Odontologia Estética: a arte da perfeiçãoComo deve ser feito o acabamento e o polimento dessas restaurações?A crescente busca dos pacientes por restaurações imperceptíveistem exigido cada dia mais atenção às técnicasde acabamento e polimento. Estes procedimentos são fundamentais<strong>para</strong> a obtenção de uma superfície lisa e brilhante,com menor acúmulo de placa e irritação gengival 6,13 e tambémsão importantes <strong>para</strong> a redefinição da forma de um elementodental individual ou da harmonia entre os <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>,seguindo critérios particulares <strong>para</strong> caracterização individualdo paciente.O planejamento inicial com modelo de estudo, enceramentodiagnóstico e a etapa restauradora com uso dematriz palatina facilita a confecção das restaurações maisextensas e permite que o formato final dos <strong>dentes</strong> fique muitopróximo ao ideal desejado. Porém, quando um corretoplanejamento não é realizado ou devido à falta de conhecimento,habilidade e treinamento por parte do profissional,problemas principalmente relacionados com a forma doelemento dental são encontrados, e podem ser corrigidosdurante a etapa de acabamento das restaurações, que terácomo objetivo reintegrar o elemento dental à harmonia dos<strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>, do sorriso e da face. Além disso, o acabamentodas restaurações também tem por objetivo reproduziralgumas características dentais naturais como os lóbulose sulcos de desenvolvimento, sulcos horizontais e texturasuperficial, dependendo das características individuais decada paciente.O primeiro passo do acabamento das restaurações diretasde resinas <strong>composta</strong>s em <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong> é a remoçãodos excessos vestibulares e interproximais com auxíliode uma lâmina de bisturi n º 12 (Feather), no sentido da resina<strong>para</strong> o dente, visto que o movimento no sentido contráriopode causar “lascas” na restauração.Na seqüência, deve-se delimitar as áreas de espelhodos <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong> restaurados (Fig. 27). Estas são asáreas de reflexão de luz, que influenciam na largura aparentedos <strong>dentes</strong> e devem ser simétricas entre os <strong>dentes</strong>homólogos (Figs. 28A-B). Se esta simetria não estiver presente,um acabamento com o auxílio do disco abrasivo Sof-Lex Pop On vermelho (3M ESPE) pode ser realizado (Fig.29). Estas linhas de brilho que formam a área de espelhonão influenciam o contorno coronal do dente, entretanto,o comprimento e principalmente a largura aparente podeser modificado pelo posicionamento e pela direção dessaslinhas 19 . A diminuição da área plana entre as linhas de brilhopromove uma maior dissipação e menor reflexão de luz,gerando uma ilusão óptica de um dente mais estreito. Aocontrário disso, ao aumentar esta área, ocorrerá uma maiorreflexão de luz e, conseqüentemente, um aspecto de dentemais largo será observado. Nesta etapa, um ajuste na inclinaçãodo longo eixo dental e nos comprimentos incisais dos<strong>dentes</strong> restaurados podem também ser realizados com omesmo disco abrasivo.122
<strong>Resina</strong> <strong>composta</strong> <strong>para</strong> <strong>dentes</strong> <strong>anteriores</strong>Figura 27. Delimitação da área deespelho do dente restaurado e dodente homólogo a ser copiado.ABFiguras 28a-b. Utilização de um compasso de ponta seca <strong>para</strong> a verificação dasimetria entre as áreas de espelho dos <strong>dentes</strong> 11 e 21.Figura 29. Acabamento de contorno com umdisco de lixa abrasivo (Sof-Lex Pop vermelho)<strong>para</strong> tornar as áreas de espelho simétricas.123