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República Federativa <strong>do</strong> BrasilPresidente: Luiz Inácio Lula da SilvaVice-Presidente: José Alencar Gomes da Silva<strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>Ministra: Marina SilvaSecretário Executivo: João Paulo Ribeiro CapobiancoSecretaria de Biodiversidade e FlorestasSecretária: Maria Cecília Wey de BritoDepartamento de Áreas ProtegidasDiretor: Maurício MercadanteInstituto Chico Mendes de Conservação da BiodiversidadePresidente: João Paulo Ribeiro CapobiancoDiretoria de Unidades de Conservação de Proteção IntegralDiretor: Marcelo FrançosoDiretoria de Conservação da BiodiversidadeDiretor: Rômulo José Fernandes Barreto MelloDiretoria de Unidades de Conservação de Uso Sustentável e PopulaçõesTradicionaisDiretor: Paulo Henrique Borges de Oliveira Junior


<strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>Secretaria de Biodiversidade e FlorestasDepartamento de Áreas ProtegidasPilares para o Planode SustentabilidadeFinanceira <strong>do</strong> SistemaNacional de Unidadesde ConservaçãoSérie Áreas Protegidas <strong>do</strong> Brasil, 6Brasília2007


Série Áreas Protegidas <strong>do</strong> Brasil, 6Dedicamos este <strong>do</strong>cumento à memória de Alexandra Carla Almeida Silva,que sempre nos animou a dar continuidade a este trabalho.


Pilares para o Planode SustentabilidadeFinanceira <strong>do</strong> SistemaNacional de Unidadesde ConservaçãoSérie Áreas Protegidas <strong>do</strong> Brasil, 6


AgradecimentosA Analuce Freitas e Fábio França Silva Araújo, pela dedicação e empenhona realização deste <strong>do</strong>cumento.


SumárioApresentação..............................................................................1. Introdução..............................................................................2. Objetivos................................................................................3. Meto<strong>do</strong>logia............................................................................091314143.1 Estu<strong>do</strong>s de Base....................................................................3.2 Coleta de da<strong>do</strong>s no IBAMA, MMA e agências decooperação............................................................................3.3 Micosys ou Sistema de Projeção de InvestimentosMínimos para a Conservação – IMC.........................................1416144. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)..........5. Fontes de Receitas para as UC federais.....................................16165.1 Receitas Efetivas....................................................................5.2 Compensação Ambiental.........................................................5.3 Financiamentos Internacionais (bi e multilaterais)......................5.4 Visitação...............................................................................5.5 Outros..................................................................................19252627296. Receitas Potenciais.................................................................306.1 Fun<strong>do</strong> de Áreas Protegidas (FAP).............................................6.2 Concessões Florestais..............................................................6.3 Pagamento por Serviços Ambientais.........................................6.4 Bioprospecção.......................................................................6.5 Extrativismo..........................................................................6.6 Parcerias para a Gestão..........................................................3131323636367. Mecanismos Financeiros que colaboram indiretamente..............387.1 Fun<strong>do</strong> de Defesa de Direitos Difusos (FDD)...............................7.2 ICMS Ecológico......................................................................7.3 FPE Verde.............................................................................3840418. Custos Recorrentes Estima<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SNUC..................................428.1 Despesas de Custeio para as UC federais e estaduais.................8.2 Despesas de Custeio para as UC federais..................................8.3 Despesas de Custeio para as UC estaduais................................445152


9. Custos de Investimentos Mínimos Estima<strong>do</strong>s................................539.1 Investimentos Mínimos em UC federais e estaduais.......................9.2 Investimentos Mínimos em UC federais.......................................9.3 Investimentos Mínimos para áreas estaduais................................54585810. Reflexões e Recomendações......................................................Anexos..........................................................................................6065Relação <strong>do</strong>s Colabora<strong>do</strong>res............................................................... 65Instituições de Apoio....................................................................... 66Tabelas.......................................................................................... 66Quadros........................................................................................ 68Figuras.......................................................................................... 68Siglas............................................................................................ 69Documentos Consulta<strong>do</strong>s................................................................. 72Tabelas <strong>do</strong> Micosys......................................................................... 79Relação de Unidades de Conservação consideradas no estu<strong>do</strong>............. 8410


ApresentaçãoO <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> instituiu, em junho de 2004, o FórumNacional de Áreas Protegidas (Portaria MMA 134 de 7 de junho de2004). Com caráter consultivo e permanente, esse Fórum é compostopor representantes <strong>do</strong> governo e da sociedade civil, coordena<strong>do</strong> peloDepartamento de Áreas Protegidas <strong>do</strong> MMA e tem como objetivo proporpolíticas e programas para a implementação <strong>do</strong> Plano Nacional de ÁreasProtegidas.No início de 2005, foram cria<strong>do</strong>s no âmbito desse Fórum, através daPortaria n° 14 de 10/05/05, três Grupos Temáticos, seguin<strong>do</strong> prioridadesparticipativamente estabelecidas entre representantes <strong>do</strong> governo eda sociedade civil: 1 - Monitoramento da Biodiversidade; 2 - GestãoParticipativa; e 3 - Sustentabilidade Financeira <strong>do</strong> SNUC. Este relatórioexpressa as considerações deste último GT e é resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> esforço e dacolaboração de pelo menos outras duas dezenas de profissionais e técnicos,de organizações governamentais e não governamentais, especializa<strong>do</strong>s notema (Portaria n° 1 de 11 de maio de 2005 SBF/MMA).Durante cerca de 24 meses, eles investigaram e pesquisaram aatual situação <strong>do</strong> SNUC e como ele pode se tornar mais eficiente e,principalmente, financeiramente sustentável. A relação <strong>do</strong>s integrantes<strong>do</strong> GT e de to<strong>do</strong>s os colabora<strong>do</strong>res deste relatório está listada no Anexo11.1. As recomendações, frutos deste trabalho, podem ser encontradas nocapítulo 10 deste relatório.Conhecer o verdadeiro tamanho <strong>do</strong> SNUC foi o primeiro grande desafioencontra<strong>do</strong> pelo GT Sustentabilidade Financeira. A falta de sistematizaçãode da<strong>do</strong>s básicos e, muitas vezes, a ausência de informações essenciais(como, por exemplo, o número de áreas de proteção municipais) fizeramcom que o trabalho de pesquisa e levantamento de informações tomassedimensões não imaginadas no seu início.Além deste, outros desafios foram supera<strong>do</strong>s, ou contorna<strong>do</strong>s, para quese chegasse às conclusões e recomendações apresentadas ao final desterelatório. O propósito é o de que elas, juntamente com as informaçõesaqui reunidas, proporcionem um mapeamento atual <strong>do</strong> SNUC e desuas potencialidades, sob o ponto de vista orçamentário e financeiro, eofereçam alternativas eficientes para a elaboração <strong>do</strong> Plano Nacional deSustentabilidade Financeira para este Sistema, de mo<strong>do</strong> que ele cumprasua função de efetivamente proteger a rica biodiversidade brasileira.Na introdução deste relatório contextualizamos o ambiente de debatesobre as Unidades de Conservação no Brasil e no mun<strong>do</strong>, acentuan<strong>do</strong> a11


necessidade de diretrizes para a sustentabilidade <strong>do</strong>s diferentes sistemasde unidades de conservação. O capítulo 2 apresenta o objetivo desterelatório, na forma de perguntas, e descreve o processo pelo qual o grupovê a utilização deste produto pelo governo e pela sociedade. O méto<strong>do</strong> deanálise, com a relação aos estu<strong>do</strong>s de base que orientaram o relatório, éapresenta<strong>do</strong> no capítulo seguinte. O Sistema Nacional de Unidades deConservação é apresenta<strong>do</strong> no capitulo 4.Finalmente, os capítulos 5, 6 e 7 apresentam a composição <strong>do</strong> orçamentodisponível e potencial, além de outros mecanismos que podem auxiliarna captação <strong>do</strong>s diversos recursos necessários para a gestão <strong>do</strong> sistema.Neles são contempladas as informações financeiras que foram obtidaspelo grupo, no que concerne ao orçamento disponível. São apresentadasas fontes de receitas efetivas e potenciais, ressaltan<strong>do</strong> o fato de que ogrupo, pela indisponibilidade de informações sobre os da<strong>do</strong>s financeiros<strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s e municípios, teve de restringir sua análise ao orçamento parao sistema federal, chegan<strong>do</strong> assim a um orçamento anual de pouco maisde 200 milhões de reais anuais e a um contingente de 2.000 servi<strong>do</strong>restrabalhan<strong>do</strong> nas e para as UC federais. Nas receitas potenciais, o GT exploraalgumas possibilidades de fontes ainda pouco utilizadas, como o ICMSEcológico, e fontes ainda não disponíveis, como o Fun<strong>do</strong> de ConcessõesFlorestais.Para a definição de custos, sob a orientação <strong>do</strong> consultor Daan Vreugdenhil,o GT optou por usar a parte financeira <strong>do</strong> programa Minimum ConservationSystem (Micosys) – denomina<strong>do</strong> aqui de Sistema de Projeção deInvestimentos Mínimos para a Conservação - IMC, detalha<strong>do</strong> no capítulo 3.Os resulta<strong>do</strong>s desta aplicação são apresenta<strong>do</strong>s nos capítulos 8 e 9. Para asua utilização foram realizadas reuniões de calibração desse sistema comtécnicos <strong>do</strong> Instituto Brasileiro <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> e <strong>do</strong>s Recursos NaturaisRenováveis (IBAMA) e <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> (MMA). Comoresulta<strong>do</strong> final, chegou-se a uma estimativa de custos recorrentes anuais(despesas de custeio) da ordem de 466 milhões de reais para o sistemafederal e de 394 milhões para o sistema estadual. Em relação ao pessoalnecessário, o sistema utiliza<strong>do</strong> - que aponta as necessidades MÍNIMAS -,considera que é preciso aumentar em pelo menos cinco vezes o número deservi<strong>do</strong>res para o sistema federal, em comparação com o atual quadro.O relatório apresenta ainda quadros contemplan<strong>do</strong> informações relevantessobre situações semelhantes em outros países e comentários que enriquecemos capítulos. Quarenta e duas tabelas ilustram os textos e oferecem maiorcompreensão <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s.Boa leitura!12


1. IntroduçãoA criação e implementação de áreas protegidas é um <strong>do</strong>s principaisinstrumentos para a conservação da biodiversidade e de valores culturaisassocia<strong>do</strong>s, assim como para o uso sustentável <strong>do</strong>s recursos naturais. Acriação e a implementação de áreas protegidas, obviamente, dependem dadisponibilidade, em volume adequa<strong>do</strong> e regular, de recursos financeiros. Adisponibilidade desses recursos, atual e potencial, e sua forma de gestãovão determinar as possibilidades de consolidação, manutenção e expansão<strong>do</strong> nosso sistema de áreas protegidas e a nossa capacidade de cumprir asmetas nacionais e internacionais assumidas pelo País.Em março de 2007, as Unidades de Conservação (UC) no Brasil somavammais de um milhão de quilômetros quadra<strong>do</strong>s, protegen<strong>do</strong> pouco mais de10% <strong>do</strong> território continental brasileiro. Eram 288 unidades federais, 308unidades estaduais e 743 Reservas Particulares <strong>do</strong> Patrimônio Natural(RPPNs) inscritas no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação.Esses números refletem um esforço considerável de conservação in situ dadiversidade biológica. No entanto, as áreas de proteção no País enfrentamtrês grandes desafios: primeiro, o total de área protegida por biomaé insuficiente para a conservação da biodiversidade (segun<strong>do</strong> o critériomínimo de 10% de proteção integral por bioma, uma das conclusões <strong>do</strong>IV Congresso Internacional de Áreas Protegidas, realiza<strong>do</strong> em Caracas, noano de 1992). Por exemplo, enquanto a Amazônia detém cerca de 20%de seu território protegi<strong>do</strong>s por unidades de conservação, o Pantanal tempouco mais que 2%. Segun<strong>do</strong>, muitas das áreas já criadas ainda não foramefetivamente implementadas e ainda não se pode afirmar que atingiramintegralmente os objetivos que motivaram sua criação. E, por último, aefetivação de um sistema de UC que integra, sob um só marco legal, asunidades das três esferas de governo (federal, estadual e municipal) aindacarece de instrumentos básicos como, por exemplo, uma base de da<strong>do</strong>ssistematiza<strong>do</strong>s e um plano que garanta sua sustentabilidade financeira, ouseja, sua viabilidade.Este relatório surge justamente <strong>do</strong> desafio de responder a esta necessidadechave que é assegurar a sustentabilidade financeira <strong>do</strong> Sistema Nacionalde Unidades de Conservação (SNUC). Segun<strong>do</strong> o Plano Nacional de ÁreasProtegidas (Decreto 5758/06) e os compromissos internacionalmenteassumi<strong>do</strong>s pelo Brasil junto à Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB),o País deve elaborar um plano de sustentabilidade financeira para garantirque, até 2010, para áreas terrestres, e até 2012, para áreas marinhas,o País possa contar com um sistema de áreas protegidas efetivamentemaneja<strong>do</strong>, que abranja amostras representativas de to<strong>do</strong>s os ecossistemasnacionais e disponha de recursos que assegurem sua manutenção no longo15


prazo, de mo<strong>do</strong> que o Brasil possa, assim, cumprir seu papel no conjuntoda rede mundial de áreas protegidas. Aqui, oferecemos os pilares para ocumprimento de uma parte deste compromisso, no que diz respeito àsUnidades de Conservação, lembran<strong>do</strong> que outras áreas protegidas, comoas Terras Indígenas, devem merecer esforço semelhante.2. ObjetivosO objetivo deste trabalho é o de fornecer subsídios para a elaboração daEstratégia de Sustentabilidade Financeira para o SNUC, por meio da análisede ferramentas novas ou já existentes (por exemplo: políticas públicas,taxas, opções de geração de renda, arranjos institucionais, etc).O trabalho procura responder às seguintes perguntas fundamentais:1. Fontes de recursos- Quais são as fontes atuais e potenciais de recursos para as unidades deconservação <strong>do</strong> SNUC?- Qual o volume de recursos gera<strong>do</strong>s por essas fontes?- Quão acessíveis e efetivas elas são?2. Demanda por recursos- Quais são os recursos necessários para a gestão <strong>do</strong> SNUC?3. Mecanismos de gestão e monitoramento- Como são geri<strong>do</strong>s os recursos financeiros, administrativos e técnicosatualmente disponíveis?- Como a atual gestão financeira, técnica e administrativa pode ser maiseficiente?3. Meto<strong>do</strong>logia3.1. Estu<strong>do</strong>s de baseO GT iniciou seus trabalhos com a preparação de 10 <strong>do</strong>cumentos de apoiosobre aspectos institucionais e legais <strong>do</strong> SNUC e fontes potenciais para oseu financiamento. Os <strong>do</strong>cumentos foram prepara<strong>do</strong>s por colabora<strong>do</strong>resespecialistas no tema, das organizações membros <strong>do</strong> GT e de outrasinstituições de pesquisa, e foram objeto de discussão e revisão durante umseminário realiza<strong>do</strong> em agosto de 2005, em Brasília. Os <strong>do</strong>cumentos sãoos seguintes:A Implementação da Co-gestão de Unidades de Conservação noBrasil – Desafios e Oportunidades/ Rachel Biderman Furriela16Acesso aos Recursos Genéticos e Repartição de Benefícios emÁreas Protegidas/ Fernan<strong>do</strong> Baptista e Nurit Bensusan


Compensação Ambiental no Benefício da SustentabilidadeEconômica <strong>do</strong> Sistema Nacional de Unidades de Conservação/Ana Lucia Camphora. Apoio: Analuce Rojas Freitas, LucianoBonatti Regala<strong>do</strong>, Ofélia de Fátima Gil Willmers<strong>do</strong>rf, SoniaLucia PeixotoDiagnóstico de Recursos Federais para Áreas Protegidas noBrasil/ Helcio Marcelo de SouzaEcoturismo como Mecanismo de Geração de RecursosFinanceiros para o SNUC no Brasil/ Anna Júlia Passold e SôniaMaria Sfair KinkerExperiências de Gestão das Unidades de Conservação FederaisPraticadas pelo IBAMA ten<strong>do</strong> em vista a SustentabilidadeEconômica/ Maria Cristina Soares de Almeida (Tiná)FPE Verde: Uma Fonte para o Desenvolvimento Sustentável/Nilo Sérgio de Melo DinizInstrumentos para a Sustentabilidade Econômica de Unidadesde Conservação (UC)/ Mario Monzoni e Roberta BuendiaSabbaghPagamentos por Serviços Ecossistêmicos: Foco Sobre o Uso deRecursos Hídricos Protegi<strong>do</strong>s por Unidades de Conservação/Leonar<strong>do</strong> GeludaUm Olhar sobre os Parques Nacionais Brasileiros/ AndreaZimmermann, Camila Gonçalves de Oliveira Rodrigues, JeffersonGazonni e Julio AndradeLevantamento de servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> IBAMA trabalhan<strong>do</strong> emUnidades de Conservação (apresenta<strong>do</strong> posteriormente)/Adriana Françoso e Pedro EymarEstu<strong>do</strong>s sobre o impacto <strong>do</strong> Extrativismo para a sustentabilidade das UC esobre os recursos estaduais destina<strong>do</strong>s às UC não foram realiza<strong>do</strong>s devi<strong>do</strong>à indisponibilidade de informações na área no momento <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s decaso. Acreditamos que estas informações sejam fundamentais para apróxima fase na elaboração <strong>do</strong> Plano de Sustentabilidade.17


3.2. Coleta de da<strong>do</strong>s no IBAMA, MMA e agências de cooperaçãointernacionalEm seguida, foram levantadas as informações disponíveis no IBAMA eno MMA, com o apoio direto <strong>do</strong>s técnicos de ambas as intituições. To<strong>do</strong>sos da<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s neste relatório foram fruto de um trabalho conjuntoentre o GT, a Diretoria de Ecossistemas/IBAMA e a Diretoria de ÁreasProtegidas/MMA. O acompanhamento <strong>do</strong>s técnicos tanto <strong>do</strong> IBAMA quanto<strong>do</strong> MMA foi fundamental na aquisição e na análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s. Tambémforam levantadas as informações disponíveis nas agências de cooperaçãointernacional.3.3. Micosys ou Sistema de Projeção de Investimentos Mínimos para aConservação (IMC)Em 1992, durante a estruturação de um empréstimo <strong>do</strong> Banco Mundial parao setor florestal da Costa Rica, foi feita uma avaliação da representatividadebiológica <strong>do</strong> Sistema Nacional de Áreas de Conservação (Vreugdenhil,1992a). Com essa finalidade, o Banco Mundial encomen<strong>do</strong>u a elaboraçãode um programa de computa<strong>do</strong>r para a análise da representatividade emodelagem de sistemas de áreas protegidas. O produto, desenvolvi<strong>do</strong> porDaan Vreugdenhil, consultor sênior <strong>do</strong> GT, foi um conjunto de planilhasde cálculo, tipo Excel, denomina<strong>do</strong> MICOSYS (1992b) – “MinimumConservation System” –, projeta<strong>do</strong> para (1) determinar em que medidaa biodiversidade <strong>do</strong> país esta representada e protegida nas suas áreasprotegidas; (2) modelar o conjunto de áreas protegidas necessário paraproteger amostras de to<strong>do</strong>s os ecossistemas e espécies <strong>do</strong> país; e (3)fornecer uma estimativa <strong>do</strong>s investimentos e custos operacionais dasalternativas modeladas. O programa compara conjuntos alternativos deáreas protegidas com base na representação <strong>do</strong>s ecossistemas, espéciesmais preocupantes e variáveis socioeconômicas e culturais.Neste trabalho, foi utiliza<strong>do</strong> apenas o componente financeiro <strong>do</strong> MICOSYS.O sistema foi elabora<strong>do</strong> para calcular os custos mínimos de custeio einvestimentos de áreas protegidas federais, estaduais e privadas. Umaoficina de calibração de custos foi realizada em Brasília, em dezembrode 2005, com técnicos <strong>do</strong> IBAMA e <strong>do</strong> MMA. Outros ajustes foram feitosdurante a elaboração <strong>do</strong> trabalho. Para facilitar seu entendimento, a<strong>do</strong>tamosa denominação de Sistema de Projeção de Investimentos Mínimos para aConservação – IMC.Para a relação entre as categorias de manejo <strong>do</strong> SNUC e da UniãoInternacional para a Conservação da Natureza (UICN), foi utiliza<strong>do</strong> comoreferência o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação – CNUC,conforme tabela a seguir:18


Tabela 1: Relação entre as categorias de UC <strong>do</strong> SNUC e da UICN4. O tamanho <strong>do</strong> Sistema Nacional de Unidades de Conservaçãoda Natureza (SNUC)A Tabela 2 indica o número e a área das unidades de conservação federaise estaduais em março de 2007. São ao to<strong>do</strong>, incluin<strong>do</strong> as ReservasParticulares <strong>do</strong> Patrimônio Natural, 1.339 UC, abrangen<strong>do</strong> uma área decerca de 1,05 milhão de quilômetros quadra<strong>do</strong>s.Tabela 2: Número, área e percentual <strong>do</strong> território nacional abrangi<strong>do</strong> por unidadesfederais e estaduaisFonte MMA 2007(UC cadastradas no Cadastro Nacional de UC em março de 2007)19


Esta tabela apresenta as UC federais declaradas e constantes no CadastroNacional de Unidades de Conservação até março de 2007. As informaçõessobre as unidades estaduais não estão completas, mas os da<strong>do</strong>sprovavelmente cobrem boa parte das terras protegidas pelos esta<strong>do</strong>s.Números sobre as UC municipais não estão disponíveis, porém, segun<strong>do</strong>o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas cobririam umtotal de 11O mil quilômetros quadra<strong>do</strong>s, ou seja, representariam menosde 2% <strong>do</strong> SNUC. As RPPNs também não possuem uma base de da<strong>do</strong>ssistematizada e, portanto, foram utiliza<strong>do</strong>s os números disponíveis noCadastro Nacional de Unidades de Conservação, em 2007. Importanteressaltar que a soma total das superfícies consideradas neste relatório deveser vista com certa cautela devi<strong>do</strong> à existência de casos de sobreposiçãoentre unidades federais, estaduais e municipais.5. Fontes de Receita para as UC federaisAqui analisamos apenas as fontes de receita financeira para as UC federais.Não foi possível levantar os da<strong>do</strong>s orçamentários para as UC estaduais emunicipais.As fontes de receita foram classificadas em três categorias: a) efetivas; b)potenciais; e c) que colaboram ou podem colaborar indiretamente.A. Receitas efetivas (com potencial de crescimento):I - Orçamento federalIBAMAMMAFun<strong>do</strong> Nacional <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> (FNMA)II - Compensação ambientalIII – Financiamentos internacionais (bi e multilaterais)IV - Co-gestãoV – Visitação à Unidades de ConservaçãoVI – Outros: concessão de serviços, <strong>do</strong>ação, pagamento de royalties econversão de multasB. Receitas potenciais:VII – Fun<strong>do</strong> de Áreas Protegidas (FAP)VIII - Concessões florestaisIX - Serviços ambientais: água e carbonoX – BioprospecçãoXI - ExtrativismoC. Mecanismos financeiros que colaboram indiretamente:20XII - Fun<strong>do</strong> de Direitos Difusos (FDD)XIII – ICMS ecológicoXIV - FPE verde


Neste capítulo descreveremos como o GT chegou a uma estimativa dereceita atual, efetiva ou real, de 229,2 milhões de reais para o ano de2006. Um montante de recursos adicionais, como fun<strong>do</strong>s ou recursosacumula<strong>do</strong>s provenientes de fontes como compensação ambiental emultas, que ainda não foram efetivamente cobra<strong>do</strong>s, não estão sen<strong>do</strong>considera<strong>do</strong>s neste capítulo. As fontes potenciais e também os mecanismosque colaboram indiretamente com a gestão serão alvo de discussão nospróximos capítulos.5.1. Receitas EfetivasA meto<strong>do</strong>logia para estimar cada um destes elementos de receita estádescrita nas páginas seguintes, com foco nas receitas para UC federais, comuma seção única e indicativa para receita estadual dedicada ao SNUC.Tabela 3: Resumo das fontes federais de receita atuais <strong>do</strong> SNUC,com base no ano de 2006 (em milhões de reais)5.1.1. Orçamento federalO SNUC recebe <strong>do</strong> orçamento federal aproximadamente 229,2 milhões dereais por ano, com base em da<strong>do</strong>s de 2006. Esse valor é composto pelasseguintes categorias:- Pessoal (MMA e IBAMA)- Programas finalísticos <strong>do</strong> IBAMA- Programas finalísticos <strong>do</strong> MMA- FNMAO esclarecimento <strong>do</strong> processo de estimativa desses valores é instrutivo eimportante para as perspectivas futuras de sustentabilidade <strong>do</strong> Sistema,no que tange a: consolidação dessas fontes, tendências e potencial deampliação, e compilação em um sistema de gestão integra<strong>do</strong>. Por isso,apresentamos a seguir a construção <strong>do</strong> orçamento para a gestão ambiental<strong>do</strong> governo federal e a forma de identificação das suas contribuições parao SNUC.5.1.1.1. Recursos aloca<strong>do</strong>s para a gestão ambiental <strong>do</strong> governo federalno perío<strong>do</strong> 2000 - 2006O orçamento <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> (incluin<strong>do</strong> IBAMA e ANA) girouem torno de um bilhão nos últimos cinco anos (Figura 1). Em comparaçãocom os demais <strong>Ministério</strong>s, é um <strong>do</strong>s menores orçamentos. (Figura 2).21


Em 2006, o orçamento <strong>do</strong> MMA correspondeu a apenas 0,11% <strong>do</strong> orçamentoda União. O orçamento total para o <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> aprova<strong>do</strong>pelo congresso na Lei orçamentária anual de 2006 mais créditos adicionaisfoi de R$ 2,389,458,395.00. No entanto, este montante foi contingencia<strong>do</strong>em R$ 915,394,395.00. Restaram R$1,474,064,000.00, <strong>do</strong>s quaisforam empenha<strong>do</strong>s R$1,320,519,281.00. Uma análise superficial <strong>do</strong>sda<strong>do</strong>s financeiros, considera<strong>do</strong>s apenas os valores da LOA + créditos eo efetivamente empenha<strong>do</strong>, poderia indicar uma baixa capacidade deexecução <strong>do</strong> MMA (55%). Na verdade, a execução real, consideran<strong>do</strong> odisponível para empenho e o efetivamente empenha<strong>do</strong>, foi de 90%.Figura 1: Evolução <strong>do</strong> orçamento federal para a gestão ambiental (em milhões de reais ecorrigi<strong>do</strong>s pela inflação)Source: Sistema Integra<strong>do</strong> de Administração Financeira <strong>do</strong> Governo Federal (SIAFI)Figura 2: Comparativo de gastos <strong>do</strong> MMA com outros órgãos federais(em milhões de reais e liquida<strong>do</strong> em 2006)Fonte: Orçamento da União5.1.1.2. Orçamento <strong>do</strong> SNUC no Plano Plurianual <strong>do</strong> Governo Federal2004-2007O MMA teve, em 2006, 32 programas finalísticos, segun<strong>do</strong> o PlanoPlurianual (PPA) 2004-2007. Um deles tem foco exclusivo nas UC, oPrograma Áreas Protegidas <strong>do</strong> Brasil - programa 499, que sucedeu oPrograma Parques <strong>do</strong> Brasil, no PPA 2000-2003.22


Além deste, na análise das atividades desempenhadas por to<strong>do</strong>s osprogramas, identificamos outros cinco programas com recursos destina<strong>do</strong>sàs UC e entorno: o Programa de Prevenção e Combate ao Desmatamento,Queimadas e Incêndios - programa 503; o das Comunidades Tradicionais -programa 1145 e, finalmente, o de Conservação e Recuperação <strong>do</strong>s BiomasBrasileiros - programa 1332 (Tabela 4). Com diferentes percentuais, frutoda avaliação <strong>do</strong> orçamento de cada atividade, estes programas respondempor quase o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> orçamento <strong>do</strong> Programa de Áreas Protegidas,adicionan<strong>do</strong> ao total destina<strong>do</strong> às Uc, R$ 41,6 milhões.Tabela 4: Programas e projetos <strong>do</strong> orçamento federal com recursos para o SNUC (LOA 2006)Fonte: SIAFI/STN - Base de Da<strong>do</strong>s da Consultoria de Orçamento (CO) e PRODASEN5.1.1.3. Recursos <strong>do</strong> IBAMA destina<strong>do</strong>s às UC federaisDos recursos totais <strong>do</strong> IBAMA (978,39 milhões de reais em 2006), 426milhões são destina<strong>do</strong>s ao pagamento de pessoal e encargos sociais (Tabela5). Esse montante cobre as despesas de um quadro de aproximadamente6.500 servi<strong>do</strong>res, número compila<strong>do</strong> pela soma <strong>do</strong>s 5.280 cargos efetivos(<strong>do</strong> Decreto n° 4.293, de julho 2002), mais os <strong>do</strong>is concursos realiza<strong>do</strong>s em2002 e 2005, que teriam agrega<strong>do</strong> ao órgão outros 1.220 servi<strong>do</strong>res.Tabela 5: Composição das despesas de execução orçamentária <strong>do</strong> IBAMA em 2006 (em reais)A despesa com pessoal é dividida entre os inativos e pensionistas (172milhões de reais) e os servi<strong>do</strong>res ativos (428,5 milhões de reais). Mas,quantos são os servi<strong>do</strong>res dedica<strong>do</strong>s às UC?23


Como não há da<strong>do</strong>s oficiais públicos sobre o número de servi<strong>do</strong>res atuantesseja nas UC diretamente, seja nas atividades de apoio desenvolvidas pelasSuperintendências Estaduais ou Regionais, foram utiliza<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>spela Diretoria de Ecossistemas <strong>do</strong> IBAMA e pelo MMA, sistematiza<strong>do</strong>s poruma consultoria especifica.Tabela 6: Servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> IBAMA atuantes nas UCPara a estimativa <strong>do</strong> pessoal lota<strong>do</strong> na administração central vincula<strong>do</strong>sà gestão das UC, utilizamos os da<strong>do</strong>s de entrevistas realizadas junto àsdiretorias <strong>do</strong> IBAMA em Brasília:Tabela 7: Servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> IBAMA atuantes em BrasíliaTotal IBAMA =212 servi<strong>do</strong>res em BSB + 1.783 nas UC = 1.995 servi<strong>do</strong>resdedica<strong>do</strong>s às UCPara o cálculo <strong>do</strong> valor das despesas com pessoal, assumimos que o quadrode 6.487 servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> IBAMA refere-se à servi<strong>do</strong>res da ativa, assim comoo quadro de 1.995 servi<strong>do</strong>res dedica<strong>do</strong>s às UC.Tabela 8: Estimativa das despesas <strong>do</strong> IBAMA com servi<strong>do</strong>res dedica<strong>do</strong>s às UC(em milhões de reais)24


A seguir, indicamos os recursos <strong>do</strong>s programas e ações <strong>do</strong> orçamentofederal destina<strong>do</strong>s às UC. Estão incluí<strong>do</strong>s os gastos relativos ao programaGestão da Política Ambiental - 511 e ao programa Apoio Administrativo- 750, que também destinam recursos para a gestão <strong>do</strong> sistema de UCfederais.Tabela 9: Recursos <strong>do</strong> IBAMA destina<strong>do</strong>s às UC ,sem servi<strong>do</strong>res e sem serviços da dívida (em reais) 11Considera-se que os brigadistas não são considera<strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res estan<strong>do</strong> seus salários contabiliza<strong>do</strong>s noprograma FlorescerFonte: SIAFI/STN - Base de Da<strong>do</strong>s da Consultoria de Orçamento (CO) e PRODASEN.Soman<strong>do</strong> o montante da tabela acima, com os gastos estima<strong>do</strong>s parapessoal atuan<strong>do</strong> para o SNUC, chegamos a um total de 184,5 milhões dereais para os gastos <strong>do</strong> IBAMA para o SNUC.5.1.1.4. Recursos <strong>do</strong> MMA destina<strong>do</strong>s ao SNUCPara o cálculo <strong>do</strong>s valores investi<strong>do</strong>s diretamente pelo MMA no SNUCnão foi possível separar a despesa com pessoal da despesa em programasfinalísticos, especialmente porque a remuneração de muitos servi<strong>do</strong>restemporários <strong>do</strong> MMA é contabilizada como atividade finalística. Este é ocaso, por exemplo, de dez <strong>do</strong>s 12 servi<strong>do</strong>res aloca<strong>do</strong>s na Diretoria de ÁreasProtegidas (DAP) <strong>do</strong> MMA, em 2006. Assim, tomamos o orçamento <strong>do</strong>MMA, de 194,3 milhões de reais, e fizemos uma análise minuciosa <strong>do</strong>sseus programas finalísticos.25


Concluímos que o MMA destina para as UC 17,5 milhões de reais (Tabela10), Isso equivale a dizer que 9% <strong>do</strong>s recursos administra<strong>do</strong>s diretamentepelo MMA são destina<strong>do</strong>s ao SNUC, praticamente to<strong>do</strong> ele no programaÁreas Protegidas <strong>do</strong> Brasil.Tabela 10: Recursos destina<strong>do</strong>s pelo MMA ao SNUC (em reais)Fonte: SIAFI/STN - Base de Da<strong>do</strong>s da Consultoria de Orçamento (CO) e PRODASEN5.1.1.5. Recursos <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> Nacional <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> (FNMA)destina<strong>do</strong>s ao SNUCO FNMA, cria<strong>do</strong> pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, tem por missão,como agente financia<strong>do</strong>r e por meio da participação social, contribuirpara a implementação da Política Nacional <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> (PNMA)e é coordena<strong>do</strong> e supervisiona<strong>do</strong> pela Secretaria Executiva <strong>do</strong> MMA. SeuConselho Deliberativo – composto por representantes <strong>do</strong>s governos federale estaduais e de organizações não-governamentais que atuam na áreaambiental – tem como competência as decisões quanto às solicitaçõesde financiamento e o estabelecimento de prioridades e diretrizes para aatuação <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong>, em conformidade com a Política Nacional <strong>do</strong> <strong>Meio</strong><strong>Ambiente</strong>.Os recursos disponibiliza<strong>do</strong>s pelo FNMA provêm <strong>do</strong> Tesouro Nacional, departe da arrecadação de multas (10%) sobre a Lei de Crimes Ambientais (Leinº 9.605/1998), da quota-parte <strong>do</strong> petróleo, de contrato de empréstimoscom o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), <strong>do</strong> Acor<strong>do</strong> deCooperação Técnica com o governo <strong>do</strong> Reino <strong>do</strong>s Países Baixos, de <strong>do</strong>ação<strong>do</strong> banco alemão KfW no âmbito <strong>do</strong> programa-Piloto para Proteção dasFlorestas Tropicais (PPG-7), de <strong>do</strong>ações de pessoas físicas e jurídicas e deoutras fontes interessadas na implementação da PNMA.26O FNMA apresenta algumas linhas temáticas para o apoio à implementaçãoe à gestão de UC na modalidade de demanda espontânea, poden<strong>do</strong> financiarprojetos para implementação de UC nos três níveis de governo. O Fun<strong>do</strong>


Nacional <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> (FNMA) destinou menos de 5% <strong>do</strong>s seus 11,4milhões de reais para ações diretamente relacionadas às UC. É importanteressaltar que no ano de 2006, ao contrário <strong>do</strong>s anos anteriores, não houvenenhuma ação <strong>do</strong> Programa Áreas Protegidas <strong>do</strong> Brasil executada noâmbito <strong>do</strong> FNMA.Tabela 11: Recursos <strong>do</strong> FNMA destina<strong>do</strong>s ao SNUC (em reais)5.2. Compensação AmbientalA compensação ambiental é um instrumento que visa garantir à sociedadeum ressarcimento pelos danos não mitigáveis causa<strong>do</strong>s à biodiversidadepor empreendimentos de significativo impacto ambiental. A compensaçãoestá prevista no artigo 36 da Lei <strong>do</strong> SNUC, que obriga o empreende<strong>do</strong>ra apoiar a implantação e a manutenção de UC, mediante a aplicação deum valor correspondente a no mínimo 0,5% <strong>do</strong> custo de implantação <strong>do</strong>empreendimento, ou seja, <strong>do</strong> valor total <strong>do</strong> investimento. O percentual defato aplica<strong>do</strong> deve ser fixa<strong>do</strong> pelo órgão licencia<strong>do</strong>r (o IBAMA ou os ÓrgãosEstaduais de <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> (OEMAs)), de acor<strong>do</strong> com o grau de impactoambiental <strong>do</strong> empreendimento aferi<strong>do</strong> no processo de licenciamentoambiental. Os recursos da compensação são executa<strong>do</strong>s diretamente peloempreende<strong>do</strong>r, de acor<strong>do</strong> com um plano de trabalho estabeleci<strong>do</strong> peloórgão ambiental.De 1998 até 2004, a execução <strong>do</strong>s recursos oriun<strong>do</strong>s da compensaçãoambiental federal foi de apenas 15 milhões de reais. Com a instalação eefetivação, no IBAMA, em 2004, da Câmara de Compensação Ambiental -CCA, a situação melhorou. Em 2006, foram executa<strong>do</strong>s aproximadamenteR$10 milhões, conforme informação da DIREC/IBAMA.Em 2005, a Câmara auditou to<strong>do</strong>s os processos de compensaçãoambiental. Foram audita<strong>do</strong>s 114 projetos até novembro, corresponden<strong>do</strong>a um montante de 289 milhões de reais, valor superior ao destina<strong>do</strong> peloorçamento público para a gestão das Unidades de Conservação. Destemontante, até março de 2006, 250 milhões de reais já estavam acorda<strong>do</strong>scom os empreende<strong>do</strong>res, relativos a 96 projetos, restan<strong>do</strong> 38,9 milhões dereais a serem destina<strong>do</strong>s.27


Tabela 12: Execução da compensação ambiental em 2006 (em reais)Fonte: Direc/IBAMAEm 2006, para assegurar maior agilidade e eficácia na utilização <strong>do</strong>srecursos da compensação ambiental, foi cria<strong>do</strong> o Fun<strong>do</strong> de CompensaçãoAmbiental (FCA), geri<strong>do</strong> pela Caixa Econômica Federal (CEF). A adesãodas empresas ao FCA é voluntária, vale dizer, a empresa pode executardiretamente o recurso da compensação ou depositá-lo no FCA, conferin<strong>do</strong>ao IBAMA um mandato para executá-lo. A adesão ao FCA desonera aempresa da obrigação de adquirir bens e contratar serviços e produtos quenão têm relação com a atividade da empresa, como planos de manejo ouregularização fundiária. Além de fazer a gestão <strong>do</strong> FCA, a CEF oferece aoIBAMA outros serviços para facilitar a execução <strong>do</strong>s recursos: o Portal deCompras, a Gerencia<strong>do</strong>ra Pública e o GovCorporativo. A gestão <strong>do</strong>s recursosda compensação aplica<strong>do</strong>s no FCA, com a utilização <strong>do</strong>s demais serviçosofereci<strong>do</strong>s pela CEF, vai possibilitar ao IBAMA aumentar o controle, planejarmelhor o gasto e aumentar a capacidade de execução <strong>do</strong>s recursos.Segun<strong>do</strong> informações da CCA, o sistema federal de gestão da compensaçãoambiental é deficitário tanto em pessoal como em recursos. Não hádestinação orçamentária específica para a gestão da compensação ambientale o pessoal designa<strong>do</strong> para trabalhar é extremamente inconstante.5.3. Financiamentos Internacionais (bi e multilaterais)A cooperação internacional, que também representa uma fonte efetivade recursos para as UC e cujos da<strong>do</strong>s estavam disponíveis, aportou 290milhões de dólares entre 1990 e 2006, consideran<strong>do</strong>-se empréstimos(mais comuns nos anos 90) e <strong>do</strong>ações para UC e Terras Indígenas (Ti)(Diewald et al, <strong>do</strong>cumento final).As UC <strong>do</strong> programa ARPA receberam, em 2006, <strong>do</strong>s 23,3 milhões previstosno plano operativo (POA) daquele ano, 17 milhões de reais, estan<strong>do</strong> orestante ainda em fase de compra ou de entrega em abril/2007.28


A receita estimada <strong>do</strong> SNUC deve considerar, ainda, projetos potenciais emnegociação como, por exemplo, com o Fun<strong>do</strong> Global para o <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>(GEF) - da<strong>do</strong> que a Tabela 3 (página XX) contempla apenas os projetosem curso. O levantamento de tais projetos não foi incorpora<strong>do</strong> ao presente<strong>do</strong>cumento por não serem, ainda, oficiais.Finalmente, a receita <strong>do</strong> SNUC também deve considerar os projetos emcooperação com o BID para fomento ao ecoturismo, fruto de uma parceriaentre o MMA e o <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> Turismo (Proecotur, Prodetur). Indicamos aimportância, pela ordem de magnitude, <strong>do</strong>s valores no quadro abaixo e anecessidade de uma avaliação mais detalhada sobre os investimentos <strong>do</strong>sprogramas em ecoturismo que, muitas vezes, consideram em suas açõesfinanciáveis a reforma e ampliação de aeroportos ou estradas.Quadro I - Empréstimos com o BID1 - Programa de Desenvolvimento <strong>do</strong> Ecoturismona Amazônia Legal (Proecotur)O Proecotur é uma iniciativa <strong>do</strong> governo brasileirofirmada por meio de contrato de empréstimocom o BID. Tem como executor o MMA, emparceria com o <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> Turismo (MTur), oIbama e os esta<strong>do</strong>s da Amazônia Legal (Acre,Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso,Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins).O Proecotur foi concebi<strong>do</strong> com a finalidadede estabelecer diretrizes para o ecoturismo,maximizar os benefícios econômicos, sociais eambientais advin<strong>do</strong>s da atividade, estimular odesenvolvimento de atividades que contribuampara a conservação <strong>do</strong>s recursos naturaise fomentar a criação de empregos, renda eoportunidades de desenvolvimento econômico,contribuin<strong>do</strong> assim para o desenvolvimentosustentável da região Amazônica.O programa foi concebi<strong>do</strong> em duas fases: aFase I, de pré-investimentos (13.8 milhões dedólares, sen<strong>do</strong> 11 milhões <strong>do</strong> BID e 2.8 milhõesde dólares <strong>do</strong> governo brasileiro), e a Fase II,de investimentos (200 milhões de dólares). AFase I, em andamento, tem como finalidade oplanejamento estratégico <strong>do</strong>s investimentos aserem implementa<strong>do</strong>s na Fase II, centrada empólos de desenvolvimento ou zonas prioritárias.Dentre as componentes da Fase de préinvestimento<strong>do</strong> programa foram previstas eexecutadas ações de planejamento <strong>do</strong> uso público emUC. Como exemplo, pode-se citar os Planos de UsoPúblico <strong>do</strong>s Parques Nacionais da Serra <strong>do</strong> Divisor(AC), <strong>do</strong> Jaú (AM), da Amazônia (PA) e da EstaçãoEcológica de Anavilhanas (AM).2 - Programa de Desenvolvimento <strong>do</strong> Turismo noNordeste (Prodetur/Ne)O Prodetur/Ne é o resulta<strong>do</strong> de uma parceria entreo Banco <strong>do</strong> Nordeste <strong>do</strong> Brasil (BNB) e o BID. Seuobjetivo geral é melhorar a qualidade de vida dapopulação residente nas áreas de sua atuação, pormeio <strong>do</strong> estímulo à cadeia produtiva <strong>do</strong> turismo, <strong>do</strong>aumento das receitas provenientes das atividadesturísticas e da capacitação gerencial para esta<strong>do</strong>s emunicípios.O programa foi dividi<strong>do</strong> em duas etapas: a primeira,o Prodetur/Ne I, financiou cerca de 384 projetos,com investimentos da ordem de 670 milhões dedólares e promoveu significativas melhorias na infraestruturaturística da sua região de abrangência. Asegunda etapa, o Prodetur/Ne II, tem como objetivocomplementar e consolidar as ações necessárias paratornar sustentável o turismo nos Pólos onde houveinvestimentos <strong>do</strong> Prodetur/Ne I, expandin<strong>do</strong>-se, ainda,para o norte <strong>do</strong> Espírito Santo e de Minas Gerais. Oprograma prevê investimentos para a implantação deinfra-estrutura para uso público em alguns parquesestaduais, como os <strong>do</strong> Pico <strong>do</strong> Itambé, <strong>do</strong> Biribiri e<strong>do</strong> Rio Negro, no Vale <strong>do</strong> Jequitinhonha, em MinasGerais.5.4. VisitaçãoO turismo em áreas naturais é uma tendência mundial, cujo crescimentoestima<strong>do</strong> é de 10% a 30% ao ano (McKercher, 2002). As questõesrelacionadas ao manejo da visitação estão tornan<strong>do</strong>-se mais urgentes efreqüentes na medida em que cresce a visitação nas áreas protegidas.Conforme os países forem se desenvolven<strong>do</strong> e tornan<strong>do</strong>-se mais prósperose com maiores índices de urbanização, as áreas protegidas deverão29


eceber um maior número de visitantes e maior apoio popular (Terborgh& Schaik, 2002). No Brasil, a visitação representa umas das fontes quecompõem o orçamento federal, porém os investimentos nesta área aindasão insuficientes.A visitação no SNUC é um importante instrumento para a conservaçãoda natureza, principalmente em termos de apoio público e alternativas dearrecadação para o sistema. A visitação nas unidades de conservação podeincrementar a renda por meio de várias fontes: venda de ingressos, taxaspara realização de atividades recreativas, taxa para utilização de instalações<strong>do</strong> parque (camping, estacionamento, abrigos), taxas de concessão deserviços, venda de alimentos e merca<strong>do</strong>rias (presentes, artesanato).Para ilustrar o potencial <strong>do</strong> turismo para geração de renda nas UC,destacamos no Quadro II a situação da gestão da visitação nos parquesnacionais em 2005, já que da<strong>do</strong>s referentes a 2006 ainda não seencontravam disponíveis.Quadro II – Potencial <strong>do</strong> turismo para geração de renda nas UCO SNUC apresenta 62 parquesnacionais (da<strong>do</strong>s atualiza<strong>do</strong>s em marçode 2007). Podemos observar que,se desconsiderarmos os 16 parquescria<strong>do</strong>s nos últimos cinco anos, temosapenas 23 parques nacionais abertosà visitação, ou seja, que apresentaminfra-estrutura mínima para avisitação, e 17 unidades que nãorecebem visitantes ou que não tem avisitação manejada. O gráfico ao la<strong>do</strong>apresenta a situação da visitação em46 parques nacionaisCom relação ao número de visitantes,o gráfico ao la<strong>do</strong> apresenta os da<strong>do</strong>sde 23 parques nacionais que fazemo controle <strong>do</strong> fluxo de visitantes. Dos2.929.128 visitantes de 2005, 72%concentra-se nos parques nacionaisde Iguaçu e da Tijuca. Isso evidencia adiferença na arrecadação de ingressosentre os parques nacionais.Arrecadação nos parques nacionais em 2005 (R$ milhões)Iguaçu 8.629.232,75Tijuca 2.568.422,63Brasília 895.562,21Marinho de Fernan<strong>do</strong> de Noronha 399.469,10Itatiaia 287.994,00Outros 787.326,00Total 13.568.006,6930O Instituto Chico Mendes elaborou um programa para estruturar e estimulara visitação nos parques nacionais, abrangen<strong>do</strong> 25 unidades, por meio<strong>do</strong> qual pretende-se melhorar o sistema de arrecadação nestas áreas,consideran<strong>do</strong> diferentes etapas como a venda, a emissão de ingresso(boleto, cartões magnéticos, boletos bancários, pagamento via Internet)e o controle de ingressos. Este sistema irá padronizar a arrecadação nosparques nacionais e permitir um maior controle <strong>do</strong> fluxo de visitantes.


A arrecadação proveniente da visitação é um <strong>do</strong>s componentes <strong>do</strong> orçamentopúblico, sen<strong>do</strong> direcionada para uma conta geral da União. A utilizaçãodestes recursos deve obedecer aos critérios estabeleci<strong>do</strong>s no Artigo 35 daLei 9.985, de 18 de julho de 2000, que estabelece o Sistema Nacionalde Unidades de Conservação. O artigo dispõe sobre os recursos obti<strong>do</strong>spelas unidades de conservação <strong>do</strong> grupo de proteção integral mediante acobrança de taxa de visitação e outras rendas decorrentes de arrecadação,serviços e atividades da própria unidade, e determina que esses sejamaplica<strong>do</strong>s de acor<strong>do</strong> com os seguintes critérios:a. até 50% (cinqüenta por cento), e nãomenos que 25% (vinte e cinco por cento),na implementação, manutenção e gestão daprópria unidade;b. até 50% (cinqüenta por cento), e nãomenos que 25% (vinte e cinco por cento),na regularização fundiária das unidades deconservação <strong>do</strong> Grupo;c. até 50% (cinqüenta por cento), e nãomenos que 15% (vinte e cinco por cento),na implementação, manutenção e gestãode outras unidades <strong>do</strong> Grupo de ProteçãoIntegral.Na composição <strong>do</strong> orçamento público édifícil identificar se este artigo está sen<strong>do</strong>efetivamente implementa<strong>do</strong> ou não.Quadro III: Arrecadação nosparques nacionais americanosNos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, os recursosarrecada<strong>do</strong>s pelos parques eramdireciona<strong>do</strong>s para o tesourofederal e não eram reverti<strong>do</strong>s paraas unidades que os originavam.Em muitos casos, os impostosnão retornavam nem mesmoaos parques porque os fun<strong>do</strong>s<strong>do</strong> tesouro geral podiam serdireciona<strong>do</strong>s para qualquer outropropósito governamental. Em1997, o congresso estadunidensedecretou o início de um programademonstrativo de três anos deduração, permitin<strong>do</strong> que em100 <strong>do</strong>s 375 parques, 80% <strong>do</strong>srecursos gera<strong>do</strong>s permanecessemnos próprios parques. Esseprograma-piloto autorizou maisparques a participar, permitin<strong>do</strong>que retivessem 100% <strong>do</strong>s recursosarrecada<strong>do</strong>s na unidade (Ansson,1996).5.5. OutrosConcessão de serviços nas Unidades, tais como exploração de restaurantes,lanchonetes, trilhas, uso de imagens e filmagens etc, <strong>do</strong>ação diretas paraas UC e conversão de multas são outras receitas efetivas que podem ounão compor o orçamento público, entretanto as informações referentes àsua contribuição na receita para as UC, tanto federais como estaduais, nãoestão sistematiza<strong>do</strong>s. Segun<strong>do</strong> o IBAMA, essas receitas, sobretu<strong>do</strong> aquelasoriundas da conversão de multas, podem somar quatro bilhões de reais.Como os valores aventa<strong>do</strong>s são eleva<strong>do</strong>s e não há comprovação daexistência <strong>do</strong>s mesmos, são necessários estu<strong>do</strong>s complementares para seconhecer a real dimensão dessas receitas.31


Quadro IV - Receitas estaduaisAs UC estaduais protegem uma área de no mínimo 30 milhões de hectares e representam, em termos denúmero de unidades, 67% <strong>do</strong> SNUC. Estes números indicam a importância das UC estaduais no Sistema.É fundamental, portanto, para a sustentabilidade financeira <strong>do</strong> SNUC, conhecer o volume de recursosdisponível no nível estadual.Compensação ambiental estadualNão foi possível levantar informação sobre o volume de recursos oriun<strong>do</strong>s da compensação ambiental deempreendimentos licencia<strong>do</strong>s pelos Esta<strong>do</strong>s. Como exemplo, citamos o caso <strong>do</strong> Rio de Janeiro: segun<strong>do</strong>da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Instituto Estadual de Florestas, o Esta<strong>do</strong> contabilizava, até 2005, 19,3 milhões de reais decompensação ambiental, fruto de 12 empreendimentos (11 Usinas Termelétricas e um duto). Destesrecursos, 60% tinham si<strong>do</strong> já executa<strong>do</strong>s em projetos específicos para o fortalecimento das UC estaduais.Cooperação internacional para os esta<strong>do</strong>s.No caso da cooperação internacional, de acor<strong>do</strong> com um levantamento preliminar feito por C. Diewald et al,o banco KfW, no contexto da cooperação com a Alemanha, investiu 72 milhões de dólares, desde 1993, nofortalecimento de sistemas estaduais de UC na Mata Atlântica. Os números por Esta<strong>do</strong> são os seguintess:Esta<strong>do</strong> Data da assinatura Valor (em milhões de euros)Minas Gerais 2003 € 7,7Rio <strong>do</strong> Janeiro 2001 € 7,7São Paulo 1993 € 7,71993 € 7,72001 € 5,1Paraná 1997 € 9,2Santa Catarina 2002 € 6,1Rio Grande <strong>do</strong> Sul 2002 € 6,1TOTAL (seis esta<strong>do</strong>s)€ 52 = 72 milhões de dólares6. Receitas PotenciaisSão apresentadas, neste sexto capítulo, fontes potenciais de recursos quepodem vir a contribuir significativamente para o Sistema, dependen<strong>do</strong>,dentre outras ações, de priorização política. Algumas, como o Fun<strong>do</strong> deDireitos Difusos e o pagamento por serviços de “produção de água”, jáforam aplicadas em UC, mas os valores ainda são pequenos. Outras, comoa concessão para a exploração de florestas nacionais, embora prometamgerar recursos significativos no prazo de uma década, graças à prioridadeconferida ao tema pelo Governo, são ainda recentes e não começaram a serefetivamente implementadas.Fontes de receitas potenciais para o SNUC- Fun<strong>do</strong> de Áreas Protegidas (FAP)- Concessão para exploração de recursos florestais em FLONA- Serviços ecossistêmicos: água e carbono- Extrativismo- Bioprospecção32


Tabela 13: Recursos anuais ou totais estima<strong>do</strong>s provenientes das fontes potenciais1Consideran<strong>do</strong> 10% <strong>do</strong> total arrecada<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> projeção da ANA quan<strong>do</strong> da universalização da cobrança.6.1. Fun<strong>do</strong> de Áreas Protegidas (FAP)O Fun<strong>do</strong> de Áreas Protegidas (FAP) é um fun<strong>do</strong> fiduciário de capitalizaçãopermanente (En<strong>do</strong>wment Fund), cria<strong>do</strong> para o programa Áreas Protegidas daAmazônia -ARPA e gerencia<strong>do</strong> pelo Fun<strong>do</strong> Brasileiro para a Biodiversidade -Funbio, sob o coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>. Tem como objetivoassegurar, de forma permanente, recursos para atender às necessidadesmínimas de gestão das UC de proteção integral e apoiar a fiscalização dasUC de uso sustentável incluídas no programa.Os fun<strong>do</strong>s fiduciários de capitalização permanente para apoio a áreasprotegidas foram cria<strong>do</strong>s em vários países <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, incluin<strong>do</strong> o Peru eo México, e fazem parte da estratégia <strong>do</strong> GEF e <strong>do</strong> Banco Mundial paragarantir a sustentabilidade financeira dessas áreas no longo prazo. Essetipo de fun<strong>do</strong> recebe recursos de <strong>do</strong>ação, não exclusivamente, e os investeem aplicações com retorno financeiro, cujo rendimento líqui<strong>do</strong> pode serutiliza<strong>do</strong> para o apoio às UC ou para capitalização <strong>do</strong> próprio fun<strong>do</strong>,dependen<strong>do</strong> das metas de capitalização, para que o fun<strong>do</strong> passe a atenderas despesas de um sistema de UC de forma perpétua.O nível de capitalização <strong>do</strong> FAP necessário para que os recursos gera<strong>do</strong>spelos rendimentos possam assegurar a sustentabilidade financeira das UCde proteção integral consolidadas durante a Fase 1 (2003-2007) <strong>do</strong> ARPAfoi estima<strong>do</strong> em 60 milhões de dólares. O GEF assegurou ao FAP 14,5milhões de dólares, que, no entanto, só serão integralmente deposita<strong>do</strong>sno fun<strong>do</strong> na medida em que outros 14,5 milhões, de outras fontes, foremsen<strong>do</strong> também deposita<strong>do</strong>s.O FAP contava em dezembro de 2006 com aproximadamente 12 milhõesde dólares, ou 24 milhões de reais. Em outubro de 2007, o FAP jácontabilizava 14 milhões de dólares.6.2. Concessões florestaisCom objetivo de ordenar e assegurar a sustentabilidade da produção demadeira e outras matérias-primas florestais oriundas de florestas nativaspúblicas demandadas pelo setor florestal, o Congresso Nacional aprovou,em março de 2006, a Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei n° 11.284),33


que regulamenta o uso das florestas públicas (aí incluídas as FlorestasNacionais, Estaduais e Municipais). Esta lei criou também o ServiçoFlorestal Brasileiro (SFB) e o Fun<strong>do</strong> Nacional de Desenvolvimento Florestal(FNDF).O objetivo <strong>do</strong> Governo é, em dez anos, conceder para exploração florestaluma área de, no máximo, 13 milhões de hectares de florestas públicas, oque deve gerar uma receita anual direta (taxas pagas pelo uso <strong>do</strong> recursoflorestal) de 187 milhões de reais e uma arrecadação de impostos,consideran<strong>do</strong> a cadeia de produção, de 1,9 bilhões de reais anuais.Tabela 14: Estimativa de arrecadação anual das concessões florestais e projeçãoda receita para as UCObs: Regulamentação da destinação <strong>do</strong>s recursos, segun<strong>do</strong> a Lei n° 11.284, de 2 de março de 2006.Fonte: Comissão Coordena<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Programa Nacional de Florestas (Conaflor)/TNCO sistema de gestão de florestas públicas poderá render ao SNUC, noprazo de dez anos, 31 milhões de reais, consideran<strong>do</strong> a soma <strong>do</strong>s recursosdestina<strong>do</strong>s ao IBAMA para controle e fiscalização das atividades florestais,das UC e <strong>do</strong> desmatamento e um terço da porção a ser destinada ao Fun<strong>do</strong>Nacional de Desenvolvimento Florestal, que tem, entre seus objetivos,a recuperação de áreas degradadas com espécies nativas, o controle emonitoramento das atividades florestais e <strong>do</strong> desmatamento e a conservação<strong>do</strong>s recursos naturais (Tabela 15).6.3. Pagamentos por Serviços Ambientais6.3.1. Cobrança pelos serviços hídricos das UCEcossistemas naturais conservam a água utilizada para produção de energiaelétrica e consumo humano, <strong>do</strong>méstico, industrial ou produtivo.A cobrança pelo uso da água foi instituída em 2005, por uma resolução<strong>do</strong> Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), regulamentan<strong>do</strong>a Lei das Águas, de 1997. A Lei <strong>do</strong> SNUC, em seus artigos 47 e 48,34


instituiu a contribuição financeira para as UC por parte das empresas deabastecimento de água, geração de energia ou outras que façam uso daágua.O tema é trata<strong>do</strong> de diversas formas pelos Esta<strong>do</strong>s. No Ceará, desde 1996,recursos arrecada<strong>do</strong>s são investi<strong>do</strong>s em projetos agrícolas. No Rio Grande<strong>do</strong> Sul, existe legislação sobre o tema, mas ainda não foi implementada.Na Bahia, existe legislação, mas sua regulamentação está pendente desde1995.No Rio de Janeiro, a Superintendência Estadual de Rios e Lagos (Serla)foi fortalecida para fazer a cobrança <strong>do</strong> uso da água, de forma direta (LeiEstadual 4247\03), ou seja, sem a necessidade de um Plano de RecursosHídricos, instauração de Comitês de Bacia e atuação de agências de água,como prega a legislação federal. Em 2004, a atuação da Serla gerou 1,5milhões de reais destina<strong>do</strong>s ao Fun<strong>do</strong> Estadual <strong>do</strong>s Recursos Hídricos(FUNDRH). O GT, contu<strong>do</strong>, não levantou os critérios de destinação <strong>do</strong>srecursos.Países como França, Holanda, Alemanha e Reino Uni<strong>do</strong> têm na cobrançapelo uso da água uma importante fonte de arrecadação de recursos,conforme mostra a Tabela 15, com valores que vão de uma centena demilhões a mais de um bilhão de dólares, com baixo impacto per capta.Tabela 15: Arrecadação anual por serviços de água em quatro países da Europa, no início <strong>do</strong>sanos 90, e casos estaduais no BrasilNo Rio de Janeiro, a administração <strong>do</strong> Parque Nacional da Tijuca, aCompanhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) e a Serla estão negocian<strong>do</strong>o pagamento, pela empresa, de 127 mil reais ao ano, <strong>do</strong>s quais 90%, ouseja, 114 mil reais, para o Parque.Na bacia <strong>do</strong> Rio Paraíba <strong>do</strong> Sul, a arrecadação teve início em 2003,através <strong>do</strong> Comitê para a Integração da Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Paraíba<strong>do</strong> Sul (Ceivap), cria<strong>do</strong> em 1996. A arrecadação é realizada pela AgênciaNacional de Águas (ANA) e repassada integralmente à Agência da Bacia<strong>do</strong> Rio Paraíba <strong>do</strong> Sul (Agevap), que dá apoio ao Ceivap como sua Agênciade Bacia. São 200 usuários de água que, em 2003 e 2004, pagaram 12milhões de reais.35


Os recursos são investi<strong>do</strong>s na bacia, para manutenção das suas propriedades“produtoras de água” mas, atualmente, o esforço de saneamento tem<strong>do</strong>mina<strong>do</strong> a alocação <strong>do</strong>s recursos. A recuperação florestal e o apoio às UCsão pleitos em discussão em vários comitês.Os recursos arrecada<strong>do</strong>s não são contingenciáveis e devem ser repassa<strong>do</strong>sà bacia de origem para serem aplica<strong>do</strong>s de acor<strong>do</strong> com o seu Plano deRecursos Hídricos, geri<strong>do</strong> pelo Comitê da Bacia e implementa<strong>do</strong> pelaAgência da Bacia. A Agência Nacional de Águas projeta uma receita de 50milhões de reais, com a universalização <strong>do</strong> pagamento.Atualmente, existem quatro Comitês de Bacia: Paraíba <strong>do</strong> Sul, Rio Doce,São Francisco e Piracicaba-Jundiaí-Capivari. Somente o <strong>do</strong> Paraíba <strong>do</strong> Sulefetiva a cobrança da água, e apenas no esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro.Figura 3: Casos clássicos potenciais para cobrança pelo uso da água em UCHá duas possibilidades de operacionalizar a cobrança da água em favordas UC: pela regulamentação <strong>do</strong>s artigos da Lei <strong>do</strong> SNUC (47 e 48),estabelecen<strong>do</strong> a cobrança, mediante meto<strong>do</strong>logia e procedimentos próprios;a outra opção seria cobrar e destinar recursos para as UC no contexto daLei das Águas, por meio <strong>do</strong>s Comitês e Agências de bacia, elaboração <strong>do</strong>sPlanos de Recursos Hídricos e das Legislações Estaduais.6.3.2. CarbonoUm novo regime de combate às mudanças climáticas globais começa aser desenha<strong>do</strong>, cujo mandato será defini<strong>do</strong> nos próximos anos, segun<strong>do</strong>decisão da Conferência das Partes da Convenção <strong>do</strong> Clima, realizada em2005, em Montreal.Começa a haver forte pressão de diversos países, lidera<strong>do</strong>s por Papua NovaGuiné, a fim de se contemplar um mecanismo que incentive a redução dasemissões por desmatamento ou alterações de uso <strong>do</strong> solo. A proposta ébaseada em projetos a serem organiza<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> regras definidas por cadapaís (country driven) e leva em consideração uma linha de base definida36


por desmatamento histórico, e ainda prevê a criação de um mecanismo decompensação pelo desmatamento evita<strong>do</strong>.Essa proposta foi em grande parte baseada em proposta desenvolvida peloInstituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). Se esse regime viera contemplar uma figura dessa natureza, muito provavelmente haverá ummecanismo que poderá beneficiar a conservação ambiental em UC.Atualmente, no regime da Convenção Quadro sobre Mudanças Climáticase <strong>do</strong> Protocolo de Quioto, projetos basea<strong>do</strong>s no pagamento por serviçosambientais pela remoção de carbono líqui<strong>do</strong> ou desmatamento em UCem terras públicas têm menor chance de sucesso, por razões de ordempolítica, econômica e científica. Essas razões são abaixo resumidas:1. Política – os países industrializa<strong>do</strong>s, com obrigações de redução deemissões segun<strong>do</strong> o protocolo de Quioto, têm pressiona<strong>do</strong> países comoo Brasil, com grande cobertura florestal e altas emissões oriundas dedesmatamento e alterações de uso <strong>do</strong> solo, a assumir metas obrigatóriasde redução de emissões. Nessa lógica, não querem apoiar projetos demanutenção de estoque de carbono (floresta em pé) ou de remoção decarbono por sumi<strong>do</strong>uros (reflorestamento) por considerar tais atividadescomo obrigações <strong>do</strong>s países em desenvolvimento com alto índice deemissões florestais.2. Científica – há incerteza sobre a possibilidade de permanência <strong>do</strong>estoque <strong>do</strong> carbono e o risco de seu vazamento - razões que tornam orisco maior para investimento em projetos dessa natureza. Ou seja, aprobabilidade de acontecer uma remoção da floresta ou cobertura vegetal,que automaticamente passa a ser contabilizada como carbono emiti<strong>do</strong>, émuito grande, em função de acidentes naturais ou oriun<strong>do</strong>s de atividadeshumanas.3. Econômica – projetos de florestamento ou reflorestamento, que são osúnicos viáveis pelo Protocolo de Quioto, são projetos caros, que comportamalto risco e dependem de uma série de fatores e atores para seremimplementa<strong>do</strong>s. Os custos de implementação de tais projetos praticamenteos tornam inviáveis sob o ponto de vista econômico e o risco de não se obtercréditos de carbono em decorrência de vazamentos ou não permanênciasão muito altos, inviabilizan<strong>do</strong> investimentos também.O governo brasileiro participa da iniciativa para a apresentação da propostaque remunere o desmatamento evita<strong>do</strong>. Embora ainda não se tenhainformações claras sobre este procedimento, ele pode vir a gerar recursosno futuro que beneficiem a gestão das UC.37


6.4. BioprospecçãoO uso <strong>do</strong>s recursos genéticos é uma importante fonte potencial, mas nãogerou ainda nenhum recurso para as UC. O primeiro caso de autorização debioprospecção em UC foi conferi<strong>do</strong> pelo governo brasileiro para a empresaNatura, em parceria com a comunidade extrativista <strong>do</strong> Rio Iratapuru, noAmapá. Os valores não foram levanta<strong>do</strong>s.No cenário internacional, os acor<strong>do</strong>s de bioprospecção em UC, entreempresas e o poder público, têm formato varia<strong>do</strong> e vêm sen<strong>do</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>slentamente. Entre os casos levanta<strong>do</strong>s, existem acor<strong>do</strong>s que preveêm opagamento de uma taxa fixa pela pesquisa na unidade, a reversão paraa unidade, agência ambiental ou de regulação da prospecção, de umpercentual sobre os lucros advin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> uso da biodiversidade prospectada,ou, ainda, a prestação de serviços técnicos ou o fornecimento de tecnologiaspara a gestão da unidade.Na Costa Rica foram arrecada<strong>do</strong>s pelo governo, por intermédio <strong>do</strong> InstitutoNacional de Biodiversidade, desde o início da década de 90 até 2002,aproximadamente 2,5 milhões de dólares, <strong>do</strong>s quais 710 mil dólares foramdiretamente destina<strong>do</strong>s às UC. Em outro exemplo, uma empresa empregoutecnologia de ponta para rastrear a genealogia e facilitar os estu<strong>do</strong>s dedinâmica de populações de lobos ameaça<strong>do</strong>s de extinção.A receita gerada pelo uso da biodiversidade, especialmente no caso <strong>do</strong>ssetores farmacêutico e de cosméticos, é promissora, embora os mecanismosnecessários para que esse potencial se realize demande ainda muitodesenvolvimento. Em um caso emblemático pelos valores envolvi<strong>do</strong>s,uma empresa desenvolveu um medicamento a partir de amostras <strong>do</strong> solo<strong>do</strong> Parque Nacional Hardangervida, na Noruega. A comercialização <strong>do</strong>medicamento rendeu 1,2 bilhões de dólares à empresa.6.5. ExtrativismoO extrativismo pratica<strong>do</strong> nas UC de uso sustentável não tem si<strong>do</strong> umafonte de recursos para a consolidação dessas áreas, da<strong>do</strong> que as atividadeseconômicas ainda são restritas e os ganhos econômicos, ainda pequenos,têm si<strong>do</strong> destina<strong>do</strong>s para a melhoria das condições de vida das populaçõesque beneficiam ou extraem os produtos. É necessária uma investigaçãomais detalhada sobre o tema.Uma exceção é a Reserva Estadual de Desenvolvimento SustentávelMamirauá, onde parte <strong>do</strong>s recursos arrecada<strong>do</strong>s pelas atividades econômicasé destina<strong>do</strong> à manutenção da unidade.6.6. Parcerias para a Gestão38As parcerias entre o poder público e a sociedade para a gestão das UC podem


gerar recursos adicionais. Referem-se à transferência de parte ou todasas tarefas de gestão de uma UC (exceto aquelas tarefas de competênciaexclusiva <strong>do</strong> poder público) <strong>do</strong> órgão público para uma associação ouorganização não-governamental, sem fim lucrativo, que tenha interesse nagestão de uma UC e capacidade técnica para isso.Em muitos casos, existem organizações não-governamentais com interessee capacidade para gerir ou colaborar na gestão de uma UC. Muitas vezes,essas organizações já atuam na região onde está localizada a UC, acumulamconhecimento sobre a diversidade biológica e social <strong>do</strong> local, contamcom uma rede de colabora<strong>do</strong>res vincula<strong>do</strong>s a outras instituições, comouniversidades e centros de pesquisas, e estão melhor preparadas para gerira unidade <strong>do</strong> que o órgão publico. Além disso, não raro, podem carrearpara a gestão da UC recursos financeiros novos que não estão ao alcance<strong>do</strong> órgão público, provenientes de <strong>do</strong>ações, de fun<strong>do</strong>s internacionais ou deempresas privadas.Há no Brasil alguns casos de parcerias com organizações não-governamentaisna gestão de UC que poderiam ser caracterizadas como co-gestão. Não foipossível, entretanto, para esse relatório, <strong>do</strong>cumentar essas experiências eavaliar o quanto elas contribuem, em termos financeiros, para a gestão dasUC; nem tampouco, com base nessas experiências, estimar o potencial daco-gestão para a sustentabilidade financeira <strong>do</strong> SNUC.Uma vez que em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> as organizações responsáveis pela gestãodas UC enfrentam uma grande gama de problemas, tais como a oposiçãolocal à existência ou ao regime de gestão de uma área protegida, a total faltade pessoal em campo, orçamentos que refletem apenas frações <strong>do</strong>s custosadministrativos mínimos, forte pressão de <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res para descentralizartantas tarefas governamentais quanto possível, ao mesmo tempo em quecada vez mais direcionam recursos de apoio ao desenvolvimento atravésde ONGs. A co-gestão (utilizan<strong>do</strong> aqui o termo de forma ampla) emergiucomo alternativa para muitas das deficiências enfrentadas pelas agênciasde áreas protegidas.A idéia é que os interessa<strong>do</strong>s em uma área protegida se reúnam e, emconjunto, assumam a responsabilidade por sua gestão. Ao se olhar maisde perto, porém, o conceito consiste de idéias bastante idealistas, onde odetalhamento das implicações não foi suficientemente pensa<strong>do</strong>. Contu<strong>do</strong>,a parceria, quan<strong>do</strong> em funcionamento, pode trazer benefícios enormes parauma área protegida, simplesmente envolven<strong>do</strong> os interessa<strong>do</strong>s.A gestão de áreas protegidas sempre envolve custos, mas praticamenteto<strong>do</strong>s os interessa<strong>do</strong>s parecem ter em comum o fato de que não conseguempagar os custos, visto que a maioria das ONGs não dispõe de receita própriasubstancial e, certamente, não pode pagar pelos custos da parceria deuma área protegida. Em geral, o interesse <strong>do</strong>s atores é incrementar seusbenefícios e expectativas.39


A participação <strong>do</strong>s interessa<strong>do</strong>s muitas vezes se dá através de um contratopara a prestação de um serviço . Mas ele também pode se dar sob formas dedelegação de tarefas ou da gestão de toda uma área. Em geral, o princípioda parceria exige uma solução caso a caso, na qual um administra<strong>do</strong>rindividual de áreas protegidas precisa encontrar soluções práticas viáveispara envolver os interessa<strong>do</strong>s.Se a parceria irá ou não contribuir para a redução de custos ou para amelhoria na arrecadação de receita para as UC depende da forma pela qualela é executada.7. Mecanismos financeiros que colaboram indiretamenteOs mecanismos descritos a seguir não estão, neste momento, destinan<strong>do</strong>recursos diretamente para as UC, mas tem potencial tanto para geraremrecursos quanto para estimularem a incorporação das UC nas dinâmicasde ordenação <strong>do</strong> território, principalmente pelos Esta<strong>do</strong>s e Municípios,seus principais beneficiários.Mecanismos que colaboram indiretamente– Fun<strong>do</strong> de Direitos Difusos– ICMS Ecológico– Fun<strong>do</strong> de Participação Estadual VerdeTabela 16: Projeção de arrecadação anual <strong>do</strong>s mecanismos que colaboram indiretamente nageração de recursos para as UC1Consideran<strong>do</strong> que os 27 esta<strong>do</strong>s da União a<strong>do</strong>tem o ICMS E = 10% <strong>do</strong> total de 50% da receita geradano esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Mato Grosso <strong>do</strong> Sul2Projeção de 10% <strong>do</strong> total de 28,7 milhões que devem ser repassa<strong>do</strong>s aos Esta<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> o FPE Verdefor aprova<strong>do</strong> com base na arrecadação de 20017.1. Fun<strong>do</strong> de Defesa <strong>do</strong>s Direitos Difusos (FDD)O Fun<strong>do</strong> de Defesa <strong>do</strong>s Direitos Difusos (FDD) tem como objetivo areparação <strong>do</strong>s danos causa<strong>do</strong>s ao meio ambiente, ao consumi<strong>do</strong>r, a bense direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, porinfração à ordem econômica e a outros interesses difusos e coletivos. OFDD pode gerar recursos para a gestão das UC, ainda que seus objetivossejam mais abrangentes.Entidades públicas e civis podem ser apoiadas pelo FDD, desde que suasfinalidades estejam de acor<strong>do</strong> com os objetivos <strong>do</strong> fun<strong>do</strong>.40


A gestão <strong>do</strong> FDD está a cargo <strong>do</strong> Poder Executivo Federal e foi dinamizadaa partir de 2003. Entre janeiro de 2003 e dezembro de 2005 foramexecuta<strong>do</strong>s 36,8 milhões de reais, um volume superior ao montanteaplica<strong>do</strong> em toda a história anterior <strong>do</strong> fun<strong>do</strong>.O número de projetos apoia<strong>do</strong>s nesse perío<strong>do</strong> foi também maior <strong>do</strong>que em to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> anterior. Entre 1999 e 2002, foram celebra<strong>do</strong>s36 convênios, contra 101 convênios firma<strong>do</strong>s entre janeiro de 2003 edezembro de 2005.Figura 4: Evolução da arrecadação anual <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> de Defesa <strong>do</strong>s Direitos Difusos,de 1995 a 2005O ano de 2001 foi atípico devi<strong>do</strong> ao acidente da Petrobrás na Bahia daGuanabara, o que gerou quase 10 milhões de reais para o fun<strong>do</strong>. No entanto,os montantes anuais liquida<strong>do</strong>s são da ordem de 4 a 5 milhões de reais(Figura 4). Destes, uma percentagem mínima foi destinada diretamente àgestão <strong>do</strong> SNUC e, sen<strong>do</strong> assim, não se considera o FDD uma fonte que, naprática, possa contribuir significativamente para o financiamento da gestãodeste Sistema. Porém, por já ter si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>, ainda que pontualmente,e pelo potencial repara<strong>do</strong>r de danos e de <strong>do</strong>ações voluntárias, o FDD foiinscrito aqui como fonte potencial de recursos complementares.Dois exemplos de projetos <strong>do</strong> FDD aprova<strong>do</strong>s na área ambiental:41


7.2. ICMS EcológicoO Imposto sobre Circulação de Merca<strong>do</strong>rias e Serviços (ICMS) é um tributoestadual sobre o valor adiciona<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong>ria e alguns serviços. Segun<strong>do</strong>a Constituição Brasileira, 75% <strong>do</strong>s recursos ficam com os esta<strong>do</strong>s e 25%devem ser distribuí<strong>do</strong>s entre os municípios segun<strong>do</strong> critérios estabeleci<strong>do</strong>sem lei estadual. Cabe ao Município decidir em que aplicar os recursos.Quan<strong>do</strong> a lei estadual considera, no cálculo da parcela <strong>do</strong> ICMS, quecabe a cada município critérios ambientais, notadamente a extensão <strong>do</strong>território municipal protegi<strong>do</strong> por unidades de conservação, o ICMS recebeo adjetivo ecológico (ICMS-e).Convém lembrar que o volume adicional de recursos obti<strong>do</strong> pelo municípiocom o ICMS Ecológico não é necessariamente destina<strong>do</strong> à gestão dasunidades de conservação municipais. Esses recursos só serão aplica<strong>do</strong>snas UC se os municípios assim decidirem, por meio de legislação própria.Isso tem si<strong>do</strong> feito em alguns municípios, com os recursos sen<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong>sprincipalmente na manutenção das UC, mas da<strong>do</strong>s consolida<strong>do</strong>s sobreesse tipo de investimento ainda não estão disponíveis.Em 2006, dez esta<strong>do</strong>s da federação dispunham <strong>do</strong> ICMS-e e em outrossete tramitavam nas respectivas Assembléias Legislativas projetos de leicom a finalidade de instituí-lo. No Paraná, o esta<strong>do</strong> pioneiro no ICMS-e,em 2002, 224 (64 %) <strong>do</strong>s 339 municípios <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> foram beneficia<strong>do</strong>s.O ICMS-e estimulou, comprovadamente, o incremento no número de UCem cada município. Estuda-se, inclusive, no esta<strong>do</strong>, a possibilidade derepassar parte <strong>do</strong>s recursos diretamente para os proprietários de ReservasParticulares <strong>do</strong> Patrimônio Natural – RPPN que contribuem para oincremento da receita municipal.Para uma noção da ordem de grandeza <strong>do</strong>s valores envolvi<strong>do</strong>s, o esta<strong>do</strong><strong>do</strong> Mato Grosso <strong>do</strong> Sul redistribuiu, em 2004, 21,5 milhões de reais e os<strong>do</strong>is municípios mais beneficia<strong>do</strong>s receberam, respectivamente, 2,7 e 2,8milhões de reais.A Tabela 17 fornece exemplos <strong>do</strong>s critérios utiliza<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>s valores financeirosgera<strong>do</strong>s pelo ICMS-e e indica a ordem de grandeza desta potencial fonte dereceita – hoje muito mais um incentivo à criação de novas áreas.42


Tabela 17: Repasses decorrentes <strong>do</strong> ICMS ecológico no exercício de 2002*Se, por hipótese, no futuro, os 27 esta<strong>do</strong>s da Federação a<strong>do</strong>tarem essemecanismo e, modestamente, assumirmos uma geração de receita médiacorrespondente a 50% daquela gerada no Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, o ICMS-epoderia gerar, no mínimo, 270 milhões de reais por ano. Novamente, atítulo de exercício, se 10% deste valor fosse destina<strong>do</strong> à manutenção dasUC, o SNUC receberia 27 milhões de reais de receita anual, decorrente <strong>do</strong>ICMS-ecológico.7.3. FPE VerdeA exemplo <strong>do</strong> ICMS-ecológico, o Brasil também discute a inclusão decritérios ambientais na distribuição <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> de Participação Estadual(FPE). Neste caso, trata-se da distribuição de uma receita constitucional,federal, destinada aos esta<strong>do</strong>s, com adicionais proporcionais à área estadualprotegida na forma de UC e Terras Indígenas (TI). O Fun<strong>do</strong> de ParticipaçãoEstadual – FPE-Verde é um projeto de lei complementar, apresenta<strong>do</strong>pela então sena<strong>do</strong>ra Marina Silva, em 2000, que propõe uma reservade 2% sobre o total <strong>do</strong>s recursos <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> de Participação <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>se <strong>do</strong> Distrito Federal, a serem repassa<strong>do</strong>s aos esta<strong>do</strong>s, redistribuin<strong>do</strong>osproporcionalmente à extensão das áreas protegidas que cada esta<strong>do</strong>mantém.Em 2001, o FPE distribuiu 14,3 bilhões de reais entre os 27 esta<strong>do</strong>sda Federação. Segun<strong>do</strong> a proposta <strong>do</strong> FPE-verde, deste montante, 287milhões de reais seriam distribuí<strong>do</strong>s aos esta<strong>do</strong>s, proporcionalmente aopercentual da sua área sob proteção na forma de UC e TI. Assim, osesta<strong>do</strong>s mais beneficia<strong>do</strong>s, Roraima e Rondônia, receberiam 32 milhões dereais cada um, ao ano. Numa categoria intermediária, esta<strong>do</strong>s como Pará,Acre, Amazonas, receberiam entre 23 e 28 milhões de reais. Mato Grosso,Amapá, Tocantins e Distrito Federal, entre 9 e 14 milhões de reais cada e,finalmente, os outros 16 esta<strong>do</strong>s, com menor área protegida, ficariam compouco menos de 5 milhões de reais cada.43


O PL propõe investimentos em iniciativas sustentáveis associadas às UCe TI, na forma de conservação e uso sustentável <strong>do</strong>s recursos naturais,apoian<strong>do</strong> a inserção <strong>do</strong> componente socioambiental na gestão de to<strong>do</strong>o território, bem como nas políticas de desenvolvimento local e regional,poden<strong>do</strong> assim ser considera<strong>do</strong> uma receita direta para o SNUC,.O projeto de lei foi aprova<strong>do</strong> no Sena<strong>do</strong> no final de 2002 e aguarda para servota<strong>do</strong> na Câmara <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s. Conspira contra a proposta a reduçãoda fatia <strong>do</strong> FPE de sete esta<strong>do</strong>s, que perderiam entre 5 a 7% <strong>do</strong> valor quelhes cabe <strong>do</strong> FPE (consideran<strong>do</strong> suas áreas protegidas em 2001).8. Custos Recorrentes Estima<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SNUCO Cadastro Nacional de Unidades de Conservação indicava, comopertencentes ao SNUC em dezembro de 2006, 596 unidades, sen<strong>do</strong> 288federais e 308 estaduais (excluídas as RPPNS) (Tabela 2). No Ano basede 2006, o sistema federal contou com 214 milhões de reais para suagestão e foi estima<strong>do</strong> um potencial de captação de recursos de pelo menosmais 300 milhões de reais, de diversas fontes (compensação, concessões,multas etc.). Com base nesta informação, a pergunta que pretendemosresponder aqui é: quanto custa gerir o SNUC?Para responder esta questão, fizemos uso <strong>do</strong> modelo de projeçãofinanceira <strong>do</strong> sistema conheci<strong>do</strong> como “Mycosys” (Minimum conservationsystem, traduzi<strong>do</strong> como Investimentos mínimos em conservação - IMC)para estimar as necessidades de investimento e os gastos com operaçãonecessários para tornar o sistema funcional, com um nível minimamenteadequa<strong>do</strong> de gerenciamento.O IMC é um conjunto de planilhas de cálculo, calibráveis em função darealidade local, que projeta os custos individuais para o sistema, basea<strong>do</strong> nasentradas tanto das categorias de despesas como <strong>do</strong>s seus valores unitárioslocais. Para a estimativa destes valores, já antecipa<strong>do</strong> na meto<strong>do</strong>logia,contamos com a experiência de membros <strong>do</strong> GT, oficinas e conversasindividuais com especialistas. No detalhamento <strong>do</strong>s custos, ficará evidenteque, na concepção de um sistema mínimo de gestão, o GT assumiu áreaslimite para despesas como aquelas relacionadas a planos de manejo, aosconselhos consultivos das UC, assim como fatores de densidade de pessoalde acor<strong>do</strong> com a localização da unidade por bioma e por nível de ameaçaexterna, identifica<strong>do</strong> subjetivamente pelos especialistas.44O GT pressupôs, também, uma estrutura de gestão relativamentesimplificada. Assumiu-se, como detalha<strong>do</strong> em cada classe de custos – deinvestimento e de manutenção, descritos na seqüência - a existência e,conseqüentemente, a necessidade de pessoal técnico e administrativo <strong>do</strong>IBAMA, com seus respectivos equipamentos, em suas estruturas estaduais(hoje, Gerexs). Essa referida simplificação não reflete as discussões,proposições e necessidade de aprimoramento funcional das estruturas,


tanto federal como estaduais para suporte à gestão das UC e integração emum sistema eficiente. Mantivemos o foco nos custos, ou seja, na indicaçãoquantitativa da demanda de pessoal e equipamento.As despesas de custeio foram classificadas, a partir <strong>do</strong> IMC, em quatrocategorias: pessoal, administração, equipamento e programas de gestão.A Figura IMC 1, abaixo, detalha a forma de cálculo <strong>do</strong>s componentes decada uma dessas categorias.Figura IMC 1: Descrição das categorias de despesas de custeio (ou custos recorrentes)45


Figura IMC 1 (cont.): Descrição das categorias de despesas de custeio (ou custos recorrentes)8.1. Despesas de usteio para as UC federais e estaduaisCom base nessas despesas, chegamos a um valor mínimo necessário de860 milhões de reais ao ano, <strong>do</strong>s quais 618 milhões de reais ou 72% <strong>do</strong>total são relativos a despesas com pessoal (Tabela IMC 2). Detalhamos aseguir as despesas de cada categoria.Tabela IMC 1: Despesas de custeio para as UC federais e estaduais (em milhões de reais)46


8.1.1. Pessoal para as UC federais e estaduaisUm fator importante para a efetividade da conservação de áreas protegidasé a densidade de pessoal de campo. Bruner et al, (2000) e Vreugdenhilet al (2003) demonstraram que, dentre os diversos fatores avalia<strong>do</strong>s(densidade de pessoal de campo; disponibilidade de programas sociaispara a incorporação de populações locais ao manejo e aos benefícios <strong>do</strong>sparques; educação ambiental; e fatores de dissuasão contra atividadesilegais), a densidade de pessoal foi significativamente mais efetiva para aproteção <strong>do</strong> que qualquer outro fator.O pessoal de campo representa a base da gestão das UC, sen<strong>do</strong> responsávelpela fiscalização da integridade da área (aceiros, estradas, etc), toda a partede vigilância, observação e monitoramento da área em relação aos usosnão apropria<strong>do</strong>s, como fogo e caça, e ao comportamento <strong>do</strong>s visitantes.Interessante notar que o nível de educação <strong>do</strong> pessoal de campo não é tãoimportante quanto sua mera presença física, em número suficiente e comcapacidade e meios para a execução de suas atividades.Para qualquer sistema de áreas protegidas, os custos com pessoal irãovariar consideravelmente com a densidade <strong>do</strong> pessoal de campo por área,a proporção entre o pessoal de campo e os servi<strong>do</strong>res de nível superior e onível salarial <strong>do</strong> pessoal de campo.No modelo proposto aqui, o GT optou por utilizar uma estimativa denúmero mínimo de pessoal para a unidade de conservação baseada na raizquadrada da área, multiplicada por duas constantes de calibração, umarelacionada ao bioma, com quatro níveis, e outra relacionada à categoriade manejo da unidade, com três níveis, calibradas em seminário específicono IBAMA e em reuniões técnicas no MMA. Isso deu ao sistema um altograu de sintonia por área protegida e resultou numa necessidade total depessoal para as unidades federais e estaduais <strong>do</strong> SNUC de cerca de 16.000pessoas (Tabela IMC 2), <strong>do</strong>s quais 11.800 correspondem ao pessoal decampo.47


Tabela IMC 2: Pessoal necessário para as UC federais e estaduais (em milhões de reais)** cálculos feitos segun<strong>do</strong> explicações na Figura IMC 1O pessoal de campo representa 73% <strong>do</strong> corpo de pessoal necessário parao SNUC. Nos custos, contu<strong>do</strong>, essa categoria representa apenas 32% <strong>do</strong>total de gastos estima<strong>do</strong>s para pessoal, ou, aproximadamente, 206 milhõesde reais ao ano. Isso se deve ao fato de que essa categoria profissionalfoi concebida aqui como de formação educacional de nível elementar ecom remuneração compatível (700 reais ao mês). Um aumento de nívelsalarial de <strong>do</strong>is para quatro salários mínimos resultaria num aumento totalcom custos de pessoal de 45 a 50% e em um aumento orçamentáriototal de cerca de 30% na projeção <strong>do</strong>s custos totais <strong>do</strong> SNUC. Empregarpessoal de campo no nível salarial de pessoal de nível médio aumentariaos custos totais <strong>do</strong> SNUC em cerca de 45%. Isso dificultaria enormementeo financiamento dura<strong>do</strong>uro <strong>do</strong> SNUC.Se considerarmos apenas o número de pessoas necessárias para a gestãomínima das UC federais, chegamos a uma demanda de 9.076 pessoas,a um custo total estima<strong>do</strong> de 335 milhões de reais (Tabela IMC 2). Porseguirem a mesma meto<strong>do</strong>logia, o pessoal de campo equivale a 73%<strong>do</strong> pessoal necessário, e seus custos, 34% <strong>do</strong> total, ou 117 milhões dereais.48Parte <strong>do</strong> investimento na contratação e incorporação <strong>do</strong>s custos compessoal, de fato, já existe. No capítulo 5, vimos que o IBAMA investe 95,6milhões ao ano com pessoal <strong>do</strong> SNUC, com um total de 1.995 servi<strong>do</strong>res,consideran<strong>do</strong> os 595 servi<strong>do</strong>res temporários que atuam no sistema deprevenção e combate ao fogo – Prevfogo, que o IBAMA considera prioritáriospara a proteção das UC. Mais 35 profissionais atuam com UC no MMA,totalizan<strong>do</strong> 2.030 servi<strong>do</strong>res federais dedica<strong>do</strong>s ao SNUC.


Desta maneira, fazemos, a seguir, um cruzamento entre o pessoal atuale o recomenda<strong>do</strong> para o Sistema Federal, com base no IMC. O total depessoal existente atualmente no Sistema Federal é de 1.814 pessoas,consideran<strong>do</strong> os 595 brigadistas <strong>do</strong> Prevfogo – contratações temporárias(em campo) e mais os da<strong>do</strong>s levanta<strong>do</strong>s no IBAMA e no MMA (Tabela IMC3). Isso significa a demanda de incorporação de mais 7.000 servi<strong>do</strong>res aoSNUC federal (9.017 indica<strong>do</strong>s pelo IMC – 2.030 existentes = 6.987).Destes, 91% são demandas para a categoria de pessoal de campo (6.098servi<strong>do</strong>res).Pela tabela IMC 3, nota-se que, mesmo consideran<strong>do</strong> o mínimo necessáriopara cada categoria, todas as categorias apresentam déficit de servi<strong>do</strong>res,em maior (pessoal de campo menos de 10% <strong>do</strong> mínimo necessário) oumenor porcentagem (técnico /auxiliar para as UC com 92% da necessidadejá equacionada).Tabela IMC 3: Comparativo entre o pessoal atuante no SNUC para UC federais (pessoalexistente) e o mínimo necessárioEm resumo, a avaliação <strong>do</strong> quadro de pessoal indica a demanda por maisprofissionais em to<strong>do</strong>s os níveis administrativos: na administração central,ou seja, Brasília, nos esta<strong>do</strong>s e nas UC.Em termos de custos, temos a indicação de um custo total mínimo de335 milhões de reais (Tabela IMC 2), ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s 95 milhões já incluí<strong>do</strong>sno orçamento <strong>do</strong> IBAMA. Um total de 6.693 pessoas no campo podemser contratadas por 116 milhões de reais e 335 profissionais técnicos eauxiliares (5% <strong>do</strong> total de pessoal de campo), para a sede, podem sercontrata<strong>do</strong>s por 18 milhões de reais.Atualmente, o IBAMA não atua com a categoria guarda-parque,mas sim com números bem menores de pessoal de nível médio e superior.Estes têm um nível educacional acima <strong>do</strong> necessário para o exercício dasatividades de pessoal de campo aqui descritas, segun<strong>do</strong> <strong>do</strong>is pontos devista:49


- Esse tipo de trabalho – monitoramento básico e patrulhamento de trilhase de áreas adjacentes em áreas muitas vezes remotas e isoladas – nãoconsegue manter servi<strong>do</strong>res de níveis educacionais muito altos satisfeitospor perío<strong>do</strong>s prolonga<strong>do</strong>s de tempo;- Possibilidade de recrutamento de pessoal na área de influência da UC,consideran<strong>do</strong> as áreas isoladas.Para o cálculo das necessidades de pessoal, pressupomos um nível deeducação formal <strong>do</strong> pessoal de campo ou guarda-parques como sen<strong>do</strong> denível fundamental, completo ou não. O salário desses servi<strong>do</strong>res pode serorça<strong>do</strong> em <strong>do</strong>is salários mínimos, mais benefícios. Entretanto, segun<strong>do</strong>parecer <strong>do</strong> IBAMA, as diretrizes de educação <strong>do</strong> governo federal determinamque to<strong>do</strong>s os brasileiros devem ter, no mínimo, o ensino fundamentalcompleto, dessa forma esta opção deve ser considerada com cautela pelogoverno federal. Para a contratação <strong>do</strong> pessoal de campo, o IBAMA teriaque despender um valor de cerca de 116 milhões de reais, supon<strong>do</strong> o nívelsalarial anteriormente menciona<strong>do</strong>.8.1.2. Administração das UC federais e estaduaisOs custos de manutenção <strong>do</strong>s prédios funcionais para to<strong>do</strong> o sistema estãodemonstra<strong>do</strong>s na Tabela IMC 4. Manter a infra-estrutura operacional requermanutenção e reformas periódicas, bem como serviços de abastecimentode água, energia elétrica e comunicações, que totalizam cerca de 18% <strong>do</strong>total. Estes custos são avalia<strong>do</strong>s com base numa porcentagem <strong>do</strong>s custosde investimento descritos no Capítulo 9.Também estão incluí<strong>do</strong>s nessa categoria os custos operacionais <strong>do</strong>sconselhos consultivos das UC. Por lei, cada UC deve dispor de um conselhoconsultivo. Esses conselhos necessitam de recursos para suas reuniões eviagens, que foram fixa<strong>do</strong>s em cerca de 6.500 reais, por unidade.50


Tabela IMC 4: Administração das UC federais e estaduais** cálculos feitos segun<strong>do</strong> explicações na Figura IMC 18.1.3. Equipamentos para as UC federais e estaduaisA fim de manter a infra-estrutura em operação, é necessário contar commanutenção, reformas periódicas e combustível para veículos. Às vezes sãonecessários contratos para aluguel de escritórios e aeronaves (Tabela IMC5). Essa categoria envolve apenas 7% <strong>do</strong>s custos recorrentes totais, masrepresenta um componente essencial e é o primeiro item a ser observa<strong>do</strong>por administra<strong>do</strong>res de áreas protegidas, visto que influencia to<strong>do</strong> ofuncionamento. O financiamento inadequa<strong>do</strong> desta categoria pode manterto<strong>do</strong> o pessoal confina<strong>do</strong> ao escritório, incapaz de realizar suas atividades.Este fator de custo é o mais negativamente influencia<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> da nãoliberaçãoem tempo hábil de recursos por parte <strong>do</strong> governo federal.51


Tabela IMC 5: Manutenção, contratação e operação de equipamentos para as UC federais eestaduais (em milhões de reais)** cálculos feitos segun<strong>do</strong> explicações na Figura IMC 18.1.4. Programas de gestão para as UC federais e estaduaisÉ interessante observar que os programas efetivos de manejo envolvempequenas proporções <strong>do</strong>s custos totais da administração e da operação <strong>do</strong>SNUC, conforme pode ser visto na Tabela IMC 6. Incluin<strong>do</strong> a renovaçãoperiódica <strong>do</strong>s planos de manejo com uma periodicidade de dez anos, oscustos <strong>do</strong>s programas de manejo estão estima<strong>do</strong>s em 12%. Programasativos de manejo, provavelmente, são mais caros em áreas protegidaspequenas, onde as influências externas são mais intensas e onde maisespécies podem necessitar de apoio devi<strong>do</strong> a extinções locais decorrentes<strong>do</strong> pequeno tamanho de suas populações.52


Tabela IMC 6: Programas de gestão para as UC federais e estaduais** cálculos feitos segun<strong>do</strong> explicações na Figura Micosys 1.8.2. Despesas de Custeio para as UC federaisConforme foi indica<strong>do</strong> anteriormente, o governo federal é o responsávelpela gestão das áreas protegidas federais e, portanto, apresentamos oscustos das mesmas na tabela IMC 7, para melhor visualização. O total decustos recorrentes anuais para a parte federal <strong>do</strong> sistema, seria equivalentea cerca de 466,5 milhões de reais ao ano e o pessoal necessário seria decerca de 9.000 pessoas, <strong>do</strong>s quais 6.700 seriam pessoas de campo. Valelembrar que as despesas correntes aqui consideradas têm como princípio aexistência de toda infra-estrutura necessária para o funcionamento mínimoda totalidade de unidades existentes descrita no capítulo a seguir.Tabela IMC 7: Despesas de custeio para as UC federais (em milhões de reais)53


8.3. Despesas de Custeio para as UC estaduaisConsideran<strong>do</strong> as unidades estaduais registradas no Cadastro Nacional deUnidades de Conservação, e ten<strong>do</strong> como premissa a instalação de todaa infra-estrutura mínima para o funcionamento <strong>do</strong> sistema estadual, oscustos recorrentes totalizariam R$ 349,3 milhões e, assim como na porçãofederal <strong>do</strong> sistema, os custos com pessoal totalizam 72% destes custos. Nosistema estadual não contamos com as informações referentes ao total depessoal existente para a gestão das áreas, dessa forma não é possível, nestemomento, estabelecer qual a lacuna entre o necessário e o existente.Tabela IMC 8: Despesas de custeio para as UC estaduais (em mil reais)54


9. Custos de investimentos Mínimos estima<strong>do</strong>sSeguin<strong>do</strong> a meto<strong>do</strong>logia estabelecida no IMC e ten<strong>do</strong> como referência osda<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s para determinar as despesas de custeio, apresentamoso quadro de custos de investimentos no SNUC, em três categorias: infraestrutura,equipamento e consolidação.Figura IMC 2: Categorias de despesa de investimento55


Quadro IMC 1: Descrição da infra-estrutura sugeridaEstações para pessoal de campo: são construções básicas, a partir de onde esses profissionais desempenhamsuas tarefas de campo. Em muitos casos, os postos irão conter, além de espaço para escritório, um<strong>do</strong>rmitório e uma cozinha, de mo<strong>do</strong> a acomodar turnos de vários dias em áreas remotas. Eles devem conterequipamentos de comunicação e de monitoramento, um computa<strong>do</strong>r (laptop), kit de primeiros socorros,etc.Prédios administrativos: são escritórios totalmente equipa<strong>do</strong>s para o gerenciamento de uma área protegidae, normalmente, incluem uma oficina, estacionamento coberto para veículos, etc.Centros de Uso Múltiplo (CUM): vários edifícios para diferentes funções, que podem servir para a hospedagemde visitantes, acampamento, instalações de pesquisa, alojamento para cientistas, lojas localizadas naspróprias UC, etc. Esses prédios podem ser opera<strong>do</strong>s por presta<strong>do</strong>res de serviços ou usuários medianteconcessões.Centros para visitantes: é o “cartão de visitas” de uma área protegida. O ideal é que sejam atraentes ealtamente informativos por serem peças importantes no cumprimento <strong>do</strong>s objetivos das Unidades e paraauxiliarem na promoção da visitação.Gerências executivas e escritórios estaduais: cada esta<strong>do</strong> tem um escritório local <strong>do</strong> IBAMA, bem comoum da agência ambiental estadual. Pressupomos um custo percentual de cada um destes escritórios paraser aloca<strong>do</strong> ao SNUC. Estes, já existem, e não requerem investimento; portanto, seu custo está fixa<strong>do</strong> emzero. Contu<strong>do</strong>, seu valor é importante, na medida em que os custos de manutenção recaem sobre os custosrecorrentes.Sede: Pressupomos um custo percentual de cada uma das sedes para ser alocada ao SNUC. Os escritóriosda sede <strong>do</strong> IBAMA já existem e não exigem investimento; portanto, seu custo está fixa<strong>do</strong> em zero. Contu<strong>do</strong>,seu valor é importante, na medida em que os custos de manutenção recaem sobre os custos recorrentes.Trilhas: São importantes para a visitação, mas nem sempre necessárias. Por exemplo, a melhor forma devisitar áreas de várzea na Amazônia e no Pantanal é pelo rio. A densidade estabelecida pelo sistema ébastante baixa e deveria ser vista como uma média geral; algumas APs podem incluir estradas asfaltadas,em áreas com prioridade para visitação, sinalização interpretativa, enquanto outras suportam estradas deterra, que podem ser construídas pelo pessoal de campo. Um total de aproximadamente 17.600 km detrilhas para to<strong>do</strong> o SNUC é um bom começo, provavelmente sen<strong>do</strong> necessário expandi-lo após um perío<strong>do</strong>de dez anos. O que não está incluí<strong>do</strong> nesta avaliação é a necessidade de estradas florestais relacionadas àsconcessões florestais. Estas precisam ser avaliadas em separa<strong>do</strong>, na medida em que as concessões florestaisserão efetivadas, pois seu financiamento deve ser totalmente coberto pelas concessões.9.1. Investimentos Mínimos em UC federais e estaduaisSegun<strong>do</strong> o IMC, o SNUC necessitaria de um investimento de capital daordem de 1,8 bilhão de reais, para prover as unidades federais e estaduaiscom infra-estrutura, equipamentos e investimentos em consolidação (TabelaIMC 9). Este valor não considera os investimentos realiza<strong>do</strong>s pelo governo.O sistema federal responde por 59% desta demanda de investimento eo estadual, por 41%, sen<strong>do</strong> em ambos os casos, as despesas com infraestruturae consolidação as principais categorias.Tabela IMC 9: Investimentos mínimos para as UC federais e estaduais (em milhões reais)56


9.1.1. Investimentos em infra-estrutura para as UC federais e estaduaisInfra-estrutura é o principal item de investimento de qualquer sistemade área protegida e envolve postos para pessoal de campo, um prédioadministrativo para cada área protegida, centros para visitantes, gerênciasexecutivas e escritórios estaduais, uma sede para o IBAMA e trilhas,conforme descrito na tabela IMC 10.Tabela IMC 10: Investimentos em infra-estrutura para as UC federais e estaduais(em milhões de reais)** Cálculos feitos segun<strong>do</strong> explicações na Figura IMC 6.9.1.2. Investimentos em equipamentos para as UC federais e estaduaisEquipamentos respondem por 8% <strong>do</strong>s investimentos necessários para agestão mínima <strong>do</strong> sistema. Porém, apesar <strong>do</strong> baixo percentual diante dasoutras necessidades, representam parte fundamental <strong>do</strong>s investimentos aserem feitos, pois, sem eles, mesmo com as lacunas de pessoal e infraestruturapreenchidas, a consolidação das UC estará ameaçada.57


Tabela IMC 11: Investimentos em equipamentos para as UC federais e estaduais** Cálculos feitos segun<strong>do</strong> explicações na Figura IMC 2.9.1.3. Investimentos em criação e consolidação para as UC federais eestaduaisPara a criação de uma unidade de conservação pública, é necessário passarpelos seguintes passos, que estão explica<strong>do</strong>s no quadro a seguir:1. Criação;2. Planos de manejo;3. Demarcação;4. Regularização Fundiária58


Quadro IMC 2: Descrição <strong>do</strong>s passos mínimos necessáriospara a criação de uma UCCriação: A criação de uma unidade de conservação normalmente começa com a seleção de uma áreapotencialmente importante para a conservação,, com base em informações biológicas e, conforme ocaso, socioeconômicas. São necessários estu<strong>do</strong>s sobre a biodiversidade da área, a situação de ocupação,fundiária e socioeconômica, estu<strong>do</strong>s esses que permitam identificar os limites e a categoria mais adequadade UC. A proposta precisa ser submetida à consulta pública. No caso das Reservas Extrativistas, tem quehaver uma demanda da comunidade local para a criação da UC. A elaboração <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s pode envolvercontratação externa.Planos de manejo: Cada UC deve dispor de um plano de manejo. No passa<strong>do</strong> recente, na elaboração <strong>do</strong>splanos de manejo, atribuía-se grande ênfase na ampla coleta de informação biológica. Em anos recentes,maior importância vem sen<strong>do</strong> atribuída à geração de informações suficientes para dar início ao manejoe uso da unidade, à medida em que novas informações vão sen<strong>do</strong> geradas . Isso reduziu os custos deprodução consideravelmente. Consideramos um custo médio de 300 mil reais por plano. Os planos demanejo precisam ser periodicamente atualiza<strong>do</strong>s e, nesse plano de financiamento, programou-se um ciclode revisão de dez anos.Demarcação: Uma vez criadas, as áreas protegidas precisam ser demarcadas em campo. Os custosdependem <strong>do</strong> terreno, da distância de áreas habitadas e da presença de corpos d’água, especialmentede rios. Utilizamos um custo médio por km de perímetro, enquanto a estimativa de perímetro baseou-sena extensão da área, como se fosse quadrada. Na prática, as áreas normalmente são um pouco maisextensas.Regularização fundiária: A regularização fundiária envolve, em termos de custos, grosso mo<strong>do</strong>, osestu<strong>do</strong>s sobre a situação fundiária da área e a desapropriação (pagamento pelas terras privadas e pelasbenfeitorias). Neste <strong>do</strong>cumento, consideramos apenas os custos <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s fundiários. Apesar daimportância da desapropriação para a implementação das UC, o grupo não obteve da<strong>do</strong>s consistentespara calcular esses custos. O IBAMA estima a necessidade de um bilhão de reais anuais pelos próximos20 anos para custear o passivo federal. Resolver esse passivo é um <strong>do</strong>s grandes desafios <strong>do</strong> SNUC. Umadas fontes possíveis é a compensação ambiental, cujos recursos devem ser prioritariamente destina<strong>do</strong>s aoprocesso de regularização fundiária. Alternativas não orçamentárias têm si<strong>do</strong> utilizadas como, por exemplo,a compensação de reserva legal (o proprietário de imóvel rural sem reserva legal, no to<strong>do</strong> ou em parte,pode averbar floresta (vegetação nativa) localizada dentro de uma UC (desde que seja proprietário da áreaem questão) como reserva legal da sua propriedade, mediante <strong>do</strong>ação da área para o Poder Público.Tabela IMC 12: Investimentos em atividades técnicas para criação e consolidaçãodas UC federais e estaduais (em milhões de reais)** Cálculos feitos segun<strong>do</strong> explicações na Figura IMC 2.Tabela IMC 13: Investimentos mínimos para as UC federais e estaduais (em milhões de reais)59


9.2. Investimentos Mínimos em UC federaisSe as UC federais não dispusessem de nenhuma infra-estrutura eequipamentos instala<strong>do</strong>s, bem como de planos de manejo e outras medidasnecessárias para sua consolidação, os investimentos mínimos necessáriospara isso seriam da ordem de 1.089,7 milhões de reais, de acor<strong>do</strong> com oIMC (ver tab. IMC 3). Entretanto, a maioria das Unidades federais já teminfra-estrutura instalada em diversos estágios de conservação e também jáconta com muitos <strong>do</strong>s equipamentos necessários para uma gestão mínima.Estima-se grosseiramente para alcançar o mínimo necessário seria precisoinvestir ainda aproximadamente 350 milhões de reais. Em outras palavras,cerca de 70% <strong>do</strong> investimento mínimo necessário já foi realiza<strong>do</strong>.No sistema federal, 49% <strong>do</strong>s investimentos necessários são relaciona<strong>do</strong>s àinfra-estrutura (534 milhões de reais) e 44% à consolidação (477 milhões).Equipamentos respondem por 7% <strong>do</strong>s custos totais necessários (75 milhõesde reais). Esses investimentos pendentes ainda estão superestima<strong>do</strong>s,visto que os custos aloca<strong>do</strong>s no programa ainda estão incompletos; namedida em que novos da<strong>do</strong>s forem sen<strong>do</strong> agrega<strong>do</strong>s, o valor total <strong>do</strong>scustos pendentes irá diminuir.A maioria das Unidades federais já tem infra-estrutura instalada emdiversos estágios de conservação e também já contam com muitos <strong>do</strong>sequipamentos necessários para a gestão mínima. No entanto, não foipossível para o grupo de trabalho realizar um levantamento extenso dainfra-estrutura já instalada, visan<strong>do</strong> o cálculo <strong>do</strong> déficit de implementaçãoentre o mínimo previsto pelo modelo <strong>do</strong> IMC e os valores já investi<strong>do</strong>s.Tabela IMC 14: Investimentos mínimos para as UC federais (em milhões de reais)9.3. Investimentos Mínimos para áreas estaduais60A necessidade de investimentos nas UC estaduais, segun<strong>do</strong> o IMC, éde R$ 745 milhões (ver tab. IMC 15). Neste caso não foi possível fazernenhuma estimativa, mesmo que grosseira, em relação aos investimentosjá realiza<strong>do</strong>s. Os esta<strong>do</strong>s brasileiros criaram, nos últimos anos, milhõesde hectares de unidades de conservação, como é o caso <strong>do</strong> Pará, quecriou uma Reserva Biológica de 4 milhões de hectares no final de 2006,mas não foi possível saber quais investimentos foram feitos ou se alguminvestimento foi realiza<strong>do</strong>.


Tabela IMC 15: Investimentos mínimos para as UC estaduais (em milhões de reais)61


10. Reflexões e RecomendaçõesO atual status econômico <strong>do</strong> SNUC, sumariza<strong>do</strong> neste estu<strong>do</strong>, ofereceum quadro preliminar e parcial, que deve ser complementa<strong>do</strong> com novosda<strong>do</strong>s sobre as UC federais e, sobretu<strong>do</strong>, com da<strong>do</strong>s sobre as UC estaduaise municipais.É importante mencionar que este estu<strong>do</strong> considera o conjunto dasunidades de conservação existentes no momento da sua realização. Estu<strong>do</strong>recentemente elabora<strong>do</strong> pelo MMA (atualização das áreas prioritárias paraa conservação da biodiversidade), indica que seria necessário criar centenasou mesmo milhares de outras unidades de conservação, com uma áreaigual ou maior que 30 milhões de hectares, com vistas ao cumprimento dasmetas definidas pela CONABIO (Comissão Nacional da Biodiversidade).Sob tais circunstâncias, dimensionar déficits financeiros e consolidaralternativas que complementem o orçamento público, com recursos contínuose a longo prazo, requer uma complexa e dinâmica agenda de composiçãode estratégias locais, regionais e nacionais. Os da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s,essencialmente quantitativos, merecem análise suplementar quanto acondições administrativas e institucionais relativas à operacionalizaçãoe efetivação das alternativas econômicas apontadas. Dessa forma, aampliação <strong>do</strong> acervo de informações sobre experiências com a aplicaçãode mecanismos financeiros alternativos efetivos é crucial, assim comomaior visibilidade sobre aspectos legais, administrativos, institucionais epolíticos que sustentam a composição e a aplicação dessas alternativas.Alguns pontos-chaves e lacunas revela<strong>do</strong>s aqui mereceriam exame maisapura<strong>do</strong>:1. Ausência de base da<strong>do</strong>s sobre as UC federais e, sobretu<strong>do</strong>, estaduaise municipais: os órgãos competentes não dispõem de uma base de da<strong>do</strong>sadequada sobre seus sistemas de UC. Muitas informações básicas nãosão conhecidas. Outras, embora disponíveis, não estão organizadas demo<strong>do</strong> que possam ser utilizadas pelo público e, muitas vezes, nem mesmopelos agentes <strong>do</strong>s próprios órgãos. Obter informações básicas a respeito,por exemplo, <strong>do</strong> número de funcionários, ou da situação fundiária dasUC, constitui um desafio à parte. Entretanto, superar essa deficiência éfundamental para o planejamento e a gestão <strong>do</strong> SNUC, especialmente noque diz respeito ao financiamento <strong>do</strong> sistema. Neste particular, no caso <strong>do</strong>sEsta<strong>do</strong>s e Municípios, o modelo utiliza<strong>do</strong> neste relatório poderá servir de basepara uma matriz quantitativa de parâmetros econômicos preliminares, a sercalibrada à luz das condições administrativas e institucionais municipaise estaduais. Espera-se que com sua implementação e consolidação, oCadastro Nacional de Unidades de Conservação – CNUC possa motivar aorganização e sistematização de informações básicas sobre as unidades deconservação nos três níveis de governo.622. O déficit de pessoal de campo: o número atual de funcionários de campoé 1/6 <strong>do</strong> mínimo necessário, no sistema federal. Para uma gestão efetiva e


dura<strong>do</strong>ura das UC, seria necessário contratar guarda-parques. Não existe,no IBAMA, este cargo. O Quadro VI indica algumas possibilidades para acontratação de pessoal de campo.Quadro V: Formas de contratação de pessoal de campoProver o IBAMA de pessoal, e com uma composição correta, será uma operação muito difícil, com umasérie de problemas a serem resolvi<strong>do</strong>s. Em primeiro lugar, o IBAMA precisaria avaliar se a capacitação e adistribuição <strong>do</strong>s seus funcionários, entre a sede, as superintendências e as UC, são adequadas, consideran<strong>do</strong>as atribuições e prioridades da instituição. No momento não está claro o que explica a distribuição atual que,à primeira vista, não parece adequada.Feita essa avaliação, e identificadas inadequações, o IBAMA poderá ter optar por reduzir o número depessoal de nível superior e usar os recursos assim libera<strong>do</strong>s para a contratação de guarda-parques, com aremuneração sugerida de <strong>do</strong>is salários mínimos.Uma opção a considerar seria a seguinte: atualmente o IBAMA contrata trabalha<strong>do</strong>res para o combate e aprevenção de incêndios. Segun<strong>do</strong> a modalidade <strong>do</strong> contrato, estes trabalha<strong>do</strong>res somente podem trabalharpor seis meses ao ano.Em algumas regiões, o emprego sazonal pode ser benéfico para os trabalha<strong>do</strong>res, pois permite aos mesmosrealizar também outras atividades. Uma vantagem da contratação sazonal é que se trata de uma modalidadede contratação de pessoal atualmente em uso e que pode ser imediatamente aplicada para aumentar onúmero de pessoas no campo, em caráter emergencial. Também permite ajustes sazonais, segun<strong>do</strong> aintensidade da necessidade de pessoal. Não poderá, contu<strong>do</strong>, resolver toda a questão <strong>do</strong> pessoal de campo,visto que uma parte substancial <strong>do</strong> pessoal necessitaria estar disponível em tempo integral. Provavelmente,exigiria também a expansão oficial <strong>do</strong> objetivo da tarefa orçamentária de prevenção e combate a incêndiospara algo mais amplo, como “pessoal de manejo de campo” ou simplesmente “guarda-parques”.Este contingente de pessoal de campo poderia ser contrata<strong>do</strong> eficientemente através de terceiros. A vantagemé que, através de terceiros, os servi<strong>do</strong>res podem ser contrata<strong>do</strong>s mais ou menos como pessoal permanente,sem exigir um aumento no número de servi<strong>do</strong>res federais. A vantagem de terceirizar a contratação deservi<strong>do</strong>res para organizações conservacionistas sem fins lucrativos ao invés de alguma empresa comercialé que o custo administrativo é menor, o pessoal pode receber treinamento especificamente para tarefas deconservação e até mesmo poder ser alterna<strong>do</strong> entre as áreas protegidas, de acor<strong>do</strong> com a necessidade.O pessoal contrata<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> esta modalidade provavelmente não teria autoridade policial. Apesar de opoliciamento não ser uma tarefa freqüente entre as diversas responsabilidades <strong>do</strong> pessoal de campo, éimportante que pelo menos parte desse pessoal tenha tal autoridade, de mo<strong>do</strong> que ela possa ser aplicadaquan<strong>do</strong> necessário. Portanto, seria necessário haver pelo menos uma mistura de servi<strong>do</strong>res públicos efuncionários com contratos priva<strong>do</strong>s.A contratação de pessoal de campo nas modalidades aqui sugeridas vai exigir um grande esforço por parte<strong>do</strong> IBAMA. Para ser realizada com sucesso, precisará ser conduzida por uma força-tarefa especial, com umalto nível de poder de decisão e ao longo de um perío<strong>do</strong> de tempo considerável. Não é possível aumentaro pessoal de uma organização de <strong>do</strong>is para seis mil servi<strong>do</strong>res em um ano. Um aumento de cerca de mil a<strong>do</strong>is mil servi<strong>do</strong>res durante um perío<strong>do</strong> de quatro a seis anos já representaria um grande avanço. Tambéma reestruturação organizada <strong>do</strong> quadro de servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> IBAMA representa um processo com tamanhacomplexidade que demandaria da força-tarefa de quatro a seis anos de trabalho. A força-tarefa precisaria terpoder para redistribuir um cargo de local (por exemplo, da sede para uma UC) quan<strong>do</strong> o cargo ficasse vago,etc. Da mesma forma, a operação teria que ser orientada socialmente. Trabalhar em campo, muitas vezesem locais isola<strong>do</strong>s, exige pessoal altamente motiva<strong>do</strong>, e o pessoal somente poderá ter motivação se dispuserde orientação, treinamento e meios minimamente adequa<strong>do</strong>s para trabalhar, e se estiver adequadamenteenvolvi<strong>do</strong> nas mudanças que tiver que enfrentar.3. A consolidação <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s ambientais: no Brasil, na área ambiental, comoem outros setores, constata-se a tendência crescente de implementaçãode fun<strong>do</strong>s. Esse mecanismo merece análise específica no que se referea benefícios gera<strong>do</strong>s, procedimentos e critérios a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s, eficácia,eficiência econômica e componentes de governança. Caberia aprofundara experiência gerada na implantação <strong>do</strong> fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> ARPA; investigar quaissão os procedimentos de articulação institucional previstos para a parceriaIBAMA/CEF, através <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> de Compensação Ambiental a ser implanta<strong>do</strong>.O caráter especializa<strong>do</strong> <strong>do</strong> tema sugere, ainda, um enfoque comparativoe amplia<strong>do</strong> sobre a experiência de implantação de fun<strong>do</strong>s, que ultrapasse63


a experiência parcial <strong>do</strong> setor ambiental, para agregar subsídios técnicospauta<strong>do</strong>s em setores mais capilariza<strong>do</strong>s e capacita<strong>do</strong>s, com o objetivo deincorporar reflexões geradas na experiência econômica brasileira e nãosomente na experiência internacional. As diversas fontes potenciais dereceita são mal exploradas ou mal geridas, como é o caso da compensaçãoambiental. Novamente é necessário que o esta<strong>do</strong> invista em pessoal paraque estas receitas sejam dinamizadas. Uma força tarefa de no mínimoum ano, deve ser empregada para a rápida destinação <strong>do</strong>s recursos decompensação e também para a regularização de multas, concessões eoutras fontes.4. Potencialidades e expectativas associadas ao ecoturismo em UC: oecoturismo promete gerar recursos importantes para a gestão das UC, comoalgumas experiências incipientes e pontuais sugerem. O desenvolvimentopotencial de novos merca<strong>do</strong>s para produtos e serviços sustentáveis ecertifica<strong>do</strong>s deve ampliar a demanda por visitação nas UC. As UC carecemda infra-estrutura e de pessoal adequa<strong>do</strong> para atender a essa demanda. Fazsenti<strong>do</strong> investir em um grupo seleciona<strong>do</strong> de UC, especialmente ParquesNacionais, como programa piloto para equacionar o real retorno econômicoda atividade para a gestão <strong>do</strong> sistema. Consideran<strong>do</strong> o tamanho <strong>do</strong>País, começar com cerca de 25 parques nacionais parece ser um iníciorazoável e, na medida em que a visitação for aumentan<strong>do</strong> nessas áreas,ir estruturan<strong>do</strong> outras mais. Os Parques que já têm um fluxo razoável devisitantes devem ser os primeiros a serem estrutura<strong>do</strong>s. Muitos deles jádispõem de uma certa infra-estrutura, porém, provavelmente, necessitan<strong>do</strong>de reforma e modernização.645. Pagamentos por serviços hidrológicos em UC: trata-se de lacunasignificativa e preocupante no que tange à geração de recursos financeirosem benefício das UC, seja através de mecanismos de regulação direta ou porinstrumentos de merca<strong>do</strong>. As experiências da Costa Rica e <strong>do</strong> Equa<strong>do</strong>r podemser tomadas como referências. Desde 1997 a Costa Rica aplica sistemasde pagamentos por serviços ambientais associa<strong>do</strong>s à produção de água.A Lei n° 7.575, instituída em 1996, reconhece como serviços ambientaisforneci<strong>do</strong>s por ecossistemas florestais a redução das emissões de gases <strong>do</strong>efeito estufa, a produção de água para consumo, irrigação e geração deenergia, a conservação da biodiversidade e a oferta de beleza cênica paraatividades recreativas e turísticas. O Fun<strong>do</strong> Nacional de FinanciamentoFlorestal – FONAFIFO foi cria<strong>do</strong> para assegurar o pagamento por essesbenefícios ambientais aos proprietários das terras em troca de práticas deconservação e uso sustentável, firmadas por contrato e monitoradas peloSistema Nacional de Áreas de Conservação e por ONG. No Equa<strong>do</strong>r, maisde 80% da água que abastece os 1,5 milhão de habitantes de Quito vemdas Reservas Ecológicas de Cayambe Coca e de Antisana, que, juntas,cobrem um território de mais de 520.000 hectares. Ações para conter ereduzir as inúmeras ameaças e pressões sobre essas áreas protegidas sãofinanciadas com recursos de um ‘fun<strong>do</strong> de água independente’ – FONAG,constituí<strong>do</strong> por recursos iniciais da TNC e da Empresa Metropolitana deEsgoto e Água Potável de Quito – EMAAP-Q.


6. Revisão <strong>do</strong> modelo de gestão administrativa e financeira <strong>do</strong> sistemafederal de UC: Ao longo das últimas quatro décadas, desde a criação <strong>do</strong>IBDF até a criação <strong>do</strong> IBAMA, o sistema de gestão das UC experimentouvárias mudanças. No IBAMA, as UC eram gerenciadas por três diretoriasdiferentes: DIREC, DISAM e DIREF, cujas operacionalizações e desembolsoseram feitos pelas Gerências Executivas ou órgãos descentraliza<strong>do</strong>s <strong>do</strong>IBAMA. Vale mencionar algumas experiências valiosas, fruto de propostas<strong>do</strong>s chefes de parques, como os Núcleos Regionais de Unidades deConservação (NURUC), constituí<strong>do</strong>, por exemplo, no Rio de Janeiro, de1997 a 2002; a proposta de gestão bio-regional; ou ainda a gestão pormosaicos, todas com potencial de agregar ao conjunto de UC uma estruturaadministrativa de suporte. O objetivo, ainda por alcançar, era melhorar aqualidade <strong>do</strong>s serviços e reduzir os custos pelo trabalho em escala. A maisrecente reforma da estrutura de gestão das UC foi a criação <strong>do</strong> Instituto ChicoMendes de Conservação da Biodiversidade, cria<strong>do</strong> com o manifesto objetivode melhorar a gestão <strong>do</strong> sistema federal. No Instituto Chico Mendes, as UCfederais vão ser geridas por duas diretorias, a de Unidades de Conservaçãode Proteção Integral e a de Unidades de Conservação de Uso Sustentável ePopulações Tradicionais e pelas Unidades de Coordenação Regional.65


AnexosRelação <strong>do</strong>s Colabora<strong>do</strong>resGrupo Temático de Sustentabilidade Financeira <strong>do</strong> SNUCAna Cristina Barros (Coordena<strong>do</strong>ra)Sonia Peixoto (Coordena<strong>do</strong>ra)Alexandra AlmeidaAlexandre Pra<strong>do</strong>Carlos Eduar<strong>do</strong> YoungOfélia Willmers<strong>do</strong>rfColabora<strong>do</strong>res Técnicos67


Colabora<strong>do</strong>resInstituições de ApoioAgência de Cooperação Alemã GTZConservação Internacional (CI) BrasilFórum Nacional de Áreas ProtegidasFun<strong>do</strong> Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio)Fun<strong>do</strong> Mundial para a Natureza - WWF-BrasilInstituto Brasileiro <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> e <strong>do</strong>s Recursos Naturais Renováveis(IBAMA)Instituto Mundial para Conservação e <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> (World Institute forConservation & Environment – WICE)<strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> (MMA)The Nature Conservancy (TNC) BrasilUniversidade Federal Rural <strong>do</strong> Rio de Janeiro (UFRRJ)Tabelas68Tabela 1 Relação entre as categorias de UC <strong>do</strong> SNUC e da UICNTabela 2 Número, área e percentual <strong>do</strong> território nacional por unidadesfederais e estaduaisTabela 3 Resumo das fontes federais de receitas atuais <strong>do</strong> SNUC, combase no ano de 2006 (em milhões de reais)


Tabela 4 Programas e projetos <strong>do</strong> orçamento federal com recursos para oSNUC (LOA 2006)Tabela 5 Composição das despesas de execução orçamentária <strong>do</strong> IBAMAem 2006 (em reais)Tabela 6 Servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> IBAMA atuantes nas UCTabela 7 Servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> IBAMA atuantes em BrasíliaTabela 8 Estimativa das despesas <strong>do</strong> IBAMA com servi<strong>do</strong>res dedica<strong>do</strong>s àsUC (em milhões de reais)Tabela 9 Recursos <strong>do</strong> IBAMA destina<strong>do</strong>s às UC, sem servi<strong>do</strong>res e semserviços da dívida (em reais)Tabela 10 Recursos destina<strong>do</strong>s pelo MMA ao SNUC (em reais)Tabela 11 Recursos <strong>do</strong> FNMA destina<strong>do</strong>s ao SNUC (em reais)Tabela 12 Execução da compensação ambiental em 2006 (em reais)Tabela 14 Recursos anuais ou totais estima<strong>do</strong>s provenientes das fontespotenciaisTabela 15 Estimativa de arrecadação anual das concessões florestais eprojeção da receita para as UcTabela 16 Arrecadação anual por serviços de água em quatro países daEuropa, no início <strong>do</strong>s anos 90, e casos estaduais no BrasilTabela 17 Projeção de arrecadação anual <strong>do</strong>s mecanismos que colaboramindiretamente na geração de recursos para as UCTabela 18 Repasses decorrentes <strong>do</strong> ICMS ecológico no exercício de2002Tabelas IMCTabela IMC 1 Despesas de custeio para as UC federais e estaduais (emmilhões de reais)Tabela IMC 2 Pessoal necessário para as UC federais e estaduais (emmilhões de reais)Tabela IMC 3 Comparativo entre o pessoal atuante no SNUC para UCfederais (pessoal existente) e o mínimo necessárioTabela IMC 4 Administração das UC federais e estaduaisTabela IMC 5 Manutenção, contratação e operação de equipamentos paraas UC federais e estaduais (em milhões de reais)Tabela IMC 6 Programas de gestão para as UC federais e estaduaisTabela IMC 7 Despesas de custeio para as UC federais (em milhões dereais)Tabela IMC 8 Despesas de custeio para as UC estaduais (em milhões dereais)Tabela IMC 9 Investimentos mínimos para as UC federais e estaduais (emmilhões de reais)Tabela IMC 10 Investimentos em infra-estrutura para as UC federais eestaduais (em milhões de reais)Tabela IMC 11 Investimentos em equipamentos para as UC federais eestaduaisTabela IMC 12 Investimentos em atividades técnicas para criação econsolidação para as UC federais e estaduais (em milhões de reais)Tabela IMC 13 Investimentos mínimos para as UC federais e estaduais(em milhões de reais)69


Tabela IMC 14 Investimentos mínimos para as UC federais (em milhõesde reais)Tabela IMC 15 Investimentos mínimos para as UC estaduais (em milhõesde reais)QuadrosQuadro I Empréstimos com o BIDQuadro II Potencial <strong>do</strong> turismo para geração de renda nas UCQuadro III Arrecadação nos parques nacionais americanosQuadro IV Receitas EstaduaisQuadro V Formas de contratação de pessoal de campoQuadros IMCQuadro IMC 1 Descrição da Infra-estrutura sugeridaQuadro IMC 2 Descrição <strong>do</strong>s passos mínimos necessários para a criaçãode uma UCFigurasFigura 1 Evolução <strong>do</strong> orçamento federal para a gestão ambiental (emmilhões de reais e corrigi<strong>do</strong>s pela inflação)Figura 2 Comparativo de gastos <strong>do</strong> MMA com outros órgãos federais (emmilhões de reais e liquida<strong>do</strong> em 2006)Figura 3 Casos clássicos potenciais para cobrança pelo uso da água emUCFigura 4 Evolução da arrecadação anual <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> de Defesa <strong>do</strong>s DireitosDifusos de 1995 a 2005Figuras IMCFigura IMC 1 Descrição das categorias de despesas de custeio (ou custosrecorrentes)Figura IMC 2 Categorias de despesa de investimento70


Siglas71


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Tabelas <strong>do</strong> MicosysValores de Referência e Fatores de Custo81


84Relação entre os fatores de correção da tabela acima e categorias e biomasdas unidades:


Equipamento para a infra-estrutura no campo85


86Relação de Unidades de Conservação consideradas no estu<strong>do</strong>


Participação:CoordenaçãoDepartamento de Áreas Protegidas98Projeto GráficoAna Flora Caminha e Ângela Ester Magalhães Duarte

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