenir, reduzir e controlar os riscos<br />

identificados. Este Programa prevê a elaboração de<br />

um Plano de Ação de Emergência (PAE), que<br />

auxiliará na prevenção dos riscos de acidentes com<br />

produtos perigosos.<br />

O Programa atuará em três frentes principais:<br />

1. Revisão dos Riscos de Processo.<br />

2. Controle de Acidentes Socioambientais.<br />

3. Capacitação de Recursos Humanos.<br />

Uma das ações deste Plano será a realização de<br />

simulados periódicos com a participação do Corpo<br />

de Bombeiros, Defesa Civil e FEEMA. Cabe destacar<br />

que, durante a construção e operação do Porto<br />

Sudeste, tanto o PGR quanto o PAE serão perma -<br />

nen temente alimentados com novas informações e<br />

terão suas medidas revistas.<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

• Todos os funcionários e contratados<br />

• A população que reside e trabalha na área de<br />

influência do empreendimento<br />

Programa de Monitoramento da qualidade<br />

da água, sedimento e biota associada<br />

Este Programa tem como objetivo facilitar ao Po -<br />

der Público e ao empreendedor o acompa nha men -<br />

to e a evolução da qualidade da água e dos<br />

se dimentos, bem como da comunidade ben tô nica<br />

e planctônica da Baía de Sepetiba, nos lo cais de<br />

dra gagem e de bota-fora, antes, durante e após a<br />

atividade. Além disso, o Programa visa a aplicação<br />

de medidas corretivas caso sejam identifica das<br />

situações imprevistas durante o monito ra mento.<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

• O empreendedor, a FEEMA, a Diretoria de<br />

Portos e Costas do Comando da Marinha (DPC),<br />

o IBAMA (Superintendência do Rio de Janeiro),<br />

as instituições de pesquisa e o público em geral.<br />

Programa de Monitoramento da qualidade<br />

da água, sedimento e biota associada<br />

Este programa tem como objetivos avaliar a qua -<br />

li dade do ar, assim como gerenciar a emissão de<br />

ruídos na área de influência do Porto Sudeste. Tam -<br />

bém são propostas medidas para o controle de<br />

emis sões de material particulado, e através da<br />

obtenção de dados atmosféricos, avaliar a efetivi -<br />

dade das medidas de controle implantadas.<br />

Público-Alvo:<br />

• Trabalhadores do Porto Sudeste e comuni -<br />

da des inseridas na área de influência das emis -<br />

sões da operação do empreendimento.<br />

46


Programa de Controle Ambiental da<br />

Obra - PCAO<br />

Criar procedimentos de gestão ambiental para<br />

pre venção e mitigação de possíveis impactos ge -<br />

rados durante a construção do Porto Sudeste é o<br />

foco do PCAO. Após definidos, estes procedi -<br />

mentos deverão ser incorporados no dia-a-dia<br />

dos trabalhadores diretamente envolvidos com as<br />

operações da obra.<br />

A formulação do PCAO, mais do que uma exi -<br />

gên cia, representa uma parte da expressão da po -<br />

lítica ambiental da LLX. Ele estabelece princí pios<br />

que exigem a implantação de métodos cons tru -<br />

tivos de minimização das agressões ao meio am -<br />

biente, capazes de potencializar a melhoria da<br />

qua lidade de vida de seus empregados e das<br />

comunidades envolvidas. Além disso, o PCAO<br />

deverá servir como instrumento para a contra -<br />

tação das empresas que executarão a obra.<br />

Fazem parte deste programa o Subprograma<br />

de Segurança e Saúde dos Trabalhadores, o<br />

Subpro grama de Controle dos Processos Ero -<br />

sivos e o Subprograma de Monitoramento Hidros -<br />

se di men tológico.<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

Todos os profissionais que atuarão nas obras,<br />

sejam eles:<br />

• Trabalhadores não especializados<br />

• Trabalhadores contratados localmente<br />

•Trabalhadores especializados<br />

• Trabalhadores contratados em outras regiões<br />

Programa de Controle da Poluição - PCP<br />

O objetivo do Programa é garantir um bom desem -<br />

penho ambiental na condução das obras e operação<br />

do Porto. Para isso, serão criados procedi men tos pa -<br />

ra uma correta gestão dos resíduos sólidos e efluen -<br />

tes gerados, de modo que seja possível ras trear o<br />

resíduo desde a sua geração até o tratamento final.<br />

Este Programa prevê também a adoção de algu -<br />

mas medidas para tratar de questões mais es pe -<br />

cíficas, como o Plano de Gerenciamento de Re sí duos<br />

Sólidos Portuários, Plano de Ge ren cia men to de<br />

Efluentes, Plano de Controle da Poluição Hídrica,<br />

Plano de Controle de Emissões Gasosas e Odores e<br />

Plano de Controle da Poluição Sonora.<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

Trabalhadores envolvidos nas obras e operação do<br />

Porto Sudeste, comunidade das áreas adjacentes e<br />

órgãos públicos fiscalizadores.<br />

Programa de Comunicação Social - PCS<br />

Este programa trata do relacionamento entre<br />

o empreendedor e a comunidade local, bus -<br />

cando criar canais de comunicação e interação<br />

contínuos. Como o empreendimento a ser cons -<br />

truí do é um Porto, o Programa dará especial<br />

aten ção às comunidades de pescadores que<br />

atuam na baía de Sepetiba.<br />

Dessa forma, são objetivos do Programa de<br />

Comunicação Social:<br />

• Criar um canal de comunicação contínuo<br />

• Divulgar antecipadamente informações so -<br />

bre o empreendimento<br />

• Informar a quantidade e o perfil da mão-deobra<br />

necessária<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

Comunidades, associações e colônias de pes -<br />

ca; Poder Público; entidades empresariais e de<br />

trabalhadores; associações e entidades am bien -<br />

ta listas; população residente nas locali da des<br />

mais próximas ao Porto Sudeste; mídia local e<br />

regional; público em geral.<br />

47


Programa de Apoio à Contratação da<br />

Mão-de-Obra Local<br />

No diagnóstico ambiental constatou-se que<br />

uma das expectativas da população residente na<br />

área de influência em relação ao empreen -<br />

dimento é a geração de postos de trabalho.<br />

Nesse sentido, o Programa de Apoio à Contra -<br />

tação da Mão-de-Obra Local visa dar oportuni -<br />

dade de geração de emprego e renda aos<br />

moradores da área de influência durante a fase<br />

de instalação do empreendimento. Além disso,<br />

ele possibilita minimizar as interferências so -<br />

cioeco nômicas na Ilha da Madeira, a partir da<br />

inserção de novos grupos, como trabalhadores<br />

vindos de outras localidades.<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

• população residente na área de influência do<br />

empreendimento, preferencialmente na Ilha da<br />

Madeira, Coroa Grande e na área do entorno<br />

48<br />

Programa de Compensação da<br />

Atividade da Pesca<br />

Criar mecanismos para compensar os pesca -<br />

dores artesanais residentes nas comunidades<br />

da Área de Influência Direta do Porto Sudeste,<br />

proporcionando condições para a produção e<br />

aquisição de conhecimentos, habilidades e o<br />

desenvolvimento de atitudes visando à partici -<br />

pação individual e coletiva na gestão dos<br />

recursos pesqueiros.<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

• Pescadores artesanais que utilizem as áreas<br />

de uso da draga e que venham a ser diretamente<br />

impactados através de acidentes com embar -<br />

cações e/ou petrechos de pesca<br />

Programa de Indenização e Relocação<br />

de População Afetada<br />

Este programa tem como objetivo garantir o<br />

bem-estar e o respeito aos direitos humanos da<br />

po pulação que deverá ser removida para a rea li -<br />

zação do empreendimento, a saber os re si dentes<br />

nas localidades da Vila do Engenho e Ponta da<br />

Mariquita. Para propor medidas que tornem<br />

possível a concretização deste objetivo foram<br />

observados os dados resultantes dos diagnós -<br />

ticos constantes do EIA. A partir destas informa -<br />

ções foi possível estabelecer uma série de<br />

objeti vos específicos, necessários para se<br />

alcançar o objetivo geral.<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

• Moradores da Vila do Engenho<br />

• Moradores da Ponta da Mariquita<br />

• Autoridades públicas (municipais e estaduais)<br />

• Moradores das proximidades do local<br />

selecionado<br />

• Concessionária de linha de ônibus da região<br />

e de telefonia<br />

Programa de Educação Ambiental<br />

Este programa tem como objetivo capacitar os guias<br />

turísticos locais através de ações de educação<br />

ambiental com as comunidades escolares, moradores<br />

e comunidades de pescadores da área de influência do<br />

empreendimento visando a fixação dos temas ambien -<br />

tais nas comunidades locais. O programa será realizado<br />

em parceria com o poder público local e através de<br />

diagnósticos rápidos participativos.<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

• Educandos (alunos) do Ensino Médio das unidades<br />

públicas de ensino, com idades entre 15 e 21 anos<br />

• Demais membros das comunidades escolares<br />

(professores, pais, moradores do entorno e associações<br />

ligadas à escola)<br />

• Comunidades de pescadores<br />

• População local<br />

• Técnicos do poder público


Programa de Educação Ambiental<br />

dos Trabalhadores<br />

Propiciar aos trabalhadores envolvidos com as<br />

atividades de construção e de operação do Porto<br />

Sudeste, os conhecimentos que possibilitarão atitu -<br />

des coletivas e individuais de forma a mitigar as<br />

possíveis perturbações ambientais derivadas da<br />

movimentação da mão-de-obra. Além disso, incen -<br />

tivar o respeito e conservação ao meio am bien te no<br />

desenvolvimento de suas atividades profissionais e<br />

cotidianas, bem como das conse qüências associa -<br />

das aos métodos e processos de execução aplica -<br />

dos à atividade, sejam estes tradicionais ou não.<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

Os trabalhadores de todos os níveis envolvidos<br />

com as atividades de construção e de operação do<br />

Porto Sudeste.<br />

Programa de Apoio às Atividades<br />

Produtivas Locais<br />

Esse Programa se baseia em ações partici -<br />

pa tivas que indicarão coletivamente as<br />

potencia lida des socioeconômicas e deman -<br />

das prio ritá rias da população local, contribuin -<br />

do para a geração de emprego e renda além<br />

da valorização dos potenciais da região.<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

• População da área de influência do<br />

empreendimento<br />

• Lideranças locais<br />

Programa de Monitoramento das<br />

Interferências Socioeconômicas<br />

A realização de um empreendimento como a<br />

construção de um Porto impõe transformações<br />

inevitáveis à paisagem, à dinâmica dos ecossis -<br />

temas locais, mas também à dinâmica socioeco -<br />

nômica da população que habita a região. Nesse<br />

sentido, o objetivo deste Programa é realizar o<br />

monitoramento das interferências socioeconô -<br />

micas na área de influência do empreendimento<br />

durante a fase de obras, observando a realização<br />

de impactos negativos que possam impactar<br />

negativamente a qualidade de vida da população<br />

local, bem como os impactos positivos que<br />

podem ser potencializados.<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

• Poder público local<br />

• Trabalhadores do empreendimento<br />

• População local<br />

• Representantes dos serviços privados<br />

Programa de Recuperação de<br />

Áreas Degradadas - PRAD<br />

O projeto do Porto Sudeste prevê a<br />

supressão (retirada) de parte da vegeta -<br />

ção existente no terreno de construção.<br />

Para compensar a área de vegetação<br />

suprimida, será realizado o replantio de<br />

espécies previamente identificadas e<br />

registradas na região.<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

• Trabalhadores envolvidos nas obras e<br />

operação do Porto Sudeste, comunidade<br />

das áreas adjacentes e órgãos públicos<br />

fiscalizadores.<br />

Programa de Apoio ao Gerenciamento<br />

Costeiro na Baia de Sepetiba<br />

O principal objetivo deste programa é direcio -<br />

nar os esforços já existentes e criar novos dispo -<br />

si tivos de controle e implementação de medidas<br />

que materializem uma idéia já antiga de geren -<br />

ciamento costeiro da região.<br />

Isso será proporcionado através da inte gra -<br />

ção dos vários setores envolvidos com a pro -<br />

ble mática ambiental da Baía de Sepetiba, co mo<br />

a sociedade, orgãos público e universidades.<br />

PÚBLICO-ALVO:<br />

• Poder público local<br />

• Sociedade<br />

• Universidades<br />

49


EQUIPE TÉCNICA<br />

Paulo Mário Correia de Araujo |Biólogo<br />

Ivan Soares Telles de Sousa |Engenheiro Agrônomo<br />

Estefan Monteiro da Fonseca |Oceanógrafo<br />

Alexandre Neiva Ferraz de Almeida | Biólogo<br />

Michele Ferreira Fernandes | Bióloga<br />

Alexandra Machado | Bióloga<br />

Victor Avelar | Biólogo<br />

Vinicius Couto Alves | Biólogo<br />

Leonardo Ribeiro | Engenheiro Civil<br />

Érico Demari e Silva | Veterinário<br />

Bianca Mazurec | Socióloga<br />

Agatha Franco | Jornalista<br />

Edílson Pereira | Jornalista<br />

Rachel Platenik | Designer<br />

Maria Alice Edde | Designer<br />

Taís Monteiro de Freitas Estagiária | Designer<br />

Rony Sutter | Técnico de GIS<br />

Flávia Nascimento | Letras<br />

Registro IBAMA:<br />

288727<br />

288856<br />

586743<br />

101291<br />

906689<br />

1552265<br />

1965080<br />

1620328<br />

271543<br />

274238<br />

323.397<br />

1955132<br />

2913257<br />

462487<br />

2351882<br />

2509551<br />

1984792<br />

625928<br />

50<br />

Fotos: Equipe de Campo

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