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A Cadeia do Algodão Brasileiro - Desafios e Estratégias - pdf - Abrapa

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das indústrias que tinham custo operacional de<br />

pouco mais de R$ 4 por caixa chegaram a R$ 8,<br />

em cinco anos. Idem para grãos e carnes. O Brasil<br />

se tornou um país caro.<br />

Os altos preços internacionais compensam<br />

os custos crescentes e o impacto <strong>do</strong> câmbio,<br />

permitin<strong>do</strong> que diversas cadeias apresentem lucro.<br />

Mas até quan<strong>do</strong> essa situação perdurará? De<br />

um la<strong>do</strong>, a demanda mundial por commodities<br />

agrícolas não mostra nenhum tipo de<br />

arrefecimento nos próximos anos, mas o risco<br />

é que os competi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Brasil, estimula<strong>do</strong>s<br />

por preços altos e menores custos de produção,<br />

implantem novos projetos em diversos produtos.<br />

No caso <strong>do</strong> algodão, há ainda a ferrenha<br />

competição das fibras químicas, que promete se<br />

intensificar ainda mais com a descoberta de novas<br />

reservas de petróleo e o desenvolvimento de<br />

matérias-primas alternativas e renováveis.<br />

Não alheia às ameaças, a <strong>Abrapa</strong> e suas nove<br />

associadas têm trabalha<strong>do</strong> para implantar as<br />

melhorias necessárias na cadeia produtiva e para<br />

pleitear, junto ao setor público, as mudanças<br />

estruturais de que o Brasil precisa a fim de se<br />

tornar cada vez mais competitivo. Nesse senti<strong>do</strong>,<br />

seu atual presidente, Sérgio De Marco, destaca<br />

nove pontos principais para uma agenda positiva<br />

e propositiva para o setor:<br />

1<br />

Implantação de medidas de apoio<br />

à comercialização através de contratos<br />

de opções que garantam preço<br />

ao produtor e à indústria.<br />

2<br />

Investimento em infraestrutura<br />

e logística nas regiões produtoras.<br />

3<br />

Diminuição da carga tributária<br />

para redução <strong>do</strong> “Custo Brasil”.<br />

4<br />

Desburocratização das exportações.<br />

5<br />

Rediscussão <strong>do</strong>s parâmetros da NR 31,<br />

que define as relações de trabalho no campo.<br />

6<br />

Definição <strong>do</strong> novo Código Florestal.<br />

7<br />

Implantação, em parceria<br />

com o governo federal, <strong>do</strong> Programa Nacional<br />

de Combate ao Bicu<strong>do</strong>.<br />

8<br />

Implantação <strong>do</strong> Sistema <strong>Brasileiro</strong> de<br />

Classificação de Algodão,<br />

com reconhecimento internacional.<br />

9<br />

Crescimento <strong>do</strong> número de propriedades<br />

certificadas pelos programas socioambientais.<br />

Os nove pontos lista<strong>do</strong>s acima refletem<br />

o entendimento de que o consumi<strong>do</strong>r não está<br />

disposto a arcar com as ineficiências da cadeia de<br />

suprimentos e que as exigências desta nova era<br />

impõem desafios que não serão soluciona<strong>do</strong>s sob<br />

o pressuposto de um sistema isola<strong>do</strong> e estático.<br />

A importância <strong>do</strong> primeiro <strong>do</strong>s pontos reside<br />

no fato de que somente a coordenação da<br />

cadeia como um to<strong>do</strong> na busca incessante pela<br />

eficiência poderá impulsionar o desempenho de<br />

to<strong>do</strong>s os elos que a compõem. Entre to<strong>do</strong>s os<br />

relacionamentos existentes ao longo da cadeia,<br />

aquele entre os produtores e a indústria têxtil<br />

merece especial atenção devi<strong>do</strong> ao alto nível<br />

de interdependência entre esses <strong>do</strong>is elos e às<br />

incertezas impostas pela volatilidade <strong>do</strong>s preços<br />

<strong>do</strong> algodão.<br />

Já os pontos de <strong>do</strong>is a seis devem ser prioridades<br />

na busca pela melhoria da competitividade<br />

sistêmica <strong>do</strong> país, que influencia diretamente na<br />

capacidade de todas as suas cadeias produtivas<br />

em atender às necessidades <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res<br />

internos e externos. Apenas para citar um<br />

exemplo, vale a pena situar o patamar em que<br />

estamos em relação à estrutura logística. Apesar<br />

de o Brasil ocupar o posto de sétima maior<br />

economia <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, o país apareceu apenas<br />

na 41ª colocação no ranking de desempenho<br />

logístico de 2010, elabora<strong>do</strong> pelo Banco Mundial.<br />

Quan<strong>do</strong> o assunto é desempenho na alfândega,<br />

a figura é ainda pior: ficamos em 82º entre 155<br />

países lista<strong>do</strong>s. No ranking de desempenho em<br />

remessas internacionais, ficamos em 65º lugar.<br />

É preciso também reconhecer que existe ainda<br />

muito “trabalho de casa” a ser feito. Nesse<br />

aspecto, destacam-se: (a) os desafios de controle<br />

<strong>do</strong> bicu<strong>do</strong>, com o qual lutamos desde os anos<br />

de 1980 e ainda representa uma ameaça real<br />

à cultura; (b) a ampliação e divulgação <strong>do</strong><br />

Sistema <strong>Brasileiro</strong> de Classificação <strong>do</strong> Algodão,<br />

que favorecerá a coordenação entre ofertantes<br />

e compra<strong>do</strong>res, reduzin<strong>do</strong> os custos de transação<br />

entre produtores e indústria nacional e produtores<br />

e merca<strong>do</strong> externo; (c) ampliação da cobertura<br />

<strong>do</strong>s programas de certificação socioambientais,<br />

garantin<strong>do</strong> a sustentabilidade <strong>do</strong> setor e a boa<br />

imagem <strong>do</strong> produto brasileiro no merca<strong>do</strong> externo.<br />

Por fim, a equipe da Markestrat não poderia deixar<br />

de agradecer a todas as pessoas e organizações<br />

que foram fundamentais para a realização deste<br />

trabalho. Nossos sinceros agradecimentos:<br />

• A todas as empresas privadas entrevistadas,<br />

entre fornece<strong>do</strong>res de insumos, consultorias,<br />

produtores rurais, algo<strong>do</strong>eiras e seus<br />

fornece<strong>do</strong>res de bens de capital, corretores,<br />

trading companies, entre outras. Sem os<br />

esclarecimentos e os da<strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s por essas<br />

empresas este trabalho não poderia sequer ter<br />

começa<strong>do</strong>.<br />

• Às associações de produtores que nos<br />

forneceram da<strong>do</strong>s e, quan<strong>do</strong> não os tinham,<br />

fizeram a ponte entre nossos pesquisa<strong>do</strong>res e as<br />

fontes primárias de da<strong>do</strong>s. O mesmo vale para a<br />

Anea e para as cooperativas de produtores que<br />

se dispuseram a nos ajudar.<br />

• Às diferentes organizações que, mesmo com<br />

os imensos entraves existentes, se dedicam<br />

a coletar, sistematizar e disponibilizar<br />

informações e da<strong>do</strong>s para a sociedade científica,<br />

o setor produtivo e a população em geral,<br />

contribuin<strong>do</strong> para a geração e disseminação <strong>do</strong><br />

conhecimento. Aqui vale citar a Conab, o Iea,<br />

o Cepea, a Fnp, o Iemi, a Abit e as divisões de<br />

estatística <strong>do</strong> Mte, <strong>do</strong> Mdic e da Anp.<br />

• Às valiosas contribuições da Abit e <strong>do</strong> Iemi<br />

que nos ajudaram a entender a estrutura e os<br />

desafios da indústria têxtil brasileira.<br />

• À inestimável colaboração <strong>do</strong>s autores externos<br />

à Markestrat: Eleusio Curvelo Freire, Renato<br />

Moraes Chamma e Alex Nery Caetité.<br />

Resta parabenizar to<strong>do</strong>s aqueles que trabalham<br />

para o crescimento <strong>do</strong> setor algo<strong>do</strong>eiro brasileiro<br />

por tu<strong>do</strong> o que já conseguiram realizar.<br />

Sem dúvida, o setor é um exemplo para to<strong>do</strong>s<br />

os demais <strong>do</strong> agronegócio brasileiro, sobretu<strong>do</strong><br />

por sua organização e profissionalismo.

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