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COM A PALAVRAOPINIÃO DE EXECUTIVOS E ESPECIALISTASPOR VIVIANE SOUSA VIVIANE.SOUSA@SM.COM.BR | FOTO DIVULGAÇÃOPÁG.330SIDNEY ITOSócio líder da área de risco e governançacorporativa da KPMG Brasil e América do SulGovernança ajudaa evitar problemasO rigor no controle de desempenho e atransparência de alguns processos podemser adotados por qualquer empresaTer uma boa estrutura de governança corporativaé uma maneira de evitar problemas que venham aafetar o futuro do negócio, como brigas entre herdeiros.Também facilita a obteção de empréstimos comtaxas de juros mais baixas. Outra vantagem é a criaçãode indicadores mais precisos que ajudam na tomada dedecisões. Além disso, fica mais fácil atrair boas parceriascom investidores, bem como iniciar um processo de vendade ações na bolsa de valores (IPO). Tudo isso devido auma gestão altamente organizada. Mas segundo estudoda consultoria internacional KPMG, embora as varejistasbrasileiras estejam investindo mais em governança corporativa,elas ainda pecam na estruturação. Sidney Ito,sócio líder da área de Risco e Governança Corporativo daKPMG Brasil e América do Sul, fala mais sobre o tema.Qual é o melhor momento de se criar umaestrutura de governança corporativa?Em empresas de qualquer tamanho, a hora certa é quandoo dono percebe que está difícil dar conta de gerir e definir estratégiasdo negócio ao mesmo tempo. O erro de muitos varejistas é empurraressas responsabilidades com a barriga, primeiro por medode delegar tarefas tão importantes. Segundo por não querer investirna implantação dessa estrutura. Acham que não é necessária.Como é uma boa estrutura de governança?O primeiro passo é definir um conselho de administração.Ele pode ser composto por membros da família fundadora, que entendambem da parte operacional da empresa. Essa é uma formade definir a atividade de cada herdeiro para evitar brigas. É comumo presidente ser o fundador. Também é importante que o conselhoseja constituído por profissionais independentes e com boa visãodo setor no qual vão atuar. Apenas 24% das 230 empresas varejistasavaliadas no nosso estudo têm conselheiros que não sãoda família fundadora. O número de membros depende do nível decomplexidade do negócio. No caso de redes de varejos, é comumvariar entre 3 e 7 participantes. O segundo passo é definir quemserá o CEO da empresa. Geralmente é um profissional experienteque não tem ligação com a família de fundadores.O CEO da companhia e o presidente do Conselhopodem ser a mesma pessoa?Não. E cerca de 30% das empresas varejistas avaliadas noestudo ainda cometem esse equívoco. O CEO é o responsável porcolocar em prática as estratégias para expansão do negócio, definidaspelo conselho de administração. Se o presidente do conselho eo CEO forem a mesma pessoa, um único membro da empresa terámuito poder e será mais difícil fazer cobranças quanto às suas responsabilidades.Isso pode ser um risco para o futuro do negócio.O estudo fala da criação de comitês. Quais são?O mais importante é o de auditoria. Ele dá apoio ao conselhoadministrativo sobre o cumprimento das leis, como a fiscal. Tambémcontribui para a confiabilidade dos números contábeis, controles,indicadores e processos internos, importantes na tomada de decisõesdo conselho. O estudo aponta que apenas 33% das varejistasanalisadas adotaram esse comitê. É importante ainda que ele sejacontrolado por um membro independente. Outro conselho que fazparte de uma estrutura de governança é o de risco, responsável poravaliar todos os perigos envolvidos nas estratégias desenvolvidaspelo conselho administrativo. Ele impede, por exemplo, que a empresamanche sua imagem ao fazer negócio com fabricantes ou fornecedoresque utilizem, por exemplo, trabalho escravo ou infantil.