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Resina composta para dentes anteriores - Kina Scopin Hirata

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Odontologia Estética: a arte da perfeição100


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>IntroduçãoOs resultados estéticos das restaurações <strong>anteriores</strong> em resinas <strong>composta</strong>scom profissionais tecnicamente competentes e habilidosos são excelentes.Apesar da melhoria nas propriedades destes materiais <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>sempre existe dúvida em relação à manutenção de características fundamentaiscomo cor e brilho natural. As questões formuladas visam dar confiança ao clínicoque optar por este procedimento.Quais são os aspectos fundamentais de luz, cor, opalescência e fluorescência?A luz na forma como se conhece é uma gama de comprimentos de onda aque o olho humano é sensível, isto é, trata-se de energias eletromagnéticas quese situam entre as radiações infravermelhas (IV) e ultravioletas (UV). A região daluz que nossos olhos alcançam é chamada de luz visível e compreende a faixa de400 a 700 nm, e dentro desse intervalo estão contidas as cores primárias.O conceito de cor é formado pela relação entre os aspectos físicos da cor,sua percepção pelo olho humano e por componentes psicológicos. Em 1905, opintor norte-americano Albert Munsell propôs um sistema de cor que é consideradomuito interessante ainda nos dias atuais e o sistema de ordenação de coresde Munsell é denominado de sistema HSV [Hue: matiz; saturated: saturação eValue: valor] 23 .Algumas definições relacionadas com a cor são importantes no entendimentodo conceito de cor. O matiz é definido como sendo a família da cor ouos grandes grupos de cor, podendo existir matizes referentes a qualquer umadas cores existentes no espectro de luz visível. Para se ter uma idéia visual doque é o matiz, pode-se imaginar a pintura de uma parede da sala de espera deum consultório. Dessa forma, entre as opções de cores (vermelho, azul, verde,amarelo, etc.) disponíveis na loja de tinta, o matiz escolhido será, por exemplo,o verde. Para as resinas <strong>composta</strong>s, convencionalmente, definiu-se que existemquatro matizes: A (marrom), B (amarelo), C (cinza) e D (vermelho), patenteados101


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>uma propriedade conhecida como opalescência. Essa propriedadeóptica imprime no esmalte a capacidade aparentede possuir diferentes colorações sob diferentes orientaçõesdos raios luminosos. Esse aspecto ambíguo da luz na estruturado esmalte pode ser explicado através da constituiçãodo mesmo; os cristais de hidroxiapatita apresentamespessuras que variam de 0,02 a 0,4 µm e são seletivos<strong>para</strong> os diferentes comprimentos de onda que compõe aluz visível. Os cristais permitem a passagem das ondas longas,principalmente o vermelho e laranja, já as ondas curtas(verde, violeta e azul) são refletidas nos cristais e fornecemao esmalte um efeito azul-acinzentado 15 . Essa característicaé mais evidente no terço incisal visto que existe poucaou nenhuma quantidade de dentina, porém a opalescênciaocorre em todo o esmalte dentário. Vários sistemas de resinas<strong>composta</strong>s estão disponíveis no mercado odontológicoapresentando graus diversos de opalescência. Em restaurações<strong>anteriores</strong>, principalmente, devem ser usadas resinasque apresentem essa importante característica, pois a opalescêncianatural do esmalte cria efeitos de profundidade evitalidade da estrutura devido o aumento da luminosidade 19e esses aspectos devem ser buscados quando da realizaçãodessas restaurações.Outro quesito bastante importante relacionado com aluz e cor é o conceito de fluorescência que é a habilidadede um material irradiar luz visível quando absorve energiade uma fonte luminosa fora do espectro visível pelo olhohumano. Sabe-se que tanto a dentina quanto o esmalte sãoestruturas fluorescentes, sendo que na dentina essa característicaé mais acentuada devido a maior quantidade depigmentação orgânica fotossensível aos raios ultravioletas 19 .Os <strong>dentes</strong> naturais quando são submetidos a uma fonte deraios ultravioleta exibem fluorescência que vai de um intensobranco até o azul claro, e isto potencializa a vitalidadedos mesmos 31 e faz com que os <strong>dentes</strong> se pareçam maisbrancos e claros na presença dessas luzes. Esta luminosidadevai se alterando no decorrer do dia dependendo daintensidade dos raios UV. Além disso, durante a noite, aspessoas podem ficar expostas a ambientes iluminados porlâmpadas ultravioletas, também chamadas de “luz negra”,que emitem o comprimento de onda dentro da mesma faixaem que ocorre o fenômeno da fluorescência. Mesmo existindouma ampla variedade de resinas <strong>composta</strong>s no mercadoodontológico, os componentes básicos que formam essesmateriais restauradores não apresentam a propriedade defluorescência. Como conseqüência, quando essas restauraçõessão submetidas a certas fontes luminosas, deixamas mesmas com um aspecto deficiente em relação à estruturadental natural. Para resolução deste problema váriosfabricantes adicionam agentes luminóforos do grupo dosmetais terras-raras como o urópio, térbio, itérbio e cério nacomposição das resinas <strong>composta</strong>s. A incorporação destespigmentos tem reproduzido satisfatoriamente a fluorescênciados <strong>dentes</strong> naturais, porém, a intensidade da mesma variade acordo com o sistema utilizado. Busato et al. (2006) 2 ,com<strong>para</strong>ram diversas marcas de resinas e encontraram diferentesgraus de fluorescência, indicando que existem diferençassignificantes entre os diversos tipos de resinas.103


Odontologia Estética: a arte da perfeiçãoQuais são as propriedades das resinas <strong>para</strong> <strong>anteriores</strong> que atendem as exigências estéticas?Existem algumas tendências com relação à exigência estética das resinas<strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>, como a obtenção e manutenção de um alto grau de polimentoe o desenvolvimento de sistemas com diferentes graus de opacidade etranslucidez. As resinas <strong>composta</strong>s apresentam diferentes composições e classificações,e este conjunto influencia intensamente o grau de polimento de superfície.O formato, tipo, tamanho e concentração das partículas de carga dasdiferentes resinas <strong>composta</strong>s são um dos fatores responsáveis pelas variadascaracterísticas ópticas e mecânicas do material 3 .Primeira tendência dos sistemas de resinas <strong>composta</strong>s:resinas microhíbridas, nanohíbridas ou nanoparticuladasA primeira tendência nas resinas <strong>composta</strong>s aconteceu com o aprimoramentodas resinas de macropartículas, que possuíam partículas de carga cujotamanho médio variavam de 8 a 12 micrômeros. Devido a grande dimensão dessaspartículas, essas resinas apresentavam grande rugosidade superficial e dificuldadede obtenção de polimento. O aprimoramento das qualidades estéticasocorreu com as resinas de micropartículas, em que as mesmas possuem umaquantidade limitada de carga (aproximadamente 52% em peso), sendo a sílica coloidala sua partícula fundamental; o diâmetro dessas partículas variavam de 0,01a 0,04 micrômetros. Uma das grandes vantagens destas resinas é a obtençãode alto grau de polimento e a manutenção do mesmo 17 , porém devido a poucaquantidade de matriz inorgânica essas resinas apresentam como desvantagemuma baixa resistência mecânica 16 . Também pela presença de grande quantidadede matriz orgânica ocorre um alto grau de sorpção de pigmentos, o que resultaem grandes porções de manchamento principalmente em margens delgadas 22 .Exemplo de resinas microparticuladas ainda comercializadas é a Durafill VS (Kulzer)e Renamel Microfill (Cosmedent).104


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>Em 1979 foram desenvolvidas as resinas híbridas que apresentavam aproximadamente80% em peso na sua quantidade de carga inorgânica, e os tamanhosmédios das partículas variavam entre 0,6 a 1,0 micrômeros. As vantagensdestas resinas consistiam maior resistência mecânica frente a situaçõesde estresse oclusal 4 com relativo polimento superficial. Sua desvantagem ocorrena dificuldade de oferecer e de manter este polimento 34 . Exemplo de resinashíbridas: Charisma (Kulzer); Filtek Z100 e Filtek Z250 (3M ESPE); Tetric Ceram(Ivoclar Vivadent); Herculite XRV (SDS Kerr). Posteriormente, foi realizada umamodificação no conceito das resinas híbridas que ocorreu com a diminuição nostamanhos das partículas maiores <strong>para</strong> diâmetros em torno de 0,4 micrômetros,sendo estas resinas chamadas de microhíbridas e por terem suas partículasreduzidas acabaram possuindo uma maior capacidade de manutenção de polimento.Exemplos comerciais estão 4 Seasons (Ivoclar vivadent), Esthet X (Denstply),Point 4 (SDS Kerr), Vit-L-Escense (Ultradent), Amelogen Plus (Ultradent),Opallis (FGM).As resinas microhíbridas por sua vez sofreram modificações que originaramduas variações de resinas <strong>composta</strong>s: as nanoparticuladas e as nanohíbridas.As resinas nanoparticuladas possuem partículas muito pequenas de aproximadamente5 a 20 nanômetros e com valores próximos de 78% do peso emcarga. A resina Filtek Supreme xt (3M ESPE) é a representante dessa categoriade resina atualmente disponível no mercado. Essas resinas possuem maior lisurasuperficial 32 e manutenção do brilho 21 quando com<strong>para</strong>das às resinas híbridasconvencionais e mostram uma tecnologia de agrupamento e confecção departículas de carga bastante diferenciado em relação a outros materiais. Maisrecentemente, com a incorporação de nanopartículas dentro das resinas microhíbridas,foi criada uma nova categoria chamada de resinas nanohíbridas queapresentam partículas entre 0,04 e 3,0 µm com valores próximos a 76% da cargaem peso. Estas resinas possuem as mesmas características de resinas microhíbridasnão oferecendo grandes diferenciais com esta inclusão de nanopartículas;exemplos comerciais são Grandio (VOCO) e Premise (SDS Kerr).105


Odontologia Estética: a arte da perfeiçãoFigura 1. Perfuração da borracha deisolamento com seis furos unidosrealizados com o maior diâmetro dapinça perfuradora.Figura 2. Isolamento absolutomodificado de canino a canino <strong>para</strong>restauração dos dois incisivos centrais,com as margens gengivais livres <strong>para</strong> oprocedimento restaurador.108


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>O condicionamento da estrutura dental com ácido fosfóricodeve sempre respeitar o correto tempo de aplicação<strong>para</strong> a estrutura do esmalte (30s) e dentina (15s), visto queum maior tempo de condicionamento não significa aumentoda resistência de união da restauração ao dente e aocontrário disso, pode gerar uma discrepância entre a profundidadede desmineralização promovida pelo ácido e aextensão de penetração dos sistemas adesivos 10,33 .A seleção do sistema adesivo e a adequada forma deaplicação, de acordo com o substrato dental trabalhado éum passo essencial <strong>para</strong> a obtenção de longevidade nasrestaurações de resina <strong>composta</strong>. Em <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>, ossistemas adesivos mais utilizados são os convencionais de3 passos (Ácido fosfórico/Primer/Bond) e os convencionaissimplificados, também denominados de frasco único, emque no mesmo frasco encontram-se o primer e a parte hidrofóbicado adesivo (Ácido fosfórico/Primer + Bond). É importantelembrar que quando a restauração é realizada somenteem estrutura de esmalte, pode-se utilizar apenas o bond dosistema de 3 passos, pois o primer dos sistemas adesivosserve somente <strong>para</strong> a adesão na superfície dentinária.Pensando na longevidade da restauração, um dos passosoperatórios mais importantes é a fotopolimerização,seja do sistema adesivo ou da resina <strong>composta</strong>. A adequadapolimerização desses materiais é fundamental <strong>para</strong> aobtenção de melhores propriedades físico-química, vistoque a baixa conversão de monômeros em polímeros podegerar degradação, perda de substância, fratura e degradaçãomarginal, limitando assim a vida útil dos compósitos 8 .A maior parte dos aparelhos fotopolimerizadores presentesno mercado odontológico são à base de luz halógena ouLED e uma importante diferença entre as diversas marcascomerciais é a intensidade de luz do aparelho, que podeser aferida através de um radiômetro e mensurada em mW/cm 2 . É importante saber que a densidade total de energiaemitida do aparelho é representada pelo produto da intensidadede luz e tempo de exposição 24 , isto é quanto menor fora intensidade de luz emitida pelo aparelho, maior deve sero tempo de exposição da luz ao material resinoso <strong>para</strong> quehaja uma adequada polimerização do mesmo 28 . Outro fatorimportante a ser lembrado é que quanto maior a distânciaentre a ponta do aparelho fotopolimerizador e o materialresinoso, menor é a intensidade de luz que chega à restauração26 . Desta forma, o ideal é manter a ponta dos aparelhosde luz halógena ou LED, o mais próximo possível do dentea ser restaurado.Além desses cuidados na técnica, os corretos procedimentosde acabamento, ajuste oclusal, polimento e revisõesperiódicas são fundamentais <strong>para</strong> a longevidade das restaurações.109


Odontologia Estética: a arte da perfeiçãoQual a técnica restauradora?Restauração com utilização de matriz palatinaAs fraturas dentais (Figs. 3A-B) são comumente observadas em pacientesjovens e podem ser perfeitamente restauradas com resinas <strong>composta</strong>s. Inicialmente,quando o paciente chega ao consultório <strong>para</strong> uma consulta de emergência,esse não é o momento ideal <strong>para</strong> a realização de uma restauração definitiva,pois normalmente o paciente e os responsáveis pelo paciente encontram-se numestado emocional alterado que dificulta a reprodução de todos detalhes necessáriosem um dente anterior.ABFiguras 3a-b. Fraturas dentais nos elementos 11 e 21.110


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>A primeira consulta pode ser utilizada <strong>para</strong> a realização de um exame clínicodetalhado, com radiografias periapicais, moldagem inicial e restauração provisóriade resina <strong>composta</strong> aderida à superfície dental, condicionada em um pequenoponto. Esta restauração poderá servir como um teste mock-up de cor e forma darestauração final, além do modelo de estudo que também pode ser utilizado <strong>para</strong>a realização do enceramento diagnóstico do dente fraturado.Na segunda consulta, a restauração provisória é avaliada e um registro dascores de dentina, esmalte cromático e acromático é realizado preferencialmentecom a escala do próprio sistema restaurador a ser utilizado. Após a realização doisolamento absoluto modificado, as margens irregulares de esmalte são regularizadascom uma ponta diamantada de granulação fina 3195 F (KG Sorensen) (Fig.4). O condicionamento dental com ácido fosfórico, aplicação do sistema adesivoFigura 4. Regularização das margens dentais fraturadascom uma ponta diamantada de granulação fina.e fotopolimerização do mesmo são realizados de acordo com as recomendaçõesdo fabricante. Após a moldagem do enceramento diagnóstico com um silicone decondensação rígido, como o Zetalabor (Zhermack), a porção vestibular da mesmaé cortada e descartada <strong>para</strong> a obtenção de uma matriz palatina, que deve ser provadaintra-oralmente (Fig. 5). Essa matriz serve como um auxílio <strong>para</strong> a confecçãodo primeiro incremento de resina <strong>composta</strong>, que pode ser rea lizado com umaresina de efeito transparente como a 4 Seasons Super Clear (Ivoclar Vivadent).Essa primeira camada deve ser muito fina e transparente, a fim de manter osespaços necessários <strong>para</strong> a estratificação com as resinas opacas e translúcidassubseqüentes. Após a fotopolimerização da resina e remoção da matriz palatina,Figura 5. Prova intra-oral da matriz palatina feita a partir deum enceramento diagnóstico prévio dos <strong>dentes</strong> fraturados.um anteparo de resina pode ser observado na figura 6. A segunda camada, correspondenteao corpo da restauração, é realizada com uma resina de característicaopaca, que deve ser inicialmente acomodada na interface dente-restauração elevada até cerca de 1,5 a 2 mm da borda incisal, formando nesta etapa a anatomiados mamelos dentinários (Fig. 7). Quando algumas manchas brancas encontramsepresentes, geralmente em <strong>dentes</strong> de pacientes jovens, estas podem ser reproduzidascom corantes brancos como o Tetric Color White (Ivoclar Vivadent) ouKolor + Plus White (SDS Kerr), principalmente nas pontas dos mamelos (Fig. 8).Entre estes mamelos e aproximadamente 1 mm da borda incisal, <strong>para</strong> os casos dereconstrução dental, uma resina de efeito pode ser inserida <strong>para</strong> a confecção do111


Odontologia Estética: a arte da perfeiçãoFigura 6. Primeiro incremento de resina (4 SeasonsSuper Clear) confeccionado com o auxílio damatriz palatina.Figura 7. Segundo incremento da restauração Figura 8. Reprodução das manchas hipoplásicasrealizado com resina opaca (4 Seasons A2 dentin), com corante branco (Tetric Color White).adaptado na interface dente-restauração e levadaaté 1,0 mm da borda incisal. Nesta etapa deve-serealizar a anatomia dos mamelos dentinários.ABFiguras 9a-b. Uso de resina de efeito azulado (4 Seasons Blue Effect) <strong>para</strong> a reprodução da opalescência incisal.Observe sua adaptação entre os mamelos dentinários.112


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>efeito de opalescência (Figs. 9A-B). Na borda incisal, uma resina esbranquiçadacomo a 4 Seasons White Effect pode ser utilizada <strong>para</strong> a confecção do halo opacoincisal de pacientes jovens (Figs. 10A-B). Em pacientes mais velhos uma resinaopaca, de dentina, da mesma saturação do corpo da restauração pode ser utilizada.Nas regiões proximais, áreas que necessitam de alta passagem de luz <strong>para</strong>visualização de contatos interproximais mais naturais, resinas acromáticas podemser utilizadas (Fig. 11). A próxima camada da restauração é realizada com resinasde esmalte cromático. Deve ser acomodada um pouco acima da região fraturadae levada até a borda incisal em somente um incremento, com o auxílio de espátulase pincéis, confeccionando toda anatomia vestibular (Figs. 12A-B). No terçoincisal esta camada deve ser acomodada com maior pressão <strong>para</strong> deixar espaço<strong>para</strong> a última camada, realizada com uma resina de esmalte acromático, como a 4Seasons High Value (Ivoclar Vivadent) (Figs. 13A-B).ABFiguras 10a-b. Uso de resina de efeito esbranquiçado (4 Seasons White Effect) <strong>para</strong> a reprodução do halo opaco incisal.113


Odontologia Estética: a arte da perfeiçãoFigura 11. Uso de resina de esmalte acromático(4 Seasons Low Value) na região proximal <strong>para</strong>permitir uma maior passagem de luz e obtercontatos interproximais mais naturais.Figuras 12a-b. Terceiroincremento da restauração comresina de esmalte cromático(4 Seasons A2 enamel) <strong>para</strong> aconfecção de toda anatomiavestibular. Deve ser realizadaem um único incremento, comauxílio de espátulas e pincéis.ABFiguras 13a-b. Quarto incrementorealizado com resina de esmalteacromático (4 Seasons HighValue), adaptado no terço incisalda superfície vestibular.114AB


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>Após o término da restauração um gel hidrossolúvel é aplicado sobre a superfícierestaurada e uma sobrepolimerização de aproximadamente 80 segundosdeve ser realizada. Na seqüência, um leve acabamento com disco de lixa Sof-LexPop On vermelho (3M ESPE) deve ser realizado previamente ao início da confecçãodo outro dente fraturado.O início da restauração do dente homólogo é realizada com a mesma estratificaçãoutilizada anteriormente, com a resina 4 Seasons Super Clear na matrizpalatina e 4 Seasons A2 Dentin <strong>para</strong> confecção dos mamelos. A caracterizaçãodas manchas brancas, ao invés de ser realizado com corantes, também pode serrealizado com resinas de efeito branco, como a 4 Seasons White Effect (Fig. 14). Ohalo opaco também pode ser feito com esta mesma resina. O efeito opalescenteé reproduzido na seqüência com resina 4 Seasons Blue Effect na região incisale com as resinas de esmalte cromático e acromático finaliza-se toda a anatomiavestibular (Fig. 15). Após os procedimentos de acabamento e polimento pode-seobservar a naturalidade obtida ao final da restauração (Figs. 16A-C).Figura 14. Reprodução das manchas hipoplásicas com resina de efeitobranco (4 Seasons White Effect).Figura 15. Resultado obtido previamente aos procedimentos deacabamento e polimento.115


Odontologia Estética: a arte da perfeiçãoABFiguras 16a-c. Resultado final.Pode-se observar em diferentesvisões a naturalidade obtida comesta técnica de estratificação.C116


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>Restauração sem utilização de matriz palatinaDentes escurecidos ou manchados (Figs. 17A-C), por traumas ou outras razões,podem ser restaurados utilizando resinas <strong>composta</strong>s em uma abordagemrestauradora bastante conservadora e um pouco diferenciada do caso clínicodescrito anteriormente.Figuras 17a-c. Caso inicial com comprometimento estético devido ao manchamento do dente 11.ABC117


Odontologia Estética: a arte da perfeiçãoA seleção das cores de resina a serem utilizadas devesempre ser o primeiro passo do procedimento restaurador,a fim de evitar a desidratação do dente a ser restaurado.Esta deve ser realizada preferencialmente com as escalasdo próprio sistema de resinas <strong>composta</strong>s utilizadas, quedeve ter cores de dentina, esmalte cromático, esmalte acromático,além das resinas de efeito azulado e esbranquiçado(Figs. 18A-D).As manchas mais profundas que não são eliminadascom a técnica de microabrasão podem ser removidas comdesgaste dental através de pontas diamantadas (Fig. 19),apenas nas áreas de manchamento mais intenso, onde ocontorno dental externo é mantido íntegro. Este tipo depreparo pode ser denominado como preparo dental estojadoe não necessita da utilização de uma matriz palatina(Fig. 20).Após o condicionamento ácido, aplicação e fotopolimerizaçãodo sistema adesivo, a primeira etapa do procedimentorestaurador é a aplicação de um opacificador líquidocom a saturação previamente escolhida (Fig. 21). Este produtodeve ser aplicado de forma irregular e em espessurafina <strong>para</strong> não ocupar o espaço destinado às demais camadasde resina <strong>composta</strong>. É importante que tenha saturaçãoao invés de ser totalmente branco, como alguns corantes,que tornam o resultado final do procedimento levementeacinzentado. Exemplos de bons opacificadores presentesno mercado são Monopaque 110 e 210 (Ivoclar Vivadent) eKolor + Plus A1 e A3 Opaque (SDS Kerr).A camada de dentina é realizada na seqüência com resinasopacas e deve ter nesta etapa a conformação dos mamelosdefinida (Fig. 22). O contorno da região proximal podeser restaurado com resinas acromáticas, como a 4 SeasonsHigh Value (Ivoclar Vivadent), como descrito anteriormente,<strong>para</strong> dar uma sensação óptica de maior profundidade nestaregião (Fig. 23). Na região incisal, principalmente entre osmamelos, uma resina de efeito azulado como a 4 SeasonsBlue Effect (Ivoclar Vivadent) pode ser utilizada <strong>para</strong> criar oefeito de opalescência desejada e o halo opaco da borda incisalpode ser reproduzido com uma resina de efeito branco,como a 4 Seasons White Effect (Ivoclar Vivadent) (Fig. 24).Na seqüência, as resinas de esmalte cromático previamenteescolhidas são utilizadas, com a maior saturação inseridapróximo da região cervical e menor saturação mais próximoda região incisal (Fig. 25). A última camada da restauraçãoé realizada com uma resina de esmalte acromático, inseridaprincipalmente no terço incisal (Fig. 26).Os procedimentos de acabamento e polimento devemser realizados conforme descrito na próxima pergunta.118


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>ABCDFiguras 18a-d. A) Seleção da cor de resina opaca <strong>para</strong> dentina. B) Seleção das cores de esmalte cromático.C) Seleção das cores de esmalte acromático. D) Seleção das cores <strong>para</strong> efeito azulado e esbranquiçado.119


Odontologia Estética: a arte da perfeição19202122Figura 19. Desgaste das áreas mais escurecidas com uma ponta diamantada esférica.Figura 20. Preparo dental do tipo estojado, com integridade do contorno externo do dente.Figura 21. Aplicação de um opacificador líquido (Monopaque 110) em pequena quantidade sobre as áreas dentais maisescurecidas.120Figura 22. Utilização de resina de dentina (4 Seasons B2 dentin) <strong>para</strong> a confecção do corpo da restauração e anatomia dosmamelos dentinários.


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>23242526Figura 23. Região interproximal restaurada com resina de esmalte acromático (4 Seasons High Value) <strong>para</strong> haver maiorpassagem de luz e permitir uma sensação óptica de maior profundidade desta área.Figura 24. Utilização de resina de efeito azulado (4 Seasons Blue Effect) <strong>para</strong> a reprodução da opalescência incisal e resina deefeito esbranquiçado (4 Seasons White Effect) <strong>para</strong> a formação do halo opaco.Figura 25. Superfície vestibular confeccionada com a resina de esmalte 4 Seasons B1 enamel mais próximo da região cervical e4 Seasons Bleach L mais <strong>para</strong> a região incisal.Figura 26. Utilização de uma resina de esmalte acromático (4 Seasons High Value) na região incisal <strong>para</strong> a finalização dasuperfície vestibular.121


Odontologia Estética: a arte da perfeiçãoComo deve ser feito o acabamento e o polimento dessas restaurações?A crescente busca dos pacientes por restaurações imperceptíveistem exigido cada dia mais atenção às técnicasde acabamento e polimento. Estes procedimentos são fundamentais<strong>para</strong> a obtenção de uma superfície lisa e brilhante,com menor acúmulo de placa e irritação gengival 6,13 e tambémsão importantes <strong>para</strong> a redefinição da forma de um elementodental individual ou da harmonia entre os <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>,seguindo critérios particulares <strong>para</strong> caracterização individualdo paciente.O planejamento inicial com modelo de estudo, enceramentodiagnóstico e a etapa restauradora com uso dematriz palatina facilita a confecção das restaurações maisextensas e permite que o formato final dos <strong>dentes</strong> fique muitopróximo ao ideal desejado. Porém, quando um corretoplanejamento não é realizado ou devido à falta de conhecimento,habilidade e treinamento por parte do profissional,problemas principalmente relacionados com a forma doelemento dental são encontrados, e podem ser corrigidosdurante a etapa de acabamento das restaurações, que terácomo objetivo reintegrar o elemento dental à harmonia dos<strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>, do sorriso e da face. Além disso, o acabamentodas restaurações também tem por objetivo reproduziralgumas características dentais naturais como os lóbulose sulcos de desenvolvimento, sulcos horizontais e texturasuperficial, dependendo das características individuais decada paciente.O primeiro passo do acabamento das restaurações diretasde resinas <strong>composta</strong>s em <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong> é a remoçãodos excessos vestibulares e interproximais com auxíliode uma lâmina de bisturi n º 12 (Feather), no sentido da resina<strong>para</strong> o dente, visto que o movimento no sentido contráriopode causar “lascas” na restauração.Na seqüência, deve-se delimitar as áreas de espelhodos <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong> restaurados (Fig. 27). Estas são asáreas de reflexão de luz, que influenciam na largura aparentedos <strong>dentes</strong> e devem ser simétricas entre os <strong>dentes</strong>homólogos (Figs. 28A-B). Se esta simetria não estiver presente,um acabamento com o auxílio do disco abrasivo Sof-Lex Pop On vermelho (3M ESPE) pode ser realizado (Fig.29). Estas linhas de brilho que formam a área de espelhonão influenciam o contorno coronal do dente, entretanto,o comprimento e principalmente a largura aparente podeser modificado pelo posicionamento e pela direção dessaslinhas 19 . A diminuição da área plana entre as linhas de brilhopromove uma maior dissipação e menor reflexão de luz,gerando uma ilusão óptica de um dente mais estreito. Aocontrário disso, ao aumentar esta área, ocorrerá uma maiorreflexão de luz e, conseqüentemente, um aspecto de dentemais largo será observado. Nesta etapa, um ajuste na inclinaçãodo longo eixo dental e nos comprimentos incisais dos<strong>dentes</strong> restaurados podem também ser realizados com omesmo disco abrasivo.122


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>Figura 27. Delimitação da área deespelho do dente restaurado e dodente homólogo a ser copiado.ABFiguras 28a-b. Utilização de um compasso de ponta seca <strong>para</strong> a verificação dasimetria entre as áreas de espelho dos <strong>dentes</strong> 11 e 21.Figura 29. Acabamento de contorno com umdisco de lixa abrasivo (Sof-Lex Pop vermelho)<strong>para</strong> tornar as áreas de espelho simétricas.123


Odontologia Estética: a arte da perfeiçãoO acabamento da superfície palatina e ajuste oclusal podem ser realizadoscom brocas multilaminadas ovaladas (H379/Komet) ou pontas diamantadas degranulação fina (n° 3168F, KG Sorensen). Previamente à realização de qualquertrabalho restaurador, as posições e os movimentos mandibulares devem ser consultados<strong>para</strong> que a restauração não interfira no padrão de oclusão e desoclusãodo paciente 1 . Quando o aumento do comprimento incisal dos <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>for necessário, como em casos de recontorno cosmético, é fundamental buscara harmonia dos contatos oclusais em movimentos de protrusão e lateralidade,evitando que uma sobrecarga promova o deslocamento ou fratura de alguma dasrestaurações realizadas.Durante o procedimento restaurador, o excesso de manipulação da resina<strong>composta</strong> promovido por pincéis ou espátulas pode deixar irregularidades narestauração e o acabamento dessas superfícies planas pode ser realizado comborrachas siliconizadas de granulação grossa, como a Astropol cinza (Ivoclar Vivadent)ou Jiffy Polishers Verde (Ultradent) (Fig. 30).Figura 30. Acabamentode superfície realizadocom o auxílio de borrachasiliconizada de granulaçãogrossa (Astropol cinza).124


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>A textura é essencialmente <strong>composta</strong> por lóbulos e sulcos de desenvolvimento(textura vertical) e por sulcos horizontais e periquimáceas (textura horizontal)na superfície vestibular dos elementos dentais 19 e podem ser reproduzidascom pontas diamantadas de granulação fina 3198F ou 2135F (KG Sorensen) oubrocas multilaminadas de 12 lâminas (H48L/Komet) montadas em contra-ângulomultiplicador T2 Revo (Sirona) (Figs. 31A-B). A intensidade dessa característicavaria com relação a idade, sexo e personalidade do paciente, dessa maneira nãose trata de uma regra absoluta a ser reproduzida, porém deve-se lembrar quetexturização da superfície aumenta a reflexão de luz e promove uma aparênciade dente mais claro, muito comum em <strong>dentes</strong> jovens 1 .ABFiguras 31a-b. Texturização de superfície com pontadiamantada de granulação fina (3195 F) montada em contraângulomultiplicador (T2 Revo).125


Odontologia Estética: a arte da perfeiçãoPara acabamento e polimento das superfícies proximais, tiras de lixa de diferentesgranulometrias podem ser aplicadas, porém se forem muito largas eutilizadas de forma incorreta poderá ocorrer a perda do contato interproximalobtido durante a restauração.O polimento das restaurações pode ser realizado com as borrachas siliconizadasde granulação média como a Astropol Verde (Ivoclar Vivadent), FlexiCupsAzul (Cosmedent) ou Jiffy Polishers Amarela (Ultradent) (Fig. 32) e granulação finacomo a Astropol Rosa (Ivoclar Vivadent), FlexiCups Rosa (Cosmedent) ou Jiffy PolishersBranca (Ultradent) (Fig. 33). Na seqüência, <strong>para</strong> a obtenção de um elevadobrilho são utilizadas escovas de carbeto de silício como a Jiffy Brush (Ultradent)ou Astrobrush (Ivoclar Vivadent) e por final um disco de feltro (Flexibuff/Cosmedent)com uma pasta de óxido de alumínio (Enamelize/Cosmedent). O resultadofinal, após os procedimentos de acabamento e polimento, pode ser observadonas figuras 34 a 36.O quadro 1 resume a seqüência dos passos operatórios necessários <strong>para</strong> arealização de um eficiente acabamento e polimento das restaurações adesivasdiretas em <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>.Quadro 1. Procedimentos seqüenciais de acabamento e polimento.Passos OperatóriosProcedimentos1 Remoção dos excessos cervicais com lâmina de bisturi.2 Acabamento da área de espelho e alturas incisais com discos abrasivos.3 Acabamento da superfície palatina e ajuste oclusal.4 Acabamento de superfície com borracha siliconizada de granulação grossa.5 Texturização com pontas diamantadas de granulação fina.6 Acabamento e polimento interproximal com tiras de lixa.7 Polimento com borrachas siliconizadas de granulação média e fina.1268 Polimento com escova de carbeto de silício.9 Polimento com discos de feltro e pastas de óxido de alumínio.


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>32333435Figura 32. Polimento de superfície realizado com o auxílio deborracha siliconizada de média granulação (Astropol Verde).Figura 33. Polimento de superfície realizado com o auxílio deborracha siliconizada de granulação fina (Astropol Rosa).Figuras 34 a 36. Caso finalizado.12736


Odontologia Estética: a arte da perfeiçãoQuadro 2. Marcas comerciais dos sistemas de resinas <strong>composta</strong>s de acordo com o tamanho de partícula de carga e graus de opacidade e translucidez.MicropartículasHíbridas<strong>Resina</strong>s de dentina/opacas/corpoDurafill VS o (Heraus Kulzer)Renamel Microfill o (Cosmedent)Charisma o (Heraus Kulzer)Filtek Z100 d (3M ESPE)Filtek Z250 d (3M ESPE)Tetric Ceram d (Ivoclar Vivadent)Herculite XRV dentin (SDS Kerr)<strong>Resina</strong>s de esmalte cromáticoDurafill VS (Heraus Kulzer)Renamel Microfill (Cosmedent)Charisma (Heraus Kulzer)Filtek Z100 (3M ESPE)Filtek Z250 (3M ESPE)Tetric Ceram (Ivoclar Vivadent)Herculite XRV enamel (SDS Kerr)4 Seasons dentin (Ivoclar Vivadent) 4 Seasons enamel (Ivoclar Vivadent)Esthet X o (Dentsply)Esthet X (Dentsply)MicrohíbridasPoint 4 o (SDS Kerr)Point 4 (SDS Kerr)Vit-l-escence (Ultradent) -Amelogen Plus (Ultradent) -NanopartículasNanohíbridasMicropartículasHíbridasOpallis (FGM)Filtek Supreme XT d e b (3M ESPE)Filtek Z350 d (3M ESPE)Grandio o (VOCO)Premise opaque (SDS Kerr)Tetric N Ceram dentin (Ivoclar Vivadent)<strong>Resina</strong>s de esmalte acromáticoDurafill VS I (Heraus Kulzer)Renamel Microfill I (Cosmedent)Charisma I (Heraus Kulzer)Filtek Z100 I (3M ESPE)Filtek Z250 I (3M ESPE)Tetric Ceram T (Ivoclar Vivadent)Herculite XRV Incisal e cuspal (SDS Kerr)Opallis (FGM)Filtek Supreme XT e (3M ESPE)Filtek Z350 (3M ESPE)Grandio (VOCO)Premise body (SDS Kerr)Tetric N Ceram (Ivoclar Vivadent)<strong>Resina</strong>s transparentes de efeitoDurafill VS I (Heraus Kulzer)Renamel Microfill I (Cosmedent)Charisma I (Heraus Kulzer)Filtek Z100 I (3M ESPE)Filtek Z250 I (3M ESPE)Tetric Ceram I (Ivoclar Vivadent)Herculite XRV Incisal (SDS Kerr)4 Seasons value (Ivoclar Vivadent) 4 Seasons effects (Ivoclar Vivadent)MicrohíbridasEsthet X e (Dentsply)Point 4 T (SDS Kerr)Vit-l-escence pearl (Ultradent)Amelogen Plus enamel (Ultradent)Opallis value (FGM)Esthet X e (Dentsply)Point 4 T (SDS Kerr)Vit-l-escence trans (Ultradent)Amelogen Plus trans (Ultradent)Opallis trans (FGM)Nanopartículas Filtek Supreme XT translucent (3M ESPE) Filtek Supreme XT translucent (3M ESPE)Grandio I (VOCO)Grandio I (VOCO)128NanohíbridasPremise translucent (SDS Kerr)Tetric N Ceram T (Ivoclar Vivadent)Premise translucent (SDS Kerr)Tetric N Ceram incisal (Ivoclar Vivadent)


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>Quais as falhas mais comuns e como resolvê-las?As falhas mais comuns em restaurações diretas de<strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong> são principalmente descoloração de superfície,cáries secundárias e fraturas das restaurações 18 .As descolorações de superfície em restaurações de<strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong> normalmente ocorrem na interface dente/restauração devido a sorpção de água pela resina <strong>composta</strong>o que resulta em um descolamento da restauração emmargens mais delgadas; importante notar que este fenômenoocorre mais em sistemas de resinas com alta quantidadede matriz orgânica como por exemplo as resinas microparticuladas(Figs. 37a-c). Em um estudo clínico foi observado apresença de descoloração marginal em resinas de micropartículasapós 5 anos de acompanhamento 5 . Smales e Gerke(1992) 30 obtiveram semelhantes resultados após 4 anos deavaliação. Manchamentos causados por tabaco e/ou alimentocom excesso de corantes também podem ser observados25 . Em intensidades variadas, de acordo com o tipo deresina <strong>composta</strong> utilizada, também pode ocorrer a perda dobrilho superficial da restauração com o passar dos anos 34 .Estas falhas podem ser facilmente resolvidas com pequenosreparos e repolimento da resina <strong>composta</strong>, realizados emconsultas periódicas de revisão clínica.Figuras 37a-c. Manchamentos marginais de resinas microparticuladas,principalmente nas interfaces entre o dente e a restauração.A B C129


Odontologia Estética: a arte da perfeiçãoAs cáries secundárias podem ocorrer devido à falha no selamento marginalda restauração com o elemento dentário e infiltração bacteriana ao longo dosanos. Normalmente ocorre em regiões interproximais devido a maior dificuldadede higienização, e regiões cervicais devido a maior dificuldade de adesão, quandoa margem de esmalte não está presente 9 (Figs. 38A-B). Na existência de umprocesso carioso não há como realizar apenas um reparo, visto que todo tecidocariado deve ser removido previamente à restauração e quando não se conheceas condições operatórias em que a restauração a ser substituída foi realizada, oideal é a completa substituição da resina <strong>composta</strong>.ABFiguras 38a-b. Inflamação gengival, acúmulo de placa bacteriana, infiltração marginal e cáriesecundária causados principalmente devido ao excesso de resina, falta de higiene adequada etambém à dificuldade de adesão ao substrato dentinário da região cervical de <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>.130


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>As falhas de fraturas parciais ou totais das restauraçõesde <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong> são mais comuns em restaurações dotipo Classe IV 29 e em aumentos incisais de recontornos cosméticos<strong>para</strong> alteração da forma e posição de <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>25 . Essas falhas são muito atribuídas ao tamanho e localda restauração, devido às elevadas tensões aplicadas sobreestas restaurações durante a função mastigatória e principalmentedurante os movimentos de protrusão e lateralidade.O reparo dessas falhas pode ser feito de maneira simples econservadora, iniciando com o diagnóstico da fratura, que namaioria das vezes é devido a um trauma ou incorreto ajusteoclusal. Posteriormente, um acabamento das margens maisirregulares da resina <strong>composta</strong> deve ser realizado com pon-tas diamantadas de granulação fina ou discos abrasivos degranulação grossa. Nesta etapa, um jateamento com óxidode alumínio (Microetcher/Danville) pode ser realizado <strong>para</strong>limpeza da superfície e aumento da retenção mecânica danova restauração, na seqüência o condicionamento ácido eaplicação do sistema adesivo devem ser realizados de acordocom as instruções do fabricante e por final o reparo deveser realizado com os incrementos necessários de resina <strong>composta</strong>,seguindo a técnica de estratificação mais adequada.Após o procedimento restaurador, o passo mais importantea ser realizado é o correto ajuste oclusal, como descrito nasfiguras 39A-B a 43, <strong>para</strong> evitar novas fraturas e falhas da restauração.ABFiguras 39a-b. Caso inicial e final de fechamento de espaços e aumento de bordas incisais de <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>.131


Odontologia Estética: a arte da perfeiçãoFigura 40. Vista palatina dos <strong>dentes</strong><strong>anteriores</strong>. Observe a harmonia doscontatos obtidos após o ajuste oclusal emmáxima intercuspidação habitual (MIH).ABFiguras 41a-b. Em guia protrusiva até a posição de topo-a-topo observa-se a presença de contatos excessivos na regiãopalatina de somente incisivo central e este deve ser aliviado com pequenos ajustes na incisal dos <strong>dentes</strong> inferiores.132


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>Figuras 42a-c. Em guia protrusiva além da posição de topoa-topoobserva-se um contato excessivo na região incisopalatinade apenas um incisivo inferior, que também deve serajustado a fim de evitar uma possível fratura da restauração.ABC133Figura 43. Contatos oclusais obtidos após ajuste em MIH e em movimentos excursivos de protrusão e lateralidade.


Odontologia Estética: a arte da perfeiçãosobre o autorHigashi, C.Mestre em Dentística Restauradora UEPG-PR.Professor dos Cursos de Pós-graduação NívelEspecialização CETAO-SP e ABO/PG-PRProfessor do Curso de Aperfeiçoamento emOdontologia Estética Avançada – Ilapeo-PrProfessor do Curso de Escultura Dental com <strong>Resina</strong>sCompostas Ilapeo-PrSouza, C.M.Doutor em Ciências da Saúde PUC-PRAluno do Curso de Especialização em DentísticaRestauradora CETAO-SPLiu, J.Mestre em Dentística Restauradora UNITAU-SP.Professor dos Cursos de Pós-graduação NívelEspecialização CETAO-SPProfessor do Curso de Aperfeiçoamento emOdontologia Estética Avançada – ILAPEO-PRProfessor do Curso de Escultura Dental com <strong>Resina</strong>sCompostas ILAPEO-PR<strong>Hirata</strong>, R.Mestre em Materiais Dentários PUC-RSDoutor em Dentística Restauradora UERJCoordenador do Curso de Pós-graduação NívelEspecialização CETAO-SPCoordenador do Curso de Aperfeiçoamento emOdontologia Estética Avançada – ILAPEO-PRCoordenador do Curso de Escultura Dental com<strong>Resina</strong>s Compostas ILAPEO-PREditor Assistente da Revista Dental Press de Estética134


<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>referências1. Baratieri LN, Araujo Jr EM, Monteiro Jr S, Vieira LCC.Cadernos de Dentística. 1 ed. São Paulo: Santos; 2002.2. Busato ALF, Reichert LA, Valin RR, Arossi GA, SilveiraCM. Com<strong>para</strong>ção de fluorescência entre resinas. RevistaOdontológica de Araçatuba 2006; 27(2):142-7.3. Campbell PM, Johnston WM, O’Brien WJ. Light scatteringand gloss of an experimental quartz-filled composite.Journal Dental Research. 1986; 65(6):892-4.4. Craig RG, Powers JM. Materiais Dentários Restauradores. 11ed. São Paulo: Livraria e Editora Santos; 2004; p.38-44.5. Crumpler DC, Heymann HO, Shugars DA, Bayne SC,Leinfleder KF. Five-year clinical investigation of oneconventional composite and three microfilled resins inanterior teeth. Dent Mater. 1988; 4(4):217-22.6. Davis RD, Mayhew RB. A clinical comparison of three anteriorrestorative resins at three years. 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