32 Sobre o uso <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aves à fragmentação florestal na avaliação da Integrida<strong>de</strong> Biótica:um estudo <strong>de</strong> caso no norte do Estado do Paraná, sul do BrasilLuiz dos Anjos, Gabriela Menezes Bochio, João Vitor Campos, Gabriel B. McCrate e Fernando PalominoTabela 2: Riqueza (número total <strong>de</strong> espécies); Número <strong>de</strong> espécies relacionadas em cada categoria <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> à fragmentação florestal, <strong>de</strong>acordo com Anjos (2006) e percentagem <strong>de</strong>stas espécies relacionadas em relação ao total em cada fragmento. Também são apresentados para cadafragmento o Índice <strong>de</strong> Integrida<strong>de</strong> Biótica (IIB) e a representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste valor em relação ao IIB do parque Estadual Mata dos Godoy (IIB‐PG;ver metodologia).tABLE 2: Richness (total number of species); Number of species related in each catagory of forest fragmentation sensibility and percentage of thesespecies related in relation to the total of all species in each fragment. The In<strong>de</strong>x of Biotic Integrity is also presented for each fragment and the representationof this value in relation to IBI of Mata dos Godoy State Park (IIB‐PG; see method).Fragmento Florestal Riqueza AS MS BS % IIB IIB‐PGPG 114 7 10 10 23,7% 0,85 1FM 102 5 6 8 18,6% 0,58 0.68FJ 106 3 8 10 19,8% 0,58 0.68FN 93 2 5 8 16,1% 0,4 0.47FE 81 0 5 9 <strong>17</strong>,3% 0,32 0.38FG 106 4 9 9 20,8% 0,65 0.76FI 122 7 9 9 20,5% 0,8 0.94FD 96 0 7 9 16,7% 0,38 0.45FH 87 0 5 9 16,1% 0,32 0.38FO 76 0 4 8 15,8% 0,27 0.32FF 72 0 4 8 16,7% 0,27 0.32FA 89 0 9 9 20,2% 0,45 0.53FB 87 1 8 8 19,5% 0.45 0.53FC 87 0 8 9 19,5% 0,42 0.49FR1 71 2 8 7 23,9% 0,48 0.56FR2 65 1 4 3 12,3% 0,23 0.27FR3 92 2 9 8 20,7% 0,53 0.62FR4 84 1 8 8 20,2% 0,45 0.53FR5 72 1 3 7 15,3% 0,27 0.32FR6 ND* 3 6 9 ND* 0,5 0.59FR7 63 0 2 5 11,1% 0,15 0.18FR8 72 1 4 7 16,7% 0,3 0.35FR9 ND* 2 7 7 ND* 0,45 0.53FR10 54 1 4 6 20,4% 0,28 0.33FR11 55 1 3 6 18,2% 0,25 0.29FR12 62 0 5 7 19,4% 0,28 0.33FR13 41 0 4 5 22,0% 0,22 0.26FR14 61 1 4 7 19,7% 0,3 0.35FR15 38 0 4 6 26,3% 0,23 0.27FR16 ND* 1 3 7 ND* 0,27 0.32FR<strong>17</strong> 53 0 3 8 20,8% 0,23 0.27FR18 ND* 1 4 6 ND* 0,28 0.33FU1 84 0 2 6 9,5% 0,<strong>17</strong> 0.2FU2 62 0 1 4 8,1% 0,1 0.12FU3 ND* 0 1 7 ND* 0,15 0.18CA 101 3 7 8 <strong>17</strong>,8% 0,52 0.61CB 102 1 8 9 <strong>17</strong>,6% 0,47 0.55CC 89 1 6 8 16,9% 0,38 0.44CD 104 3 6 8 16,3% 0,48 0.56como referência. Neste segundo cálculo os valores <strong>de</strong> IIB<strong>de</strong> cada fragmento foram divididos pelo valor obtido nofragmento referência. Os fragmentos que obtiveram umIIB até 90% do fragmento referência foram consi<strong>de</strong>radoscomo <strong>de</strong> alta Integrida<strong>de</strong> Biótica; aqueles com valoresabaixo <strong>de</strong> 90%, porém acima <strong>de</strong> 60%, foram consi<strong>de</strong>rados<strong>de</strong> Integrida<strong>de</strong> Biótica média. Os fragmentos comvalores <strong>de</strong> IIB abaixo <strong>de</strong> 60% do fragmento referência foramconsi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> baixa Integrida<strong>de</strong> Biótica.Análises estatísticas: Uma regressão linear simples foi<strong>de</strong>senvolvida entre o IIB e a área (ha) dos fragmentos. Avariável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte foi o IIB e a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntefoi a área do fragmento. Para aten<strong>de</strong>r a homogeneida<strong>de</strong>da variância transformamos os dados da área (ha) dosfragmentos em uma função logarítmica. Correlação (Pearson)entre o IIB e a riqueza dos fragmentos também foiobtida. Para a regressão e correlação utilizou-se o programaSYSTAT 8.0. Os corredores florestais foram excluídosRevista <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Ornitologia</strong>, <strong>17</strong>(1), 2009
Sobre o uso <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aves à fragmentação florestal na avaliação da Integrida<strong>de</strong> Biótica:um estudo <strong>de</strong> caso no norte do Estado do Paraná, sul do BrasilLuiz dos Anjos, Gabriela Menezes Bochio, João Vitor Campos, Gabriel B. McCrate e Fernando Palomino33riqueza. Essa representativida<strong>de</strong> variou <strong>de</strong> 8,1% a 23,9%(Média ± DP : 18,07 ± 3,85, n = 34), os valores os quaisse afastaram <strong>de</strong>ssa média, foram dois fragmentos urbanos,os quais obtiveram um valor em torno <strong>de</strong> 9% (9,5% e8,1%; respectivamente FU1 e FU2).dISCuSSãoFIGura 2: Regressão entre os valores <strong>de</strong> IIB e a área dos fragmentos.Para aten<strong>de</strong>r a homogeneida<strong>de</strong> da variância transformamos os dados<strong>de</strong> área (ha) em uma função logarítmica.FIGure 2: Regression between IBI values and fragments areas (ha).To take care of the homogeneity of the varience we transformed thearea data (ha) in a logaristhmic function.em ambas as análises. Em alguns fragmentos (FR6; FR9;FR16; FR18 e FU3) não foram obtidos dados <strong>de</strong> riqueza,estes fragmentos foram excluídos da análise <strong>de</strong> correlação.rESultadOSO maior IIB foi obtido em PG (0,85), o qual foiconsi<strong>de</strong>rado como fragmento referência para o presenteestudo. O segundo fragmento florestal com maior IIB foio FI (0,80). O menor valor <strong>de</strong> IIB foi encontrado emum fragmento urbano (FU2, com 0,1).Os corredoresflorestais apresentaram valores <strong>de</strong> IIB entre 0,38 e 0,52(Tabela 2).Utilizando o PG como referência, apenas um fragmento,FI, apresentou uma Integrida<strong>de</strong> Biótica alta(0,94). Cinco fragmentos (FM, FJ, FG, FR3 e CA)apresentaram uma Integrida<strong>de</strong> Biótica média e os outros32 fragmentos apresentaram Integrida<strong>de</strong> Biótica baixa(Tabela 2).A regressão entre o tamanho dos fragmentos e seusvalores <strong>de</strong> IIB mostrou, como esperado, a existência <strong>de</strong>uma relação positiva (r 2 = 0,34; P < 0,01; F = 18,02). Assimhouve a tendência <strong>de</strong> alto valor <strong>de</strong> IIB em fragmentosflorestais maiores (Figura 2). Também houve correlaçãoentre a riqueza (número <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> aves) e o IIB (Pearson;r = 0,829, P < 0,01).Nos fragmentos estudados, as 30 espécies <strong>de</strong> avesrelacionadas representaram aproximadamente 20% daOs valores <strong>de</strong> IIB obtidos foram coerentes com o conhecimentodisponível sobre os efeitos da fragmentaçãoflorestal (Debinski e Holt 2000, Fahrig 2003). O maiorvalor <strong>de</strong> IIB foi obtido no maior fragmento florestal oqual é, ao mesmo tempo, o melhor conservado, o PG. OFR1 (com 832 ha) é maior que PG (656 ha), porém gran<strong>de</strong>parte <strong>de</strong>le (em torno <strong>de</strong> 40%) é constituído por matasecundária em avançado estado <strong>de</strong> recuperação. O outroúnico fragmento florestal consi<strong>de</strong>rado neste estudo como<strong>de</strong> alta Integrida<strong>de</strong> Biótica (tendo como referência o PG)é o FI, o qual não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte(184 ha), porém está ligado por um corredor florestal aoFJ (393 ha), o que soma uma área total <strong>de</strong> 577 ha (Figura1). Tamanho e isolamento são variáveis que influenciamna persistência das espécies nos fragmentos (Karr1982, Bierregaard e Stouffer 1997, Stratford e Stouffer1999). Uezu et al. (2005) analisaram como o tamanhodo fragmento e seu grau <strong>de</strong> conectivida<strong>de</strong> (estrutural efuncional) explicam variações da abundância <strong>de</strong> sete espécies<strong>de</strong> aves em uma paisagem fragmentada na região <strong>de</strong>Ibiúna (próxima à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo). Naquele estudoa abundância em espécies <strong>de</strong> aves frugívoras foi mais afetadapela variação do tamanho do fragmento enquantoque insetívoras tiveram a conectivida<strong>de</strong> como fator maisimportante (Uezu et al. 2005). Na mesma região <strong>de</strong> Ibiúna,<strong>de</strong>sta vez englobando 62 espécies, Martensen et al.(2008) <strong>de</strong>monstraram que a área do fragmento e sua conectivida<strong>de</strong>(existência <strong>de</strong> corredor ou distância ao fragmentomais próximo) influenciam diferentemente gruposfuncionais <strong>de</strong> aves. No presente estudo os valores <strong>de</strong> IIBforam baixos justamente em fragmentos pequenos e maisisolados (FR11; FR12; FR13; FR15; FR16 e FR18). Nosfragmentos urbanos (FU1, FU2, FU3), os quais são menosconservados que os rurais, além <strong>de</strong> também serempequenos e isolados, o IIB atingiu os menores valores.A permeabilida<strong>de</strong> da paisagem no entorno dos fragmentosinfluencia na riqueza <strong>de</strong> espécies, como sugeridoem estudo <strong>de</strong>senvolvido na região amazônica (Antogiovanie Metzger 2005). A paisagem no entorno dos fragmentosestudados no norte do Paraná é pouco permeávelàs aves, o que salienta o efeito do isolamento. Uma paisagemmais permeável, supostamente, influenciaria em ummaior número <strong>de</strong> espécies e, eventualmente, em maiorvalor <strong>de</strong> IIB dos fragmentos.O IIB se mostrou correlacionado com a riqueza <strong>de</strong>aves dos fragmentos, o que seria esperado, pois locais comRevista <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Ornitologia</strong>, <strong>17</strong>(1), 2009
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