avaliação e ações prioritárias para a conservação da ...
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Ações Prioritárias<br />
Inventários biológicos e <strong>ações</strong> relaciona<strong>da</strong>s às uni<strong>da</strong>des<br />
de <strong>conservação</strong> (criação, implementação, ampliação<br />
e mu<strong>da</strong>nça de categoria) foram as recomend<strong>ações</strong> mais<br />
sugeri<strong>da</strong>s <strong>para</strong> as áreas <strong>prioritárias</strong>. Os estudos temáticos<br />
dos componentes bióticos do subprojeto indicam ain<strong>da</strong><br />
enorme lacuna de conhecimento sobre a biodiversi<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong> Mata Atlântica e Campos Sulinos, apesar de dentro<br />
dos limites desses biomas existir as maiores universi<strong>da</strong>des<br />
e centros de pesquisa do país. Uma <strong>da</strong>s <strong>ações</strong> mais recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />
em todo o processo desse subprojeto foi a<br />
criação de mecanismos que possam tornar viáveis a realização<br />
de inventários biológicos e pesquisas sobre a fauna<br />
e flora, seja mediante a capacitação de recursos humanos<br />
ou proporcionando programas de financiamento nas regiões<br />
abrangi<strong>da</strong>s pelos dois biomas. Para esse fim, as agências<br />
de fomento nacionais e estaduais deveriam estabelecer<br />
linhas especiais de financiamento.<br />
A criação de uni<strong>da</strong>des de <strong>conservação</strong> foi a ação específica<br />
mais recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> pelos especialistas, representando<br />
quase metade <strong>da</strong>s indic<strong>ações</strong> de <strong>ações</strong> nas áreas<br />
<strong>prioritárias</strong>. Esse resultado reflete a necessi<strong>da</strong>de urgente<br />
de proteção dos últimos remanescentes <strong>da</strong> Mata<br />
Atlântica e Campos Sulinos, e o reconhecimento <strong>da</strong>s<br />
áreas protegi<strong>da</strong>s como o mais importante instrumento<br />
<strong>para</strong> <strong>conservação</strong> de biodiversi<strong>da</strong>de. A Mata Atlântica<br />
possui hoje mais de trezentas uni<strong>da</strong>des de <strong>conservação</strong>,<br />
federais e estaduais, totalizando cerca de nove milhões<br />
de hectares. Considerando só as uni<strong>da</strong>des de <strong>conservação</strong><br />
de proteção integral, as de maior relevância <strong>para</strong><br />
Zig Koch<br />
a <strong>conservação</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de em virtude <strong>da</strong>s restrições<br />
de uso, menos de 2% <strong>da</strong> Mata Atlântica encontra-se<br />
dedicado oficialmente a esse objetivo, isso sem estimar os<br />
problemas específicos de ca<strong>da</strong> uma. Salienta-se que essa<br />
pequena fração territorial não está distribuí<strong>da</strong> segundo<br />
critérios de representativi<strong>da</strong>de ao longo <strong>da</strong>s diferentes<br />
sub-regiões biogeográficas, como demonstrado pelo estudo<br />
feito nesse subprojeto, o que resulta em grandes<br />
lacunas e reduz a efetivi<strong>da</strong>de do sistema em preservar a<br />
biodiversi<strong>da</strong>de. Esse fato pode ser parcialmente atribuído<br />
ao histórico de uso e ocupação territorial e, por conseqüência,<br />
às pressões antrópicas internas e externas diferencia<strong>da</strong>s,<br />
ao longo <strong>da</strong> rede de áreas protegi<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong><br />
bioma.<br />
Mesmo constituindo elos vitais de um sistema maior<br />
de proteção à biodiversi<strong>da</strong>de, as uni<strong>da</strong>des de <strong>conservação</strong><br />
são e serão sempre insuficientes em número e extensão,<br />
e só poderão manter a integri<strong>da</strong>de dos componentes<br />
<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de com a incorporação <strong>da</strong>s áreas<br />
influencia<strong>da</strong>s, de forma direta, pelo homem. A matriz<br />
<strong>da</strong> paisagem é pois complemento essencial <strong>para</strong> assegurar<br />
a proteção <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de biológica. Nesse contexto,<br />
sugeriu-se a implementação de corredores ecológicos<br />
em vários trechos <strong>da</strong> Mata Atlântica, visando examinar<br />
as necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de em maior escala, desenvolvendo-se<br />
estratégias conjuntas <strong>para</strong> as uni<strong>da</strong>des de<br />
<strong>conservação</strong> e <strong>para</strong> os espaços não estritamente protegidos;<br />
procedendo assim, a real extensão disponível <strong>para</strong> a<br />
<strong>conservação</strong>. A implementação de corredores ecológicos<br />
foi indica<strong>da</strong>, por exemplo, como ação prioritária na região<br />
cacaueira tradicional, no sul <strong>da</strong> Bahia (Valença-Ilhéus<br />
e Una-Canavieiras), antes seleciona<strong>da</strong> como um dos<br />
núcleos do Corredor Ecológico do Descobrimento do<br />
Projeto Parques e Reservas do Programa Piloto <strong>para</strong> a<br />
Proteção <strong>da</strong>s Florestas Tropicais do Brasil – PPG-7. Mesmo<br />
com a crise cacaueira, a região possui ampla cobertura<br />
florestal propicia<strong>da</strong> pelos remanescentes de Mata Atlântica<br />
entremeados pelas cabrucas (plantio tradicional do<br />
cacau que utiliza parte <strong>da</strong> vegetação nativa). O documento<br />
Planejamento regional, elaborado <strong>para</strong> esse subprojeto,<br />
analisa o projeto de Corredores Ecológicos do PPG-7 e<br />
outras iniciativas dessa natureza (áreas de proteção<br />
ambiental e reserva <strong>da</strong> biosfera), mostrando sua importância<br />
como estratégia de <strong>conservação</strong>, sugerindo, ao mesmo<br />
tempo, maior agili<strong>da</strong>de na execução dos projetos, assim<br />
como o entendimento e participação comunitária no<br />
processo, fatores essenciais <strong>para</strong> o sucesso desses empreendimentos.<br />
O planejamento regional voltado <strong>para</strong> a <strong>conservação</strong><br />
<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e o sistema regional de uni<strong>da</strong>des de<br />
AVALIAÇÃO E AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO<br />
DA BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA E CAMPOS SULINOS • 39<br />
<strong>ações</strong> <strong>prioritárias</strong>