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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores <strong>em</strong> <strong>Jornalismo</strong><br />
VIII Encontro Nacional de Pesquisadores <strong>em</strong> <strong>Jornalismo</strong><br />
UFM (Universidade Federal do Maranhão), São Luís, nov<strong>em</strong>bro de 2009<br />
DIA A DIA NA REDAÇÃO DO CIBERJORNAL:<br />
Linguag<strong>em</strong> s<strong>em</strong>elhante, modo de produção particular<br />
Thaísa Bueno 1<br />
Resumo: Este <strong>artigo</strong> faz um balanço das modificações sofridas pela linguag<strong>em</strong> e seu<br />
reflexo no modo de produção nas Redações do Ciberjornal. O levantamento mostra<br />
s<strong>em</strong>elhanças e diferenças entre o texto das mídias tradicionais e o novo modelo. Aponta,<br />
ainda, particularidades no modo de produção ,nas habilidades exigidas do profissional<br />
da rede, e algumas soluções encontradas para dar conta da apuração meteórica. O estudo<br />
t<strong>em</strong> como base a organização e o dia a dia do site Campo Grande News, o primeiro a<br />
ingressar na rede <strong>em</strong> Mato Grosso do Sul. As reflexões apresentadas <strong>aqui</strong> serv<strong>em</strong> de<br />
base para qualquer outro jornal nos mesmos moldes.<br />
Palavras-chave: Ciberjornalismo, Linguag<strong>em</strong>, Campo Grande News.<br />
Introdução<br />
Mídia relativamente nova, com pouco mais de dez anos, o jornalismo na Internet<br />
ainda não explorou todas as possibilidades de textualização que o suporte deste texto<br />
sincrético – que agrega diferentes linguagens – permite 1 . Esta constatação, ao avesso do<br />
que se poderia pensar, não é uma particularidade do modelo regional de<br />
ciberjornalismo. Muito pelo contrário, trata-se de uma característica dos sites de notícia<br />
de uma maneira geral, basta pensar que quatro anos depois da primeira investida on-line<br />
do jornalismo nacional – uma experiência do grupo Estado de São Paulo, que colocou<br />
1 Professora no curso de <strong>Jornalismo</strong> das seguintes instituições: Universidade Para o<br />
Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp) e Faculdade Estácio de<br />
Sá; ambas <strong>em</strong> Campo Grande (MS). É mestre <strong>em</strong> Lingüística e S<strong>em</strong>iótica pela<br />
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e m<strong>em</strong>bro do grupo de estudos<br />
<strong>em</strong> Ciberjornalismo nesta mesma instituição. Contato: thaisabu@gmail.com
sua versão impressa na rede <strong>em</strong> 1995 – o leitor sul-mato-grossense já podia acessar sua<br />
página regionalizada e, melhor, com conteúdo exclusivamente apurado para a web e<br />
com acesso ilimitado e gratuito, no endereço do Campo Grande News<br />
(www.campograndenews.com.br).<br />
O fato é que, ágil ou lento ao apresentar novas possibilidades de apresentação<br />
das reportagens, o ciberjornalismo de uma maneira geral ainda é b<strong>em</strong> jov<strong>em</strong> e, portanto,<br />
mantém sua referência primeira alicerçada nas orientações do jornalismo tradicional,<br />
principalmente do impresso, ainda que o novo domínio permita outras investidas além<br />
do texto escrito, fotografia e gráfico. Investidas como, por ex<strong>em</strong>plo, vídeo, áudio,<br />
ilustrações animadas, links de acesso a outras matérias que tenham informações<br />
compl<strong>em</strong>entares ou indiqu<strong>em</strong> caminhos fora do espaço virtual a que o conteúdo é<br />
apresentado.<br />
Essa migração de linguag<strong>em</strong> é muito comum quando do aparecimento de uma<br />
mídia. Aconteceu, por ex<strong>em</strong>plo, com a TV, que antes de definir um estilo específico<br />
adotou a linguag<strong>em</strong> do veículo que lhe parecia mais próximo, no caso, o Rádio.<br />
A história é antiga e se repete por ocasião do nascimento de cada<br />
nova mídia. O rádio, o cin<strong>em</strong>a e a televisão, cada um no seu t<strong>em</strong>po,<br />
surgiram com conteúdos que reproduziram as mídias que os<br />
precederam. À medida que eles foram amadurecendo, os conteúdos<br />
tornaram-se aos poucos mais adequados ao formato do novo meio.<br />
[...] A internet ainda não é muito diferente. Na sua parte multimídia, a<br />
World Wide Webe oferece amplas possibilidades para o <strong>em</strong>prego de<br />
áudio e imagens, mas são fundamentalmente as palavras que<br />
continuam prevalecendo. (PINHO, 2003: 182)<br />
Assim poderíamos dizer que das mídias tradicionais a Internet adaptou: o modo<br />
conciso e direto do Rádio; as sobreposições de manchetes e chamadas <strong>em</strong> formato flash<br />
da TV; e quase toda a referência e disposição na página do jornal Impresso. Não<br />
estamos falando <strong>aqui</strong>, ainda, das mudanças no processo de apuração e divulgação da<br />
notícia, que ao que parece é o seu principal diferencial e onde o ciberjornalismo t<strong>em</strong><br />
dado sua maior contribuição no sentido de mudar o paradigma da mídia cont<strong>em</strong>porânea.<br />
Este assunto será tratado adiante, por enquanto é satisfatório entender que enquanto<br />
linguag<strong>em</strong> este suporte ainda não encontrou uma especificidade muito evidente, como o<br />
fez no processo de produção e apresentação.
Navegando por webjornais, há alguns anos, tinha-se a impressão de<br />
estar lendo o jornal impresso na tela do computador. Hoje, a situação<br />
mudou bastante, encontramos muito mais links e recursos de<br />
multimidialidade, mas não v<strong>em</strong>os nada de muito diferente do que já<br />
foi visto. A „novidade‟, por enquanto, é que pod<strong>em</strong>os ler o jornal<br />
impresso, assistir ao noticiário da televisão e ouvir o noticiário do<br />
rádio, na mesma tela do computador, de maneira quase simultânea<br />
(MIELNICZUK, 2004: 11).<br />
Alicerçado no impresso<br />
Em análise do Portal Uol, Hernandes (2005) adaptou leis de diagramação do<br />
jornalismo impresso que poderiam ser usadas no estudo do jornal na web. Ele apresenta<br />
algumas s<strong>em</strong>elhanças na linguag<strong>em</strong> que seriam partilhadas entre os dois veículos,<br />
impresso e on-line, e apontou alguns pontos de referência, aos quais chamou de s<strong>em</strong>isimbolismos,<br />
e que serv<strong>em</strong> para mostrar como aconteceu a migração das leis da<br />
diagramação e os recursos de webdesign e que agregam sentido à linguag<strong>em</strong> do veículo.<br />
Assim, conforme o estudo de Hernandes (2005), as leis partilhadas no portal<br />
Uol, e que se repet<strong>em</strong> também <strong>em</strong> outras mídias no mesmo modelo, seriam as seguintes:<br />
Relações s<strong>em</strong>i-simbólicas do jornalismo<br />
impresso<br />
Primeira lei: o valor de uma unidade<br />
noticiosa 3 é proporcional ao espaço a ela<br />
concedido.<br />
Segunda lei: tudo o que estiver na parte<br />
de cima t<strong>em</strong> mais valor do que na parte de<br />
baixo.<br />
Terceira lei: a máxima valorização<br />
espacial acontece na capa ou na primeira<br />
página.<br />
Quarta lei: o início de uma unidade<br />
noticiosa é o espaço mais valorizado. Essa<br />
lei obriga a colocação das principais<br />
informações e dos el<strong>em</strong>entos de mais<br />
impacto s<strong>em</strong>pre no começo.<br />
Categorias topológicas de expressão 2<br />
no ciberjornal<br />
Maior volume ocupado x menor volume<br />
(ocupado na página)<br />
Parte de cima x parte de baixo (da barra<br />
de rolag<strong>em</strong>)<br />
Exterior x interior<br />
Inicial x final
Em análise do site CGNews, as tabelas que foram usadas no estudo do Portal Uol<br />
apresentam mais quatro leis, sendo que as duas últimas são exclusivas do jornal on line:<br />
Relações S<strong>em</strong>i-Simbólicas<br />
Quinta lei: uma unidade noticiosa é mais<br />
valorizada quando acompanhada de uma<br />
imag<strong>em</strong> fotográfica ou de um gráfico, o<br />
que pressupõe um t<strong>em</strong>po a mais para<br />
elaboração.<br />
Sexta lei: o t<strong>em</strong>po de atualização, ou seja,<br />
de substituição de uma unidade noticiosa<br />
por outra, mostra a valorização dada pelo<br />
enunciatário para o conteúdo publicado.<br />
Ainda que <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po real, alguns<br />
conteúdos dispõ<strong>em</strong> de recursos que dão a<br />
eles efeito de sentido que os mantêm<br />
atualizados por horas, ou seja, não são<br />
substituídos com a mesma rapidez de<br />
notas tidas como menos importantes para<br />
o jornal.<br />
Sétima lei: As unidades noticiosas que<br />
não exib<strong>em</strong>, na sua apresentação, o<br />
horário da inserção ficam mais t<strong>em</strong>po<br />
atualizadas e, portanto, têm um valor<br />
maior que aquelas que evidenciam o<br />
momento que entram no sist<strong>em</strong>a, porque<br />
estas “envelhec<strong>em</strong>” mais rapidamente.<br />
Oitava lei: Matérias com o recurso do<br />
movimento têm mais valor do que aquelas<br />
que ficam paradas, porque a<br />
movimentação dá um efeito de sentido de<br />
que está acontecendo naquele momento e<br />
aproxima o enunciatário da sensação de<br />
fazer parte do noticiado.<br />
Categorias topológicas de expressão<br />
Imagética x verbal<br />
Maior t<strong>em</strong>po para substituição x menor<br />
t<strong>em</strong>po para substituição<br />
Com horário de inserção x s<strong>em</strong> horário<br />
de inserção<br />
Em movimento X parado<br />
Linguag<strong>em</strong> parecida, modo de produção distinto<br />
Se repetiu alguns padrões ou criou algumas formas marcantes com relação ao<br />
modo de exibir seu conteúdo na página, o fato é que o jornalismo on-line também t<strong>em</strong>,<br />
ora de maneira intuitiva, ora mais elaborada, desenvolvido, paulatinamente, um jeito<br />
próprio de se firmar no mercado como um novo modelo de trabalhar a notícia, e o<br />
próprio fazer jornalístico, não se resumindo apenas como mais um formato de<br />
divulgação de outras mídias. Em outras palavras, fazer jornalismo na web não é divulgar
notícias por meio das redes de computador, mas praticar uma nova gestão da<br />
informação. E o que teria ela de inovadora?<br />
Vários autores, entre eles Pinho (2003) Palácios (2003), Ferrari (2004) já<br />
apontaram, com eficiência, algumas características clássicas do ciberjornalismo.<br />
Palácios (2003), por ex<strong>em</strong>plo, diz que a ruptura pode ser percebida <strong>em</strong> seis el<strong>em</strong>entos<br />
distintos: Multimidialidade/Convergência, referindo-se a concentração de formatos<br />
tradicionais de mídia num mesmo espaço; Interatividade, que integra o leitor no<br />
processo através de vários meios, entre eles troca de e-mail, disponibilidade de um<br />
sist<strong>em</strong>a <strong>em</strong> que o internauta pode deixar sua opinião sobre a matéria, etc;<br />
Hipertextualidade, que seria a interligação de textos por meio do link; Personalização,<br />
capacidade de configurar seus produtos conforme seu interesse; M<strong>em</strong>ória,<br />
disponibilidade coletiva do conteúdo; e por fim a Instantaneidade, que somaria rapidez<br />
às facilidades de produção. Pinho (2003) acrescenta a isso o conceito de nãolinearidade.<br />
No jornal impresso, no rádio e na TV, as notícias e as reportagens<br />
têm começo, meio e fim. [...] a história é escrita ou gravada para ser<br />
consumida exatamente nessa ord<strong>em</strong>. Entretanto [...] a informação na<br />
World Wide Web é não-linear, permitindo que o internauta navegue<br />
na estrutura do hipertexto s<strong>em</strong> uma seqüência predeterminada,<br />
saltando de um ponto para outro, de uma página para outra, de um<br />
site para outro”. (PINHO, 2003: 186) .<br />
Ele também elenca outros pontos <strong>em</strong> particular, como o baixo custo de<br />
produção, a dirigibilidade, que segundo o autor faria referência à vantag<strong>em</strong> de não ter<br />
um espaço limitado de inserção, etc. Mas se estas mudanças são evidentes e, inclusive,<br />
muitas delas consenso entre os estudiosos, como influenciam na rotina produtiva desta<br />
“ciberedação”? O que um jornalista precisa saber e quais as habilidades exigidas para<br />
des<strong>em</strong>penhar um bom papel no dia a dia destes veículos?<br />
Para dar conta dessas mudanças, o profissional da imprensa também teve de se<br />
adequar e criar um novo paradigma de como obter, trabalhar e organizar a produção e<br />
divulgação da informação. Neste ponto deste <strong>artigo</strong>, tendo como base a rotina produtiva<br />
do CGNews, apresentam-se algumas particularidades, não do modelo de jornalismo<br />
digital, que isso já foi muito b<strong>em</strong> apontado por teóricos, mas de como este padrão<br />
alterou a rotina produtiva e exigiu uma atualização também de seus profissionais. É<br />
claro que estes apontamento não encerram a discussão, já que uma mídia tão volátil
pode alterar seu modelo mais rapidamente que possamos acompanhar, mas abalizam<br />
algumas especialidades que o CGNews adotou na sua organização diária e que<br />
assinalam um caminho eficiente de se fazer jornalismo diário na Internet e que não é só<br />
dele. Afinal, quando aparece uma tecnologia nova, não é só o produto que muda, a<br />
alteração também atinge seu el<strong>em</strong>ento primeiro: o hom<strong>em</strong>, o “fazedor de notícias”, a<br />
figura do jornalista. É evidente que não estamos <strong>aqui</strong> querendo reinventar a roda, afinal,<br />
as regras básicas do bom jornalismo continuam valendo na mídia <strong>em</strong> rede, acrescidas de<br />
muita rapidez e algumas especificidades que segu<strong>em</strong>.<br />
Um jornalismo menos hierarquizado<br />
Uma das modificações visíveis do novo modelo de organização no ciberespaço<br />
jornalístico é a habilidade do profissional do texto trabalhar a notícia. Se até então a<br />
hierarquia na mídia era muito evidente, com cada um sabendo exatamente a sua função,<br />
na redação on-line as funções se confund<strong>em</strong> e surge um profissional de multitarefas. É o<br />
que poderíamos chamar de Completo, que agrega a função de<br />
pauteiro/repórter/editor/revisor/finalizador, e <strong>em</strong> alguns casos fotógrafo e, <strong>em</strong> outros<br />
mais extr<strong>em</strong>os, motorista. Uma figura que des<strong>em</strong>penha várias funções. Não que a<br />
Redação não tenha uma hierarquia definida e inclusive um editor, mas este perde o<br />
caráter de dar uma última revisada no texto, de dar o acabamento final; <strong>aqui</strong> ele muda<br />
de função e fica como um grande orientador geral, um administrador das tarefas. O<br />
novo profissional nesta redação alforriada t<strong>em</strong> a independência de fazer suas matérias e<br />
colocá-las no sist<strong>em</strong>a s<strong>em</strong> passar pelo crivo, muitas vezes repreensivo, da figura do<br />
editor. É claro que toda a liberdade pressupõe também uma responsabilidade maior, e a<br />
este profissional será exigido conhecer b<strong>em</strong> a linha editorial do veículo, suas<br />
necessidades, dominar técnicas de apuração, escrita e edição, e, obviamente, de fazer<br />
tudo isso de maneira rápida e eficiente. B<strong>em</strong>, se até então ele podia ter talento para<br />
redação, fotografia ou edição, agora ele precisa ser “bom <strong>em</strong> tudo”. Para isso é preciso<br />
ser sist<strong>em</strong>ático para se policiar sozinho e cumprir as metas s<strong>em</strong> precisar ser l<strong>em</strong>brado.<br />
Mais independente nas escolhas<br />
Se não t<strong>em</strong> mais uma hierarquia muito delimitada, nada mais natural que a<br />
famigerada reunião de pauta, palco de muitas discussões e risadas nas Redações<br />
tradicionais, também passasse por mudanças. O que não era de se esperar é que ela<br />
desaparecesse quase que por completo. Mas é assim: como o t<strong>em</strong>po é curto, ainda que
<strong>em</strong> geral os repórteres trabalh<strong>em</strong> períodos de seis horas seguidas, não há t<strong>em</strong>po para<br />
fazer uma reunião geral e discutir os assuntos que cada um deveria apurar.<br />
Assim, a reunião de pauta transformou-se numa grande exposição genérica,<br />
organizada pelo editor, com a agenda do dia e algumas orientações abrangentes. Esta<br />
pauta geral é disponibilizada no sist<strong>em</strong>a e partilhada por todos os outros jornalistas.<br />
Enfim, s<strong>em</strong> a reunião sist<strong>em</strong>atizada, e com uma pequena orientação de assuntos<br />
“inadiáveis”, cabe a cada ciberjornalista escolher sozinho o que vai selecionar como<br />
prioridade. Neste cenário é aconselhável ter um bloco de notas para anotar pequenos<br />
detalhes do cotidiano. As pautas surg<strong>em</strong> de uma observação apurada, da desconstrução<br />
do olhar e de muita dedicação.<br />
S<strong>em</strong> editorias definidas<br />
Em um ambiente tão peculiar, e usufruindo de uma autonomia tão pulsante, é<br />
fácil adivinhar que a ocupação de uma editoria também perdeu o seu posto no meio<br />
desta rede de informações. Ainda que o jornal tenha suas editorias distintas, que no caso<br />
do Campo Grande News recebe o nome de Canais, na Redação não existe mais o<br />
repórter de Cultura, Esporte, Cidades e assim por diante. Ainda que um ou outro acabe<br />
assumindo o papel de apurar mais um assunto, de uma maneira geral os ciberjornalistas<br />
investigam assuntos variados, passando da cobertura do lançamento da última moda da<br />
estação para o assassinato no interior, ou o pacote de medidas econômicas apresentadas<br />
pelo governo. Tantas informações distintas exig<strong>em</strong> do repórter uma capacidade<br />
profunda de conhecer um pouco de tudo. É preciso não apenas manter uma lista fontes<br />
múltiplas e saber d<strong>aqui</strong>lo que está investigando, ele precisa ler e acompanhar a toda<br />
hora o que os outros colegas estão apurando, já que a qualquer momento poderá<br />
debruçar-se sobre este assunto também. Mais, é preciso que acompanhe t<strong>em</strong>as variantes<br />
<strong>em</strong> lugares diferentes, para que tenha articulação e argumentos para entrevistar fontes<br />
de interesses distintos, s<strong>em</strong> muito t<strong>em</strong>po para se preparar para isso. Enfim, é um novo<br />
conceito de entender a Editoria não como uma seção limitante, mas uma forma de guiar<br />
e ampliar a rede de assuntos a ser<strong>em</strong> selecionados.<br />
Apurar e escrever de maneira simultânea<br />
Além de conhecer várias editorias, suas particularidades e termos técnicos, outra<br />
marca do jornalismo on-line é o acumulo de pautas apuradas simultaneamente. S<strong>em</strong> o<br />
número definido de matérias a concluir até o fim do dia, como acontece, <strong>em</strong> geral, nas
edações de TV ou de jornal impresso, estes webrepórteres precisam começar muitas<br />
reportagens juntas. Assim quando uma for concluída a outra já estará <strong>em</strong><br />
desenvolvimento. Para isso é preciso arquitetar o conhecimento de maneira organizada,<br />
apurando e escrevendo entre um intervalo e outro, entre um telefon<strong>em</strong>a ocupado e um<br />
instante que a fonte pediu para esperar. Enquanto aguarda a resposta sobre determinado<br />
assunto já finaliza o texto cujas anotações foram captadas anteriormente.<br />
Reportag<strong>em</strong> <strong>em</strong> parceria<br />
Com tantas funções acumuladas, e um t<strong>em</strong>po curto para cumpri-las, o meio<br />
encontrado para suprir as dificuldades, e que se tornou um característica marcante do<br />
ciberjornalismo, foi a reportag<strong>em</strong> <strong>em</strong> parceria: se um repórter apura os fatos, o outro<br />
escreve! Este é um dos traços mais visíveis para o internauta, as matérias assinadas por<br />
duas pessoas. Por este modelo um jornalista vai até o lugar onde o fato acontece,<br />
entrevista as fontes e, por telefone, narra o que viu e ouviu para o colega que está na<br />
Redação.<br />
Em geral, o primeiro nome que aparece na matéria é o do repórter que está na<br />
Redação e escreveu o texto; e o segundo nome, o do repórter que está no local do fato e<br />
repassa as informações por telefone. Para que as matérias não sejam publicadas com<br />
ruídos de informação, a responsabilidade do repórter que está na rua é ainda maior.<br />
Apesar da pressa e agilidade, antes repassar para o colega o que apurou é preciso<br />
organizar estes dados de forma clara. Assim a maneira mais adequada é adotar uma<br />
sist<strong>em</strong>atização das anotações por prioridades, como a que segue <strong>em</strong> forma de ex<strong>em</strong>plo:<br />
1- Anote o fato apurado por ord<strong>em</strong> de importância (ainda que não seja a ord<strong>em</strong><br />
cronológica dos acontecimentos);<br />
2- Selecione esses fatos <strong>em</strong> forma de t<strong>em</strong>as e divida a apuração <strong>em</strong> três ou quatro<br />
argumentos principais;<br />
3- Contextualize a pauta – onde está, porque está ali, ainda que este não seja o<br />
enfoque da sua matéria;<br />
4- Repasse as informações selecionadas pelos t<strong>em</strong>as separadamente, como se<br />
estivesse escrevendo sua própria nota;<br />
texto.<br />
Anote pelo menos duas ou três citações, na íntegra. Elas garant<strong>em</strong> veracidade ao
T<strong>em</strong>po definido<br />
Outra marca do modelo digital é que a organização permite ao jornalista um<br />
horário fixo de trabalho. Isso porque como as apurações são contínuas, não é preciso<br />
concluir toda a reportag<strong>em</strong> para deixar a redação. Se o jornalista não terminou a<br />
investigação, ele repassa os dados, contatos e a etapa <strong>em</strong> que se encontra para o colega<br />
que chega para cobrir seu turno. Enfim, uma propriedade que s<strong>em</strong>pre esteve atrelada ao<br />
formato tradicional de jornalismo, com serões e horas extras, não foi transferida para o<br />
formato da web.<br />
Número de matérias<br />
Em uma Redação de site e portal a sanção de eficiência, representada no<br />
julgamento do internauta ou do próprio repórter _ neste caso se comparada ao restante<br />
da equipe _ não fica mais restrita a uma boa matéria, que seria aquela contextualizada,<br />
com uma apuração precisa e um texto criativo. Não está mais limitada a uma<br />
reportag<strong>em</strong> de profundidade, com um enfoque inédito, por ex<strong>em</strong>plo, que s<strong>em</strong>pre marcou<br />
a carreira dos grandes repórteres e até hoje é vista como um diferencial <strong>em</strong> qualquer<br />
suporte. A confirmação da eficácia, agora, inclui nesta soma um ponto importante: a<br />
quantidade. Os jornais digitais estão s<strong>em</strong>pre muito atentos à produtividade de seus<br />
repórteres, inclusive um sist<strong>em</strong>a interno contabiliza e aponta a produção diária, s<strong>em</strong>anal<br />
e mensal de cada m<strong>em</strong>bro da equipe.<br />
Enfoques<br />
Para não contabilizar um número de matérias abaixo do esperado e com uma<br />
média muito inferior a dos colegas _ <strong>em</strong> geral de 15 a 20 notas por período de seis horas<br />
_, as notícias publicadas nos webjornais costumam ser postadas com dados fracionados.<br />
A grande reportag<strong>em</strong>, de oito ou dez parágrafos, é substituída por duas ou três notas que<br />
se compl<strong>em</strong>entam e constro<strong>em</strong> um sentido à medida que são lidas <strong>em</strong> seqüência. Desta<br />
forma, uma única apuração pode render, <strong>em</strong> números, mais do que uma grande<br />
reportag<strong>em</strong>, mas muitas matérias. Assim, exige-se do jornalista uma grande capacidade<br />
de encontrar diferentes enfoques noticiáveis numa mesma reportag<strong>em</strong>, o que no jargão<br />
jornalístico seria “encontrar ganchos variados”. A máxima que o mais importante deve<br />
estar no topo da pirâmide _ no primeiro parágrafo da matéria _ agora não fica muito
claro. O mais importante t<strong>em</strong> de ser colocado no plural. Cada ponto “mais importante”<br />
vai se tornar uma nova matéria.<br />
O uso dos releases<br />
Outro traço do modelo de mídia digital, que t<strong>em</strong> uma relação direta com a<br />
contag<strong>em</strong> de notas publicadas é o tratamento dado aos releases _ textos enviados por<br />
assessores de imprensa, promotores de eventos e pessoas ou <strong>em</strong>presas com diferentes<br />
interesses. Ainda que na sua essência o release seja uma sugestão de pauta, uma<br />
indicação de assunto a ser examinado, na pressa ele acaba tornando-se um texto a ser<br />
editado.<br />
Cada vez mais completos – estratégia das assessorias de imprensa para<br />
garantir<strong>em</strong> a publicação de seu material s<strong>em</strong> dificuldades –, os releases muitas vezes<br />
apresentam-se como reportagens prontas, algumas, inclusive, com enfoques coerentes<br />
ao interesse do jornal. Neste sentido a grande dificuldade para esses repórteres é,<br />
justamente, encontrar uma nova perspectiva e alterar com eficiência textos que alguns<br />
consideram “acabados”.<br />
Na Redação on-line o jornalista necessita dilatar sua capacidade de<br />
discernimento entre o que é noticiável ou não. O importante é buscar neste recurso uma<br />
orientação de pauta a ser apurada, ou, se não for possível, usar o material de modo que<br />
aproveite as informações para escrever outra matéria, seja alterando o enfoque e a<br />
disposição do texto, seja compl<strong>em</strong>entando com informações usadas anteriormente, seja<br />
encontrando nele um gancho de maior interesse público.<br />
Texto de profundidade<br />
Mas esta organizada marcada pela apuração meteórica não impede os jornais da<br />
Internet de produzir<strong>em</strong> reportagens mais elaborada, <strong>em</strong> geral matérias s<strong>em</strong> cunho<br />
factual, que tragam entrevistas analíticas e mais fontes. É a chamada “matéria especial”.<br />
Paralelamente à produção diária, o jornalista de on-line t<strong>em</strong> de escrever uma matéria<br />
com este perfil para usar nos fins de s<strong>em</strong>ana, quando as Redações são organizadas <strong>em</strong><br />
escalas e o grupo fica reduzido. Para isso novamente exige-se do jornalista uma<br />
organização do t<strong>em</strong>po de das anotações. Mas mesmo no caso da publicação de matérias<br />
maiores é importante entender que como a leitura na tela do monitor é mais cansativa<br />
que no papel, a edição do texto deve ser b<strong>em</strong> cuidadosa, principalmente no uso de frases
curtas, parágrafos pequenos, <strong>em</strong> geral de no máximo cinco linhas, um espaço <strong>em</strong> branco<br />
entre eles e uso de intertítulos para guiar a leitura.<br />
Mais ferramentas, mais fontes<br />
Se o t<strong>em</strong>po atrapalha a produção de matérias de profundidade, a tecnologia se<br />
apresenta como uma aliada deste profissional cheio de afazeres. Um reflexo desta<br />
mudança está na facilidade de apuração, mudança que chega a ser adotada, também, por<br />
veículos tradicionais. Na internet, como o t<strong>em</strong>po move toda a organização, não é<br />
possível manter muitos repórteres na rua, onde os fatos acontec<strong>em</strong>. Assim muitas<br />
matérias são apuradas por telefone, MSN, pesquisa <strong>em</strong> sites institucionais, troca de<br />
dados por e-mail, etc. Inclusive, Machado (2003) diz que o ciberjornalsimo melhorou<br />
muito a relação do jornalista com a fonte e o permitiu informações mais críticas, porque<br />
não o deixa mais na dependência de uma entrevista ou outra, mas permite uma<br />
contextualização maior a medida que mostra que há outras formas de conseguir este<br />
saber. Segundo ele (2003: 26) “a estrutura centralizada do jornalismo convencional gera<br />
uma supr<strong>em</strong>acia absoluta das fontes oficiais”. E mais:<br />
A novidade do jornalismo digital reside no fato de que, quando fixa<br />
um entorno de arquitetura descentralizada, altera a relação de forças<br />
entre os diversos tipos de fontes porque concede a todos os usuários o<br />
status de fontes potenciais para jornalistas. (MACHADO, 2003:27)<br />
Assim, com a tecnologia como aliada, é imprescindível conhecer b<strong>em</strong> essas<br />
ferramentas e entender qual a mais adequada para cada formato de pauta.<br />
Contabilizar o t<strong>em</strong>po<br />
Por fim, é indicado saber o t<strong>em</strong>po que dispõe para tudo isso. De 20 a 30 minutos,<br />
<strong>em</strong> geral, é o t<strong>em</strong>po que um repórter t<strong>em</strong> para produzir uma matéria, incluindo a escolha<br />
da pauta, sua apuração, produção do texto, edição e inserção no sist<strong>em</strong>a. Neste ritmo,<br />
intercalando entre um repórter e outro, numa Redação de tamanho mediano, é possível<br />
ter uma notinha a cada 10 minutos, um t<strong>em</strong>po grande se comparado a coberturas com<br />
diferenças de dois a três já vistas <strong>em</strong> sites da rede. Produção irracional, talvez, mas<br />
praticada nas Redações de Mato Grosso do Sul e do Brasil, e que exige deste novo<br />
profissional muito domínio, habilidade e treino.
Conclusão<br />
E se não resta outra coisa a fazer se não acelerar o ritmo, é importante entender<br />
como chegamos nessa meta de urgência e apontar algumas alternativas para fazer<br />
jornalismo sério e eficiente nestas condições. Primeiramente não é o objetivo deste<br />
<strong>artigo</strong> apontar culpados, afinal, não é apenas o veículo que impõe o ritmo, mas são<br />
mudanças de orientação coletiva. O leitor também quer ser o mais rápido a saber.<br />
Medina (1988) defende que o conceito de agilidade foi mudando com o passar da<br />
história e que apesar de a Gazeta do Rio de Janeiro ter sido a primeira folha impressa<br />
no Brasil <strong>em</strong> 1808, somente com a virada do século, na Segunda Guerra Mundial, e já<br />
com o aparecimento do rádio, surge pela primeira vez de forma significativa “a pressa<br />
<strong>em</strong> saber as coisas”.<br />
Nesta época já existia o telegrama e a corrida pela novidade era a necessidade de<br />
encurtar distâncias. Uma pressa que, na avaliação de Virílio (1995), pode ser mais b<strong>em</strong><br />
ilustrada com as mudanças na capacidade de impressão e difusão da Times Londres, que<br />
<strong>em</strong> 1814 instalou sua primeira impressora a vapor com capacidade para imprimir mil<br />
jornais por hora; substituída <strong>em</strong> seguida, <strong>em</strong> 1827, por outra mais eficaz que<br />
quintuplicou essa capacidade, já anunciando o ritmo da primeira rotativa, que apareceu<br />
21 anos depois; seguida, na década seguinte, por uma capaz de imprimir 20 mil jornais<br />
por hora; para chegar, finalmente, ao final do século, a aceleração do modelo linotipo.<br />
“A imprensa na Grã-Bretanha alcançaria os vinte e cinto milhões de ex<strong>em</strong>plares<br />
impressos por volta de 1810 e, dez anos mais tarde esse número chegava a trinta<br />
milhões” (VIRÍLIO, 1995: 29).<br />
Inclusive, a rapidez parece ter sido s<strong>em</strong>pre uma meta das tecnologias e da<br />
própria imprensa. Em 1985, por ex<strong>em</strong>plo, qu<strong>em</strong> não tivesse um aparelho de fax estaria<br />
“fora da realidade” – atrasado com relação ao progresso. As mídias <strong>em</strong> geral, o<br />
telégrafo, o telefone, o cin<strong>em</strong>a, a TV e hoje também o jornal na web acompanharam a<br />
aceleração das relações humanas. O jornalismo na rede está especificamente ligado à<br />
questão da velocidade para garantir o diferencial com relação às outras mídias. O furo<br />
jornalístico não é uma novidade inventada pelo jornal on line e integra o próprio fazer<br />
jornalístico. A diferença é que, na mídia da Rede Mundial, esse espaço para se<br />
conseguir chegar antes está cada vez menor e se aproxima de uma irracionalidade <strong>em</strong><br />
termos de condições de apuração.
Assim, sendo a agilidade e a quantidade de matérias um ponto crucial no dia da<br />
dia da Redação, além de ter muitas fontes, das mais diferentes editorias, o repórter de<br />
site precisa conhecer estes procedimentos diários que garant<strong>em</strong> o abastecimento do<br />
sist<strong>em</strong>a <strong>em</strong> um intervalo de t<strong>em</strong>po s<strong>em</strong>pre menor. Para encerrar este <strong>artigo</strong> vale dizer<br />
que nada disso substitui a originalidade e o talento de um bom profissional.
Referências<br />
FERRARI, Pollyna. <strong>Jornalismo</strong> digital. São Paulo: Contexto, 2004.<br />
HERNANDES, Newton. S<strong>em</strong>iótica dos jornais – análise do Jornal Nacional, Folha<br />
de São Paulo, Jornal da CBNM, Portal UOL, revista Veja. Tese apresentada no<br />
Programa de Pós-Graduação <strong>em</strong> Lingüística da Faculdade de Filosofia, Letras e<br />
Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Doutor,<br />
2005.<br />
__________________________. A revista Veja e o discurso do <strong>em</strong>prego na<br />
globalização – uma análise s<strong>em</strong>iótica. Salvador: Edufba; Maceió: Edufal, 2004.<br />
ISKANDAR, Jamil Ibrahim. Normas da ABNT: comentadas para trabalhos<br />
científicos. Curitiba: Juruá, 2007.<br />
MACHADO, Elias e PALACIOS, Marcos. Modelos de <strong>Jornalismo</strong> Digital. Salvador,<br />
Calandra, 2003<br />
MACHADO, Elias. O ciberespaço como fonte para os jornalistas. Salvador,<br />
Calandra, 2003.<br />
MEDINA, Cr<strong>em</strong>ilda. Notícia – Um produto à venda. São Paulo: Summus, 1988.<br />
MIELNICZUK, Lucina. Webjornalismo de terceira geração: continuidades e<br />
rupturas no jornalismo desenvolvido na web.<br />
http://www,adtevento.com./intercom/resumos/R08161-pdf. Acessado <strong>em</strong> junho de<br />
2006.<br />
MOHEDAUI, Luciana. Guia de estilo web – produção e edição de notícias on line.<br />
São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2002.<br />
MORETZSOHN, Sylvia. <strong>Jornalismo</strong> <strong>em</strong> “t<strong>em</strong>po real” – o fetiche da velocidade. Rio<br />
de Janeiro: Revan, 2002.<br />
PINHO, J.B. <strong>Jornalismo</strong> na Internet - planejamento e produção da informação on<br />
line. São Paulo: Summus, 2003.<br />
RABELO, José. O Discurso do jornal – o como e o porquê. Lisboa: Editorial<br />
Notícias, 2000.<br />
WHITROW, G.J. O t<strong>em</strong>po na história – concepções do t<strong>em</strong>po da pré-história aos<br />
nossos dias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1993. (Coleção Ciência e Cultura).
Notas<br />
1 Embora as taxas de adesão à internet cresçam continuamente, há uma<br />
grande massa de pessoas que não está conectada. Um site que usa muitos<br />
recursos multimídia pressupõe um internauta que dispõe de uma conexão<br />
<strong>em</strong> banda larga, ou seja, com condições de navegação rápida, ainda que a<br />
página esteja “pesada”. Como <strong>em</strong> geral os sites jornalísticos tentam atingir<br />
o maior número de internautas, já que tratam de assuntos variados, uma<br />
página assim poderia afastar um enunciatário que, <strong>em</strong>bora guiado pela<br />
agilidade, fizesse uso de uma Internet de conexão com mod<strong>em</strong><br />
ultrapassado. Um site “pesado”, que d<strong>em</strong>ora mais t<strong>em</strong>po para carregar sua<br />
página, seria sancionado como lento. Isso explica, <strong>em</strong> partes, porque não é<br />
possível usar <strong>em</strong> d<strong>em</strong>asia opções mais arrojadas de design gráfico.<br />
2 Na tabela original, que t<strong>em</strong> como base a teoria s<strong>em</strong>iótica francesa, o autor<br />
acrescenta a todas essas leis a Correspondência no Plano de Conteúdo<br />
como: Maior valor e potencial de atenção x menor valor e potencial de<br />
atenção. Para este <strong>artigo</strong> ela foi excluída porque não interessa a esta<br />
pesquisa a relação com o Gerenciamento do Nível de atenção, que<br />
corresponde a capacidade do jornal <strong>em</strong> atrair a atenção do enunciatário. A<br />
nomenclatura também foi substituída, já que este <strong>artigo</strong> não t<strong>em</strong> como foco<br />
a s<strong>em</strong>iótica.<br />
3 O autor usa o termo unidade noticiosa para se referir a “el<strong>em</strong>entos de<br />
significação de qualquer jornal analisado” (HERNANDES, 2005:36). Nisso se<br />
inclu<strong>em</strong> desde as chamadas notícias informativas a recursos opinativos do<br />
jornal, como charges, crônicas, editoriais e outros.