a grande maioria (37 sujeitos), correspondendo a 77,08%, apresentavaqueixas relaciona<strong>da</strong>s a distúrbios vocais associados, fun<strong>da</strong>mentalmente,a alterações laríngeas.Os resultados do presente estudo também indicaram uma grande porcentagemde sujeitos que apresentaram escape de ar nasal e/ou gap velofaríngeodurante a emissão <strong>da</strong> vogal /a/ (TABELA 4).Mool (1962) estudou o fechamento velofaríngeo em vogais isola<strong>da</strong>se em fala conecta<strong>da</strong>, com diferentes fonemas consonantais. O autor concluiuque o fechamento velofaríngeo é maior em vogais altas do que emvogais baixas, as quais incluem a vogal /a/, embora tal estudo tenha sidorealizado com falantes <strong>da</strong> língua inglesa. O autor relaciona esta diferençaentre vogais altas x baixas à altura <strong>da</strong> língua na cavi<strong>da</strong>de oral, durantea emissão destas vogais. A altura <strong>da</strong> língua, por sua vez, parece estarrelaciona<strong>da</strong> ao músculo palatoglosso que faz conexão entre esta estruturae o palato mole.O músculo palatoglosso aju<strong>da</strong> a elevar e retrair a língua sendo, portanto,bem ativo durante a produção de vogais altas, onde a língua estábastante eleva<strong>da</strong> (Altmann, 1994).Kuehn & Moon (1998) estu<strong>da</strong>ram a força do fechamento velofaríngeoe encontraram uma relação direta com os achados de Mool (1962).Desta forma, assim como Moll observou que nas vogais altas a altura dovéu palatino é maior, Kuehn & Moon (1998) encontraram uma forçamaior no fechamento velofaríngeo durante a emissão destas vogais.Mool (1962) também encontrou diferenças no fechamento velofaríngeoentre vogais emiti<strong>da</strong>s de forma sustenta<strong>da</strong> e isola<strong>da</strong>mente, com vogaisproduzi<strong>da</strong>s durante a fala conecta<strong>da</strong> (vogais associa<strong>da</strong>s às diferentesconsoantes). Neste caso, a oclusão velofaríngea foi menor durante as vogaisisola<strong>da</strong>s.Essas pesquisas respal<strong>da</strong>m, portanto, os resultados do presente estudo,no que se refere à presença de escape de ar nasal e/ou gap velofaríngeo,inclusive em indivíduos normais, durante a produção isola<strong>da</strong> do fonema/a/, o qual é considerado uma vogal baixa.A TABELA 4 também indica sujeitos, cujos resultados foram positivosquanto à presença de escape de ar nasal (espelho de ressonância),porém negativos quanto à presença de gap velofaríngeo (nasoendoscopia).Nestas situações, provavelmente o espelho de ressonância captouescapes de ar nasal provenientes de gap velofaríngeos mínimos, osquais não foram devi<strong>da</strong>mente visualizados durante as análises <strong>da</strong>s nasoendoscopias.Este fato é possível, considerando os achados de Warren (1986), que,em estudos anteriores (1975 e 1979), definiu a função velofaríngea emtermos fisiológicos. De acordo com este autor, a função velofaríngea écompetente até uma abertura (gap) de 0,2cm 2 . Acima deste limite, o indivíduonão produziria uma fala adequa<strong>da</strong>, pois não teria condições deimpor suficiente pressão aérea intra - oral, acarretando uma ressonânciahipernasal.CAMARGO, LaísO. S. et al.Oclusão velofaríngeaem indivíduossubmetidosà nasoendoscopiana Clínicade Educação paraSaúde (CEPS).Salusvita, Bauru,v. 20, n. 1, p. 35-47, 2001.42
CAMARGO, LaísO. S. et al.Oclusão velofaríngeaem indivíduossubmetidosà nasoendoscopiana Clínicade Educação paraSaúde (CEPS).Salusvita, Bauru,v. 20, n. 1, p. 35-47, 2001.O autor indica outras medi<strong>da</strong>s de abertura velofaríngea e suas respectivasrepercussões. Desta forma, aberturas abaixo de 0,05cm 2 não deveriamtrazer conseqüências para a voz do indivíduo. Aberturas entre0,05 e 0,10cm 2 não devem interferir na habili<strong>da</strong>de para falar, mas podemacarretar emissões nasais audíveis. Finalmente, aberturas entre 0,10 a0,20cm 2 são considera<strong>da</strong>s do tipo marginal e, na maioria <strong>da</strong>s vezes, o indivíduoapresentará emissão nasal modera<strong>da</strong> e hipernasali<strong>da</strong>de.Contudo, Warren (1986) não descarta a possibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s exceçõespara ca<strong>da</strong> um dos sub-grupos acima citados, ou seja, ao contrário do quese espera, há situações em que o gap velofaríngeo é mínimo, mas há interferênciasna voz do indivíduo. Por outro lado, podem aparecer indivíduoscom gap marginal sem conseqüências para a voz dos mesmos. Confirmando,novamente, a grande variabili<strong>da</strong>de do mecanismo velofaríngeo.Estas explicações respal<strong>da</strong>m, portanto, os resultados positivos para oespelho de ressonância e negativos para a nasoendoscopia, uma vez que gapcom medi<strong>da</strong>s tão reduzi<strong>da</strong>s nem sempre são perceptíveis ao examinador.Finalmente podemos observar, na TABELA 4, os sujeitos cujos resultadosforam negativos quanto à presença de escape de ar nasal (espelhode ressonância), porém, positivos quanto à presença de gap velofaríngeo(nasoendoscopia). Para estas situações não encontramos, na literatura,explicações que as respal<strong>da</strong>ssem. No entanto, uma <strong>da</strong>s hipótesesprováveis para estes resultados, refere-se à possibili<strong>da</strong>de de que o fechamentovelofaríngeo tenha ocorrido em um nível mais inferior <strong>da</strong> regiãodo EVF, o qual não foi possível ser visualizado, <strong>da</strong>ndo-nos a impressãode um gap velofaríngeo mínimo.O fato de ocorrer um gap velofaríngeo em várias emissões, mas,principalmente na vogal /a/, não apareceu relacionado a uma nasali<strong>da</strong>dena produção vocal dos sujeitos estu<strong>da</strong>dos.Este aspecto é respal<strong>da</strong>do por Pontes & Behlau (1994), os quais afirmamque “é fun<strong>da</strong>mental frisar que a nasali<strong>da</strong>de na fala, apesar de dependerfun<strong>da</strong>mentalmente do grau de abertura do espaço velofaríngeo,depende também de outros fatores. Sendo assim, a interpretação do queobservamos à nasoendoscopia deve inserir-se no contexto global deca<strong>da</strong> caso”.Entre estes outros fatores, que podem acarretar ou não nasali<strong>da</strong>demais acentua<strong>da</strong>, Warren (1986) indica a importância <strong>da</strong> precisão articulatóriacom a qual os fonemas são produzidos. O autor refere que há indivíduoscom aberturas velofaríngeas mínimas (entre 0,05 e 0,10cm 2 ),porém com articulação muito fecha<strong>da</strong>, o que pode acarretar uma produçãovocal modera<strong>da</strong>mente hipernasal.CONCLUSÃOOs <strong>da</strong>dos obtidos através <strong>da</strong> avaliação com espelho de ressonância enasoendoscopia devem ser analisados no contexto particular de ca<strong>da</strong> in-43
- Page 1: ISSN 0101-9910r e v i s t aSALUSVIT
- Page 4 and 5: Olavo Speranza de Arruda - Depto. C
- Page 6 and 7: artigos, avaliados por especialista
- Page 8 and 9: Another relevant associated problem
- Page 10 and 11: 111123133147159167Eletromiografia d
- Page 12 and 13: utilização do Flutter ® VRP1 e d
- Page 14 and 15: Cada paciente compareceu ao Setor d
- Page 16 and 17: A quantidade média e total de secr
- Page 18 and 19: nobras convencionais (drenagem post
- Page 20 and 21: BARKER, A. F. ; BARDANA, E. J. Bron
- Page 23 and 24: A study of the conventional chestph
- Page 25 and 26: ANTUNES,Letícia C. de O. Aet al. s
- Page 27 and 28: ANTUNES,Letícia C. de O. Aet al. s
- Page 29 and 30: ANTUNES,Letícia C. de O. Aet al. s
- Page 31 and 32: ANTUNES,Letícia C. de O. Aet al. s
- Page 33: ANTUNES,Letícia C. de O. Aet al. s
- Page 36 and 37: INTRODUÇÃOO esfíncter velofarín
- Page 38 and 39: Faz-se necessário, portanto, um co
- Page 40 and 41: Croft et al. (1981) realizaram uma
- Page 44 and 45: divíduo, incluindo sua história p
- Page 46 and 47: Período: _________________________
- Page 49 and 50: Velopharyngeal oclusion in peoplewh
- Page 51 and 52: CAMARGO, LaísO. S. et al.Velophary
- Page 53 and 54: CAMARGO, LaísO. S. et al.Velophary
- Page 55 and 56: CAMARGO, LaísO. S. et al.Velophary
- Page 57 and 58: CAMARGO, LaísO. S. et al.Velophary
- Page 59 and 60: CAMARGO, LaísO. S. et al.Velophary
- Page 61 and 62: Avaliação da resistência aocisal
- Page 63 and 64: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Avalia
- Page 65 and 66: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Avalia
- Page 67 and 68: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Avalia
- Page 69 and 70: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Avalia
- Page 71 and 72: Shear bond strength of restorativem
- Page 73 and 74: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Shear
- Page 75 and 76: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Shear
- Page 77 and 78: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Shear
- Page 79: CARRARA,Carlos Eduardo etal. Shear
- Page 82 and 83: INTRODUÇÃOA instrumentação, na
- Page 84 and 85: TABELA 1 - Média em mm e desvio-pa
- Page 86 and 87: Com relação à velocidade emprega
- Page 89 and 90: Evaluation of the level of safety o
- Page 91 and 92: DUARTE, MarcoA. H. et al. Evaluatio
- Page 93 and 94:
DUARTE, MarcoA. H. et al. Evaluatio
- Page 95:
DUARTE, MarcoA. H. et al. Evaluatio
- Page 98 and 99:
A Organização Mundial da Saúde (
- Page 100 and 101:
TABELA 2- Distribuição dos pacien
- Page 102 and 103:
transtornos da via e do disco ópti
- Page 105 and 106:
Visual impairment as a cause ofreti
- Page 107 and 108:
HOYAMA, Erikaet al. Visualimpairmen
- Page 109 and 110:
HOYAMA, Erikaet al. Visualimpairmen
- Page 111 and 112:
Eletromiografia dos músculos reto
- Page 113 and 114:
PELEGRINOTTI,Idico Luiz et al.Eletr
- Page 115 and 116:
PELEGRINOTTI,Idico Luiz et al.Eletr
- Page 117 and 118:
PELEGRINOTTI,Idico Luiz et al.Eletr
- Page 119 and 120:
PELEGRINOTTI,Idico Luiz et al.Eletr
- Page 121:
PELEGRINOTTI,Idico Luiz et al.Eletr
- Page 124 and 125:
INTRODUCTIONA human being needs a m
- Page 126 and 127:
1. electromyographic activity of re
- Page 128 and 129:
percentage variation among the RC v
- Page 130 and 131:
such occurrence in due to the an in
- Page 132 and 133:
DELAGI, E. F.; PEROTTO, A.; IAZZETT
- Page 134 and 135:
INTRODUÇÃOOs materiais usados nas
- Page 136 and 137:
esterilização em autoclave. Essas
- Page 138 and 139:
TABELA 1 - Medidas descritivas da c
- Page 140 and 141:
TABELA 3 - Medidas descritivas da f
- Page 142 and 143:
Em relação à temperatura, este m
- Page 144 and 145:
COLAIZZI, F. A.; JAVID, N. S.; MICH
- Page 147 and 148:
Effect of autoclave sterilization u
- Page 149 and 150:
PEREIRAFILHO, ValfridoA. et al. Eff
- Page 151 and 152:
PEREIRAFILHO, ValfridoA. et al. Eff
- Page 153 and 154:
PEREIRAFILHO, ValfridoA. et al. Eff
- Page 155 and 156:
PEREIRAFILHO, ValfridoA. et al. Eff
- Page 157 and 158:
PEREIRAFILHO, ValfridoA. et al. Eff
- Page 159 and 160:
Avaliação bacteriológica do biof
- Page 161 and 162:
SANT’ANNA,Rute M. de F. etal. Ava
- Page 163 and 164:
SANT’ANNA,Rute M. de F. etal. Ava
- Page 165 and 166:
SANT’ANNA,Rute M. de F. etal. Ava
- Page 167 and 168:
Bacteriological evaluation of biofi
- Page 169 and 170:
SANT’ANNA,Rute M. de F. etal. Bac
- Page 171 and 172:
SANT’ANNA,Rute M. de F. etal. Bac
- Page 173 and 174:
SANT’ANNA,Rute M. de F. etal. Bac
- Page 175 and 176:
INSTRUÇÕES PARA OS AUTORES1 - Fin
- Page 177 and 178:
4- Norma para apresentação dos or
- Page 179 and 180:
INSTRUCTIONS TO CONTRIBUTORS1 - Sco
- Page 181 and 182:
4 - Presentation of originals4.1 -