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Rendimento e custo na poda de esqueletamento em cafeeiros

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RENDIMENTO E CUSTO NA PODA DE ESQUELETAMENTO EM CAFEEIROS<br />

J.B. Matiello, e André L. Garcia, Engs Agrs Fundação Procafé e J. Re<strong>na</strong>to Dias e Lucas Franco-<br />

Engs Agrs Fdas Sertãozinho.<br />

O uso da <strong>poda</strong> <strong>de</strong> <strong>esqueletamento</strong> ou <strong>de</strong>sponte <strong>em</strong> <strong>cafeeiros</strong> v<strong>em</strong> crescendo muito nos últimos<br />

anos. Esse tipo <strong>de</strong> <strong>poda</strong> drástica t<strong>em</strong> 3 fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s principais – A 1ª é a <strong>de</strong> recuperar a ramag<strong>em</strong> lateral,<br />

produtiva, necessária <strong>na</strong> condição <strong>em</strong> que os ramos se encontram muito longos e finos ou <strong>em</strong>batumados. A<br />

2ª é a recuperação da copa como um todo, para isto a <strong>poda</strong> <strong>de</strong>vendo ser efetuada mais baixa e conduzida a<br />

brotação ortotrópica. A 3ª, a mais buscada atualmente, consiste <strong>em</strong> zerar a safra, facilitando os tratos e a<br />

colheita.<br />

Uma vez <strong>de</strong>finida a <strong>poda</strong>, quanto à época, a altura e largura <strong>de</strong> corte das plantas, resta <strong>de</strong>finir como<br />

realizar a operação, ou seja, qual o tipo <strong>de</strong> equipamento a utilizar, o que vai influenciar no rendimento e no<br />

<strong>custo</strong>.<br />

T<strong>em</strong>-se 3 modos principais para executar a <strong>poda</strong> <strong>de</strong> <strong>esqueletamento</strong> – a) <strong>de</strong> forma mecanizada, com<br />

impl<strong>em</strong>ento acoplado a trator, b) mecanizada <strong>de</strong> operação manual, com máqui<strong>na</strong> motorizada, e c) manual,<br />

com uso <strong>de</strong> foice.<br />

O equipamento tratorizado para esqueletar/<strong>de</strong>spontar é composto por um conjunto <strong>de</strong> discos <strong>de</strong><br />

serra circular ou <strong>de</strong> facas triangulares, dispostos <strong>em</strong> uma haste, que caminha lateralmente e <strong>em</strong> posição<br />

oblíqua à linha <strong>de</strong> <strong>cafeeiros</strong>, efetuando o corte dos ramos laterais, <strong>em</strong> forma cônica. Primeiro trabalha <strong>de</strong><br />

um lado, <strong>de</strong>pois do outro lado da linha, fi<strong>na</strong>lizando com outra passada, agora com a <strong>de</strong>cota<strong>de</strong>ira, para o<br />

corte alto da haste principal. Neste caso, são 3 passadas. Por isso, existe boa vantag<strong>em</strong> <strong>na</strong> combi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong><br />

impl<strong>em</strong>entos, colocando o <strong>de</strong> <strong>esqueletamento</strong> <strong>na</strong> frente do trator e o <strong>de</strong> <strong>de</strong>cotar <strong>na</strong> traseira, permitindo,<br />

inclusive, o repasse do <strong>de</strong>cote. O uso <strong>de</strong>ssa combi<strong>na</strong>ção viabiliza, ainda, o <strong>esqueletamento</strong> mecanizado <strong>em</strong><br />

lavouras mais a<strong>de</strong>nsadas ou fechadas, pois o corte da ramag<strong>em</strong> <strong>na</strong> frente promove a abertura, para o<br />

transito mais fácil do trator <strong>na</strong> rua.<br />

Na <strong>poda</strong> a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>quada <strong>em</strong> função do volume e da dureza do material a ser<br />

cortado, <strong>de</strong>vendo ser mais lenta <strong>em</strong> lavouras mais lenhosas. No <strong>esqueletamento</strong>, igualmente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />

volume a ser cortado, normalmente a velocida<strong>de</strong> variando <strong>de</strong> 700-2700 m/h. No <strong>de</strong>cote po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> 1,3 a<br />

2,7 km/h. Assim, consi<strong>de</strong>rando uma velocida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 1500 m no <strong>esqueletamento</strong> e 2000 m no <strong>de</strong>cote<br />

teríamos, com eficiência <strong>de</strong> 85%, e para uma lavoura com espaçamento <strong>de</strong> 3,8x 0,5 m, um rendimento <strong>de</strong><br />

<strong>poda</strong> <strong>de</strong> 1 hectare com 4 a 6 horas <strong>de</strong> trabalho do trator + impl<strong>em</strong>ento, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do uso <strong>de</strong> um ou <strong>de</strong><br />

outro equipamento. Deste modo, para o uso <strong>de</strong> maquinário próprio (R$50,00/h) ou alugado (70,00/h),<br />

teríamos um <strong>custo</strong> variando <strong>de</strong> 250,00 – 420,00 por ha. Po<strong>de</strong> haver necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um pequeno repasse<br />

com equipamento manual, para corte <strong>de</strong> alguns ramos que sobraram.<br />

O material fino, <strong>poda</strong>do, composto <strong>de</strong> ramos e folhas, <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>ixado no próprio local,<br />

passando-se, <strong>em</strong> seguida, uma trincha ou uma roça<strong>de</strong>ira para triturá-lo, para efetuar a redução do tamanho<br />

dos resíduos da <strong>poda</strong>, <strong>de</strong> modo a permitir os tratos. Para a passag<strong>em</strong> da trincha po<strong>de</strong>-se acrescer mais 2-4<br />

hs por há, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da largura da trincha e da rua.<br />

As máqui<strong>na</strong>s <strong>poda</strong><strong>de</strong>iras motorizadas, <strong>de</strong> operação manual, do tipo costal ou lateral, possu<strong>em</strong> um<br />

pequeno motor que acio<strong>na</strong>, <strong>na</strong> termi<strong>na</strong>l, o el<strong>em</strong>ento cortante, que po<strong>de</strong> ser um disco, uma peque<strong>na</strong> corrente<br />

(igual da moto-serra) ou um pente ou sega<strong>de</strong>ira. A máqui<strong>na</strong> é a mesma comumente usada para roçar, ervas<br />

ou grama. Existe, ainda, um kit para adaptar a máqui<strong>na</strong> <strong>de</strong>rriça<strong>de</strong>ira, para, também, efetuar <strong>poda</strong>.<br />

Para o <strong>esqueletamento</strong> o sist<strong>em</strong>a mais a<strong>de</strong>quado é aquele que usa o pente acoplado no termi<strong>na</strong>l da<br />

haste da máqui<strong>na</strong>, isto para o corte <strong>de</strong> ramos laterais. Um outro trabalhador vai atrás operando outra<br />

máqui<strong>na</strong>, esta com um disco, para fazer o corte alto da(s) haste(s) principal(is), compl<strong>em</strong>entando o<br />

trabalho. O normal são 4 trabalhadores operando no corte lateral das plantas, para um trabalhador<br />

cortando o termi<strong>na</strong>l(<strong>de</strong>cote). Nesta modalida<strong>de</strong> 5 pessoas po<strong>de</strong>m fazer cerca <strong>de</strong> 1-1,3ha por dia, com <strong>custo</strong><br />

<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 400,00 por ha.<br />

Quando o serviço é terceirizado, o pagamento é feito por planta, o <strong>custo</strong> po<strong>de</strong>ndo variar <strong>de</strong> R$ 0,10 a<br />

0,30 por planta. Neste tipo <strong>de</strong> trabalho, on<strong>de</strong> as pessoas possu<strong>em</strong> suas próprias máqui<strong>na</strong>s <strong>poda</strong><strong>de</strong>iras, o<br />

serviço fica mais caro e chega a custar <strong>na</strong> faixa <strong>de</strong> 600,00 a 800,00 por ha. É preciso l<strong>em</strong>brar que, se o<br />

pessoal não for capacitado, as máqui<strong>na</strong>s quebram facilmente e o rendimento cai.. Desta forma, trabalhando<br />

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com mão <strong>de</strong> obra da própria fazenda é indicado usar um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>em</strong>preita e <strong>de</strong> gratificação extra por<br />

rendimento.<br />

O<br />

acoplamento,<br />

ao trator, <strong>de</strong><br />

impl<strong>em</strong>ento<br />

dianteiro para<br />

esqueletar e<br />

atrás, para<br />

<strong>de</strong>cotar,<br />

permite<br />

economia no<br />

t<strong>em</strong>po <strong>de</strong><br />

realização da<br />

operação <strong>de</strong><br />

<strong>poda</strong><br />

mecanizada.<br />

Equipamento motorizado <strong>de</strong> operação manual, mostrando o pente <strong>de</strong> corte dos ramos laterais,<br />

no fi<strong>na</strong>l da haste da máqui<strong>na</strong>.<br />

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Trabalhador efetuando ape<strong>na</strong>s a <strong>poda</strong> dos ramos laterais.<br />

Outro trabalhador vai atrás, com equipamento munido <strong>de</strong> disco <strong>de</strong> corte, para efetuar sómente o<br />

corte da haste principal(<strong>de</strong>cote), mais grossa. Um dá conta <strong>de</strong> <strong>de</strong>cotar as plantas esqueletadas por<br />

4 outros.<br />

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Planta com topo já <strong>poda</strong>do, com <strong>de</strong>talhe mostrando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cortar<br />

mais alto do que o corte anterior(2 anos atrás), visando aproveitar maior área <strong>de</strong><br />

ramos laterais.<br />

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