Fazer download PDF - Fundação Cultural do Estado da Bahia

No campo Audiovisual, a criação do Animaí! Encontro Baiano de Animação, a retomada
do Festival Nacional 5 Minutos, a produção do box Memória em 5 Minutos com as obras premiadas
nas 13 edições do festival, o lançamento do Edital Cine Mais Cultura para fomento a
cineclubes e o Concurso Estadual de Crítica Cinematográfica Walter da Silveira foram ações
importantes. As iniciativas voltadas à preservação da memória audiovisual, em parceria com
a Cinemateca Brasileira, asseguraram a restauração de filmes e a consolidação do projeto Cinemateca
da Bahia. Outro destaque foi a coordenação do grupo de trabalho da Rede Audiovisual
da Bahia, que teve como resultado o Programa Imagens da Bahia, em convênio com a
ANCINE, e o diagnóstico do setor audiovisual baiano, publicado pela SecultBA no Infocultura
Economia do Audiovisual na Bahia e no Brasil: Estudos e Reflexões.
Na Dança, além dos editais específicos de montagem e circulação, foi lançado edital
inédito de apoio a grupos artísticos. O projeto Quarta que Dança, que completou 12 anos
em 2010, contou com a ampliação das categorias e com a expansão dos locais de apresentação.
Destacam-se ainda o fomento a festivais, mostras e seminários, fortalecendo a
difusão, o intercâmbio e a formação na área, e a digitalização do acervo, possibilitando o
acesso a mais de 120 títulos com registros do BTCA, Escola de Dança e Quarta que Dança.
Outra ação importante foi a realização do Mapeamento das Escolas de Dança da Bahia.
A Escola de Dança da FUNCEB, primeira Escola Pública de Educação Profissional de Nível
Técnico em Dança do país, teve o seu currículo reformulado, seu espaço físico ampliado e
um aumento de quase 100% em relação a 2006 no número de alunos atendidos, chegando
a cerca de 1,5 mil em 2010.
Na Música, destaque para o Mapeamento e Cadastramento das Filarmônicas da
Bahia e para o Programa de Fomento às Filarmônicas, com um investimento inicial de R$
2.795.309,00 no apoio a 89 bandas. A parceria com o Programa Conexão Vivo, em 2010,
ampliou o fomento à área musical, através do Fazcultura. O projeto Circuito do Samba, realizado
em parceria com a Associação de Sambadores e Sambadeiras do Estado (ASSEBA),
possibilitou a circulação de 55 grupos de samba de roda em 29 municípios. Através do
projeto Novembro – Música em Todos os Ouvidos, foram realizadas três edições do Fórum
de Música, Mercado e Tecnologia, além de shows no Pelourinho. O investimento em ações
para exportação da música da Bahia transformou-se no programa Bahia Music Export e
teve como primeiras realizações a participação da Bahia na Expo Shanghai e na Womex
(World Music Expo), além do lançamento da coletânea Bahia Music Export.
Em Teatro, o apoio a festivais em todo o estado, incluindo o Festival Internacional de Artes
Cênicas (FIAC), possibilitou um maior intercâmbio entre artistas e grupos, a inserção da
Bahia nos circuitos nacional e internacional e o acesso do público baiano a espetáculos dos
mais variados gêneros. A criação do projeto Mestres da Cena, que homenageou os artistas
Harildo Déda e Yumara Rodrigues, ao mesmo tempo em que reconhece as grandes figuras da
cena baiana, colabora para a memória do nosso teatro. O apoio a espetáculos que representaram
o estado em eventos nacionais e internacionais, o fomento à montagem e circulação
de espetáculos, dramaturgia, manutenção de grupos e atividades de formação foram outras
ações que contribuíram para o desenvolvimento da produção teatral na Bahia.
Nas Artes Circenses, foram realizados sete encontros com profissionais, o Mapeamento
dos Circos da Bahia e a publicação da Cartilha Bahia de Todos os Circos, visando conscientizar
os gestores municipais da importância de acolher bem os circos em suas cidades.
Em 2008, foi lançado o primeiro edital de apoio às artes circenses do estado.
A FUNCEB administra 21 espaços culturais, entre casas e centros de cultura, teatros,
cines-teatros, salas de exibição e galerias, além do Complexo do Teatro Castro Alves (TCA).
No início desta gestão, as pautas desses espaços eram, em boa parte, ocupadas com atividades
sem caráter artístico-cultural. Fez-se um investimento significativo na dinamização
da programação, na requalificação física, na aquisição e instalação de novos sistemas de
iluminação e sonorização, na capacitação do quadro funcional e na gestão desses espaços,
estabelecendo maior articulação com a comunidade e com grupos artísticos. Como
consequência, houve um crescimento considerável de eventos artístico-culturais e de público.
Nesse período, sete espaços culturais foram reabertos após reformas: Centro Cultural
Plataforma, Centro de Cultura Alagoinhas, Centro de Cultura Olívia Barradas (Valença),
Cine-Teatro Solar Boa Vista, Espaço Xisto Bahia, Cine-Teatro Lauro de Freitas e Espaço Cultural
Alagados (em andamento). Também nesta gestão, três espaços foram reassumidos
pela Fundação: o Centro de Cultura de Guanambi, a Casa de Cultura de Mutuípe e o Centro
de Cultura Amélio Amorim (Feira de Santana).
O Complexo Teatro Castro Alves (TCA) nesses quatro anos dinamizou e diversificou
sua programação, acolhendo 1.787 apresentações, com um público de mais de um milhão
de espectadores, em seus três principais espaços: Sala Principal, Sala do Coro e Concha
Acústica. Um dos projetos de maior destaque desta gestão é o Domingo no TCA, criado em
2007, que promove espetáculos a R$ 1,00 nos domingos pela manhã. Foram 44 edições do
projeto para um público de quase 50 mil pessoas. O TCA também inovou com o Conversas
Plugadas, que promove debates com profissionais de destaque no cenário artístico-cultural
nacional e internacional. A partir da Série TCA, o público baiano teve a oportunidade
de assistir a espetáculos de artistas e grupos consagrados, alguns inéditos no Brasil. Já a
qualificação de artistas e técnicos e o apoio a produções locais foram viabilizados através
do Centro Técnico do TCA, que vem se estruturando para tornar-se um Centro de Referência
em Engenharia do Espetáculo Teatral.
O Balé Teatro Castro Alves (BTCA) passou a atuar com uma nova concepção, investindo
nos bailarinos como intérpretes-criadores, no intercâmbio com artistas e grupos do estado
e de fora, e em uma maior circulação no interior. A Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA)
incrementou sua temporada de apresentações com a criação de novos projetos. Já o Núcleo
de Teatro do TCA (TCA.Núcleo) foi reformulado e ampliado para duas edições anuais
em 2010, sendo uma destinada a espetáculos infanto-juvenis.
Criado em 2007, o Núcleo Estadual de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (NEOJIBA)
passou, em dezembro de 2009, a ser gerido pela Associação Amigos das Orquestras Juvenis
e Infantis do Neojibá (AOJIN). Trata-se da primeira experiência na Bahia de transferência da
gestão de um projeto público na área cultural para uma entidade sem fins lucrativos, realizada
pela SecultBA, através da FUNCEB e do TCA. Outro marco importante foi o lançamento do
Concurso Público Nacional de Anteprojetos Arquitetônicos para Requalificação e Ampliação
do Complexo TCA, também no final de 2009, em parceria com o Instituto dos Arquitetos do
Brasil (IAB-BA). Com a requalificação e a ampliação do TCA, estimada em R$ 25 milhões, a
Bahia passará a contar com um complexo cultural de nível internacional.
Em paralelo a todos os avanços e inovações, persistem ainda alguns limites estruturais
na Fundação Cultural do Estado que dificultam a sua eficácia, sobretudo no plano organizacional.
Passados quatro anos, a reestruturação da FUNCEB e das demais unidades
da Secretaria de Cultura deve ser avaliada, revista e efetivada, para assegurar o seu pleno
funcionamento e a continuidade do projeto em curso, que contribuiu para que a Bahia se
tornasse referência em termos de política e gestão cultural no País.
Que os resultados expostos nesta publicação, que faz um balanço das ações
realizadas nos anos de 2009 e 2010, sirvam como estímulo para o desafio da consolidação
de uma política cultural democrática no Estado da Bahia.
GISELE MARCHIORI NUSSBAUMER
Diretora da Fundação Cultural do Estado da Bahia