auapebas há um esforço para valorizar aparticipação <strong>da</strong> juventude na gerência <strong>da</strong>cooperativa. Ser alpinista florestal é umaativi<strong>da</strong>de que atrai os jovens <strong>da</strong> AssociaçãoN. Sra. de Fátima; o projeto oferecepossibili<strong>da</strong>des para que eles desempenhemuma função estimulante.Na mesma área, a Associação permitiu,ain<strong>da</strong>, que 43 pessoas se alfabetizassempor meio de telecurso e fizessem seus <strong>do</strong>cumentos.A formação de capital social,com lideranças fortaleci<strong>da</strong>s e capacita<strong>da</strong>sem temas de seu interesse é marca naregião <strong>do</strong> Jaú; e a formação política destaca-seem Wanderlândia. Na região <strong>do</strong>spoyanawa, o projeto aju<strong>do</strong>u a revertero pensamento regional de que “índio épreguiçoso”. Hoje, os poyanawa são reconheci<strong>do</strong>scomo os maiores e melhoresprodutores de farinha <strong>da</strong> região e isso émotivo de orgulho.A capacitação é outro grande benefíciocita<strong>do</strong>: a equipe técnica recebeu apefeiçoamento(Wanderlândia), agricultoresmais capacita<strong>do</strong>s (Fun<strong>da</strong>c), acesso a informaçõessobre SAFs nos cursos e treinamentos,em Curralinho, capacitação <strong>do</strong>sagricultores para administração de suasproprie<strong>da</strong>des, no projeto <strong>do</strong> Ceapac. Muitosprodutores recorrem à APA para sabercomo diversificar suas áreas. Em Juína,destacam-se as ativi<strong>da</strong>des coletivas comomomentos de capacitação e de fortalecimentosocial. Aí, a inovação na propostaprodutiva levou a comuni<strong>da</strong>de a identificaroportuni<strong>da</strong>de para inovar também napolítica e na forma de se relacionar como poder público local – na campanha de1996, a proposta de diversificação serviupara qualificar o discurso.A assistência técnica ofereci<strong>da</strong> pelo projetoe o próprio escritório na ci<strong>da</strong>de sãoponto de apoio para os produtores deCurralinho. Em Anapu, os filhos continuama luta <strong>do</strong>s pais pela posse <strong>da</strong> terra,hoje como técnicos <strong>do</strong> projeto. No casode Lontra, a visibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo projetochamou a atenção <strong>do</strong> governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>para a comuni<strong>da</strong>de, resultan<strong>do</strong> em investimentosde infra-estrutura. O trabalho <strong>da</strong>Cooper (Parauapebas) é reconheci<strong>do</strong> pelasocie<strong>da</strong>de local como importante parao desenvolvimento regional; a Apruramtambém é referência regional, com seutrabalho muito bem divulga<strong>do</strong> por meiode cartilhas, folhetos e programas de rádio.O uso social <strong>do</strong>s veículos (barcos, carros,motos) e outros equipamentos compra<strong>do</strong>scom recursos PDA é cita<strong>do</strong> como benefíciopelos projetos de Wanderlândia,Curralinho, Lontra, APA e no <strong>do</strong> Ceapac.No caso <strong>do</strong> Fun<strong>da</strong>c, esses bens de uso comumsão o poço artesiano e o sistema deirrigação. Em Wanderlândia, a associaçãorecebeu um terreno de 1,5 hectares paraa implantação de um viveiro, por determinaçãode um Termo de Ajustamento deCondutora por <strong>da</strong>nos ambientais causa<strong>do</strong>spor uma empresa.Em São Luís <strong>do</strong> Anauá, o projeto definitivamentecontribuiu para a permanência<strong>do</strong>s agricultores na área – um deles, inclusive,voltou <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Coisa semelhanteocorre no projeto de Anapu: lotes maisvaloriza<strong>do</strong>s, com o plantio <strong>da</strong>s árvores,e apoio à resistência <strong>do</strong>s produtores àtentativa de compra de suas terras pelosfazendeiros; nenhuma <strong>da</strong>s cem famíliasatendi<strong>da</strong>s vendeu ou deixou o lote durantea execução <strong>do</strong> projeto. Também na APAhouve valorização <strong>do</strong>s lotes por causa <strong>do</strong>plantio de árvores.49
50“Em 1996, antes <strong>do</strong> projeto, eu e minhafamília pensamos em ir embora <strong>da</strong>quide Juína porque não se via nenhumaperspectiva de futuro”. Cícero, Juína/MT4.2. Comen<strong>do</strong> melhor, viven<strong>do</strong>melhor e com mais dinheirono bolso“Hoje em dia somos libera<strong>do</strong>s,trabalhamos publicamente. Ca<strong>da</strong> um temsua casinha (uni<strong>da</strong>de de beneficiamento),seu transporte (animais)… Só nãotrabalha quem não quer. (…) To<strong>do</strong>mun<strong>do</strong> está trabalhan<strong>do</strong> limpinho,zeladinho. Dinheiro, antigamente,ninguém conhecia. Hoje a gente já pegadiretamente no dinheiro”. FranciscoLeitão, Floresta Estadual <strong>do</strong> Antimari/AcreO aumento de ren<strong>da</strong> é um resulta<strong>do</strong> concretoque aparece claramente em quinzerelatórios. Mas há também ganhos econômicoscom redução de gastos tanto naprodução quanto na casa; e ganhos emalimentação e saúde, que as comuni<strong>da</strong>desvalorizam muito.Os seringueiros <strong>do</strong> Antimari vendem aborracha por melhor preço, porque fazemum pré-beneficiamento nas 44 uni<strong>da</strong>desfinancia<strong>da</strong>s pelo PDA. No projeto <strong>da</strong>s sementes,um trabalho de 4 dias/ano (coleta)gera uma ren<strong>da</strong> média de R$ 300,00/anopor produtor, valor igual ao gera<strong>do</strong> poroutros produtos que exigem mais tempode trabalho.O pessoal de Cametá refere-se à pisciculturacomo sua “caderneta de poupança”:70% <strong>do</strong>s peixes são vendi<strong>do</strong>s na feira <strong>da</strong>ci<strong>da</strong>de, entre peixes cria<strong>do</strong>s nos tanques epesca<strong>do</strong>s nos rios, nos quais a quanti<strong>da</strong>deaumenta por causa <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s de pesca.“O tanque de peixes é um sonho realiza<strong>do</strong>”,explica um produtor.A ven<strong>da</strong> de castanha para a meren<strong>da</strong>escolar, em Curralinho, aumenta a ren<strong>da</strong><strong>do</strong>s pais e melhora a alimentação <strong>do</strong>sfilhos. Os poyanawa tiveram sua ren<strong>da</strong>com a ven<strong>da</strong> de farinha multiplica<strong>da</strong> porquatro, pelo uso <strong>da</strong> mecanização; “ninguémhoje deve na<strong>da</strong>. Faz farinha, vendee vive disso” (Joel). A APA gera de 40 a 45empregos diretos e a ren<strong>da</strong> <strong>da</strong>s famíliasparticipantes teve uma elevação médiade um salário mínimo/mês/família, além<strong>da</strong> ren<strong>da</strong> adicional obti<strong>da</strong> com a ven<strong>da</strong>de mel (40% <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> média por família),<strong>do</strong>ces e licores.A estratégia <strong>do</strong> projeto de Juína foi o deaumentar a ren<strong>da</strong> pela diversificação <strong>da</strong> produção,aproveitan<strong>do</strong> situações de entressafra.A Apruram consegue comercializar to<strong>da</strong>a produção de cupuaçu <strong>do</strong>s associa<strong>do</strong>s, oque resulta na melhoria <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> familiar, eem Parauapebas já houve, nesta última safra,elevação <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> <strong>da</strong>s famílias.Aprender a comer uma coisa diferente,fora <strong>do</strong> costume, pode significar um grandeganho em riqueza na dieta, resultan<strong>do</strong>em mais saúde. Isso tem aconteci<strong>do</strong> nosprojetos que trabalham com mel (Apiaú,FVPP, Juína), frutas (Esperantinópolis,Wanderlândia, Apruram) ou peixe. Comodiz um produtor em São Luís <strong>do</strong> Anauá:“aprendi a consumir peixe”. Também éimportante poder escolher: “podemosescolher o peixe que queremos comer”,alegra-se outro.Em Wanderlândia, as mulheres têm hortaorgânica, <strong>da</strong> qual suas famílias se alimentam,e cujos produtos também vendemna feira semanal <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de junto comos <strong>do</strong>ces que fabricam. Ah, as mulheres!Nesses projetos, quan<strong>do</strong> entram, é pra va-
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