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Atividades de auto-avaliação - Unisul

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Mauri Luiz HeerdtVilson LeonelMetodologia da PesquisaLivro didáticoDesign instrucionalLuciano Gamez5ª edição revistaPalhoça<strong>Unisul</strong>Virtual2007


Copy gh © U n ulV u l 2007N nhum p d publ c ção pod p oduz d po qu lqu m o m p é u o z ção d n u ção.Edição – Livro DidáticoProfessor ConteudistasM auri Luiz Heerdt Vilson LeonelDesign InstrucionalLuciano Gam ezCarolina Hoeller da Silva Boeing (5ªedição revista)ISBN 978-85-7817-030-1Projeto Gráfico e CapaEquipe <strong>Unisul</strong>VirtualDiagram açãoDaniel BlassHigor Ghisi Luciano (atualização 5ªed.)RevisãoDébora Ouriques001.43H36Heerdt, Mauri LuizMetodologia da pesquisa : livro didático / Mauri Luiz Heerdt, VilsonLeonel ; <strong>de</strong>sign instrucional Luciano Gamez, [Carolina Hoeller da SilvaBoeing]. – 5. ed. rev. – Palhoça : <strong>Unisul</strong>Virtual, 2007.270 p. : il. ; 28 cm.Inclui bibliografia.ISBN 978-85-7817-030-11. . Pesquisa – Metodologia. 2. Ciência – Metodologia. I. Leonel,Vilson. II. Gamez, Luciano. III. Boeing, Carolina Hoeller da Silva.IV. Título.F ch c log áfic l bo d p l B bl o c U n á d U n ul


SumárioPalavras dos professores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7Plano <strong>de</strong> estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9Unida<strong>de</strong> 1 O conhecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11Unida<strong>de</strong> 2 Ciência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29Unida<strong>de</strong> 3 Pesquisa científica: conceito e tipos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55Unida<strong>de</strong> 4 A leitura como técnica <strong>de</strong> coleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<strong>de</strong> dados na pesquisa bibliográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95Unida<strong>de</strong> 5 Projeto <strong>de</strong> pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111Unida<strong>de</strong> 6 Produção científica: tipos <strong>de</strong> trabalhos científicos . . . . . . . . . . . . . . . . 131Unida<strong>de</strong> 7 Estrutura, redação e apresentação do relatório <strong>de</strong> pesquisa . . . . . . 153Unida<strong>de</strong> 8 Elaboração <strong>de</strong> referências e citações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213Sobre os professores conteudistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219Apêndices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225Respostas e comentários das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243


Palavras dos professoresA universida<strong>de</strong> é um lugar privilegiado <strong>de</strong> pesquisa e construçãodo conhecimento. Para tanto, ela necessita <strong>de</strong> instrumentosque auxiliem sistematizar e divulgar o conhecimentonela produzido.Nesse sentido, enten<strong>de</strong>mos que o presente roteiro lhe iráauxiliá-lo a refletir sobre diversos temas relacionados àMetodologia. Entenda que esta é uma primeira abordagemao assunto e você não po<strong>de</strong> dispensar, <strong>de</strong> modo nenhum, aleitura <strong>de</strong> outras bibliografias.A Metodologia é extremamente importante para enten<strong>de</strong>r o<strong>de</strong>bate científico. Através <strong>de</strong>la você irá adquirir habilida<strong>de</strong>spara <strong>de</strong>senvolver pesquisas, bem como elaborar trabalhoscom formalização científica. Ela servirá, igualmente,<strong>de</strong> subsídio para que você elabore a<strong>de</strong>quadamente seustrabalhos, bem como, pesquisas e monografias <strong>de</strong> outrasdisciplinas <strong>de</strong>sse curso, garantindo a qualida<strong>de</strong> necessáriapara que você obtenha um bom <strong>de</strong>sempenho acadêmico.Bom estudo!Professor Mauri Luiz HeerdtProfessor Vilson Leonel


Plano <strong>de</strong> estudoO plano <strong>de</strong> estudos visa a orientá-lo no <strong>de</strong>senvolvimento dadisciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecero contexto da disciplina e a organizar o seu tempo <strong>de</strong>estudos.O processo <strong>de</strong> ensino e aprendizagem na <strong>Unisul</strong>Virtualleva em conta instrumentos que se articulam e se complementam,portanto, a construção <strong>de</strong> competências se dásobre a articulação <strong>de</strong> metodologias e por meio das diversasformas <strong>de</strong> ação/mediação.São elementos <strong>de</strong>sse processo:O livro didático.O Espaço <strong>Unisul</strong>Virtual <strong>de</strong> Aprendizagem (EVA).As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> avaliação (a distância, presenciais e<strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliação).O Sistema Tutorial.EmentaCiência e tipos <strong>de</strong> conhecimento. Conhecimento científico.Método científico. Pesquisa: tipos e <strong>de</strong>lineamentos. Abordagensqualitativa e quantitativa da pesquisa.Tipos <strong>de</strong>trabalhos científicos: monografia, dissertação e tese. Projeto<strong>de</strong> pesquisa. Tema e problema <strong>de</strong> pesquisa. Hipóteses evariáveis. Métodos e técnicas <strong>de</strong> pesquisa.


ObjetivoProporcionar ao acadêmico pressupostos teóricos e técnicospara apreen<strong>de</strong>r e intervir na realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> modo organizadoe sistematico, preparando-o para produzir, sistematizar edivulgar pesquisas e conhecimentos.Carga horáriaA carga horária total da disciplina é 30 horas-aula.12


Agenda <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s/ CronogramaVerifique com atenção o EVA, organize-se para acessarperiodicamente o espaço da disciplina. O sucesso no seuestudo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da priorização do tempo para a leitura; darealização <strong>de</strong> análises e sínteses do conteúdo; e da interaçãocom os seus colegas e tutor.Não perca os prazos das ativida<strong>de</strong>s. Registre no espaçoa seguir as datas, com base no cronograma da disciplinadisponibilizado no EVA.Use o quadro para agendar e programar as ativida<strong>de</strong>srelativas ao <strong>de</strong>senvolvimento da disciplina.<strong>Ativida<strong>de</strong>s</strong>Demais ativida<strong>de</strong>s (registro pessoal)13


1UNIDADE 1O conhecimentoObjetivos <strong>de</strong> aprendizagem Compreen<strong>de</strong>r a importância da MetodologiaCientífica no processo do conhecimento; enten<strong>de</strong>r como acontece o processo doconhecimento; conceber a necessida<strong>de</strong> das pessoas transitaremdo senso comum para o conhecimento científico,especialmente no ambiente universitário.Seções <strong>de</strong> estudoSeção 1 Método e metodologiaSeção 2 A era do conhecimentoSeção 3 O processo do conhecimentoSeção 4 As formas <strong>de</strong> conhecimento


Para início <strong>de</strong> conversaNas quatro seções que compõem esta primeira unida<strong>de</strong>, você irácompreen<strong>de</strong>r a diferença entre método e metodologia, enten<strong>de</strong>rporque atualmente se diz que vivemos na era do conhecimentoe por fim, estudar a forma e os processos do conhecimento. Amelhor forma para iniciar esse estudo é começar pela compreensão<strong>de</strong> alguns conceitos chaves, pois eles são fundamentais paraque você possa compreen<strong>de</strong>r os conteúdos subseqüentes. Assim,convidamos você a passar imediatamente à leitura da seção 1.Bom estudo!SEÇÃO 1Método e metodologiaQuando se reflete sobre conhecimento científico não é possívelsomente consi<strong>de</strong>rar o resultado final, mas também o processosistemático percorrido para coleta, organização, análise, interpretaçãoe sistematização <strong>de</strong>sse conhecimento.Existem, evi<strong>de</strong>ntemente, <strong>de</strong>scobertas ou conhecimentos queaconteceram por acaso, mas, quando o assunto em pauta éuniversida<strong>de</strong>, não se po<strong>de</strong> partir <strong>de</strong>ste pressuposto. Afinal, auniversida<strong>de</strong> é o espaço por excelência para se produzir novosconhecimentos.Bastos e Keller (1997, p. 11), falando sobre isso, afirmam que:Toda e qualquer ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida, seja teóricaou prática, requer procedimentos a<strong>de</strong>quados. Justamenteé o que a palavra método traduz. Assim sendo,também o estudo e o aproveitamento das ativida<strong>de</strong>sacadêmicas não dispensam um caminho a<strong>de</strong>quado,16


Metodologia da Pesquisaqual seja, a organização, a disciplina, a <strong>de</strong>dicaçãocorretamente orientada. Tudo isso facilita a ativida<strong>de</strong>e obtém <strong>de</strong>la maior rendimento.É justamente aqui que se insere a metodologia científica,entendida como processo sistemático, lógico e coerente dosmétodos e técnicas empregadas nas ciências.O objetivo primordial <strong>de</strong> toda ciência é aproximar o ser humanodos fenômenos naturais e humanos por meio da compreensão edo domínio dos mecanismos que os regem.Nessa perspectiva, apresentam-se os conceitos <strong>de</strong> Método eMetodologia.A palavra método <strong>de</strong>riva do grego e quer dizercaminho. É a or<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> etapas aserem cumpridas no estudo <strong>de</strong> uma ciência, na busca<strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong> ou para se chegar a um <strong>de</strong>terminadofim. Se “Método” significa caminho e “logia” significaestudo, metodologia é o estudo dos caminhos a seremseguidos para se fazer ciência.Diante <strong>de</strong>ste contexto, a metodologia científica possui umagran<strong>de</strong> função: propor métodos, técnicas e orientações quepossibilitem coletar, pesquisar, organizar, classificar, registrar,interpretar etc., dados e fatos, favorecendo a maior aproximaçãopossível com a realida<strong>de</strong>.A aproximação com a realida<strong>de</strong> acontece <strong>de</strong> maneira natural eespontânea até um <strong>de</strong>terminado nível, ou seja, o senso comum.Este nível, no entanto, não alcança a profundida<strong>de</strong> com que osfenômenos <strong>de</strong>vem ser abordados, sendo, por isso, necessária aciência e outros modos <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a vida.Sabemos que liberda<strong>de</strong> e criativida<strong>de</strong> são, fundamentais. Noentanto, são fundamentais também alguns instrumentos quepermitam sistematizar <strong>de</strong> uma forma mais lógica estes conhecimentos.A partir da seção 2, vamos iniciar um estudo da “linha do tempo”do conhecimento. On<strong>de</strong> surgiu a preocupação com a sistematizaçãoe outros fatos interessantes.Unida<strong>de</strong> 117


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaSEÇÃO 2A era do conhecimentoVamos retornar no tempo, especificamente para 1450. Foi aproximadamenteneste período que Gutenberg iniciou a impressãotipográfica do primeiro livro. Estima-se que ele terminou aimpressão da Bíblia, com 1282 páginas, cinco anos <strong>de</strong>pois.Para a humanida<strong>de</strong>, hoje é <strong>de</strong>scabido esperar cinco anos parater um livro impresso. Muitos livros per<strong>de</strong>m sua valida<strong>de</strong> científicaneste espaço <strong>de</strong> tempo. No entanto, aquela invenção <strong>de</strong>Gutenberg foi a base para uma das maiores revoluções que omundo já viveu.Graças a “engenhoca” que Gutenberg criou (restam ainda 46exemplares do primeiro livro impresso, um dos quais no Brasil)a humanida<strong>de</strong> obteve diante <strong>de</strong> si uma ferramenta po<strong>de</strong>rosíssima<strong>de</strong> registro e transmissão do conhecimento, responsável pelaformação <strong>de</strong> uma cultura secular. É o que nos mostra a citaçãoabaixo.Bíblia <strong>de</strong> GutenbergPara o clero, a tipografia causou problemas porqueo novo meio <strong>de</strong> comunicação permitiu que gentecomum estudasse os textos religiosos por sua própriaconta e não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>sse daquilo que as <strong>auto</strong>rida<strong>de</strong>s lhedissessem. Sapateiros, tintureiros, pedreiros e donas<strong>de</strong>-casa,todos alegaram o direito <strong>de</strong> interpretar asescrituras. Soberanos também se preocuparam com oespetáculo da gente comum discutindo e criticando asações do governo, especialmente <strong>de</strong>pois que os jornaisimpressos vieram à luz no início do século XVII.A invenção da imprensa também ensejou problemasaos estudiosos em geral, a qualquer um que estivesseem busca <strong>de</strong> informação. Na Ida<strong>de</strong> Média os estudiosospa<strong>de</strong>ciam da falta <strong>de</strong> livros. No século XVIpor outro lado, o número <strong>de</strong> livros em circulação eragran<strong>de</strong> o suficiente para criar problemas <strong>de</strong> “retençãoda informação” e “administração da informação”,também típicos na era da Internet. Em 1500, haviacerca <strong>de</strong> 13 milhões <strong>de</strong> livros em circulação na Europa.(BURKE, 2000, p. 14).18


Metodologia da PesquisaAtualmente, vive-se uma época tão importante como a <strong>de</strong>Gutenberg. Apresentam-se novas “engenhocas” que já estãotransformando a vida da humanida<strong>de</strong>, principalmente no que serefere à geração, transmissão e, conseqüentemente, aquisição <strong>de</strong>conhecimento.Castells (1999, p. 21), aborda a questão da seguinte maneira:No fim do segundo milênio da Era Cristã, váriosacontecimentos <strong>de</strong> importância histórica têm transformadoo cenário social da vida humana. Umarevolução tecnológica concentrada nas tecnologiasda informação está remo<strong>de</strong>lando a base material dasocieda<strong>de</strong> em ritmo acelerado.Isto está transformando também a economia, as relações <strong>de</strong>trabalho e a dinâmica da vida humana. O que significa afirmarque o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para as organizações no século XXI não ésimplesmente produzir bens e serviços, mas <strong>de</strong>senvolver ativida<strong>de</strong>sque gerem alto valor agregado. Estas ativida<strong>de</strong>s estão relacionadasà gestão do conhecimento: geração, absorção, aplicaçãoe difusão do conhecimento.A prosperida<strong>de</strong> das nações, das regiões, das empresas edos indivíduos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> navegarno espaço do saber. A força é conferida <strong>de</strong> agora emdiante pela gestão ótima dos conhecimentos, sejameles técnicos, científicos, da or<strong>de</strong>m da comunicação,ou <strong>de</strong>rivem da relação ética com o outro. Quantomelhor os grupos humanos conseguem se constituirem coletivos inteligentes, em sujeitos cognitivos,abertos, capazes <strong>de</strong> iniciativa, <strong>de</strong> imaginação e<strong>de</strong> reação rápidas, melhor asseguram seu sucesso noambiente altamente competitivo... Tudo repousa, alongo prazo, na flexibilida<strong>de</strong> e vitalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossasre<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção, comércio e troca <strong>de</strong> saberes (LÉVY,1999, p. 19).Unida<strong>de</strong> 119


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaNo período agrário <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, segundo Castells (1999,p. 35), a fonte do incremento <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>nte era resultado dosaumentos quantitativos da mão-<strong>de</strong>-obra e dos recursos naturais(em particular a terra) no processo produtivo. Já na era industrial,a principal fonte <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> resi<strong>de</strong> na introdução <strong>de</strong> novasfontes <strong>de</strong> energia ao longo do processo produtivo e <strong>de</strong> circulação.No período atual, a fonte <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> acha-se na tecnologia<strong>de</strong> geração <strong>de</strong> conhecimentos, <strong>de</strong> processamento da informação.Thurow (1997) partilha <strong>de</strong> compreensão semelhante: na eraindustrial havia um local “certo” para tudo, <strong>de</strong>terminado pelosrecursos naturais e pelas proporções <strong>de</strong> elementos. As regiõescom solo, clima e regime pluviométrico a<strong>de</strong>quados especializavam-seem produção agrícola; as que possuíam quelas competróleo forneciam petróleo e assim por diante. No entanto, aposse <strong>de</strong> recursos naturais saiu da equação competitiva e osprodutos mo<strong>de</strong>rnos simplesmente usam menos recursos naturais;o que equivale afirmar que as relações capital/mão-<strong>de</strong>-obra<strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser variáveis significativas. Atualmente, o conhecimentoconstitui a fonte suprema <strong>de</strong> vantagem comparativa, oingrediente-chave para a localização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s econômicas.20


Metodologia da PesquisaSEÇÃO 3O processo do conhecimentoAntes <strong>de</strong> iniciar o estudo <strong>de</strong>sta unida<strong>de</strong>, reflita sobre as questõesabaixo.Para refletirVocê já parou para pensar sobre o processo <strong>de</strong> conhecimento?Por que uns conhecem mais que outros?Por que outros estudam tanto as questões religiosas?Por que existem tantas visões diferentes sobre ascoisas?Partindo do pressuposto <strong>de</strong> que é possível conhecer as coisas,você po<strong>de</strong> se perguntar: Como se conhecem as coisas?Segundo Galliano (1986, p. 16-20), no processo <strong>de</strong> conhecimento,o sujeito (a pessoa que conhece), <strong>de</strong> certo modo, acaba apropriando-se<strong>de</strong> um objeto, ou seja, transforma em conceito esseobjeto e o reconstitui em sua mente.O conceito, no entanto, não é o objeto real, não é arealida<strong>de</strong>, mas apenas uma forma <strong>de</strong> conhecer (conceituar)a realida<strong>de</strong>. Acontece, <strong>de</strong>sta forma, a representaçãomental do objeto.Unida<strong>de</strong> 121


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaO conhecimento, portanto, implica numa “posse” da realida<strong>de</strong>, epermite que o ser humano se torne mais apto para a ação consciente.Isso equivale a dizer que o conhecimento é o ato, oprocesso pelo qual o sujeito se coloca no mundo e, comele, estabelece uma ligação. Por outro lado, o mundo éo que torna possível o conhecimento ao se oferecer aum sujeito apto a conhecê-lo. Só há saber para o sujeitocognoscente se houver um mundo a conhecer, mundoeste do qual ele é parte, uma vez que o próprio sujeitopo<strong>de</strong> ser objeto <strong>de</strong> conhecimento. Por extensão, dá-setambém o nome <strong>de</strong> conhecimento ao saber acumuladopelo homem através das gerações. Nessa acepção,estamos tratando o conhecimento como produto darelação sujeito-objeto, produto que po<strong>de</strong> ser empregadoe transmitido. (ARANHA; MARTINS, 1992, p. 48)O ser humano po<strong>de</strong> ser sujeitoe também objeto <strong>de</strong> estudo. Issoacontece quando o próprio serhumano é estudado.SujeitoObjetoO conhecimento po<strong>de</strong> operaruma transformação, a partirdo momento em que o sujeitoconhece novos fatos, ele po<strong>de</strong>modificar sua ação, agir commais liberda<strong>de</strong>, fazer com maisprecisão, etc. O objeto po<strong>de</strong> ser transformado porque o conhecimentodo sujeito permitirá <strong>de</strong>senvolvê-lo e aperfeiçoá-lo.A ignorância diminui as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> avanço e mantémas pessoas prisioneiras da vida. O conhecimento, ao contrário,permite atuar para modificar as circunstâncias em que o serhumano se encontra. A ignorância aliena, escraviza. O conhecimentoliberta.22


Metodologia da PesquisaQuais são as formas <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> conhecimento?Segundo Luckesi e Passos (1996, p. 28-33), existem duas formasbastante comuns <strong>de</strong> apropriação do conhecimento: a apropriaçãodireta e a indireta.a) Apropriação diretaO sujeito se apropria cognitivamente da realida<strong>de</strong> através doenfrentamento direto com o mundo exterior ou com o objeto aser conhecido.Neste tipo <strong>de</strong> apropriação da realida<strong>de</strong> não há alguém ou algummeio que ensine ao sujeito. Ele a <strong>de</strong>svenda.Thomas Edison, por exemplo, se aproprioudiretamente do modo <strong>de</strong> construção dalâmpada elétrica, pois realizou váriosexperimentos até chegar num pontoque ele consi<strong>de</strong>rava satisfatório ou i<strong>de</strong>al.b) Apropriação indireta ou abstrataÉ a compreensão da realida<strong>de</strong> feita por intermédio <strong>de</strong> um conhecimentojá produzido por outro. A apropriação do conhecimentose dá por um mediador que diz que a realida<strong>de</strong> é assim, apresentandoos argumentos para provar tal afirmação.A apropriação indireta é a mais utilizada na prática escolar, especialmentequando se usa o livro como mediador entre o sujeito ea realida<strong>de</strong>. Através do texto, que serve como “lente <strong>de</strong> interpretação”da realida<strong>de</strong>, acontece um entendimento <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>.Unida<strong>de</strong> 123


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaSEÇÃO 4As formas <strong>de</strong> conhecimentoA realida<strong>de</strong> não se <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong>svendar facilmente. Ela é constituída<strong>de</strong> vários níveis e estruturas. De um mesmo objeto po<strong>de</strong>-se obterconhecimento da realida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> diferentes ângulos (científico,artístico, filosófico, etc).Há pelo menos cinco modos ou ângulos <strong>de</strong> conhecimento, cadaum <strong>de</strong>les está relacionado ao tipo <strong>de</strong> entendimento que o serhumano faz da realida<strong>de</strong>. As questões a seguir i<strong>de</strong>ntificam queângulos são estes.O que é senso comum?É o conhecimento adquirido na vida cotidiana: baseado na experiênciavivida ou transmitido por alguém.Em geral, resulta <strong>de</strong> repetidas experiências <strong>de</strong> erros e acertos.Po<strong>de</strong> também resultar da simples transmissão <strong>de</strong> geração parageração e, assim, fazer parte das tradições <strong>de</strong> um povo.Segundo Cotrim (1999, p. 48), o que caracteriza basicamenteas noções pertencentes ao senso comum não é a sua verda<strong>de</strong> oufalsida<strong>de</strong>. É uma falta <strong>de</strong> fundamentação. Isto é, as pessoas nãosabem o porquê <strong>de</strong>ssas noções. Elas aceitam, repetem e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m<strong>de</strong>terminada idéia, mas não sabem explicá-la. Trata-se, portanto,<strong>de</strong> um conhecimento adquirido sem uma base crítica, precisa ecoerente.Mas o senso comum ou conhecimento vulgar, embora <strong>de</strong> nívelsuperficial, não <strong>de</strong>ve ser menosprezado. Ele constitui a base dosaber e já existia muito antes do ser humano imaginar a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> outra forma <strong>de</strong> conhecimento.24


Metodologia da PesquisaPor exemploUm pescador po<strong>de</strong> prever que o tempoe o mar não estão bons para a pesca.Mas, não conseguirá explicar quais sãoos fatores do tempo e do mar que nãoestão bons para a prática da pesca.O que é conhecimento teológico e mítico?A primeira pergunta que você <strong>de</strong>ve fazer é se a teologia po<strong>de</strong> serrealmente consi<strong>de</strong>rada um conhecimento.A teologia, que significa “estudo <strong>de</strong> Deus”, é a tentativa<strong>de</strong> conciliar fé religiosa e pensamento racional. Oobjeto <strong>de</strong> estudo é a divinda<strong>de</strong> e sua relação com osseres humanos.O conhecimento teológico é um corpo doutrinário coerente,como resultado da fé humana na existência <strong>de</strong> uma ou maisentida<strong>de</strong>s divinas - um <strong>de</strong>us (monoteísmo) ou muitos <strong>de</strong>uses(politeísmo).Ele provém <strong>de</strong> uma revelação, interpretada como mensagem oumanifestação divina. Tais revelações são transmitidas por pessoas,por tradições acumuladas ao longo da história ou através <strong>de</strong>escritos sagrados.De modo geral, o conhecimento teológico apresenta respostaspara questões que o homem não po<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r com outrasformas <strong>de</strong> conhecimento. Assim, as revelações feitas pelos <strong>de</strong>uses,ou em seu nome, são consi<strong>de</strong>radas satisfatórias e aceitas comoUnida<strong>de</strong> 125


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinaexpressões <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> para um <strong>de</strong>terminado grupo. Tal aceitaçãotem que <strong>de</strong> resultar necesssariamente da fé que o crente <strong>de</strong>positana existência divina.O mito também é uma forma <strong>de</strong> conhecimento a partir <strong>de</strong>critérios sobrenaturais (<strong>de</strong>uses, semi-<strong>de</strong>uses, heróis...), na medidaque exprime, na forma divina e celestial, um conjunto <strong>de</strong> relações,quer das pessoas entre si, quer entre as pessoas e a natureza, oudas pessoas e da natureza para com a divinda<strong>de</strong>, objetivandoexplicar a vida.O que é conhecimento artístico?Des<strong>de</strong> os tempos pré-históricos, o ser humano constrói nomundo suas próprias coisas, <strong>de</strong>monstrando maior ou menor habilida<strong>de</strong>.A esse conjunto <strong>de</strong> coisas construídas pelo ser humano,que se distinguem por revelarem talento, beleza... po<strong>de</strong>-seassociar o nome arte.A arte combina habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida no trabalho (prática)com a imaginação (criação). Qualquer que seja sua forma <strong>de</strong>expressão, cada obra <strong>de</strong> arte é sempre perceptível com a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>própria, dando-lhe também componentes <strong>de</strong> manifestaçãodos sentimentos humanos, tais como: emoção, revolta, alegria,esperança...Assim, a arte fornece o conhecimento <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> interpretadapela sensibilida<strong>de</strong> do artista.O que é conhecimento filosófico?O conhecimento filosófico tem por origem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>reflexão do ser humano e; por instrumento, o raciocínio. Afilosofia, num certo sentido, ultrapassa os limites da ciência (quepressupõe comprovação concreta) para compreen<strong>de</strong>r ou interpretara realida<strong>de</strong> em sua globalida<strong>de</strong>.26


Metodologia da PesquisaNo entanto, tenha em mente que não existe uma contradiçãoentre filosofia, ciência ou outras formas <strong>de</strong> conhecimento.A filosofia, tem por objetivo buscar o significado mais profundodas coisas. Não basta apenas saber como funcionam as coisas,mas o que significam para o mundo e para o ser humano.O que é conhecimento científico?A ciência, ou conhecimento científico, procura explicar arealida<strong>de</strong> com clareza e exatidão através do emprego <strong>de</strong> métodose técnicas.Mas vamos aprofundar mais esta questão na próxima unida<strong>de</strong>.<strong>Ativida<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliaçãoLeia com atenção os enunciados e responda às questões solicitadas.Lembre-se que estas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliação têmcomo objetivo <strong>de</strong>senvolver com <strong>auto</strong>nomia a sua aprendizagem.Para você obter sucesso, primeiro responda todas as questõessugeridas e em seguida verifique as suas respostas, relacionandoascom as sugestões e comentários do professor, localizadas aofinal <strong>de</strong>ste livro didático.1 Com relação à Metodologia Científica, é correto afirmar que:( ) Metodologia Científica é o estudo sistemático, lógico e coerentedos métodos e técnicas empregadas nas ciências.( ) A Metodologia Científica possui uma gran<strong>de</strong> função científica esocial: propõe métodos, técnicas e orientações que possibilitampesquisar, classificar, registrar e interpretar dados e fatos darealida<strong>de</strong>.( ) O conhecimento científico dispensa um processo sistemáticopara se interpretar os fatos e chegar ao conhecimento.Unida<strong>de</strong> 127


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina( ) O estudo e o aproveitamento das ativida<strong>de</strong>s acadêmicas nãonecessitam <strong>de</strong> organização, disciplina e <strong>de</strong>dicação corretamenteorientadas.( ) A Metodologia Científica <strong>de</strong>ve favorecer a maior aproximaçãopossível com a realida<strong>de</strong>, permitindo economia <strong>de</strong> tempo etransmissão racional do conhecimento ao mundo atual e àsfuturas gerações.2 Por que diversos especialistas no assunto afirmam que estamosna era do conhecimento?3 A socieda<strong>de</strong> é dinâmica e está em contínuo processo <strong>de</strong>transformação e aperfeiçoamento, assim como o conhecimento.Escreva A para as opções que se referem ao período agrário,I para a era industrial e C para a era do conhecimento.( ) A fonte do incremento <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>nte era resultado dos aumentosquantitativos da mão-<strong>de</strong>-obra e dos recursos naturais (em particulara terra) no processo produtivo.( ) O conhecimento constitui a fonte suprema <strong>de</strong> vantagem comparativa.( ) A fonte <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> acha-se na tecnologia <strong>de</strong> geração <strong>de</strong>conhecimentos, <strong>de</strong> processamento da informação.( ) A principal fonte <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> resi<strong>de</strong> na introdução <strong>de</strong> novasfontes <strong>de</strong> energia ao longo do processo produtivo.4 Por que o conhecimento po<strong>de</strong> lhe ajudar a ser uma pessoa maislivre?28


Metodologia da Pesquisa5 Como se po<strong>de</strong> realizar a apropriação direta e a apropriaçãoindireta do conhecimento? Dê um exemplo <strong>de</strong> cada um.6 Cite um exemplo <strong>de</strong> cada nível <strong>de</strong> conhecimento.Unida<strong>de</strong> 129


Metodologia da PesquisaSaiba maisPara que você aprofun<strong>de</strong> os conhecimentos abordados nessaunida<strong>de</strong>, sugerimos que leia o texto complementar a seguir. Nelevocê irá compreen<strong>de</strong>r como se dá o avanço do conhecimento.A alegoria da caverna e o conhecimentoPlatão, em sua obra República, apresenta a alegoria da caverna,ou “Mito da Caverna”, como é conhecida, com o objetivo <strong>de</strong>ilustrar a passagem dos graus inferiores <strong>de</strong> conhecimento aossuperiores. O mito mostra que a passagem <strong>de</strong> um grau para ooutro se dá muito lentamente e com gran<strong>de</strong> esforço e que exigeextraordinária mudança <strong>de</strong> mentalida<strong>de</strong> das pessoas.Neste mundo, a maioria das pessoas percebe apenasas imagens, vítima dos preconceitos do ambiente e daeducação. Um ou outro se liberta dos preconceitos e vêprimeiro as coisas da caverna à luz do fogo (a percepçãodas coisas sensíveis, acompanhada da confiança narealida<strong>de</strong> dos objetos apreendidos pelos sentidos). Se,<strong>de</strong>pois disso, sai da caverna, vê todas as coisas à luz dosol. Finalmente po<strong>de</strong>rá dirigir seus olhos para o sol e vero próprio sol, ou seja, o conhecimento direto e intuitivoda Idéia pura. (MONDIN, 1981, p. 64-65)Platão <strong>de</strong>seja provar que a pessoa precisa caminhar da opinião(doxa) à ciência (episteme). No mundo sensível (mundo dassombras), as pessoas são como escravos presos numa caverna eobrigados a ver no fundo <strong>de</strong>la apenas as sombras <strong>de</strong> um fogoaceso fora da caverna. Estas pessoas acorrentadas acham que assombras são a realida<strong>de</strong>, pois não sabem como é a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>fato.Seria exatamente isso o que acontece com as pessoas: elas vêemapenas as aparências, ilusões, por causa da apreensão através dasimpressões sensíveis, dos <strong>de</strong>sejos, paixões, interesses, hábitos etc.Unida<strong>de</strong> 131


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaA caverna representa justamente este mundo sensível, a prisão, osjuízos <strong>de</strong> valores em que só se percebem as sombras ou as cópiasimperfeitas das coisas.O ser humano que se liberta dos grilhões atinge o verda<strong>de</strong>iroconhecimento, a episteme, “ciência”, quando a razão ultrapassao mundo sensível e atinge o mundo das idéias. Este é o únicoverda<strong>de</strong>iro, e o mundo sensível só existe enquanto participado mundo das idéias, do qual é apenas sombra ou cópia. Porexemplo, se percebemos inúmeras abelhas dos mais variados tipos,a idéia <strong>de</strong> abelha <strong>de</strong>ve ser una, imutável, a verda<strong>de</strong>ira realida<strong>de</strong>.(ARANHA, 1998, p. 45).A educação consiste, assim, em levar o ser humano do mundosensível ao mundo do ser; conduzindo-o gradualmente a avistaro ponto mais alto do ser, que é o bem. O bem correspon<strong>de</strong> nomundo do ser ao que o sol é no mundo sensível. O sol tornavisível as coisas com a sua luz e as faz nascer, crescer e alimentarse;assim o bem não só torna cognoscíveis as substâncias queconstituem o mundo inteligível, mas lhes dá ainda o ser <strong>de</strong> quesão dotadas.Fonte:HEERDT, M. L. Pensando para viver: alguns caminhos da filosofia. 5. ed.Florianópolis: Sophos, 2003.32


2UNIDADE 2CiênciaObjetivos <strong>de</strong> aprendizagem Compreen<strong>de</strong>r diferentes concepções <strong>de</strong> ciência; conhecer uma visão histórica <strong>de</strong> ciência; conceituar método e técnica; i<strong>de</strong>ntificar métodos e técnicas <strong>de</strong> pesquisa.Seções <strong>de</strong> estudoSeção 1 O que é ciência?Seção 2 Concepções históricas <strong>de</strong> ciênciaSeção 3 Divisão da ciênciaSeção 4 Métodos e técnicas <strong>de</strong> pesquisa


Para início <strong>de</strong> conversaNa unida<strong>de</strong> anterior você teve a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudar oconceito <strong>de</strong> conhecimento e as formas <strong>de</strong> conhecimento. Nestasegunda unida<strong>de</strong>, você irá aprofundar aspectos relacionadosao conhecimento científico. Você verá os vários elementos quecompõem esse tipo <strong>de</strong> conhecimento: conceito, <strong>de</strong>senvolvimentoao longo dos tempos e as visões racionalista, empirista e construtivista<strong>de</strong> ciência, enten<strong>de</strong>ndo que o foco <strong>de</strong> interpretaçãomuda conforme as bases teóricas na qual ela se fundamenta. Vocêverá também que o conhecimento científico <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tipo <strong>de</strong>método <strong>de</strong> abordagem existente, tais como os métodos <strong>de</strong>dutivo,indutivo, hipotético-<strong>de</strong>dutivo e dialético. Por fim, irá conhecer osdiferentes tipos <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> procedimentos e técnicas científicas,diferenciando-os e comparando-os. Há muito para apren<strong>de</strong>rnesta unida<strong>de</strong>, por este motivo lhe <strong>de</strong>sejamos uma boa leitura!E não esqueça: as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliação po<strong>de</strong>m ajudar nasistematização dos seus estudos.SEÇÃO 1O que é ciência?Para que você compreenda o que é o conhecimento científico énecessário compreen<strong>de</strong>r o significado da palavra Ciência.Etimologicamente, a palavra ciência, do latim scientia,significa “saber”, “verda<strong>de</strong>”, “conhecimento”. Nessesentido, po<strong>de</strong>-se afirmar que a principal característicado conhecimento científico é a busca pela apreensãoda realida<strong>de</strong> humana e natural.34


Metodologia da PesquisaNo entanto, falar <strong>de</strong> ciência ou conhecimento científico não éalgo tão fácil assim e isso jamais po<strong>de</strong>rá ser feito sem polêmicas.A razão é bem óbvia: se você questionar um empirista sobre estaquestão, perceberá que ele usará termos como observação, experimentação,etc.; já um positivista falará <strong>de</strong> dados objetivos elógicos, um funcionalista dará explicações dos fatos sociais; ummaterialista abordará os fenômenos históricos, sociais, políticose econômicos e um racionalista evocará o po<strong>de</strong>r da razão paraanalisar e expressar o conhecimento e assim por diante.Se não po<strong>de</strong>mos chegar a um consenso sobre ciência, po<strong>de</strong>mos,pelo menos, elencar alguns elementos para refletir sobre a mesma,tais como: racionalida<strong>de</strong>; objetivida<strong>de</strong>; historicida<strong>de</strong>; questionamento sistemático; dialogicida<strong>de</strong>/discutibilida<strong>de</strong>; formalida<strong>de</strong>; paradigmática; socialização.Vamos ver <strong>de</strong> que forma cada um <strong>de</strong>sseselementos se configura? Racionalida<strong>de</strong> - Para Köche (1997, p. 31), o i<strong>de</strong>al da racionalida<strong>de</strong>está em atingir uma sistematização coerente do conhecimento.O conhecimento das diferentes teorias e leis se expressaformalizado em enunciados que, confrontados uns com os outros,<strong>de</strong>vem apresentar elevado nível <strong>de</strong> consistência lógica entre suasafirmações. Objetivida<strong>de</strong> - O i<strong>de</strong>al da objetivida<strong>de</strong> preten<strong>de</strong> que asteorias científicas, como mo<strong>de</strong>los teóricos representativos darealida<strong>de</strong>, sejam construções conceituais que representem comfi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> o mundo real, que contenham imagens <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>que sejam “verda<strong>de</strong>iras”, evi<strong>de</strong>ntes, impessoais, passíveis <strong>de</strong> seremsubmetidas a testes experimentais e aceitas pela comunida<strong>de</strong> científicacomo comprovadas em sua veracida<strong>de</strong>. (KÖCHE, 1997, p. 32).Unida<strong>de</strong> 235


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina Socialização - O conhecimento científico dificilmente éfruto da intuição individual <strong>de</strong> um cientista, pois todos partem<strong>de</strong> teorias, leituras, reflexões e questionamentos. Nesse sentido,po<strong>de</strong>mos afirmar que a ciência é produzida socialmente. Historicida<strong>de</strong> - Deve-se ter claro que a ciência, por maisverda<strong>de</strong>ira que possa ser num <strong>de</strong>terminado contexto, também éhistórica, ou seja, ela está relacionada diretamente à época emquestão. Trata-se <strong>de</strong> algo dinâmico e em contínuo processo <strong>de</strong>aperfeiçoamento:Se as verda<strong>de</strong>s científicas fossem <strong>de</strong>finitivas, a ciência<strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong> existir como ciência, como pesquisa, comoexperiências novas, e a ativida<strong>de</strong> científica se reduziriaa uma divulgação do já visto. O que não é verda<strong>de</strong>,para a felicida<strong>de</strong> da ciência. Mas, se as verda<strong>de</strong>s científicasnão são <strong>de</strong>finitivas nem peremptórias, a ciência,ela também, é uma categoria histórica, um movimentoem contínuo <strong>de</strong>senvolvimento (GRAMSCI, 1986 apudMENDES SOBRINHO; FROTA, 1998, p. 7).Por muito tempo consi<strong>de</strong>rou-se a ciência como acúmulo <strong>de</strong>teorias. Hoje temos uma visão mais qualificadora, ou seja, omundo muda, então as concepções científicas também estãosujeitas à mudanças. Questionamento sistemático - Pedro Demo (2000, p. 17)afirma que um critério importante para <strong>de</strong>finir ciência resi<strong>de</strong> noseguinte: ser um questionamento sistemático.Assim, o contrário da ciência é a falta <strong>de</strong> questionamento sistemático.O senso comum não é científico porque aceita semdiscutir, ou melhor, porque não aplica ao conhecimento neleimplicado suficientemente sistematicida<strong>de</strong> questionadora.36


Metodologia da PesquisaOs meios <strong>de</strong> informação disponíveis atualmente colaboramenormemente com esta característica <strong>de</strong> ciência. Basta pensarna Internet, na ví<strong>de</strong>o e teleconferência e em outras ferramentas.Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>bater com o mundo inteiro a qualquer hora do dia. Dialogicida<strong>de</strong>/discutibilida<strong>de</strong> - Jürgen Habermas introduzum conceito interessantíssimo <strong>de</strong> ciência: a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diálogocrítico. Descrita nestes termos por Demo (2000, p. 21, grifonosso):[...] a discutibilida<strong>de</strong> é o critério principal <strong>de</strong> cientificida<strong>de</strong>.Sobretudo o avanço científico e a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> inovação se mantêm, recuperam, <strong>de</strong>senvolvem sobo signo da discussão aberta irrestrita. Somente po<strong>de</strong> sercientífico o que for discutível. A ciência tem compromissoiniludível <strong>de</strong> ser crítica e criativa.Com certeza é uma característica próxima do questionamentosistemático. No entanto, Habermas complementa com a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> discutirmos os parâmetros éticos e as relações existentesentre o saber e os interesses das classes dominantes. Naobra Conhecimento e interesse, <strong>de</strong> 1968, ele combate a neutralida<strong>de</strong>pretendida pelo tecnicismo e <strong>de</strong>nuncia o caráter i<strong>de</strong>ológico daciência e da técnica. Formalida<strong>de</strong> - Outra característica importante da ciência éa formalida<strong>de</strong>. Afinal, para que o questionamento seja tanto maisviável, há <strong>de</strong> ser formalmente lógico, bem sistematizado, argumentadoda melhor maneira possível, elaborado rigorosamente ecoerentemente. (DEMO, 2000, p. 23).Esta característica não interfere na questão do conhecimento serverda<strong>de</strong>iro ou falso, diz respeito apenas à sua apresentação formale lógica, <strong>de</strong> modo que seja possível estabelecer um diálogo comoutras teorias.Unida<strong>de</strong> 237


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina Paradigmática - Thomas Kuhn (1922-1996) acredita que é aprática do cientista que caracteriza o seu trabalho, sendo imprescindívellevar em consi<strong>de</strong>ração o aspecto histórico.Nessa direção, Kuhn afirma que a ciência não é um processolinear e evolutivo. A ciência é movida por paradigmas.Em seu livro A estrutura das revoluções científicas (1962),ele sustenta a tese <strong>de</strong> que a ciência se <strong>de</strong>senvolvedurante certo tempo a partir da aceitação, por parteda comunida<strong>de</strong> científica, <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> teses,pressupostos e categorias que formam um paradigma,ou seja, um conjunto <strong>de</strong> normas e tradições <strong>de</strong>ntrodo qual a ciência se move e pelo qual ela pauta a suaativida<strong>de</strong>.Em <strong>de</strong>terminados momentos, porém, essa visão ouparadigma se altera, provocando uma revolução, queabre caminho para um novo tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentocientífico. Foi o que se <strong>de</strong>u, por exemplo, na passagemda física antiga à física mo<strong>de</strong>rna, ou ainda na passagemda física clássica à física quântica. De acordo comKuhn, é como se ocorresse uma nova reorientação davisão global, na qual os mesmos dados são inseridosem novas relações. (COTRIN, 2002, p. 250).Paradigmas, então, são conquistas científicas universalmentereconhecidas, que por certo período fornecem um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>problemas e soluções aceitáveis aos que atuam em certo campo<strong>de</strong> pesquisas.Um cuidado: o cientificismoA ciência e o senso comum po<strong>de</strong>m abordar as mesmas questões.O que as diferencia é a maneira <strong>de</strong> conhecer e <strong>de</strong> dar as razõespara o conhecimento. O senso comum quase sempre ocorre aoacaso, na vivência do cotidiano, e dificilmente oferece as razõese os porquês dos fenômenos. Já o conhecimentocientífico é uma intencionalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ofereceras razões para os fenômenos estudados. Por isso apesquisa é tão importante para a ciência.38


Metodologia da PesquisaNo entanto, também não po<strong>de</strong>mos concordar com a idéia <strong>de</strong> quetudo <strong>de</strong>ve passar pela medida da ciência. Basta lembrar o final doséculo XIX e início do século passado, quando houve uma gran<strong>de</strong>exaltação à ciência, fruto do iluminismo e do positivismo, principalmente.Acreditava-se que a razão e a ciência resolveriam osproblemas da humanida<strong>de</strong>.Essa exaltação, segundo Aranha (1998, p. 139), provocada peloavanço da ciência mo<strong>de</strong>rna, <strong>de</strong>sembocou no cientificismo, visãoreducionista segundo a qual a ciência seria o único conhecimentoválido. Dessa forma, o método das ciências da natureza – baseadona observação, experimentação e matematização – <strong>de</strong>veria serestendido a todos os campos do conhecimento e a todas as ativida<strong>de</strong>shumanas. A ciência virou praticamente um mito.Atualmente, a concepção <strong>de</strong> ciência está mais aperfeiçoada. Elanão é mais consi<strong>de</strong>rada como algo pronto, acabado, <strong>de</strong>finitivo ouneutro. Não é a posse <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s imutáveis e precisa ter consciência<strong>de</strong> sua falibilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> seus limites. Para Manoel <strong>de</strong> Barros(apud ALVES, 1999, p. 103): “A ciência po<strong>de</strong> classificar e nomearos órgãos <strong>de</strong> um sabiá, mas não po<strong>de</strong> medir seus encantos”.SEÇÃO 2Concepções históricas <strong>de</strong> ciênciaHistoricamente, segundo Chauí (1998, p. 252), são três as principaisconcepções <strong>de</strong> ciência ou <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> cientificida<strong>de</strong>: a racionalista,a empirista e a construtivista.A concepção racionalistaEssa concepção afirma que a ciência é um conhecimento racional<strong>de</strong>dutivo e <strong>de</strong>monstrativo. O objeto científico é uma representaçãointelectual universal, necessária e verda<strong>de</strong>ira das coisasrepresentadas que correspon<strong>de</strong> à própria realida<strong>de</strong>, haja visto queesta é racional e inteligível em si mesma.Unida<strong>de</strong> 239


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaAs experiências científicas são realizadas apenas para verificare confirmar as <strong>de</strong>monstrações teóricas e não para produzir oconhecimento do objeto, este, por sua vez, é conhecido exclusivamentepelo pensamento.O racionalismo apóia-se numa confiança na capacida<strong>de</strong> dointelecto humano para conhecer o real e acredita que a razãoconstitui o instrumento fundamental para a compreensão domundo.O pensamento <strong>de</strong> René Descartes (1596-1650), consi<strong>de</strong>radoo pai do racionalismo, <strong>de</strong>senvolvido sobretudo em seu livroDiscurso sobre o método (1637), fundamenta-se numa primeiraevidência (“penso, logo existo”). A garantia da certeza das novasidéias se produzia quando cumpriam a condição <strong>de</strong> serem claras,distintas e não contraditórias.A concepção empiristaAfirma que a ciência é uma interpretação dos fatos baseada emobservação e experimento; que permitem estabelecer induções, eque, ao serem completadas, oferecem a <strong>de</strong>finição do objeto, suasproprieda<strong>de</strong>s e suas leis <strong>de</strong> funcionamento.Nesta concepção, sempre houve gran<strong>de</strong> cuidado para estabelecermétodos experimentais rigorosos, pois <strong>de</strong>les <strong>de</strong>pendia a formulaçãoda teoria e a <strong>de</strong>finição da objetivida<strong>de</strong> investigada.John Locke (1632-1704) foi um dos gran<strong>de</strong>s sistematizadoresdo empirismo. Negava radicalmente que existissem idéias inatas.Quando se nasce, argumentava, a mente é uma página em brancoque a experiência vai preenchendo.A concepção construtivistaConsi<strong>de</strong>ra a ciência uma construção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los explicativospara a realida<strong>de</strong> e não uma representação da própria realida<strong>de</strong>.O cientista combina dois procedimentos – um, vindo do racionalismo,e outro, vindo do empirismo – e a eles acrescenta umterceiro, vindo da idéia <strong>de</strong> conhecimento aproximativo e corrigível.40


Metodologia da PesquisaO cientista não espera que seu trabalho apresente a realida<strong>de</strong> emsi mesma, mas ofereça estruturas e mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> funcionamentoda realida<strong>de</strong>, explicando os fenômenos observados. São três asexigências <strong>de</strong> seu i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> cientificida<strong>de</strong>:a) que haja coerência (isto é, que não haja contradições) entre osprincípios que orientam a teoria;b) que os mo<strong>de</strong>los dos objetos (as estruturas do fenômenos)sejam construídos com base na observação e na experimentação;c) que os resultados obtidos possam não só alterar os mo<strong>de</strong>losconstruídos, mas também alterar os próprios princípios dateoria, corrigindo-a.Pela proposta construtivista <strong>de</strong> Jean Piaget (1896 –1980), oconhecimento não é um produto pronto ou acabado, poisestá sujeito e é fruto da integração com o meio social, político,cultural e físico, com as relações sociais, com a imaginaçãopessoal, etc. Atribui também papel ativo do ser humano na construçãodo processo <strong>de</strong> conhecimento.SEÇÃO 3Divisão da ciênciaDas inúmeras classificações feitas, <strong>de</strong> acordo com Chauí (1998,p. 260-261), as mais conhecidas e utilizadas foram propostastendo em conta três critérios: tipo <strong>de</strong> objeto estudado, tipo <strong>de</strong>método empregado e tipo <strong>de</strong> resultado obtido. Desses critériose da simplificação feita sobre as várias classificações anteriores,resultou aquela que é a mais usada atualmente: Ciências matemáticas ou lógico-matemáticas: aritmética,geometria, álgebra, trigonometria, lógica, física pura, astronomiapura, etc. Ciências naturais: física, química, biologia, geologia, astronomia,geografia física, paleontologia, etc.Unida<strong>de</strong> 241


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina Ciências humanas ou sociais: psicologia, sociologia, antropologia,geografia humana, economia, lingüística, arqueologia,história, etc. Ciências aplicadas (ciências que conduzem à invenção <strong>de</strong>tecnologias para intervir na natureza, na vida humana e nassocieda<strong>de</strong>s): direito, engenharia, medicina, arquitetura, informática,etc.Cada uma <strong>de</strong>stas ciências subdivi<strong>de</strong>-se em ramos específicos, comnova <strong>de</strong>limitação do objeto e do método <strong>de</strong> investigação.SEÇÃO 4Métodos e técnicas <strong>de</strong> pesquisaSe você <strong>de</strong>seja chegar a um conhecimento <strong>de</strong> nível científicoprecisa seguir alguns passos importantes. É necessário saber oque fazer e como fazer para se chegar às conclusões <strong>de</strong>sejadas.Para tal, é fundamental que você tenha clareza dos conceitos <strong>de</strong>método e técnica.O método, segundo Garcia (1998, p. 44), representa umprocedimento racional e or<strong>de</strong>nado (forma <strong>de</strong> pensar),constituído por instrumentos básicos, que implicautilizar a reflexão e a experimentação, para proce<strong>de</strong>r aolongo do caminho (significado etimológico <strong>de</strong> método)e alcançar os objetivos preestabelecidos no planejamentoda pesquisa.Esse método não po<strong>de</strong> ser visto como receita rígida<strong>de</strong> regras, capaz <strong>de</strong> garantir soluções para todos osproblemas. Nunca existiu essa receita única, poismétodo científico não é conjunto fixo e estereotipado<strong>de</strong> atos a serem adotados em todos os tipos <strong>de</strong>pesquisa cientifica. (COTRIN, 2002, p. 241).42


Metodologia da PesquisaMétodo é o “conjunto <strong>de</strong> etapas, or<strong>de</strong>nadamente dispostas,a serem vencidas na investigação da verda<strong>de</strong>,no estudo <strong>de</strong> uma ciência ou para alcançar <strong>de</strong>terminadofim.” (GALLIANO, 1986, p.6).Técnica é o “modo <strong>de</strong> fazer <strong>de</strong> forma mais hábil, maisseguro, mais perfeito, algum tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, arte ouofício” (GALLIANO, 1986, p. 6).Um exemplo rotineiro ajuda a enten<strong>de</strong>r melhor a distinçãoentre ambos, seguindo o exposto por Galliano(1986, p. 6):Quando você calça meia e sapato, nãoalcançará o resultado almejado se nãoseguir as etapas or<strong>de</strong>nadamente dispostas:calçar primeiro a meia e <strong>de</strong>pois o sapatoEsta or<strong>de</strong>nação das ações constitui o método. Contudo, mesmoseguindo a indispensável seqüência das etapas que <strong>de</strong>verão servencidas, você po<strong>de</strong>rá chegar ao resultado <strong>de</strong>sejado com menoruso <strong>de</strong> tempo e energia, ou com maior perfeição, se empregar atécnica específica <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong>.Vale a pena salientar que métodos e técnicas se relacionam,mas são distintos. O método é um plano <strong>de</strong>ação, formado por um conjunto <strong>de</strong> etapas or<strong>de</strong>nadamentedispostas, <strong>de</strong>stinadas a realizar e anteciparuma ativida<strong>de</strong> na busca <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong>, enquanto atécnica está ligada ao modo <strong>de</strong> realizar a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>forma mais hábil, mais perfeita. O primeiro está relacionadoà estratégia e o segundo à tática. Para melhorentendimento entre método e técnica, o métodorefere-se a um atendimento <strong>de</strong> um objetivo, enquantoa técnica operacionaliza o método. Os métodos nasciências humanas não são exclusivos entre si, <strong>de</strong>vemser a<strong>de</strong>quados a cada tipo <strong>de</strong> pesquisa. Por sua vez, astécnicas <strong>de</strong> pesquisa, em geral, estão relacionadas coma coleta <strong>de</strong> dados, ou seja, com a parte prática (FACHIN,2001, p. 29).Unida<strong>de</strong> 243


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaÉ importante que você esteja atento ao uso do método e datécnica. No entanto, o sucesso da aplicação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá em gran<strong>de</strong>parte da qualida<strong>de</strong> com que é executado. De nada adianta optarpelo melhor método ou técnica, se estes foram aplicados poralguém incapaz ou <strong>de</strong>sinteressado.O que chamamos <strong>de</strong> método científico consiste napercepção <strong>de</strong> uma estrutura lógica <strong>de</strong> ações freqüentementeutilizadas na pesquisa científica, mas que,por si só, não é suficiente para garantir o êxito <strong>de</strong>sseempreendimento. Os resultados satisfatórios <strong>de</strong> umapesquisa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> amplo conjunto <strong>de</strong> fatores, queabrange <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a natureza do problema a ser pesquisadoaté os recursos materiais aplicados na pesquisa e<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, sobretudo, da criativida<strong>de</strong> e da inteligênciado pesquisador (COTRIN, 2002, p. 241).A escolha do método para orientar bem o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos objetivos e/ou naturezado problema. Há casos em que é necessário maismétodos e técnicas conjuntamente, pois um mesmométodo permite a utilização <strong>de</strong> técnicas distintas.É impossível <strong>de</strong>screver todos os métodos. Cada ciência e/oucorrente científica possui as suas especificida<strong>de</strong>s e pressupõeum método a<strong>de</strong>quado à sua natureza. No entanto, é possível<strong>de</strong>screver alguns métodos mais gerais, praticamente comuns a umgrupo <strong>de</strong> ciências e presentes em gran<strong>de</strong> escala na literatura sobreeste assunto.Veja o exemplo a seguir:44


Metodologia da PesquisaSuponhamos que um professor peça para fazer umtrabalho sobre a cultura dos índios guaranis resi<strong>de</strong>ntesno município <strong>de</strong> Palhoça-SC. Depen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong>estudo, po<strong>de</strong>mos usar: o método comparativo: se quisermos comparar oscostumes (ou um específico) com o <strong>de</strong> outra tribo, oudois grupos diferentes <strong>de</strong>ntro da mesma tribo. o método histórico: se quisermos estudar a culturasob o ponto <strong>de</strong> vista histórico. o método estudo <strong>de</strong> caso: se quisermos nos aprofundarno caso específico daquela tribo.Quanto às técnicas, po<strong>de</strong>ríamos utilizar: leitura (livros, artigos, sites...), observação, questionários,entrevistas com os próprios índios, entrevistascom estudiosos no assunto, etc.Você percebeu? Depen<strong>de</strong>ndo do objetivo da nossa pesquisa,<strong>de</strong>vemos utilizar os métodos e as técnicas coerentes para aqueleestudo.Veja os tipos <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> abordagemPo<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar quatro tipos <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> abordagem: o<strong>de</strong>dutivo, o indutivo, hipotético-<strong>de</strong>dutivo e o dialético. Método Dedutivo - Parte do conhecimento <strong>de</strong> dados universaispara a conclusão <strong>de</strong> questões mais específicas, particulares.Veja um exemplo já bem característico:Todo homem é mortal.Sócrates é homem.Logo, Sócrates é mortal.Fachin (2001, p.30) menciona outro exemplo:Todos os metais são condutores <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.A prata é um metal.Logo, a prata é condutor <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.Unida<strong>de</strong> 245


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaPelo raciocínio <strong>de</strong>dutivo, se os metais pertencem ao grupo doscondutores <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> e se a prata conduz eletricida<strong>de</strong>, necessariamenteenten<strong>de</strong>mos que a prata é um metal. Não há outraalternativa. Método Indutivo - Para Fachin (2001, p.30), este método éum raciocínio que, a partir <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong> dados particulares,se encaminha para noções gerais. A marcha do conhecimentoprincipia pelos elementos singulares e vai caminhando para oselementos gerais.Por exemplo, partindo da observação empírica <strong>de</strong> quea prata é um minério condutor <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> e que seinclui no grupo <strong>de</strong> metais, ela faz, por sua vez, parte dosminérios. Daí se infere por análise indutiva que a prataé condutor <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>. Método Hipotético-<strong>de</strong>dutivo - Karl Popper acreditava queo progresso científico acontecia em três fases: o estabelecimento<strong>de</strong> um problema, a colocação <strong>de</strong> hipóteses ou soluções provisóriase a tentativa <strong>de</strong> refutação <strong>de</strong>stas conjecturas.A pesquisa, portanto, inicia-se com os problemas: o que sepesquisa é precisamente a solução dos problemas, é necessário tera imaginação criadora <strong>de</strong> hipóteses ou conjecturas: precisa-se <strong>de</strong>criativida<strong>de</strong>, da criação <strong>de</strong> idéias “novas e boas” para a solução <strong>de</strong>problemas. Uma vez propostas, as hipóteses <strong>de</strong>vem ser provadas.E essa prova se dá extraindo-se conseqüências das hipótesese vendo se tais conseqüências se confirmam ou não. Se elasocorrem, diz-se que, no momento, as hipóteses estão confirmadas.Se, ao contrário, pelo menos uma conseqüência não ocorre, entãodiz-se que uma hipótese está “falseada”. (REALI; ANTISERI, 1991,p. 1025-1026).46


Metodologia da Pesquisa Método Dialético - Existem muitas posições divergentessobre um assunto, seja humano, social ou natural. Quandocontemplamos estas posições divergentes e, a partir das contradiçõese semelhanças entre elas, elaboramos um conhecimento sistematizado,dizemos que utilizamos o método dialético. Esta novasolução é provisória, pois logo também encontrará divergências.Vejamos como Georg W. Friedrich Hegel (1770-1831), consi<strong>de</strong>radoo i<strong>de</strong>alizador <strong>de</strong>ste método, enten<strong>de</strong>u a dialética:A história é dialética porque constantemente está <strong>de</strong>senvolvendoidéias novas que contradizem as antigas. Por isso é um processoque não termina. Ou seja, para toda afirmação há uma negação(outra teoria), que produzem uma nova síntese (teoria). Estasíntese é uma nova tese e assim sucessivamente.A tese é a afirmação; a antítese é a negação da primeira;a síntese, o resultado da dialética do sim e do não, istoé, dos contrários.teseantítesesíntese (tese)antíteseEsquema 1: Metodologia da dialética <strong>de</strong> Hegelsíntese (tese)Unida<strong>de</strong> 247


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaPara enten<strong>de</strong>r o esquema 1, observe a <strong>de</strong>scrição a seguir.O processo dialético é contínuo. Primeiro uma tese (idéia, teoria)é apresentada. Em seguida, alguém contesta a primeira idéia (é aantítese). No terceiro momento acontece a síntese, ou seja, umanova idéia ou teoria a partir do confronto das duas primeiras(síntese). A síntese é também uma nova tese e assim sucessivamente.Veja o exemplo a seguir.Discute-se muito a dialética capitalismo/socialismo.Estas po<strong>de</strong>riam ser a Tese e a Antítese. No entanto,po<strong>de</strong>ríamos consi<strong>de</strong>rar que nem um nem outro modo<strong>de</strong> produção são os i<strong>de</strong>ais: ambos apresentam <strong>de</strong>ficiências.Logo, porque não consi<strong>de</strong>ram uma Terceira Via(Síntese) que consi<strong>de</strong>rasse os elementos da organizaçãoeconômica capitalista, mas que levasse em consi<strong>de</strong>raçãoa preocupação com as questões sociais (saú<strong>de</strong>,educação, moradia...) tão <strong>de</strong>fendidas pelo socialismo?Você concorda com a teoria da Terceira Via? Não? Pois bem,então a Síntese se transformou em Tese e você está convidado eapresentar uma Antítese. Mas não se esqueça <strong>de</strong> que outros irãoquestionar suas idéias. Esse é o processo dialético.Veja os principais tipos <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> procedimentoExistem vários tipos <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> procedimento, como vocêpo<strong>de</strong>rá observar a seguir. Descreve-se brevemente cada um <strong>de</strong>les. Histórico - Existem algumas questões que somente sãoentendidas se estudadas as raízes históricas. Desta maneira, po<strong>de</strong>secompreen<strong>de</strong>r melhor o presente e projetar o futuro. É ummétodo que po<strong>de</strong> ser usado conjuntamente com outro método. Método monográfico - Para Lakatos e Marconi (1996,p. 151) é “[...] um estudo sobre um tema específico ou particular<strong>de</strong> suficiente valor representativo e que obe<strong>de</strong>ce a rigorosa meto-48


Metodologia da Pesquisadologia. Investiga <strong>de</strong>terminado assunto não só em profundida<strong>de</strong>,mas em todos os seus ângulos e aspectos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos fins aque se <strong>de</strong>stina”. Comparativo - Consiste em investigar coisas ou fatos eexplicá-los segundo suas semelhanças e suas diferenças. Geralmenteo método comparativo aborda duas séries <strong>de</strong> naturezaanáloga tomadas <strong>de</strong> meios sociais ou <strong>de</strong> outra área do saber, a fim<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar o que é comum a ambos.Este método é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia e sua aplicação se presta nasdiversas áreas das ciências, principalmente nas ciências sociais.Esta utilização <strong>de</strong>ve-se pela possibilida<strong>de</strong> que o estudo oferece<strong>de</strong> trabalhar com gran<strong>de</strong>s grupamentos humanos em universospopulacionais diferentes e até distanciados pelo espaço geográfico.(FACHIN, 2001, p.37). Etnográfico - Quando se estuda a forma <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> um povo,uma etnia, etc., faz-se uma <strong>de</strong>scrição e análise <strong>de</strong> sua língua, raça,religião, cultura. Estatístico - Método que implica em números, percentuais,análises estatísticas, probabilida<strong>de</strong>s. Quase sempre associado àpesquisa quantitativa.Para Fachin (2001, p. 46), este método se fundamenta nosconjuntos <strong>de</strong> procedimentos apoiados na teoria da amostrageme, como tal, é indispensável no estudo <strong>de</strong> certos aspectos darealida<strong>de</strong> social em que se pretenda medir o grau <strong>de</strong> correlaçãoentre dois ou mais fenômenos. Para o emprego <strong>de</strong>sse método,necessariamente o pesquisador <strong>de</strong>ve ter conhecimentos dasnoções básicas <strong>de</strong> estatística e saber como aplicá-las.O método estatístico se relaciona com dois termos principais:população e universo, porém, para certas teorias têm o mesmosignificado.Universo é o conjunto <strong>de</strong> fenômenos, todos os fatosapresentando uma característica comum, e populaçãocomo um conjunto <strong>de</strong> números obtidos, medindo-seou contando-se certos atributos dos fenômenos oufatos que compõem um universo.Unida<strong>de</strong> 249


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaVeja alguns tipos <strong>de</strong> Técnicas <strong>de</strong> pesquisaAs técnicas, em ciência, estão relacionadas à coleta <strong>de</strong> dados.Cada tipo <strong>de</strong> pesquisa exige métodos e técnicas próprias. Nessesentido, hoje é muito comum, falar, por exemplo, <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong>coleta <strong>de</strong> dados na pesquisa quantitativa, <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong>dados na pesquisa qualitativa, etc.As técnicas <strong>de</strong>vem ser escolhidas após a <strong>de</strong>finição do tema e/ouproblema a ser investigado, da <strong>de</strong>finição dos objetivos, da baseteórica.Por exemplo: para fazer uma pesquisa <strong>de</strong> campo, você não po<strong>de</strong>ficar só numa biblioteca lendo os livros.Geralmente, as técnicas <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados são organizadas em: Técnicas <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados secundários: são os dadosque já se encontram disponíveis, pois já foram objeto <strong>de</strong>estudo e análise (livros, teses, CDs, etc.). Técnicas <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados primários: são as técnicaspara coleta daqueles dados diretamente na fonte, ou que aindanão sofreram estudo e análise.Exemplos <strong>de</strong> técnicas:50


Metodologia da PesquisaLeitura: A principal forma <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados é a leitura(livros, revistas, jornais, sites, CDs etc.), que certamenteé utilizada para todos os tipos <strong>de</strong> pesquisa. Esta técnicatambém é chamada <strong>de</strong> pesquisa bibliográfica.Outras técnicas: questionário fechado, questionárioaberto, formulário, entrevista estruturada ou fechada,entrevista semi-estruturada, entrevista aberta ou livre,entrevista <strong>de</strong> grupo, discussão <strong>de</strong> grupo, observaçãodirigida ou estruturada, observação livre, formuláriose fichas (especialmente quando trata-se <strong>de</strong> elementosfísicos, po<strong>de</strong>m ajudar para reunir os dados necessários),brainstorming (tempesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> idéias oral), brainwriting(tempesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> idéias escrito), etc.<strong>Ativida<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliaçãoLeia com atenção os enunciados e responda às questões solicitadas.Lembre-se que estas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliação têmcomo objetivo <strong>de</strong>senvolver com <strong>auto</strong>nomia a sua aprendizagem.Para você obter sucesso primeiro responda todas as questõessugeridas e em seguida verifique as suas respostas, relacionandoascom as sugestões e comentários do professor, localizadas aofinal <strong>de</strong>ste livro didático.Unida<strong>de</strong> 251


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina1 Qual a diferença entre ciência e senso comum?2 Por que o conceito <strong>de</strong> ciência não é unânime?3 Cite três características <strong>de</strong> ciência e explique-as.52


Metodologia da Pesquisa4 Escreva sobre as três visões <strong>de</strong> ciência, apresentadas por Chauí.5 Qual a diferença entre método e técnica?6 Sobre conhecimento científico ou ciência e método científico, écorreto afirmar que:( ) a ciência, hoje, é consi<strong>de</strong>rada algo pronto, acabado ou <strong>de</strong>finitivo;( ) atualmente, a ciência é entendida mais como uma busca constante<strong>de</strong> explicações e soluções, <strong>de</strong> revisão e reavaliação <strong>de</strong> seusresultados;( ) a ciência nunca é falível;( ) o método não substitui o talento, a inteligência do cientista;( ) o método não é um mo<strong>de</strong>lo, fórmula ou receita que, uma vezaplicada, colhe, sem margem <strong>de</strong> erro, os resultados previstos ou<strong>de</strong>sejados;( ) o método também tem limites, pois não ensina necessariamentea encontrar gran<strong>de</strong>s hipóteses, idéias novas e fecundas.Unida<strong>de</strong> 253


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina7 É importante ressaltar a importância do uso do método e datécnica. O sucesso da aplicação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá em gran<strong>de</strong> parte daqualida<strong>de</strong> com que é executado. De nada adianta optar pelomelhor método ou técnica se estes forem aplicados por alguémincapaz ou <strong>de</strong>sinteressado. A escolha do método para orientarbem o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos objetivose/ou natureza do problema. Há casos em que é necessário maismétodos e técnicas conjuntamente, pois um mesmo métodopermite a utilização <strong>de</strong> técnicas distintas. Com relação aosmétodos científicos, é correto afirmar que:( ) o método etnográfico consiste no estudo e <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> umpovo, sua língua, raça, religião, cultura;( ) no método indutivo o estudo ou abordagem dos fenômenoscaminha para planos cada vez mais abrangentes, indo das constataçõesmais particulares às leis e teorias mais gerais;( ) o método histórico parte do princípio <strong>de</strong> que qualquer caso quese estu<strong>de</strong> em profundida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado representativo<strong>de</strong> muitos outros casos ou até <strong>de</strong> todos os casos semelhantes;( ) o método <strong>de</strong>dutivo consiste em comparar fatos sociais diferentesou semelhantes para explicar e/ou interferir em outros fatos ounestes pesquisados;( ) o método comparativo parte <strong>de</strong> teorias e leis mais gerais para aocorrência <strong>de</strong> fenômenos particulares.54


Metodologia da PesquisaSínteseNesta unida<strong>de</strong> você estudou uma das gran<strong>de</strong>s funções da universida<strong>de</strong>:o conhecimento científico.Você percebeu que não existe consenso sobre o conceito <strong>de</strong>ciência. O que fizemos, então, foi enumerar algumas característicasque permitem uma reflexão sobre o assunto: Racionalida<strong>de</strong>,Objetivida<strong>de</strong>, Socialização, Historicida<strong>de</strong>, Questionamento sistemático,Dialogicida<strong>de</strong>/discutibilida<strong>de</strong>, Formalida<strong>de</strong>, Paradigmática.Você percebeu também que <strong>de</strong>vemos ter um cuidado com ocientificismo. Isso acontece quando achamos que a ciênciapo<strong>de</strong> explicar tudo e resolver todos os problemas. É importantesabermos que existem outras formas <strong>de</strong> conhecimento e muitasvisões <strong>de</strong> ciência.Por fim, você estudou algumas visões históricas <strong>de</strong> ciência e umapossível classificação da mesma. Para concluir, um conjunto <strong>de</strong>métodos e técnicas <strong>de</strong> pesquisa foi também apresentado. Lembrese:é a pesquisa que renova a ciência e a torna muito dinâmica.Unida<strong>de</strong> 255


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaSaiba maisPara que você aprofun<strong>de</strong> os conhecimentos abordados nessaunida<strong>de</strong>, sugerimos que leia o texto complementar a seguir. Nelevocê irá compreen<strong>de</strong>r como ocorreram as revoluções científicas.Como ocorrem asrevoluções científicas?A ciência normal, essa ativida<strong>de</strong> que consiste,como acabamos <strong>de</strong> ver, em resolverenigmas, é um empreendimento fortementecumulativo que obtém êxito eminenteem cumprir seu objetivo: esten<strong>de</strong>rcontinuamente o alcance e precisão doconhecimento científico. Sob todos essespontos <strong>de</strong> vista, ela correspon<strong>de</strong> muitoexatamente à imagem mais correnteque todos têm do trabalho científico.No entanto, não vemos nela figurar umdos elementos habituais do empreendimentocientífico. A ciência normal não sepropõe a <strong>de</strong>scobrir novida<strong>de</strong>s nem emmatéria <strong>de</strong> teoria nem no que se refereaos fatos e, quando é bem-sucedidaem sua pesquisa, ela não as <strong>de</strong>scobre.Contudo, a pesquisa científica <strong>de</strong>scobrecom muita freqüência fenômenos novose insuspeitados, e os cientistas inventamtodo o tempo teorias radicalmentenovas. O estudo histórico permite atéque se suponha que o empreendimentocientífico tenha elaborado uma técnicaeficiente para produzir surpresas <strong>de</strong>ssegênero. Se quisermos que esse traçocaracterístico se ajuste ao que dissemosanteriormente, é preciso que a pesquisaorientada por um paradigma seja ummeio particularmente eficaz <strong>de</strong> levar esseparadigma a mudar. Pois é aí que está opapel das novida<strong>de</strong>s fundamentais nosfatos e na teoria: produzidas por inadvertência,no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> uma brinca<strong>de</strong>iracom um certo conjunto <strong>de</strong> regras, suaassimilação exige a elaboração <strong>de</strong> umoutro conjunto <strong>de</strong> regras. Assim queestas se tornarem partes integrantes daciência, o empreendimento científicojamais será exatamente o mesmo. [...]Agora <strong>de</strong>vemos nos perguntar comopo<strong>de</strong>m se produzir mudanças <strong>de</strong>ssegênero. [...] A <strong>de</strong>scoberta começa com aconsciência <strong>de</strong> uma anomalia, ou seja, aimpressão <strong>de</strong> que a natureza, <strong>de</strong> umamaneira ou <strong>de</strong> outra, contradiz os resultadosda expectativa paradigmática quegoverna a ciência normal. Em seguida háuma exploração mais ou menos prolongadada área da anomalia. E o episódio sóse encerra quando a teoria do paradigma éreajustada para que o fenômeno anormalse torne fenômeno esperado. A assimilação<strong>de</strong> um novo tipo <strong>de</strong> fatos exige portantomais do que um ajustamento aditivo dateoria e, até que o reajustamento que elaexige esteja concluído - até que o cientistaaprenda a ver a natureza <strong>de</strong> maneira diferente- o fato novo não é consi<strong>de</strong>rado porcompleto um fato científico.KUHN, Thomas. A estrutura das revoluçõescientíficas. In: LACOSTE, Jean. A filosofiano século XX. Tradução <strong>de</strong> MarinaAppenzeller. Campinas: Papirus, 1992. p.181-182.56


Metodologia da PesquisaAlém do texto complementar anterior, sugerimos tambémque sejam consultados os livros abaixo. Eles trazem importanteselementos para que você aprofun<strong>de</strong> ainda mais otema abordado nesta unida<strong>de</strong>.ARANHA, M. L. <strong>de</strong> A. História da educação. 2. ed. rev. eatual. São Paulo: Mo<strong>de</strong>rna, 1998.CARVALHO, M. C. M. (Org.). Construindo o saber:metodologia científica - fundamentos e técnicas. 5. ed. SãoPaulo: Papirus, 1995.DEMO, P. Pesquisa e construção do conhecimento:metodologia científica no caminho <strong>de</strong> Habermas. Rio <strong>de</strong>Janeiro: Tempo Brasileiro, 2000.GALLIANO, A. G. O método científico: teoria e prática.São Paulo: Harbra, 1986.FACHIN, O. Fundamentos <strong>de</strong> metodologia. 3. ed. SãoPaulo: Saraiva, 2001.HEERDT, M. L. Pensando para viver: alguns caminhos dafilosofia. 5. ed. Florianópolis: Sophos, 2003.LUCKESI, C. C.; PASSOS, E. S. Introdução à filosofia:apren<strong>de</strong>ndo a pensar. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1996.Ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagemSugerimos que você assista ao filme “O Amor é contagioso”.Após ver o filme, que tal participar <strong>de</strong> uma discussãono ambiente virtual <strong>de</strong>sse curso? O objetivo, ao realizar estaativida<strong>de</strong>, é que você reflita sobre o papel da ciência.Este filme apresenta dois modos bem diversos <strong>de</strong> educaçãoe <strong>de</strong> fazer ciência. Um é o modo tradicional, em que háuma apresentação nítida da <strong>auto</strong>rida<strong>de</strong> do professor, dodiretor, dos métodos clássicos. Outro é o modo da alegria,da <strong>de</strong>scontração, da quebra do tradicionalismo, da interaçãodo estudante com a vida diária.Qual será o mo<strong>de</strong>lo prepon<strong>de</strong>rante? Não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> assistir.Unida<strong>de</strong> 257


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaOutra sugestão importante é o filme Epi<strong>de</strong>mia. O filmemostra uma região africana afetada por uma epi<strong>de</strong>miamuito grave. Alguns médicos se dirigem para lá. No entanto,além <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir o vírus que causa a doença, precisam<strong>de</strong>scobrir a questão política envolvida no caso.É muito importante assistir ao filme para que você percebaque os interesses políticos e econômicos po<strong>de</strong>m superar osinteresses científicos.58


UNIDADE 33Pesquisa científica: conceitoe tiposObjetivos <strong>de</strong> aprendizagem Classificar variáveis; conceituar pesquisa; classificar as pesquisas quanto ao nível e quanto aoprocedimento utilizado para coleta <strong>de</strong> dados.Seções <strong>de</strong> estudoSeção 1 O que é variável?Seção 2 Como classificar as variáveis?Seção 3 O que é pesquisa?Seção 4 Como classificar as pesquisas quanto aonível <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> do estudo?Seção 5 Como classificar as pesquisas quanto aoprocedimento utilizado na coleta <strong>de</strong> dados?


Para início <strong>de</strong> conversaAté o momento você pô<strong>de</strong> acompanhar diferentes aspectos quecaracterizam o conhecimento científico. Nesta terceira unida<strong>de</strong>você vai estudar a pesquisa propriamente dita. Porém, para quevocê possa compreen<strong>de</strong>r o conceito e os tipos <strong>de</strong> pesquisa énecessário, primeiramente, conhecer e classificar as variáveis.Você estudará o conceito e a classificação dos tipos <strong>de</strong> pesquisaque po<strong>de</strong>m ser classificadas quanto ao nível em exploratória,<strong>de</strong>scritiva e explicativa e quanto ao procedimento utilizado nacoleta <strong>de</strong> dados em bibliográfica, documental, experimental,estudo <strong>de</strong> caso controle, levantamento, estudo <strong>de</strong> caso e estudo <strong>de</strong>campo. Após a leitura das quatro seções que compõe esta unida<strong>de</strong>,não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> resolver as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliação sugeridas.Elas irão ajudar você a estudar o conteúdo <strong>de</strong>sta disciplina <strong>de</strong>maneira estruturada.60


Metodologia da PesquisaSEÇÃO 1O que é variável?Variável é um termo que vem da matemática e significafator, aspecto ou proprieda<strong>de</strong> passível <strong>de</strong> mensuração.Veja como isto se aplica, por exemplo,na física e nas ciências sociais! Na física: os fatores temperatura, massa, velocida<strong>de</strong>, extensão,dilatação, força, etc. são variáveis, pois, sob certas circunstâncias,assumem <strong>de</strong>terminado valor e po<strong>de</strong>m ser mensuráveis. Nas ciências sociais: classe social, raça, renda, escolarida<strong>de</strong>,etc., são exemplos <strong>de</strong> variáveis, pois, seguindo o mesmoraciocínio, também po<strong>de</strong>m ser mensurados. Para Marconie Lakatos (2003, p. 137) variável po<strong>de</strong> ser classificada como“[...] medida; uma quantida<strong>de</strong> que varia; um conceito operacional,que contém ou apresenta valores; aspecto, [...] ou fator,discernível em um objeto <strong>de</strong> estudo e passível <strong>de</strong> mensuração.”SEÇÃO 2Como classificar as variáveis ?As variáveis po<strong>de</strong>m ser classificadas conforme a nomenclaturaproposta por Tuckmam (1972, p. 36-51 apud KÖCHE, 1997, p.113) em: in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong> controle, mo<strong>de</strong>radora einterveniente.A variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte é aquela que é fator, proprieda<strong>de</strong> ouaspecto que produz um efeito ou conseqüência e a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,inversamente, é aquela que é conseqüência ou efeito <strong>de</strong> algo quefoi estimulado.Unida<strong>de</strong> 361


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaVeja os exemplosO investigador quer saber se há relação significativaentre a classe social do réu e a sentença que é proferidapelo juiz. Classe social seria a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte(causa) e sentença, a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (conseqüência).Vamos supor que um pesquisador na área <strong>de</strong> fisioterapiaqueira investigar a eficácia dacrioterapia no tratamento <strong>de</strong> entorse <strong>de</strong>tornozelo. Crioterapia seria a variávelin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (causa) e tratamento <strong>de</strong>entorse a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (efeito).A variável <strong>de</strong> controle é aquele fator, proprieda<strong>de</strong> ou aspecto queo pesquisador neutraliza, propositalmente, para não interferir narelação entre a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.Veja o exemplo:Para saber se <strong>de</strong>terminado tratamento (uma substância)tem efeito sobre o peso <strong>de</strong> ratos, um pesquisadorfez um experimento. Primeiro, tomou um conjunto <strong>de</strong>ratos similares e os manteve em condições idênticasdurante algum tempo. Depois, dividiu o conjunto <strong>de</strong>ratos em dois grupos. O primeiro recebeu a substânciaadicionada à ração, mas o segundo grupo, emboramantido nas mesmas condições, não recebeu a substância.Decorrido <strong>de</strong>terminado período, o pesquisador pesoutodos os ratos e comparou o peso do grupo querecebeu o tratamento com o peso do grupo que nãorecebeu o tratamento. (VIEIRA; HOSSNE, 2001, p. 49grifo nosso).62


Metodologia da PesquisaA comparação entre o grupo que recebeu o tratamento (substância)com o grupo que não recebeu o tratamento só é possívelse os dois grupos forem mantidos nas mesmas condições.Portanto, às variáveis <strong>de</strong> controle, tais como ida<strong>de</strong>, sexo, quantida<strong>de</strong>e qualida<strong>de</strong> da alimentação, condições <strong>de</strong> espaço e luminosida<strong>de</strong>no ambiente, <strong>de</strong>ntre outros fatores, <strong>de</strong>vem ser rigorosamenteneutralizados para não interferirem nas relações entrea variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, no caso, tratamento comsubstância e peso, respectivamente.A variável mo<strong>de</strong>radora é aquele fator, aspecto ou proprieda<strong>de</strong> queé causa, estímulo para que ocorra <strong>de</strong>terminado efeito ou conseqüência,porém situa-se num plano secundário. “Entre estudantesda mesma ida<strong>de</strong> e inteligência, o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>sestá diretamente relacionado com o número <strong>de</strong> treinos práticos,particularmente entre os meninos, mas menos diretamente entresas meninas” (KÖCHE, 1997, p. 13). Neste exemplo, treinos práticosseria a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s a variável<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, ida<strong>de</strong> e inteligência variáveis <strong>de</strong> controle e meninose meninas (sexo) a variável mo<strong>de</strong>radora, pois po<strong>de</strong>rá modificar arelação entre a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.A variável interveniente é aquele fator que, no plano teórico afetaa variável que está sendo observada, mas não po<strong>de</strong> ser medida.“[...] crianças que foram bloqueadas na consecução <strong>de</strong> seusobjetivos mostram-se mais agressivas do que as que não foram”(TUCKMAN apud KÖCHE, 1997, p. 114). A variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nteé bloqueio, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte é agressivida<strong>de</strong> e a interveniente é a frustração“[...] o bloqueio conduz à frustração e esta à agressivida<strong>de</strong>”.(KÖCHE, 1997, p. 114).SEÇÃO 3O que é pesquisa?Pesquisa é um processo <strong>de</strong> investigação que se interessa em<strong>de</strong>scobrir as relações existentes entre os aspectos que envolvemos fatos, fenômenos, situações ou coisas. Para An<strong>de</strong>r-Egg (apudMARCONI; LAKATOS, 2003, p. 155) é um “procedimento reflexivosistemático, controlado e crítico, que permite <strong>de</strong>scobrir novosUnida<strong>de</strong> 363


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinafatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento.”Para Rúdio (1999, p. 9) “é um conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>sorientadas para a busca <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado conhecimento”.Para que a pesquisa receba o qualitativo <strong>de</strong> “científica”, é necessárioque seja <strong>de</strong>senvolvida <strong>de</strong> maneira organizada e sistemática,seguindo um planejamento previamente estabelecido pelopesquisador. É no planejamento da pesquisa que se <strong>de</strong>termina ocaminho a ser percorrido na investigação do objeto <strong>de</strong> estudo.Rudio (1999, p. 9, grifo do <strong>auto</strong>r) afirma que “a pesquisa científicase distingue <strong>de</strong> qualquer outra modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa pelométodo, pelas técnicas, por estar voltada para a realida<strong>de</strong> empírica, epela forma <strong>de</strong> comunicar o conhecimento obtido.”Como classificar os tipos <strong>de</strong> pesquisa?A classificação dos tipos <strong>de</strong> pesquisa só é possível mediante oestabelecimento <strong>de</strong> um critério. Se classificarmos as pesquisaslevando em conta o nível <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> do estudo, teremostrês gran<strong>de</strong>s grupos: pesquisa exploratória, pesquisa <strong>de</strong>scritiva epesquisa explicativa.Se classificarmos as pesquisas levando em conta os procedimentosutilizados para coleta <strong>de</strong> dados teremos dois gran<strong>de</strong>sgrupos. No primeiro, as que se valem <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> papel: pesquisabibliográfica e documental e, no segundo, fontes <strong>de</strong> dados fornecidospor pessoas: experimental, estudo <strong>de</strong> caso controle, levantamentoe o estudo <strong>de</strong> caso e estudo <strong>de</strong> campo (GIL, 2002, p. 43).Veja nas seções a seguir como cada uma <strong>de</strong>ssas classificações seconfigura.64


Metodologia da PesquisaSEÇÃO 4Como classificar as pesquisas quanto aonível <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> do estudo?Os tipos <strong>de</strong> pesquisa segundo nível po<strong>de</strong>m ser classificados em: pesquisa exploratória, pesquisa <strong>de</strong>scritiva; pesquisa explicativa Pesquisa exploratóriaO principal objetivo da pesquisa exploratória é proporcionarmaior familiarida<strong>de</strong> com o objeto <strong>de</strong> estudo. Muitas vezes opesquisador não dispõe <strong>de</strong> conhecimento suficiente para formulara<strong>de</strong>quadamente um problema ou elaborar <strong>de</strong> forma mais precisauma hipótese. Nesse caso, é necessário “<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar um processo<strong>de</strong> investigação que i<strong>de</strong>ntifique a natureza do fenômeno e aponteas características essenciais das variáveis que se quer estudar”(KÖCHE, 1997, p. 126).Os problemas da pesquisa exploratória geralmente não apresentamrelações entre variáveis. O pesquisador apenas constata eestuda a freqüência <strong>de</strong> uma variável. No exemplo, “qual o perfilmotor das crianças matriculadas na escola x”?, i<strong>de</strong>ntifica-seapenas uma variável, no caso, perfil motor. No campo da geografia,por exemplo, po<strong>de</strong>ríamos fazer um levantamento do perfil etário<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada população. Neste caso, ida<strong>de</strong> seria a variávelem estudo.O planejamento da pesquisa exploratória é bastante flexível epo<strong>de</strong> assumir caráter <strong>de</strong> pesquisa bibliográfica, pesquisa documental,estudos <strong>de</strong> caso, levantamentos, etc. As técnicas <strong>de</strong>pesquisas que po<strong>de</strong>m ser utilizadas na pesquisa exploratória são:formulários, questionários, entrevistas, fichas para registro <strong>de</strong>avaliações clínicas, leitura e documentação quando se tratar <strong>de</strong>pesquisa bibliográfica.Unida<strong>de</strong> 365


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina Pesquisa <strong>de</strong>scritivaPesquisa <strong>de</strong>scritiva é aquela que analisa, observa, registra e correlacionaaspectos (variáveis) que envolvem fatos ou fenômenos,sem manipulá-los. Os fenômenos humanos ou naturais são investigadossem a interferência do pesquisador que apenas “procura<strong>de</strong>scobrir, com a precisão possível, a freqüência com que umfenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua naturezae características. (CERVO; BERVIAN, 1983, p. 55).Leia com atenção a matéria que foi publicada na revistaÉpoca e que bem exemplifica uma pesquisa <strong>de</strong>scritiva.Um crime, duas sentençasO pesquisador carioca Jorge Luiz <strong>de</strong> CarvalhoNascimento, 41 anos, <strong>de</strong>bruçou-se sobre 364 processosjudiciais envolvendo consumo e tráfico <strong>de</strong> drogas no Rio<strong>de</strong> Janeiro, recolhidos em 15 varas criminais da cida<strong>de</strong>.Concluiu que a raça do acusado interfere na sentençaaplicada pelos juízes. Entre os réus <strong>de</strong> pele branca, amaioria dos con<strong>de</strong>nados foi enquadrada por uso <strong>de</strong>drogas, que prevê penas brandas. Negros e pardosentraram na categoria <strong>de</strong> traficantes. “Vou investigaragora se a justiça é racista ou se a classe social dos réusé que interfere nas penas”, avisa Nascimento. “A maioriados brancos pagou advogado, enquanto ‘os <strong>de</strong> cor’recorreram a <strong>de</strong>fensores públicos”, explica o pesquisador,que é negro e trabalha como professor do Colégio PedroII [...]. (UM CRIME..., 1999, p. 26).Nesse texto, você reparou que as variáveis citadas são:natureza do <strong>de</strong>lito (consumo e tráfico <strong>de</strong> drogas), raça,classe social, sentença e <strong>de</strong>fensoria?Essa pesquisa po<strong>de</strong> ser classificada por <strong>de</strong> dois tipos: documental,se consi<strong>de</strong>rarmos as fontes e os procedimentos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados(foram analisados 364 processos em 15 varas) e, <strong>de</strong>scritiva, seconsi<strong>de</strong>rarmos a maneira <strong>de</strong> como as variáveis estão correlacionadas.Para fins <strong>de</strong> investigação, po<strong>de</strong>ríamos levantar as seguintesquestões:66


Metodologia da PesquisaPara refletir será que a raça e a classe social doacusado po<strong>de</strong>m interferir no tipo<strong>de</strong> sentença preferida pelos juízes? será que a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> advogadospagos ou a <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensores públicos,no mesmo tipo <strong>de</strong> crime, interferena natureza da sentença?A pesquisa <strong>de</strong>scritiva po<strong>de</strong> aparecer sob diversos tipos: documental,estudos <strong>de</strong> campo, levantamentos, etc, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seestu<strong>de</strong> a correlação <strong>de</strong>, no mínimo, duas variáveis.Po<strong>de</strong>mos assinalar algumas características da pesquisa <strong>de</strong>scritiva: espontaneida<strong>de</strong> – o pesquisador não interfere na realida<strong>de</strong>,apenas observa as variáveis que, espontaneamente, estãovinculadas ao fenômeno; naturalida<strong>de</strong> – os fatos são estudados no seu habitat natural; amplo grau <strong>de</strong> generalização – as conclusões levam emconta o conjunto <strong>de</strong> variáveis que po<strong>de</strong>m estar correlacionadascom o objeto da investigação.As principais técnicas <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados geralmente utilizadasna pesquisa <strong>de</strong>scritiva são: formulários, entrevistas, questionários,fichas <strong>de</strong> registro para observação e coleta <strong>de</strong> dados em documentos.Algumas pesquisas <strong>de</strong>scritivas vão além da simplesi<strong>de</strong>ntificação da existência <strong>de</strong> relações entre variáveis,e permitem <strong>de</strong>terminar a natureza <strong>de</strong>ssa relação. Nessecaso, tem-se uma pesquisa <strong>de</strong>scritiva que se aproximada explicativa. Há, porém, pesquisas que, embora <strong>de</strong>finidascomo <strong>de</strong>scritivas com base em seus objetivos,acabam servindo mais para proporcionar uma novavisão do problema, o que as aproxima das pesquisasexploratórias. (GIL, 2002, p. 42).Unida<strong>de</strong> 367


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina Pesquisa explicativaA pesquisa explicativa tem como preocupação fundamental i<strong>de</strong>ntificarfatores que contribuem ou agem como causa para a ocorrência<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados fenômenos. É o tipo <strong>de</strong> pesquisa queexplica as razões ou os porquês das coisas.Os cientistas não se limitam a <strong>de</strong>screver <strong>de</strong>talhadamenteos fatos, tratam <strong>de</strong> encontrar as suas causas,suas relações internas e suas relações com outros fatos.Seu objetivo é oferecer respostas às indagações, aosporquês. Antigamente acreditava-se que explicar cientificamenteera expor a causa dos fatos. No entanto,hoje reconhece-se que a explicação causal é apenasum dos tipos <strong>de</strong> explicação científica [...], (GALLIANO,1979, p. 29).A pesquisa explicativa po<strong>de</strong> aparecer sob a forma <strong>de</strong> pesquisaexperimental e estudo <strong>de</strong> caso controle (GIL, 2002).SEÇÃO 5Como se classificam as pesquisas quanto aoprocedimento utilizado na coleta <strong>de</strong> dados?Depen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> procedimento utilizado para a coleta <strong>de</strong>dados, as pesquisas classificam-se em: Pesquisa bibliográfica Pesquisa documental Pesquisa experimental Estudo <strong>de</strong> caso controle Levantamento Estudo <strong>de</strong> caso Estudo <strong>de</strong> campoVeja a seguir como cada uma <strong>de</strong>las se configura.68


Metodologia da Pesquisa Pesquisa bibliográficaPesquisa bibliográfica é aquela que se <strong>de</strong>senvolve tentandoexplicar um problema a partir das teorias publicadas em diversostipos <strong>de</strong> fontes: livros, artigos, manuais, enciclopédias, anais,meios eletrônicos, etc. A realização da pesquisa bibliográfica éfundamental para que se conheça e analise as principais contribuiçõesteóricas sobre um <strong>de</strong>terminado tema ou assunto.Koche (1997, p. 122) afirma que a pesquisa bibliográfica po<strong>de</strong> serrealizada com diferentes fins:a) para ampliar o grau <strong>de</strong> conhecimentos em uma <strong>de</strong>terminadaárea, capacitando o investigador a compreen<strong>de</strong>rou <strong>de</strong>limitar melhor um problema <strong>de</strong> pesquisa;b) para dominar o conhecimento disponível e utilizálocomo base ou fundamentação na construção <strong>de</strong> ummo<strong>de</strong>lo teórico explicativo <strong>de</strong> um problema, isto é,como instrumento auxiliar para a construção e fundamentação<strong>de</strong> hipóteses; c) para <strong>de</strong>screver ou sistematizaro estado da arte, daquele momento, pertinente aum <strong>de</strong>terminado tema ou problema.Ao analisar essas finalida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>-se inferir que a pesquisabibliográfica po<strong>de</strong> ser realizada em nível <strong>de</strong> pesquisa exploratória,quando apenas se quer ter maiores conhecimentos ouuma certa familiarida<strong>de</strong> sobre um assunto; oferecer informaçõesmais precisas ao investigador no momento da construção <strong>de</strong>problemas ou questões <strong>de</strong> pesquisa e fundamentar na análise ediscussão <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> pesquisas empíricas.A pesquisa bibliográfica po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senvolvida em diferentesetapas. Gil (2002, p. 60) diz que “qualquer tentativa <strong>de</strong> apresentarum mo<strong>de</strong>lo para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma pesquisa bibliográfica<strong>de</strong>verá ser entendida como arbitrária. Tanto é que os mo<strong>de</strong>losapresentados pelos diversos <strong>auto</strong>res diferem significativamenteentre si.”Você verá a seguir, um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> pesquisa bibliográfica que não<strong>de</strong>ve ser entendido como um mo<strong>de</strong>lo rigoroso e inflexível, masque po<strong>de</strong> auxiliá-lo no momento <strong>de</strong> planejar uma pesquisa.Unida<strong>de</strong> 369


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaVeja então quais as etapas da pesquisa bibliográfica:a) escolha do tema;b) <strong>de</strong>limitação do tema e formulação do problema;c) elaboração do plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da pesquisa;d) i<strong>de</strong>ntificação, localização das fontes e obtenção do material;e) leitura do material;f ) tomada <strong>de</strong> apontamentos;g) redação do trabalho.a) Escolha do tema: A escolha do tema na realização <strong>de</strong> umapesquisa bibliográfica <strong>de</strong>ve, entre outros, consi<strong>de</strong>rar os seguintesfatores: interesse pelo assunto, existência <strong>de</strong> bibliografia especializadae familiarida<strong>de</strong> com o assunto.O interesse pelo assunto po<strong>de</strong> motivar a superação dos obstáculosque são inerentes ao processo <strong>de</strong> pesquisa. Sem interesse, corre-seo risco, <strong>de</strong> na primeira dificulda<strong>de</strong> ou percalço, abandonarmos ainvestigação. “[...] pesquisar a respeito <strong>de</strong> um assunto pelo qualse tenha pouco ou nenhum interesse po<strong>de</strong> tornar-se uma tarefaaltamente frustrante.” (GIL, 2002, p. 60). É importante observar,<strong>de</strong>ntre as diversas áreas <strong>de</strong> conhecimento, aquelas que <strong>de</strong>spertamo interesse e a curiosida<strong>de</strong> para a pesquisa.A existência <strong>de</strong> bibliografia especializada po<strong>de</strong> ser constatada pelarealização <strong>de</strong> um levantamento bibliográfico preliminar que po<strong>de</strong>auxiliar na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> documentos importantes a seremlidos e analisados no <strong>de</strong>correr da pesquisa. Não se recomenda,para iniciantes em pesquisa, a realização <strong>de</strong> pesquisa bibliográficasobre temas em que as publicações sejam muito escassas. Nestecaso, é conveniente que se mu<strong>de</strong> o tema.“A escolha do assunto exige freqüentemente orientação <strong>de</strong> caráterpessoal (análise das próprias possibilida<strong>de</strong>s e limitações) [...]”(SALOMON, 1994, p. 196). “O pesquisador <strong>de</strong>ve propor temas queestejam ao alcance da sua capacida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> seu nível <strong>de</strong> conhecimento”(KÖCHE, 1997, p. 128). Aconselha-se, portanto, a escolhado tema <strong>de</strong>ntro da área a qual se domina compatibilizando familiarida<strong>de</strong>com o assunto e existência <strong>de</strong> bibliografia especializada.70


Metodologia da Pesquisab) Delimitação do tema e formulação do problema: Depoisda escolha do tema, o próximo passo é a <strong>de</strong>limitação e problematização.Delimitar significa indicar a abrangência do estudo, é estabelecera extensão e compreensão do assunto. Na disciplina <strong>de</strong>lógica apren<strong>de</strong>-se que “quanto maior a extensão <strong>de</strong> um conceito[extensão do tema ou assunto], menor a sua compreensão. E,inversamente, quanto maior a compreensão, menor a extensão doconceito.” (COTRIN, 1990, p. 28).Temas muito amplos dificultam a análise com profundida<strong>de</strong>e exaustão e po<strong>de</strong>m fazer com que o pesquisador se perca ouse embarace no emaranhado das proposições relacionadas aoassunto. Na área do direito, por exemplo, seria impossível realizaruma pesquisa bibliográfica sobre o tema geral “direito <strong>de</strong> família”,pois seriam muitos os aspectos relacionados a esse assunto que<strong>de</strong>veriam ser pesquisados. Por isso, o tema <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong>limitadoa uma dimensão viável e exeqüível. Po<strong>de</strong>ríamos pesquisar apenasum dos aspectos relacionado a este tema: “a mediação na divisão<strong>de</strong> bens”, por exemplo.Delimitado o tema, proce<strong>de</strong>-se a problematização. Das diversasacepções sobre a palavra, a que mais se i<strong>de</strong>ntifica com a ativida<strong>de</strong>científica é aquela que afirma que problema é uma “[...] questãonão resolvida e que é objeto <strong>de</strong> discussão em qualquer domíniodo conhecimento [...]” (FERREIRA, 1986, p. 1394).Não há consenso na literatura <strong>de</strong> metodologia científica e dapesquisa sobre a forma <strong>de</strong> como se <strong>de</strong>ve apresentar a problematização<strong>de</strong> um tema <strong>de</strong> pesquisa. De qualquer forma o temaproblematizado indica a especificida<strong>de</strong> do objeto e marca,propriamente, o início da investigação.Toda investigação começa com um problema. Umalógica da investigação tem que tomar em consi<strong>de</strong>raçãoeste fato. A ciência progri<strong>de</strong> porque o homem<strong>de</strong> ciência, insatisfeito, lança-se a procura <strong>de</strong> novasverda<strong>de</strong>s. Assim empenhado, o pesquisador primeirosuscita e propõe questões num <strong>de</strong>terminado territóriodo saber; <strong>de</strong>pois elabora um projeto ou um plano <strong>de</strong>trabalho <strong>de</strong>stinado a dar resposta a seu problema [...](LARROYO apud SALOMON, 1994, p. 197).Unida<strong>de</strong> 371


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaAtenção: a tarefa <strong>de</strong> formular um problema <strong>de</strong> pesquisaexige certo cuidado. Gil (2002, p. 26), aponta 5 regraspara a sua a<strong>de</strong>quada formulação: o problema <strong>de</strong>ve ser formulado como pergunta; o problema <strong>de</strong>ve ser claro e preciso; o problema <strong>de</strong>ve ser empírico; o problema <strong>de</strong>ve ser suscetível <strong>de</strong> solução; e o problema <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>limitado à uma dimensãoviável.c) Elaboração do plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da pesquisa:Elaborar o plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da pesquisa significa apresentara estrutura lógica das partes que compõem o assunto. Sãoapresentados os <strong>de</strong>sdobramentos temáticos vinculados entre sie naturalmente integrados ao tema central. O plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoé apresentado na forma <strong>de</strong> divisões e subdivisõesformando aquilo que se consi<strong>de</strong>ra um sumário provisório dapesquisa.A construção do plano supõe a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distinguiro fundamental do acessório, a idéia principal dasecundária, o mais importante do menos importante,além <strong>de</strong> requerer a inteligência necessária para distribuireqüitativamente as partes <strong>de</strong>sproporcionais, <strong>de</strong>sorte que o todo resulte equilibrado e proporcionado,fazendo salientar o fundamental e o essencial. (CERVO;BERVIAN, 1983, p. 97).O exemplo abaixo foi adaptado <strong>de</strong> um trabalho elaborado pelosalunos da 1ª fase do Curso <strong>de</strong> Medicina da <strong>Unisul</strong> (SOUZA et al.,2004) que tem como título “O Programa Saú<strong>de</strong> da Família navisão dos membros da equipe e dos usuários <strong>de</strong> dois postos <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> do Município <strong>de</strong> Araranguá, SC”. Observe como as partesestão harmoniosamente distribuídas e vinculadas ao tema central:72


Metodologia da PesquisaExemplo1 Saú<strong>de</strong> pública no brasil: um breve histórico1.1 Período <strong>de</strong> 1900 a 19601.2 Período <strong>de</strong> 1960 a 19881.3 De 1988 aos dias <strong>de</strong> hoje2 SUS – Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>2.1 Implementação do SUS2.2 Os objetivos do SUS2.3 O SUS e as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da populaçãobrasileira3 O programa Saú<strong>de</strong> da Família3.1 A criação do Programa3.2 O funcionamento do Programa3.2.1 Princípios básicos3.2.2 Atribuições dos membros das equipes3.2.3 A implantação do Programa3.2.4 A percepção do programa na visão dosmembros da equipe3.2.5 A percepção do programa na visão dosusuáriosO plano <strong>de</strong> assunto é provisório. No <strong>de</strong>correr da pesquisa outrositens consi<strong>de</strong>rados importantes po<strong>de</strong>rão ser acrescentados. Isso<strong>de</strong>corre naturalmente do amadurecimento intelectual que se temsobre o tema. Assim como alguns itens são acrescentados outrospo<strong>de</strong>rão ser retirados. O plano <strong>de</strong> assunto só <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser plano,no momento em que se transforma em sumário do trabalho.d) I<strong>de</strong>ntificação, localização das fontes e obtenção domaterial: Com o plano <strong>de</strong> assunto em mãos, o próximo passoconsiste em localizar as fontes que po<strong>de</strong>rão fornecer respostasa<strong>de</strong>quadas ao que se propõe pesquisar. Nunca é <strong>de</strong>mais consultaruma pessoa especializada no assunto para sugerir referências quepossam ser pesquisadas. De modo geral, po<strong>de</strong>mos indicar comofontes <strong>de</strong> pesquisa:Unida<strong>de</strong> 373


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina livros; obras <strong>de</strong> referência: dicionários da língua portuguesa ou especializados,enciclopédias gerais ou especializadas; manuais; periódicos científicos: os que são disponíveis em fonte <strong>de</strong>papel, em CD-ROM e na internet; sites especializados; teses e dissertações; anais; periódicos <strong>de</strong> in<strong>de</strong>xação e resumo.As fontes <strong>de</strong> pesquisa po<strong>de</strong>m ser localizadas em bibliotecas e embase <strong>de</strong> dados. Cada biblioteca possui um sistema <strong>de</strong> classificaçãoe catalogação das obras. O sistema <strong>de</strong> Classificação DecimalDewey, adotado pela maioria <strong>de</strong>las adota a seguinte classificaçãodas obras: 000 Obras gerais 100 Filosofia e Psicologia 200 Religião 300 Ciências Sociais 400 Linguagem 500 Ciências Naturais e Matemática 600 Tecnologia (Ciências Aplicadas) 700 Artes 800 Literatura e Retórica 900 Geografia e HistóriaSe nos dirigirmos à Biblioteca Universitária da <strong>Unisul</strong> paraprocurar um livro <strong>de</strong> Metodologia Científica vamos perceber queos livros <strong>de</strong>sta área, por serem classificadas como Obras Gerais,vão ter o número <strong>de</strong> chamada 001.Veja o exemploSEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalhocientífico. 20. ed. rev. ampl. São Paulo: Cortez, 1998.272 p.Número <strong>de</strong> Chamada: 001.42 S52Os livros <strong>de</strong> Administração, por pertencerem à área <strong>de</strong> Tecnologia(Ciências Aplicadas) terão o número <strong>de</strong> chamada iniciandoem 650. Veja o exemplo:74


Metodologia da PesquisaVeja o exemploDRUCKER, Peter Ferdinand. 50 casos reais <strong>de</strong> administração.São Paulo: Pioneira, 1983. 245 p.Número <strong>de</strong> Chamada: 658.00722 D85As bases <strong>de</strong> dados armazenam informações em CD-ROM ou online,via internet, e as pesquisas po<strong>de</strong>m ser feitas por assunto,palavras-chave ou pelo título do periódico. Algumas bases apenasoferecem referências bibliográficas ou resumos, não se diferenciandodos periódicos <strong>de</strong> in<strong>de</strong>xação. Outras, no entanto, po<strong>de</strong>moferecer o texto completo pelo suporte eletrônico (GIL, 2002). Asbibliotecas virtuais po<strong>de</strong>m oferecer links para sites especializadose bases <strong>de</strong> dados.Veja, por exemplo, como funciona a biblioteca virtualda Biblioteca Universitária da <strong>Unisul</strong> pelo seguinteen<strong>de</strong>reço: www.unisul.br/paginas/setores/bu/BUvirtual/in<strong>de</strong>x.htmlA obtenção do material na biblioteca universitária po<strong>de</strong>rá ser feitapor meio <strong>de</strong> empréstimos <strong>de</strong> material bibliográfico, pesquisa “inloco”, pesquisa em banco <strong>de</strong> dados, bem como fotocópias, emparte do material, caso haja necessida<strong>de</strong>. Os textos que não sãoencontrados nas bibliotecas locais e que não estão disponíveisgratuitamente on-line po<strong>de</strong>m ser obtidos por meio dos programasCOMUT on-line e BIREME/SCAD. Os pedidos po<strong>de</strong>rão ser feitosmediante preenchimento <strong>de</strong> formulários on-line disponíveis nossites das bibliotecas universitárias.Na <strong>Unisul</strong> o en<strong>de</strong>reço é: www.unisul.br/paginas/setores/bu/seoncomu.htmlNo final <strong>de</strong>sta unida<strong>de</strong> você encontrará uma relação <strong>de</strong>bases <strong>de</strong> dados e, respectivamente, os en<strong>de</strong>reços paraa pesquisa em meio eletrônico.Unida<strong>de</strong> 375


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinae) Leitura do material: Obtido o material para a pesquisa, opróximo passo é a sua leitura. A leitura, para fins <strong>de</strong> realização dapesquisa bibliográfica tem os seguintes objetivos: a) i<strong>de</strong>ntificar asinformações e os dados constantes do material impresso; b) estabelecerrelações entre as informações e os dados obtidos com oproblema proposto; e c) analisar a consistência das informações eos dados apresentados pelos <strong>auto</strong>res (GIL 2002, p. 77).Você po<strong>de</strong>rá aprofundar o tema “leitura”, na unida<strong>de</strong> 4.f) Tomada <strong>de</strong> apontamentos: Esta etapa da pesquisa bibliográficasupõe que se faça o registro das informações provenientesda leitura. Isso é necessário porque, infelizmente, pelas nossaslimitações, não conseguimos armazenar na memória tudo aquiloque lemos. “Trata-se <strong>de</strong> tomar nota <strong>de</strong> todos os elementosque serão utilizados na elaboração do trabalho científico. [...]Esses apontamentos servem <strong>de</strong> matéria prima para o trabalho efuncionam como um primeiro estágio <strong>de</strong> rascunho.” (SEVERINO,2000, p. 80).É recomendável que as anotações da leitura sejam feitas principalmentenas fases da leitura analítica e interpretativa.Os apontamentos po<strong>de</strong>m ser feitos em fichas <strong>de</strong> leitura ou diretamenteno computador obe<strong>de</strong>cendo a seguinte estrutura: a)cabeçalho; b) referência; e c) texto. No cabeçalho <strong>de</strong>ve-se indicaro título, na referência indicam-se os elementos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificaçãoda obra e no texto, o registro das informações provenientes daleitura: esquematização <strong>de</strong> idéias, resumo, comentário, apreciaçãocrítica, etc.g) Redação do trabalho: A redação é a última etapa dapesquisa bibliográfica. De acordo com a Associação Brasileira <strong>de</strong>Normas Técnicas (2002), <strong>de</strong>verão ser consi<strong>de</strong>rados os seguinteselementos:a) pré-textuaisb) textuaisc) pós-textuais76


Metodologia da PesquisaOs elementos pré-textuais são apresentados antes da introduçãoe, no seu conjunto, ajudam na i<strong>de</strong>ntificação e utilização dotrabalho. Os elementos textuais compõem a estrutura do trabalhoformando três partes logicamente relacionadas: introdução,<strong>de</strong>senvolvimento e conclusão. Os elementos pós-textuais apresentaminformações que complementam o trabalho.O <strong>de</strong>talhamento dos elementospré, textuais e pós-textuais ea estrutura lógica do trabalhovocê encontrará na unida<strong>de</strong> 7.respectivamente. Pesquisa documentalA pesquisa documental assemelha-se muito com a pesquisabibliográfica. Ambas adotam o mesmo procedimento na coleta<strong>de</strong> dados. A diferença está, essencialmente, no tipo <strong>de</strong> fonte quecada uma utiliza. Enquanto a pesquisa documental utiliza fontesprimárias, a pesquisa bibliográfica utiliza fontes secundárias. Oquadro abaixo apresenta alguns tipos <strong>de</strong> documentos <strong>de</strong> fontesprimárias e secundárias, este por sua vez, diferenciar as principaisfontes utilizadas pela pesquisa bibliográfica e documental.Fontes primárias Documentos oficiais Publicações parlamentares Publicações administrativas Documentos jurídicos Arquivos particulares Fontes estatísticas Iconografia Fotografias Canções folclóricas Estátuas Cartas Autobiografias DiáriosFontes secundárias Livros Boletins Jornais Monografias, teses e dissertações Artigos em fontes <strong>de</strong> papel eem meio eletrônico Revistas Material cartográfico Anais <strong>de</strong> congressos Relatórios <strong>de</strong> pesquisa Publicações avulsasQuadro 1 Exemplos <strong>de</strong> fontes primárias e secundáriasUnida<strong>de</strong> 377


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaAs etapas utilizadas para a realização <strong>de</strong> uma pesquisa documentalseguem as mesmas da bibliográfica:a) escolha do tema;b) formulação do problema;c) i<strong>de</strong>ntificação, localização das fontes e obtenção do material;d) tratamento dos dados coletados;e) tomada <strong>de</strong> apontamentos;f ) redação do trabalho.A pesquisa documental po<strong>de</strong> apresentar algumas vantagens elimitações. Gil (2002, p. 46) aponta as seguintes vantagens: a) osdocumentos consistem em fonte rica e estável <strong>de</strong> dados; b) baixocusto; e c) não exige contato com os sujeitos da pesquisa. Ascríticas mais freqüentes referem-se à subjetivida<strong>de</strong> no conteúdoregistrado e a não representativida<strong>de</strong>. Pesquisa experimentalA pesquisa experimental, segundo Rudio (1999, p. 72) “[...] estáinteressada em verificar a relação <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> que se estabeleceentre as variáveis, isto é, em saber se a variável X (in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte)<strong>de</strong>termina a variável Y (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte)”. Para isto, cria-se umasituação <strong>de</strong> controle rigoroso neutralizando todas as influênciasalheias que Y po<strong>de</strong> sofrer.X(manipulação)Y(observação)C 1C 2(Variáveis <strong>de</strong> controle –C 3fatores neutralizados)C 4C nQuadro 2 Manipulação, observação e controle <strong>de</strong> variáveis na pesquisa experimental78


Metodologia da PesquisaO pesquisador, por exemplo, <strong>de</strong>seja investigar duas terapiasno tratamento da dor das fissuras mamárias duranteo período <strong>de</strong> amamentação em um grupo <strong>de</strong> mulheres.Primeiro, tomou um conjunto <strong>de</strong> mulheres em condiçõesidênticas e logo em seguida dividiu-as em dois grupos. Oprimeiro recebeu o tratamento A e o segundo, emboramantido nas mesmas condições, recebeu o tratamentoB. Decorrido <strong>de</strong>terminado período o pesquisador comparou,o grupo que recebeu o tratamento A com o grupoque recebeu o tratamento B.Neste caso, a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte é a terapia (A e B)variável que está sendo manipulada; a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nteé a dor e as possíveis variáveis <strong>de</strong> controle (similarida<strong>de</strong>entre os grupos) são a ida<strong>de</strong> das pacientes,número <strong>de</strong> gestações, dor em ambos os lados, amamentaçãosem restrição, etc. A manipulação da variávelin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong>ria ser caracterizada na forma <strong>de</strong>como as terapias po<strong>de</strong>riam ser aplicadas.Para que a pesquisa experimental possa ser <strong>de</strong>senvolvidaé necessário que se tenha, no mínimo, três elementos: manipulação <strong>de</strong> uma ou mais variáveis; controle <strong>de</strong> variáveis estranhas ao fenômeno observado; composição aleatória dos grupos experimental econtrole.Kerlinger (1980, p. 127 grifo nosso) afirma que “[...] as situaçõesexperimentais são flexíveis no sentido <strong>de</strong> que muitos e variadosaspectos da teoria po<strong>de</strong>m ser testados [...]”. Nesse sentido épossível constatar muitas formas <strong>de</strong> realização da pesquisa experimental- são os casos dos estudos comparativos e dos <strong>de</strong>lineamentosfatoriais, por exemplo.No estudo comparativo, em tese, o grupo <strong>de</strong> controle dá lugara um outro grupo experimental. Vieira e Hosse (2001, p. 59),afirmam que “Nos estudos comparativos, testam-se dois ou maistratamentos.”Unida<strong>de</strong> 379


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaNo <strong>de</strong>lineamento fatorial o pesquisador trabalha com mais <strong>de</strong>duas variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes para observar seus efeitos, <strong>de</strong> formaassociada ou separadamente, sobre a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.Os experimentos em que diferentes drogas aparecemem diferentes níveis são conhecidos [...] como experimentoem esquema fatorial. Nesses experimentos,po<strong>de</strong>m ser observados os efeitos <strong>de</strong> cada droga, separadamente,e o efeito combinado das duas drogas, pormeio <strong>de</strong> análise estatística. (VIEIRA; HOSSNE, 2001, p.58 grifo dos <strong>auto</strong>res).Alguns conceitos básicos da pesquisa experimentalA operacionalida<strong>de</strong> da pesquisa experimental, especialmente nasciências biomédicas, exige o domínio <strong>de</strong> alguns termos. Combase em Vieira e Hossne (2001), selecionamos alguns, a saber:80


Metodologia da Pesquisa Unida<strong>de</strong> experimental: “[...] é a menor unida<strong>de</strong> emque o tratamento é aplicado e cuja resposta não éafetada pelas <strong>de</strong>mais unida<strong>de</strong>s [...]” (VIERA; HOSSNE,2001, p. 51). Grupo experimental: é grupo que recebe o tratamentoem teste. Grupo controle: é o grupo que não recebe o tratamento.Para se <strong>de</strong>terminar o efeito do tratamentocompara-se o resultado nos dois grupos (VIERA;HOSSNE, 2001) Controle positivo: “[...] é o grupo que recebe aterapia convencional. Quando não se po<strong>de</strong> submeterpacientes a placebo, o controle positivo serve comobase <strong>de</strong> comparação para o grupo que recebe o tratamentoem teste” (VIERA; HOSSNE, 2001, p. 57). Controle negativo: é o grupo que recebe placebo. Experimento cego: é aquele em que o pesquisadornão sabe em qual grupo o participante se encontra,se ao grupo experimental ou ao grupo controle.(VIERA; HOSSNE, 2001, p. 66). Experimento duplamente cego: “[...] é aquele emque nem os participantes nem os pesquisadoressabem quais são os participantes que estão recebendoo tratamento em teste e quais os que estãorecebendo o tratamento padrão ou o placebo”(VIERA; HOSSNE, 2001, p. 67). Estudo <strong>de</strong> caso controleNos estudos <strong>de</strong> caso controle investiga-se os fatos após a suaocorrência, sem manipular a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.Unida<strong>de</strong> 381


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaImagine que duas cida<strong>de</strong>s tenham sidocolonizadas no mesmo período históricoque tenham as mesmas características<strong>de</strong>mográficas em termos <strong>de</strong> número <strong>de</strong>habitantes e origem etnográfica, a mesma tradiçãoreligiosa, que tenham o mesmo <strong>de</strong>senvolvimento econômico(formação agrícola), enfim, as duas são semelhantesem muitos aspectos. Porém, em uma <strong>de</strong>lasinstala-se uma gran<strong>de</strong> indústria. Neste caso, o pesquisadorpo<strong>de</strong>ria se interessar em estudar as mudançasocorridas <strong>de</strong>correntes do processo <strong>de</strong> industrializaçãoe comparar com a cida<strong>de</strong> que não recebeu a instalaçãoda indústria.O (não) processo <strong>de</strong> industrialização seria a variávelin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e as conseqüências geradas pela industrializaçãoseriam a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte: <strong>de</strong>senvolvimentosócio-econômico-cultural e a semelhança entreas cida<strong>de</strong>s: <strong>de</strong>mografia, número <strong>de</strong>habitantes, origem etnográfica, tradiçãoreligiosa, formação agrícola, etc. seriamas variáveis <strong>de</strong> controle.Neste tipo <strong>de</strong> pesquisa o investigador não po<strong>de</strong>, conforme o seu<strong>de</strong>sejo, manipular a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, mas sim localizargrupos cujos indivíduos sejam bastante semelhantes entre si,verificando as conseqüências naturais que o acréscimo <strong>de</strong> umavariável possa produzir em um grupo e comparar com o outroque se manteve em condições normais.Cruz realizou um estudo <strong>de</strong> caso controle, sintetizado da seguintemaneira por Vieira e Hossne (2001, p. 111):Para verificar se as doenças periodontais estão associadasao hábito <strong>de</strong> fumar, proce<strong>de</strong>u-se um estudo<strong>de</strong> caso controle. Foram utilizados, dados <strong>de</strong> uminquérito, epi<strong>de</strong>miológico feito pelo serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>da Polícia Militar <strong>de</strong> Minas Gerais, no período <strong>de</strong>junho a outubro <strong>de</strong> 1998. Dos militares avaliadosnesse inquérito, foram amostrados 95 homens comdoença periodontal. Esses militares foram, posteriormente,pareados com 95, sem a doença. Os pareseram do sexo masculino, <strong>de</strong> mesma faixa etária, e <strong>de</strong>mesma graduação. Com base nos dados coletados, foipossível concluir que o fumo é um fator <strong>de</strong> risco paraas doenças periodontais.82


Metodologia da Pesquisa LevantamentoAs pesquisas do tipo levantamento procuram analisar, quantitativamente,características <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada população.[...] caracterizam-se pela interrogação direta daspessoas cujo comportamento se <strong>de</strong>seja conhecer. Basicamente,proce<strong>de</strong>-se à solicitação <strong>de</strong> informações aum grupo significativo <strong>de</strong> pessoas acerca do problemaestudado para, em seguida, mediante análise quantitativa,obterem-se as conclusões correspon<strong>de</strong>ntes aosdados pesquisados. (GIL, 2002, p. 50).Os levantamentos po<strong>de</strong>m abranger o universo dos indivíduosque compõem a população, no caso, um censo, ou apenas umaamostra, um subconjunto da população. Os censos geralmentesão <strong>de</strong>senvolvidos por instituições governamentais em <strong>de</strong>corrênciado gran<strong>de</strong> investimento financeiro, necessário para a suarealização.Observe bem que antes <strong>de</strong> obter a amostra é necessárioque você <strong>de</strong>fina exatamente a população <strong>de</strong>on<strong>de</strong> essa amostra será retirada, ou seja, é precisofazer a configuração da população. Para <strong>de</strong>terminar otamanho da amostra <strong>de</strong>ve-se indicar critérios rigorososque permitam que os resultados obtidos possamser generalizados para o conjunto dos indivíduos quecompõem a população.As pesquisas por amostragem apresentam vantagens e limitações.Entre as vantagens estão o conhecimento direto da realida<strong>de</strong>,economia, rapi<strong>de</strong>z e quantificação dos dados. Entre as limitaçõesestão a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> não fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> nas respostas,<strong>de</strong> pouca profundida<strong>de</strong> no estudo da estrutura e dos processossociais e <strong>de</strong> limitada apreensão do processo <strong>de</strong> mudança (GIL,2002).Os estudos por levantamentos, por serem <strong>de</strong> natureza <strong>de</strong>scritivaquantitativa,pouco se aproximam <strong>de</strong> estudos explicativos, bempelo contrário, po<strong>de</strong>m estar muito mais próximos <strong>de</strong> estudosexploratórios.Unida<strong>de</strong> 383


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaAs principais técnicas <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados utilizadasnos levantamentos são o questionário, a entrevista e oformulário. Estudo <strong>de</strong> casoEstudo <strong>de</strong> caso po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido com um estudo exaustivo,profundo e extenso <strong>de</strong> uma ou <strong>de</strong> poucas unida<strong>de</strong>s, empiricamenteverificáveis, <strong>de</strong> maneira que permita seu conhecimentoamplo e <strong>de</strong>talhado.Nas ciências, durante muito tempo, o estudo <strong>de</strong> casofoi encarado como procedimento pouco rigoroso,que serviria apenas para estudos <strong>de</strong> maneira exploratória.Hoje, porém, é encarado como o <strong>de</strong>lineamentomais a<strong>de</strong>quado para a investigação <strong>de</strong> um fenômenocontemporâneo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu contexto real, on<strong>de</strong> oslimites entre o fenômeno e o contexto não são claramentepercebidos. (YIN, 2001 apud GIL, 2002, p. 54).O estudo <strong>de</strong> caso, como modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa, po<strong>de</strong> serutilizado tanto nas ciências biomédicas como nas ciênciassociais. Nas ciências biomédicas é utilizado para a investigaçãodas peculiarida<strong>de</strong>s que envolvem <strong>de</strong>terminados casos clínicos enas ciências sociais para a investigação das particularida<strong>de</strong>s queenvolvem a formação <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados fenômenos sociais.Por unida<strong>de</strong>-caso po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r uma pessoa, uma família,uma comunida<strong>de</strong>, uma empresa, um regime político, uma doença,etc.Para a coleta <strong>de</strong> dados no estudo <strong>de</strong> casos geralmente utilizam-seas técnicas da pesquisa qualitativa, sendo a entrevista a principal<strong>de</strong>las.84


Metodologia da PesquisaGil (2002) aponta as principais objeções ao estudo <strong>de</strong> casodizendo que po<strong>de</strong> haver falta <strong>de</strong> rigor metodológico; dificulda<strong>de</strong><strong>de</strong> generalização dos resultados em <strong>de</strong>corrência da análise <strong>de</strong> umúnico ou <strong>de</strong> poucos casos; po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>mandar muito tempo paraserem realizados, sendo seus resultados pouco consistentes.Todavia, a experiência acumulada <strong>de</strong>monstra a realização <strong>de</strong>estudos <strong>de</strong> caso nas ciências sociais <strong>de</strong>senvolvidos em períodoscurtos e com resultados confirmados por outros estudos. Hásituações em que somente o estudo <strong>de</strong> caso po<strong>de</strong> oferecer,qualitativamente, as condições para a investigação particular eexaustiva do objeto. Estudo <strong>de</strong> campoO estudo <strong>de</strong> campo é um tipo <strong>de</strong> pesquisa que procura o aprofundamento<strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> específica. É basicamente realizadopor meio da observação direta das ativida<strong>de</strong>s do grupo estudadoe <strong>de</strong> entrevistas com informantes que captam as explicações einterpretações do que ocorre naquela realida<strong>de</strong>.Para Ventura (2002, p. 79), a pesquisa <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>ve merecergran<strong>de</strong> atenção, pois <strong>de</strong>vem ser indicados os critérios <strong>de</strong> escolhada amostragem (das pessoas que serão escolhidas como exemplares<strong>de</strong> certa situação), a forma pela qual serão coletados osdados e os critérios <strong>de</strong> análise dos dados obtidos.Estrutura <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong> campoa) Introdução: Além das características comuns <strong>de</strong> uma introdução(tema, <strong>de</strong>limitação, objetivo, justificativa, procedimentosmetodológicos...), a pesquisa <strong>de</strong> campo exige que se <strong>de</strong>ixe claro ocampo (empresa, comunida<strong>de</strong>, bairro, escola, prefeitura, rua etc)em que foi realizada a pesquisa.Unida<strong>de</strong> 385


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinab) Desenvolvimento: Po<strong>de</strong> ser sistematizado da seguintemaneira: Fundamentação teórica: Para Rauen (1999, p. 140), estaparte é o texto elaborado que fundamentou a pesquisa. Nesteitem o pesquisador <strong>de</strong>ve-se apresentar as teorias principaisque se relacionam com o tema da pesquisa. Cabe à revisão daliteratura, a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> termos e <strong>de</strong> conceitos essenciais parao trabalho. Caracterização do campo <strong>de</strong> pesquisa e tabulação dosdados: é a <strong>de</strong>scrição da instituição, setor, local... <strong>de</strong> realizaçãoda pesquisa e a tabulação dos dados: Síntese dos dadoscoletados em campo. Po<strong>de</strong> ser redigido <strong>de</strong> forma expositivae/ou através <strong>de</strong> figuras, tabelas, gráficos etc. Análise e interpretação dos dados: A análise e a interpretaçãoconsistem em explicitar que conclusões se obtêm apartir dos dados coletados, tendo como critério os objetivosnorteadores da pesquisa e a teoria que o sustenta.Outra função é estabelecer novos problemas que são <strong>de</strong>correntesdo trabalho. A interpretação dos resultados po<strong>de</strong> gerar maisdúvidas do que certezas. Os dados po<strong>de</strong>m solucionar o problemalevantado e lançar luz sobre novos problemas. Também é possívelque os dados não resolvam nem sequer o problema em pauta,mas, justamente, <strong>de</strong>scortinem novos estudos.c) Conclusões e/ou recomendações: Contém as consi<strong>de</strong>raçõesfinais da pesquisa, bem como as recomendações que o pesquisadorachar pertinente ao tema abordado.Segundo Máttar Neto (2002, p. 170), é a parte on<strong>de</strong> se apresentamconsi<strong>de</strong>rações apoiadas no <strong>de</strong>senvolvimento. A conclusãonão <strong>de</strong>ve introduzir dados novos, mas reorganizar as informaçõese interpretações discutidas durante o <strong>de</strong>senvolvimento do texto,<strong>de</strong> forma a ter um papel <strong>de</strong> fechamento.86


Metodologia da Pesquisa<strong>Ativida<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliaçãoLeia com atenção os enunciados e responda às questões solicitadas.Lembre-se que estas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliação têmcomo objetivo <strong>de</strong>senvolver com <strong>auto</strong>nomia a sua aprendizagem.Para você obter sucesso, primeiro responda todas as questõessugeridas e em seguida verifique as suas respostas, relacionandoascom as sugestões e comentários do professor, localizadas aofinal <strong>de</strong>ste livro didático.1 Relacione a segunda coluna <strong>de</strong> acordo com a primeiraa. Variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte ( ) Fator que se neutraliza ou se isolapara não interferir no fenômenoobservadob. Variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte ( ) Fator que age como causa, mas numplano secundárioc. Variável <strong>de</strong> controle ( ) Afeta a variável que está sendo observada,mas não po<strong>de</strong> ser medidad. Variável mo<strong>de</strong>radora ( ) Efeito ou conseqüência <strong>de</strong> algo quefoi estimuladoe. Variável interveniente ( ) Aspecto que produz um efeito ouconseqüência2 Assinale V (verda<strong>de</strong>iro) ou F (falso) e justifique sua opção casoa alternativa escolhida seja falsa.a) Pesquisa é um processo <strong>de</strong> investigação que se interessa em<strong>de</strong>scobrir as relações existentes entre os aspectos que envolvem osfatos, fenômenos, situações ou coisas.( )Unida<strong>de</strong> 387


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinab) A classificação dos tipos <strong>de</strong> pesquisa só é possível medianteo estabelecimento <strong>de</strong> um critério. Se classificarmos as pesquisaslevando em conta os objetivos, teremos três gran<strong>de</strong>s grupos:pesquisa exploratória, pesquisa <strong>de</strong>scritiva e pesquisa experimental.( )c) O principal objetivo da pesquisa exploratória é proporcionarmaior familiarida<strong>de</strong> com o objeto <strong>de</strong> estudo.( )d) Pesquisa explicativa é aquela que analisa, observa, registrae correlaciona aspectos (variáveis) que envolvem fatos oufenômenos, sem manipulá-los. Os fenômenos humanos ounaturais são investigados sem a interferência do pesquisador.( )e) A pesquisa <strong>de</strong>scritiva tem como preocupação fundamentali<strong>de</strong>ntificar fatores que contribuem ou agem como causa para aocorrência <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados fenômenos. É o tipo <strong>de</strong> pesquisa queexplica as razões ou os porquês das coisas.( )88


Metodologia da Pesquisaf ) Pesquisa bibliográfica é aquela que se <strong>de</strong>senvolve tentandoexplicar um problema a partir das teorias publicadas em diversostipos <strong>de</strong> fontes: livros, artigos, manuais, enciclopédias, anais,meios eletrônicos, etc. A pesquisa bibliográfica ocupa-se <strong>de</strong>fontes primárias.( )g) “Delimitar” significa indicar a abrangência do estudo, é estabelecera extensão e compreensão do assunto. A <strong>de</strong>limitaçãoda extensão do assunto <strong>de</strong>verá ser a mais ampla possível parapermitir que se pesquise todos os aspectos relacionados ao tema.( )h) Elaborar o plano, no contexto da pesquisa bibliográfica,significa apresentar a estrutura lógica das partes que compõem oassunto. São apresentados os <strong>de</strong>sdobramentos temáticos vinculadosentre si e naturalmente integrados ao tema central.( )i) Para que a pesquisa experimental possa ser <strong>de</strong>senvolvida énecessário que se tenha, no mínimo, dois elementos: manipulação<strong>de</strong> uma ou mais variáveis e controle <strong>de</strong> variáveis estranhas aofenômeno observado. Composição aleatória dos grupos, experimentale controle, não caracteriza um requisito.( )Unida<strong>de</strong> 389


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinaj) No estudo comparativo, o pesquisador trabalha com mais <strong>de</strong>duas variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes para observar seus efeitos, <strong>de</strong> formaassociada ou separadamente, sobre a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.( )k) Nos estudos <strong>de</strong> caso controle investiga-se os fatos após a suaocorrência manipulando a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.( )l) As pesquisas do tipo levantamento procuram analisar, quantitativamente,características <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada população. Nesse tipo<strong>de</strong> pesquisa não é possível trabalhar com amostragem.( )m) Estudo <strong>de</strong> caso po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido com um estudo exaustivo,profundo e extenso <strong>de</strong> uma ou <strong>de</strong> poucas unida<strong>de</strong>s, empiricamenteverificáveis, <strong>de</strong> maneira que permita seu conhecimentoamplo e <strong>de</strong>talhado.( )90


Metodologia da Pesquisan) O estudo <strong>de</strong> campo é basicamente realizado por meio daobservação direta das ativida<strong>de</strong>s do grupo estudado e <strong>de</strong> entrevistascom informantes para captar as explicações e interpretaçõesdo que ocorre naquela realida<strong>de</strong>.( )3 Analise o problema <strong>de</strong> pesquisa e responda.Quais os hábitos <strong>de</strong> higiene bucal em idosos institucionalizados esua distribuição por sexo, ida<strong>de</strong> e tempo <strong>de</strong> institucionalização?a) Qual a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte?b) Qual a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte?c) Qual o tipo <strong>de</strong> pesquisa quanto ao objetivo geral?d) Qual o tipo <strong>de</strong> pesquisa quanto ao procedimento utilizadopara coleta <strong>de</strong> dados?e) Justificativa para os tipos <strong>de</strong> pesquisa:Unida<strong>de</strong> 391


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina4 I<strong>de</strong>ntifique, no texto abaixo, os três elementos que <strong>de</strong>finem umapesquisa experimental.Para saber se <strong>de</strong>terminado tratamento (uma substância)tem efeito sobre o peso <strong>de</strong> ratos, um pesquisadorfez um experimento. Primeiro, tomou umconjunto <strong>de</strong> ratos similares e os manteve em condiçõesidênticas durante algum tempo. Depois, dividiu oconjunto <strong>de</strong> ratos em dois grupos. O primeiro recebeua substância adicionada à ração, mas o segundo grupo,embora mantido nas mesmas condições, não recebeua substância.Decorrido <strong>de</strong>terminado período, o pesquisador pesoutodos os ratos e comparou o peso do grupo querecebeu o tratamento com o peso do grupo que nãorecebeu o tratamento. (VIEIRA; HOSSNE, 2001, p. 49,grifo nosso).a) Manipulação <strong>de</strong> variáveis:b) Controle <strong>de</strong> variáveis:c) Randomização (composição aleatória dos grupos experimentale controle):92


Metodologia da PesquisaSínteseNesta unida<strong>de</strong> você estudou o conceito e a classificação dasvariáveis e, também, a classificação dos tipos <strong>de</strong> pesquisa que levaem conta os objetivos gerais e os procedimentos utilizados para acoleta <strong>de</strong> dados.Variáveis são aspectos ou fatores que po<strong>de</strong>m ser mensurados. Asvariáveis são classificadas em cinco tipos: in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,<strong>de</strong> controle, mo<strong>de</strong>radora e interveniente. A variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nteé aquele fator que age como causa; a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nteé o fator que é efeito ou conseqüência <strong>de</strong> algo que foiestimulado; a variável <strong>de</strong> controle é aquele fator que o pesquisadorneutraliza ou isola para não agir como causa no fenômenoobservado; a variável mo<strong>de</strong>radora é aquele fator que age comocausa, mas num plano secundário; e a variável interveniente éaquele fator que age teoricamente como causa, mas não po<strong>de</strong> sermedido.Você viu que quando classificamos as pesquisas, levando em contaos objetivos gerais, temos 3 grupos: exploratórias, <strong>de</strong>scritivas eexplicativas.As pesquisas exploratórias visam uma familiarida<strong>de</strong> maior como tema ou assunto da pesquisa e po<strong>de</strong>m ser elaboradas tendoem vista a busca <strong>de</strong> subsídios para a formulação mais precisa <strong>de</strong>problemas ou hipóteses.Unida<strong>de</strong> 393


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaAs pesquisas <strong>de</strong>scritivas têm por objetivo a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> características<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada população ou fenômeno, pois trabalhamcom a relação entre variáveis sem manipulá-las.As pesquisas explicativas estudam as relações causais entre osfenômenos na tentativa <strong>de</strong> estabelecer os porquês ou os fatoresque <strong>de</strong>terminam ou contribuem para a ocorrência das coisas.Outra questão que você estudou nesta unida<strong>de</strong> foi a classificaçãodas pesquisas levando em conta o procedimento utilizado paraa coleta <strong>de</strong> dados. Quando classificamos as pesquisas com basenesse critério po<strong>de</strong>mos ter: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental,pesquisa experimental, pesquisa estudo <strong>de</strong> caso controle,levantamento e estudo <strong>de</strong> caso.A pesquisa bibliográfica se <strong>de</strong>senvolve com base em fontes secundárias:livros, revistas, jornais, monografias, teses, dissertações,relatórios <strong>de</strong> pesquisa, etc. A pesquisa documental utiliza fontesprimárias: documentos oficiais, parlamentares, jurídicos, arquivosparticulares, <strong>auto</strong>biografias, etc.A pesquisa experimental é <strong>de</strong>finida, basicamente, pela presença<strong>de</strong> 3 elementos: manipulação <strong>de</strong> variáveis, controle <strong>de</strong> variáveisestranhas ao fator que está sendo investigado e randomização(composição aleatória dos indivíduos que vão integrar o grupoexperimental e o grupo controle).A pesquisa estudo <strong>de</strong> caso controle é muito parecida com apesquisa experimental, entretanto, enquanto a pesquisa experimentalcria uma condição especial para estudar o fenômeno, apesquisa estudo <strong>de</strong> caso controle estuda o fenômeno em seuhabitat natural. Na pesquisa estudo <strong>de</strong> caso controle não hácomposição aleatória dos indivíduos para formar os grupos, poiseles já vivem naturalmente neles.O levantamento é um exemplo clássico <strong>de</strong> pesquisa quantitativa.Nele as pessoas são interrogadas diretamente por meio <strong>de</strong>questionários, entrevistas ou formulário. Na maioria dos levantamentosse trabalha com amostras estatísticas (subconjunto dapopulação) e as conclusões são projetadas para o universo dosindivíduos que compõem aquela população.94


Metodologia da PesquisaJá o estudo <strong>de</strong> caso estuda com profundida<strong>de</strong> e exaustão umaunida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong> ser um indivíduo, uma família, uma empresa,uma situação, etc.Por fim, o estudo <strong>de</strong> campo é um tipo <strong>de</strong> pesquisa que procurao aprofundamento <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> específica. É basicamenterealizada por meio da observação direta das ativida<strong>de</strong>s do grupoestudado e <strong>de</strong> entrevistas.Saiba maisAs bases internacionais mais conhecidas segundo a classificação<strong>de</strong> Gil (2002, p. 72-74) são: BIOSIS – Ciências Biológicas – www.biosis.org/ CAB Abstracts – Ciências Agrárias - www.cabi-publishing.org/ CERVO, A. L.; BERVIAN; P. A. Metodologia científica. 3.ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983 COMPENDEX – Engenharia e Tecnologia - www.engineeringvillage2.org/ FSTA – Ciência e Tecnologia dos Alimentos -www.cas.org/ONLINE/DBSS/fstass.html GEOREF – Geociências - www.agiweb.org/georef/ GIL, A.C. Como elaborar projetos <strong>de</strong> pesquisa. 4. ed. SãoPaulo: Atlas, 2002. LILACS – Ciências da Saú<strong>de</strong> - www.bireme.br/ MEDLINE – Ciências da Saú<strong>de</strong> - www.medline.com/ MLA – Lingüística e Literatura - www.mla.org/ PsycINFO – Psicologia - www.apa.org/psycinfo/ Proquest Direct – base interdisciplinar que cobrecontabilida<strong>de</strong>, publicida<strong>de</strong>, negócios, finanças, saú<strong>de</strong>,investimentos, sociologia, tecnologia, e telecomunicações -www.il.proquest.com/proquest/Unida<strong>de</strong> 395


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina RÚDIO, F.V. Introdução ao projeto <strong>de</strong> pesquisa científica. 26.ed. Petrópolis: Vozes, 1999. Sociological Abstracts – Sociologia e ciência política - www.csa.com/csa/factsheets/socioabs.shtml BDENF – Enfermagem - www.medicina.ufmg.br/biblio/b<strong>de</strong>nf/ BBO – Odontologia - www.bbo.org/ EDUBASE – Educação - www.bibli.fae.unicamp.br/edubase.htm AdSaú<strong>de</strong> – Administração <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – www.bireme.br/ cgibin/IAH2/?tag5021=e&tag5001=display_form&tag5003=%5Eciwads%5EnAdSau<strong>de</strong> Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Documentação e InformaçãoDesportiva – www.sibradid.eef.ufmg.br/bases.html IBICT – Ciência e Tecnologia - www.ibict.br/ LIS – Localizador <strong>de</strong> sites em saú<strong>de</strong> – www.bireme.br SciELO - Textos completos nas áreas <strong>de</strong> Ciências Sociais,Psicologia, Engenharia, Química, Materiais, Saú<strong>de</strong>, Biologia,Botânica, Veterinária e Microbiologia – www.scielo.brAlém das bases <strong>de</strong> dados também temos os sites <strong>de</strong> busca. Osmais conhecidos são: AltaVista – www.altavista.com/ Cadê – www.ca<strong>de</strong>.com.br/ Achei – www.achei.com.br/ Yahoo BR – www.yahoo.com.br/ MNS BR – www.msn.com.br/ Google – www.google.com.brPara aprofundar as questões abordadas nesta unida<strong>de</strong> você po<strong>de</strong>rápesquisar as seguintes referências:CERVO, A. L.; BERVIAN; P. A. Metodologia científica. 3. ed.São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983.GALLIANO, A. G. O método científico: teoria e prática. SãoPaulo: Harbra, 1979.96


Metodologia da PesquisaGIL, A.C. Como elaborar projetos <strong>de</strong> pesquisa. 4. ed. São Paulo:Atlas, 2002.KERLINGER, F. N. Metodologia da pesquisa em ciênciassociais: um tratamento conceitual. Tradução Helena Men<strong>de</strong>sRotundo. São Paulo: EPU, 1980.KÖCHE, J.C. Fundamentos <strong>de</strong> metodologia da pesquisa. 14. ed.rev. e ampl. Petrópolis: Vozes, 1997.MARCONI, M. <strong>de</strong> A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos <strong>de</strong>metodologia <strong>de</strong> metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas,2003.RÚDIO, F.V. Introdução ao projeto <strong>de</strong> pesquisa científica. 26. ed.Petrópolis: Vozes, 1999.SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 3. ed. SãoPaulo: Martins Fontes, 1995.SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed.rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000.VIEIRA, S.; HOSSNE, W. S. Metodologia científica para a áreada saú<strong>de</strong>. São Paulo: Campus, 2001.Unida<strong>de</strong> 397


UNIDADE 44A leitura como técnica <strong>de</strong>coleta <strong>de</strong> dados na pesquisabibliográficaObjetivos <strong>de</strong> aprendizagem Compreen<strong>de</strong>r a importância da leitura para ahumanida<strong>de</strong>; compreen<strong>de</strong>r a importância <strong>de</strong> saber ler; diferenciar um bom leitor <strong>de</strong> um mau leitor alisar criticamente um texto.Seções <strong>de</strong> estudoSeção 1 Você sabe ler?Seção 2 Que espécies <strong>de</strong> leitura existem?Seção 3 Como diferenciar o bom do mau leitor?Seção 4 Como fazer a leitura e o estudo do texto?Seção 5 Como se relacionam a leitura e cidadania?


Para início <strong>de</strong> conversaA palavra escrita é o instrumento mais eficiente para a expressãoe a fixação da cultura e dos conhecimentos <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong>.Com absoluta certeza, a leitura constitui a mais importanteativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> saberes. Um livro é um professor àdisposição, em qualquer lugar e horário. Nesta quarta unida<strong>de</strong>,você irá se familiarizar com importantes aspectos relacionados àarte <strong>de</strong> bem ler.SEÇÃO 1Você sabe ler?A pergunta po<strong>de</strong> parecer óbvia, mas será mesmo que você sabeler <strong>de</strong> maneira produtiva? A leitura não é algo <strong>auto</strong>mático quese apren<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma hora para outra. Trata-se <strong>de</strong> um processo queenvolve habilida<strong>de</strong>s.Pois a leitura é igual à música. Para que a leitura dêprazer é preciso que quem lê domine a técnica <strong>de</strong>ler. A leitura não dá prazer quando o leitor é igualao pianista: sabem juntar as letras, dizer o que significam- mas não têm o domínio da técnica. O pianistadominou a técnica do piano quando não precisa pensarnos <strong>de</strong>dos e nas notas: ele só pensa na música. O leitordominou a técnica da leitura quando não precisapensar em letras e palavras: só pensa nos mundos quesaem <strong>de</strong>las; quando ler é o mesmo que viajar. (ALVES,1999, p. 64).100


Metodologia da PesquisaA técnica <strong>de</strong> leitura tem uma questão óbvia e fundamental:exercício, muito exercício. Muitas vezes escutamos pessoasfalarem sobre a dificulda<strong>de</strong> que têm para escrever um texto: nãoserá a falta <strong>de</strong> leitura um dos problemas para os problemas <strong>de</strong>redação?Ler po<strong>de</strong> ser uma fonte <strong>de</strong> alegria. “Po<strong>de</strong> ser”. Nemsempre é. Livros são iguais à comida. Há os pratosrefinados [...], que começam por dar prazer ao corpoe terminam por dar alegria à alma. E há as gororobas,mal cozidas, empelotadas, salgadas, engorduradas,que além <strong>de</strong> produzir vômito e diarréias no corpoproduzem perturbações semelhantes na alma. Assimtambém os livros.Ler é uma virtu<strong>de</strong> gastronômica: requer uma educa çãoda sensibilida<strong>de</strong>, uma arte <strong>de</strong> discriminar os gostos.O chef prova os pratos que prepara antes <strong>de</strong> servi-los.O leitor cuidadoso, <strong>de</strong> forma semelhante, prova umpequeno canapé do livro, antes <strong>de</strong> se entregar à leitura.(ALVES, 1999, p. 49).Lakatos e Marconi (1994, p. 15) oferecem uma boa compreensão<strong>de</strong> leitura:Ler significa conhecer, interpretar, <strong>de</strong>cifrar. A maiorparte dos conhecimentos é obtida através da leitura,que possibilita não só a ampliação, como também oaprofundamento do saber em <strong>de</strong>terminado campocultural ou científico [...] Sendo os textos uma fonteinesgotável <strong>de</strong> idéias e conhecimentos, <strong>de</strong>ve-se lermuito e continuadamente. Entretanto, não basta lerindiscriminadamente, é preciso saber ler. A leitura éválida somente quando assimilada.É preciso ler, mas também é preciso saber ler. De nada adianta<strong>de</strong>vorar um livro <strong>de</strong> duzentas páginas em algumas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong>minutos, horas ou dias se, se ao terminar a leitura, não se po<strong>de</strong>rdizer nada sobre o que se acabou <strong>de</strong> ler. O tempo gasto foi<strong>de</strong>sperdiçado (GALLIANO, 1986, p. 70).Por isso é muito importante que você observe como se dá oprocesso <strong>de</strong> leitura, pois ela não é simplesmente um <strong>de</strong>slizar dosolhos pelas letras impressas:Unida<strong>de</strong> 4101


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaLer um texto é algo mais sério, mais <strong>de</strong>mandante. Lerum texto não é “passear” licenciosamente, pachorrentamente,sobre as palavras. É apreen<strong>de</strong>r como sedão as relações entre as palavras na composição dodiscurso. É tarefa <strong>de</strong> sujeito crítico, humil<strong>de</strong>, <strong>de</strong>terminado[...]. Ler, enquanto estudo, é um processo difícil,até penoso, às vezes, mas sempre prazeroso também.Implica que o(a) leitor(a) se a<strong>de</strong>ntre na intimida<strong>de</strong>do texto para apreen<strong>de</strong>r sua mais profunda significação.Quanto mais fazemos este exercício disciplinadamente,vencendo todo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> fuga da leitura,tanto mais nos preparamos para tornar futuras leiturasmenos difíceis (FREIRE, 1994, p. 76).Freire (1994, p. 77) continua ainda, afirmando que “o fundamental,porém, é que não <strong>de</strong>vemos criticar um <strong>auto</strong>r ou <strong>auto</strong>rapelo que <strong>de</strong>le ou <strong>de</strong>la se diz, mas sim pela leitura séria, <strong>de</strong>dicada,competente que <strong>de</strong>la ou <strong>de</strong>le se faz”.A prática da leitura consiste na compreensão <strong>de</strong> umamensagem codificada em signos visuais.Para a plena leitura, no entanto, exige-se mais que a simples <strong>de</strong>cifração<strong>de</strong> caracteres. Atualmente está ganhando força nos meiosacadêmicos e sociais a idéia <strong>de</strong> que existe uma diferença entreanalfabetismo total e analfabetismo funcional. Diz-se que umapessoa é analfabeta total quando não consegue manipular caracteresou signos. Já o analfabeto funcional é aquele que, mesmosabendo ler e escrever, possui um horizonte cultural tão limitadoque não consegue aproximar-se do conteúdo da informaçãodisponível em forma <strong>de</strong> texto escrito.Esta situação torna praticamente inútil seu conhecimento dasnoções básicas <strong>de</strong> leitura e escrita, impedindo-lhe sair da situação<strong>de</strong> pobreza cultural. Sendo assim, conclui-se que não basta102


Metodologia da Pesquisaensinar a ler, mas também criar o hábito da leitura, para nãoaumentar o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> analfabetos funcionais já existentes.Para Furlan (1995, p. 121), os textos teóricos se constituemem instrumentos privilegiados da vida <strong>de</strong> estudos na Universida<strong>de</strong>,pois é através <strong>de</strong>les que os estudantes se relacionam com aprodução científica, é através <strong>de</strong>les que se consegue participar epartilhar o saber já adquirido. É por isso que apren<strong>de</strong>r a compreendê-losse coloca como tarefa fundamental <strong>de</strong> todos aqueles eaquelas que se dispõe a <strong>de</strong>cifrar melhor o mundo.A prática <strong>de</strong> ler seriamente os textos nos ajuda a compreen<strong>de</strong>rcomo a leitura, enquanto estudo, é um processo amplo, exigente<strong>de</strong> tempo, <strong>de</strong> paciência, <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> método, <strong>de</strong> rigor, <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão e <strong>de</strong> paixão <strong>de</strong> conhecer, ou seja, <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r.SEÇÃO 2Que espécies <strong>de</strong> leitura existem?Há três espécies <strong>de</strong> leitura, segundo Lakatos e Marconi (1995, p. 16):De entretenimento ou distração: Visa apenas ao divertimento,passatempo, lazer, sem maiores preocupações com o aspectodo saber. Talvez tenha um mérito: o <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar, no leitor, ointeresse e em conseqüência a formação do hábito da leitura.Neste item estão incluídos alguns tipos <strong>de</strong> periódicos e <strong>de</strong> obrasliterárias.De cultura geral ou informativa: Tem como objetivo tomarconhecimento, <strong>de</strong> modo geral, do que ocorre no mundo, massem gran<strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. Engloba trabalhos <strong>de</strong> divulgação, ouseja, livros, revistas e jornais. As notícias <strong>de</strong> jornais atualizados,nacionais ou estrangeiros, são, muitas vezes, fontes <strong>de</strong> importantesinformações, pois situam uma época.De aproveitamento ou formativa: Nesse caso, a finalida<strong>de</strong> éapren<strong>de</strong>r algo <strong>de</strong> novo ou aprofundar conhecimentos anteriores.Exige do leitor atenção e concentração. Essa espécie <strong>de</strong> leitura<strong>de</strong>ve ser efetuada em livros e revistas especializadas.Unida<strong>de</strong> 4103


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaComo realizar uma leitura proveitosa?Para que a leitura tenha um resultado satisfatório, algumas consi<strong>de</strong>rações<strong>de</strong>vem ser levadas em conta.A leitura <strong>de</strong> um texto pressupõe objetivos, intencionalida<strong>de</strong>...O leitor, ao se dirigir ao texto, está preocupado emrespon<strong>de</strong>r às questões suscitadas pelo seu mundo e, atravésdo enfrentamento das posições assumidas pelo <strong>auto</strong>r,busca encontrar pistas que o auxiliem no <strong>de</strong>svendamento<strong>de</strong> sua realida<strong>de</strong>. É somente neste encontro histórico, on<strong>de</strong>experiências diferentes se <strong>de</strong>frontam, que é possível acompreensão e interpretação <strong>de</strong> textos. [...] Neste sentido,compreen<strong>de</strong>r o texto é tomá-lo a partir <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminadohorizonte, da perspectiva <strong>de</strong> quem se sente problematizadopor ele, e a partir dai <strong>de</strong>ixar-se “possuir” por ele.(FURLAN, 1995, p. 119).Lakatos e Marconi (1995, p. 18-19) enunciam uma série <strong>de</strong>atitu<strong>de</strong>s importantes para fazermos uma boa leitura. Vejamos: Atenção: aplicação cuidadosa da mente ou espírito em<strong>de</strong>terminado objeto, para haver entendimento, assimilação eapreensão dos conteúdos básicos encontrados no texto. Intenção: interesse ou propósito <strong>de</strong> conseguir algum proveitointelectual através da leitura. Reflexão: consi<strong>de</strong>ração e pon<strong>de</strong>ração sobre o que se lê, observandotodos os ângulos, tentando <strong>de</strong>scobrir novos pontos <strong>de</strong>vista, novas perspectivas e relações. Favorece a assimilação<strong>de</strong> idéias alheias, o esclarecimento e o aperfeiçoamento daspróprias, além <strong>de</strong> ajudar a aprofundar conhecimentos. Espírito crítico: avaliação <strong>de</strong> um texto. Implica julgamento,comparação, aprovação ou não, aceitação ou refutamento dascolocações e pontos <strong>de</strong> vista. Permite perceber on<strong>de</strong> está obom ou o verda<strong>de</strong>iro, o fraco, o medíocre ou o falso. Análise: divisão do tema no maior número <strong>de</strong> partes possível,<strong>de</strong>terminação das relações entre elas e enten<strong>de</strong>r sua organização. Síntese: reconstituição das partes <strong>de</strong>compostas pela análise eresumo dos aspectos essenciais, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado o secundárioe o acessório, mas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma seqüência lógica <strong>de</strong> pensamento.104


Metodologia da Pesquisa Velocida<strong>de</strong>: certo grau <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, mas com eficiência, fazsenecessário. Os estudantes e os responsáveis pelos trabalhoscientíficos <strong>de</strong>vem consultar e ler quantida<strong>de</strong>s razoáveis <strong>de</strong>obras e documentos. Em razão da explosão bibliográfica especializadaé necessário que se leia com certa velocida<strong>de</strong>, para setomar conhecimento das novas teorias, idéias, colocações etc.Deve-se ler rápido, mas <strong>de</strong> modo a enten<strong>de</strong>r o que se lê.SEÇÃO 3Como diferenciar o bom do mau leitor?Para penetrar no conteúdo <strong>de</strong> um texto é necessário ter emmente o objetivo do estudo do mesmo, sem o qual há o risco <strong>de</strong>a leitura esvaziar-se <strong>de</strong> significado. É imprescindível ter claro asquestões, os problemas que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>svelados no enfrentamentocom o texto, assim como partir do princípio <strong>de</strong> que eletem algo a dizer ao leitor. (FURLAN, 1995, p. 121).Salomon (1995, p. 39-40) enuncia as características do bom leitore do mau leitor. Observe o quadro a seguir e compare as colunas.Em seguida responda, você se consi<strong>de</strong>ra um bom ou um mauleitor?Unida<strong>de</strong> 4105


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaBom leitorMau leitorO bom leitor lê rapidamente e enten<strong>de</strong> bem oque lê. Tem habilida<strong>de</strong>s e hábitos como:O mau leitor lê vagarosamente e enten<strong>de</strong> mal oque lê. Tem hábitos como:1. Lê com objetivo <strong>de</strong>terminado. 1.Lê sem finalida<strong>de</strong>. Raramente sabe porque lê.2. Lê unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pensamento.Abarca o sentido <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> palavras. Relatarapidamente as idéias encontradas numa fraseou num parágrafo.3. Tem vários padrões <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>.Ajusta a velocida<strong>de</strong> da leitura com o assunto que lê.4. Avalia o que lê.Pergunta-se freqüentemente: Que sentido temisso para mim? Está o <strong>auto</strong>r qualificado paraescrever sobre o assunto? Está ele apresentandoapenas um ponto <strong>de</strong> vista do problema? Qual é aidéia principal <strong>de</strong>ste trabalho? Quais seus fundamentos?5. Possui bom vocabulário.Sabe o que muitas palavras significam. É capaz<strong>de</strong> perceber o sentido das palavras novas pelocontexto. Sabe usar dicionários e o faz freqüentementepara esclarecer o sentido <strong>de</strong> certos termos,no momento oportuno.6. Tem habilida<strong>de</strong>s para conhecer o valor dolivro.Sabe selecionar o que lê. Sabe quando consultare quando ler.7. Sabe quando <strong>de</strong>ve ler um livro até o fim, ouparar a leitura <strong>de</strong>finitivamente ou periodicamente.8. Discute freqüentemente o que lê com colegas.Sabe distinguir entre impressões subjetivas evalor objetivo durante as discussões subjetivas.9. Adquire livros com freqüência e cuida <strong>de</strong> teruma biblioteca particular.Procura os livros <strong>de</strong> textos indispensáveis e seesforça em possuir os chamados clássicos e fundamentais.Tem o hábito <strong>de</strong> ir direto às fontes; <strong>de</strong>ir além dos livros <strong>de</strong> texto.10. Lê sobre vários assuntos.Lê livros, revistas, jornais. Em áreas diversas: ficção,ciência, história, etc. Habitualmente nas áreas<strong>de</strong> seu interesse ou especialização.11. Lê muito e gosta <strong>de</strong> ler.Acha que ler traz informações e causa prazer. Lêsempre que po<strong>de</strong>.12. O BOM LEITOR é aquele que não é só bomna hora <strong>de</strong> leitura. É bom leitor porque <strong>de</strong>senvolveuma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida: é constantementebom leitor. Não só lê, mas sabe ler.Quadro 3 Bom leitor e mau leitor2.Lê palavra por palavraPega o sentido da palavra isoladamente.3. Só tem um ritmo <strong>de</strong> leitura.Seja qual for o assunto, lê sempre vagarosamente.4 . Acredita em tudo que lê.Para ele tudo que é impresso é verda<strong>de</strong>iro. Raramenteconfronta o que lê com suas própriasexperiências ou com outras fontes. Nunca julgacriticamente o que lê.5. Possui vocabulário limitado.Sabe o sentido <strong>de</strong> poucas palavras. Raramenteconsulta o dicionário. Quando o faz, atrapalha-seem achar a palavra. Tem dificulda<strong>de</strong> em enten<strong>de</strong>ra <strong>de</strong>finição das palavras e em escolher o sentidoexato.6. Não possui nenhum critério técnico paraconhecer o valor do livro.Não consegue selecionar o que vai ler. Deixa-sesugestionar pelo aspecto visual do livro.7. Não sabe <strong>de</strong>cidir se é conveniente ou nãointerromper uma leitura.8. Raramente discute com colegas o que lê.Quando o faz, <strong>de</strong>ixa-se levar por impressões subjetivase emocionais para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r um ponto <strong>de</strong>vista.9. Não possui biblioteca particular.É freqüentemente levado a adquirir livros secundáriosem vez dos fundamentais. Não sabe o querepresenta o hábito das “boas aquisições” <strong>de</strong> livro.10. Está condicionado a ler sempre a mesmaespécie <strong>de</strong> assunto.11. Lê pouco e não gosta <strong>de</strong> ler.Acha que ler é ao mesmo tempo um trabalho eum sofrimento.12. O MAU LEITOR não se revela apenas no atoda leitura, seja silenciosa ou oral.É constantemente mau leitor porque tem umaatitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> resistência ao hábito <strong>de</strong> saber ler.106


Metodologia da PesquisaSEÇÃO 4Como fazer a leitura e o estudo do texto?A análise do texto tem como objetivo: apren<strong>de</strong>r a ler, a ver, aescolher o mais importante do texto; reconhecer a organizaçãoe estrutura <strong>de</strong> uma obra ou texto; interpretar o texto, familiarizando-secom suas idéias; chegar a níveis <strong>de</strong> compreensão maisprofundos; encontrar as idéias principais e as secundárias; vercomo elas se relacionam; e i<strong>de</strong>ntificar as conclusões e as basesque a sustentam (LAKATOS; MARCONI, 1995, p. 24).Primeiramente, é lugar, é preciso i<strong>de</strong>ntificar o texto. Existemvários elementos que po<strong>de</strong>m ajudar nessa tarefa. Lakatos eMarconi (1995, p. 19-20) sugerem alguns:a) o título: pois ele estabelece o assunto e, às vezes, a intençãodo <strong>auto</strong>r;b) a data da publicação: para certificar-se <strong>de</strong> sua atualizaçãoou aceitação (pelo número <strong>de</strong> edições), a não ser que seja umaobra consi<strong>de</strong>rada clássica;c) a ficha catalográfica: a fim <strong>de</strong> verificar as cre<strong>de</strong>nciais ouqualificações do <strong>auto</strong>r;d) a “orelha”: on<strong>de</strong>, geralmente, se encontra uma apreciação daobra;e) o índice ou sumário: para se ter uma idéia da divisão etópicos abordados;f) a introdução ou prefácio: procurando encontrar indícios dametodologia e objetivos do <strong>auto</strong>r;g) a lista <strong>de</strong> referências: final e as citações <strong>de</strong> rodapé - tendoem vista as obras consultadas.Como utilizar a sublinha?Antes <strong>de</strong> seguir adiante é importante falar sobre a importânciae a necessida<strong>de</strong> da técnica da sublinha. Infelizmente é muitocomum encontrar livros sublinhados em bibliotecas. Um absurdo.Além <strong>de</strong> estar <strong>de</strong>predando um material <strong>de</strong> acesso público, dificultaráa leitura dos outros que utilização o livro. Por essa razão asublinha não é unanimida<strong>de</strong> entre os professores <strong>de</strong> metodologia.Unida<strong>de</strong> 4107


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaNo entanto, ela tem uma função positiva quando serve paramarcar as idéias principais <strong>de</strong> uma obra. Uma boa sublinha nãopo<strong>de</strong> ser feita já na primeira leitura, pois exige que o leitor tenhaa visão geral da obra para que as idéias sublinhadas tenhamcontinuida<strong>de</strong>. Não adianta sublinhas palavras soltas e sem sentido.Para a sublinha, alguns utilizam sinais, outros utilizam cores ousímbolos para indicar partes muito importantes e outras menosimportantes.Que aspectos consi<strong>de</strong>rar no estudo do texto?Veja a seguir, <strong>de</strong> acordo com Severino (1993), quais são os passospara se tornar um bom leitor <strong>de</strong> fato, estudar um texto, ou fazeruma leitura analítica do mesmo:Delimitação da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> LeituraEstabelecer uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura. Unida<strong>de</strong> é um setor do texto queforma uma totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sentido. Assim, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar um capítulo,uma seção ou qualquer outra subdivisão.O estudo da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser feito <strong>de</strong> maneira contínua, evitando-seintervalos <strong>de</strong> tempo muito gran<strong>de</strong>s entre as várias etapas da análise.Antes <strong>de</strong> iniciar a análise dos elementos do texto é bom chamar a atençãopara dois itens: o ato <strong>de</strong> sublinhar e esquematizar.Análise TextualA finalida<strong>de</strong> da primeira leitura é uma tomada <strong>de</strong> contato com a unida<strong>de</strong>,buscando-se uma visão panorâmica, uma visão <strong>de</strong> conjunto do raciocíniodo <strong>auto</strong>r. Além disso, o contato geral permite ao leitor sentir o estilo emétodo do texto.A análise textual po<strong>de</strong> ser encerrada com uma esquematização dotexto cuja finalida<strong>de</strong> é apresentar uma visão <strong>de</strong> conjunto da unida<strong>de</strong>. Oesquema organiza a estrutura redacional do texto que serve <strong>de</strong> suportematerial ao raciocínio.108


Metodologia da PesquisaAnálise TemáticaA análise temática procura ouvir o <strong>auto</strong>r, apreen<strong>de</strong>r, sem intervir nele, oconteúdo <strong>de</strong> sua mensagem.Em primeiro lugar, busca-se saber sobre o que fala o texto. A resposta aesta questão revela o tema ou assunto da unida<strong>de</strong>.Avançando um pouco mais na tentativa da apreensão da mensagem do<strong>auto</strong>r, capta-se a problematização do tema. Como o assunto está problematizado?Qual dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser resolvida? Qual o problema a sersolucionado? A formulação do problema nem sempre é clara e precisa notexto, em geral é implícita, cabendo ao leitor explicitá-la.Captada a problemática, a terceira questão surge espontaneamente: oque o <strong>auto</strong>r fala sobre o tema, ou seja, como respon<strong>de</strong> à dificulda<strong>de</strong>, aoproblema levantado? Que posição assume, que idéia <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>, o que quer<strong>de</strong>monstrar? A resposta à esta questão revela a idéia central <strong>de</strong>fendidapelo <strong>auto</strong>r naquela unida<strong>de</strong>.Análise InterpretativaInterpretar, em sentido restrito, é tomar uma posição própria a respeito dasidéias enunciadas, é superar a estrita mensagem do texto, é ler nas entrelinhas,é forçar o <strong>auto</strong>r a um diálogo, é explorar toda a fecundida<strong>de</strong> das idéiasexpostas, é compará-las com outras, enfim, é dialogar com o <strong>auto</strong>r.Tal avaliação tem duas perspectivas: <strong>de</strong> um lado, o texto po<strong>de</strong> ser julgadolevando-se em conta sua coerência interna; por outro lado, po<strong>de</strong> serjulgado levando-se em conta sua originalida<strong>de</strong>, alcance, valida<strong>de</strong> e a contribuiçãoque dá à discussão do problema.ProblematizaçãoA problematização é a quarta abordagem da unida<strong>de</strong> com vistas ao levantamentodos problemas para a discussão, sobretudo quando o estudo éfeito em grupo. Retoma-se todo o texto, tendo em vista o levantamento<strong>de</strong> problemas relevantes para a reflexão pessoal e principalmente para adiscussão em grupo.Síntise PessoalA discussão da problemática levantada pelo texto, bem como a reflexão aque ele conduz, <strong>de</strong>vem levar o leitor a uma fase <strong>de</strong> elaboração pessoal ou<strong>de</strong> síntese. É um valioso exercício <strong>de</strong> raciocínio - garantia <strong>de</strong> amadurecimentointelectual.Quadro 4 A Leitura <strong>de</strong> um textoUnida<strong>de</strong> 4109


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaSEÇÃO 5Como se relacionam a leitura e cidadania?O saber ler, além <strong>de</strong> ser um valor em si, intimamente ligadoà dignida<strong>de</strong> humana e ao exercício da cidadania, é tambémum meio para se assegurar outros benefícios e alcançar outrosobjetivos.Mas, afinal, por que a leitura é tão importante?A leitura serve só para fazer pesquisa?A leitura realmente tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> transformar a realida<strong>de</strong>em que vivemos. No Brasil, com absoluta certeza, prevalece asensação <strong>de</strong> que ainda temos um longo caminho a percorrer naárea da educação: aproximadamente 13% da população com 15anos ou mais é ainda analfabeta, segundo o IBGE (2000).Mas o Brasil começa a se preocupar também com um indicador<strong>de</strong> analfabetismo mais recente: o analfabetismo funcional. Analfabetosfuncionais são aqueles com mais <strong>de</strong> 15 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>e menos <strong>de</strong> quatro anos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>. Eles conseguem lere escrever <strong>de</strong> uma maneira rudimentar, mas são incapazes <strong>de</strong>enten<strong>de</strong>r textos mais longos, tais como um manual <strong>de</strong> trabalho<strong>de</strong> uma fábrica.Uma outra forma <strong>de</strong> analfabetismo, bastante comentada atualmente,é a exclusão digital ou analfabetismo digital. O fenômenodiz respeito ao recente avanço tecnológico, principalmente dainformática, associado ao surgimento <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> telecomunicações,cujos reflexos estão cada vez mais presentes na vidacotidiana <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> pessoas em todo o mundo.Com a chegada da Internet, por exemplo, em meados dos anos90, assistimos a um aumento jamais imaginado no volume <strong>de</strong>informações que circulam em escala mundial, outrora restritas auma pequena elite <strong>de</strong> intelectuais. Ela oportunizou a integraçãodas mais diferentes culturas e dos mais longínquos povos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>que exista acesso à tecnologia necessária para tal, ou seja, umcomputador e uma linha telefônica ou outra forma <strong>de</strong> conexão.110


Metodologia da PesquisaEssa realida<strong>de</strong>, no entanto, está distante <strong>de</strong> muitas pessoas. Umgigantesco fosso divi<strong>de</strong> uma minoria plugada da massa dos sem-Internet, à margem da principal mudança tecnológica das últimasdécadas.Portanto, urge cada vez mais a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ler, mas tambéminterpretar e acessar os meios tecnológicos. Isso é questão <strong>de</strong>dignida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> cidadania.<strong>Ativida<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliaçãoLeia com atenção os enunciados e responda às questões solicitadas.Lembre-se que estas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliação têmcomo objetivo <strong>de</strong>senvolver com <strong>auto</strong>nomia a sua aprendizagem.Para você obter sucesso, primeiro responda todas as questõessugeridas e em seguida verifique as suas respostas, relacionandoascom as sugestões e comentários do professor, localizadas aofinal <strong>de</strong>ste livro didático.1 Por que a leitura é consi<strong>de</strong>rada a ativida<strong>de</strong> mais importante <strong>de</strong>aquisição <strong>de</strong> saberes?Unida<strong>de</strong> 4111


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina2 É preciso saber ler! Justifique esta afirmação.3 Quais os tipos <strong>de</strong> analfabetismo mais comentados na atualida<strong>de</strong>?4 Posicione-se, justificando sua resposta, sobre uma característicado bom leitor e do mau leitor apresentadas por Salomon?112


Metodologia da Pesquisa5 Assinale a(s) alternativa(s) correta(s).( ) A palavra escrita é o instrumento menos eficiente para a expressãoe a fixação da cultura e dos conhecimentos <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong>;( ) A leitura constitui a mais importante ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong>saberes;( ) A leitura é um processo que envolve habilida<strong>de</strong>s, entre as quais ainterpretação do texto e sua compreensão;( ) A análise do texto tem como objetivo apren<strong>de</strong>r a ler, a ver, aescolher o mais importante do texto.6 A leitura é muito importante para a construção do conhecimento.No entanto, ela não po<strong>de</strong> ser realizada <strong>de</strong> qualquer forma.Relacione a segunda coluna <strong>de</strong> acordo com a primeira:1 Problematização ( ) É um setor do texto que forma uma totalida<strong>de</strong><strong>de</strong> sentido. Assim, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar um capítulo,uma seção ou qualquer outra subdivisão.2 Delimitação daUnida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Leitura( ) É tomar uma posição própria a respeito dasidéias enunciadas, é superar a estrita mensagemdo texto, é ler nas entrelinhas, é forçar o<strong>auto</strong>r a um diálogo, é explorar toda a fecundida<strong>de</strong>das idéias expostas, é compará-las comoutras, enfim, é dialogar com o <strong>auto</strong>r.3 Análise Textual ( ) É uma tomada <strong>de</strong> contato com a unida<strong>de</strong>, buscando-seuma visão panorâmica, uma visão <strong>de</strong>conjunto do raciocínio do <strong>auto</strong>r. Além disso, ocontato geral permite ao leitor sentir o estilo emétodo do texto.4 Análise Temática ( ) Procura ouvir o <strong>auto</strong>r, apreen<strong>de</strong>r, sem intervirnele, o conteúdo <strong>de</strong> sua mensagem.5 AnáliseInterpretativa( ) A discussão da problemática levantada pelotexto, bem como a reflexão a que ele conduz,<strong>de</strong>vem levar o leitor a uma fase <strong>de</strong> elaboraçãopessoal ou síntese.6 Síntese Pessoal ( ) É a abordagem da unida<strong>de</strong> com vistas aolevantamento dos problemas para a discussão,sobretudo quando o estudo é feito em grupo.Unida<strong>de</strong> 4113


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaSínteseA palavra escrita é o instrumento mais eficiente para a expressãoe a fixação da cultura e dos conhecimentos <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong>.A leitura constitui a mais importante ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong>saberes.No entanto, todos precisamos apren<strong>de</strong>r a ler com qualida<strong>de</strong>. Lernão é somente soletrar as palavras ou passear sobre elas. Envolvecaracterísticas importantes, entres as quais a <strong>de</strong> saber interpretarum texto.Por esta razão, nesta unida<strong>de</strong> nós estudamos alguns pontosimportantes para uma boa leitura, as características <strong>de</strong> um bomleitor e <strong>de</strong> um mau leitor e um roteiro para fazer análise <strong>de</strong> textos.Para finalizar, vimos que leitura é um elemento fundamental paraconquistarmos cidadania. Afinal, através <strong>de</strong>la temos acesso aoconhecimento, requisito imprescindível neste mundo globalizadoe competitivo.Saiba maisPara saber mais sobre este assunto, consulte as referênciasindicadas a seguir.ALVES, R. Entre a ciência e sapiência: o dilema da educação.São Paulo: Loyola, 1999.CARVALHO, M. C. M. (Org.). Construindo o saber:metodologia científica - fundamentos e técnicas. 5. ed. São Paulo:Papirus, 1995.FAULSTICH, E. L. <strong>de</strong> J. Como ler, enten<strong>de</strong>r e redigir um texto.11. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. <strong>de</strong> A. Metodologia dotrabalho científico. 4. ed. rev. e amp. São Paulo: Atlas, 1995.SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 19. ed.São Paulo: Cortez, 1993.114


5UNIDADE 5Projeto <strong>de</strong> pesquisaObjetivos <strong>de</strong> aprendizagem compreen<strong>de</strong>r a importância do projeto no contextoda pesquisa científica; i<strong>de</strong>ntificar os elementos que compõem um projeto <strong>de</strong>pesquisa.Seções <strong>de</strong> estudoA seguir acompanhe as seções que você irá estudarnesta unida<strong>de</strong>.Seção 1 Conceito <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> pesquisaSeção 2 Escolha e <strong>de</strong>limitação do temaSeção 3 Formulação do problema <strong>de</strong> pesquisaSeção 4 Objetivos e justificativaSeção 5 Hipóteses e fundamentação teóricaSeção 6 Procedimentos metodológicos


Para início <strong>de</strong> conversaO projeto <strong>de</strong> pesquisa é um pré-requisito para a realização dapesquisa científica. Isso quer dizer que não há pesquisa semprojeto. Antes <strong>de</strong> começar a pesquisa propriamente dita o pesquisadorprecisa tomar uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões: precisa escolher,<strong>de</strong>limitar e problematizar o assunto da pesquisa, justificar aimportância <strong>de</strong> sua realização, <strong>de</strong>terminar os objetivos, estabeleceros meios técnicos da investigação, ou seja, <strong>de</strong>finir “como” vaiinvestigar o objeto <strong>de</strong> estudo. Nesta unida<strong>de</strong> você estudará, <strong>de</strong>talhadamente,como elaborar cada um <strong>de</strong>sses elementos.Não é consenso que o projeto<strong>de</strong> pesquisa seja um trabalhocientífico. Afinal, seu objetivo épreparar a monografia ou trabalhosimilar. Mesmo assim, optou-sepor colocá-lo como produçãoacadêmica porque não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong>ser um trabalho com estrutura eobjetivos próprios e importantespara a aca<strong>de</strong>mia.Os elementos aqui apresentadossão fundamentais para aelaboração <strong>de</strong> um bom projeto<strong>de</strong> pesquisa. Vale lembrar, noentanto, que esta não é uma regrarígida para ser seguida. Existemuita literatura sobre o assunto evárias das questões tratadas aquinão são consensuais. Portanto,é importante consi<strong>de</strong>rar outrasfontes <strong>de</strong> consulta, inclusive oorientador.SEÇÃO 1Conceito <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> pesquisaO projeto <strong>de</strong> pesquisa é o planejamento <strong>de</strong> uma pesquisa, ouseja, a <strong>de</strong>finição dos caminhos para abordar uma certa realida<strong>de</strong>.Deve oferecer respostas do tipo: O que pesquisar?(Tema, <strong>de</strong>limitação e problematização) Por que pesquisar? ( Justificativa) Para que pesquisar? (Objetivos) Como pesquisar? (Procedimentos metodológicos) Quando pesquisar? (Cronograma) Por quem?A pesquisa científica precisa ser bem planejada. Oplanejamento não assegurará, por si só, o sucesso damonografia mas, com certeza, é um bom caminho parauma monografia <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.116


Metodologia da PesquisaNesse sentido, Barreto e Honorato <strong>de</strong>finem o conceito <strong>de</strong> planejamentoda pesquisa como se segue.Enten<strong>de</strong>-se por planejamento da pesquisa a previsãoracional <strong>de</strong> um evento, ativida<strong>de</strong>, comportamento ouobjeto que se preten<strong>de</strong> realizar a partir da perspectivacientífica do pesquisador. Como previsão, <strong>de</strong>ve serentendida a explicitação do caráter antecipatório <strong>de</strong>ações e, como tal, aten<strong>de</strong>r a uma racionalida<strong>de</strong> informadapela perspectiva teóricometodológica da relaçãoentre o sujeito e o objeto da pesquisa. A racionalida<strong>de</strong><strong>de</strong>ve-se manifestar através da vinculação estruturalentre o campo teórico e a realida<strong>de</strong> a ser pesquisada,além <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r ao critério da coerência interna. Maisainda, <strong>de</strong>ve prever rotinas <strong>de</strong> pesquisa que tornempossível atingir-se os objetivos <strong>de</strong>finidos, <strong>de</strong> tal formaque se consigam os melhores resultados com menorcusto. (BARRETO; HONORATO, 1998, p. 59).Segundo Minayo (1999), ao elaborar um projeto <strong>de</strong> pesquisa, opesquisador estará lidando com, no mínimo, três dimensões: Técnica: regras científicas para a construção do projeto; I<strong>de</strong>ológica: relaciona-se às escolhas do pesquisador, sempretendo em vista o momento histórico; Científica: ultrapassa o senso comum através do métodocientífico.Um projeto <strong>de</strong> pesquisa é realizado com os seguintes tópicos: Definição do assunto; Problematização; Objetivos; Justificativa; Hipótese; Fundamentação teórica; Procedimentos metodológicos; Cronograma; Referências.Unida<strong>de</strong> 5117


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaVamos analizar em <strong>de</strong>talhes o que <strong>de</strong>veconter em cada um <strong>de</strong>sses elementos?Seção 2Esolha e <strong>de</strong>limitação do temaPara <strong>de</strong>finir o assunto você <strong>de</strong>ve se preocupar com dois aspectos:a escolha do tema <strong>de</strong> pesquisa e a <strong>de</strong>limitação do tema.Escolhendo o tema: a escolha <strong>de</strong> um tema representa uma <strong>de</strong>limitação<strong>de</strong> um campo <strong>de</strong> estudo no interior <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> área<strong>de</strong> conhecimento, sobre o qual se preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>bruçar. É necessárioconstruir um objeto <strong>de</strong> pesquisa, ou seja, selecionar uma fração darealida<strong>de</strong> a partir do referencial teórico-metodológico escolhido.(BARRETO; HONORATO, 1998, p. 62).Para que você <strong>de</strong>fina um tema <strong>de</strong> pesquisa é fundamentalque ele esteja vinculado a uma área <strong>de</strong> conhecimentocom a qual você já tenha alguma intimida<strong>de</strong>intelectual, sobre a qual você já tenha realizado leiturasespecíficas e que, <strong>de</strong> alguma forma, reforçam os <strong>auto</strong>resacima, esteja vinculada à carreira profissional queestiver planejando para um futuro próximoO tema <strong>de</strong> pesquisa é, na verda<strong>de</strong>, uma área <strong>de</strong> interesse a serabordada. É uma primeira <strong>de</strong>limitação, ainda ampla.Exemplos <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> pesquisa Educação à distância; Sigilo bancário (OLIVEIRA, 2002, p. 214); Eutanásia (OLIVEIRA, 2002, p. 169); Violência urbana (OLIVEIRA, 2002, p. 169); Assédio moral; A or<strong>de</strong>m jurídica comunitária no Mercosul, possibilida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> constituição e eficácia (VENTURA, 2002, p. 73).118


Metodologia da PesquisaDelimitando o tema <strong>de</strong> pesquisa: <strong>de</strong>limitar é indicar a abrangênciado estudo, estabelecendo os limites extencionais e conceituaisdo tema. Para que fique clara e precisa a extensão conceitualdo assunto é importante situá-lo em sua respectiva área <strong>de</strong>conhecimento, possibilitando, assim, que se visualize a especificida<strong>de</strong>do objeto no contexto <strong>de</strong> sua área temática.Quando alguém diz que <strong>de</strong>seja estudar a questão da violênciaconjugal ou a prostituição masculina, está se referindo ao assunto<strong>de</strong> seu interesse. Contudo, é necessário para a realização <strong>de</strong> umapesquisa um recorte mais “concreto”, mais preciso do assunto.(MINAYO, 1999).Ventura (2002) oferece um exemplo <strong>de</strong> como po<strong>de</strong>proce<strong>de</strong>r-se para <strong>de</strong>limitar um tema:O tratamento jurídico da instrumentalização controlada do corpohumano.Possíveis <strong>de</strong>limitações:a) As conseqüências jurídicas do tratamento do direito ao corpocomo direito pessoal ou como direito <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>; oub) O exercício individual da liberda<strong>de</strong> sobre o corpo contrapostoao interesse público; ouc) A legislação brasileira sobre as práticas biomédicas relacionadasa órgãos e genomas humanos.Outros exemplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> pesquisa: A experiência da <strong>Unisul</strong>Virtual para educação a distância. Quando o sigilo bancário <strong>de</strong>ve ser quebrado (OLI-VEIRA, 2002). A influência do <strong>de</strong>sarmamento da população para amelhoria dos índices <strong>de</strong> violência urbana em Florianópolis-SC. A or<strong>de</strong>m jurídica comunitária no Mercosul, possibilida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> constituição e eficácia: um estudo sobre aviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adoção <strong>de</strong> um tribunal regional para ojulgamento <strong>de</strong> crimes contra os direitos humanos.Evitar abordagens vagas eimprecisas. Por exemplo:“A educação”; “O novo CódigoCivil”; “O Mercosul”.Unida<strong>de</strong> 5119


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaDelimitando o tema <strong>de</strong> pesquisa: <strong>de</strong>limitar é indicar aabrangência do estudo, estabelecendo os limites extencionaise conceituais do tema. Para que fique clara e precisa aextensão conceitual do assunto é importante situá-lo em suarespectiva área <strong>de</strong> conhecimento, possibilitando, assim, quese visualize a especificida<strong>de</strong> do objeto no contexto <strong>de</strong> suaárea temática.Quando alguém diz que <strong>de</strong>seja estudar a questão daviolência conjugal ou a prostituição masculina, está sereferindo ao assunto <strong>de</strong> seu interesse. Contudo, é necessáriopara a realização <strong>de</strong> uma pesquisa um recorte mais“concreto”, mais preciso do assunto. (MINAYO, 1999).Ventura (2002) oferece um exemplo <strong>de</strong> como po<strong>de</strong>proce<strong>de</strong>r-se para <strong>de</strong>limitar um tema:O tratamento jurídico da instrumentalização controlada docorpo humano.Possíveis <strong>de</strong>limitações:a) As conseqüências jurídicas do tratamento do direito aocorpo como direito pessoal ou como direito <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>;oub) O exercício individual da liberda<strong>de</strong> sobre o corpocontraposto ao interesse público; ouc) A legislação brasileira sobre as práticas biomédicas relacionadasa órgãos e genomas humanos.120


Metodologia da PesquisaOutros exemplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> pesquisa: A experiência da <strong>Unisul</strong>Virtual para educação a distância. Quando o sigilo bancário <strong>de</strong>ve ser quebrado (OLI-VEIRA, 2002). A influência do <strong>de</strong>sarmamento da população para amelhoria dos índices <strong>de</strong> violência urbana em Florianópolis-SC. A or<strong>de</strong>m jurídica comunitária no Mercosul, possibilida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> constituição e eficácia: um estudo sobre aviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adoção <strong>de</strong> um tribunal regional para ojulgamento <strong>de</strong> crimes contra os direitos humanos.SEÇÃO 3Formulação do problema <strong>de</strong> pesquisaA formulação do problema é a continuida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>limitaçãoda pesquisa, sendo ainda mais específica: indica exatamentequal a dificulda<strong>de</strong> que se preten<strong>de</strong> resolver ou respon<strong>de</strong>r.O pesquisador <strong>de</strong>ve contextualizar <strong>de</strong> forma sucinta o tema<strong>de</strong> sua pesquisa. Contextualizar significa abordar o tema<strong>de</strong> forma a i<strong>de</strong>ntificar a situação ou o contexto no qual oproblema a seguir será inserido. Essa é uma forma <strong>de</strong> introduziro leitor no tema em que se encontra o problema,permitindo uma visualização situacional da questão.(OLIVEIRA, 2002, p. 169).A escolha <strong>de</strong> um problema, para Minayo (1999), mereceindagações:1. Trata-se <strong>de</strong> um problema original e relevante?2. Ainda que seja “interessante”, é a<strong>de</strong>quado para mim?3. Tenho hoje possibilida<strong>de</strong>s reais para executar tal estudo?4. Existem recursos financeiros para o estudo?5. Há tempo suficiente para investigar tal questão?Unida<strong>de</strong> 5121


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaA problematização é a apresentação da idéia central do trabalho,tendo-se o cuidado <strong>de</strong> evitar termos equívocos e inexpressivos. Éum <strong>de</strong>senvolvimento da <strong>de</strong>finição clara e exata do assunto a ser<strong>de</strong>senvolvido.A <strong>de</strong>finição do problema, geralmente, é feita sob aforma <strong>de</strong> pergunta(s). Assim, torna-se fator primordialque haja possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r as mesmas aolongo da pesquisa. Da mesma forma, aconselha-se anão fazer muitas perguntas, para não incorrer no erro<strong>de</strong> não serem apresentadas as <strong>de</strong>vidas respostas.Exemplo A <strong>Unisul</strong>Virtual constitui um mo<strong>de</strong>lo representativopara a educação a distância no Brasil? O direito sobre o corpo é <strong>de</strong> natureza pessoal ou patrimonial?Caso seja patrimonial, trata-se <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>individual ou coletiva? (VENTURA, 2002, p. 74). Quais as causas <strong>de</strong>terminantes para o rompimento dosigilo bancário <strong>de</strong> agentes públicos? (OLIVEIRA, 2002,p. 218).122


Metodologia da PesquisaSEÇÃO 4Objetivos e justificativaRelaciona-se com a visão global do tema e com os procedimentospráticos. Eles Indicam o que se preten<strong>de</strong> conhecer, ou medir, ouprovar no <strong>de</strong>correr da pesquisa, ou seja, as metas que se <strong>de</strong>sejaalcançar.Os objetivos po<strong>de</strong>m ser gerais e específicos. No primeiro caso,indicam uma ação muito ampla e, no segundo, procuram<strong>de</strong>screver ações pormenorizadas ou aspectos <strong>de</strong>talhados.Uma ação individual ou coletiva se materializa através <strong>de</strong> umverbo. Por isso é importante uma gran<strong>de</strong> precisão na escolha doverbo, escolhendo aquele que rigorosamente exprime a ação que opesquisador preten<strong>de</strong> executar. (BARRETO; HONORATO, 1998).Outro critério fundamental na <strong>de</strong>limitação dos objetivos dapesquisa é a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos financeiros e humanose <strong>de</strong> tempo para a execução da pesquisa, <strong>de</strong> tal modo que não secorra o risco <strong>de</strong> torná-la inviável. É preferível diminuir o recorteda realida<strong>de</strong> do que se per<strong>de</strong>r em um mundo <strong>de</strong> informaçõesimpossíveis <strong>de</strong> serem tratadas. (BARRETO; HONORATO, 1998).Objetivo(s) geral(is): indicação do resultado pretendido.Por exemploi<strong>de</strong>ntificar, levantar, <strong>de</strong>scobrir, caracterizar, <strong>de</strong>screver,traçar, analisar, explicar, etc.Objetivos específicos: indicação das metas das etapas quelevarão à realização dos objetivos gerais.Por exemploclassificar, aplicar, distinguir, enumerar, exemplificar,selecionar, etc.Unida<strong>de</strong> 5123


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinaou ainda:Determinar, com base na doutrina e na jurisprudênciaatual brasileira, quando o sigilo bancário <strong>de</strong>ve ser quebrado,isto é, em quais circunstâncias po<strong>de</strong> vir a ocorrera quebra do sigilo bancário dos agentes públicos, <strong>de</strong>maneira que, preenchidos os requisitos legais, esta sejaefetuada sem o perigo <strong>de</strong> violar qualquer outra normada legislação. (OLIVEIRA, 2002, p. 232) JustificativaA justificativa envolve aspectos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m teórica, para o avançoda ciência, <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pessoal/profissional, <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m institucional(universida<strong>de</strong> e empresa) e <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m social (contribuição para asocieda<strong>de</strong>).Deve-se procurar respon<strong>de</strong>r:Qual a relevância da pesquisa? Que motivos a justificam?Quais contribuições para a compreensão, intervençãoou solução que a pesquisa apresentará?Silva e Menezes (2001, p. 31) afirmam que o pesquisador precisafazer algumas perguntas a si mesmo: o tema é relevante? Por quê?Quais pontos positivos você percebe na abordagem proposta?Que vantagens/benefícios você pressupõe que sua pesquisa iráproporcionar?Ventura (2002, p. 75) afirma o seguinte: o pesquisador <strong>de</strong>ve<strong>de</strong>stacar a relevância do tema para o direito em geral, para a(s)disciplina(s) à(s) qual(is) se filia e para a socieda<strong>de</strong>. Finalmente,cabe sublinhar a contribuição teórica que adviria da elucidação dotema e a utilida<strong>de</strong> que a pesquisa, uma vez concluída, po<strong>de</strong> vir ater para o curso, para a disciplina ou para o próprio aluno.124


Metodologia da PesquisaBarral (2003, p. 88-89) oferece alguns itens importantes quepo<strong>de</strong>m fazer parte <strong>de</strong> uma boa justificativa. São eles:a) Atualida<strong>de</strong> do tema: inserção do tema no contexto atual.b) Ineditismo do trabalho: proporcionará mais importância aoassunto.c) Interesse do <strong>auto</strong>r: vínculo do <strong>auto</strong>r com o tema.d) Relevância do tema: importância social, cultural, política, etc.e) Pertinência do tema: contribuição do tema para o <strong>de</strong>bateacadêmico.SEÇÃO 5Hipóteses e fundamentação teóricaHipótese é uma expectativa <strong>de</strong> resultado a ser encontrada aolongo da pesquisa, categorias ainda não completamente comprovadasempiricamente, ou opiniões vagas oriundas do sensocomum que ainda não passaram pelo crivo do exercício científico.(BARRETO; HONORATO, 1998)Sob o ponto <strong>de</strong> vista operacional, a hipótese <strong>de</strong>ve servir comouma das bases para a <strong>de</strong>finição da metodologia <strong>de</strong> pesquisa, vistoque, ao longo <strong>de</strong> toda a pesquisa, o pesquisador <strong>de</strong>verá confirmálaou rejeitá-la no todo ou em parte. (BARRETO; HONORATO,1998).As hipóteses, segundo Triviños (1987, p. 105), em geral,pertencem ao campo dos estudos experimentais. Os outros tipos<strong>de</strong> estudos, <strong>de</strong>scritivos e exploratórios, aceitam, geralmente,questões <strong>de</strong> pesquisa, perguntas norteadoras. Embora nos estudos<strong>de</strong>scritivos po<strong>de</strong>m existir ao mesmo tempo, como também nosoutros tipos <strong>de</strong> estudo, hipóteses e questões <strong>de</strong> pesquisa.ExemploEm todas as constatações <strong>de</strong> improbida<strong>de</strong> administrativao sigilo bancário <strong>de</strong>ve ser quebrado (OLIVEIRA,2002, p. 219).Unida<strong>de</strong> 5125


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina Fundamentação teóricaEsta parte fundamenta à pesquisa, é à base <strong>de</strong> sustentação teórica.Também po<strong>de</strong> ser chamada <strong>de</strong> revisão bibliográfica, revisãoteórica, fundamentação bibliográfica, estado da arte, revisão <strong>de</strong>literatura, resenha bibliográfica etc.Para Silva e Menezes (2001, p.30), nesta fase o pesquisador<strong>de</strong>verá respon<strong>de</strong>r às seguintes questões: quem já escreveu e oque já foi publicado sobre o assunto? Que aspectos já foramabordados? Quais as lacunas existentes na literatura? Po<strong>de</strong> seruma revisão teórica, empírica ou histórica.A fundamentação teórica é importantíssima porque favoreceráa <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> contornos mais precisos da problemática a serestudada.De acordo com Barreto e Honorato (1998), consi<strong>de</strong>ra-se comobásica em um projeto <strong>de</strong> pesquisa uma reflexão breve acerca dosfundamentos teóricos do pesquisador e um balanço crítico dabibliografia diretamente relacionada com à pesquisa, compondoaquilo que comumente é chamado <strong>de</strong> quadro teórico ou balançoatual das artes.Neste item, o pesquisador <strong>de</strong>ve apresentar ao leitor as teoriasprincipais que se relacionam com o tema da pesquisa. Cabe àrevisão da literatura, a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> termos e <strong>de</strong> conceitos essenciaispara o trabalho.O que se diz sobre o tema na atualida<strong>de</strong>, qual o enfoque que estárecebendo hoje, quais lacunas ainda existem etc. Aqui também éfundamental a contribuição teórica do <strong>auto</strong>r da pesquisa.126


Metodologia da PesquisaSEÇÃO 6Procedimentos metodológicosOs procedimentos metodológicos respon<strong>de</strong>m: Como? Com quê?On<strong>de</strong>?A metodologia da pesquisa num planejamento <strong>de</strong>ve serentendida como o conjunto <strong>de</strong>talhado e seqüencial <strong>de</strong> métodose técnicas científicas a serem executados ao longo da pesquisa,<strong>de</strong> tal modo que se consiga atingir os objetivos inicialmentepropostos e, ao mesmo tempo, aten<strong>de</strong>r aos critérios <strong>de</strong> menorcusto, maior rapi<strong>de</strong>z, maior eficácia e mais confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>informação. (BARRETO; HONORATO, 1998)Segundo Ventura (2002, p. 76-77), são incontáveis e absolutamentediversas as classificações da metodologia que se po<strong>de</strong>encontrar na literatura especializada. Aqui sugerimos um roteiro. Tipo <strong>de</strong> pesquisa: Você precisa optar por um tipo <strong>de</strong>pesquisa. Para isso, sugerimos que você confira a unida<strong>de</strong> 3,que trata sobre os tipos <strong>de</strong> pesquisa. Método: Você precisará optar pelo método mais apropriadoao seu tipo <strong>de</strong> pesquisa. Para isso, vá até a unida<strong>de</strong> 2, que tratasobre os métodos <strong>de</strong> pesquisa em ciência. Delimitação do Universo a ser pesquisado: Se a pesquisafor quantitativa e/ou envolver o método estatístico, o tipo<strong>de</strong> amostragem também precisará ser explicado. O tipo <strong>de</strong>amostragem é alcançado através da exposição do Universo(todos os elementos <strong>de</strong> uma situação comum) e do percentualou quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste universo que será pesquisado. Aqui émuito importante a ajuda da estatística, pois existem amostrasmínimas, por exemplo, para uma pesquisa ser consi<strong>de</strong>radacientífica. Técnicas para coleta <strong>de</strong> dados: Aqui você precisará elencaràs técnicas <strong>de</strong> pesquisa ou <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados. Na unida<strong>de</strong> 2você encontrará uma relação <strong>de</strong> técnicas. Análise e interpretação dos dados: Segundo Rauen(1999, p. 141), é a parte que apresenta os resultados obtidosna pesquisa e analisa-os sob o crivo dos objetivos e/ou dashipóteses. Assim, a apresentação dos dados é a evidência dasconclusões e a interpretação consiste no contrabalanço dosdados com a teoria.Unida<strong>de</strong> 5127


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaPara Triviños (1996, p.161), o processo <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> conteúdopo<strong>de</strong> ser feito da seguinte forma: pré-análise (organização domaterial), <strong>de</strong>scrição analítica dos dados (codificação, classificação,categorização), interpretação referencial (tratamento e reflexão).O objetivo da análise é sumariar as observações, <strong>de</strong> forma queestas permitam respostas às perguntas da pesquisa. O objetivo dainterpretação é a procura do sentido mais amplo <strong>de</strong> tais respostas,por sua ligação com outros conhecimentos já obtidos (SELLTIZ etal apud RAUEN, 1999, p. 122).A interpretação também é um processo <strong>de</strong> analogia com osestudos assemelhados, <strong>de</strong> forma que os resultados obtidos sãocomparados com resultados similares para <strong>de</strong>stacar pontos emcomum e pontos <strong>de</strong> discordância.ExemploComo não há dados estatísticos para <strong>de</strong>senvolver umarepresentação gráfica, a análise percorrerá os caminhosdos <strong>auto</strong>res, profissionais do Direito e outros pesquisados.Os dados coletivos serão analisados agrupando-ospor similarida<strong>de</strong>s e encontrando o que os faz divergentese comuns. (OLIVEIRA, 2002, p. 231) CronogramaTempo necessário para a realização <strong>de</strong> cada uma das partespropostas da monografia. Deve ser efetuado com muito realismo. ReferênciasElenco <strong>de</strong> fontes citadas para a realização do projeto <strong>de</strong> pesquisadurante a: Metodologia da pesquisa Instrumental teórico.128


Metodologia da Pesquisa<strong>Ativida<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliaçãoLeia com atenção os enunciados e responda às questões solicitadas.Lembre-se que estas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliação têmcomo objetivo <strong>de</strong>senvolver com <strong>auto</strong>nomia a sua aprendizagem.Para você obter sucesso, primeiro responda todas as questõessugeridas e em seguida verifique as suas respostas, relacionandoascom as sugestões e comentários do professor, localizadas aofinal <strong>de</strong>ste livro didático.1 O que é e qual a importância do projeto <strong>de</strong> pesquisa nocontexto da pesquisa científica?2 Apresente <strong>de</strong> forma esquematizada os principais elementos quecompõem os seguintes itens do projeto <strong>de</strong> pesquisa?Escolha do tema:Unida<strong>de</strong> 5129


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaDelimitação do tema:Problematização:Objetivos:130


Metodologia da PesquisaJustificativa:Hipótese(s):Fundamentação teórica:Unida<strong>de</strong> 5131


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaProcedimentos metodológicos:3 Com base no conteúdo estudado nesta unida<strong>de</strong> e, tendo emvista um tema escolhido e relacionado à área <strong>de</strong> conhecimento docurso que você está realizando, comece a estruturar um projeto <strong>de</strong>pesquisa que apresente os seguintes elementos:- Tema- Delimitação do tema- Problematização- Objetivos- Justificativa- Hipótese(s) (opcional)- Fundamentação teórica- Procedimentos metodológicos- Cronograma- ReferênciasObservação: O projeto <strong>de</strong>verá ser entregue no mesmo dia darealização da 2ª avaliação e constituirá umas das notas da disciplina.132


Metodologia da PesquisaSínteseNesta unida<strong>de</strong> você estudou o conceito e os principais elementosque compõem um projeto <strong>de</strong> pesquisa. Projeto é o planejamentoda pesquisa em sua dimensão mais ampla. Nele <strong>de</strong>vemosindicar claramente: o objeto da pesquisa: tema, <strong>de</strong>limitação eproblematização; a justificativa: porque e para que estudar otema; os objetivos: indicação das ações que serão <strong>de</strong>senvolvidasna pesquisa; a fundamentação teórica: principais pressupostosteóricos que sustentam o tema; os procedimentos metodológicos:indicação do método e técnica da pesquisa, do lugar e dapopulação que será estudada; e o cronograma: indicação das ativida<strong>de</strong>sda pesquisa e, respectivamente, período e tempo <strong>de</strong> realização.Saiba maisGIL, A. C. Como elaborar projetos <strong>de</strong> pesquisa. 4. ed. São Paulo:Atlas, 2002.LEONEL, V.; MOTTA, A.Projeto <strong>de</strong> pesquisa. In:UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA. Grupo<strong>de</strong> Metodologia Científica. Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> metodologia: diretrizespara a elaboração e apresentação <strong>de</strong> trabalhos acadêmicos. 2. ed.rev. Tubarão, 2003. cap. 3, p. 40-45.RUDIO, F.V. Introdução ao projeto <strong>de</strong> pesquisa científica. 26.ed. Petrópolis: Vozes, 1999.Unida<strong>de</strong> 5133


UNIDADE 66Produção científica: tipos <strong>de</strong>trabalhos científicosObjetivos <strong>de</strong> aprendizagem Reconhecer a importância <strong>de</strong> produzirconhecimentos; perceber que existem várias formas <strong>de</strong> tornarpúblicos os conhecimentos; apresentar formas/tipos <strong>de</strong> produção científica.Plano <strong>de</strong> estudoSeção 1 O trabalho científicoSeção 2 ResumoSeção 3 Resenha críticaSeção 4 FichamentoSeção 5 PapersSeção 6 Artigo científicoSeção 7 Monografia/ Trabalho <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong>curso (TCC)


Para início <strong>de</strong> conversaFreqüentemente na sua vida acadêmica você irá se <strong>de</strong>frontar comsituações na qual <strong>de</strong>verá fazer o resumo <strong>de</strong> um texto importante,tecer comentários críticos sobre livros ou artigos científicos, fazero fichamento <strong>de</strong> leituras, ou até mesmo produzir um paper ouartigo científico para apresentar em um congresso ou revistasespecializadas, ou ainda elaborar uma monografia. Em cadauma <strong>de</strong>ssas situações há que consi<strong>de</strong>rar aspectos específicos comrelação às recomendações metodológicas, para que você tenhaêxito na <strong>de</strong>safiadora atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> publicar suas produções. Nestaquinta unida<strong>de</strong> do livro você irá se familiarizar com os diferentestipos <strong>de</strong> produções científicas enten<strong>de</strong>ndo as particularida<strong>de</strong>s queregem cada tipo <strong>de</strong> produção.SEÇÃO 1O trabalho científicoA pesquisa é muito importante, mas igualmente necessária é asistematização e a divulgação <strong>de</strong>stes conhecimentos produzidos.Afinal, o conhecimento científico não se resume na <strong>de</strong>scoberta<strong>de</strong> fatos e leis novas, mas também em sua publicação. Trata-se <strong>de</strong>obter e comunicar resultados (MEDEIROS, 1997, p. 179).136


Metodologia da PesquisaMas, enfim, o que é trabalho científico?Para respon<strong>de</strong>r esta pergunta, leia atentamente como Koche<strong>de</strong>fine este conceito.Há relatórios elaborados com fins acadêmicos e comfins <strong>de</strong> divulgação científica. E usual os professoresuniversitários solicitarem a seus alunos um “trabalhocientífico”, sem especificarem, muitas vezes, o que realmentepreten<strong>de</strong>m. Costuma-se incluir como “trabalhocientífico” diferentes tipos <strong>de</strong> trabalhos: resumos,resenhas, ensaios, artigos, projetos <strong>de</strong> pesquisa, relatórios<strong>de</strong> pesquisa, monografias, dissertações e teses,<strong>de</strong>senvolvidos e apresentados em cursos <strong>de</strong> graduação,especialização, mestrado e doutorado. O adjetivo“científico” é atribuído genericamente a estes tipos <strong>de</strong>trabalhos, confundindo-se muitas vezes a cientificida<strong>de</strong>com o cumprimento das normas e padrões <strong>de</strong>sua estrutura e apresentação. Convém lembrar que acientificida<strong>de</strong> não tem nada a ver com estas normas epadrões, que são produto ou <strong>de</strong> normalização oficial,ou <strong>de</strong> padrões que o uso acabou transformando emconvenções universalmente aceitas. Tanto uma, quantoà outra, no entanto, restringem-se apenas à estruturae à forma <strong>de</strong> sua apresentação, tendo em vista comunicaros processos e os resultados da pesquisa a umpúblico-alvo ou a <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong>stinatário. (KÖCHE,1997, p. 138).Observe bem que a produção acadêmica é fundamental. Éatravés <strong>de</strong>la que você, acadêmico, passa a ser um ator importantena aca<strong>de</strong>mia e, porque não dizer, na socieda<strong>de</strong>. Sim, pois um dosobjetivos principais dos trabalhos acadêmicos é publicar o conhecimento.Infelizmente, não raras vezes, o único a ler os trabalhosacadêmicos é o professor.Mais do que a “posse” <strong>de</strong> técnicas, <strong>de</strong> instrumentos paramanipular o real, <strong>de</strong> normas e procedimentos metodológicos,sem dúvida necessários, o trabalho acadêmicocomo momento <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> consciência crítica,a iniciação à pesquisa como um espaço privilegiadopara o crescimento intelectual do educando, <strong>de</strong>vemconstituir nossos objetivos. (PÁDUA, 1995, p. 148).Você, como acadêmico, tem a sua disposição uma série <strong>de</strong> diferentestipos <strong>de</strong> trabalhos. Evi<strong>de</strong>ntemente, cada um serve para<strong>de</strong>terminada finalida<strong>de</strong>. Veja a seguir alguns <strong>de</strong>sses trabalhos.Unida<strong>de</strong> 6137


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaSEÇÃO 2ResumoSegundo a Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas (1990,p.1), resumo é a apresentação concisa dos pontos relevantes <strong>de</strong>um texto. Visa fornecer elementos capazes <strong>de</strong> permitir ao leitor<strong>de</strong>cidir sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consulta ao texto original e/outransmitir informações <strong>de</strong> caráter complementar. Deve ressaltaro objetivo, o método, os resulta dos e as conclusões do trabalho.A or<strong>de</strong>m e a extensão <strong>de</strong>stes itens <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do tipo do resumo(informativo ou indicativo) e do tratamento que cada item recebeno trabalho original.Quais são os tipos <strong>de</strong> resumos existentes?A Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas (1990, p. 1)apresenta quatro tipos <strong>de</strong> resumo: indicativo, informativo, informativo/indicativoe crítico.Além <strong>de</strong>stes, costuma-se utilizar como forma <strong>de</strong> trabalhoacadêmico o resumo <strong>de</strong> obra. Nesse sentido, vamos ao conceito<strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les.Resumo indicativo: Indica apenas os pontos principais do texto,não apresentando dados qualitativos, quantitativos, etc. É perfeitamentea<strong>de</strong>quado á literatura <strong>de</strong> prospectos (catálogo <strong>de</strong> editorase livrarias, etc.). (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,1990, p. 1).Resumo informativo: Informa suficientemente ao leitor, paraque este possa <strong>de</strong>cidir sobre a conveniência da leitura do textointeiro. Expõe finalida<strong>de</strong>s, metodologia, resultados e conclusões.(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1990, p. 1).Resumo informativo/indicativo: Combinação do resumo indicativoe do informativo. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS, 1990, p. 1).Resumo crítico: Também chamado <strong>de</strong> recensão e resenha.Resumo redigido por especialistas com análise interpretativa <strong>de</strong>um documento. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,1990, p. 1).138


Metodologia da PesquisaResumo <strong>de</strong> texto didático: Embora não normatizado pelaABNT, é bastante comum ser exigido como trabalho acadêmicoresumos <strong>de</strong> obras. Isso equivale a afirmar que o resumo po<strong>de</strong> seruma parte <strong>de</strong> um trabalho (o resumo é um item da monografia,por exemplo), ou po<strong>de</strong> ser também um trabalho completo, ouseja, quando se apresenta o resumo <strong>de</strong> uma obra como trabalhoacadêmico.Como resumir?Salomon (1995) cita algumas indicações práticas para a elaboração<strong>de</strong> resumo: Procure a idéia principal. Para isso você po<strong>de</strong>rá utilizar atécnica da sublinha e do esquema. Aponte as idéias mais importantes enquanto lê o texto.Depois, através <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>staques, é que você irá fazer o esboçoe, em seguida, o resumo. Não resuma antes que tenha efetuado notas do conteúdo. Nãoé uma maneira correta nem produtiva ir resumindo à medidaque lê. Ao redigir o resumo, use frases curtas e diretas.Como fazer a extensão do resumo?Recomenda-se que os resumos tenham as seguintes extensões: para notas e comunicações breves, os resumos <strong>de</strong>vem ter até100 palavras; para monografias e artigos, até 250 palavras; para relatórios e teses, até 500 palavras. (ASSOCIAÇÃO BRASI-LEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1990, p. 2).Para resumo <strong>de</strong> texto didático, como trabalho completo em si, oacadêmico <strong>de</strong>ve orientar-se pelo bom senso e pelas orientaçõesdos professores que exigem tal trabalho.Unida<strong>de</strong> 6139


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaExemplos <strong>de</strong> resumoPara conhecer alguns exemplos <strong>de</strong> resumo, veja comoa Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas (1990, p.2-3)os apresenta:Resumo indicativoLABBENS, J. Sociologie au Brésil. Social Science lnformation,v.1, n. 2, p. 31-52, July 1962.Pesquisa da sociologia atual no Brasil. I<strong>de</strong>ntificam-setrês correntes <strong>de</strong> pensamento, baseadas em mo<strong>de</strong>loshistóricos, matemáticos e sociológicos. A diversida<strong>de</strong> dasociologia brasileira é explicada pelo estado da sociologiaem geral e sua situação no país.Resumo informativoLABBENS, J. Sociologie au Brésil. Social Science lnformation,v 1, n. 2, p. 31-52, July 1962.Pesquisa da sociologia atual no Brasil. Constata queexiste gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensamento entre ossociólogos, po<strong>de</strong>ndo-se distinguir três tendênciasprincipais: a) a corrente histórica, que busca na históriae ciências auxiliares a explicação dos fenômenossociais. Os expoentes <strong>de</strong>sta corrente são Tavares Bastos,Anibal Falcão, Eucli<strong>de</strong>s da Cunha, Alberto Torres, OliveiraViana e Gilberto Freyre; b) a corrente teórica, quese inspira diretamente nas ciências naturais e que preten<strong>de</strong>conferir à sociologia um mesmo “status”, realizasuas pesquisas sobretudo em mo<strong>de</strong>los matemáticos eepistemológicos. São <strong>auto</strong>res representativos Pontes<strong>de</strong> Miranda e Mário Luiz; c) entre 1930 e 1940, apareceuuma nova tendência que tornou a sociologia no Brasiluma ciência realmente autônoma, com objetivos <strong>de</strong>finidossistematicamente, métodos particulares e umateoria sociológica própria. Esta corrente é <strong>de</strong>nominadacorrente sociológica, e os principais nomes a ela associadossão Fernando <strong>de</strong> Azevedo, Emilio Willems e FlorestanFernan<strong>de</strong>s. A diversida<strong>de</strong> da sociologia brasileiraé explicada pelo estado da sociologia em geral e suasituação no país; d) a ausência <strong>de</strong> uma razoável tradiçãocientífica no domínio da sociologia e as pressões exercidaspor outros círculos não têm permitido aos sociólogosestabelecer um sistema próprio <strong>de</strong> controle social140


Metodologia da Pesquisacapaz <strong>de</strong> impor um mo<strong>de</strong>lo comum <strong>de</strong> ação. Apesar dapossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reunir uma documentação copiosa,não há métodos padrões para relacionar e interpretaros dados. (Traduzido e adaptado do Sociological Abstractsv. 15, n. 5, 1967).SEÇÃO 3Resenha críticaO objetivo da resenha é elaborar comentários sobre um texto,para publicação ou divulgação. Como ativida<strong>de</strong> acadêmica éutilizada para que o educando se familiarize com a análise dosargumentos utilizados para se <strong>de</strong>monstrar / provar / <strong>de</strong>screver um<strong>de</strong>terminado tema.Segundo Lakatos e Marconi (1995), a resenha precisa informarao leitor, <strong>de</strong> maneira objetiva e cortês sobre o assunto tratado nolivro, evi<strong>de</strong>nciando a contribuição do <strong>auto</strong>r: novas abordagens,novos conhecimentos, novas teorias. A resenha visa, portanto, aapresentar uma síntese das idéias fundamentais da obra.Para Casagran<strong>de</strong> (2003), a resenha é um tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>em que, se o professor <strong>de</strong>finir o livro ou texto <strong>de</strong> referência, oacadêmico não vai encontrar o trabalho pronto na internet e nemvai po<strong>de</strong>r simplesmente copiá-lo <strong>de</strong> algum lugar. Recomenda-seque o texto <strong>de</strong> referência seja um texto a<strong>de</strong>quado e compatívelcom o curso e semestre que o aluno está cursando. A escolhaou <strong>de</strong>finição do texto <strong>de</strong> referência é <strong>de</strong>cisiva no processo, poisé difícil fazer uma boa resenha <strong>de</strong> um texto ruim, pequeno, semconsistência ou <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> na abordagem do assunto.Pressupõe uma leitura rigorosa do texto e <strong>de</strong>ve conter, segundoAmboni e Amboni (1996 apud CASAGRANDE, 2003):a) capa;b) folha <strong>de</strong> rosto;Unida<strong>de</strong> 6141


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinac) sumário (se necessário);d) introdução: o assunto <strong>de</strong>ve ser apresentado no primeiroparágrafo, partindo <strong>de</strong> algumas consi<strong>de</strong>rações mais genéricas,até chegar ao ponto em que será dada maior ênfase. A seguir,o <strong>auto</strong>r <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>monstrar a importância da abordagem, osobjetivos e o método ou caminho <strong>de</strong> sua abordagem, afim <strong>de</strong>que possa <strong>de</strong>spertar o interesse do leitor. Também <strong>de</strong>ve serapresentado na introdução, o livro ou o texto <strong>de</strong> referência<strong>de</strong>finido para a resenha crítica, bem como, os <strong>auto</strong>res queserão utilizados como apoio nas análises;e) apresentação das idéias do texto: o acadêmico <strong>de</strong>ve apresentaras idéias principais e secundárias, discutidas pelo <strong>auto</strong>r dolivro, capítulo ou artigo a ser usado como referência básica.f ) apreciação crítica: a partir da compreensão objetiva damensagem comunicada pelo livro, capítulo ou artigo, oacadêmico <strong>de</strong>verá tomar posição própria em relação às idéiasapresentadas, numa tentativa <strong>de</strong> superar a estrita mensagemtransmitida pelo <strong>auto</strong>r do texto, explorar as idéias expostas,dialogar com o <strong>auto</strong>r concordando ou discordando, levandoem consi<strong>de</strong>ração a valida<strong>de</strong> ou aplicabilida<strong>de</strong> das idéiasexpostas pelo mesmo.g) conclusão: para a elaboração das consi<strong>de</strong>rações finais <strong>de</strong>ve-selevar em conta os objetivos propostos, apontando as principaisreflexões apresentadas no <strong>de</strong>correr do trabalho. O acadêmicoexpõe claramente seu ponto <strong>de</strong> vista mais marcante na apreciaçãocrítica;h) referências: <strong>de</strong>vem aparecer todas as obras consultadas para aprodução da resenha crítica.SEÇÃO 4FichamentoA leitura é uma ativida<strong>de</strong> constante na vida acadêmica e se torna,no <strong>de</strong>correr do curso, a base <strong>de</strong> nossa formação. Somos sujeitosativos <strong>de</strong> nossa aprendizagem e não po<strong>de</strong>mos esperar que tudoseja transmitido pelos professores. A iniciativa <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>rsempre <strong>de</strong>verá ser nossa.142


Metodologia da PesquisaO estudante tem <strong>de</strong> se convencer <strong>de</strong> que sua aprendizagemé uma tarefa eminentemente pessoal; tem <strong>de</strong>se transformar num estudioso que encontra no ensinoescolar não um ponto <strong>de</strong> chegada, mas um limiar apartir da qual constitui toda uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudoe <strong>de</strong> pesquisa [...] (SEVERINO, 2000, p. 35).A leitura é um instrumento <strong>de</strong> aprendizagem que nos permite tero conhecimento e a compreensão do mundo; por isso, <strong>de</strong>vemosnos tornar especialistas nela.Estamos diante <strong>de</strong> uma cultura que se complexifica a cada diaque passa e nem sempre conseguimos assimilar o conjunto dasinformações que nos ro<strong>de</strong>iam. E, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da leitura queestamos fazendo, seja pelo interesse ou pela necessida<strong>de</strong>, algumasanotações precisam ser feitas.A maneira mais a<strong>de</strong>quada para reter essas informações é oregistro em algum suporte físico. Achar que a memória vai darconta <strong>de</strong> armazenar tudo é um gran<strong>de</strong> engano. Na memória, infelizmente,não po<strong>de</strong>mos confiar.Veja os procedimentos para aelaboração do resumo na seçãosobre resumo, <strong>de</strong>sta unida<strong>de</strong>.A ficha <strong>de</strong> leitura po<strong>de</strong> se tornar um instrumento útil nomomento da recuperação <strong>de</strong> uma informação e po<strong>de</strong> ser realizadapara diferentes fins: a) como instrumento <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dadosna realização <strong>de</strong> uma pesquisa bibliográfica; b) como trabalhoacadêmico em disciplinas <strong>de</strong> graduação e pós-graduação; c) comopreparação <strong>de</strong> textos na apresentação oral <strong>de</strong> trabalhos em sala <strong>de</strong>aula; e, d) como um instrumento auxiliar na leitura e registro dasidéias <strong>de</strong> um texto.Quando se fala em ficha <strong>de</strong> leitura <strong>auto</strong>maticamente pensamosnaquele papel <strong>de</strong> cartolina que é vendido em livrarias e quepossui em média 10,5 × 15,5 cm. Entretanto, com os recursosdisponibilizados pela tecnologia, po<strong>de</strong>mos fazer os registros diretamenteno computador e <strong>de</strong>pois imprimi-los em papel A4.Para fazer a ficha <strong>de</strong> leitura, primeiramente, é necessário<strong>de</strong>limitar a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura do texto. Po<strong>de</strong>mosenten<strong>de</strong>r por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura, um setor do textoque possui um sentido completo. Po<strong>de</strong> ser um livro,um capítulo <strong>de</strong> um livro, um artigo científico, umamatéria <strong>de</strong> jornal ou revista, ou qualquer outro textoque precise ser estudado.Unida<strong>de</strong> 6143


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaDe maneira geral, as fichas po<strong>de</strong>m ser classificadas em 2 tipos:bibliográfica e temática. A bibliográfica, como o próprio nomediz, ocupa-se <strong>de</strong> uma obra e, a temática, <strong>de</strong> um tema pesquisadoem várias obras. Assim, se o objetivo é fazer a leitura e apontamentosda obra “A semente da vitória”, <strong>de</strong> Nuno Cobra, teríamosum fichamento bibliográfico, mas se o objetivo é a leitura e atomada <strong>de</strong> apontamentos sobre o tema “sono”, em várias obras,teríamos um fichamento temático.Veja os procedimentos para aelaboração do resumo na seçãosobre resumo, <strong>de</strong>sta unida<strong>de</strong>.Saiba mais sobre a apresentação<strong>de</strong> citações na unida<strong>de</strong> 8.As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas na leitura também po<strong>de</strong>m servir paraclassificar os tipos <strong>de</strong> ficha. No momento da leitura po<strong>de</strong>mosresumir, transcrever trechos consi<strong>de</strong>rados importantes ousimplesmente comentar analiticamente o texto. Dessas ativida<strong>de</strong>spo<strong>de</strong>m resultar a ficha resumo, a ficha <strong>de</strong> citação e a ficha <strong>de</strong>comentário analítico.Ficha resumo: resumir significa apresentar <strong>de</strong> forma concisaàs principais idéias <strong>de</strong> um texto. O resumo <strong>de</strong>ve ser elaboradona fase da leitura analítica, no exato momento em que conseguimosassimilar e compreen<strong>de</strong>r as idéias do texto. Quanto maiora compreensão das idéias, tanto maior será nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>resumir.Ficha <strong>de</strong> citação: nesse tipo <strong>de</strong> ficha copia-se literalmente, naforma <strong>de</strong> transcrição textual (cópia fiel), trechos consi<strong>de</strong>radosrelevantes para o estudo do texto. A parte a ser transcrita não<strong>de</strong>verá ser muito extensa, pois não faz muito sentido copiar porcopiar. As fichas <strong>de</strong>sse tipo po<strong>de</strong>m dar origem às citações notexto quando se está elaborando um trabalho acadêmico. Sãochamadas <strong>de</strong> citações diretas e po<strong>de</strong>m ser curtas (com até 3linhas) e longas (com mais <strong>de</strong> 3 linhas).Ficha <strong>de</strong> comentário analítico: nessas fichas po<strong>de</strong>m ser registradasas nossas reflexões sobre o material que está sendo lido(MEZZAROBA; MONTEIRO, 2003, p. 233). As reflexões po<strong>de</strong>mresultar em: a) afinida<strong>de</strong> - quando a análise manifesta nossaconcordância e aceitação das idéias do texto; b) antagonismo- quando manifestamos discordância e, neste caso, é importantefundamentar bem nossas idéias com argumentos lógicose convincentes, pois simplesmente não po<strong>de</strong>mos discordar pordiscordar; e c) conexões com outras idéias – on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>moscomparar as idéias do <strong>auto</strong>r com as idéias <strong>de</strong> outros <strong>auto</strong>res e,assim, possuir uma visão mais ampla sobre o tema.144


Metodologia da PesquisaA ficha <strong>de</strong> leitura possui três elementos na sua estrutura:cabeçalho, referências e texto. No cabeçalho <strong>de</strong>ve aparecer otítulo ou assunto da ficha; na referência os elementos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificaçãoda obra pesquisada e no texto, o conteúdo da ficha (resumo,transcrição ou comentário). Veja o exemplo:TÍTULO DA FICHAReferênciaTexto = resumo, transcrição ou comentário analíticoSEÇÃO 5PapersO paper caracteriza-se principalmente pela originalida<strong>de</strong>, ouseja, as reflexões <strong>de</strong>vem ser mesmo do <strong>auto</strong>r do paper. SegundoMe<strong>de</strong>iros (1997, p. 186), “[...] se o <strong>auto</strong>r apenas compilou informaçõessem fazer avaliações ou interpretações sobre elas, oproduto do seu trabalho será um relatório e não um paper.”Espera-se <strong>de</strong> quem o escreve uma avaliação e/ou interpretaçãodos fatos ou das informações que foram recolhidas, ou seja, o<strong>de</strong>senvolvimento sintético <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista acerca <strong>de</strong> umtema, <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> observada, <strong>de</strong> um texto, uma tomada<strong>de</strong> posição <strong>de</strong>finida e a expressão dos conhecimentos <strong>de</strong> formaoriginal.Unida<strong>de</strong> 6145


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaPara elucidar melhor o conceito <strong>de</strong> paper, vale lembrar o que elenão é:O paper não é: a) um resumo <strong>de</strong> um artigo ou livro (ououtra fonte); b) idéias <strong>de</strong> outras pessoas, repetidas nãocriticamente; c) uma série <strong>de</strong> citações, não importa sehabilmente postas juntas; d) opinião pessoal não evi<strong>de</strong>nciada,não <strong>de</strong>monstrada; e) cópia do trabalho <strong>de</strong> outrapessoa sem reconhecê-la, quer o trabalho seja ou nãopublicado, profissional ou amador: isto é plágio. (ROTHapud MEDEIROS, 1997, p. 187).Estrutura do paper: capa; folha <strong>de</strong> rosto; sumário; introdução (1° parágrafo): objetivo, <strong>de</strong>limitação; <strong>de</strong>senvolvimento: posicionamento, avaliação, reflexão. do <strong>auto</strong>rdo paper em relação ao texto/realida<strong>de</strong>/tema; conclusão (último parágrafo): síntese concisa das principaisidéias <strong>de</strong>fendidas no <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho; referências.Quais os outros tipos <strong>de</strong> papers existentes?Os nomes são em inglês. São eles paper, position paper e shortpaper. Veja como se estruturam cada um <strong>de</strong>les.Paper – comunicação científica: A comunicação científica<strong>de</strong>fine-se como a informação que se apresenta em congressos,simpósios, reuniões, aca<strong>de</strong>mias, socieda<strong>de</strong>s científicas. Emtais encontros, os trabalhos realizados são expostos em temporeduzido. A finalida<strong>de</strong> do paper tipo comunicação científica éfazer conhecida a <strong>de</strong>scoberta e os resultados alcançados com apesquisa, po<strong>de</strong>ndo por fim fazer parte <strong>de</strong> anais.Em geral, as comunicações científicas não permitem a reproduçãototal da experiência realizada e levam em consi<strong>de</strong>ração osseguintes elementos: finalida<strong>de</strong>, informações, estrutura, linguageme abordagem.146


Metodologia da PesquisaA estrutura da comunicação científica (paper), para apresentaçãooral, engloba: introdução: formulação do tema, justificativa, objetivos, metodologia,<strong>de</strong>limitação do problema, abordagem e exposiçãoexata da idéia central; <strong>de</strong>senvolvimento: inclui exposição <strong>de</strong>talhada do que se dissena introdução e fundamentação lógica das idéias apresentadas; conclusão: busca uma síntese dos resultados da pesquisa.A estrutura da comunicação científica escrita, para Me<strong>de</strong>iros(1997, p. 180), com as adaptações que se fazem necessárias, po<strong>de</strong>ser esta:a) capa; b) folha <strong>de</strong> rosto: que engloba o nome docongresso (ou evento), local do evento, data, títulodo trabalho, nome do <strong>auto</strong>r, cre<strong>de</strong>nciais do <strong>auto</strong>r; c)resumo: síntese do trabalho. Po<strong>de</strong> aparecer entre otítulo e o texto, ou ao final do trabalho; d) conteúdo:introdução, <strong>de</strong>senvolvimento, conclusão (Conforme aapresentação oral); e) referências.Position paper: A realida<strong>de</strong> e a educação mo<strong>de</strong>rna não po<strong>de</strong>maceitar mais aquele aluno que simplesmente <strong>de</strong>cora textos paratirar notas boas e que simplesmente reúne um amontoado <strong>de</strong>idéias <strong>de</strong> outros <strong>auto</strong>res.Pelo contrário, hoje, exige-se que um aluno saiba ler e interpretar,mas que, sobretudo, também questione e se posicione diante darealida<strong>de</strong> do que é dito, e apresentando assim suas próprias idéias.Isso é sinal <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> intelectual.É nessa linha <strong>de</strong> raciocínio que se situa o position paper. Através<strong>de</strong>le, o educando <strong>de</strong>senvolve sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reflexão e criativida<strong>de</strong>diante do que está escrito (livro, artigo, revista, jornal, etc.),diante do que é apresentado (palestra, congresso, seminário, curso,etc.) e também diante do que po<strong>de</strong> ser observado numa realida<strong>de</strong>(empresa, projeto, entida<strong>de</strong>, viagem <strong>de</strong> estudos, etc.).É bom acentuar que não se trata <strong>de</strong> um relatório ou resumo.É uma reflexão original, em que o educando <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser umreceptor passivo e passa a ser um sujeito crítico e ativo na construção<strong>de</strong> novos conhecimentos.Unida<strong>de</strong> 6147


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaComo a própria palavra pressupõe, o position paper é uma“posição”, do próprio <strong>auto</strong>r, mas é também o posicionamento<strong>de</strong> outros <strong>auto</strong>res sobre o assunto. Por isso, este tipo <strong>de</strong> trabalhoexige uma revisão bibliográfica, ou seja, a pesquisa <strong>de</strong> estudos jáefetuados por outros <strong>auto</strong>res.A estrutura do position paper po<strong>de</strong> ser assim disposta:a) capa;b) folha <strong>de</strong> rosto;c) sumário;d) introdução: objetivo, <strong>de</strong>limitação, metodologia;e) revisão bibliográfica: sobre o assunto (no mínimo dois outros<strong>auto</strong>res);f) reflexão e posicionamento: do <strong>auto</strong>r sobre o assunto;g) conclusão;h) referências.Short paper ou issue paper: A própria tradução <strong>de</strong>stes termosjá oferece uma base conceitual para este tipo <strong>de</strong> trabalho:pequeno, conciso, problema crucial, questão, tema. Para enten<strong>de</strong>rmelhor, basta pegar um exemplo prático: diante <strong>de</strong> um texto ourealida<strong>de</strong> observada, sempre ou quase sempre aparecem certassingularida<strong>de</strong>s ou partes mais específicas, o que significa afirmarque se po<strong>de</strong> discorrer apenas sobre uma <strong>de</strong>stas partes.A <strong>de</strong>cisão sobre qual ponto específico abordar po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finidapelo professor, que po<strong>de</strong>, também, <strong>de</strong>ixá-la a critério do aluno.Deve ficar evi<strong>de</strong>nte, no entanto, que o fato <strong>de</strong> o short paper ouissue paper ter uma abrangência menor em termos <strong>de</strong> abordagem,não significa dizer que o conteúdo <strong>de</strong>va ser tratado com menorprofundida<strong>de</strong>. Pelo contrário: a <strong>de</strong>limitação do tema propicia oaprofundamento do conteúdo.Estrutura do short paper ou issue paper:a) capa;b) folha <strong>de</strong> rosto;c) introdução (1° parágrafo): objetivo, <strong>de</strong>limitação (nesta é muitoimportante situar o objeto específico <strong>de</strong> reflexão <strong>de</strong>ntro docontexto geral em que esta foi <strong>de</strong>limitada);d) <strong>de</strong>senvolvimento: posicionamento, avaliação, questionamentodo <strong>auto</strong>r em relação ao ponto específico que foi abordado;e) conclusão (último parágrafo): síntese concisa das principaisidéias <strong>de</strong>fendidas no <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho;f ) referências.148


Metodologia da PesquisaSEÇÃO 6Artigo científicoNa vida acadêmica, são várias às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa realizadas,tanto pelo corpo docente como pelo discente. Essas ativida<strong>de</strong>sresultam <strong>de</strong> trabalhos didáticos e científicos elaborados freqüentementenas disciplinas, cursos ou em grupos <strong>de</strong> pesquisa. Asativida<strong>de</strong>s que se caracterizam como trabalhos didáticos resultamda interação cultural, pois permitem que o conhecimentoseja reconstruído, na medida em que se tem acesso ao mundoculturalmente instituído. Os trabalhos científicos, por sua vez,resultam <strong>de</strong> um esforço <strong>de</strong> criação e elaboração <strong>de</strong> novos saberes,possuem uma natureza mais complexa e permitem que o conhecimentose renove. Outra diferença significativa entre os doistipos <strong>de</strong> trabalho é o tratamento que se dá ao objeto <strong>de</strong> estudo noprocesso <strong>de</strong> sua assimilação, compreensão e construção.Os trabalhos didáticos e científicos, muitas vezes, pelo nível <strong>de</strong>excelência que apresentam, são merecedores <strong>de</strong> publicação. Asinstituições <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> maneira geral, e os cursos que a elaspertencem, em particular, dispõem <strong>de</strong> revistas especializadas paraa publicação <strong>de</strong>sses trabalhos produzidos por alunos e professores.Artigo científico po<strong>de</strong> ser entendido como um trabalho completoem si mesmo, mas possui dimensão reduzida. Köche (1997,p. 149) afirma que “o artigo é a apresentação sintética, em forma<strong>de</strong> relatório escrito, dos resultados <strong>de</strong> investigações ou estudosrealizados a respeito <strong>de</strong> uma questão.”Salvador (1977, p. 24) apresenta cinco razões para escreverartigos científicos. São elas:Só para citar um exemplo,a <strong>Unisul</strong> possui uma revistacientífica chamada Epistemeon<strong>de</strong> são publicados as produçõescientíficas <strong>de</strong> seus alunos eprofessores.a) Expor aspectos novos por nós <strong>de</strong>scobertos,mediante o estudo e a pesquisa, a respeito <strong>de</strong> umaquestão, ou <strong>de</strong> aspectos que julgamos terem sidotratados apenas superficialmente, ou soluções novaspara questões conhecidas; b) expor <strong>de</strong> uma maneiranova uma questão já antiga; c) anunciar resultados <strong>de</strong>uma pesquisa, que será exposta futuramente em livro;Unida<strong>de</strong> 6149


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinad) <strong>de</strong>senvolver aspectos secundários <strong>de</strong> uma questãoque não tiveram o <strong>de</strong>vido tratamento em livro quefoi editado ou que será editado; e) abordar assuntoscontrovertidos para os quais não houve tempo <strong>de</strong>preparar um livro.O artigo é um meio <strong>de</strong> atualização <strong>de</strong> informações e por isso,enquanto fonte <strong>de</strong> pesquisa, jamais po<strong>de</strong> ser ignorado por alunose professores no processo <strong>de</strong> busca e aquisição <strong>de</strong> conhecimentos.Para a publicação <strong>de</strong> um artigo científico é necessário que seobservem as recomendações fixadas pela Associação Brasileira <strong>de</strong>Normas Técnicas (2003), a qual estrutura, <strong>de</strong> maneira geral, osseguintes elementos: pré-textuais, textuais, pós-textuais.Elementos pré-textuais:Os elementos pré-textuais são os seguintes: título: contém o termo ou expressão que indica o conteúdodo artigo; <strong>auto</strong>ria: nome do <strong>auto</strong>r ou <strong>auto</strong>res, acompanhado <strong>de</strong> umbreve currículo (figura em nota <strong>de</strong> rodapé); resumo: apresenta objetivos, metodologia, resultados econclusões alcançadas. Deve ser elaborado <strong>de</strong> acordo com aAssociação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas (1990); palavras-chave: termos indicativos do conteúdo do artigo.Elementos textuais:Os elementos textuais são constituídos das seguintes partes: introdução: apresenta o tema-questão-problema, justifica-o,expõe a finalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>screve a metodologia que foi adotadana realização da pesquisa; <strong>de</strong>senvolvimento: apresenta os resultados do estudo; conclusão: analisa criticamente os resultados do estudo eabre perspectivas para novas investigações;Elementos pós-textuais:Os elementos pós-textuais são os seguintes: título e subtítulo (se houver): escrito em língua estrangeira; resumo: o mesmo resumo que aparece como elemento prétextual,porém, escrito em língua estrangeira; palavras-chave: escritas em língua estrangeira; notas explicativas: citadas para evitar notas <strong>de</strong> rodapé;150


Metodologia da Pesquisa referências: apresenta às obras que foram citadas no corpodo artigo conforme a Associação Brasileira <strong>de</strong> NormasTécnicas (2002). glossário: <strong>de</strong>finição, em or<strong>de</strong>m alfabética, <strong>de</strong> termos queassumem significado específico no artigo; apêndice: texto escrito pelo <strong>auto</strong>r, que complementa às idéiascontidas no <strong>de</strong>senvolvimento; anexo: documento não escrito pelo <strong>auto</strong>r, que fundamenta,comprova ou ilustra aspectos contidos no <strong>de</strong>senvolvimento;É importante salientar que nem todas as revistas científicasseguem rigorosamente a or<strong>de</strong>m dos elementos apresentados nestetexto. Alguns itens po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong> acordo com as necessida<strong>de</strong>se/ou exigência <strong>de</strong> cada conselho editorial. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntementedisso é importante que professores e alunos sintam-se motivadospara publicar os resultados <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s científicas oudidáticas.SEÇÃO 7Monografia/Trabalho <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso (TCC)Estes tipos <strong>de</strong> trabalho são praticamente a mesma coisa. Existemcursos <strong>de</strong> graduação que usam a nomenclatura TCC e outros usamo termo Monografia ou Relatório (geralmente trabalho maisprático) em seus currículos.O TCC é um tipo <strong>de</strong> trabalho exigido para a conclusão <strong>de</strong> umcurso <strong>de</strong> graduação, como requisito para a obtenção do título <strong>de</strong>bacharel e/ou licenciatura. Aborda um tema relacionado com ocurso ou uma disciplina. Por exigir rigor científico é importanteque tenha orientação <strong>de</strong> conteúdo e técnica.Quanto a monografia, a própria etimologia já explicaem gran<strong>de</strong> parte esta forma <strong>de</strong> trabalho. “Mono” quedizer “um” e “grafia” significa “escrita”. Juntando as palavras,tem-se o conceito: a escrita sobre um assunto.Unida<strong>de</strong> 6151


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaIsto é: a abordagem sistemática sobre um assunto bastante <strong>de</strong>limitado.É a <strong>de</strong>limitação que permite um maior aprofundamentodo assunto.A monografia se configura como uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pesquisa científica, em função dos recursos metodológicosque exige na sua elaboração, sendo geralmentesolicitada nos últimos anos dos cursos <strong>de</strong> graduação enos cursos <strong>de</strong> pós-graduação.A monografia é o resultado do estudo científico <strong>de</strong>um tema, ou <strong>de</strong> uma questão mais específica sobre<strong>de</strong>terminado assunto; vai sistematizar o resultado dasleituras, observações, críticas e reflexões feitas peloeducando.O trabalho monográfico ultrapassa o nível da simplescompilação <strong>de</strong> textos, dos resumos ou opiniõespessoais, exigindo um maior rigor na coleta e análisedos dados a serem utilizados, po<strong>de</strong>ndo ainda avançarno campo do conhecimento científico, propondoalternativas para abordagens teóricas ou práticas nasvárias áreas do saber. (PÁDUA, 1995, p. 148).Segundo Verani e Neves (2003, p. 43), a monografia tem umaestrutura idêntica à <strong>de</strong> qualquer texto dissertativo, ou seja, <strong>de</strong>veconter os seguintes elementos textuais: introdução: on<strong>de</strong> são apresentados o tema e o problema dapesquisa feita, sua justificativa, objeto e objetivos, bem como,aspectos da metodologia utilizada na pesquisa; <strong>de</strong>senvolvimento: on<strong>de</strong> acontece a fundamentação lógicae a exposição do assunto. Visa a expor, explicar, <strong>de</strong>monstrar,provar, fundamentar aquilo que a pesquisa revelou. É,por assim dizer, comunicar os resultados da pesquisa, seja elabibliográfica, <strong>de</strong> campo ou <strong>de</strong> laboratório; conclusão: on<strong>de</strong> o <strong>auto</strong>r apresenta sua síntese pessoal,objetiva, interpretando argumentos. É a fase final do trabalho,o fechamento da introdução, a síntese da reflexão.Ela se compõe, ainda, <strong>de</strong> elementos pré-textuais (capa, folha<strong>de</strong> rosto, sumário, etc.) e pós-textuais (referências, anexos, etc.)antece<strong>de</strong>m e suce<strong>de</strong>m os mesmos.152


Metodologia da Pesquisa<strong>Ativida<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliaçãoLeia com atenção os enunciados e responda às questões solicitadas.Lembre-se que estas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliação têmcomo objetivo <strong>de</strong>senvolver com <strong>auto</strong>nomia a sua aprendizagem.Para você obter sucesso, primeiro responda todas as questõessugeridas e em seguida verifique as suas respostas, relacionandoascom as sugestões e comentários do professor, localizadas aofinal <strong>de</strong>ste livro didático.1 Qual a finalida<strong>de</strong> dos trabalhos acadêmicos?2 Por que num trabalho acadêmico o estudante po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong>ser um mero espectador da vida universitária?Unida<strong>de</strong> 6153


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina3 Apresente três características <strong>de</strong>:MonografiaPosition PaperResenha Crítica4 Acesse o scielo Brasil (www.scielo.br) digite a palavra- chaveética and pesquisa, selecione o artigo escrito por Sigmar <strong>de</strong>Mello Ro<strong>de</strong> e Bruno das Neves Cavalcante publicado na revistaPesquisa Odontológica Brasileira e faça um comentário analíticodas idéias presentes do texto.TÍTULO DA FICHA (crie o título)RODE, Sigmar <strong>de</strong> Mello; CAVALCANTI, Bruno das Neves. Ética em <strong>auto</strong>ria <strong>de</strong> trabalhoscientíficos. Pesquisa Odontologia Brasileira,São Paulo, v. 17, p. 65-66, maio 2003. Disponívelem: citado 03 Julho 2004], p.65-66. Disponível em: . Acessoem: 15 jun. 2004.Comentário analítico sobre o texto154


Metodologia da Pesquisa5 Como po<strong>de</strong>mos colocar conteúdos em nosso trabalho semincorrermos no erro (e no crime) <strong>de</strong> plágio?6 Comece a estruturar um paper (escolha um dos tipos nestaunida<strong>de</strong>) sobre o tema “artigo científico”. Para tal, observe atentamenteos elementos do tipo <strong>de</strong> paper escolhido e a forma <strong>de</strong>apresentação (citações, referências, apresentação gráfica e redação,apresentados, respectivamente, nas unida<strong>de</strong>s 6, 7, 8. Ao final <strong>de</strong>stelivro você encontrará o formulário <strong>de</strong>stacável para encaminharseu trabalho para o professor tutor.Unida<strong>de</strong> 6155


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaSínteseNesta unida<strong>de</strong> você estudou que pesquisar, ou seja, <strong>de</strong>scobrirnovos conhecimentos é fundamental. No entanto, não menosimportante é a sistematização correta e divulgação <strong>de</strong>ste conhecimento.Para isso é que existem os diversos tipos <strong>de</strong> trabalhoscientíficos.É através da produção científica que você, acadêmico, passa aser um ator importante na aca<strong>de</strong>mia e na socieda<strong>de</strong>, pois vocêpo<strong>de</strong> publicar seus conhecimentos e estes conhecimentos po<strong>de</strong>mmelhorar a vida da aca<strong>de</strong>mia e da socieda<strong>de</strong>.Você também estudou que existem vários tipos <strong>de</strong> trabalhos e quecada um serve para <strong>de</strong>terminada finalida<strong>de</strong>.Saiba maisKÖCHE, J. C. Fundamentos da metodologia científica: teoriada ciência e prática <strong>de</strong> pesquisa. 14. ed. rev. e atual. Petrópolis:Vozes, 1997.LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. <strong>de</strong> A. Metodologia dotrabalho científico. 4. ed. rev. e amp. São Paulo: Atlas, 1995.MEZZAROBA, O.; MONTEIRO, C. S. M. Manual <strong>de</strong>metodologia da pesquisa no direito. São Paulo: Saraiva, 2003.SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed.rev.. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000.156


UNIDADE 7Estrutura, redação e apresentaçãodo relatório <strong>de</strong> pesquisa 7Objetivos <strong>de</strong> aprendizagem I<strong>de</strong>ntificar os componentes que integram oselementos pré-textuais, textuais e pós-textuais <strong>de</strong> umrelatório <strong>de</strong> pesquisa; distinguir os componentes obrigatórios e opcionais<strong>de</strong>ntro dos elementos pré-textuais, textuais e póstextuais; i<strong>de</strong>ntificar e compreen<strong>de</strong>r como se <strong>de</strong>senvolvecada componente que integra a estrutura lógica dorelatório <strong>de</strong> pesquisa; i<strong>de</strong>ntificar os elementos que enfatizam o estilo naredação <strong>de</strong> um texto científico; estabelecer os parâmetros do projeto gráfico <strong>de</strong> umtrabalho acadêmico no que se refere às fontes, papel,margens, espaçamentos, paginação, numeraçãoprogressiva, títulos e apresentação <strong>de</strong> ilustrações etabelas no texto.Seções <strong>de</strong> estudoSeção 1 Qual a estrutura geral do relatório <strong>de</strong>pesquisa?Seção 2 Qual a estrutura lógica do trabalhoacadêmico?Seção 3 Que elementos enfatizam o estilo na redaçãodo relatório <strong>de</strong> pesquisa?Seção 4 Como fazer a apresentação gráfica do relatório<strong>de</strong> pesquisa?


Para início <strong>de</strong> conversaNesta sétima unida<strong>de</strong> você irá apreen<strong>de</strong>r a estruturar seustrabalhos acadêmicos, estudando os elementos pré-textuais,textuais, pós-textuais. Você verá um conjunto <strong>de</strong> itens que lhedarão informações precisas para fazer uma boa apresentaçãográfica do texto, estruturando a apresentação do trabalho.Seção 1Qual a estrutura geral do relatório <strong>de</strong> pesquisa?A estrutura do trabalho acadêmico, para a Associação Brasileira<strong>de</strong> Normas Técnicas (2005b), compreen<strong>de</strong>: elementos prétextuais,elementos textuais e elementos pós-textuais. A seguirrelacionamos na tabela abaixo os itens que compõem cadaum <strong>de</strong>sses elementos e em seguida, você estudará em maiores<strong>de</strong>talhes cada um <strong>de</strong>sses elementos.Elementos pré-textuais Elementos textuais Elementos pós-textuais Capa Lombada Folha <strong>de</strong> rosto Errata Folha <strong>de</strong> aprovação Dedicatória(s) Agra<strong>de</strong>cimento(s) Epígrafe Resumo na língua vernácula Resumo em língua estrangeira Lista <strong>de</strong> ilustrações Lista <strong>de</strong> tabelas Lista <strong>de</strong> abreviaturas e siglas Lista <strong>de</strong> símbolos Sumário Introdução Desenvolvimento Conclusão Referências Glossário Apêndice(s) Anexo(s) Índice(s)158


Metodologia da PesquisaQuais os itens que compõem os elementospré-textuais do trabalho acadêmico?Os itens que compõem os elementos pré-textuais são apresentados<strong>de</strong> acordo com a natureza e necessida<strong>de</strong> do trabalho. Ostrabalhos elaborados em nível <strong>de</strong> disciplina são menos sofisticadose assumem características diferentes dos trabalhos apresentadosno final dos cursos <strong>de</strong> graduação e pós-graduação. Por issoé muito importante que você observe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentarou não os elementos relacionados abaixo.Os mo<strong>de</strong>los são apresentados levando em conta a padronizaçãoadotada pela Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina (2002). Capa: A capa é um elemento obrigatório e <strong>de</strong>verá conter a<strong>auto</strong>ria, o título e subtítulo (se houver), local e data <strong>de</strong> apresentaçãodo trabalho. Veja o mo<strong>de</strong>lo na página 225. Lombada: A lombada é opcional e é apresentada emtrabalhos enca<strong>de</strong>rnados. É o caso das monografias, dissertaçõesteses. Folha <strong>de</strong> rosto: A folha <strong>de</strong> rosto praticamente reproduz acapa. As informações são: <strong>auto</strong>ria, título e subtítulo (se houver),natureza do trabalho, nome da instituição, professor da disciplina,local e data. Veja o mo<strong>de</strong>lo na página 227. Errata: Elemento opcional e é apresentada, geralmente,<strong>de</strong>pois que o trabalho já foi entregue. Deve ser elaboradaconforme o mo<strong>de</strong>lo abaixo:Folha Linha On<strong>de</strong> se lê Deve se ler41 3 compreenção compreensão Folha <strong>de</strong> aprovação: A folha <strong>de</strong> aprovação é um elementoobrigatório nos trabalhos <strong>de</strong> final <strong>de</strong> curso <strong>de</strong> graduação e pósgraduação,nesse caso, é necessário consultar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cadacurso. Nos trabalhos <strong>de</strong> final <strong>de</strong> disciplina não há exigência <strong>de</strong>ssaseção.Unida<strong>de</strong> 7159


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina Dedicatória: A <strong>de</strong>dicatória é uma página on<strong>de</strong> se prestamhomenagens a quem quer que seja: pai, filho, esposo, esposa, etc.É opcional nos trabalhos <strong>de</strong> final <strong>de</strong> curso <strong>de</strong> graduação e pósgraduaçãoentretanto não recomendável nos trabalhos <strong>de</strong> disciplinas. Agra<strong>de</strong>cimentos: Os agra<strong>de</strong>cimentos são feitos às pessoasque, <strong>de</strong> uma forma ou <strong>de</strong> outra, colaboraram com a elaboração dotrabalho. É opcional nos trabalhos <strong>de</strong> final <strong>de</strong> curso <strong>de</strong> graduaçãoe pós-graduação e não recomendável nos trabalhos <strong>de</strong> disciplinas. Epígrafe: É a apresentação <strong>de</strong> um pensamento que representaa idéia ou lema do trabalho. Geralmente são pensamentos <strong>de</strong>gran<strong>de</strong>s cientistas, filósofos, políticos, etc. Também po<strong>de</strong> aparecerna abertura das seções primárias. É um elemento opcional. Resumo na língua vernácula: Os resumos que prece<strong>de</strong>mtrabalhos científicos são normatizados pela NBR 6028 da AssociaçãoBrasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas (1990). Observe os procedimentos:a) para notas e comunicações, até 100 palavras; para monografiase artigos, até 250 palavras; para teses até 500 palavras;b) a digitação é feita em espaço simples e em um só bloco. Nãohá mudança <strong>de</strong> parágrafo;c) o conteúdo apresenta o assunto, os objetivos, a metodologia,os resultados e conclusões;d) as palavras-chave ou <strong>de</strong>scritores são colocados na parteinferior, o mais próximo possível do texto. Veja o mo<strong>de</strong>lo napágina 229. Resumo em língua estrangeira: Apresenta as mesmascaracterísticas do resumo na língua vernácula. Quando obrigatório<strong>de</strong>ve ser traduzido para a língua <strong>de</strong> exigência do curso. Lista <strong>de</strong> ilustrações: As ilustrações <strong>de</strong>vem ser apresentadasem lista, conforme seu nome <strong>de</strong>signativo (lista <strong>de</strong> gráficos, lista<strong>de</strong> quadros, lista <strong>de</strong> fotografias, lista <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos, etc.). Veja omo<strong>de</strong>lo na página 231.160


Metodologia da Pesquisa Lista <strong>de</strong> tabelas: A lista é elaborada <strong>de</strong> acordo com a or<strong>de</strong>mapresentada no texto e acompanhada do respectivo número dapágina. Veja o mo<strong>de</strong>lo na página 233. Lista <strong>de</strong> abreviatura e siglas: As abreviaturas <strong>de</strong>vem sercolocadas em or<strong>de</strong>m alfabética e acompanhadas <strong>de</strong> seu respectivosignificado. Veja o mo<strong>de</strong>lo na página 235. Lista <strong>de</strong> símbolos: É opcional e <strong>de</strong>ve ser apresentada <strong>de</strong>acordo com a or<strong>de</strong>m que aparece no texto e acompanhada dorespectivo significado. Sumário: O sumário apresenta as principais divisões dotrabalho. Veja o mo<strong>de</strong>lo na página 237h. Para realizá-lo, observe osseguintes procedimentos:a) os títulos <strong>de</strong>vem ser alinhados à margem esquerda, sem recuoe seguidos <strong>de</strong> linhas pontilhadas até a coluna <strong>de</strong> página;b) os <strong>de</strong>staques gráficos <strong>de</strong>vem ser apresentados da mesmamaneira que aparecem no interior do trabalho, ou seja, seestiverem em negrito no sumário, também <strong>de</strong>verão figurar emnegrito no interior das páginas. Recomendamos <strong>de</strong>staquesgráficos que correspondam ao nível <strong>de</strong> importância das idéiasconforme o exemplo abaixo:1 SEÇÃO PRIMÁRIA EM LETRAS MAIÚSCULAS E NEGRITO ..............................1.1 Seção secundária em letras minúsculas e negrito .....................................1.1.1 Seção terciária sem letras maiúsculas e sem negrito .............................................Quais os itens que compõem os elementostextuais do trabalho acadêmico?Os elementos textuais são constituídos <strong>de</strong> três partes fundamentaisque correspon<strong>de</strong>m à estrutura lógica do trabalho: introdução,<strong>de</strong>senvolvimento e conclusão. Como esses elementos sãomuito importantes, <strong>de</strong>dicamos a eles uma atenção especial. Vocêverá o <strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les na unida<strong>de</strong> 7 <strong>de</strong>ste curso.Confira.Unida<strong>de</strong> 7161


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaA unida<strong>de</strong> 10 ensina passo a passoa maneira <strong>de</strong> como <strong>de</strong>vem serapresentadas as referências emum trabalho acadêmico. Confira.Quais os itens que compõem os elementospós-textuais do trabalho acadêmico? Referências: É Elemento obrigatório e <strong>de</strong>ve ser apresentado<strong>de</strong> acordo com a NBR 6023 da Associação brasileira <strong>de</strong> NormasTécnicas (2002b). Glossário: É um elemento opcional e apresenta, em or<strong>de</strong>malfabética o significado dos termos utilizados no trabalho. Apêndice(s): Os apêndices são textos complementares elaboradospelo <strong>auto</strong>r do trabalho. A apresentação é feita em or<strong>de</strong>malfabética e a palavra apêndice <strong>de</strong>ve ser escrita em letras maiúsculas.APÊNDICE A – Instrumento <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados – questionárioAPÊNDICE B – Instrumento <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados – entrevista estruturada Anexo(s): Os anexos são textos complementares não elaboradospelo <strong>auto</strong>r do trabalho. A apresentação é feita em or<strong>de</strong>malfabética e a palavra anexo <strong>de</strong>ve ser escrita em letras maiúsculas.ANEXO A - Resolução nº 196, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1996ANEXO B - Resolução G.R.nº 02/02 - Institui Comissão <strong>de</strong> Ética em Pesquisa(CEP) na <strong>Unisul</strong> Índice(s): O índice não <strong>de</strong>ve ser confundido com sumário.O sumário é um elemento pré-textual e apresenta as principaisdivisões do trabalho com, respectivamente, o número das páginas.O índice é um elemento pós-textual e apresenta, em or<strong>de</strong>m alfabética,lista <strong>de</strong> assuntos ou pessoas com a indicação <strong>de</strong> sua localizaçãono texto.162


Metodologia da PesquisaSEÇÃO 2Qual estrutura lógica do trabalho acadêmico?Trabalho acadêmico, na <strong>de</strong>finição da Associação Brasileira<strong>de</strong> Normas Técnicas (2005) é um documento que assume asseguintes características: representa o resultado <strong>de</strong> um estudo; expressa conhecimento do assunto escolhido; emana obrigatoriamente <strong>de</strong> disciplinas, módulos, estudosin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, cursos, programas, etc. é elaborado sob a coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> um orientador.Você viu anteriormente que a estrutura geral do trabalhoacadêmico compreen<strong>de</strong> três elementos: pré-textuais, textuais epós-textuais. Os elementos pré e pós-textuais foram abordadosno capítulo anterior. Nesta sétima unida<strong>de</strong> trataremos especificamentedos elementos textuais.Os elementos textuais correspon<strong>de</strong>m à estrutura lógica dotrabalho. Para Severino (2002b, p. 82):Todo trabalho científico, seja ele uma tese, um textodidático, um artigo ou uma simples resenha <strong>de</strong>veconstituir uma totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inteligibilida<strong>de</strong>, estruturalmenteorgânica, <strong>de</strong>ve formar uma unida<strong>de</strong> comsentido intrínseco e autônomo [...].A estrutura lógica do trabalho acadêmico compreen<strong>de</strong> trêspartes organicamente relacionadas: introdução, <strong>de</strong>senvolvimentoe conclusão. Dentro <strong>de</strong>ssa estrutura se <strong>de</strong>senvolve o raciocínio<strong>de</strong>monstrativo das idéias que compõem o trabalho. Vejamos oconceito e os requisitos básicos <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las.Que elementos <strong>de</strong>ve conter a introdução?O objetivo principal da introdução é apresentar o assunto <strong>de</strong>maneira clara e precisa e, também, a maneira <strong>de</strong> como a pesquisafoi <strong>de</strong>senvolvida. Os principais requisitos para a redação da introduçãosão:Unida<strong>de</strong> 7163


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinaa) Definição do assunto: consiste em anunciar a idéia geral eprecisa sobre o tema. Primeiramente, contextualizamos a área<strong>de</strong> conhecimento em que o tema se situa e <strong>de</strong>pois, apresentamos<strong>de</strong> maneira bem específica a questão ou as questões queo trabalho se propõe a respon<strong>de</strong>r. Trata-se da problematizaçãoda pesquisa.b) Objetivos: apresentam as ações que <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>senvolvidasna pesquisa. O verbo no infinitivo (analisar..., <strong>de</strong>monstrar...,i<strong>de</strong>ntificar..., <strong>de</strong>screver..., etc.) ajuda na redação doenunciado, apresentando <strong>de</strong> maneira mais clara o que <strong>de</strong>veráser abordado no trabalho. É necessário tomar cuidadopara não apresentar objetivos na introdução que não sejam“cumpridos” no <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho.c) Justificativa: consiste em apresentar a relevância teórica,científica, prática e social da pesquisa. Devemos esclareceros motivos que nos levaram à escolha do tema e chamar aatenção do leitor para a atualida<strong>de</strong> do assunto. Uma justificativabem feita <strong>de</strong>sperta o interesse para a leitura do trabalho.d) Metodologia: informa sobre os procedimentos metodológicosda pesquisa, ou seja, os recursos que foram utilizadospara a coleta <strong>de</strong> informações na tentativa <strong>de</strong> buscar respostaspara o problema. Depen<strong>de</strong>ndo da natureza da pesquisa esteitem po<strong>de</strong> merecer um capítulo especial no <strong>de</strong>senvolvimentodo trabalho. Se a pesquisa for puramente bibliográfica convéminformar, já <strong>de</strong> início, as principais fontes e os principais<strong>auto</strong>res que foram utilizados para fundamentar o assunto.e) Plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho: finaliza a introduçãoe <strong>de</strong>ve apresentar os tópicos principais, às idéiasmestras que serão <strong>de</strong>senvolvidas na pesquisa. Se as divisões dotrabalho forem muito extensas (capítulos gran<strong>de</strong>s) po<strong>de</strong>mosantecipar o que <strong>de</strong> essencial será <strong>de</strong>senvolvido em cadacapítulo.A introdução <strong>de</strong>ve ser a última parte do trabalho a ser elaborada.A redação <strong>de</strong>verá ser iniciada pelo <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho.164


Metodologia da PesquisaQue elementos <strong>de</strong>ve conter o <strong>de</strong>senvolvimento do texto?O <strong>de</strong>senvolvimento está sempre dividido em partes e é a partemais extensa, pois nele são apresentados os resultados <strong>de</strong> tudoaquilo que se pesquisou.É bem mais fácil compreen<strong>de</strong>r o assunto quando esteestiver dividido, pois sem divisão não se po<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificarclaramente o tema central, nem tampoucodistinguir o que se quer atribuir ao todo ou somente auma ou outra <strong>de</strong> suas partes. (CERVO; BERVIAN, 1983,p. 97).O <strong>de</strong>senvolvimento correspon<strong>de</strong> ao corpo do trabalho. Salomom(apud SEVERINO, 2002) afirma que esta é a fase <strong>de</strong> fundamentaçãológica do trabalho e tem por objetivo explicar, discutire <strong>de</strong>monstrar. Explicar é tornar evi<strong>de</strong>nte ou compreensível oque estava obscuro ou complexo; é <strong>de</strong>screver, classificar, <strong>de</strong>finir.Discutir é aproximar, comparativamente, questões antagônicas ouconvergentes. Demonstrar é argumentar, provar, apresentar idéiasque se sustentam em premissas admitidas como verda<strong>de</strong>iras.Enquanto o <strong>de</strong>senvolvimento representa a parte analítica dotrabalho, a conclusão representa a parte sintética. Analisar é<strong>de</strong>compor em partes e sintetizar é recompor as partes que foram<strong>de</strong>compostas na análise.Que elementos <strong>de</strong>ve conter a conclusão do texto?A conclusão é a parte que finaliza a construção lógica dotrabalho e <strong>de</strong>ve fazer um balanço geral dos principais resultadosalcançados. Não é conveniente <strong>de</strong>talhar idéias que não tenhamsido tratadas no <strong>de</strong>senvolvimento e nem se <strong>de</strong>ve apresentar ummero resumo do trabalho. Entretanto, na parte inicial, po<strong>de</strong>mosrelembrar <strong>de</strong> maneira breve às principais idéias que foramexpostas no <strong>de</strong>correr dos capítulos.A conclusão <strong>de</strong>ve apresentar um posicionamento reflexivo naforma <strong>de</strong> interpretação crítica das principais idéias apresentadasno texto. Deve <strong>de</strong>finir o ponto <strong>de</strong> vista do <strong>auto</strong>r e trazer suamarca pessoal.Unida<strong>de</strong> 7165


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaO trabalho também <strong>de</strong>ve ser avaliado quanto ao seu alcance elimitações. Quanto ao alcance é importante realçar ou valorizaros resultados, afinal foram dispendidos esforços para se chegaraon<strong>de</strong> se chegou. Quanto às limitações é importante que reconheçamosas fraquezas ou qualquer dificulda<strong>de</strong> que tenhaameaçado a qualida<strong>de</strong> ou o caráter <strong>de</strong> cientificida<strong>de</strong> do trabalho.Ao final da conclusão po<strong>de</strong>mos vislumbrar (apenas apontarsem <strong>de</strong>senvolver) outros temas, que mantenham relação com otema que foi pesquisado e que po<strong>de</strong>m ser investigados em novaspesquisas.SEÇÃO 3Que elementos enfatizam o estilo na redação dorelatório <strong>de</strong> pesquisa?Os elementos que enfatizam o estilo na redação <strong>de</strong> um textocientífico, em geral, são: clareza, objetivida<strong>de</strong>, precisão, brevida<strong>de</strong>e coerência. Para isso é necessário: organizar bem o início da frase em torno <strong>de</strong> um sujeito ou<strong>de</strong> um conceito; usar termos acessíveis ao invés <strong>de</strong> sofisticados e pouco familiares; usar frases curtas e diretas; evitar ambigüida<strong>de</strong> na exposição das idéias para não dardupla interpretação ao sentido da mensagem que se quertransmitir; usar expressões com sentido exato; explicitar os pressupostos teóricos do tema; buscar evidências (fatos) para <strong>de</strong>monstrar a argumentação; tratar os assuntos <strong>de</strong> maneira simples e direta; manter seqüência lógica na or<strong>de</strong>nação das idéias; expor os argumentos <strong>de</strong> forma consistente; evitar opiniões sem confirmação.166


Metodologia da PesquisaSEÇÃO 4Como fazer a apresentação gráfica do relatório<strong>de</strong> pesquisa?O trabalho acadêmico, em sua apresentação formal ou gráfica,<strong>de</strong>ve seguir as orientações contidas na NBR 14 724 da AssociaçãoBrasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas (2005) que trata das regrasgerais <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> trabalhos acadêmicos. Veja, em síntese,o que diz a norma: Tipo <strong>de</strong> formato do Papel: Deve ser utilizado papel branco,formato A4 (21,0 cm x 29,7 cm) e os textos <strong>de</strong>vem ser digitadosna cor preta com exceção das ilustrações. Projeto gráfico: O projeto gráfico é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>do <strong>auto</strong>r. Isso quer dizer que você po<strong>de</strong>rá utilizar a fonte <strong>de</strong> suapreferência. Em geral, as mais utilizadas são: Times New Roman,Arial e Verdana. Para a digitação <strong>de</strong>ve-se utilizar a fonte tamanho12, com exceção das citações longas, notas <strong>de</strong> rodapé, legendas <strong>de</strong>ilustrações e tabelas que <strong>de</strong>verão ter fonte menor. Nestes casos,po<strong>de</strong>mos utilizar a fonte 11 ou 10. Margens: As margens <strong>de</strong>verão adotar as seguintes medidas: superior: 3,0 cm; inferior: 2,0 cm; esquerda: 3,0 cm; direita: 2,0 cm; citação longa: recuo <strong>de</strong> 4,0 cm a partir da margem esquerda.O recuo para início do parágrafo <strong>de</strong>verá ser o mesmo para tododo trabalho. Sugerimos um espaçamento pela tecla “tab” ou 2 cm. Espaçamentos: O texto <strong>de</strong>verá ser digitado em espaço 1.5.Porém, nas citações com mais <strong>de</strong> três linhas, nas notas, referências,e no texto sobre a natureza do trabalho na folha <strong>de</strong> rostoe legendas em tabelas ou ilustrações <strong>de</strong>vemos utilizar o espaçamentosimples.Unida<strong>de</strong> 7167


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina Títulos: Os títulos que não são precedidos <strong>de</strong> numeração<strong>de</strong>vem ser centralizados na folha. É o caso dos resumos nalíngua vernácula e estrangeira, da lista <strong>de</strong> ilustrações, da lista <strong>de</strong>tabelas, da lista <strong>de</strong> abreviaturas, da lista <strong>de</strong> símbolos, referênciase glossário. Já os títulos que são precedidos <strong>de</strong> numeração<strong>de</strong>vem ser alinhados na margem esquerda da folha. Estes títulosincluem: introdução, divisões primárias, secundárias, terciárias,(títulos e subtítulos dos capítulos) e conclusão. Paginação: A paginação <strong>de</strong>ve ser feita no canto superiordireito da folha a 2cm da extremida<strong>de</strong> superior e a 2 cm daextremida<strong>de</strong> direita. As páginas <strong>de</strong>vem ser contadas a partirda folha <strong>de</strong> rosto e numeradas, seqüencialmente, a partir daprimeira página da parte textual. As páginas que não pu<strong>de</strong>rem sernumeradas, mesmo assim, <strong>de</strong>vem ser contadas. Numeração progressiva: As principais seções que compõemos elementos textuais do trabalho acadêmico <strong>de</strong>vem ser precedidas<strong>de</strong> numeração. Os títulos das seções primárias, por seremas principais divisões <strong>de</strong> um texto, <strong>de</strong>vem começar em folhadistinta. O Grupo <strong>de</strong> Metodologia Científica da Universida<strong>de</strong>do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina (2002, p. 55) propõe que seja a 8 cm daextremida<strong>de</strong> superior da folha, embora a Associação Brasileira<strong>de</strong> Normas Técnicas apenas diga que <strong>de</strong>va ser em folha distinta.Entre os números e os títulos não se coloca ponto, hífen ouparênteses, <strong>de</strong>ixa-se apenas um espaço <strong>de</strong> caractere. Os <strong>de</strong>staquesgráficos dos títulos das seções <strong>de</strong>verão estar <strong>de</strong> acordo com osumário do trabalho. Veja o exemplo a seguir:Exemplo1 SEÇÃO PRIMÁRIA1.1 Seção secundária1.1.1 Seção terciária Siglas: As siglas quando são apresentadas pela primeira vezno texto <strong>de</strong>vem ser colocadas entres parênteses e precedidas <strong>de</strong>seu significado completo.168


Metodologia da PesquisaExemploInstituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE). Ilustrações: Ilustrações são <strong>de</strong>senhos, esquemas, fluxogramas,fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros,retratos que acompanham o texto. A expressão figura não <strong>de</strong>veser utilizada, pois cada ilustração <strong>de</strong>ve ser chamada pelo seunome <strong>de</strong>signativo. O título <strong>de</strong>ve ser precedido <strong>de</strong> numeração e écolocado na parte inferior o mais próximo possível da ilustração.A seguir, po<strong>de</strong>mos ver dois exemplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos inseridos notexto retirados <strong>de</strong> um artigo publicado por Grubits (2003) e doisexemplos <strong>de</strong> gráficos extraídos do trabalho sobre prevalência <strong>de</strong>escolares fumantes elaborado pelos alunos da segunda fase doCurso <strong>de</strong> Biologia (MAISTO et al., 2003):Desenho 1 – Casas com arquitetura Guarani, reunidas pelo parentesco.Desenho 2 – Casa com padrões <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos comuns das crianças da cida<strong>de</strong>.Unida<strong>de</strong> 7169


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaGráfico 1 – Prevalência <strong>de</strong> escolares fumantes nas 8 as séries das escolas municipais e estaduais domunicípio <strong>de</strong> Tubarão.Gráfico 2 – Motivos que levaram ao consumo <strong>de</strong> cigarro entre os alunos das 8 as sériesdo ensino fundamental das escolas municipais e estaduais do município <strong>de</strong> Tubarão. Tabelas: A apresentação <strong>de</strong> tabelas no texto, <strong>de</strong> maneira geral,<strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer aos seguintes procedimentos: o título é precedido <strong>de</strong> numeração, colocado na parte superior,<strong>de</strong>vendo conter o assunto (o quê), o lugar (on<strong>de</strong>) e período(quando); as laterais <strong>de</strong>vem ficar abertas, sem linhas verticais; as linhas horizontais <strong>de</strong>vem ser utilizadas apenas para separaro cabeçalho do corpo e para fechar a tabela na parte inferior; as linhas verticais são utilizadas somente para separar as informaçõesno interior do cabeçalho; não <strong>de</strong>vem ser colocadaspara separar as colunas; a fonte é obrigatória e <strong>de</strong>ve ser colocada na parte inferior comletra menor que a do texto.Veja um exemplo <strong>de</strong> tabela apresentado pelos alunos <strong>de</strong> CiênciasBiológicas da <strong>Unisul</strong> (MAISTO et. al., 2003):170


Metodologia da PesquisaTabela 1 – Prevalência <strong>de</strong> escolares fumantes nas 8 as séries dasescolas municipais e estaduais do município <strong>de</strong> Tubarão – 2003RESPOSTA F %Sim 79 9,91Não 716 90,09TOTAL 797 100,00Fonte: Pesquisa realizada pelos acadêmicos da 2ª fase do Curso <strong>de</strong> Ciências Biológicas da Universida<strong>de</strong>do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina - 2003<strong>Ativida<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliaçãoLeia com atenção os enunciados e responda as questões solicitadas.Lembre-se que estas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliação têmcomo objetivo <strong>de</strong>senvolver com <strong>auto</strong>nomia a sua aprendizagem.Assinale V (verda<strong>de</strong>iro) e F (falso) e justifique sua opção caso aalternativa seja falsa:a) A apresentação ou não dos componentes que integram oselementos pré-textuais em um trabalho acadêmico é <strong>de</strong>terminadapela necessida<strong>de</strong> ou natureza do trabalho.( )Unida<strong>de</strong> 7171


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinab) Os resumos que prece<strong>de</strong>m trabalhos científicos <strong>de</strong>vem incluir,com exceção das conclusões, os seguintes elementos: assunto,objetivos, metodologia e resultados.( )c) As tabelas e ilustrações possuem sumário próprio e são apresentadaspor meio <strong>de</strong> listas.( )d) Os <strong>de</strong>staques gráficos apresentados nos títulos do sumário<strong>de</strong>verão reproduzidos no interior do trabalho.( )e) Introdução, <strong>de</strong>senvolvimento e conclusão compõem a estruturalógica do trabalho acadêmico.( )172


Metodologia da Pesquisaf ) O apêndice é um elemento complementar e não po<strong>de</strong> serescrito pelo <strong>auto</strong>r do trabalho.( )g) O sumário é um elemento pré-textual e apresenta as principaisdivisões <strong>de</strong> um trabalho; o índice é um elemento pós-textual eapresenta em or<strong>de</strong>m alfabética lista <strong>de</strong> assuntos ou pessoas comsua localização no texto.( )h) Na apresentação <strong>de</strong> um trabalho acadêmico o projeto gráfico, é<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do <strong>auto</strong>r.( )Unida<strong>de</strong> 7173


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinai) O texto <strong>de</strong>ve ser digitado em espaço 1,5 cm.( )j) As citações <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> três linhas, as notas, as referências, otexto sobre a natureza do trabalho na folha <strong>de</strong> rosto, legendas etítulos <strong>de</strong> ilustrações e fontes <strong>de</strong> tabelas <strong>de</strong>vem ser digitadas emespaço simples.( )k) O títulos precedidos <strong>de</strong> numeração são centralizados e os quenão são precedidos <strong>de</strong> numeração são alinhados à esquerda.( )174


Metodologia da Pesquisal) Na paginação, as páginas <strong>de</strong>vem ser contadas a partir da folha<strong>de</strong> rosto e numeradas a partir da primeira folha da parte textual.( )m) Os títulos das seções primárias, por serem as principaisdivisões <strong>de</strong> um texto, <strong>de</strong>vem começar em folha distinta.( )n) Todas as ilustrações (<strong>de</strong>senhos, fotos, quadros, gráficos) <strong>de</strong>vemser chamadas <strong>de</strong> figura.( )Unida<strong>de</strong> 7175


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinao) As tabelas <strong>de</strong>vem ser fechadas nas laterais com linhas verticais.( )p) Os títulos das tabelas são precedidos <strong>de</strong> numeração e <strong>de</strong>vemconter o assunto (o quê), o lugar (on<strong>de</strong>) e período (quando).( )q) Tanto as tabelas como as ilustrações <strong>de</strong>vem ter lista própriaantes do sumário geral.( )176


Metodologia da Pesquisa2 Assinale V para verda<strong>de</strong>iro e F para falso:( ) Na introdução <strong>de</strong>vemos apresentar os resultados da pesquisa.( ) A metodologia da pesquisa, além <strong>de</strong> estar mencionada na introdução,po<strong>de</strong> ter um capítulo a parte <strong>de</strong>ntro do trabalho.( ) Os objetivos mencionados na introdução <strong>de</strong>vem ser operacionalizadosno <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho.( ) O <strong>de</strong>senvolvimento é a parte mais extensa do trabalho e estásempre dividido em partes.( ) A conclusão <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>talhar aspectos novos que não foram tratadosno <strong>de</strong>senvolvimento.3 Desenvolva um pequeno texto que sintetize o que vocêenten<strong>de</strong>u sobre a relação existente entre a estrutura lógica dotrabalho acadêmico e as fases características do pensamentoreflexivo.( )Unida<strong>de</strong> 7177


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaSínteseNesta unida<strong>de</strong> você po<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar os componentes queintegram os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais quecompõem o trabalho acadêmico. Os elementos pré-textuaissão aqueles que vêm antes da introdução e, além <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificaro trabalho, ajudam no seu manuseio; os textuais formam aestrutura lógica e os pós-textuais apresentam informações quecomplementam o trabalho. Vimos que alguns componentes sãoopcionais e outros são obrigatórios. O critério para <strong>de</strong>terminar aobrigatorieda<strong>de</strong> ou não é a natureza do trabalho. Por exemplo, sefizermos um trabalho <strong>de</strong> pesquisa que se baseia exclusivamenteem fontes bibliográficas, é bem possível que não seja necessárioincluir listas <strong>de</strong> ilustrações e tabelas, mas se o trabalho envolveroutro tipo <strong>de</strong> pesquisa (<strong>de</strong>scritiva, experimental, levantamento,etc.), esses componentes po<strong>de</strong>rão ser necessários.Você <strong>de</strong>ve, portanto, ficar atento para o tipo <strong>de</strong> trabalho queestará fazendo, pois a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> incluir ou não tais componentes<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá do tipo <strong>de</strong> trabalho que você fará.Vimos também que a estrutura lógica do trabalho científico éconstituída <strong>de</strong> introdução, <strong>de</strong>senvolvimento e conclusão. Essastrês partes estão fisicamente separadas, mas organicamenteligadas. Isso quer dizer que estão inter-relacionadas e são inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.Essa estrutura representa as fases características dopensamento reflexivo: “do sincrético, pelo analítico, ao sintético”(CERVO; BERVIAN, 1983, p. 93). Sincrético na introdução,analítico no <strong>de</strong>senvolvimento e sintético na conclusão. Na introduçãoapresenta-se a idéia geral do trabalho (síncrese), no <strong>de</strong>senvolvimentose divi<strong>de</strong> o assunto em partes (análise) e se apresentaos elementos pesquisados, no caso, os resultados e na conclusão sesintetiza e se avaliam os resultados alcançados (síntese).A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redação e, por conseqüência, o estilo, são adquiridascom o tempo. Ninguém nasce escrevendo. Aqui vai umadica: para escrevermos bem são necessários, basicamente, doiselementos: leitura e exercício <strong>de</strong> escrita.178


Metodologia da PesquisaAs regras para a apresentação dos trabalhos acadêmicos estãocontidas na NBR 14 724 da Associação Brasileira <strong>de</strong> NormasTécnicas (2005). Essa norma estabelece os parâmetros <strong>de</strong> espaçamentos,margens, paginação, apresentação <strong>de</strong> títulos, siglas,ilustrações, tabelas, etc. É muito importante que você adquira anorma para fazer a consulta no momento em que estiver elaborandoum trabalho.Os trabalhos em geral <strong>de</strong>vem seguir uma padronização na suaapresentação. Porém, é bom lembrar que os aspectos gráficosnão são a parte mais importante <strong>de</strong> um trabalho e, também, quemetodologia não se restringe à apresentação gráfica. O maisimportante num trabalho é, sem dúvida, o seu conteúdo. A forma<strong>de</strong> apresentação é secundária.O i<strong>de</strong>al seria unir os dois: no conteúdo e forma <strong>de</strong> apresentação.As regras para a apresentação dos trabalhos acadêmicos estãocontidas na NBR 14 724 da Associação Brasileira <strong>de</strong> NormasTécnicas (2005). Essa norma estabelece os parâmetros <strong>de</strong> espaçamentos,margens, paginação, apresentação <strong>de</strong> títulos, siglas,ilustrações, tabelas, etc. É muito importante que você adquira anorma para fazer a consulta no momento em que estiver elaborandoum trabalho.Os trabalhos em geral <strong>de</strong>vem seguir uma padronização na suaapresentação. Porém, é bom lembrar que os aspectos gráficosnão são a parte mais importante <strong>de</strong> um trabalho e, também, quemetodologia não se restringe à apresentação gráfica. O maisimportante num trabalho é, sem dúvida, o seu conteúdo. A forma<strong>de</strong> apresentação é secundária.O i<strong>de</strong>al seria unir os dois: no conteúdo e forma <strong>de</strong> apresentação.Unida<strong>de</strong> 7179


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaSaiba maisPara aperfeiçoar o conhecimento sobre o assunto abordado nestaunida<strong>de</strong>, sugerimos que você consulte as referências indicadas aseguir. Elas po<strong>de</strong>rão ajudá-lo a realizar os trabalhos respeitandoo rigor científico e complementando as informações aqui apresentadas.As normas citadas abaixo po<strong>de</strong>rão ser encontradas nasbibliotecas setoriais da <strong>Unisul</strong>.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.NBR 10520: informação e documentação, citações emdocumentos, apresentação. 2ª ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2005.______. NBR 14724: informação e documentação, trabalhosacadêmicos, apresentação. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2002b.______. NBR 6023: informação e documentação, referências,elaboração. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2002b.______. NBR 6027: sumário, procedimento. Rio <strong>de</strong> Janeiro,1989.______. NRR 6028: resumos. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1990.CAMPANA, A. O. Redação <strong>de</strong> trabalho científico. Jornal <strong>de</strong>Pneumologia, São Paulo, v. 26, n. 1, p. p.30-35, jan./fev. 2000.Disponível em: .Acesso em: 29 jun. 2004.INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA EESTATÍSTICA. Normas <strong>de</strong> apresentação tabular. 3. ed. Rio <strong>de</strong>Janeiro, 1993.SISTEMA UNO. ABNT (Associação Brasileira <strong>de</strong> NormasTécnicas): um resumo das normas. Disponível em: . Acesso em: 27jun. 2004.SOARES, M. B.; CAMPOS, E. N. Técnica <strong>de</strong> redação: asarticulações linguísticas como técnica do pensamento. Rio <strong>de</strong>Janeiro: Ao Livro Técnico, 1978.180


Metodologia da PesquisaSPECTOR, N. Manual para redação <strong>de</strong> teses, projetos <strong>de</strong>pesquisa e artigos científicos. 2. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: GuanabaraKoogan, 2001.UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA. Grupo<strong>de</strong> Metodologia Científica. Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> metodologia: diretrizespara a elaboração e apresentação <strong>de</strong> trabalhos acadêmicos. 2. ed.rev. Tubarão, 2003. 96 p.VOLPATO, G. L.; FREITAS, E. G. <strong>de</strong>. Desafios na publicaçãocientífica. Pesquisa Odontológica Brasileira, São Paulo, v. 17,supl. 1, p.49-56, maio 2003. Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2004.Unida<strong>de</strong> 7181


UNIDADE 88Elaboração <strong>de</strong> referências ecitaçõesObjetivos <strong>de</strong> aprendizagem I<strong>de</strong>ntificar os principais tipos <strong>de</strong> documentosutilizados na pesquisa científica; or<strong>de</strong>nar as referências <strong>de</strong> acordo com a NBR 6023; apresentar a lista <strong>de</strong> referências em trabalhosacadêmicos; i<strong>de</strong>ntificar os tipos <strong>de</strong> citações; aplicar as regras gerais <strong>de</strong> apresentação das citações; diferenciar os sistemas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação das citações.Seções <strong>de</strong> estudoSeção 1 Como organizar as referências?Seção 2 Qual é a or<strong>de</strong>m dos elementos parareferenciar um livro?Seção 3 Qual é a or<strong>de</strong>m dos elementos parareferenciar um periódico (revista e jornais)?Seção 4 Qual é a or<strong>de</strong>m dos elementos para referenciaruma legislação?Seção 5 Qual é a or<strong>de</strong>m dos elementos para referenciaruma jurisprudência?Seção 6 Quais são os tipos <strong>de</strong> citação?Seção 7 Quais são as regras para apresentar as citaçõesno texto?Seção 8 Como fazer a i<strong>de</strong>ntificação das fontesbibliográficas no texto e em notas <strong>de</strong> rodapé?


Para início <strong>de</strong> conversaReferência, segundo a Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas(2002b, p. 2), “é um conjunto padronizado <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong>scritivos,retirados <strong>de</strong> um documento, que permite sua i<strong>de</strong>ntificaçãoindividual.” Nesta última unida<strong>de</strong> você irá apren<strong>de</strong>r comoorganizar as referências no texto.SEÇÃO 1Como organizar as referências?As referências <strong>de</strong>vem ser apresentadas em espaço simples, nãojustificadas, com alinhamento à esquerda. Quando apresentadasem lista, <strong>de</strong>vem ser separadas por um espaço duplo. Se aor<strong>de</strong>nação da lista for alfabética, a entrada da segunda e <strong>de</strong>maislinhas <strong>de</strong>verá ser sob a primeira letra. Se for numérica, a entradada segunda ou mais linhas <strong>de</strong>verá ser sob o número.Veja os exemplos:Or<strong>de</strong>nação alfabéticaARAUJO, José Atonio Estévez. Um olhar a partir da Europa.Tradução Lédio Rosa <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>. Tubarão: Editorial Studium,2002.COELHO, Jailson. Direito do consumidor: visão econômica.Revista Jurídica da <strong>Unisul</strong> – Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> SantaCatarina, Tubarão, v. 2, n. 2, p. 25-31, fev./jul. 2001.184


Metodologia da PesquisaOr<strong>de</strong>nação numérica1 COELHO, Jailson. Direito do consumidor: visão econômica.Revista Jurídica da <strong>Unisul</strong>, Tubarão, v. 2, n. 2, p. 25-31, fev./jul.2001.2 ARAUJO, José Atonio Estévez. Um olhar a partir da Europa.Tradução Lédio Rosa <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>. Tubarão: Editorial Studium,2002.Dos vários tipos <strong>de</strong> documentos citados em trabalhos, selecionamosos que, no dia-a-dia da vida acadêmica, são freqüentementeutilizados nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa. Segue orientações <strong>de</strong>como <strong>de</strong>vem ser referenciados os seguintes tipos <strong>de</strong> documentos:livro, periódico, legislação e jurisprudência conforme a AssociaçãoBrasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas (2002b):SEÇÃO 2Qual é a or<strong>de</strong>m dos elementospara referenciar um livro?a) <strong>auto</strong>r: entrada pelo sobrenome, em letras maiúsculas. Osprenomes po<strong>de</strong>m ou não ser abreviados, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se mantenhaum padrão.KÖCHE, José Carlos ou KÖCHE, J. C. Obra <strong>de</strong> dois ou três <strong>auto</strong>resCERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino.Unida<strong>de</strong> 8185


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina Obra com mais <strong>de</strong> três <strong>auto</strong>resLUCHESI, Cipriano Carlos et al. Entida<strong>de</strong> coletivaASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Autor organizador ou coor<strong>de</strong>nadorOLIVEIRA, Juarez <strong>de</strong> (Org.). GRINOVER, Ada Pellegrini (Coord.).LUJAN, Roger Patron (Comp.). Grau <strong>de</strong> parentesco no sobrenomeTOURINHO FILHO, Francisco da Costa. Sobrenome compostoCASTELO BRANCO, Artur da Costab) título: em <strong>de</strong>staque, transcrevendo apenas a primeira letra daprimeira palavra e nomes próprios em maiúsculas, as <strong>de</strong>mais emminúsculas.VIEIRA, Sônia; HOSSNE, Willian Saad. Metodologia científica paraa área da saú<strong>de</strong>.186


Metodologia da Pesquisac) subtítulo (se houver): sem <strong>de</strong>staque, separado do título pordois pontos e em letras minúsculas.SOARES, Magda Becker; CAMPOS, Eson Nascimento. Técnica<strong>de</strong> redação: as articulações linguísticas como técnica dopensamento. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Ao Livro Técnico, 1978.d) tradução (quando mencionada): indicação por extensodo(s) nome(s) do(s) tradutor(es).LUJAN, Roger Patron (Comp.). Um presente especial. TraduçãoSonia da Silva.e) número da edição: a partir da segunda, em arábico eabreviada.2. ed. ou 2. ed. rev. ou 2. ed. rev. e ampl. ou 2. ed. rev., ampl. e atual.f) local <strong>de</strong> publicaçãoRAUEN, Fábio José. Roteiros <strong>de</strong> investigação científica. Tubarão:Ed. UNISUL, 2002. 264 p.Se o local <strong>de</strong> publicação não pu<strong>de</strong>r ser i<strong>de</strong>ntificado <strong>de</strong>ve-seindicar a expressão sine loco, abreviada e entre colchetes.KRIEGER, Gustavo; NOVAES, Luis Antônio; FARIA, Tales. Todos ossócios do presi<strong>de</strong>nte. [S.l.]: Scritta, 1992. 195 p.Unida<strong>de</strong> 8187


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinag) editora: omitem-se os termos como “livraria” ou “editora”,quando não alterar o nome, precedido <strong>de</strong> dois pontos. Porexemplo, se constar no documento Editora Atlas Ltda, <strong>de</strong>ve-seindicar na referência apenas Atlas.AKTOUF, Omar; FACHIN, Roberto Costa; FISCHER, Tânia. Aadministração entre a tradição e a renovação. São Paulo: Atlas,1996. 269 p.Se a editora da publicação não pu<strong>de</strong>r ser i<strong>de</strong>ntificada, <strong>de</strong>ve-seindicar a expressão sine nomine, abreviada e entre colchetes.FRANCO, I. Discursos: <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1992 a agosto <strong>de</strong> 1993.Brasília, DF: [s.n.], 1993. 107 p.Quando o local <strong>de</strong> publicação e editora não pu<strong>de</strong>rem ser i<strong>de</strong>ntificados,utilizam-se as expressões entre colchetes.GONÇALVES, F. B. A história <strong>de</strong> Mirador. [S. l.: s.n.], 1993.h) data <strong>de</strong> publicação: indicada em algarismos arábicos. Senenhuma data pu<strong>de</strong>r ser i<strong>de</strong>ntificada (distribuição, copyright,impressão, etc.) <strong>de</strong>ve-se indicar uma data aproximada entrecolchetes.[1991 ou 1992] um ou outro ano[1969?] data provável[1975] data certa, mas não indicada no item[197-] década certa[197?] década provável188


Metodologia da Pesquisai) Número <strong>de</strong> volumes e/ou páginas.350 p. (para o total <strong>de</strong> páginas);p. 350 (para a página que se quer citar)Nota: a indicação do número <strong>de</strong> páginas na lista <strong>de</strong>referências é opcional. Sugere-se adotar o mesmopadrão para todas as referências.Exemplos diversos:a) livro no todoDINIZ, Maria Helena. Curso <strong>de</strong> direito civil brasileiro. 20. ed. rev. eaum. São Paulo: Saraiva, 2003. 7 v.b) referência em parte(quando a <strong>auto</strong>ria da parte é a maioria do todo)LUCKESI, Cipriano Carlos et al. O leitor no ato <strong>de</strong> estudar apalavra escrita. In:______. Fazer universida<strong>de</strong>: uma propostametodológica. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1985. cap. 3, p. 136-143.DINIZ, Maria Helena. Direito das coisas. In:______. Curso <strong>de</strong>direito civil brasileiro. 20. ed. rev. e aum. São Paulo: Saraiva,2003. v. 4.Nota: o filete possui 6 toques e indicao <strong>auto</strong>r anteriormente referenciado.Unida<strong>de</strong> 8189


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinac) livro em parte(quando a <strong>auto</strong>ria da parte é diferente da <strong>auto</strong>ria do todo)LURIA, Alexan<strong>de</strong>r Romanovich. O <strong>de</strong>senvolvimento da escritana criança. In: VIGOTSKII, Lev Semenovich; LURIA, Alexan<strong>de</strong>rRomanovich; LEONTIEV, Alex N. Linguagem, <strong>de</strong>senvolvimentoe aprendizagem. Tradução Maria da Penha Vilalobos. 4. ed. SãoPaulo: Ícone; EDUSP, 1988. p. 143-189.d) obras <strong>de</strong> mesma <strong>auto</strong>ria1 GIL, Antônio Carlos. Metodologia do ensino superior. 3. ed.São Paulo: Atlas, 1997.2 ______. Métodos e técnicas <strong>de</strong> pesquisa social. 4. ed. SãoPaulo: Atlas, 1995.e) obras <strong>de</strong> mesma <strong>auto</strong>ria com o mesmo título,mas em edições diferentesMEDEIROS, João Batista. Redação científica: a prática <strong>de</strong>fichamentos, resumos resenhas. São Paulo: Atlas, 1997.______.______. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999.190


Metodologia da PesquisaSEÇÃO 3Qual é a or<strong>de</strong>m dos elementos parareferenciar um periódico? (revista e jornais)2.1 Revista – or<strong>de</strong>m dos elementos:a) <strong>auto</strong>r (se houver);b) título do artigo: sem <strong>de</strong>staque;c) título da publicação (nome da revista): em <strong>de</strong>staque;d) local <strong>de</strong> publicação (cida<strong>de</strong>): precedido por vírgula;e) número do volume ou ano: precedido pela abreviatura v.ou ano (em arábico, mesmo que apareça em romano);f) número do fascículo: precedido pela abreviatura n;g) página inicial e final do artigo: precedida pela abreviatura p;h) data <strong>de</strong> publicação: em português abreviam-se todos osmeses do ano com três letras, exceto maio.DELGADO, Mário. O novo código civil e a inseminação artificial.Prática Jurídica, Brasília, DF, ano 1, n. 1, p. 14-15, abr. 2002.SCHNEIDERS, Agostinho. Uma abordagem cadastral para ostítulos <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> territorial da UFSC. Episteme, Tubarão, v.8/9, n. 24/25, p. 7-33, jul./fev. 2001/2002.UM GRITO <strong>de</strong> socorro. Veja, São Paulo, ano 36, n. 30, p. 64, jul.20032.2 Revista em meio eletrônico – or<strong>de</strong>m dos elementosa) <strong>auto</strong>r (se houver);b) título do artigo: sem <strong>de</strong>staque;c) título da publicação (nome da revista): em <strong>de</strong>staque;d) local <strong>de</strong> publicação (cida<strong>de</strong>): precedido por vírgula;e) número do volume ou ano (se houver): precedido pela abreviaturav. ou ano. (em arábico, caso apareça em romano);f) número do fascículo (se houver): precedido pela abreviatura n;g) página inicial e final do artigo (se houver): precedida pelaabreviatura p;h) data <strong>de</strong> publicação (se houver): em português abreviam-se osmeses do ano com três letras, exceto maio;Unida<strong>de</strong> 8191


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinai) en<strong>de</strong>reço eletrônico: apresentar entre os sinais <strong>de</strong> maior emenor < > e precedido pela expressão Disponível em;j) data <strong>de</strong> acesso: apresentar abreviando o mês e precedido pelaexpressão: Acesso em:GOMES, Keila R. O. et al. Prevalência do uso <strong>de</strong> medicamentosna gravi<strong>de</strong>z e relações com as características maternas. Revista<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, São Paulo, v. 33, n. 3, p. 246-254. jun 1999.Disponível em: .Acesso em: 30 out. 2002.2.3 Jornal (sem ca<strong>de</strong>rno, seção) – or<strong>de</strong>m dos elementosa) <strong>auto</strong>r (se houver);b) título do artigo: sem <strong>de</strong>staque;c) título da publicação (nome do jornal): em <strong>de</strong>staque;d) local <strong>de</strong> publicação (cida<strong>de</strong>): precedido por vírgula;e) página inicial e final do artigo: precedida pela abreviatura p;f) data <strong>de</strong> publicação: em português abreviam-se todos osmeses do ano com três letras, exceto maio.HORÁRIO <strong>de</strong> verão começa domingo. Diário do Sul, Tubarão, p. 6,30 out. 2002.2.4 Jornal (com ca<strong>de</strong>rno ou seção) – or<strong>de</strong>m dos elementosa) <strong>auto</strong>r (se houver);b) título do artigo: sem <strong>de</strong>staque;c) título da publicação (nome do jornal): em <strong>de</strong>staque;d) local <strong>de</strong> publicação (cida<strong>de</strong>): precedido por vírgula;e) data <strong>de</strong> publicação: em português abreviam-se todos osmeses do ano com três letras, exceto maio;f) Título da seção;g) página inicial e final do artigo: precedida pela abreviatura p.192


Metodologia da Pesquisa(com <strong>auto</strong>ria)NAVES, P. Lagos andinos dão banho <strong>de</strong> beleza. Folha <strong>de</strong> SãoPaulo, São Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo, Ca<strong>de</strong>rno 8, p. 13.2.5 Jornal em meio eletrônico – or<strong>de</strong>m dos elementosa) <strong>auto</strong>r (se houver);b) título do artigo: sem <strong>de</strong>staque;c) título da publicação (nome do jornal): em <strong>de</strong>staque;d) local <strong>de</strong> publicação (cida<strong>de</strong> se houver): precedido por vírgula;e) data <strong>de</strong> publicação: em português abreviam-se todos osmeses do ano com três letras, exceto maio;f) en<strong>de</strong>reço eletrônico: apresentar entre os sinais <strong>de</strong> maior emenor < > e precedido pela expressão Disponível em;g) data do acesso: apresentar abreviando o mês e precedido pelaexpressão Acesso em;h) data do acesso.INTERNET rápida po<strong>de</strong> viciar e isolar jovem, diz estudo. FolhaOnline, São Paulo, 30 out. 2002. Disponível em: . Acesso em:30 out. 2002.SEÇÃO 4Qual é a or<strong>de</strong>m dos elementospara referenciar uma legislação?A or<strong>de</strong>m indica <strong>de</strong>ve conter os seguintes elementos:a) jurisdição (ou cabeçalho da entida<strong>de</strong>,no caso <strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> normas);b) título, numeração e data;c) ementa (opcional);d) dados da publicação (periódicos, livros, online, etc.)Unida<strong>de</strong> 8193


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaBRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria da Receita Fe<strong>de</strong>ral.Instrução normativa nº 28, <strong>de</strong> 03.03.2000. Consulex: leis e<strong>de</strong>cisões, Brasília, DF, ano 4, n. 40, p. 17, abr. 2000.______. Decreto <strong>de</strong> 03 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1997. Declara <strong>de</strong> interessesocial, para fins <strong>de</strong> reforma agrária, o imóvel rural conhecidocomo “Fazenda Pecon”, situada no lugar <strong>de</strong>nominado “FazendaSeparação”, correspon<strong>de</strong>nte ao Quinhão nº 22 da divisão doimóvel Quiguay, situado no município <strong>de</strong> Passoa Mais, Estado<strong>de</strong> Santa Catarina, e dá outras providências. Diário Oficial [da]República Fe<strong>de</strong>rativa do Brasil, Brasília, DF, 4 mar. 1997. Seção 1,p. 3967.______. Constituição (1988). Constituição da RepúblicaFe<strong>de</strong>rativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.______. Decreto nº 4.446, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002. Dispõe sobrea inclusão da BESC S.A. Crédito Imobiliário - BESCRI no Anexo aoDecreto nº 3.280, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, sobre sua inclusãono Programa Nacional <strong>de</strong> Desestatização - PND e sobre os meios<strong>de</strong> pagamento do preço correspon<strong>de</strong>nte à alienação <strong>de</strong> suasações. Imprensa Nacional, Brasília, DF, 30 out. 2002. Disponívelem: . Acesso em: 30 out.2002.SEÇÃO 5Qual é a or<strong>de</strong>m dos elementospara referenciar uma jurisprudênciaA or<strong>de</strong>m dos elementos <strong>de</strong>ve conter os seguintes itens:a) jurisdição e órgão judiciário competente;b) título (natureza da <strong>de</strong>cisão ou ementa) e número;c) partes envolvidas (se houver);d) relator;e) local da <strong>de</strong>cisão;f) data da <strong>de</strong>cisão;g) dados da publicação (periódicos, on-line, etc).194


Metodologia da PesquisaSÃO PAULO. Tribunal <strong>de</strong> Justiça. Contrato. Compromisso <strong>de</strong>compra e venda. Recisão. Cumulação com restituição dasprestações pagas. Reconvenção da promitente-ven<strong>de</strong>dora.Pedido <strong>de</strong> tutela antecipada para reintegração <strong>de</strong> posse.Inadimissibilida<strong>de</strong>. Direito do comprador <strong>de</strong> permanecerno imóvel até eventual restituição das parcelas. Recursonão provido. Agravo <strong>de</strong> Instrumente nº 191.359-4.Agravante: Schahin Engenharia Ltda. Agravado: ValdirMacário Fernan<strong>de</strong>s. Relator: Des. Cezar Peluzo. São Paulo, 28 <strong>de</strong>agosto <strong>de</strong> 2001. Lex: coletânea <strong>de</strong> legislação e jurisprudência,São Paulo, ano 36, n. 248, p. 278-279, jan. 2002.BRASIL. Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça. Habeas-corpus nº 181.636-1,da 6ª Câmara Cível do Tribunal <strong>de</strong> Justiça do Estado <strong>de</strong> São Paulo,Brasília, DF, 6 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1994. Lex: jurisprudência do STJ eTribunais Regionais Fe<strong>de</strong>rais, São Paulo, v. 10, n. 103, p. 236-240,mar. 1998.______. Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça. Conflito <strong>de</strong> competêncianº 22097/df. Relator: Min. José Arnaldo da Fonseca. Brasília, DF,22 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1999. Disponível em: .Acesso em: 29 out. 1999.SEÇÃO 6Quais são os tipos <strong>de</strong> citação?Segundo a Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas (2002a),citação é uma “menção <strong>de</strong> uma informação extraída <strong>de</strong> outrafonte”. As citações são extremamente úteis na redação do texto,pois contribuem para a fundamentação <strong>de</strong> idéias ou raciocíniosque estão sendo expostos, ampliam a discussão sobre o tema enos permitem comparar pontos <strong>de</strong> vista sobre questões controversas.Nesta nona unida<strong>de</strong> você vai apren<strong>de</strong>r como citar corretamenteas obras consultadas.As citações po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> três tipos: direta, indireta e citação <strong>de</strong>citação. Veja como cada uma <strong>de</strong>las se configura.Unida<strong>de</strong> 8195


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina Citação Direta: quando há transcrição textual, ou seja,quando se faz uma cópia fiel <strong>de</strong> um trecho consi<strong>de</strong>rado relevante.A citação direta po<strong>de</strong> ser curta ou longa. A curta possui até trêslinhas é inserida ao parágrafo e digitada entre aspas e espaçamentoentrelinhas <strong>de</strong> 1.5 cm..“O discurso científico é fundamentalmente raciocínio, ou seja, umenca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> juízos feito <strong>de</strong> acordo com certas leis lógicas que presi<strong>de</strong>m atoda ativida<strong>de</strong> do pensamento humano.” (SEVERINO, 2000, p. 191).A citação direta e longa possui mais <strong>de</strong> três linhas, é recuada 4cm da margem esquerda, digitada em fonte menor (10) e emespaço simples.Análise é um processo <strong>de</strong> tratamento do objeto – seja ele umo bjeto material,um conceito, uma idéia, um texto etc. – pelo qual este objeto é <strong>de</strong>composto em suaspartes constitutivas, tornando-se simples aquilo que era composto e complexo.Trata-se, portanto, <strong>de</strong> dividir, isolar, discriminar. (SEVERINO, 2002, p. 193).Nas citações diretas po<strong>de</strong>m ser feitas supressões ou comentáriosno início, meio ou final, mediante a indicação <strong>de</strong> reticências<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> colchetes.[...] Todos nós temos nossas filosofias, estejamos ou não conscientes <strong>de</strong>sse fato,e nossas filosofias não valem gran<strong>de</strong> coisa. Mas o impacto <strong>de</strong> nossas filosofiassobre nossas ações e nossas vidas é muitas vezes <strong>de</strong>vastador. Isto torna necessárioque testemos melhor nossas filosofias por meio <strong>de</strong> crítica [...] (POPPER, 1975,p. 42). Citação indireta: nesse tipo <strong>de</strong> citação escreve-se com aspróprias palavras a informação que é pesquisada. Olhe o exemplo:196


Metodologia da PesquisaSeverino (2000) <strong>de</strong>fine análise como um procedimento <strong>de</strong>composiçãoe, síntese como um procedimento <strong>de</strong> recomposição. Na análise, as partes sãoseparadas para que cada unida<strong>de</strong> possa ser examinada particularmente e na síntese,as partes são reconstituídas para que novamente se adquira uma visão <strong>de</strong> totalida<strong>de</strong>do objeto. Citação <strong>de</strong> citação: nesse tipo <strong>de</strong> citação não se tem acesso àfonte original. A citação <strong>de</strong> citação po<strong>de</strong> ser direta ou indireta.Para Maritain (1979 apud SEVERINO, 2002, p.76):O conceito é, pois, o resultado das apreensões dos dados e dasrelações <strong>de</strong> nossa experiência global, é o conteúdo pensado pelamente, o objeto do pensamento. É simples resultado <strong>de</strong>ssa apreensão,não contendo ainda nenhuma afirmação. Elencando uma série umasérie <strong>de</strong> notas correspon<strong>de</strong>ntes à sua compreensão, o conceito e o termose exprimem pela sua <strong>de</strong>finição.SEÇÃO 7Quais são as regras paraapresentar as citações no texto?A i<strong>de</strong>ntificação das citações inseridas no texto po<strong>de</strong> ser feita pelosistema <strong>auto</strong>r-data e pelo sistema numérico. O sistema <strong>auto</strong>r-datai<strong>de</strong>ntifica as fontes no texto, já o sistema numérico em nota <strong>de</strong>rodapé ou em lista no final do capítulo ou do trabalho.O sistema <strong>auto</strong>r-data é o mais prático e é feito pela indicaçãodo sobrenome do <strong>auto</strong>r e data <strong>de</strong> publicação da obra. Observe asregras para a sua apresentação no texto:a) quando o sobrenome do <strong>auto</strong>r estiver fora dos parênteses<strong>de</strong>vemos escrevê-lo em letras minúsculas e quando estiver<strong>de</strong>ntro dos parênteses em letras maiúsculas;Unida<strong>de</strong> 8197


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinab) se a citação for direta a indicação do número da página éobrigatório, se for indireta, é opcional;c) quando a <strong>auto</strong>ria da obra for uma entida<strong>de</strong> coletiva <strong>de</strong>vemosescrever por extenso o nome da entida<strong>de</strong> (maiúsculas <strong>de</strong>ntrodos parênteses e minúsculas fora dos parênteses);d) se o documento citado não tiver <strong>auto</strong>ria <strong>de</strong>ve-se colocar aprimeira palavra do título seguida <strong>de</strong> reticências;Veja o exemplo <strong>de</strong> citações pelo sistema <strong>auto</strong>r-data:1 No textoParis há muito tempo <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser a gran<strong>de</strong> usina <strong>de</strong> arte para ce<strong>de</strong>ro passo a outros centros, que, por sua vez, não têm a exclusivida<strong>de</strong> damelhor produção cultural. O fenômeno da arte se espraia por toda aparte. Neste continente, que nunca foi pródigo em gran<strong>de</strong>s talentosartísticos, tem se produzido gran<strong>de</strong>s nomes na pintura, na literatura eaté mesmo na música. (POETAS..., 2004, p. 13).Na lista <strong>de</strong> referênciasPOETAS mo<strong>de</strong>rnos catarinenses (2): a poesia <strong>de</strong> Santa Catarina vive,atualmente, contra todas as previsões, um momento <strong>de</strong> efervescência.Diário Catarinense, Florianópolis, 19 jun. 2004. Cultura, p. 13.2 No textoA criação do Conselho <strong>de</strong> Ética e Pesquisa (CEP), na <strong>Unisul</strong>,tem suas bases na Resolução 196/1996, do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<strong>de</strong> leis e <strong>de</strong>cretos afins, <strong>de</strong> tratados internacionais e <strong>de</strong> resoluções daComissão Nacional <strong>de</strong> Ética em Saú<strong>de</strong>. (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTACATARINA, 2002, p. 171).198


Metodologia da PesquisaNa lista <strong>de</strong> referênciasUNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA. Resolução g.r. nº 02/02.Institui Comissão <strong>de</strong> Ética em Pesquisa (Cep) na <strong>Unisul</strong>. 2002. Disponívelem: . Acesso em: 19 jun. 2004.3 No textoProtocolo <strong>de</strong> pesquisa é um documento que contempla “a<strong>de</strong>scrição da pesquisa em seus aspectos fundamentais, informaçõesrelativas ao sujeito da pesquisa, a qualificações dos pesquisadores e atodas as instâncias responsáveis” (BRASIL, 2001)Na lista <strong>de</strong> referênciasBRASIL. Ministério da Saú<strong>de</strong>. Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Resolução196/1996. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras <strong>de</strong>pesquisas envolvendo eres humanos. In: VIEIRA, S. HOSSNE, W.S.Metodologia científica para a área da saú<strong>de</strong>. São Paulo: campus,2001. cap. 10, p. 170-192.4 No textoA pesquisa do tipo levantamento como é <strong>de</strong>finida porGil (2002) recebe o nome <strong>de</strong> pesquisa quantitativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição na<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Rauem (2002).Unida<strong>de</strong> 8199


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaNa lista <strong>de</strong> referênciasGIL, A.C. Como elaborar projetos <strong>de</strong> pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,2002.RAUEM, F. J. Roteiros <strong>de</strong> investigação científica. Tubarão: Ed. <strong>Unisul</strong>,2002.SEÇÃO 8Como fazer a i<strong>de</strong>ntificação das fontesbibliográficas no texto e em nota <strong>de</strong> rodapé?O sistema numérico, como já falamos, i<strong>de</strong>ntifica a fonte (livro,periódico, fontes eletrônicas, etc.) em nota <strong>de</strong> rodapé ou em listano final do capítulo ou trabalho. Neste sistema, a primeira citação<strong>de</strong> uma obra <strong>de</strong>ve ter a referência completa. As <strong>de</strong>mais citaçõesdo mesmo documento po<strong>de</strong>m ser ab reviadas pela utilização dosistema <strong>auto</strong>r-data e também pela utilização <strong>de</strong> expressões latinas.Veja o significado e quando utilizar cada expressão latina em nota<strong>de</strong> rodapé:a) ibid. na mesma obra; esta expressão po<strong>de</strong>rá ser utilizadaquando o documento do mesmo <strong>auto</strong>r for citado, subseqüentemente,na mesma folha do trabalho.1DINIZ, Maria Helena. Conceito <strong>de</strong> norma jurídica como problema <strong>de</strong>essência. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1977, p. 75.2Ibid., p. 76.200


Metodologia da Pesquisab) id. mesmo <strong>auto</strong>r; esta expressão po<strong>de</strong>rá ser utilizada para substituiro nome do <strong>auto</strong>r quando este possuir duas ou mais obrasdiferentes sendo citadas, subseqüentemente, na mesma folha dotrabalho.3FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Direito, retórica e comunicação. SãoPaulo: Saraiva, 1973, p. 29.4Id., Constituinte: assembléia, processo, po<strong>de</strong>r. São Paulo: Revista dosTribunais, 1985, p. 51.5DINIZ, 1977, p. 75.c) op. cit. na obra citada; esta expressão será utilizada para substituira obra citada com intercalação <strong>de</strong> outras, na mesma folhado trabalho.6CARRAZA, Roque Antônio. O regulamento no direito tributário brasileiro.São Paulo: Revista dos Tribunais, 1981, p. 78.7BOBBIO, Norberto. Estado, governo, socieda<strong>de</strong>: uma teoria geral da política.Tradução <strong>de</strong> Marco Aurélio Nogueira. 4. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1992, p. 34.8CARRAZA, op. cit., p. 79.9BOBBIO, op. cit., p. 35.10FERRAZ JUNIOR, 1985, p. 55.d) apud: citado por, conforme, segundo; esta expressão éutilizada para <strong>de</strong>signar que a idéia pertence a um <strong>auto</strong>r, mas foicolhida da obra <strong>de</strong> outro <strong>auto</strong>r; é o caso da citação <strong>de</strong> citação.11FOUCAULT, apud AGUIAR, Roberto A. R. <strong>de</strong>. A crise da advocacia no Brasil:diagnóstico e perspectivas. 3. ed. São Paulo: Alfa-Omega, 1999, p. 74.e) loc. cit.: no local citado; esta expressão é utilizada para<strong>de</strong>signar um setor ou capítulo <strong>de</strong>ntro da obra citada ou entãopara suprimir um en<strong>de</strong>reço eletrônico que já tenha sido citadoanteriormente.12UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA. Resolução g.r. nº 02/02.Institui Comissão <strong>de</strong> Ética em Pesquisa (Cep) na <strong>Unisul</strong>. 2002. Disponível em:. Acesso em: 19 jun. 2004.13UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, loc. cit.14AGUIAR, Roberto A. R. <strong>de</strong>. A crise da advocacia no Brasil: diagnóstico eperspectivas. 3. ed. São Paulo: Alfa-Omega, 1999, p. 74-91.15AGUIAR, loc. cit.Unida<strong>de</strong> 8201


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaNo sistema numérico as citações têm numeração única e consecutiva.Não se inicia a numeração a cada nova página, mas sima cada novo capítulo. Veja como <strong>de</strong>ve ser feita a indicação donúmero <strong>de</strong> chamada:Diniz afirma que a “obrigatorieda<strong>de</strong> da norma <strong>de</strong>direito não se inicia no dia da publicação, salvo seela assim o <strong>de</strong>terminar.” (15)Diniz afirma que a “obrigatorieda<strong>de</strong> da norma <strong>de</strong>direito não se inicia no dia da publicação, salvo seela assim o <strong>de</strong>terminar.” 15As notas explicativas também po<strong>de</strong>m ser inseridas em nota <strong>de</strong>rodapé quando se quer adicionar explicações adicionais não pertinentesno texto.202


Metodologia da Pesquisa<strong>Ativida<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliaçãoLeia com atenção os enunciados e responda as questões solicitadas.Lembre que estas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliação têm comoobjetivo <strong>de</strong>senvolver com <strong>auto</strong>nomia a sua aprendizagem. Paravocê obter sucesso primeiro responda todas as questões sugeridase em seguida verifique as suas respostas, relacionando-as com assugestões e comentários do professor, localizadas ao final <strong>de</strong>stelivro didático.1 Or<strong>de</strong>ne as referências1.1 RevistaTítulo do artigo: O adolescente violento como conseqüência da <strong>de</strong>sestruturaçãofamiliar; Título da publicação: Episteme; Autora do artigo: CristineMachado Gouveia; Número do fascículo: 19; Volume da publicação:6; Página inicial e final do artigo: 7-22; Data da publicação: janeiro/junho <strong>de</strong> 2000; Local <strong>de</strong> publicação: TubarãoNúmero do fascículo: 3; Volume da publicação: 2; Página inicial e finaldo artigo: 110-118; Data da publicação: Julho/Dezembro <strong>de</strong> 1995; Local<strong>de</strong> publicação: Natal; Título do artigo: O problema do mal na teodicéia<strong>de</strong> Leibiniz; Título da publicação: Princípios; Autora do artigo: Maria <strong>de</strong>Lour<strong>de</strong>s BorgesUnida<strong>de</strong> 8203


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina1.2 JornalPágina inicial e final do artigo: 7; Data da publicação: 2 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>2004; Local <strong>de</strong> publicação: Florianópolis; Título do artigo: Debatesagitam as capitais do país; Título da publicação: Diário do Catarinense;Autora do artigo: sem <strong>auto</strong>rTítulo do artigo: Debates iniciam a corrida eleitora; Título da publicação:Diário do Catarinense; Autora do artigo: João Cavalazzi e Hermes Lorenzon;Página inicial e final do artigo: 4; Data da publicação: 2 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>2004; Local <strong>de</strong> publicação: Florianópolis204


Metodologia da Pesquisa1.3 LivroTítulo da publicação: O que é o método científico; Total <strong>de</strong> páginas: 547;Autor: Fernando Gewanzdsnaj<strong>de</strong>r; Número da edição: primeira; Editora:Pioneira; Local <strong>de</strong> publicação: São Paulo; data da publicação: 1997.Autores: Gilberto Cotrin, Pedro Demo, Nelson Pilletti e Claudino <strong>de</strong> Oliveira;Número da edição: 10ª edição revisada e ampliada; Local <strong>de</strong> publicação:Tubarão; Data da publicação: 1999; Editora: Editora Mo<strong>de</strong>rna;Título da publicação: Fundamentos <strong>de</strong> filosofia; Subtítulo: ser, saber efazer.Título da publicação: O que é o método científico; Página inicial e final:5-28; Autor: Fernando Gewanzdsnaj<strong>de</strong>r; Número da edição: primeira;Editora: Pioneira; Local <strong>de</strong> publicação: São Paulo; Data da publicação:1997; capítulo: uma visão geral da ciência e do método científico; Autordo capítulo: Fernando Gewanzdsnaj<strong>de</strong>rUnida<strong>de</strong> 8205


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina2 Faça à referência <strong>de</strong> uma matéria <strong>de</strong> jornal e um artigo <strong>de</strong>revista científica, ambos publicados em meio eletrônico.3 Assinale V (verda<strong>de</strong>iro) ou F (falso)( ) A citação é uma menção, no texto, <strong>de</strong> uma informação colhidaem outra fonte.( ) A citação direta é uma citação livre na forma <strong>de</strong> paráfrase.( ) A citação indireta po<strong>de</strong> ser curta ou longa.( ) Na citação indireta não se tem acesso ao texto original.( ) O sistema <strong>auto</strong>r-data i<strong>de</strong>ntifica as fontes bibliográficas em notas<strong>de</strong> rodapé.( ) Na citação direta a indicação do número da página é obrigatório.( ) Na citação direta <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> três linhas não é necessáriocolocar aspas.( ) A citação indireta dispensa a i<strong>de</strong>ntificação da fonte bibliográfica.206


Metodologia da Pesquisa4 Responda as questões com base no texto estudado. Utilize umlivro <strong>de</strong> sua preferência para exemplificar às respostas.a) Como fazer uma citação direta no texto com menos <strong>de</strong> 3linhas?b) Como fazer uma citação direta no texto com mais <strong>de</strong> 3 linhas?Unida<strong>de</strong> 8207


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinac) Como fazer uma citação indireta?d) Como fazer uma citação <strong>de</strong> citação usando uma citação direta?208


Metodologia da Pesquisae) Como fazer uma citação <strong>de</strong> citação usando uma citaçãoindireta?f ) Como fazer uma supressão no começo, meio ou fim <strong>de</strong> umacitação direta?Unida<strong>de</strong> 8209


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinag) Como fazer a citação <strong>de</strong> um documento que não possui<strong>auto</strong>ria?h) Como utilizar o sistema <strong>auto</strong>r data para fazer uma citação?210


Metodologia da Pesquisai) Como utilizar o sistema numérico para fazer uma citação?5 Responda as questões consultando a NBR 10520. Utilize umlivro <strong>de</strong> sua preferência para exemplificar as respostas.a) Como grifar uma palavra no interior <strong>de</strong> uma citação direta?Unida<strong>de</strong> 8211


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinab) Como fazer uma citação <strong>de</strong> uma informação colhida em umapalestra?c) Como fazer uma citação <strong>de</strong> dois <strong>auto</strong>res diferentes quepossuem o mesmo sobrenome?212


Metodologia da Pesquisad) Como fazer uma citação <strong>de</strong> duas obras do mesmo <strong>auto</strong>r publicadasno mesmo ano?e) Como fazer uma citação <strong>de</strong> uma informação presente, simultaneamente,na obra <strong>de</strong> diversos <strong>auto</strong>res?Unida<strong>de</strong> 8213


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinaf ) Como fazer a citação <strong>de</strong> um documento que tem como <strong>auto</strong>riauma entida<strong>de</strong> pública ou privada?g) Como fazer uma nota <strong>de</strong> rodapé?214


Metodologia da PesquisaSínteseEstudamos nesta unida<strong>de</strong> os procedimentos para a or<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>referências <strong>de</strong> livro, periódico, legislação, jurisprudência e a forma<strong>de</strong> apresentar as citações no texto. Há uma diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fontesque po<strong>de</strong>m ser pesquisadas e utilizadas nas pesquisas científicas,tais como, teses, dissertações, ví<strong>de</strong>os, eventos, etc. Sugerimos quevocê adquira a NBR 6023 e verifique nas duas últimas páginaso índice remissivo. Lá você encontrará, em or<strong>de</strong>m alfabética,uma lista <strong>de</strong> documentos e, respectivamente, as páginas em quecada um se encontra no interior da norma. Se você, por exemplo,estiver pesquisando numa dissertação <strong>de</strong> mestrado e for consultaro procedimento correto para fazer a referência, o índice remissivo,indicará o item 8.11.4.Faça esse exercício. Consulte a norma e apresente corretamenteas referências do material pesquisado.Os trabalhos científicos, sempre que possível, <strong>de</strong>vem apresentarcitações e, isso acontece, quando efetivamente nos preocupamoscom a redação do trabalho. A redação envolve muita reflexãoe raciocínio. As idéias pesquisadas, extraídas dos mais diversostipos <strong>de</strong> fontes, po<strong>de</strong>m contribuir significativamente para aprofundida<strong>de</strong> do tema a ser <strong>de</strong>senvolvido. Infelizmente, no meioestudantil, ainda existem trabalhos que são transcritos, na íntegraou em parte, sem que se tenha a preocupação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar asfontes pesquisadas. Esse erro não é só metodológico, é éticotambém. Por isso, ao invés <strong>de</strong> nos preocuparmos com a extensãodo trabalho <strong>de</strong>vemos nos preocupar com sua profundida<strong>de</strong>.Procure, nos trabalhos que serão elaborados daqui para frente,aplicar o conteúdo <strong>de</strong>sta unida<strong>de</strong>. Observe as regras contidasneste texto e, se precisar recorra a norma. Tenha um bomtrabalho.Unida<strong>de</strong> 8215


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaSaiba maisPara aprofundar as questões abordadas nesta unida<strong>de</strong> você po<strong>de</strong>rápesquisar as seguintes referências:ALVES, M. B. M.; ARRUDA, S. M. Como fazer referências:bibliográficas, eletrônicas e <strong>de</strong>mais formas <strong>de</strong> documentos.Disponível em: . Acesso em: 26 jun. 2004.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.NBR 10520: informação e documentação, citações emdocumentos, apresentação. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2002a.______. NBR 6023: informação e documentação, referências,elaboração. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2002b.BERALDO, P. S. S; PEREIRA, M. G. Sistema <strong>de</strong>gerenciamento bibliográfico; parte 2: citaçäo e organizaçäo dalista <strong>de</strong> referências. Brasília Médica, Brasília, DF, v. 38, n. 1/4, p.52-57, 2001. Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2004.MARTINS, G. <strong>de</strong> A. Construção <strong>de</strong> referências bibliográficas.Disponível em: . Acesso em: 26 jun. 2004.NORONHA, D. P. Análise das citações das dissertações <strong>de</strong>mestrado e teses <strong>de</strong> doutorado em saú<strong>de</strong> pública (1990-1994):estudo exploratório. Ciência da informação, Brasília, DF, 1998,v. 27, n.1], p.0-0. Disponível em: . Acesso em: 30 jun. 2004.REFERÊNCIA. Disponível em: . Acesso em: 26 jun. 2004.SILVA, L. A. da; MANOEL, V. Referências bibliográficas:NBR 6023/2002. Disponível em: < http://www.ucb.br/relinter/downloads/referencias_bibliograficas-NBR_6023-2002.pdf>.Acesso em: 26 jun. 2004.UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU. Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>referência. Disponível em: . Acesso em: 26 jun. 2004.216


Para concluir o estudoAcredita-se que as reflexões efetuadas tenham alcançado seusobjetivos. Vale lembrar que os conceitos apresentados nãoesgotam as dúvidas e as polêmicas acerca dos assuntos abordados,mas, com certeza, são uma síntese que po<strong>de</strong> ser seguida para quea qualida<strong>de</strong> da vida universitária tenha mais êxito e para que aangústia e a insegurança, tanto em acadêmicos como em professores,seja reduzida.Sem <strong>de</strong>smerecer nenhuma disciplina ou área <strong>de</strong> conhecimento,a Metodologia da pesquisa po<strong>de</strong> ser o diferencial para trabalhara interdisciplinarida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do curso ou da universida<strong>de</strong>.Além <strong>de</strong> ser parte indispensável em todas as disciplinas, ela po<strong>de</strong>oferecer os meios necessários para o estudante estruturar e apresentarcom mais clareza, coerência e profundida<strong>de</strong> os conhecimentosestudados e pesquisados em qualquer disciplina.Vivemos em uma época em que se multiplicam as informações.Ainda bem que as formas <strong>de</strong> transmissão também têm seusaliados. Razão pela qual os meios eletrônicos são indispensáveis.Esperamos que esta forma <strong>de</strong> transmitir o conteúdo aqui apresentadotenha alcançado êxito na socialização <strong>de</strong> conhecimentose experiências.Se você tiver uma sugestão para melhorar este material, por favor,entre em contato conosco.Obrigado pela companhia.Um gran<strong>de</strong> abraço!Prof. Mauri Heerdt e Prof. Vilson Leonel


Sobre os professores conteudistasMauri Luiz Heerdt: Graduado em Filosofia pela Universida<strong>de</strong>do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina. Especialista em Administração pelaUDESC/FESAG (Universida<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> Santa Catarina).Mestre em Ergonomia pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> SantaCatarina. Doutorando em Engenharia <strong>de</strong> Produção na Universida<strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina. Autor <strong>de</strong> diversas obras, entreas quais Alguns caminhos da filosofia (5ª ed.), Construindoética e cidadania todos os dias, Educando para a vida, Comoeducar hoje? e Relações Internacionais: temas contemporâneos.Coor<strong>de</strong>nador do Curso <strong>de</strong> Relações Internacionais - CampusGran<strong>de</strong> Florianópolis-SC. Professor <strong>de</strong> Filosofia, Ética, MetodologiaCientífica e Sociologia na Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> SantaCatarina. Professor <strong>auto</strong>r e tutor <strong>de</strong> Filosofia e Ética e Sociologiadas Organizações.Vilson Leonel: graduado em Filosofia pela Universida<strong>de</strong> do Sul<strong>de</strong> Santa Catarina. Organizador do livro Diretrizes para a elaboraçãoe apresentação da monografia no Curso <strong>de</strong> Direito. Coor<strong>de</strong>nadordo Núcleo <strong>de</strong> monografia no Curso <strong>de</strong> Direito, CampusTubarão e professor <strong>de</strong> Metodologia Científica, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1987, naUniversida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina.


GlossárioAgra<strong>de</strong>cimento(s): folhaon<strong>de</strong> o <strong>auto</strong>r faz agra<strong>de</strong>cimentosdirigidos àqueles quecontribuíram <strong>de</strong> maneirarelevante à elaboração dotrabalho. (ASSOCIAÇÃO BRASI-LEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,2005, p. 1).Anexo: texto ou documentonão elaborado pelo <strong>auto</strong>r,que serve <strong>de</strong> fundamentação,comprovação e ilustração.(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DENORMAS TÉCNICAS, 2005, p. 1).Apêndice: texto oudocumento elaborado pelo<strong>auto</strong>r, a fim <strong>de</strong> complementarsua argumentação, semprejuízo da unida<strong>de</strong> nuclear dotrabalho. (ASSOCIAÇÃO BRASI-LEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,2005, p. 2).Apud: significa “citado por”.Nas citações é utilizada parainformar que a informaçãopertence a um <strong>auto</strong>r, mas foiretirado da obra <strong>de</strong> outro <strong>auto</strong>r.Nesse tipo <strong>de</strong> citação não setem acesso ao texto original.Artigo científico: é a apresentaçãosintética, em forma <strong>de</strong>relatório escrito, dos resultados<strong>de</strong> investigações ou <strong>de</strong> estudosrealizados a respeito <strong>de</strong> umaquestão (KOCHE, 1997, p. 149).Capa: proteção externa dotrabalho e sobre a qual seimprimem as informaçõesindispensáveis à sua i<strong>de</strong>ntificação.(ASSOCIAÇÃO BRASI-LEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,2005, p. 2).Ciência: é um conjunto organizado<strong>de</strong> conhecimentosrelativos a um <strong>de</strong>terminadoobjeto conquistados através <strong>de</strong>métodos próprios <strong>de</strong> coleta eanálise <strong>de</strong> informações.Citação: menção, no texto,<strong>de</strong> uma informação extraída<strong>de</strong> outra fonte. (ASSOCIAÇÃOBRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS, 2002a, p. 2).


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaConhecimento: resulta da relaçãoestabelecida entre o sujeito cognoscentee o objeto cognoscível.Dedicatória(s): folha on<strong>de</strong> o <strong>auto</strong>rpresta homenagem ou <strong>de</strong>dica seutrabalho. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DENORMAS TÉCNICAS, 2005, p. 2).Dissertação: documento que representao resultado <strong>de</strong> um trabalho experimentalou exposição <strong>de</strong> um estudocientífico retrospectivo, <strong>de</strong> tema único ebem <strong>de</strong>limitado em sua extensão, como objetivo <strong>de</strong> reunir, analisar e interpretarinformações. Deve evi<strong>de</strong>nciar oconhecimento <strong>de</strong> literatura existentesobre o assunto e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sistematização do candidato. E feitosob a coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> um orientador(doutor), visando a obtenção do título<strong>de</strong> mestre. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DENORMAS TÉCNICAS, 2005, p. 2).Elementos pós-textuais: elementosque complementam o trabalho. (ASSO-CIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS, 2005, p. 2).Elementos pré-textuais: elementosque antece<strong>de</strong>m o texto com informaçõesque ajudam na i<strong>de</strong>ntificação eutilização do trabalho. (ASSOCIAÇÃOBRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,2002b, p. 2).Elementos textuais: parte dotrabalho em que é exposta a matéria.(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS, 2005, p. 2).Entrevista: importante instrumentopara coleta <strong>de</strong> dados na efetivação <strong>de</strong>uma pesquisa. Na entrevista o informantefala, no questionário o informanteescreve.Epígrafe: folha on<strong>de</strong> o <strong>auto</strong>r apresentauma citação, seguida <strong>de</strong> indicação <strong>de</strong><strong>auto</strong>ria, relacionada com a matériatratada no corpo do trabalho. (ASSO-CIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS, 2005, p. 2).Errata: lista das folhas e linhas em queocorrem erros, seguidas das <strong>de</strong>vidascorreções. Apresenta-se quase sempreem papel avulso ou encartado, acrescidoao trabalho <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> impresso. (ASSO-CIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS, 2005, p. 2).Et al.: significa “e outros”. Utilizadoquando a obra foi escrita por mais <strong>de</strong>3 <strong>auto</strong>res.Neste caso indica-se apenaso nome do primeiro seguindo-se aexpressão.Fichamento: anotações efetuadasdurante a leitura ou coleta <strong>de</strong> dadose registradas em fichas para posteriorconsulta na redação do trabalho.Folha <strong>de</strong> aprovação: folha quecontém os elementos essenciais àaprovação do trabalho. (ASSOCIAÇÃOBRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,2005, p. 2).Folha <strong>de</strong> rosto: folha que contém oselementos essenciais à i<strong>de</strong>ntificação dotrabalho. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DENORMAS TÉCNICAS, 2005, p. 2).220


Metodologia da PesquisaGlossário: relação <strong>de</strong> palavras ouexpressões técnicas <strong>de</strong> uso restrito ou<strong>de</strong> sentido obscuro, utilizadas no texto,acompanhadas das respectivas <strong>de</strong>finições.(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DENORMAS TÉCNICAS, 2005, p. 2).I<strong>de</strong>m ou id: significa “igual a anterior”.Suprime o nome do <strong>auto</strong>r.Ilustração: <strong>de</strong>senho, gravura, imagemque acompanha um texto. (ASSOCIAÇÃOBRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,2005, p. 2).In: “contido em”.Índice: lista <strong>de</strong> palavras ou frases,or<strong>de</strong>nadas segundo <strong>de</strong>terminadocritério, que localiza e remete paraas informações contidas no texto.(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS, 2005, p. 2).Ibi<strong>de</strong>m ou ibid: significa “na mesmaobra”. Suprime o nome do <strong>auto</strong>r e daobra.Lombada: parte da capa do trabalhoque reúne as margens internas dasfolhas, sejam elas costuradas, grampeadas,coladas ou mantidas juntas <strong>de</strong>outra maneira. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRADE NORMAS TÉCNICAS, 2005, p. 2).Método: é a or<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> umconjunto <strong>de</strong> etapas a serem cumpridasno estudo <strong>de</strong> uma ciência , na busca<strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong> ou pra se chegar a um<strong>de</strong>terminado fim. Metodologia é oestudo dos caminhos s serem seguidospara se fazer ciência.Opus citatum ou op. cit.: “na obracitada”.Monografia: trabalho escrito comabordagem sistemática sobre umassunto bem <strong>de</strong>limitado.Pesquisa: é a ação metódica para sebuscar uma resposta, busca sistemáticapelo conhecimento, investigação<strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> um assunto...Projeto <strong>de</strong> pesquisa: é o planejamentoda pesquisa. Deve apresentarrespostas para as seguintes questões:o que pesquisar? Por que pesquisar?Para que pesquisar? Como pesquisar?Quando pesquisar?Referências: conjunto padronizado <strong>de</strong>elementos <strong>de</strong>scritivos retirados <strong>de</strong> umdocumento, que permite sua i<strong>de</strong>ntificaçãoindividual. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DENORMAS TÉCNICAS, 2002b, p. 2).Resenha crítica: tipo <strong>de</strong> trabalhoacadêmico que informa ao leitor, <strong>de</strong>maneira objetiva e cortês sobre oassunto tratado no livro, evi<strong>de</strong>nciandoa contribuição do <strong>auto</strong>r (novas abordagens,novos conhecimentos, novasteorias). A resenha apresenta umasíntese das principais informações daobra, acompanhada <strong>de</strong> uma crítica porparte do resenhista.Resumo em língua estrangeira:versão do resumo para idioma <strong>de</strong>divulgação internacional. (ASSOCIAÇÃOBRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,2005, p. 2).221


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaResumo na língua vernácula: apresentaçãoconcisa dos pontos relevantes<strong>de</strong> um texto, fornecendo umavisão rápida e clara do conteúdo e dasconclusões do trabalho. (ASSOCIAÇÃOBRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,2005, p. 2).Senso comum: é o conhecimentoadquirido na vida cotidiana: baseado naexperiência vivida ou transmitido poralguém.Sigla: reunião das letras iniciais dosvocábulos fundamentais <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>nominaçãoou título. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRADE NORMAS TÉCNICAS, 2005, p. 2).Símbolo: sinal que substitui o nome<strong>de</strong> uma coisa ou <strong>de</strong> uma ação. (ASSO-CIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS, 2005, p. 2).Sumário: enumeração das principaisdivisões, seções e outras partesdo trabalho, na mesma or<strong>de</strong>m e grafiaem que a matéria nele se suce<strong>de</strong>.(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS, 2005, p. 3).Tabela: elemento <strong>de</strong>monstrativo<strong>de</strong> síntese que constitui unida<strong>de</strong>autônoma. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DENORMAS TÉCNICAS, 2005, p. 3).Técnica: é o modo <strong>de</strong> fazer <strong>de</strong> formamais hábil, mais seguro, pais perfeito,algum tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, arte ou ofício.(GALLIANO, 1986, p. 6).Tese: documento que representa oresultado <strong>de</strong> um trabalho experimentalou exposição <strong>de</strong> um estudo científico<strong>de</strong> tema único e bem <strong>de</strong>limitado.Deve ser elaborado com base eminvestigação original, constituindo-seem real contribuição para a especialida<strong>de</strong>em questão. E feito sob a coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> um orientador (doutor) evisa a obtenção do titulo <strong>de</strong> doutor, ousimilar. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DENORMAS TÉCNICAS, 2005, p. 3).Variável: fator, aspecto ou proprieda<strong>de</strong>passível <strong>de</strong> mensuração (que po<strong>de</strong> sermedido).222


ReferênciasALVES, R. Entre a ciência e sapiência: o dilema da educação.São Paulo: Loyola, 1999.ARANHA, M.; MARTINS, M. H. P. Temas <strong>de</strong> filosofia. SãoPaulo: Mo<strong>de</strong>rna, 1992.ARANHA, M. L. <strong>de</strong> A. História da educação. 2. ed. rev. e atual.São Paulo: Mo<strong>de</strong>rna, 1998.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.NBR 10520: informação e documentação, citações emdocumentos, apresentação. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2002a.______. 14724: informação e documentação, trabalhosacadêmicos, apresentação. 2ª ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2005.______. NBR 6022: apresentação <strong>de</strong> artigos em publicaçõesperiódicas. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1994.______. NBR 6023: informação e documentação, referências,elaboração. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2002b.______. NBR 6024: informação e documentação, numeraçãoprogressiva das seções <strong>de</strong> um documento escrito, apresentação.Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2003.______. NBR 6027: informação e documentação, sumário,apresentação. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2003.______. NBR 6028: resumos. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1990.BARRAL, W. Metodologia da pesquisa jurídica. 2. ed.Florianópolis: Fundação Boitex, 2003.BARRETO, A. V. P.; H. C. <strong>de</strong> F. Manual <strong>de</strong> sobrevivência naselva acadêmica. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Objeto Direto, 1998.BARROS, A <strong>de</strong> J. P. <strong>de</strong>; LEHFELD, N. A. <strong>de</strong> S. Projeto <strong>de</strong>pesquisa: propostas metodológicas. 8. ed. Petrópolis: Vozes,1999.


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaBASTOS, C.; KELLER, V. Apren<strong>de</strong>ndo a apren<strong>de</strong>r: introduçãoà metodologia científica. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 1997.BURKE, Peter. A explosão da informação. Folha <strong>de</strong> São Paulo,São Paulo, Ca<strong>de</strong>rno Mais, 16 jul. 2000, p. 14-15.CARVALHO, Maria Cecília M. (org.). Construindo o saber:metodologia científica - fundamentos e técnicas. 5. ed. São Paulo:Papirus, 1995.CASAGRANDE, J. Resenha crítica. In: UNIVERSIDADEDO SUL DE SANTA CATARINA. Grupo <strong>de</strong> MetodologiaCientífica. Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> metodologia: diretrizes para a elaboração<strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> trabalhos acadêmicos. 2. ed. rev. Tubarão,2003. p. 21-25.CASTELLS, M. A socieda<strong>de</strong> em re<strong>de</strong>. São Paulo: Paz e Terra,1999.CERVO, A. L.; BERVIAN; P. A. Metodologia científica. 3. ed.São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983.CHAUI, M. Convite à filosofia. 7. ed. São Paulo: Ática, 1998.COTRIM, G. Fundamentos da filosofia: para uma geraçãoconsciente. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1990.______. Fundamentos da filosofia: história e gran<strong>de</strong>s temas. 15.ed. ref.. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2002.______. Fundamentos da filosofia: ser, saber e fazer. 14. ed. SãoPaulo: Saraiva, 1999.DEMO, P. Pesquisa e construção do conhecimento:metodologia científica no caminho <strong>de</strong> Habermas. Rio <strong>de</strong> Janeiro:Tempo Brasileiro. 2000.FACHIN, O. Fundamentos <strong>de</strong> metodologia. 3. ed. São Paulo:Saraiva, 2001.FERREIRA, A. B. <strong>de</strong> H. Novo dicionário da LínguaPortuguesa. 2. ed. rev. e aum. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Nova Fronteira,1986.FREIRE, P. Pedagogia da esperança: um reencontro com apedagogia do oprimido. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1994.224


Metodologia da PesquisaFURLAN, V. I. O estudo <strong>de</strong> texto teóricos. In: CARVALHO,Maria Cecília M. (org.). Construindo o saber: metodologiacientífica - fundamentos e técnicas. 5. ed. São Paulo: Papirus,1995. Cap. 2, p. 119-128.GALLIANO, A. G. O método científico: teoria e prática. SãoPaulo: Harbra, 1979.______. ______. São Paulo: Harbra, 1986.GARCIA, E. A. C. Manual <strong>de</strong> sistematização e normalização<strong>de</strong> documentos técnicos. São Paulo: Atlas, 1998.GIL, A. C. Como elaborar projetos <strong>de</strong> pesquisa. 4. ed. SãoPaulo: Atlas, 2002.GRUBITS, S. A casa: cultura e socieda<strong>de</strong> na expressão do<strong>de</strong>senho infantil. Psicologia em estudo, Maringá, v. 8, p.97-105, 2003. Disponível em: . Acesso em: 26 jun. 2004HEERDT, M. L. Pensando para viver: alguns caminhos dafilosofia. 5.ed. Florianópolis: Sophos, 2003.INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA EESTATÍSTICA. 2000. Disponível em: . Acesso em: 22 jun. 2004.KERLINGER, F. N. Metodologia da pesquisa em ciênciassociais: um tratamento conceitual. Tradução Helena Men<strong>de</strong>sRotundo. São Paulo: EPU, 1980.KÖCHE, J. C. Fundamentos da metodologia científica: teoriada ciência e prática <strong>de</strong> pesquisa. 14. ed. rev. e atual. Petrópolis:Vozes, 1997.LACOSTE, J. A filosofia no século XX. Tradução <strong>de</strong> MarinaAppenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1992.LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. <strong>de</strong> A. Metodologia dotrabalho científico. 4. ed. rev. e amp. São Paulo: Atlas, 1995.LÉVY, P. Inteligência coletiva. São Paulo: Loyola, 1999.LUCKESI, C. C.; PASSOS, E. S. Introdução à filosofia:apren<strong>de</strong>ndo a pensar. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1996.225


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Metodologia da PesquisaREALI, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: doromantismo até nossos dias. Tradução <strong>de</strong> Álvaro Cunha. 2. ed.São Paulo: Paulinas, 1991. v. 3.RUDIO, F.V. Introdução ao projeto <strong>de</strong> pesquisa científica. 26.ed. Petrópolis: Vozes, 1999.______. ______. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 1998.SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer monografia. 3. ed. SãoPaulo: Martins Fontes, 1995.SALVADOR, A. D. Métodos e técnicas <strong>de</strong> pesquisabibliográfica: elaboração e relatórios <strong>de</strong> estudos científicos. 6. ed.rev. e aum. Porto Alegre: Sulina, 1977.SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed.rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000.SILVA, E. L. da; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisae elaboração <strong>de</strong> dissertação. 3. ed. rev. e atual. Florianópolis:Laboratório <strong>de</strong> Ensino à Distância da UFSC, 2001.SOUSA, B. et al. O Programa saú<strong>de</strong> da família na visão dosmembros da equipe e dos usuários <strong>de</strong> dois postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> doMunicípio <strong>de</strong> Araranguá, SC. 2004. Trabalho apresentado àdisciplina <strong>de</strong> Iniciação ao Estudo Continuado e AntropologiaCultural. Curso <strong>de</strong> Medicina, Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> SantaCatarina, Tubarão, 2004.THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 2. ed. SãoPaulo: Cortez, 1986.THUROW, L. C. O futuro do capitalismo. Rio <strong>de</strong> Janeiro:Rocco, 1997.TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais:a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas , 1987.UM CRIME, duas sentenças. Época, São Paulo, v. 2, n. 70, p. 26,set. 1999.UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA. Grupo<strong>de</strong> Metodologia Científica. Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> metodologia: diretrizespara a elaboração e apresentação <strong>de</strong> trabalhos acadêmicos. 2. ed.rev. Tubarão, 2003. 96 p.227


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ApêndicesMo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>: capa folha <strong>de</strong> rosto resumo lista <strong>de</strong> gráficos lista <strong>de</strong> tabelas lista <strong>de</strong> abreviaturas sumário


3 cmAUTOR DO TRABALHO3 cm 2 cmTÍTULO DO TRABALHOLocal e data2 cm


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3 cmAUTOR DO TRABALHO3 cm 2 cmTÍTULO DO TRABALHOTrabalho apresentado à disciplina <strong>de</strong> metodologiacientífica do primeiro semestre do curso <strong>de</strong>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINAProfessor: Fulano <strong>de</strong> talLocal e data2 cm


234Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina


3 cm8 cmRESUMO2 cmA pesquisa apresenta a prevalência <strong>de</strong> escolares fumantes nas oitavas séries do EnsinoFundamental <strong>de</strong> escolas públicas e particulares do Município <strong>de</strong> Tubarão, SC. Osprincipais objetivos são: relacionar a prevalência <strong>de</strong> escolares fumantes com ida<strong>de</strong>, sexo,fatores que levaram ao fumo, quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cigarros fumados por dia e conhecimentodos pais; comparar a prevalência <strong>de</strong> alunos fumantes por escola (pública e privada). Foiaplicado um questionário a 795 alunos das escolas estaduais e municipais e 277 alunos <strong>de</strong>escolas particulares. Os resultados <strong>de</strong>monstram que entre os alunos das escolas públicasa prevalência <strong>de</strong> fumantes é <strong>de</strong> 9, 91% e que entre os alunos das escolas particulares é3 cm <strong>de</strong> 5.78%. Entre os alunos das escolas particulares 8,5% não conhecem nenhuma doença 2 cmrelacionada ao consumo <strong>de</strong> cigarros e nas escolas particulares o percentual <strong>de</strong> 13,6%.As proporções numéricas entre as escolas estão <strong>de</strong>ntro da margem <strong>de</strong> erro e, por isso,se consi<strong>de</strong>ra que não há diferença significativa entre os resultados. Consi<strong>de</strong>ra-se alta aprevalência <strong>de</strong> escolares fumantes, principalmente, se levados em conta o nível <strong>de</strong> ensinoe a faixa etária dos alunos. É necessário que a socieda<strong>de</strong> (família, po<strong>de</strong>r público e escola)tome providências criando campanhas <strong>de</strong> conscientização entre os jovens para que hajamudança nesse quadro.Palavras-chave: tabaco, prevalência, estudantes.2 cm


236Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina


3 cmLISTA DE GRÁFICOS2 cmGráfico 1 – Hábito <strong>de</strong> fumar e sua distribuição por sexo nas escolas públicas ...............51Gráfico 2 – Hábito <strong>de</strong> fumar e sua distribuição por sexo nas escolas particulares .........52Gráfico 3 – Fatores que levaram ao fumo entre alunos <strong>de</strong> escolas públicas ...................52Gráfico 4 – Fatores que levaram ao fumo entre alunos <strong>de</strong> escolas particulares..............52Gráfico 5 – Conhecimento <strong>de</strong> doenças relacionadas ao cigarro entre alunos <strong>de</strong> escolas3 cm 2 cmparticulares ...................................................................................................53Gráfico 6 – Conhecimento <strong>de</strong> doenças relacionadas ao cigarro entre alunos <strong>de</strong> escolasparticulares ...................................................................................................542 cm


238Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina


3 cmLISTA DE TABELAS2 cmTabela 1 – Distribuição dos alunos por sexo e hábito <strong>de</strong> fumar nas oitavas séries doEnsino Fundamental das escolas públicas e privadas - maio 2003 ...............47Tabela 2 – Distribuição dos alunos por sexo e hábito <strong>de</strong> fumar nas oitavas séries doEnsino Fundamental das escolas públicas e privadas - maio 2004 ...............503 cmTabela 3 – Distribuição dos alunos por ida<strong>de</strong> e hábito <strong>de</strong> fumar nas oitavas séries do2 cmEnsino Fundamental das escolas públicas e privadas - maio 2004 ...............50Tabela 4 – Distribuição dos alunos a partir do consumo diário <strong>de</strong> cigarros nas oitavasséries do Ensino Fundamental das escolas públicas e privadas- maio 2004 ..................................................................................................50Tabela 5 – Distribuição dos alunos por tempo <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> cigarros e hábito <strong>de</strong> fumarnas oitavas séries do Ensino Fundamental das escolas públicas e privadas- maio 2004 ...................................................................................................502 cm


240Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina


3 cmLISTA DE ABREVIATURAS2 cmEPA – Escolas ParticularesEPU – Escolas PúblicasF – Freqüência3 cm 2 cm2 cm


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3 cm8 cmSUMÁRIO2 cm1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................112 SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL: UM BREVE HISTÓRICO ...................................132.1 Período <strong>de</strong> 1900 a 1960 ............................................................................................132.2 Período <strong>de</strong> 1900 a 1960 ............................................................................................153 cm2.3 De 1988 aos dias <strong>de</strong> hoje ..........................................................................................152 cm3 SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE .......................................................................133.1 Implementação do SUS ............................................................................................133.2 Os objetivos do SUS .................................................................................................153.3 O SUS e as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população brasileira ..........................................154 O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA .....................................................................194.1 A criação do Programa ..............................................................................................214.2 O funcionamento do Programa .................................................................................234.2.1 Princípios básicos ..................................................................................................254.2.2 Atribuições dos membros das equipes ...................................................................274.2.2 A implantação do Programa ...................................................................................294.2.3 Elementos pós-textuais ..........................................................................................304.2.4 A percepção do programa na visão dos membros da equipe .................................324.2.5 A percepção do programa na visão dos usuários ...................................................332 cm


244Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina


3 cmREFERÊNCIAS ..............................................................................................................37APÊNDICES ...................................................................................................................39APÊNDICE A – Instrumento <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados - questionário .....................................41APÊNDICE B – Instrumento <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados - entrevista .........................................43ANEXOS ........................................................................................................................73ANEXO A – Legislação sobre a criação do PSF ............................................................75ANEXO B – Fol<strong>de</strong>r <strong>de</strong> divulgação .................................................................................763 cm 2 cm2 cm


Respostas e comentários dasativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>auto</strong>-avaliaçãoUnida<strong>de</strong> 11 Com relação a Metodologia Científica, é correto afirmar que:A terceira e quarta alternativas estão incorretas, pois o conhecimentocientífico é um processo sistemático para se interpretar os fatos e chegarao conhecimento e, também, o estudo e o aproveitamento das ativida<strong>de</strong>sacadêmicas necessitam <strong>de</strong> organização, disciplina e <strong>de</strong>dicação. As <strong>de</strong>maisquestões estão corretas.2 Por que diversos especialistas no assunto afirmam que estamosna era do conhecimento?Porque o conhecimento é um dos valores mais consi<strong>de</strong>rados atualmentepelas organizações. O conhecimento está transformando a vida da humanida<strong>de</strong>e a evolução das nações, das regiões, das empresas e dos indivíduos<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> navegar no espaço do saber.3 A socieda<strong>de</strong> é dinâmica e está em contínuo processo <strong>de</strong> transformaçãoe aperfeiçoamento, assim como o conhecimento.Escreva A para as opções que se referem ao período agrário,I para a era industrial e C para a era do conhecimento.A primeira alternativa refere-se ao período agrário, a segunda e terceiraalternativas referem-se à era do conhecimento e a quarta alternativa à eraindustrial.4 Por que o conhecimento po<strong>de</strong> lhe ajudar a ser uma pessoa maislivre?Ser livre é o contrário <strong>de</strong> alienado (= não-livre). O conhecimento permiteo entendimento da vida. Quem não consegue pensar por si mesmo, ouseja, quem não tem posições próprias, sempre será guiado pelos outros(pela televisão, por exemplo). Portanto, somente é livre quem tem conhecimento.


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina5 Como se po<strong>de</strong> realizar a apropriação direta e a apropriaçãoindireta do conhecimento? Dê um exemplo <strong>de</strong> cada um.Apropriação indireta: estudando o que outras pessoas já falaram/escreveramsobre <strong>de</strong>terminado assunto. Para estudar a forma <strong>de</strong> organização <strong>de</strong>uma comunida<strong>de</strong> indígena, po<strong>de</strong>-se ir a uma biblioteca e estudar os livrosque tratam sobre esse assunto.Apropriação direta: indo diretamente ao encontro do objeto <strong>de</strong> estudo.Para estudar a forma <strong>de</strong> organização <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> indígena, po<strong>de</strong>seir na própria comunida<strong>de</strong> e fazer um estudo.6 Cite um exemplo <strong>de</strong> cada nível <strong>de</strong> conhecimento.Senso comum: um chá caseiro (sabemos que faz efeito, mas não temosconsciência do princípio ativo do chá que produz o efeito em nosso organismo).Teologia: a crença em Deus, uma religião.Arte: uma obra <strong>de</strong> arte.Ciência: os estudos sobre a clonagem <strong>de</strong> animais.Filosofia: a reflexão <strong>de</strong> Platão sobre o conhecimento.Unida<strong>de</strong> 21 Qual a diferença entre ciência e senso comum?A ciência, ou conhecimento científico, procura explicar a realida<strong>de</strong> comclareza e exatidão, através do emprego <strong>de</strong> métodos e técnicas.2 Por que o conceito <strong>de</strong> ciência não é unânime?Não é unânime porque existem diferentes compreensões <strong>de</strong> ciência, assimcomo existem diferentes compreensões <strong>de</strong> mundo.3 Cite três características <strong>de</strong> ciência e explique-as.Objetivida<strong>de</strong>: a ciência <strong>de</strong>ve representar com fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> o mundo real.Historicida<strong>de</strong>: a ciência está relacionada diretamente à época em questãoFormalida<strong>de</strong>: o conhecimento científico <strong>de</strong>ve ser formalmente lógico,bem sistematizado, argumentado da melhor maneira possível, elaboradorigorosamente e coerentemente.248


Metodologia da Pesquisa4 Escreva sobre as três visões <strong>de</strong> ciência, apresentadas por Chauí.A concepção racionalista: O objeto científico é uma representaçãointelectual universal, necessária e verda<strong>de</strong>ira das coisas representadas, ecorrespon<strong>de</strong> à própria realida<strong>de</strong>, porque esta é racional e inteligível em simesma.A concepção empirista: A ciência é uma interpretação dos fatos baseadaem observação e experimento; que permitem estabelecer induções, e que,ao serem completadas, oferecem a <strong>de</strong>finição do objeto, suas proprieda<strong>de</strong>se suas leis <strong>de</strong> funcionamento.A concepção construtivista: a ciência é uma construção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>losexplicativos para a realida<strong>de</strong> e não uma representação da própria realida<strong>de</strong>.5 Qual a diferença entre método e técnica?Método é o “conjunto <strong>de</strong> etapas, or<strong>de</strong>nadamente dispostas, a serem vencidasna investigação da verda<strong>de</strong>, no estudo <strong>de</strong> uma ciência ou para alcançar<strong>de</strong>terminado fim.” (GALLIANO, 1986, p.6).Técnica é o “modo <strong>de</strong> fazer <strong>de</strong> forma mais hábil, mais seguro, mais perfeito,algum tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, arte ou ofício” (GALLIANO, 1986, p. 6).6 Sobre conhecimento científico ou ciência e método científico, écorreto afirmar que:Todas as alternativas estão corretas com exceção da primeira, pois jamaispo<strong>de</strong>mos afirmar que a ciência é algo pronto e acabado.7 É importante ressaltar a importância do uso do método e datécnica. O sucesso da aplicação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá em gran<strong>de</strong> parte daqualida<strong>de</strong> com que é executado. De nada adianta optar pelomelhor método ou técnica se forem aplicados por alguémincapaz ou <strong>de</strong>sinteressado. A escolha do método para orientarbem o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos objetivose/ou natureza do problema. Há casos em que é necessário maismétodos e técnicas conjuntamente, pois um mesmo métodopermite a utilização <strong>de</strong> técnicas distintas. Com relação aosmétodos científicos, é correto afirmar que:Somente as duas primeiras questões estão corretas, pois o método históricoparte do princípio questões que somente são entendidas se estudadasas raízes históricas; o método <strong>de</strong>dutivo parte <strong>de</strong> teorias ou leis maisgerais para a ocorrência <strong>de</strong> fenômenos particulares e o método comparativo,compara fatos sociais diferentes ou semelhantes para explicar e/ouinterferir em outros fatos.249


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaUnida<strong>de</strong> 31 Relacione a segunda coluna <strong>de</strong> acordo com a primeiraA variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte age como causa, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte é efeito ou conseqüência,a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte é um fator neutro, a mo<strong>de</strong>radora age como causasecundária e a interveniente é aquela que não po<strong>de</strong> ser medida2 Assine V (verda<strong>de</strong>iro) ou F (falso) e justifique sua opção caso aalternativa escolhida seja falsa.As alternativas A, C,H, M e N estão corretas. Veja o comentário das queestão incorretas.b) A classificação dos tipos <strong>de</strong> pesquisa só é possível medianteo estabelecimento <strong>de</strong> um critério. Se classificarmos as pesquisaslevando em conta os objetivos, teremos três gran<strong>de</strong>s grupos:pesquisa exploratória, pesquisa <strong>de</strong>scritiva e pesquisa experimental.O correto é: se classificarmos as pesquisas levando em conta os objetivos,teremos três gran<strong>de</strong>s grupos: pesquisa exploratória, pesquisa <strong>de</strong>scritiva epesquisa explicativa.d) Pesquisa explicativa é aquela que analisa, observa, registrae correlaciona aspectos (variáveis) que envolvem fatos oufenômenos, sem manipulá-los. Os fenômenos humanos ounaturais são investigados sem a interferência do pesquisador.É a pesquisa <strong>de</strong>scritiva que analisa, observa, registra e correlaciona aspectos(variáveis) que envolvem fatos ou fenômenos, sem manipulá-los. Napesquisa <strong>de</strong>scritiva, os fenômenos humanos ou naturais são investigadossem a interferência do pesquisador.e) A pesquisa <strong>de</strong>scritiva tem como preocupação fundamentali<strong>de</strong>ntificar fatores que contribuem ou agem como causa para aocorrência <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados fenômenos. É o tipo <strong>de</strong> pesquisa queexplica as razões ou os porquês das coisas.É a pesquisa <strong>de</strong>scritiva que tem como preocupação fundamental i<strong>de</strong>ntificarfatores que contribuem ou agem como causa para a ocorrência <strong>de</strong><strong>de</strong>terminados fenômenos. A pesquisa explicativa explica as razões ou osporquês das coisas.250


Metodologia da Pesquisaf ) Pesquisa bibliográfica é aquela que se <strong>de</strong>senvolve tentandoexplicar um problema a partir das teorias publicadas em diversostipos <strong>de</strong> fontes: livros, artigos, manuais, enciclopédias, anais,meios eletrônicos, etc. A pesquisa bibliográfica ocupa-se <strong>de</strong>fontes primárias.Está correto afirmar que a pesquisa bibliográfica é aquela que se <strong>de</strong>senvolvetentando explicar um problema a partir das teorias publicadas emdiversos tipos <strong>de</strong> fontes: livros, artigos, manuais, enciclopédias, anais,meios eletrônicos, etc., mas é incorreto afirmar que a pesquisa bibliográficaocupa-se <strong>de</strong> fontes primárias, pois na verda<strong>de</strong> ela se ocupa <strong>de</strong> fontessecundárias.g) “Delimitar” significa indicar a abrangência do estudo, éestabelecer a extensão e compreensão do assunto. A <strong>de</strong>limitaçãoda extensão do assunto <strong>de</strong>verá ser a mais ampla possível parapermitir que se pesquise todos os aspectos relacionados ao tema.A <strong>de</strong>limitação da extensão do assunto <strong>de</strong>verá ser a mais específica, focadapara permitir que se pesquise com maior profundida<strong>de</strong> os aspectos relacionadosao tema.i) Para que a pesquisa experimental possa ser <strong>de</strong>senvolvida énecessário que se tenha, no mínimo, dois elementos: manipulação<strong>de</strong> uma ou mais variáveis e controle <strong>de</strong> variáveis estranhas aofenômeno observado. Composição aleatória dos grupos, experimentale controle, não caracteriza um requisito.Para que a pesquisa experimental possa ser <strong>de</strong>senvolvida é necessário quese tenha, no mínimo, três elementos: manipulação <strong>de</strong> uma ou mais variáveis,controle <strong>de</strong> variáveis estranhas ao fenômeno observado e composiçãoaleatória dos grupos experimental e controle.j) No estudo comparativo o pesquisador trabalha com mais <strong>de</strong>duas variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes para observar seus efeitos, <strong>de</strong> formaassociada ou separadamente, sobre a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.No esquema fatorial o pesquisador trabalha com mais <strong>de</strong> duas variáveisin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes para observar seus efeitos, <strong>de</strong> forma associada ou separadamente,sobre a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. O estudo comparativo comparadois tratamentos.k) Nos estudos <strong>de</strong> caso controle investiga-se os fatos após a suaocorrência manipulando a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.Nos estudos <strong>de</strong> caso controle investiga-se os fatos após a sua ocorrênciasem manipulação da variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Nesse tipo <strong>de</strong> estudo o investigadornão modifica a realida<strong>de</strong>.251


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinal) As pesquisas do tipo levantamento procuram analisar, quantitativamente,características <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada população. Nesse tipo<strong>de</strong> pesquisa não é possível trabalhar com amostragem.As pesquisas do tipo levantamento procuram analisar, quantitativamente,características <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada população. A maioria das pesquisas do tipolevantamento ocorrem por amostragens.3 Analise o problema <strong>de</strong> pesquisa e responda.Quais os hábitos <strong>de</strong> higiene bucal em idosos institucionalizados esua distribuição por sexo, ida<strong>de</strong> e tempo <strong>de</strong> institucionalização?a) Qual a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte?Sexo e ida<strong>de</strong>b) Qual a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte?hábitos e higiene bucalc) Qual o tipo <strong>de</strong> pesquisa quanto ao objetivo geral?pesquisa <strong>de</strong>scritivad) Qual o tipo <strong>de</strong> pesquisa quanto ao procedimento utilizadopara coleta <strong>de</strong> dados?pesquisa do tipo levantamentoe) Justificativa para os tipos <strong>de</strong> pesquisa:a pesquisa é <strong>de</strong>scritiva pois procura conhecer características <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadapopulação e correlaciona as variáveis sexo e ida<strong>de</strong> com tempo <strong>de</strong>institucionalização. Na pesquisa <strong>de</strong>scritiva há associação <strong>de</strong> variáveis semmanipula-las. A pesquisa também é do tipo levantamento, pois há indagaçãodireta a pessoas, é quantitativo e po<strong>de</strong> ser realizado por amostragemse o universo <strong>de</strong> indivíduos que compõem a população for muito gran<strong>de</strong>.4 I<strong>de</strong>ntifique no texto abaixo os três elementos que <strong>de</strong>finem umapesquisa experimental.Para saber se <strong>de</strong>terminado tratamento (uma substância)tem efeito sobre o peso <strong>de</strong> ratos, um pesquisadorfez um experimento. Primeiro, tomou um conjunto <strong>de</strong>ratos similares e os manteve em condições idênticasdurante algum tempo. Depois, dividiu o conjunto <strong>de</strong>ratos em dois grupos. O primeiro recebeu252


Metodologia da Pesquisaa substância adicionada à ração, mas o segundo grupo,embora mantido nas mesmas condições, não recebeua substância.Decorrido <strong>de</strong>terminado período, o pesquisador pesoutodos os ratos e comparou o peso do grupo querecebeu o tratamento com o peso do grupo que nãorecebeu o tratamento. (VIEIRA; HOSSNE, 2001, p. 49grifo nosso).a) Manipulação <strong>de</strong> variáveis:a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte é o tratamento (substância adicionada à ração).A variável está sendo manipulada na medida em que um grupo recebe asubstância e o outro não.b) Controle <strong>de</strong> variáveis:o pesquisador tomou um conjunto <strong>de</strong> ratos similares e os manteve emcondições idênticas durante algum tempo isso quer dizer que ele pegouratos <strong>de</strong> mesma ida<strong>de</strong>, mesma distribuição por sexo, mesma linhagem ecolocou-os em ambientes com mesma temperatura, mesmo espaço físico,mesma iluminação, etc. A neutralização <strong>de</strong>ssas variáveis é importante,pois permite ao pesquisador saber com mais precisão a influência dotratamento com a substância sobre o peso dos ratos. Essas variáveis são,portanto, isoladas para não interferir no fator que está sendo analisado, nocaso o peso dos ratos.c) Randomização (composição aleatória dos grupos experimentale controle):(composição aleatória dos grupos experimental e controle): o pesquisadordividiu o conjunto <strong>de</strong> ratos em dois grupos. O grupo que recebeu o tratamentoé consi<strong>de</strong>rado o grupo experimental e o grupo que não recebeuo tratamento é consi<strong>de</strong>rado o grupo controle. A pesquisa experimentalexige que a composição dos grupos seja por sorteio (randomizado).Unida<strong>de</strong> 41 Por que a leitura é consi<strong>de</strong>rada a ativida<strong>de</strong> mais importante <strong>de</strong>aquisição <strong>de</strong> saberes?Por que a leitura é um gran<strong>de</strong> meio para adquirirmos conhecimentos. Umlivro, para quem sabe ler é um professor à disposição a qualquer tempo elocal.253


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina2 É preciso saber ler! Justifique esta afirmação.De nada adianta <strong>de</strong>vorar um livro se, e ao terminar a leitura, não se po<strong>de</strong>rdizer nada sobre o que se acabou <strong>de</strong> ler. Por isso é muito importante quese observe como se dá o processo <strong>de</strong> leitura, pois ela não é simplesmenteum <strong>de</strong>slizar dos olhos pelas letras impressas.3 Quais os tipos <strong>de</strong> analfabetismo mais comentados na atualida<strong>de</strong>?Analfabetismo total: quem não sabe ler e escrever.Analfabetismo funcional: analfabetos funcionais são aqueles com mais<strong>de</strong> 15 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e menos <strong>de</strong> quatro anos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>. Eles conseguemler e escrever <strong>de</strong> uma maneira rudimentar, mas são incapazes<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r textos mais longos, como um manual <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> umafábrica.Exclusão digital ou analfabetismo digital: analfabetos que não sabemlidar com os recursos da informática.4 Posicione-se, justificando sua resposta, sobre uma característicado bom leitor e do mau leitor apresentadas por Salomon?O bom leitor discute freqüentemente o que lê com colegas. Sabe distinguirentre impressões subjetivos e valor objetivo durante as discussões.Este é um exercício que po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser feito principalmente na universida<strong>de</strong>.A mau leitor raramente discute com colegas o que lê. Quando o faz, <strong>de</strong>ixaselevar por impressões subjetivas e emocionais para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r um ponto<strong>de</strong> vista. Ou seja: as posições do mau leitor assemelham-se às característicasdo senso comum, não do conhecimento científico.5 Assinale a(s) alternativa(s) correta(s).A primeira alternativa está incorreta pois não é possível admitir que aleitura escrita seja um instrumento ineficiente para a expressão e a fixaçãoda cultura e dos conhecimentos. As <strong>de</strong>mais alternativas estão corretas.254


Metodologia da Pesquisa6 A leitura é muito importante para a construção do conhecimento.No entanto, ela não po<strong>de</strong> ser realizada <strong>de</strong> qualquer forma.Relacione a segunda coluna <strong>de</strong> acordo com a primeira:A <strong>de</strong>limitação da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura correspon<strong>de</strong> a <strong>de</strong>terminação dosetor <strong>de</strong> texto que forma uma totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> completo; na análise textualprocura-se observar os elementos da obra como o título, data <strong>de</strong> publicação,introdução, lista <strong>de</strong> referências, <strong>de</strong>ntre outros; a análise temáticaprocura ouvir o <strong>auto</strong>r, apreen<strong>de</strong>r, sem intervir nele, o conteúdo <strong>de</strong> suamensagem; na análise interpretativa <strong>de</strong>ve-se tomar uma posição própriaa respeito das idéias enunciadas, é superar a estrita mensagem do texto,é ler nas entrelinhas, é forçar o <strong>auto</strong>r a um diálogo, é explorar toda afecundida<strong>de</strong> das idéias expostas, é compará-las com outras, enfim, é dialogarcom o <strong>auto</strong>r; na problematização se faz a abordagem da unida<strong>de</strong>com vistas ao levantamento dos problemas para a discussão, sobretudoquando o estudo é feito em grupo e na síntese pessoal, discussão daproblemática levantada pelo texto, bem como a reflexão a que ele conduz,<strong>de</strong>vem levar o leitor a uma fase <strong>de</strong> elaboração pessoal ou síntese.Unida<strong>de</strong> 51 O que é e qual a importância do projeto <strong>de</strong> pesquisa nocontexto da pesquisa científica?Projeto <strong>de</strong> pesquisa correspon<strong>de</strong> ao planejamento da pesquisa. Oengenheiro antes <strong>de</strong> construir a casa faz a planta e o pesquisadorantes <strong>de</strong> fazer a pesquisa faz o projeto. A função do projeto étraçar o curso da pesquisa; estabelecer, além do objeto, os meiostécnicos da pesquisa, ou seja, como vai ser investigado tal objeto.2 Apresente <strong>de</strong> forma esquematizada os principais elementos quecompõem os seguintes itens do projeto <strong>de</strong> pesquisaEscolha do tema: é necessário ter qualificação intelectual, leiturasespecíficas naquela área <strong>de</strong> conhecimento e que esteja vinculado àcarreira profissional.Delimitação do tema: a <strong>de</strong>limitação indica a abrangência doassunto. Quanto menor a abrangência, ou seja, quanto maisfocado for o tema, maior será o domínio sobre ele. Temas muitoabrangentes po<strong>de</strong>m torna a pesquisa inviável.255


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaProblematização: <strong>de</strong>ve indicar <strong>de</strong> forma interrogativa a questãoou as questões da pesquisa.Objetivos: <strong>de</strong>vem indicar as ações que serão <strong>de</strong>senvolvidas napesquisa. Os objetivos <strong>de</strong>vem ser iniciados com o verbo no infinitivo(analisar..., <strong>de</strong>screver..., i<strong>de</strong>ntificar..., verificar...).Justificativa: <strong>de</strong>ve indicar a relevância teórica, prática e socialsobre a realização da pesquisa. Deve <strong>de</strong>stacar a importância e osporquês da escolha do assunto.Hipótese(s): respon<strong>de</strong> provisoriamente o problema da pesquisa.Deve apresentar o entendimento que o pesquisador tem ouapresenta para as dúvidas que foram levantadas no momento daproblematicazão.Fundamentação teórica: apresenta os principais pressupostosteóricos que fundamentam o tema da pesquisa. É uma síntese doque diz a literatura sobre o tema da pesquisa.Procedimentos metodológicos: <strong>de</strong>fine o tipo <strong>de</strong> pesquisa, osmétodos e técnicas utilizados na investigação, o local e os sujeitosda pesquisa.Unida<strong>de</strong> 61 Qual a finalida<strong>de</strong> dos trabalhos acadêmicos?O conhecimento científico não se resume na <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> fatos e leisnovas, mas também em sua publicação. Trata-se <strong>de</strong> obter e comunicarresultados, esta é a principal finalida<strong>de</strong> dos trabalhos científicos.2 Por quê em um trabalho acadêmico o estudante po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong>ser um mero espectador da vida universitária?Como um dos objetivos principais dos trabalhos científicos é publicizaros conhecimentos, o estudante po<strong>de</strong> produzir e divulgar seus própriosconhecimentos.256


Metodologia da Pesquisa3 Apresente três características <strong>de</strong>:MonografiaPosition PaperResenha CríticaPor exigir rigor, é importante que tenha orientação <strong>de</strong>conteúdo e técnica.“Mono” que dizer “um” e “grafia” significa “escrita”. Juntandoas palavras, tem-se o conceito: a escrita sobre umassunto.É a abordagem sistemática sobre um assunto bastante<strong>de</strong>limitado.Através <strong>de</strong>le, o educando <strong>de</strong>senvolve sua capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> reflexão e criativida<strong>de</strong>.Não se trata <strong>de</strong> um relatório ou resumo.O position paper é uma “posição” do próprio <strong>auto</strong>r, masé também o posicionamento <strong>de</strong> outros <strong>auto</strong>res sobre oassunto.O objetivo da resenha é elaborar comentários sobre umtexto, para publicação ou divulgação.Como ativida<strong>de</strong> acadêmica, é utilizada para que oeducando se familiarize com a análise dos argumentosutilizados para se <strong>de</strong>monstrar / provar / <strong>de</strong>screver um<strong>de</strong>terminado tema.Pressupõe uma leitura rigorosa do texto.4 Acesse o scielo Brasil (www.scielo.br) digite a palavra-chaveética and pesquisa, selecione o artigo escrito por Sigmar <strong>de</strong>Mello Ro<strong>de</strong> e Bruno das Neves Cavalcante publicado na revistaPesquisa Odontológica Brasileira e faça um comentário analíticodas idéias presentes do texto.257


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa CatarinaÉTICA NA PRODUÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOSRODE, Sigmar <strong>de</strong> Mello; CAVALCANTI, Bruno das Neves. Ética em <strong>auto</strong>ria <strong>de</strong> trabalhoscientíficos. Pesquisa Odontologia Brasileira,São Paulo, v. 17, p. 65-66, maio 2003. Disponívelem: citado 03 Julho 2004], p.65-66. Disponível em: . Acessoem: 15 jun. 2004.O texto faz uma reflexão sobre a ética na publicação <strong>de</strong> trabalhos acadêmicos.Os <strong>auto</strong>res apresentam 8 critérios que <strong>de</strong>finem, segundo a norma <strong>de</strong>Wancouver, quem é o <strong>auto</strong>r na publicação <strong>de</strong> um trabalho. Vamos nos ater aoprimeiro <strong>de</strong>les que diz que <strong>auto</strong>r é aquele que contribuiu substancialmente naconcepção, no <strong>de</strong>senho, na coleta, interpretação e análise dos dados.Os <strong>auto</strong>res também refletem sobre o plagio na elaboração <strong>de</strong> trabalhoscientíficos e, como são da área <strong>de</strong> odontologia, citam o Código <strong>de</strong> Ética <strong>de</strong>Odontologia no art. 34 que diz que constitui infração ética[...]II - apresentar como sua, no todo ou em parte, obracientífica <strong>de</strong> outrem, ainda que não publicada;Estes dois pontos no texto nos fazem refletir sobre a postura que<strong>de</strong>vemos ter na elaboração <strong>de</strong> trabalhos acadêmicos. É comum observarmosem trabalhos <strong>de</strong> grupo aqueles que se “matam” trabalhando, assumindo parasi toda a responsabilida<strong>de</strong> do trabalho e aqueles que “não querem nada comnada”. O pior é que na capa consta o nome <strong>de</strong> todos. Será que isso é correto?Será que é justo? Todos <strong>de</strong>vem ter a mesma nota? O que o professor <strong>de</strong>veriafazer nessa situação?Muitas vezes também observamos que em trabalhos acadêmicosos alunos omitem, <strong>de</strong> propósito, os elementos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação da obrapesquisada e assumem como suas as idéias que são transcritas. Isso é ético?Ser que essas atitu<strong>de</strong>s viciosas não se reproduzirão em trabalhosmaiores como monografias e relatórios?É para se pensar.5 Como po<strong>de</strong>mos colocar conteúdos em nosso trabalho semincorrermos no erro (e no crime) <strong>de</strong> plágio?É necessário que sejamos honestos e éticos. Não é crime citar conteúdo<strong>de</strong> outros <strong>auto</strong>res. Crime é citar o conteúdo e não dar os<strong>de</strong>vidos créditos, ou seja, citar a fonte do conteúdo. Por isso existemas referências, as notas <strong>de</strong> rodapé, as citações, etc.258


Metodologia da PesquisaUnida<strong>de</strong> 7Assinale V (verda<strong>de</strong>iro) e F (falso) e justifique sua opção caso aalternativa seja falsa:As alternativas A, C, D, E, G, H, J, L, M, P e Q são verda<strong>de</strong>iras,as <strong>de</strong>mais são falsas. Veja o comentário:b) Os resumos que prece<strong>de</strong>m trabalhos científicos <strong>de</strong>vem incluir,com exceção das conclusões, os seguintes elementos: assunto,objetivos, metodologia e resultados.Os resumos que prece<strong>de</strong>m trabalhos científicos <strong>de</strong>vem incluirtambém as conclusões, além dos elementos já mencionados.f ) O apêndice é um elemento complementar e não po<strong>de</strong> serescrito pelo <strong>auto</strong>r do trabalho.O apêndice é um elemento complementar e é um documentoescrito pelo <strong>auto</strong>r do trabalho.k) O títulos precedidos <strong>de</strong> numeração são centralizados e os quenão são precedidos <strong>de</strong> numeração são alinhados à esquerda.Os títulos precedidos <strong>de</strong> numeração <strong>de</strong>vem ser alinhados àesquerda e os que não possuem numeração <strong>de</strong>vem ser centralizado.n) Todas as ilustrações (<strong>de</strong>senhos, fotos, quadros, gráficos) <strong>de</strong>vemser chamadas <strong>de</strong>figura.As ilustrações <strong>de</strong>vem ser chamadas pelo seu nome <strong>de</strong>signativo.o) As tabelas <strong>de</strong>vem ser fechadas nas laterais com linhas verticais.As tabelas <strong>de</strong>vem ser abertas nas laterais.2 Assinale V para verda<strong>de</strong>iro e F para falso:Apenas a primeira e a última alternativas são falsas, os resultadosda pesquisa <strong>de</strong>vem ser apresentados no <strong>de</strong>senvolvimento e nãona conclusão e a conclusão não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>talhar aspectos que nãoforam tratados no <strong>de</strong>senvolvimento.259


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina3 Desenvolva um pequeno texto que sintetize o que vocêenten<strong>de</strong>u sobre a relação existente entre a estrutura lógica dotrabalho acadêmico e as fases características do pensamentoreflexivo.Po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r da seguinte maneira: assim como as fases dopensamento reflexivo estão interligadas, a estrutura do trabalhoacadêmico também está. Quando pensamos sobre qualquer acontecimentoprimeiro temos uma visão geral (síncrese), <strong>de</strong>pois umavisão mais <strong>de</strong>talhada (análise) e, por último, voltamos a ter umavisão geral (síntese). Assim é o trabalho acadêmico: na introduçãoé sincrético, no <strong>de</strong>senvolvimento é analítico e na conclusãoé sintético.Unida<strong>de</strong> 81 Or<strong>de</strong>ne as referências1.1 RevistaTítulo do artigo: O adolescente violento como conseqüência da<strong>de</strong>sestruturação familiar; Título da publicação: Episteme; Autora doartigo: Cristine Machado Gouveia; Número do fascículo: 19; Volume dapublicação: 6; Página inicial e final do artigo: 7-22; Data da publicação:janeiro/junho <strong>de</strong> 2000; Local <strong>de</strong> publicação: TubarãoGOUVEIA, C. M. O adolescenteviolento como conseqüência da<strong>de</strong>sestruturação familiar. Episteme, Tubarão, v. 6, n. 19, p. 7-22, jan./jun.2000.Número do fascículo: 3; Volume da publicação: 2; Página inicial e finaldo artigo: 110-118; Data da publicação: Julho/Dezembro <strong>de</strong> 1995; Local<strong>de</strong> publicação: Natal; Título do artigo: O problema do mal na teodicéia<strong>de</strong> Leibiniz; Título da publicação: Princípios; Autora do artigo: Maria <strong>de</strong>Lour<strong>de</strong>s BorgesBORGES, M <strong>de</strong> L. O problema do mal na teodicéia <strong>de</strong> Leibiniz, Princípios,Natal, v. 2, n. 3, p. 110-118, jul./<strong>de</strong>z.1995.260


Metodologia da Pesquisa1.2 JornalPágina inicial e final do artigo: 7; Data da publicação: 2 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>2004; Local <strong>de</strong> publicação: Florianópolis; Título do artigo: Debatesagitam as capitais do país; Título da publicação: Diário do Catarinense;Autora do artigo: sem <strong>auto</strong>rDEBATES agitam a capital do país. Diário Catarinense, Florianópolis, p.7, 2 jul. 2004.Título do artigo: Debates iniciam a corrida eleitora; Título da publicação:Diário do Catarinense; Autora do artigo: João Cavalazzi e HermesLorenzon; Página inicial e final do artigo: 4; Data da publicação: 2 <strong>de</strong>julho <strong>de</strong> 2004; Local <strong>de</strong> publicação: FlorianópolisCAVALAZZI, J.; LOREZON, H. Debates iniciam corrida eleitoral. DiárioCatarinense, Florianópolis, p. 4, 2 jul. 2004.1.3 LivroTítulo da publicação: O que é o método científico; Total <strong>de</strong> páginas: 547;Autor: Fernando Gewanzdsnaj<strong>de</strong>r; Número da edição: primeira; Editora:Pioneira; Local <strong>de</strong> publicação: São Paulo; data da publicação: 1997.Autores: Gilberto Cotrin, Pedro Demo, Nelson Pilletti e Claudino <strong>de</strong>Oliveira; Número da edição: 10ª edição revisada e ampliada; Local<strong>de</strong> publicação: Tubarão; Data da publicação: 1999; Editora: EditoraMo<strong>de</strong>rna; Título da publicação: Fundamentos <strong>de</strong> filosofia; Subtítulo: ser,saber e fazer.GEWANZDSNAJDER, F. O que é método científico. São Paulo: Pioneira,1997. 547 p.Título da publicação: O que é o método científico; Página inicial e final:5-28; Autor: Fernando Gewanzdsnaj<strong>de</strong>r; Número da edição: primeira;Editora: Pioneira; Local <strong>de</strong> publicação: São Paulo; Data da publicação:1997; capítulo: uma visão geral da ciência e do método científico; Autordo capítulo: Fernando Gewanzdsnaj<strong>de</strong>r.GEWANZDSNAJDER, F. Uma visão geral da ciência e do métodocientífico. In:______. O que é método científico. São Paulo: Pioneira,1997. p. 5-28.261


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina2 Faça a referência <strong>de</strong> uma matéria <strong>de</strong> jornal e um artigo <strong>de</strong>revista científica, ambos publicados em meio eletrônico.MIGNONE, R. Senado aprova texto base da reforma do Judiciário Folha On lineBrasil, São Paulo, 7 jul. 2004. Disponível em: . Acesso em: 7 jul. 2004.SANTOS, Maria Eugênia <strong>de</strong> SB dos, AMOR, Jafesson dos A do,DEL-BEN, Cristina Metal. Serviço <strong>de</strong> emergências psiquiátricas em hospitaluniversitário: estudo prospectivo. Revista <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, São Paulo,v. 34, n..5, p. 468-474, out. 2000. Disponível em: .Acesso em: 7 jul. 2004.3 Assinale V (verda<strong>de</strong>iro) ou F (falso)A segunda e a antepenúltima são verda<strong>de</strong>iras e as <strong>de</strong>mais são falsas.4 Responda as questões com base no texto estudado. Utilize umlivro <strong>de</strong> sua preferência para exemplificar as respostas.a) Como fazer uma citação direta no texto com menos <strong>de</strong> 3linhas?A citação direta no texto com menos <strong>de</strong> três linhas <strong>de</strong>ve ser inserida aoparágrafo, entre aspas e na mesma fonte. Ex.:A variável mo<strong>de</strong>radora é aquele fator, aspecto ou proprieda<strong>de</strong> queé causa, estímulo para que ocorra <strong>de</strong>terminado efeito ou conseqüência, porémsitua-se num plano secundário. “Entre estudantes da mesma ida<strong>de</strong> e inteligência,o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s está diretamente relacionado com o número <strong>de</strong>treinos práticos, particularmente entre os meninos, mas menos diretamente entresas meninas” (KÖCHE, 1997, p. 13).Neste exemplo, treinos práticos seria a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>sempenho<strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, ida<strong>de</strong> e inteligência variáveis<strong>de</strong> controle e meninos e meninas (sexo) a variável mo<strong>de</strong>radora, poispo<strong>de</strong>rá modificar a relação entre a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.262


Metodologia da Pesquisab) Como fazer uma citação direta no texto com mais <strong>de</strong> 3 linhas?A citação direta no texto com mais <strong>de</strong> três linhas <strong>de</strong>ve ser recuada 4 cmda margem esquerda, digitada em espaço simples, sem aspas e em fontemenor. Ex.:Algumas pesquisas <strong>de</strong>scritivas vão além da simples i<strong>de</strong>ntificação daexistência <strong>de</strong> relações entre variáveis, e permitem <strong>de</strong>terminar a natureza<strong>de</strong>ssa relação. Nesse caso, tem-se uma pesquisa <strong>de</strong>scritiva que se aproximada explicativa. Há, porém, pesquisas que, embora <strong>de</strong>finidas como<strong>de</strong>scritivas com base em seus objetivos, acabam servindo mais para proporcionaruma nova visão do problema, o que as aproxima das pesquisasexploratórias. (GIL, 2002, p. 42)c) Como fazer uma citação indireta?A citação indireta é uma citação livre. Escreve-se com as próprias palavraso pensamento do <strong>auto</strong>r. Como a citação é livre não se coloca aspas, sem seobserva recuo. Ex:As bases <strong>de</strong> dados armazenam informações em CD-ROM ou on-line,via internet, e as pesquisas po<strong>de</strong>m ser feitas por assunto, palavras-chave ou pelotítulo do periódico. Algumas bases apenas oferecem referências bibliográficas ouresumos, não se diferenciando dos periódicos <strong>de</strong> in<strong>de</strong>xação. Outras, no entanto,po<strong>de</strong>m oferecer o texto completo pelo suporte eletrônico (GIL, 2002).263


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinad) Como fazer uma citação <strong>de</strong> citação usando uma citação direta?Para fazer uma citação <strong>de</strong> citação usando uma citação direta basta observaros procedimentos da citação direta. Dentro dos parênteses primeiro<strong>de</strong>vemos indicar o <strong>auto</strong>r da idéia seguido da expressão latina apud e <strong>de</strong>poiso <strong>auto</strong>r e data do livro que se teve acesso para extrair a informação. Ex.:Toda investigação começa com um problema. Uma lógica da investigaçãotem que tomar em consi<strong>de</strong>ração este fato. A ciência progri<strong>de</strong> porque ohomem <strong>de</strong> ciência, insatisfeito, lança-se a procura <strong>de</strong> novas verda<strong>de</strong>s.Assim empenhado, o pesquisador primeiro suscita e propõe questõesnum <strong>de</strong>terminado território do saber; <strong>de</strong>pois elabora um projeto ou umplano <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>stinado a dar resposta a seu problema [...] (LARROYOapud SALOMON, 1994, p. 197).e) Como fazer uma citação <strong>de</strong> citação usando uma citaçãoindireta?Para fazer uma citação <strong>de</strong> citação usando uma citação indireta <strong>de</strong>vemosadotar o mesmo procedimento para fazer uma citação indireta. Dentrodos parênteses primeiro <strong>de</strong>vemos indicar o <strong>auto</strong>r da idéia seguido daexpressão latina apud e <strong>de</strong>pois o <strong>auto</strong>r e data do livro que se teve acessopara extrair a informação. Ex.:As variáveis po<strong>de</strong>m ser classificadas conforme a nomenclatura propostapor Tuckmam (1972, p. 36-51 apud KÖCHE, 1997, p. 113) em: in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong> controle mo<strong>de</strong>radora e interveniente.264


Metodologia da Pesquisaf ) Como fazer uma supressão no começo, meio ou fim <strong>de</strong> umacitação direta?As supressões <strong>de</strong>vem ser indicadas com reticências <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> colchetes epo<strong>de</strong>m aparecer no começo meio e ou fim da citação. Ex.Delimitado o tema, proce<strong>de</strong>-se a problematização. Das diversas acepçõessobre a palavra, a que mais se i<strong>de</strong>ntifica com a ativida<strong>de</strong> científica é aquela queafirma que problema é uma “[...] questão não solvida e que é objeto <strong>de</strong> discussão emqualquer domínio do conhecimento [...]” (FERREIRA, 1986).g) Como fazer a citação <strong>de</strong> um documento que não possui<strong>auto</strong>ria?Quando estamos fazendo uma citação <strong>de</strong> um documento que não possui<strong>auto</strong>ria <strong>de</strong>vemos apresentar a primeira palavra do título em letras maiúsculasseguida <strong>de</strong> reticências para indicar que o título está sendo abreviadoseguido <strong>de</strong> vírgula e data. Ex.:O pesquisador carioca Jorge Luiz <strong>de</strong> Carvalho Nascimento, 41 anos,<strong>de</strong>bruçou-se sobre 364 processos judiciais envolvendo consumo etráfico <strong>de</strong> drogas no Rio <strong>de</strong> Janeiro, recolhidos em 15 varas criminais dacida<strong>de</strong>. Concluiu que a raça do acusado interfere na sentença aplicadapelos juízes. Entre os réus <strong>de</strong> pele branca, a maioria dos con<strong>de</strong>nadosfoi enquadrada por uso <strong>de</strong> drogas, que prevê penas brandas. Negros epardos entraram na categoria <strong>de</strong> traficantes. “Vou investigar agora se ajustiça é racista ou se a classe social dos réus é que interfere nas penas”,avisa Nascimento. “A maioria dos brancos pagou advogado, enquanto ‘os<strong>de</strong> cor’ recorreram a <strong>de</strong>fensores públicos”, explica o pesquisador, que énegro e trabalha como professor do Colégio Pedro II [...]. (UM CRIME...,1999).h) Como utilizar o sistema <strong>auto</strong>r data para fazer uma citação?O sistema <strong>auto</strong>r-data é o mais prático e indica a fonte bibliográficamediante a apresentação do sobrenome do <strong>auto</strong>r, data <strong>de</strong> publicação e,no caso <strong>de</strong> citação direta, a página <strong>de</strong> on<strong>de</strong> foi extraída a idéia265


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinai) Como utilizar o sistema numérico para fazer uma citação?O sistema numérico i<strong>de</strong>ntifica a fonte bibliográfica em nota <strong>de</strong> rodapé ouem lista no final do texto. Ex.:Diniz afirma que a “obrigatorieda<strong>de</strong> da norma <strong>de</strong> direito não se inicia nodia da publicação, salvo se ela assim o <strong>de</strong>terminar.”(15)5 Responda as questões consultando a NBR 10520. Utilize umlivro <strong>de</strong> sua preferência para exemplificar as respostas.a) Como grifar uma palavra no interior <strong>de</strong> uma citação direta?Se a palavra foi originalmente grifada pelo <strong>auto</strong>r <strong>de</strong>vemos acrescentar,após a data, a expressão grifo do <strong>auto</strong>r. Se formos nós que grifamos<strong>de</strong>vemos indicar, após a data, a expressão grifo nosso. Ex.:Kerlinger (1980, p. 127 grifo nosso) afirma que “[...] as situaçõesexperimentais são flexíveis no sentido <strong>de</strong> que muitos e variados aspectos da teoriapo<strong>de</strong>m ser testados [...]”. Nesse sentido é possível constatar muitas formas <strong>de</strong>realização da pesquisa experimental - são os casos dos estudos comparativos e dos<strong>de</strong>lineamentos fatoriais, por exemplo.b) Como fazer uma citação <strong>de</strong> uma informação colhida em umapalestra?Devemos indicar entre parênteses a expressão informação verbal e emnota <strong>de</strong> rodapé dar informações mais <strong>de</strong>talhadas sobre as circunstânciasem que foi colhida a idéia (a regra também vale para informações colhidasem sala <strong>de</strong> aula, congressos, etc.). Ex.:No texto:(informação verbal) 1No novo medicamento estará disponível até o final <strong>de</strong>ste semestre266


Metodologia da PesquisaEm nota <strong>de</strong> rodapé:1Notícia fornecida por John A. Smith no Congresso Internacional <strong>de</strong> EngenhariaGenética, em Londres, em outubro <strong>de</strong> 2001.c) Como fazer uma citação <strong>de</strong> dois <strong>auto</strong>res diferentes quepossuem o mesmo sobrenome?Devemos indicar as iniciais do prenome para diferenciar um do outro. Ex.:(BARBOSA,C.1958) (BARBOSA, Cássio, 1965)(BARBOSA, A. 1958) (BARBOSA, Celso, 1965)d) Como fazer uma citação <strong>de</strong> duas obras do mesmo <strong>auto</strong>r publicadasno mesmo ano?Devemos distinguir uma da outra pelo acréscimo, <strong>de</strong> letras minúsculas,em or<strong>de</strong>m alfabética, após a data. Ex.:De acordo com Reesi<strong>de</strong> (1927a)(REESIDE, 1927b)e) Como fazer uma citação <strong>de</strong> uma informação presente, simultaneamente,na obra <strong>de</strong> diversos <strong>auto</strong>res?Devemos separar por ponto e vírgula. Ex.:Diversos <strong>auto</strong>res salientam a importância do“acontecimento <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ador” no início <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong>aprendizagem (CROSS, 1984; KNOX, 1986; MEZIROW, 1991).267


Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarinaf ) Como fazer a citação <strong>de</strong> um documento que tem como <strong>auto</strong>riauma entida<strong>de</strong> pública ou privada?Devemos indicar, por extenso, o nome da entida<strong>de</strong>. Ex.:A criação do Conselho <strong>de</strong> Ética e Pesquisa (CEP), na <strong>Unisul</strong>, tem suasbases na Resolução 196/1996, do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> leis e <strong>de</strong>cretosafins, <strong>de</strong> tratados internacionais e <strong>de</strong> resoluções da Comissão Nacional <strong>de</strong> Ética emSaú<strong>de</strong>. (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 2002, p. 171).g) Como fazer uma nota <strong>de</strong> rodapé?As notas <strong>de</strong> rodapé ficam separadas do texto por um filete <strong>de</strong> 3 cm e sãodigitadas em espaço simples e em fonte menor. Devem ser alinhadas, apartir da segunda linha, sob a primeira letra <strong>de</strong> entrada, <strong>de</strong> forma que<strong>de</strong>staque o expoente. Ex.1FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Direito, retórica e comunicação. São Paulo:Saraiva, 1973, p. 29.2Id., Constituinte: assembléia, processo, po<strong>de</strong>r. São Paulo: Revista dos Tribunais,1985, p. 51.268

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