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introdução à engenharia natural - icaam - Universidade de Évora

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Nascentes para a Vida35Temos ainda que os ecossistemas <strong>de</strong> águas interiores são muito mais que os corpos<strong>de</strong> água individualizáveis e incluem todos os ecossistemas que, <strong>de</strong> uma forma ou <strong>de</strong>outra são afectados e <strong>de</strong>terminados pelos sistemas hidrológicos. Destes ecossistemaspermitam-me realçar as várzeas e todas as planícies <strong>de</strong> inundação e leitos <strong>de</strong> cheia,normal e ina<strong>de</strong>quadamente tratados como ecossistemas terrestres, quando a sualigação aos ecossistemas hidrológicos não é conjuntural mas sim estrutural.AS LINHAS DE ÁGUA" Linhas <strong>de</strong> água são corpos <strong>de</strong> água esten<strong>de</strong>ndo¬-se por trajectos longos, com umacorrente variável e em parte turbulenta (impedindo portanto na maior parte dos casosuma estratificação térmica da água), com margens variadas e uma relação Água-Terrabastante intensa. A sequência <strong>natural</strong> da vegetação inclui pelo menos a vegetaçãoaquática e a vegetação herbácea e lenhosa da margem (zona <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira branca) e emcaso i<strong>de</strong>al, toda a Várzea. (...) Ao longo do trajecto da corrente as características físicase biológicas (os biótopos) sofrem alterações significativas especialmente em termos dovolume <strong>de</strong> água, do regime <strong>de</strong> escoamento, da corrente, da erosão e sedimentação <strong>de</strong>substratos, da temperatura etc. Apesar do zonamento no sentido <strong>de</strong> jusante da corrente,a sua velocida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido a obstáculos no leito como rochas ou grupos <strong>de</strong> vegetação,apresenta, por vezes, mesmo em trechos bastante limitados, variações extremamenteconsi<strong>de</strong>ráveis, po<strong>de</strong>ndo em remansos ou atrás <strong>de</strong> pedras gerar-se zonas <strong>de</strong> águasparadas. Em geral a velocida<strong>de</strong> diminui do meio do corpo <strong>de</strong> água para o fundo e margem<strong>de</strong>vido <strong>à</strong> maior resistência aí encontrada." Blab, J., 1986Uma linha <strong>de</strong> água correspon<strong>de</strong> no essencial a uma estrutura <strong>de</strong> drenagem hidráulica<strong>de</strong> uma vasta área <strong>de</strong> concentração (a Bacia Hidrográfica). Por essa razão o seu caráctere funcionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m directa e indissoluvelmente das características da BaciaHidrográfica por ela drenada e obviamente dos processos climáticos e hidrogeológicosnela ocorrentes, assim como, <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong>terminante das características do uso dosolo na superfície da Bacia.Focalizemo-nos agora nesses ecossistemas particulares <strong>de</strong> interface entre os sistemashídricos propriamente ditos e os sistemas terrestres, porque me parece que eles ilustramperfeitamente o que atrás disse.Os ecossistemas ribeirinhos constituem ecossistemas particulares, dado que a sua articulaçãoa linhas e planos <strong>de</strong> água lhes confere características <strong>de</strong> ecótone com as consequentes trocasintensas <strong>de</strong> substâncias e materiais <strong>de</strong> acordo com gradientes <strong>de</strong> humida<strong>de</strong>, luminosida<strong>de</strong>e <strong>de</strong> natureza do substrato. Por outro lado, no caso das linhas <strong>de</strong> água, o carácter variáveldo seu caudal e energia <strong>de</strong> escoamento ao longo do seu traçado <strong>de</strong>termina, igualmente,gradientes dinâmicos geradores <strong>de</strong> intensas variações na natureza intrínseca <strong>de</strong>sses.Estas duas razões fundamentam a afirmação que os ecossistemas ribeirinhos preenchemfunções charneira no espaço, em termos locais, articulando ecossistemas <strong>de</strong> natureza

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