Faz-se necessário, portanto, um conhecimento mais aprofun<strong>da</strong>do doEVF, pois em alguns quadros patológicos, os primeiros sintomas podemse manifestar nesta região.Com base na literatura e na prática clínica, podemos constatar que omecanismo velofaríngeo é complexo e a sua variabili<strong>da</strong>de fisiológica“parece ser a regra e não a exceção” (Altmann, 1994). Até o presentemomento, os diversos pesquisadores não descartam as diferentes possibili<strong>da</strong>desde fechamento velofaríngeo, devido à interferência de váriosfatores, embora os padrões descritos por Skolnick et al. (1973) sejam osmais citados na literatura (Croft et al., 1981; Altmann, 1994; Finkelsteinet al., 1995).Diante de tais premissas, o trabalho em questão teve por objetivos:• analisar e comparar os tipos de fechamento velofaríngeo encontrados,com os padrões descritos na literatura;• verificar e descrever a ocorrência de outros tipos de oclusão velofaríngea,caso fossem observa<strong>da</strong>s variações dos tipos já descritosna literatura.• relacionar a oclusão do EVF, total ou incompleta, observa<strong>da</strong> na nasoendoscopia,com os <strong>da</strong>dos obtidos em anamnese e na avaliaçãocom espelho de ressonância.CAMARGO, LaísO. S. et al.Oclusão velofaríngeaem indivíduossubmetidosà nasoendoscopiana Clínicade Educação paraSaúde (CEPS).Salusvita, Bauru,v. 20, n. 1, p. 35-47, 2001.MATERIAIS E MÉTODOSOs sujeitos desta pesquisa correspondem aos indivíduos que foramsemanalmente agen<strong>da</strong>dos no ambulatório de otorrinolaringologia <strong>da</strong>CEPS (Clínica de Educação para a Saúde- Universi<strong>da</strong>de Sagrado Coração),para realização <strong>da</strong> nasoendoscopia.Foram realiza<strong>da</strong>s 61 (sessenta e uma) avaliações para o estudo emquestão, sendo 13 (treze) excluí<strong>da</strong>s devido à dificul<strong>da</strong>de de visualizaçãodo esfíncter velofaríngeo (EVF) e outras intercorrências durante a realização<strong>da</strong> nasoendoscopia.A nasoendoscopia, realiza<strong>da</strong> por um profissional <strong>da</strong> área médica,constituiu-se uma fibra óptica flexível introduzi<strong>da</strong> através <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>denasal, passando pela região do EVF, até atingir a laringe.As imagens obti<strong>da</strong>s foram amplia<strong>da</strong>s e acompanha<strong>da</strong>s simultaneamenteà realização do exame, através de uma TV acopla<strong>da</strong> ao nasoendoscópio.O exame foi gravado em uma fita de vídeo cassete, permitindo aosprofissionais uma análise mais detalha<strong>da</strong> posteriormente, a fim de reduziro tempo de permanência <strong>da</strong> fibra óptica inseri<strong>da</strong> no indivíduo. Foi utilizadoo nasoendoscópio <strong>da</strong> marca Machi<strong>da</strong> com fibra óptica flexível.A rotina <strong>da</strong> coleta de <strong>da</strong>dos seguiu a sequência abaixo:• Anamnese, a qual teve o objetivo de levantar <strong>da</strong>dos relacionados àsqueixas e ou antecedentes associados à função velofaríngea, taiscomo: presença de engasgos, refluxos nasais, infecções de ouvido,alterações articulatórias e vocais (ANEXO 1).38
CAMARGO, LaísO. S. et al.Oclusão velofaríngeaem indivíduossubmetidosà nasoendoscopiana Clínicade Educação paraSaúde (CEPS).Salusvita, Bauru,v. 20, n. 1, p. 35-47, 2001.• Avaliação com espelho de ressonância, a fim de verificar a presençaou ausência de escape nasal, uma vez que este <strong>da</strong>do é fun<strong>da</strong>mentalpara complementar diagnósticos de IVF, associado às informaçõesobti<strong>da</strong>s através <strong>da</strong> nasoendoscopia (ANEXO 2).A análise do espelho de ressonância foi considera<strong>da</strong> positiva (+),quando foi observado escape de ar nasal, embaçando o espelho e negativa(-) quando não houve escape de ar nasal em nenhuma <strong>da</strong>s emissões.Porém, a vogal /a/ foi analisa<strong>da</strong> de forma particular devido à possibili<strong>da</strong>dede resultado positivo isolado.• Nasoendoscopia, através <strong>da</strong> qual foi realiza<strong>da</strong> a análise direta <strong>da</strong> regiãodo EVF (ANEXO 2).A análise <strong>da</strong> nasoendoscopia foi considera<strong>da</strong> positiva (+), com presençade gap (espaço entre as estruturas velofaríngeas), quando esta característicase apresentou em uma ou mais de uma emissão, e negativa(–) quando não ocorreu o gap velofaríngeo. Neste caso, a vogal /a/ tambémfoi considera<strong>da</strong> de modo particular.O protocolo utilizado para estes dois procedimentos (ANEXO 2) incluiusopro, emissões prolonga<strong>da</strong>s de vogais e fonemas fricativos surdos,palavras e frases com um predomínio de fonemas plosivos e fricativos,por exigirem maior fluxo aéreo intra-oral.To<strong>da</strong>s as nasoendoscopias foram devi<strong>da</strong>mente registra<strong>da</strong>s em fitas e,semanalmente, analisa<strong>da</strong>s de forma mais detalha<strong>da</strong>, sendo os <strong>da</strong>dos correlacionadoscom aqueles obtidos na anamnese e no espelho de ressonância.A faixa etária dos sujeitos estu<strong>da</strong>dos foi de 6 a 76 anos.O presente estudo incluiu 33 sujeitos do sexo feminino e 15 do sexomasculino, sendo todos falantes <strong>da</strong> língua portuguesa.Para a análise final dos resultados, não foram considera<strong>da</strong>s as variáveisquanto à faixa etária e sexo.RESULTADOS E DISCUSSÕESPodemos observar que, dos 48 sujeitos estu<strong>da</strong>dos, os padrões de fechamentovelofaríngeo encontrados foram semelhantes aos propostospor Skolnick et al. (1973): coronal, sagital, circular e circular com pregade Passavant. Destes, o tipo coronal foi o mais freqüente (TABELA 1).TABELA 1 – Distribuição de freqüência dos padrões de fechamento velofaríngeo encontradosPadrão Sujeitos (48)Coronal 54,1% (26)Sagital 4,2 % (02)Circular 31,2% (15)Circular com Prega de Passavant 4,2 % (02)Coronal e Circular 4,2% (02)Coronal e Sagital 2,1% (01)39
- Page 1: ISSN 0101-9910r e v i s t aSALUSVIT
- Page 4 and 5: Olavo Speranza de Arruda - Depto. C
- Page 6 and 7: artigos, avaliados por especialista
- Page 8 and 9: Another relevant associated problem
- Page 10 and 11: 111123133147159167Eletromiografia d
- Page 12 and 13: utilização do Flutter ® VRP1 e d
- Page 14 and 15: Cada paciente compareceu ao Setor d
- Page 16 and 17: A quantidade média e total de secr
- Page 18 and 19: nobras convencionais (drenagem post
- Page 20 and 21: BARKER, A. F. ; BARDANA, E. J. Bron
- Page 23 and 24: A study of the conventional chestph
- Page 25 and 26: ANTUNES,Letícia C. de O. Aet al. s
- Page 27 and 28: ANTUNES,Letícia C. de O. Aet al. s
- Page 29 and 30: ANTUNES,Letícia C. de O. Aet al. s
- Page 31 and 32: ANTUNES,Letícia C. de O. Aet al. s
- Page 33: ANTUNES,Letícia C. de O. Aet al. s
- Page 36 and 37: INTRODUÇÃOO esfíncter velofarín
- Page 40 and 41: Croft et al. (1981) realizaram uma
- Page 42 and 43: a grande maioria (37 sujeitos), cor
- Page 44 and 45: divíduo, incluindo sua história p
- Page 46 and 47: Período: _________________________
- Page 49 and 50: Velopharyngeal oclusion in peoplewh
- Page 51 and 52: CAMARGO, LaísO. S. et al.Velophary
- Page 53 and 54: CAMARGO, LaísO. S. et al.Velophary
- Page 55 and 56: CAMARGO, LaísO. S. et al.Velophary
- Page 57 and 58: CAMARGO, LaísO. S. et al.Velophary
- Page 59 and 60: CAMARGO, LaísO. S. et al.Velophary
- Page 61 and 62: Avaliação da resistência aocisal
- Page 63 and 64: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Avalia
- Page 65 and 66: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Avalia
- Page 67 and 68: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Avalia
- Page 69 and 70: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Avalia
- Page 71 and 72: Shear bond strength of restorativem
- Page 73 and 74: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Shear
- Page 75 and 76: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Shear
- Page 77 and 78: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Shear
- Page 79: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Shear
- Page 82 and 83: INTRODUÇÃOA instrumentação, na
- Page 84 and 85: TABELA 1 - Média em mm e desvio-pa
- Page 86 and 87: Com relação à velocidade emprega
- Page 89 and 90:
Evaluation of the level of safety o
- Page 91 and 92:
DUARTE, MarcoA. H. et al. Evaluatio
- Page 93 and 94:
DUARTE, MarcoA. H. et al. Evaluatio
- Page 95:
DUARTE, MarcoA. H. et al. Evaluatio
- Page 98 and 99:
A Organização Mundial da Saúde (
- Page 100 and 101:
TABELA 2- Distribuição dos pacien
- Page 102 and 103:
transtornos da via e do disco ópti
- Page 105 and 106:
Visual impairment as a cause ofreti
- Page 107 and 108:
HOYAMA, Erikaet al. Visualimpairmen
- Page 109 and 110:
HOYAMA, Erikaet al. Visualimpairmen
- Page 111 and 112:
Eletromiografia dos músculos reto
- Page 113 and 114:
PELEGRINOTTI,Idico Luiz et al.Eletr
- Page 115 and 116:
PELEGRINOTTI,Idico Luiz et al.Eletr
- Page 117 and 118:
PELEGRINOTTI,Idico Luiz et al.Eletr
- Page 119 and 120:
PELEGRINOTTI,Idico Luiz et al.Eletr
- Page 121:
PELEGRINOTTI,Idico Luiz et al.Eletr
- Page 124 and 125:
INTRODUCTIONA human being needs a m
- Page 126 and 127:
1. electromyographic activity of re
- Page 128 and 129:
percentage variation among the RC v
- Page 130 and 131:
such occurrence in due to the an in
- Page 132 and 133:
DELAGI, E. F.; PEROTTO, A.; IAZZETT
- Page 134 and 135:
INTRODUÇÃOOs materiais usados nas
- Page 136 and 137:
esterilização em autoclave. Essas
- Page 138 and 139:
TABELA 1 - Medidas descritivas da c
- Page 140 and 141:
TABELA 3 - Medidas descritivas da f
- Page 142 and 143:
Em relação à temperatura, este m
- Page 144 and 145:
COLAIZZI, F. A.; JAVID, N. S.; MICH
- Page 147 and 148:
Effect of autoclave sterilization u
- Page 149 and 150:
PEREIRAFILHO, ValfridoA. et al. Eff
- Page 151 and 152:
PEREIRAFILHO, ValfridoA. et al. Eff
- Page 153 and 154:
PEREIRAFILHO, ValfridoA. et al. Eff
- Page 155 and 156:
PEREIRAFILHO, ValfridoA. et al. Eff
- Page 157 and 158:
PEREIRAFILHO, ValfridoA. et al. Eff
- Page 159 and 160:
Avaliação bacteriológica do biof
- Page 161 and 162:
SANT’ANNA,Rute M. de F. etal. Ava
- Page 163 and 164:
SANT’ANNA,Rute M. de F. etal. Ava
- Page 165 and 166:
SANT’ANNA,Rute M. de F. etal. Ava
- Page 167 and 168:
Bacteriological evaluation of biofi
- Page 169 and 170:
SANT’ANNA,Rute M. de F. etal. Bac
- Page 171 and 172:
SANT’ANNA,Rute M. de F. etal. Bac
- Page 173 and 174:
SANT’ANNA,Rute M. de F. etal. Bac
- Page 175 and 176:
INSTRUÇÕES PARA OS AUTORES1 - Fin
- Page 177 and 178:
4- Norma para apresentação dos or
- Page 179 and 180:
INSTRUCTIONS TO CONTRIBUTORS1 - Sco
- Page 181 and 182:
4 - Presentation of originals4.1 -