INTRODUÇÃOO esfíncter velofaríngeo (EVF) corresponde anatomicamente à áreadelimita<strong>da</strong> pelo véu palatino ou palato mole, paredes laterais e paredeposterior <strong>da</strong> faringe. Recebe este nome, pois funciona como uma válvulaque se fecha de forma esfinctérica durante algumas funções.Fisiologicamente, para ocorrer a oclusão velofaríngea, são necessáriostrês mecanismos básicos: a elevação e posteriorização do palatomole, aproximação medial <strong>da</strong>s paredes laterais <strong>da</strong> faringe e, com menorfreqüência, a anteriorização <strong>da</strong> parede posterior <strong>da</strong> faringe. A fisiologiaadequa<strong>da</strong> do EVF é responsável por ativi<strong>da</strong>des como: sopro, deglutição,sucção, fonação e ventilação do ouvido média (Altmann, 1994).Com o advento dos recursos tecnológicos como a videofluoroscopiae a nasoendoscopia, foi possível conhecer de forma mais detalha<strong>da</strong> aanatomia e fisiologia do EVF. Entre esses recursos, a nasoendoscopia éfreqüentemente cita<strong>da</strong> na literatura como um procedimento que possibilitaa visão direta do EVF, a qual vem sendo utiliza<strong>da</strong> como exame complementarà avaliação clínica de rotina (Hirschberg, 1986; Tabith, 1989;Shprintzen, 1994).Shprintzen (1989) acrescentou outras vantagens para a utilização <strong>da</strong>nasoendoscopia: o paciente não fica exposto à radiação; se necessário, oexame pode ser repetido; a sua realização é relativamente fácil; auxiliano diagnóstico e definição de condutas; tem aplicações terapêuticas.Hirschberg (1986) também indicou como vantagem a possibili<strong>da</strong>dede uma inspeção <strong>da</strong> movimentação do EVF com pouca ou sem nenhumainterferência em sua fisiologia normal. Através deste recurso, entre outros,foi possível observar que a oclusão velofaríngea é extremamentevariável para ca<strong>da</strong> indivíduo (Shprintzen, 1994; Altmann, 1994; Finkelsteinet al., 1995). Contudo, Skolnick et al. (1973) (Croft et al., 1981;Shprintzen, 1994; Altmann, 1994; Finkelstein et al., 1995) caracterizaram4 padrões de fechamento desta região, de acordo com a movimentaçãomais efetiva de ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s estruturas.Tais padrões foram classificados em:• coronal - participação mais evidente do palato mole;• sagital - participação mais evidente <strong>da</strong>s paredes laterais <strong>da</strong> faringe;.• circular - participação mais evidente do palato mole e paredes laterais<strong>da</strong> faringe e• circular com prega de Passavant - idem ao anterior, incluindo a paredeposterior <strong>da</strong> faringe com a prega de Passavant.CAMARGO, LaísO. S. et al.Oclusão velofaríngeaem indivíduossubmetidosà nasoendoscopiana Clínicade Educação paraSaúde (CEPS).Salusvita, Bauru,v. 20, n. 1, p. 35-47, 2001.Posteriormente, Finkelstein et al., (1995), através de estudo com medi<strong>da</strong>scefalométricas, identificaram um quinto padrão “intermediário”,classificado como coronal com marca<strong>da</strong> movimentação medial <strong>da</strong>s paredeslaterais faríngeas, onde o principal componente é a elevação do véupalatino, sendo o movimento completado pelas paredes laterais <strong>da</strong> faríngeentre 50 % e 0% do diâmetro transverso.36
CAMARGO, LaísO. S. et al.Oclusão velofaríngeaem indivíduossubmetidosà nasoendoscopiana Clínicade Educação paraSaúde (CEPS).Salusvita, Bauru,v. 20, n. 1, p. 35-47, 2001.Altmann (1994) referiu que a variabili<strong>da</strong>de de oclusão também depende<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de realiza<strong>da</strong>. Desta forma, quando as ativi<strong>da</strong>des sãopneumáticas (sopro, fala, assobio), as paredes laterais <strong>da</strong> faringe nãose movimentam em to<strong>da</strong> a sua extensão. Enquanto que, durante as ativi<strong>da</strong>desnão-pneumáticas (deglutição, sucção e reflexo de vômito), omovimento de tais paredes é bem evidente, na medi<strong>da</strong> em que ocorreem to<strong>da</strong> a sua extensão. Kuehn & Moon (1998) também fazem referênciasquanto à diferença entre ativi<strong>da</strong>des que envolvem ou não a fala.Observaram que o ponto máximo de força de oclusão velofaríngea, durantea deglutição, tende a ser inferior do que durante a fala, provavelmentepela ação dos músculos constritores <strong>da</strong> deglutição.De acordo com Altmann (1994), a oclusão velofaríngea tambémpode variar quantitativamente. Assim, ela parece seguir uma hierarquia,sendo maior na deglutição e em ordem decrescente no sopro, emissão deconsoantes e finalmente na emissão de vogais.Segundo Shprintzen (1994), quando as estruturas do EVF, por diferentesmotivos, não funcionam adequa<strong>da</strong>mente estabelece-se uma inadequaçãovelofaríngea (IVF). Como conseqüência, pode-se observar umgap (espaço) entre tais estruturas.De acordo com Tabith (1989), a IVF é, portanto, uma comunicaçãoentre as cavi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> oro e nasofaringe, com sintomatologia diversifica<strong>da</strong>na fonação, alimentação e função auditiva. Como conseqüência, podemocorrer voz hipernasal, distúrbios articulatórios compensatórios,engasgos, refluxos nasais de alimentos e otites de repetição.Pinho & Joo (1995) relataram compensações respiratórias e laríngeascomo decorrentes <strong>da</strong>s alterações <strong>da</strong> oclusão velofaríngea. Segundoos autores, tais compensações poderiam ser justifica<strong>da</strong>s pela tentativa doindivíduo em reduzir a nasali<strong>da</strong>de, através do esforço do trato vocal, oqual seria o principal responsável pelos distúrbios vocais.Hirschberg (1986) referiu que uma voz produzi<strong>da</strong> de forma hiperfuncionalpode ser considera<strong>da</strong> como um mecanismo compensatório acarretandodisfonia e, até mesmo, desenvolvimento de nódulos nas pregas vocais.O autor relata que na sua amostra de pacientes encontrou uma proporçãode 12% de nódulos vocais.Contudo, o gap velofaríngeo nem sempre acarreta a sintomatologiaacima referi<strong>da</strong>. Warren (1986) indicou, através de medi<strong>da</strong>s, que é possívelindivíduos com aberturas velofaríngeas mínimas sem repercussõespara a função velofaríngea.As causas <strong>da</strong>s IVF podem ser de origem orgânica, funcional ouuma combinação de ambas. Podem ser congênitas ou adquiri<strong>da</strong>s (Hirschberg,1986).Entre estas, Shprintzen (1994) faz referências às anomalias do sistemanervoso central e periférico, distúrbios neuromusculares, dificul<strong>da</strong>desno aprendizado articulatório. A paralisia cerebral, anomalias craniofaciais,cirurgias de adenóides e amíg<strong>da</strong>las, ou hipertrofia <strong>da</strong>s mesmas etraumas, também são relata<strong>da</strong>s como possíveis etiologias de IVF porShprintzen & Golding-Kushner (1989).37
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