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DIAGNÓSTICO DE INFECÇÕES GENITAIS

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DIAGNÓSTICO <strong>DE</strong> INFECÇÕES <strong>GENITAIS</strong>As infecções genitourinárias podem ser causadas por• transmissão sexual de microorganismos patogénicos- parasitas (Trichomonas vaginalis)- bactérias (Treponema pallidum, Neisseria gonorrhoeae, Chlamydiatrachomatis, Haemophilus ducreyi),- virus (Herpes simplex virus, HPV, HIV)• desiquilíbrios na flora normal (ex: vaginose bacteriana)- Do tracto genital feminino fazem parte Lactobacilos, Difteróides, Gardnerellavaginalis, estafilococos coagulase-negativos, Staphylococcus aureus,Steptococcus agalactiae, Enterococcus spp., estreptococos alfa e betahemolíticos, Escherichia coli e leveduras- No tracto genital masculino encontram-se poucos microorganismos, tais como:estafilococos, micrococos, corynebacterias e estreptococos alfa hemolíticos• pelo fungo Candida albicansInfecções genitais causadas pelo fungo ou por membros da flora bacterianaendógena não são consideradas sexualmente transmissíveis.Uma vez realizada a história clínica, incluindo o exame físico, deverá ser possívelclassificar o doente de acordo com os seus sintomas e sinais, num dos seguintes síndromes:SÍNDROMES CLÍNICOS - MULHERVaginiteCerviciteUretriteDoença Inflamatória pélvicaÚlceras genitaisProctiteSÍNDROMES CLÍNICOS – HOMEMUretriteEpididimiteÚlceras genitaisOrquiteProstatiteProctitePara os doentes assintomáticos e com um exame normal, é geralmente necessárioaguardar pelo diagnóstico laboratorial, de modo se poder direccionar o tratamento.Identificar o síndrome clínico mais provável ajuda a reduzir o número deorganismos patogénicos causadores da infecção.VAGINITEAs infecções vaginais são um dos problemas mais comuns na medicina clínica.O tratamento efectivo de uma vaginite depende de um dx acertado:- hx detalhada, características da descarga vaginal (cor, odor, quantidade, prurido) eexaminação dos órgãos genitais externos, vagina, colo uterino.Doentes com vaginite queixam-se geralmente de: leucorreia, odor anormal, pruridovaginal, disúria externa e comummente dispareunia.


Vulvo-vaginites (pesquisa-se por rotina):Candida albicans - CandidoseTrichomonas vaginalis - TricomoniaseVaginose bacterianaActinomyces spp. - associado ao uso de DIUListeria monocytogenes - em abortos de repetição e infecções neonataisStaphylococcus aureus - associado ao uso de tampõesStreptococcus agalactiae - valorizar em grávidasVulvovaginites em crianças Enterobacteriaceae Streptococcus pyogenes e outros β-hemolíticosVaginites não infecciosas Irritantes químicos ou outros Alergias Hipersensibilidade e dermatite de contacto Vaginite traumática/atrófica, etc.Perante uma suspeita de vaginite, faz-se uma colheita do exsudado vaginal, demodo a ser possível realizar o diagnóstico e iniciar a terapêutica:COLHEITA DO EXSUDADO VAGINAL• Introduzir o espéculo sem lubrificante ou humedecido com soro fisiológico estéril.• Colher o exsudado do fundo de saco posterior e/ou paredes vaginais com zaragatoade alginato de cálcio ou dacron.• Repetir a operação com uma 2ª zaragatoa e efectuar esfregaço após o acto dacolheita.VAGINOSE BACTERIANAÉ a mais frequente causa de vaginite em mulheres sexualmente activas. Além daGardenerella vaginalis outras bactérias estão envolvidas tais como:• Bacteroides spp.• Prevotella species• Mobiluncus species• Mycoplasma hominisA vaginose bacteriana representa uma mudança complexa na população microbianacomensal, caracterizada pela redução da prevalência e concentração de Lactobacilosprodutores de peróxido de hidrogénio e aumento da prevalência e concentração deGardnerella vaginalis, Mobilluncos spp., Mycoplasma hominis, bacilos gram -, anaeróbiosprincipalmente dos géneros Pnevotella, Porphyromonas e Bacteroides.


Diagnóstico LaboratorialMiscroscopia• Exame directo do exsudado vaginal – presença de “clue cells”, células do epitéliovaginal cobertas com bactérias gram variáveis, de modo que os bordos da célulaepitelial perdem a definição, com ausência ou com raros leucócitos.Exame cultural• Isolamento em meios selectivos agar vaginalis ou gelose de sangue humanosuplementado com antimicrobianos; incubação a 37ºC, durante 48 horasIdentificação• Colónias brilhantes com halo de hemólise• Ausência de hemólise em sangue de carneiro ou cavalo• Oxidase e catalase negativoA cultura para Gardnerella vaginalis pode ser detectada em 50-60% de mulheres saudáveisassintomáticas. Desta forma, a cultura do exsudado vaginal, isoladamente, não deve fazerparte do diagnóstico de vaginose bacteriana.No diagnóstico laboratorial os seguintes exames são frequentemente utilizados:• pH vaginal > 4.5, odor desagradável após a adição de KOH a 10% à secreção• Coloração pelo Gram: ausência ou diminuição de leucócitos e de lactobacilos,presença de “clue cells”, grande quantidade de bacilos Gram variáveis• Cultura: isolamento em meio selectivo• Pesquisa através de sondas de DNACERVICITES (mulheres) e URETRITES (homens)Mulheres com leucorreia, com ou sem vaginite, devem ser sujeitas a cuidadosapesquisa de cervicite.Uretrite pode ser considerada a dça masculina correspondente à cervicite.Na suspeita de um cervicite ou de uma uretrite masculina pesquisam-se por rotina:Neisseria gonorrhoeaeChlamydia trachomatisNa cervicite também se pesquisam:- S. agalactiae - grávidas- Actinomyces spp. - assoc. ao DIUA colheita da amostra é diferente para a Neisseria gonorrhoeae e para a Chlamydiatrachomatis.


1.Infecções por Neisseria gonorrhoeaeFactores de risco:• promiscuidade• O não uso de preservativo• Aumento da mobilidade populacional• HomossexualidadeNos homens:• Geralmente restrita à uretra.• Sintomas: Disúria e exsudado uretral purulento – 2 a 5 dias de incubação• Complicações: epididimite, prostatite, abcesso periuretralNas mulheres:• Infecção do colo uterino – a bactéria infecta o epitélio colunar endocervical e não ovaginal.• Sintomas: exsudado vaginal, disúria e dor abdominal• Complicações: disseminação para o endométrio, trompas, ovários, superfícieperitoneal e estruturas contíguas, causando a doença inflamatória pélvica (DIP),salpingites, manifestações cutâneas, articulares e septicemiasNos recém-nascidos:• Oftalmia neonatalDiagnóstico laboratorialColheitaExsudado endocervical- Introduzir o espéculo sem lubrificante ou humedecido com soro fisiológico estéril- Limpar o orifício externo do endocolo com compressa esterilizada.- Introduzir uma zaragatoa de alginato de cálcio ou dacron, cerca de 1 cm noendocolo e rodar.- Colocar em meio de transporte com carvão- Repetir a operação com uma 2ª zaragatoa e efectuar esfregaço após o acto dacolheita.- O envio da amostra deve ser imediato.Exsudado uretral- Fazer a expressão da uretra- A amostra deve colher-se antes da 1ª micção da manhã. Se não é possível, esperarpelo menos uma hora após a última micção.- Limpar cuidadosamente a mucosa circundante com gaze estéril.- Introduzir uma zaragatoa fina e flexível com um movimento de rotação até 2 cmdentro da uretra, para o exame directo a realizar no acto da colheita.- Repetir a operação com uma 2ª zaragatoa para o exame cultural, que se deveintroduzir em meio de transporte com carvão e manter à temperatura ambiente.- O envio das amostras deve ser imediato.Miscroscopia:


Coloração de Gram muito sensivel: Ao exame directo, a observação de diplococos Gramnegativo no citoplasma de células inflamatórias é sugestiva de Neisseria.CulturaPara o exame cultural pode recorrer-se ao agar-chocolate ou a um caldo com factores decrescimento (sangue).Tratando-se de um produto polimicrobiano, usa-se um meio selectivo para Neisseria, porexemplo, os meios de Thayer-Martin, Martin-Lewis e New York City.Faz-se incubação a 37º durante 24-48h, com 5 a 10 % de CO 2 .Nas colónias suspeitas deverá ser feita a prova das oxidases.Para identificação das espécies utiliza-se a oxidação dos carbohidratos. Amplificação de ácidos nucleicos – teste muito sensível, específico e rápido (4 horas).Testes antigénicos.2.Infecções por Clamydia[] Família Chlamydiaceaeo Género Chlamydia – Chlamydia trachomatiso Género Clamydophila – Clamydophila psittaci e Clamydophila pneumoniaeo Foram em tempos considerados vírus porque são pequenos o suficiente parapassarem por filtros de 0,45 micro e são parasitas intracelulares humanoso Têm as seguintes características de bactérias: Possuem membranas plasmáticas interna e externa semelhantes às gram- Contêm DNA e RNA Possuem ribossomas procarióticos Sintetizem as suas próprias proteínas, ác. nucleicos e lípidos São susceptíveis a numerosos antibióticos antibacterianoso Bacilos gram-, pequenos, sem camada de peptidoglicano na parede celularo LPS especifico do género que pode ser detectado num teste de fixação docomplementoo Proteínas da membrana externa especificas da espécie e da estirpeo Ao contrario das restantes bactérias, as clamídeaceas têm um ciclo dedesenvolvimento único, formando 2 formas: Formas infecciosas, metabolicamente inactivas, não replicativas (corposelementares EBs)Formas não-infecciosas, metabolicamente activas, replicativas (corposreticulares RBs)o A membrana externa contém proteínas com muitas ligações dissulfido cruzadas entreresíduos de cisteína nos EBS; já nos RBs esta ligação extensa está ausente e estaforma é osmoticamente frágilo Ciclo de vida da Clamydia:EBs ligam-se às microvilosidades das células susceptíveis (epitélios colunar nãociliado, cuboidal e de transição)Estimlam a penetração activa na célula do hospedeiroApós a internalização, as bactérias permanecem no fagossoma, onde o ciclo dereplicação prossegueA fusão do fagossoma que contem os EBs com os lisossomas e subsequente morteintracelular está inibidaA fusão fagolisossomal é inibida apenas se a membrana externa estiver intacta


Se membrana externa lesada bactéria inactivada pelo calor ou rodeada por atc fusão fagolisossomal ocorre morte intracelular da bactéria 6 a 8 horas apos a entrada na célula, os EBs reorganizam-se em RBs, maiores emetabolicamente activos (capazes de sintetizar DNA, RNA e proteínas) Os RBs dividem-se por fissão binária, que continua nas 18-24h seguintes –histologicamente detecta-se facilmente o fagossoma com RBs acumulados (inclusão) 18-24h apos a infecção os RBS reorganizam-se em EBs Entre as 48-72h a célula lisa e liberta os EBs infecciososo As Clamydiaceas são parasitas energéticos porque usam o ATP do hospedeiroo Algumas estirpes podem também depender dos a.a. do hospedeiro []Clamydia trachomatisAs espécies foram divididos em 3 biovars e estes em serótipos, com base nas diferençasantigénicas na proteína de membrana externa major (MOMP)Seróticos específicosdoenças especificasSerótiposA,B,Ba,CD-KL1,L2,L2a,L3SíndromesTracoma endémicoUretrite, epididimite, proctite, conjunivite,cervicite, endometrite, salpingite,perihepatite, síndrome Reiterlinfogranuloma venéreoAs manifestações clínicas das infecções por Clamydia são causadas por:1. destruição das células durante a replicação2. resposta inflamatória do hospedeiro.Infecções urogenitais por Clamydia• A maioria das infecções urogenitais nas mulheres são assintomáticas.• As manifs clínicas incluem: bartolinite, cervicite, endometrite, perihepatite, salpingite euretrite.• As mulheres sintomáticas apresentam: exsudado mucopurulento e ectopia hipertrófica.• As amostras das mulheres sintomáticas têm em geral maior numero de organismos queas assintomáticas.• A maioria das infecções nos homens é sintomática (75%)• Infecções duplas por Clamydia e Neisseria não são incomuns. Os sintomas de umainfecção por Clamidya podem surgir apos o tratamento eficaz de gonorreia porque:o O peirodo de incubação da Clamydia é maioro O uso de B-lactamicos usados no tratamento da gonorreia são ineficazescontra a clamydia• Acredita-se que o Síndrome de Reiter (uretrite, conjuntivite, poliartrite e lesõesmucocutaneas) é iniciado por uma infecção genital por Clmaydia


Provas Bio Mol- testes de amplificação de ác. Nucleicos (NAAT) – muito sensiveis e especificos:1. PCR2. LCR3. amplificação mediada pela transcrição4. amplificação por deslocamento da cadeiaSerologia- testes serologicos de valor limitado nas infecções urogenitais porque os titulosmantêm-se elevados por um periodo de tempo prolongado.- O teste nao diferencia entre infecção passada e actual.Pesquisa-se por rotina:Neisseriae gonorrhoaeChlamydia trachomatisPROCTITESExsudado rectal· Introduzir uma zaragatoa suavemente através do esfíncter anal.· Rodar contra as criptas rectais, deixar 10-30 segundos para fixar os microrganismos eretirar.· Evitar o contacto com matéria fecal. Quando a zaragatoa ficar contaminada com fezes,deve obter-se nova amostra.· Introduzir a amostra em meio de transporte com carvão, que se deve manter à temperaturaambiente.D. INFLAMATÓRIA PÉLVICAENDOMÉTRIOÉ um termousado para descrever infecções genitais superiores que frequentementeenvolvem o endométrio (endometrite), as trompas de falópio (salpingite) e o peritoneupelvico (peritonite). Estas infecções resultam da ascensão de infecções com origem eminfecções genitais baixas.Os agentes etiológicos mais comuns são: Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis evárias especies anaeróbias encontradas na vagina, particularmente Bacteroides spp,anaeróbiosGram+ e E. coli.Sintomas sugestivos dePID incluem: dor abdominal, dispareunia, descarga vaginal,menometrorragia, disúria, febre e por vezes náuseas e vómitos.Pesquisa-se por rotina:- Chlamydia trachomatis- Neisseria gonorrhoae


ENDOMETRITE PÓS-PARTOPesquisa-se por rotina:- Bactérias anaeróbias- E. coli- Enteroccocus- G. vaginalis- Streptoccocus agalactiaeColheita:· Aspiração uterina através de catéter após prévia dilatação e descontaminação do cérvix.· Enviar a amostra em recipiente estéril.· No caso de suspeita de anaeróbios, transporte adequado.· É recomendável realizar simultaneamente hemoculturas.ABCESSOS ( FUNDOS <strong>DE</strong> SACO, TROMPAS, GL. BARTHOLI)Colheita:· Colheita cirúrgica por aspiração (no caso da Gl. Bartholin, descontaminar a pele comdesinfectante não alcoólico).· Enviar de imediato amostra até 5 ml num recipiente estéril e no caso de se suspeitar deanaeróbios, em meio de transporte adequado.ABCESSOS ( EPIDÍDIMO, PRÓSTATA, TESTÍCULOS )Colheita:· Colheita cirúrgica· Introduzir o aspirado até 5 ml em meio de transporte adequado.


ÚLCERAS <strong>GENITAIS</strong>o Podem ser causadas por:Treponema pallidumHaemophilus ducreyiChlamydia trachomatisFrancisella tularensisKlebsiella granulomatisMycobacterium tuberculosis1. LINFOGRANULOMA VENÉREO- DST causada pela C. trachomatis serotipos L1 L2 L2a e L3- hmossexuais masc são o maior reservatório da dça- observado mais nos homens porque nas mulheres é comum infecção assintomática- após um período de incubação de 1 a 4 semanas, uma lesão primaria aparece no local dainfecção (pénis, uretra, glande, escroto, parede vaginal, colo uterino, vulva- a lesão é pequena e indolor- o dte pode apresentar febre, dores de cabeça e mialgias quando a lesão está presente- o biovar responsável pelo LGV replica nos fagócitos mononucleares presentes no sistemalinfático- numa segunda fase, as lesões formam-se nos gg. Linfáticos que drenam o local dainfecção primaria. A formação de granulomas é característica. As lesões são dolorosas epodem tornar-se necróticas, atrair PMN e provocar a disseminação da infecção para ostecidos adjacentes. A ruptura dos gg linfáticos leva à formação de abcessos ou fístulas.- LGV não tratado pode progredir para uma fase crónica ulcerativa, na qual úlceras genitais,fistulas ou elefantíase genital podem ocorrer.Diagnostico laboratorial:A infecção pode ser diagnosticada com base em:1. achados citologicos, serológicos e culturais2. detecção directa de antigénios nas amostras clínicas3. através de provas de Bio MolecularSerologia• Testes serológicos podem ser úteis para o dx de LGV• Os doentes infectados produzem uma resposta humoral vigorosa que pode serdetectada por:o fixação do complemento (teste anti-LPS especifico para o género),o microimunofluorescencia (confirmatório, anti-MOMPS específicospara as espécies e serotipos)o enzime immunoassay (EIA) (específicos para o género)


2. SÍFILISo Ordem das Espiroquetas Família Leptospiraceae – Género Leptospira Família Spirochaetaceae – Géneros Treponema e Borreliao Bactérias Gram negativas delgadas e helicoidaiso Anaeróbios estritos, anaérobios facultativos e aeróbiosGénero Treponemao 2 espécies causadoras de doença em humanos: Treponema pallidum (com 3subspécies) e Treponema carateumo T. pallidum ssp. Palidum – Sífiliso T pallidum ssp. Endemicum – Bejelo T. pallidum ssp. Pertenue – Yams Não são doenças venéreaso T. pallidum carateum – PintaT. pallidum e treponemas patógenicos relacionadosEspiroquetas delgadas e enroladas, com as extremidades pontiagudasMóveis: 3 flagelos periplasmíticos inseridos em cada extremidadeNão crescem in vitro, excepto em meios de célulasNão coram pelo Gram nem GiemsaPatogenicidadeProteínas membrana externa – aderência à superfície das células do hospedeiroEspiroquetas virulentaso hialuronidase (facilita a infiltração perivascular)o são recobertas por fibronectina do hospedeiro (antifagocítico)A destruição de células e as lesões observadas na sífilis resultam da resposta imune dohospedeiro à infecção.Epidemiologiao Humanos são o único reervatórioo Nos EU é a 3ª DST mais comum (a seguir à chlamydia e à N. gonorreia). O T.pallidum tem distribuição mundial.o A incidência tem diminuído mas verificam-se aumentos periódicos correspondentesa mudanças nas práticas sexuais.o A transmissão da sífilis não é feita através de objectos inanimados (T. pallidumextremamente sensível à temperatura, secagem e desinfectantes) e requer umcontacto pessoal muito próximo – transmissão sexual é a via mais comum depropagação (risco de contágio num contacto único: 30%)o Também pode ser transmitida congenitamente ou através de uma transfusão comsangue contaminado.o População de risco: adolescentes e adultos sexualmente activos e crianças de mãesinfectadaso T. pallidum é transferido principalmente nas fases iniciais da doença, quando umgrande numero de organismos estão presentes na lesão cutânea ou mucosa.o Nas fases inicais o doente tem bacteremia que, se não tratada, pode persistir por 8anos.


o A incidência de sífilis terciária diminui muito nos últimos anos.o Quando existem lesões genitais activas maior risco de transmissão e aquisição deHIVSífilisA observação histológica das lesões revelam, em todas as fases, endarterite e periarteritecaracterísticas e infiltração da úlcera com PMN e macrofagos.Sífilis congénitao Adquirida após os 3 primeiros meses de gravidez. Pode-se manisfestar como:o Anormalidades congénitaso Infecções serias resultando na morte intrauterinaao Infecção silenciosa, que so se torna aparente depois dos 2 anos(deformidades faciais e dentarias)Diagnostico laboratorialColheitaContactar previamente o laboratório de Microbiologiao Limpar a superfície da lesão com gazes humedecidas em solução salina.o Remover a crosta se presente, evitando sangrar.o Pressionar a base da lesão até surgir um fluido claro e colher com uma pipetaPasteur ou capilar.o Colocar uma gota numa lâmina, cobrir com lamela e examinar imediatamente emmicroscópio de fundo escuro.Microscopiao Exsudado do cancro primário deve ser examinado por:o Microscópio de campo escuro imediatamente apos a colheita- o material tem de ter espiroquetas moveis;- as espiroquetas não sobrevivem ao transporte;- detritos tecidulares podem ser confundidos com espiroquetas;- lesões orais e rectais não devem ser examinadas por este métodoporque espiroquetas não-patogenicas podem contaminar a amostra.o Microscópio UV- Anticorpos anti-treponema marcados com fluoresceina são utilizadospara corar as bactérias- este teste é especifico para treponemas patogénicos


- pode ser usado para lesões rectais e orais- as espiroquetas imóveis também coram logo os especimens não têm deser observados imediatamente apos a colheitao Para biopsias: impregnação com prataCulturao T pallidum não cresce em meios de cultura artificiaisSerologiaOs testes serológicos são essenciais para o dx. São divididos em não específicos eespecíficos:o Testes não específicos: Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) teste Rapid Plasma Reagin (RPR)o Testes específicos Fluorescent Treponemal Antibody Absortion (FTA-ABS) Treponema Pallidum Hemaglutination Assay (TPHA)o EIASo Testes não específicos:- São não específicos porque os antigénios não têm origem no treponemamas são extractos de tecidos normais de mamíferos. A cardiolipina é oantigenio usado e é derivado do coração de beef. Permite a detecção deIgM e IgG anti-lipidos formados no doente, em reposta a material lipidicoantigénico (proveniente da lesão celular causada pela infecção e doslipidos superfície do T. pallidum)- ambos os testes quantificam a floculação do antigenio cardiolipina pelosoro do paciente. São rápidos, apesar do complemento ter de ser inactivado30 minutos antes do VDRL ser realizado.- Só o VDRL deve ser usado no LCR de doentes com suspeita deneurosífiliso Testes específicos- Usam-se para confimar resultados positivos nos testes não específicos- FTSA-ABS é um teste imunológico indirecto.T. pallidum é usado como antigenioé imobilizado numa placa de vidro, que é recoberta com o soro dodoente, que foi previamente misturado com um extracto detreponemas não patogénicosanticorpos anti-anticorpos humanos marcados com fluoresceina sãoadicionados para detectar a presença de anticorpos específicos nosoro do doente.- TP-PA é um teste de aglutinação


partículas de gelatina sensibilizadas para antigenios do T. pallidumsão misturadas com diluições do soro do doente. Se os anticorposestiverem presentes, ass partículas aglutinamTestes não específicos- As reacções com estes testes soaparecem positivas na fase final de sífilisprimaria ou apos tratamento antibióticoefectivo de uma sífilis primaria ousecundaria.- são úteis para rastreio e para amonitorização da eficácia da terapêutica- os títulos de anticorpos diminuiemlentamente nos doentes não tratados resultados negativos em 25 a 30 % dosdoentes com sífilis terciaria- úteis para monitorização da eficácia daterapêutica (diminuição dos títulosmedidos)- especificidade de 98% mas resultadospositivos transitórios são vistos empacientes com doenças febris agudas, aposimunizações e nas mulheres grávidas eresultados positivos a longo-prazo sãovistos em pacientes com donças utoimunescrónicas ou infecções fígado.Testes específicos- tornam-se positivos nas fases iniciais dadoença quando os não específicos ainda dãoum resultado negativo- permanecem positivos na sífilis terciaria- menos influenciados pela terapeutica- especificidade de 97 a 99% com a maioriados falso positivos observados em doentescom níveis elevados de Igs e dçasautoimunesTratamento: penicilina3. ÚLCERA <strong>DE</strong> BORDOS MOLES- causado pela bactéria gram negativa Haemophilus ducrey- manifesta-se como uma ulcera genital mole e dolorosa e linfadenopatia local- mais comum em Afrixa e ÁsiaDiagnóstico laboratorial:ColheitaLimpar a superfície da lesão com solução salina. Fazer a colheita por aspiração com umapipeta Pasteur ou com zaragatoa embebida em solução salina.MiscroscopiaAspirados da margem da ulcera ou dos gg linfáticos aumentados apresentam grandenumero de bacilos gram negativos curtos e cadeias, no interior de PMN ou extracelularmente.


CulturaA cultura é relativamente insensível. Crescem melhor em agar gonocócico suplementadocom 1% a 2% hemoglobina, 5% de soro fetal bovino, IsoVitalex e vancomicina. As culturasdevem ser incubadas a 33ºC numa atmosfera com 5 a 10% CO2 por 7 dias ou mais. (Não toleratemperaturas elevadas. Crescimento lento.)O sucesso na recuperação do H. ducrey requer que o microbiologista o pesquiseespecificamente.Identificação:- Catalase negativo- Requer o factor de crescimento X mas não o V- não fermenta a glicose, a sacarose, a lactose, a manose e a xilose.Tratamento: eritromicina4. DONOVANOSE OU GRANULOMA INGUINAL- transmitida por via sexual ou por traumatismo não-sexual nos genitais- rara em climas temperados, mas comum nas regiões tropicais e subtropicais- caracterizada por nódulos subcutâneos, a maioria nos genitais e área inguinal, que erodem,formando úlceras granulomatosas dolorosas que podem coalescer- causada pela enterobacteriacea Klebesiela granulomatis.- a bactéria invade e multiplica-se no interior das celulas mononucleares e são libertadasquando a célula lisa- incubação prolongada de semanas ou mesesDiagnóstico laboratorial:- colheita de material nas margens da lesão e realização de um esfregaço-coloração Giemsa ou coloração de Wright: observam-se os bacilos pequenos no citoplasma dehistiócitos, PMN e plasmócitos. Corpos de Donovan são observados no interior de fagócitosmononucleares (1 a 25 bactérias por célula fagocitica); observa.se também uma cápsulaproeminente- não cresce em culturas de células livres- já foi isolado em culturas de monócitosTratamento: tetraciclina, eritromicina, trimetoprimsulfametoxazole. Profilaxia comantibióticos não demonstrou ser efectiva na prevenção e controlo da infecção.

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