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Conclusão<br />
E se não resta outra coisa a fazer se não acelerar o ritmo, é importante entender<br />
como chegamos nessa meta de urgência e apontar algumas alternativas para fazer<br />
jornalismo sério e eficiente nestas condições. Primeiramente não é o objetivo deste<br />
<strong>artigo</strong> apontar culpados, afinal, não é apenas o veículo que impõe o ritmo, mas são<br />
mudanças de orientação coletiva. O leitor também quer ser o mais rápido a saber.<br />
Medina (1988) defende que o conceito de agilidade foi mudando com o passar da<br />
história e que apesar de a Gazeta do Rio de Janeiro ter sido a primeira folha impressa<br />
no Brasil <strong>em</strong> 1808, somente com a virada do século, na Segunda Guerra Mundial, e já<br />
com o aparecimento do rádio, surge pela primeira vez de forma significativa “a pressa<br />
<strong>em</strong> saber as coisas”.<br />
Nesta época já existia o telegrama e a corrida pela novidade era a necessidade de<br />
encurtar distâncias. Uma pressa que, na avaliação de Virílio (1995), pode ser mais b<strong>em</strong><br />
ilustrada com as mudanças na capacidade de impressão e difusão da Times Londres, que<br />
<strong>em</strong> 1814 instalou sua primeira impressora a vapor com capacidade para imprimir mil<br />
jornais por hora; substituída <strong>em</strong> seguida, <strong>em</strong> 1827, por outra mais eficaz que<br />
quintuplicou essa capacidade, já anunciando o ritmo da primeira rotativa, que apareceu<br />
21 anos depois; seguida, na década seguinte, por uma capaz de imprimir 20 mil jornais<br />
por hora; para chegar, finalmente, ao final do século, a aceleração do modelo linotipo.<br />
“A imprensa na Grã-Bretanha alcançaria os vinte e cinto milhões de ex<strong>em</strong>plares<br />
impressos por volta de 1810 e, dez anos mais tarde esse número chegava a trinta<br />
milhões” (VIRÍLIO, 1995: 29).<br />
Inclusive, a rapidez parece ter sido s<strong>em</strong>pre uma meta das tecnologias e da<br />
própria imprensa. Em 1985, por ex<strong>em</strong>plo, qu<strong>em</strong> não tivesse um aparelho de fax estaria<br />
“fora da realidade” – atrasado com relação ao progresso. As mídias <strong>em</strong> geral, o<br />
telégrafo, o telefone, o cin<strong>em</strong>a, a TV e hoje também o jornal na web acompanharam a<br />
aceleração das relações humanas. O jornalismo na rede está especificamente ligado à<br />
questão da velocidade para garantir o diferencial com relação às outras mídias. O furo<br />
jornalístico não é uma novidade inventada pelo jornal on line e integra o próprio fazer<br />
jornalístico. A diferença é que, na mídia da Rede Mundial, esse espaço para se<br />
conseguir chegar antes está cada vez menor e se aproxima de uma irracionalidade <strong>em</strong><br />
termos de condições de apuração.