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Ao seduzir, os íncubos e súcubos eram sentidos como um pesosobre o peito do sonhador. Apesar de seu significado latino, mare é a palavrado inglês antigo para íncubo, e nightmare (pesadelo) significava originalmenteo demônio que se senta sobre o peito dos adormecidos, atormentando-os comsonhos. Em A vida de santo Antônio, de Atanásio (escrita em torno de 360), osdemônios são descritos movimentando-se à vontade em quartos trancados;1400 anos mais tarde, em sua obra De daemonialitae, o erudito franciscanoLudovico Sinistrari nos assegura que os demônios passam através dasparedes.A existência exterior dos demônios transcorreu quase inteiramentesem questionamentos desde a Antigüidade até o final da Idade Média.Maimônides negava a sua realidade, mas a maioria esmagadora dos rabinosacreditava em dibuks. Um dos poucos casos que consegui encontrar, em quese chega a sugerir que os demônios poderiam ser internos, gerados em nossasmentes, é quando perguntam a Abba Poemen – um dos padres do deserto daIgreja primitiva:– Como é que os demônios lutam contra mim?– Os demônios lutam contra você? – perguntou o padre Poemen porsua vez. – Os nossos próprios desejos se tornam demônios, e são eles que nosatacam.As atitudes medievais para com os íncubos e súcubos foraminfluenciadas pelo livro de Macróbio do século IV, Comentário sobre o sonho deCipião, que teve dezenas de edições antes do Iluminismo europeu. Macróbiodescrevia fantasmas (phantasma) vistos “no intervalo entre o estado desperto eo cochilo”. O sonhador “imagina” os fantasmas como predatórios. Macróbiotinha um lado cético que seus leitores medievais tendiam a ignorar.A obsessão com os demônios começou a atingir um crescendoquando, em sua famosa bula de 1484, o papa Inocêncio VIII declarou:Tem chegado a nossos ouvidos que membros de ambos os sexos nãoevitam manter relações com anjos, íncubos e súcubos malignos, e que pormeio de suas feitiçarias, palavras mágicas, amuletos e conjuros elessufocam, extinguem e abortam os filhos das mulheres,além de gerar muitas outras calamidades. Com essa bula, Inocênciodava início à acusação, tortura e execução sistemáticas de inumeráveis“bruxas” em toda a Europa. Elas eram culpadas do que Agostinho descreviacomo “o ato criminoso de bulir com o mundo invisível”. Apesar do imparcialatestada por tantas pessoas que acho desnecessário citar os seus testemunhos”. O teóloogoMeric Casaubon argumentava – em seu livro de 1668, Of credulity and incredulity – que asbruxas devem existir porque, afinal de contas, todo mundo acredita nelas. Qualquer coisaem que um grande número de pessoas acredita deve ser verdade.

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