A Reinserção SocialA TC po<strong>de</strong> prestar um imenso benefício nafase da reinserção social <strong>do</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte que po<strong>de</strong>ráser convida<strong>do</strong> às reuniões para compartilhar com ogrupo seu processo <strong>de</strong> recuperação e, também, serincentiva<strong>do</strong> para que continue o tratamento. Taismedidas po<strong>de</strong>m facilitar sua reintegração socialcom a (re)construção <strong>de</strong> seu vínculos <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>e <strong>de</strong> ajuda.Nesta fase <strong>de</strong> retorno ao convívio sociale <strong>de</strong> resgate das perdas ocorridas, é importanteque o grupo possa auxiliar a pessoa no resgate <strong>de</strong>seus contatos familiares, profissionais e sociais,pois este se constitui num <strong>do</strong>s objetivos da <strong>Terapia</strong><strong>Comunitária</strong>: construir vínculos com intuito <strong>de</strong>oferecer apoio a indivíduos e famílas emsituações <strong>de</strong> sofrimento.O Papel <strong>do</strong> TerapeutaComunitário junto aosServiços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Os terapeutas comunitários po<strong>de</strong>m<strong>de</strong>senvolver um trabalho <strong>de</strong> conscientização e <strong>de</strong>orientação sobre a prevenção <strong>do</strong> uso in<strong>de</strong>vi<strong>do</strong><strong>de</strong> drogas e sobre o tratamento <strong>de</strong> usuáriose <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, bem como oferecer apoioafetivo, emocional direto aos familiares e/ouusuários. Devem mobilizar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoioa partir <strong>do</strong> próprio grupo da TC.Para tanto, <strong>de</strong>verão se manter atualiza<strong>do</strong>squanto aos recursos existentes na comunida<strong>de</strong>em que estão inseri<strong>do</strong>s, manten<strong>do</strong> constantearticulação com as instituições <strong>de</strong> atendimento.Os CAPs ad, os centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e oshospitais <strong>de</strong>vem ser contata<strong>do</strong>s na tentativa <strong>de</strong>conhecer quais são os profissionais da re<strong>de</strong> queestão realizan<strong>do</strong> atendimento a esta clientela, nosambulatórios <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental ou nos serviços <strong>de</strong>psicologia e <strong>de</strong> serviço social. Alguns hospitaisuniversitários também têm se mostra<strong>do</strong> pioneirosem projetos <strong>de</strong> vanguarda para o tratamento <strong>de</strong><strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte químicos.É importante estabelecer parcerias entrea terapia comunitária, os <strong>de</strong>mais serviços sociaisdisponíveis (governamentais ou não), os serviços<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> assistência da comunida<strong>de</strong> nasações preventivas, <strong>de</strong> tratamento e também <strong>de</strong>redução <strong>de</strong> danos. Este papel <strong>de</strong> media<strong>do</strong>r entre acomunida<strong>de</strong> e os diferentes serviços promoverá ofortalecimento da re<strong>de</strong> secundária (institucional)tão importante no caso das <strong>de</strong>pendências <strong>de</strong>drogas.20SENAD
A <strong>Prevenção</strong> <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> <strong>Drogas</strong>e a <strong>Terapia</strong> <strong>Comunitária</strong>Sugestões <strong>de</strong> Dinâmicas <strong>de</strong>Mobilização e Abordagemsobre o Tema <strong>Drogas</strong>O tema drogas é bastante comum nasreuniões <strong>de</strong> terapia comunitária. Pesquisa realizadajunto aos terapeutas apontou o alcoolismo como osegun<strong>do</strong> tema mais presente nas sessões.Os participantes falam sobre o seuconsumo ou <strong>de</strong> algum familiar e <strong>do</strong>s sentimentosque estão associa<strong>do</strong>s.Os principais sentimentos que emergemserão apresenta<strong>do</strong>s, bem como algumas propostas<strong>de</strong> motes, músicas e dita<strong>do</strong>s populares que po<strong>de</strong>mauxiliar o terapeuta na condução das terapias comesta temática.Quan<strong>do</strong> o usuário se faz presente nareunião é importante acolhê-lo, ressaltan<strong>do</strong> aimportância <strong>de</strong> sua presença naquele espaço equalifican<strong>do</strong> a terapia como um local <strong>de</strong> cuida<strong>do</strong><strong>de</strong> si e <strong>do</strong>s outros. É importante o terapeuta estaratento ao usuário e reservar um pequeno espaço<strong>de</strong> tempo ao final da terapia para uma conversamais próxima, tanto para acolher esta pessoa,conhecer melhor sua dificulda<strong>de</strong>, como paraencaminhá-la para algum serviço especializa<strong>do</strong>, sefor necessário.Sentimentos comuns como frustração pelafalta <strong>de</strong> controle sobre o próprio comportamento,<strong>de</strong>cepção consigo e com as pessoas mais próximas,impotência, raiva <strong>de</strong> si mesma e <strong>de</strong> outras pessoas,sentimento <strong>de</strong> ser incompreendi<strong>do</strong>, fracasso,negação <strong>do</strong> próprio problema são recorrentes.É bastante comum que, ao invés <strong>do</strong> usuário,compareça à terapia um familiar. Em geral, ossentimentos relata<strong>do</strong>s são <strong>de</strong> mágoa, culpa, raiva<strong>do</strong> usuário, frustração por não conseguir ajudá-loefetivamente, <strong>de</strong>sespero ou mesmo indiferença.Cada um <strong>de</strong>stes sentimentos <strong>de</strong>vem seri<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelo terapeuta no momento dacontextualização, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a verificar qual<strong>de</strong>les está em <strong>de</strong>staque naquele momento. Sãosentimentos mobiliza<strong>do</strong>s pela presença <strong>do</strong> uso <strong>de</strong>drogas, mas que po<strong>de</strong>m ser facilmente i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>sem outras experiências <strong>de</strong> vida, o que proporcionaa elaboração <strong>de</strong> motes que beneficiem to<strong>do</strong>s osparticipantes.Exemplos <strong>de</strong> Motes:• “Quem já viveu uma experiência <strong>de</strong> frustraçãoe como fez para resolvê-la ou lidar melhorcom ela?”• “Quem já sentiu que per<strong>de</strong>u o controlediante <strong>de</strong> alguma situação? Como se sentiu? O quefez?”• “Quem já teve dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> per<strong>do</strong>aralguém e o que fez para mudar isto?”• “Quem já teve raiva <strong>de</strong> si mesmo? Comofez para resolver?”• “Quem já se sentiu <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> algo oualguém e como fez para resolver?”• “On<strong>de</strong> mora o prazer para cada um?”ImportanteNas sessões <strong>de</strong> terapia, a realização<strong>de</strong> rituais tem um gran<strong>de</strong> valor agrega<strong>do</strong>re facilita<strong>do</strong>r <strong>de</strong> uma tomada <strong>de</strong> consciênciae <strong>de</strong> ampliação da percepção <strong>do</strong> problemae das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> solução.Os rituais são momentos com umapresença forte <strong>de</strong> elementos simbólicos quecon<strong>de</strong>nsam uma <strong>de</strong>terminada experiência.SENAD 21