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Via das pentoses-fosfato

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<strong>Via</strong> <strong>das</strong> <strong>pentoses</strong>-<strong>fosfato</strong>; Rui FontesEquação 11 6 glicose-6-P +12 NADP + + 6 H 2 O → 6 ribulose-5-P +12 NADPH + 6 CO 2Equação 12 6 ribulose-5-P ↔ 4 frutose-6-P + 2 gliceraldeído-3-PEquação 13 1 gliceraldeído-3-P ↔ 1 dihidroxiacetona-PEquação 14 1 gliceraldeído-3-P + 1 dihidroxiacetona-P ↔ frutose-1,6-bis<strong>fosfato</strong>Equação 15 frutose-1,6-bis<strong>fosfato</strong> + H 2 O → frutose-6-P + PiEquação 16 5 frutose-6-P ↔ 5 glicose-6-PEquação 17Somatório: glicose-6-P +12 NADP + +7 H 2 O → 6 CO 2 +12 NADPH + PiEmbora as condições metabólicas em que a via <strong>das</strong> <strong>pentoses</strong>-<strong>fosfato</strong> está mais ativa (glicemia elevada,insulina elevada e glicagina baixa) levem, no fígado, à inibição da enzima responsável pela reação 15 (afosfátase da frutose-1,6-bis<strong>fosfato</strong> hepática; uma enzima da gliconeogénese) a velocidade dos processoscuja soma permite escrever a Equação 17 não é nula em nenhuma circunstância. A Equação 17 mostraque, quando 6 moléculas de glicose-6-<strong>fosfato</strong> são oxida<strong>das</strong> na via <strong>das</strong> <strong>pentoses</strong>-<strong>fosfato</strong> (ver Equação 11e Equação 12), se admitirmos o envolvimento de enzimas da gliconeogénese (ver Equação 13 aEquação 16), 5 moléculas de glicose-6-<strong>fosfato</strong> podem ser regenera<strong>das</strong>; ou seja, em termos líquidos, umamolécula de glicose-6-<strong>fosfato</strong> é oxidada com a libertação concomitante de 6 moléculas de CO 2 . Apossibilidade de este processo cíclico poder ocorrer permite compreender que algumas <strong>das</strong> moléculas deglicose que entram no fígado possam ser completamente oxida<strong>das</strong> a CO 2 sem a intervenção dadesidrogénase do piruvato e <strong>das</strong> enzimas ciclo de Krebs e da fosforilação oxidativa.Evidentemente que a frutose-6-<strong>fosfato</strong> e o gliceraldeído-3-<strong>fosfato</strong> formados na via <strong>das</strong> <strong>pentoses</strong>-<strong>fosfato</strong>podem seguir na via glicolítica e acabarem oxidados a CO 2 com a intervenção da desidrogénase dopiruvato assim como <strong>das</strong> enzimas do ciclo de Krebs e da fosforilação oxidativa. Quando 3 moléculas deglicose (6C × 3 = 18C) são oxida<strong>das</strong> na via <strong>das</strong> <strong>pentoses</strong>-<strong>fosfato</strong> podem formar-se 3 CO 2 + 2 frutose-6-<strong>fosfato</strong> + 1 gliceraldeído-3-<strong>fosfato</strong>. Se as 2 moléculas de frutose-6-<strong>fosfato</strong> (6C × 2) e a de gliceraldeído-3-<strong>fosfato</strong> (3C) forma<strong>das</strong> forem oxida<strong>das</strong> na sequência glicólise-desidrogénase do piruvato-ciclo deKrebs significa que 3 <strong>das</strong> 18 moléculas de CO 2 forma<strong>das</strong> no processo de oxidação <strong>das</strong> 3 moléculas deglicose (6C × 3) foram da responsabilidade da desidrogénase do 6-fosfogliconato. Isto é equivalente aafirmar que, se à conversão de glicose-6-<strong>fosfato</strong> em ribulose-5-<strong>fosfato</strong> se seguir a fase reversível da via<strong>das</strong> <strong>pentoses</strong> <strong>fosfato</strong>, a glicólise, a ação da desidrogénase do piruvato e o ciclo de Krebs, 1 dos carbonosda glicose-6-<strong>fosfato</strong> sai como CO 2 aquando da ação da desidrogénase do 6-fosfogliconato e os 5carbonos sobrantes saem como CO 2 pela ação <strong>das</strong> desidrogénases do piruvato, do isocitrato e do α-cetoglutarato.7- Em órgãos (como o músculo) em que as desidrogénases da glicose-6-<strong>fosfato</strong> e do 6-fosfogliconato sãopouco ativas, a síntese de ribose-5-<strong>fosfato</strong>, um precursor na síntese dos nucleotídeos, pode ocorrer poração exclusiva <strong>das</strong> enzimas da “fase reversível” da via <strong>das</strong> <strong>pentoses</strong>-<strong>fosfato</strong> atuando na frutose-6-<strong>fosfato</strong>e no gliceraldeído-3-<strong>fosfato</strong> (ver Equação 10). A frutose-6-<strong>fosfato</strong> e o gliceraldeído-3-<strong>fosfato</strong> podemformar-se na glicólise e estão (quase) em equilíbrio químico com a ribose-5-<strong>fosfato</strong>. Assim, o consumode ribose-5-<strong>fosfato</strong> na síntese de nucleotídeos faz com as reações catalisa<strong>das</strong> pela transcetólase,transaldólase, isomérase <strong>das</strong> <strong>pentoses</strong>-<strong>fosfato</strong> e epimérase <strong>das</strong> <strong>pentoses</strong>-<strong>fosfato</strong> evoluam no sentido queleva à formação de ribose-5-<strong>fosfato</strong> e ao consumo de intermediários da glicólise.A frutose-6-<strong>fosfato</strong> e o gliceraldeído-3-<strong>fosfato</strong> são comuns à via <strong>das</strong> <strong>pentoses</strong>-<strong>fosfato</strong> e à glicólise etambém, no fígado, existe equilíbrio químico entre os intermediários da glicólise e os intermediários (eprodutos) da fase reversível da via <strong>das</strong> <strong>pentoses</strong>-<strong>fosfato</strong>. A xilulose-5-<strong>fosfato</strong> aumenta de concentraçãono citoplasma dos hepatócitos quando a glicemia aumenta e sinaliza, dentro dos hepatócitos, que há umacaptação aumentada de glicose. Quando a xilulose-5-<strong>fosfato</strong> aumenta de concentração, ativa umafosfátase de proteínas que catalisa a desfosforilação e a consequente ativação de um fator de transcriçãoconhecido pela sigla ChREBP (Carbohydrate response element binding protein; Proteína de ligação aoelemento de resposta aos carbohidratos) [2]. O ChREBP desfosforilado (ativo) aumenta a transcrição degenes envolvidos na conversão de glicose em ácidos gordos, um processo que consome NADPH.8- Um dos papéis metabólicos do NADPH é o de manter o glutatião (tripeptídeo contendo resíduos deglutamato, cisteína e glicina) na sua forma reduzida (GSH; contém um grupo tiol). O glutatião intervémcomo redutor em processos reativos que serão descritos abaixo, e nessas reações, converte-se emPágina 3 de 5


<strong>Via</strong> <strong>das</strong> <strong>pentoses</strong>-<strong>fosfato</strong>; Rui Fontesoxidativo ocorrendo hemólise aguda aquando da ingestão de favas ou de determinados medicamentos,que, tal como um composto presente nas favas, têm efeitos oxidantes. O défice de desidrogénase daglicose-6-<strong>fosfato</strong> é mais frequente nos descendentes de indivíduos que viveram em zonas com altaincidência de malária 2 .12- Em células macrofágicas como os polimorfonucleares neutrófilos, o NADPH tem um papeldeterminante na destruição <strong>das</strong> estruturas moleculares <strong>das</strong> bactérias infetantes. No decorrer do processofagocítico, por ação da oxí<strong>das</strong>e do NADPH, o NADPH reduz o oxigénio molecular a superóxido(Equação 25) que, por sua vez, está na origem de outras ROS que se supõe participarem no processo dedestruição <strong>das</strong> bactérias.Equação 25 NADPH + 2 O 2 → NADP + + 2 O •- 2 + H +O superóxido pode sofrer dismutação enzímica (dismútase do superóxido) ou não enzímica e levar àformação de H 2 O 2 (Equação 26) e também pode reduzir e cindir o H 2 O 2 com formação do radicalhidroxilo (reação de Haber-Weiss catalisada por iões de ferro ou de cobre; Equação 27). O radicalhidroxilo é dificilmente detetável porque é muito reativo iniciando cadeias de reações de oxidação (eperoxidação).Equação 26 O •- 2 + O •- 2 + 2 H + → H 2 O 2 + O 2Equação 27 O •- 2 + H 2 O 2 → O 2 + HO - + HO •1. Sillero, A., Selivanov, V. A. & Cascante, M. (2006) Pentose phosphate and calvin cycles: Similarities andthree-dimensional views*, Biochem Mol Biol Educ. 34, 275-7.2. Kabashima, T., Kawaguchi, T., Wadzinski, B. E. & Uyeda, K. (2003) Xylulose 5-phosphate mediatesglucose-induced lipogenesis by xylulose 5-phosphate-activated protein phosphatase in rat liver, Proc NatlAcad Sci U S A. 100, 5107-12.2 A razão desta associação é a proteção que o défice da enzima (mesmo relativo no caso <strong>das</strong> mulheres heterozigóticas)confere relativamente ao agente da malária. Este agente (Plasmodium falciparum) vive dentro dos eritrócitos dosindivíduos afetados de malária mas a sua capacidade de sobrevivência fica reduzida quando o stress oxidativo doseritrócitos (aumentado se houver défice de desidrogénase da glicose-6-<strong>fosfato</strong>) faz com que o tempo de circulação doseritrócitos no sangue fique encurtado.Página 5 de 5

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